segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Neymar rescinde com Al-Hilal e fica livre para retornar ao Santos

O craque deve embarcar para o Brasil nos próximos dias e seguir para a Baixada Santista

Neymar na Vila Belmiro para Santos x Audax Italiano (Foto: Divulgação/SantosFC)

O clube Al-Hilal, da Arábia Saudita, anunciou, nesta segunda-feira (27), a rescisão do contrato de Neymar, abrindo caminho para o retorno do jogador ao futebol brasileiro.

Após semanas de negociações entre os representantes de Neymar e o clube árabe, a entrada da Liga Saudita nas conversas ajudou a acelerar o processo. Conforme relatado pelo GE, o atacante, que ainda tinha cerca de US$ 65 milhões (aproximadamente R$ 385 milhões) a receber, abriu mão de uma parte desse montante para deixar o Al-Hilal.

Agora, o craque deve embarcar para o Brasil nos próximos dias e seguir para a Baixada Santista, onde deve firmar um vínculo de cinco meses com o Santos, com término previsto para junho. Caso o acordo seja confirmado, a expectativa é que Neymar vista a camisa 10 do Santos.

Fonte: Brasil 247 com informações do GE

Em Ação Civil Pública, AGU cobra R$ 725 milhões de infratores ambientais no Pantanal

De acordo com a Advocacia-Geral da União, os crimes que estão sendo cometidos impedem a regeneração do bioma

Incêndios no Pantanal já atingem mais de 600 mil hectares em 2024 (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

A Advocacia-Geral da União ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) para cobrar R$ 725 milhões de três infratores acusados de danos ambientais em uma área de 6.419,72 hectares na cidade de Corumbá, no estado de Mato Grosso do Sul. De acordo com a AGU, chefiada por Jorge Messias, os crimes que estão sendo cometidos impedem a regeneração do Pantanal. O bioma ocupa 1,8% do território nacional (IBGE, 2019) em dois estados - Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, na região Centro-Oeste do Brasil.

Em comunicado, a AGU afirmou que, segundo a Polícia Federal (PF), houve intensas queimadas entre os meses de junho e setembro de 2020 em uma terra devoluta da União, que estava em fase de procedimento arrecadatório pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

A Advocacia-Geral informou que os réus instalaram duas fazendas no local, dedicadas à pecuária, com aproximadamente 3 mil hectares cada uma, construindo estradas, currais e edificações para ocupação humana. Desde 2021, eles vêm explorando economicamente a área por meio da pecuária e impedindo a regeneração do bioma.

A atuação da AGU começou após uma investigação conduzida pela PF, que resultou na operação “Prometeu”, em setembro de 2024, para combater crimes de incêndio na floresta, desmatamento e exploração ilegal de terras da União; e de autos de infração lavrados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A AGU pediu que os réus elaborem um Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) para cada fazenda. Atuaram no caso a Procuradoria Nacional de Clima e Meio Ambiente (Pronaclima), a Procuradoria-Geral da União (PGU) e a Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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Jorge Messias. Foto: Renato Menezes/Ascom/AGU

Fonte: Brasil 247

FAO aponta diminuição da insegurança alimentar na América Latina

Melhores indicadores na economia na América do Sul e mais acesso da população de baixa renda a comida explicam a redução

Verduras (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Letycia Bond - Repórter da Agência Brasil
Ao menos 20 países da América Latina e Caribe, ou seja, 73% dos que compõem a região, estão “altamente expostos” a eventos climáticos extremos e mais da metade (52%) têm alta probabilidade de conviver com a subalimentação provocada por esses eventos. Lançado nesta segunda-feira (27), o Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutrição 2024 destaca também que, em relação ao acesso à alimentação ideal, há diferenças entre os países, que se dão por fatores como as políticas públicas.

Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e outras agências da ONU, no Caribe, o índice de população que passa fome chegou a 17,2%. Já entre países da América Central, manteve-se estável, em 5,8%.

Os especialistas da ONU salientaram, no entanto, que a quantidade de pessoas com insegurança alimentar na região diminuiu significativamente em 2023, na comparação com 2022, passando de 207,3 milhões para 187,6 milhões, uma diferença de 19,7 milhões. Em relação a 2021, a diminuição foi de 37,3 milhões.

Como fatores que explicam essa evolução, figuram melhores indicadores na economia de diversos países da América do Sul e a implementação de políticas que têm por objetivo ampliar o acesso da população a alimentos de qualidade. Os dados de 2023 também mostram queda nos níveis de pobreza, pobreza extrema, desigualdade (mensurada pelo Índice de Gini) e, ao mesmo tempo, aumento nos de emprego e salário mínimo.

Durante a apresentação dos dados a jornalistas, Mario Lubetkin, subdiretor-geral e representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe, argumentou ser impossível dissociar a luta de combate à fome e a defesa de sistemas agroalimentares de maior resiliência. Ele disse que, embora se possa comemorar alguns progressos no ano de 2023, há grupos minorizados, como o de mulheres e moradores da zona rural, que sentem mais fortemente os baques ocasionados pelos eventos climáticos extremos.

"O acesso aos alimentos aumentou, mas o custo ainda é um obstáculo", afirmou, se referindo a alimentos saudáveis, que também têm ocupado mais centralidade nas discussões, em oposição aos ultraprocessados que, além de não serem nutritivos são, em geral, mais baratos e, portanto, mais acessíveis a famílias de baixa renda.

"E isso já que estamos falando da região mais poderosa em produção de alimentos", disse, acrescentando que há, ainda, até hoje, duas situações que desafiam, simultaneamente, as autoridades locais, que são a obesidade entre crianças e crianças com peso abaixo do ideal.

Os ultraprocessados são motivo de preocupação por estarem relacionados ao desenvolvimento de doenças. Uma das medidas propostas para controlar o consumo de ultraprocessados é elevar a taxação.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Gustavo Petro: 'nossos compatriotas chegarão à Colômbia sem algemas, com dignidade'

'Dignidade para o deportado será aplicada a todos os países que nos enviam deportações', afirmou o governante do país sul-americano

Gustavo Petro (Foto: REUTERS/Luisa Gonzalez)

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, destacou nesta segunda-feira (27) a importância de os colombianos deportados dos Estados Unidos terem o devido respeito no trajeto de volta à América do Sul.

“Pela manhã, nossos compatriotas chegarão ao território colombiano. Nossa aviação os trará e eles chegarão sem serem algemados. Esta disposição: dignidade para o deportado, será aplicada a todos os países que nos enviam deportações e é hoje apoiada pela ONU”, escreveu Petro na rede social X.

Integrante do partido Colômbia Humana, de centro-esquerda, o governante do país sul-americano fez o comentário depois que 88 brasileiros deportados dos EUA chegaram a Manaus (AM) algemados. O presidente Donald Trump (Partido Republicano), da extrema-direita norte-americana, vem sendo alvo de vários protestos de lideranças políticas e ativistas do campo progressista em nível global.

A Colômbia deve receber cerca de 160 deportados. Estimativas oficiais apontaram que os EUA têm de 45 milhões a 51 milhões de imigrantes. As medidas anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, devem afetar cerca de 10 milhões a 15 milhões de pessoas

Fonte: Brasil 247

Itamaraty convoca encarregado de negócios da Embaixada dos EUA para esclarecer tratamento dado a deportados

Brasileiros deportados dos Estados Unidos teriam sofrido agressões durante um voo que chegou a Manaus na sexta-feira (24)

Brasileiros deportados pelos Estados Unidos (Foto: Reprodução X / Paulo Pimenta)

A secretária de Comunidades Brasileiras no Exterior e Assuntos Consulares e Jurídicos do Itamaraty, Márcia Loureiro, convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, para uma reunião nesta segunda-feira (27). A informação é do jornal O Globo.

O objetivo do encontro foi esclarecer o tratamento dado aos brasileiros deportados pelo governo dos EUA na última sexta-feira. Na reunião, Loureiro teria enfatizado a posição do Itamaraty, que classificou como inaceitável a maneira como os deportados foram tratados.

Loureiro também abordou o uso de algemas, prática que o Brasil vem questionando desde 2021, pedindo que seja substituída por um tratamento mais respeitoso.

A Polícia Federal no Amazonas iniciou uma investigação sobre supostas agressões contra brasileiros deportados dos Estados Unidos durante um voo que chegou a Manaus na sexta-feira (24). Eles desembarcaram no Brasil algemados, com correntes nos pés, e denunciaram maus-tratos que teriam sofrido dentro da aeronave, incluindo falta de alimentação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Latinos contribuem com 3,6 trilhões de dólares para o PIB dos EUA

 

“Vidas imigrantes importam”, diz cartaz em manifestação nos EUA. Foto: reprodução

A contribuição da comunidade latina para o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos atinge atualmente 3,6 trilhões de dólares. “Se os latinos nesse país fossem uma nação independente, seriam a quinta maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (no total), China, Japão e Alemanha”, afirmou Ana Teresa Ramírez, diretora da Latino Donor Collaborative.

Um estudo desse organismo, dedicado a pesquisas sobre a comunidade latina nos Estados Unidos, aponta que, com 37 milhões de pessoas, esse grupo populacional é o segundo maior no país (sendo 60% de origem mexicana), ficando atrás apenas da maioria anglo-saxônica. Contrariando a narrativa difundida sobre imigração irregular, 80% dos latinos são cidadãos estadunidenses, e a maioria dos que não possuem cidadania conta com autorização de residência.

Com base em dados dos Departamentos de Estado e Trabalho dos EUA, “os latinos fundam mais de 50% de todos os novos negócios nos Estados Unidos; isso reflete o espírito imigrante, de aventura e de assumir riscos”. Esse grupo apresenta um ritmo maior de presença econômica do que outros. “Outro dado impressionante do Departamento de Comércio é que os latinos, devido ao crescimento geracional tão forte, são responsáveis por 49,5% das aquisições de novas casas”, explicou Ramírez.

As projeções do Departamento de Trabalho indicam que 78% da nova força de trabalho nos próximos 10 anos será latina. “Quando falamos de deportações nos Estados Unidos, simplesmente não faz sentido”, destacou Ramírez. Além disso, o crescimento da comunidade é acelerado: “Não apenas somos enormes, mas ficaremos cada vez maiores”.

Outros dados sobre a inserção latina no país: “oito em cada 10 latinos falam inglês; 93% dos jovens latinos nasceram nos Estados Unidos; e a juventude dessa comunidade se destaca entre outros grupos raciais, com a idade mais comum sendo 12 anos, em comparação com 58 anos entre não latinos.”

Expatriados brasileiros vindos dos EUA descem de avião no aeroporto de Manaus (AM). Reprodução

Contribuição à tecnologia

Ao destacar o impacto da comunidade latina, a pesquisadora afirmou: se fossem considerados uma economia, seriam maiores do que as de Rússia, França, Inglaterra ou Brasil. “Se os latinos nos Estados Unidos fossem uma economia, seriam a terceira que mais cresce no mundo, atrás apenas da China e da Índia.”

Ramírez destacou que, ao contrário de ideias preconcebidas, a contribuição dos imigrantes latinos vai além das indústrias agrícolas, de construção civil ou de serviços.

“O crescimento atual não vem apenas dessas áreas; vem da tecnologia. Temos um estudo que mostra que o maior crescimento dentro da indústria tecnológica vem de nossa comunidade. Ainda estamos em 8%, mas avançamos rapidamente.”

Segundo a Organização de Engenheiros Latinos nos EUA, 4% dos estudantes de engenharia eram latinos em 2010. Em 2021, esse número subiu para 16%. “A percepção e a realidade são completamente diferentes”, concluiu Ramírez.

Para cada dólar enviado em remessas, mexicanos destinam cinco para pagar impostos e serviços nos EUA.

Fonte: DCM

Efeito Lula: indústria brasileira cresce, em 2024, o dobro da média mundial

 

Setor automatizado do setor de indústria de automóveis. Foto: reprodução

A indústria brasileira de transformação registrou crescimento de 4,6% no terceiro trimestre de 2024, revertendo a queda de 1,0% observada no mesmo período de 2023, segundo dados da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). O desempenho foi superior à média mundial, que avançou 2,3% no período, com desaceleração nos países desenvolvidos e na China.

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) atribui o avanço ao ciclo de juros baixos e melhores condições de crédito em 2024, além do dinamismo da demanda interna, impulsionada por programas sociais, redução da inflação e melhora no mercado de trabalho. Porém, especialistas alertam que a retomada pode perder força com o novo ciclo de alta de juros anunciado pelo Banco Central.

Em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 12,25% ao ano e indicou novos aumentos em janeiro e março de 2025, podendo atingir 14,25%, patamar semelhante ao ápice da crise econômica de 2015-2016. Para o economista do Iedi, Rafael Cagnin, o aperto monetário pode prejudicar a expansão industrial.

“Não acredito que vá reverter o crescimento, mas com certeza prejudicará. Pela primeira vez em uma década, a indústria total cresce com vigor sem retração no ano anterior”, afirmou Cagnin em entrevista à Folha de S.Paulo. Ele também alerta que a pressão por custos maiores e a maior concorrência externa podem reduzir o diferencial de crescimento da indústria brasileira em relação ao restante do mundo.

Internacionalmente, a desaceleração da indústria na China e na Europa, além da política protecionista de Donald Trump, são desafios adicionais. O aumento de tarifas sobre produtos chineses pode intensificar a concorrência no mercado interno brasileiro e em outros destinos de exportação.
Decretos assinados por Trump podem mudar o cenário da indústria brasileira. Foto: reprodução

Adicionalmente, o abandono dos EUA de compromissos climáticos internacionais, como o Acordo de Paris, pode prejudicar o Brasil ao diminuir os esforços globais pela transição energética, avaliou Cagnin.

Apesar dos riscos, há fatores que podem mitigar os impactos econômicos no curto prazo. Entre eles estão os programas do BNDES que incentivam inovação, digitalização e sustentabilidade, além do programa de depreciação superacelerada, que estimula investimentos.

A desvalorização do real frente ao dólar também favorece a produção nacional, embora ainda haja desafios com a importação de insumos e bens de consumo.

“O câmbio precisa de previsibilidade para beneficiar efetivamente a indústria. Alterações bruscas em momentos de incerteza criam mais volatilidade do que ganhos para o setor produtivo”, ressaltou Cagnin.

Enquanto isso, o governo e o setor industrial enfrentam o desafio de equilibrar a política monetária, a competitividade externa e o avanço sustentável para manter a trajetória de crescimento em 2025.

Fonte: DCM

Glauber Braga: ‘a coragem de Gustavo Petro deve inspirar o Brasil na luta contra fascistas poderosos’

'Gestos de enfrentamento como o adotado pelo presidente colombiano são importantíssimos', destacou o parlamentar

Glauber Braga (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) publicou nesta segunda-feira (27) uma mensagem de apoio ao presidente colombiano, Gustavo Petro, que proibiu a entrada em seu território de aviões norte-americanos transportando deportados da Colômbia.

“Para além do desfecho, gestos de enfrentamento como o adotado pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, são importantíssimos por servirem de exemplo para o mundo. Fascistas, por mais poderosos que sejam, calculam os próprios prejuízos. A coragem de @petrogustavo deve nos inspirar”, escreveu o parlamentar na rede social X.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que aplicará sanções à Colômbia, como a criação de uma tarifa emergencial de 25% sobre todos os produtos colombianos que entrem nos EUA e a revogação de vistos de autoridades do governo e aliados de Petro.

O Grupo de Puebla, uma coalizão de líderes políticos e intelectuais progressistas da América Latina e da Europa, emitiu um comunicado para repudiar as sanções defendidas pelo governo da extrema-direita norte-americana.

Projeções oficiais apontam que os EUA têm entre 45 milhões e 50 milhões de imigrantes e que cerca de 10 milhões a 15 milhões de estrangeiros de várias nacionalidades devem ser afetados pelas deportações.
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Gustavo Petro. Foto: Luisa Gonzalez / Reuters(Photo: REUTERS/)
Fonte: Brasil 247

'Crise com o Brasil é página virada’, afirma Maduro

Presidente da Venezuela defendeu união diante dos novos desafios geopolíticos em entrevista ao jornalista Breno Altman, de Opera Mundi

Presidentes da Venezuela, Nicolas Maduro, do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Opera Mundi - O presidente venezuelano Nicolás Maduro afirmou que, apesar das diferenças entre os ministérios das Relações Exteriores de Brasil e Venezuela, ambos os países estão comprometidos a superar essas divergências e fortalecer suas relações bilaterais.

A fala de Maduro ocorreu durante a entrevista exclusiva que o líder venezuelano concedeu ao fundador de Opera Mundi, Breno Altman, numa edição especial do programa 20 Minutos:


“(Devemos) ver o novo cenário da geopolítica mundial, a situação da Nossa América e priorizar as relações entre o Brasil e a Venezuela, relações pacíficas, de cooperação, de irmandade, de progresso econômico”, disse.

Sobre o Brasil, Maduro voltou a afirmar que “não houve crise, não há crise, nem haverá crise” entre Caracas e Brasília, apontando que a “única maneira” para que a relação mantenha um vínculo é através do “entendimento pela América Latina, pelo Caribe, pela paz e pelo desenvolvimento dos nossos países”.

O governo Lula não reconheceu a vitória de Maduro na eleição presidencial de 28 de julho, mas enviou uma representação diplomática à sua posse. Além disso, o Brasil vetou a entrada de Caracas ao BRICS, culminando em um acirramento da relação entre os países.

Maduro avalia que é necessário “olhar para o futuro” e que aconteçam avanços no “reconhecimento daquilo que já é uma realidade, que a Venezuela pertence ao BRICS”.

Veja trechos da entrevista de Breno Altman com Nicolás Maduro:

Breno Altman: presidente Nicolás Maduro, queria começar nossa entrevista com uma pergunta que está na cabeça de muita gente. Alguns governos estrangeiros, como o dos Estados Unidos, não reconheceram sua vitória no dia 28 de julho, chegando até mesmo a anunciar que reconheciam Edmundo González como presidente eleito. O senhor considera que sua posse em 10 de janeiro e o enfraquecimento da extrema direita vão pôr fim a esta controvérsia?

Nicolás Maduro: o enfraquecimento e a derrota da extrema direita fascista na Venezuela, que intoxicou e contaminou a direita e a centro-direita em toda a América Latina e o Caribe durante mais de 20 anos, é a expressão de que tudo o que fizeram com eles nas redes, na mídia, toda a operação em torno dessa candidatura foi uma operação orquestrada pelo governo dos Estados Unidos que acabou de sair, que se aproveitou das negociações com a diplomacia do engano , a diplomacia da cenoura, e não falou com clareza nem seriedade.

Na verdade, todos os acordos que fizemos foram totalmente violados e desrespeitados por eles, nunca foram cumpridos, apenas serviram de pretexto para preparar mais uma vez o terreno para a desestabilização da Venezuela. Conseguimos consolidar, depois de 2017, um processo de paz e de estabilidade política. Em 2017 e 2018, sofremos um bombardeio de mísseis, de sanções, que nos causaram grandes prejuízos econômicos.

Então, em 2019, o governo da época, os funcionários da época: John Bolton, Mike Pence, John Kelly, Mike Pompeo, elaboraram o projeto Guaidó e convenceram o presidente na época, Donald Trump, de que era muito fácil nomear e reconhecer um presidente chamado Guaidó, que ninguém conhecia, e que isso implicaria imediatamente na tomada da Venezuela, um golpe de Estado internacional. Conseguimos denunciá-lo, enfrentá-lo, derrotá-lo e, em meio a essa luta, conseguimos recuperar a sociedade e a economia. Em meio a essa estabilidade duramente conquistada, com nosso próprio esforço, o governo de Joe Biden perdeu, infelizmente, uma oportunidade de ouro de se entender conosco, de respeitar os acordos conversados e assinados, e concebeu um Guaidó 2.0, como ele é chamado, Guaidó parte 2, que acabou tendo um fim muito ruim, Guaidó parte 2 acabou tendo um fim muito ruim. Portanto, eles já sabiam a jogada há muito tempo, fizeram de tudo.

Aqui na Venezuela, foram investidos nada menos que um bilhão de dólares pela oligarquia, chamada de oligarquia tecnológica, donos das grandes redes, todas as redes se voltaram contra nós: Facebook, Instagram, X, antigo Twitter; TikTok, e criaram uma situação nacional e internacional que acreditavam ser infalível.

Sofremos isso no dia 28 de julho, algo que eu denunciei imediatamente, no dia 29 de julho, como o primeiro golpe ciberfascista da história moderna da América Latina, e poderia dizer da humanidade, o derrotamos em 48 horas, e fomos consolidando a vitória. O país está em paz, as instituições estão funcionando, os cinco poderes públicos estão funcionando, a economia está crescendo, se recuperando. E a grande maioria dos venezuelanos, como mostram todas as pesquisas, mais de 80% repudia essas tentativas de golpe, 80% dos venezuelanos querem virar a página dessa desestabilização e que se siga um rumo seguro de crescimento, recuperação e respeito pela Venezuela.

Presidente, o que o senhor responde aos que afirmam que houve fraude no dia 28 de julho?

Isso não é a primeira vez, não há nada de novo. Temos sido acusados, desde o início da Revolução Bolivariana, de algo impossível de fazer, a Venezuela construiu um sistema eleitoral absolutamente auditável.

Digam-me, em que parte do mundo existe um sistema eleitoral que é auditado 15 vezes? Foram 15 auditorias! Antes, durante e depois do processo, só na Venezuela.

Portanto, simplesmente, nosso povo sabe, as instituições sabem, o Supremo Tribunal de Justiça fez uma avaliação tremenda do processo e ficou demonstrado, tal como nas 31 eleições anteriores que realizamos – realizámos 31 eleições em 25 anos, um recorde mundial – ficou demonstrado, tal como nas 31 eleições anteriores, que se trata de um processo em que prevaleceu a soberania popular.

O governo do presidente Lula, do meu país, o Brasil, também não reconheceu sua vitória em 28 de julho, mas enviou uma representação diplomática à sua posse. Considera que a crise com o Brasil pode ser ultrapassada a curto prazo?

Com o Brasil não houve crise, não há crise, nem haverá crise. Há simplesmente diferenças entre os ministérios das Relações Exteriores, diferenças com assessores; de lá, de cá. E, bom, a obrigação do presidente Lula e do presidente Nicolás Maduro é se entenderem pelos nossos países, virar a página, ver o novo cenário da geopolítica mundial, a situação da Nossa América e priorizar as relações entre o Brasil e a Venezuela, relações pacíficas, de cooperação, de irmandade, de progresso econômico.

Se você soubesse quantos investidores do Brasil estão chegando à Venezuela, no ramo de petróleo, gás, petroquímica, energia e turismo. Temos este caminho traçado e se há diferenças de opinião, a única forma é falar, se comunicar. Nosso ministro das Relações Exteriores está em comunicação constante e fluida com o ministro das Relações Exteriores Mauro (Vieira). A única maneira, o único caminho que temos é o do entendimento, pela América Latina, pelo Caribe, pela paz e pelo desenvolvimento dos nossos países.

Presidente, o que a mudança de governo nos Estados Unidos, do democrata Joe Biden para o republicano Donald Trump, significa para a Venezuela? O senhor acha que o novo presidente vai repetir a política agressiva do seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, quando chegou a ameaçar a Venezuela com agressão militar?

Você pergunta: o que é que isso significa para a Venezuela? Eu te respondo que para a Venezuela significa uma oportunidade de abrir as portas a um novo tipo de relação em que todos ganham. Isso é o que significa para nós.

E para o mundo?

Para o mundo, significa grandes mudanças que estão em pleno andamento, e certamente veremos turbulências, problemas, mas também o reconhecimento de que já existe um mundo multicêntrico, pluripolar, e que o mundo multicêntrico pluripolar prevalecerá, e esperamos que se cumpra o que o presidente Trump ofereceu: que haja paz, que não haja mais guerra, que acabe a guerra e que todas as outras questões sejam resolvidas através da diplomacia e da paz.

Há setores da esquerda que o criticam por adotar medidas liberais na economia. Como responde a esse tipo de crítica?

Bom, eu teria que ouvir as críticas, porque depois de uma guerra econômica que ainda se mantém, depois de um bloqueio que se mantém, você tem que ver, se você produziu ou não produziu, porque muitas pessoas criticam, eu ouço todas, estudo todas e se encontro alguma razão, alguma crítica, na prática, na ação, eu dou a razão e faço a retificação. Mas nós tivemos o cuidado de construir o nosso próprio plano econômico e posso dizer com orgulho, como disse no dia 10 de janeiro quando tomei posse, que o nosso pensamento econômico nesta fase é Made in Venezuela, é nosso, aqui nós não aplicamos políticas nem do Fundo Monetário Internacional nem do Banco Mundial, não temos nada a ver com o neoliberalismo, nem com o do fascista do Milei, nem o neoliberalismo ao estilo do Fundo Monetário.

Aqui na Venezuela tudo o que se faz é feito em diálogo nacional, temos grandes consensos em matéria econômica e podemos ter o orgulho de haver construído, no meio da mais terrível guerra econômica que foi feita contra nós, desde dentro e desde fora, no meio de sanções econômicas que nos fizeram perder 99% da nossa renda, construímos o nosso próprio caminho com pensamento próprio. Assim, não nos subestimem mais, alguma capacidade tivemos. Deveriam dar um Prêmio Nobel da Economia ao povo da Venezuela.

Fonte: Brasil 247 com Opera Mundi

Bolsa rompe os 124 mil pontos, melhor fechamento de 2025

Foi uma sessão descolada de Wall Street (EUA), que sofreu nesta segunda-feira com forte correção no setor de tecnologia

Tela de cotações da B3 em São Paulo - 6/7/2023 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou o primeiro pregão da semana com o Ibovespa acima dos 124 mil pontos, o que não havia acontecido ainda neste ano, em sessão descolada de Wall Street, que sofreu nesta segunda-feira com forte correção no setor de tecnologia.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,84%, a 124.695,51 pontos, de acordo com dados preliminares, tendo marcado 124.801,72 pontos na máxima e 122.206,78 pontos na mínima do dia.

O volume financeiro no pregão somava 21 bilhões de reais antes dos ajustes finais.

Fonte: Brasil 247

Governo desmente fake news sobre suposta "privatização de terras indígenas"

Acordo entre MPI e Ambipar não transfere gestão de terras indígenas

Terra Indígena (Foto: Lidiane Ribeiro/Ibama)

O governo federal veio a público desmentir as notícias falsas referentes a uma suposta "privatização das terras indígenas" no país. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República reforçou que o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) implementa rigorosamente as garantias da Constituição, que torna essas terras inalienáveis e imprescritíveis.

O acordo firmado pelo MPI com a empresa Ambipar, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, trata de um protocolo de intenções, sem transferência de verbas públicas ou responsabilidades estatais, segundo a nota divulgada nesta segunda-feira (27).

"O presente protocolo assim como outras iniciativas que poderão, conforme cada comunidade decidir, qualificar e fortalecer, reflete o compromisso do Governo Federal, especialmente do Ministério dos Povos Indígenas, em ampliar parcerias para a promoção dos direitos dos povos indígenas no Brasil", diz a nota.

O acordo tem como objetivo fortalecer a infraestrutura para o combate a incêndios, aprimorar a gestão e destinação de resíduos, expandir o monitoramento das terras indígenas e facilitar o acesso a insumos essenciais demandados pelos povos indígenas, conforme divulgou a Ambipar.

O objetivo é fortalecer a gestão territorial indígena em consonância com a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI) e compromissos internacionais, como a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas, disse o documento.

Fonte: Brasil 247

Eleição para nova Mesa Diretora da Câmara será realizada no dia 1º de fevereiro

Cronograma para formalização dos blocos parlamentares, para a escolha dos cargos da Mesa e o registro das candidaturas foi publicado
Depositphotos
      Plenário Ulysses Guimarães, onde será feita a eleição da nova Mesa da Câmara

A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados e para os demais cargos da Mesa Diretora foi marcada para o dia 1º de fevereiro, sábado. O mandato é de dois anos e, para ser eleito, o candidato precisa de maioria absoluta dos votos em primeira votação (257) ou ser o mais votado no segundo turno. O início da primeira sessão preparatória, na qual será eleito o presidente, está marcado para as 16 horas, no Plenário Ulysses Guimarães.

O cronograma para formalização dos blocos parlamentares, para a escolha dos cargos da Mesa e o registro das candidaturas foi publicado nesta quarta-feira (15). Em ofício assinado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), está definido o prazo limite para formação de blocos parlamentares até 9 horas do dia 1º de fevereiro de 2025. Em seguida, às 11 horas, haverá reunião de líderes para a escolha dos cargos da Mesa Diretora. O prazo limite para o registro das candidaturas é até 13h30 de 1º de fevereiro, e a sessão preparatória para a eleição da Mesa foi confirmada para 16 horas do mesmo dia.

O ofício também estabelece que a eleição será realizada de forma presencial, com urnas dispostas no Salão Verde e no Plenário. O documento informa, ainda, que foi convocada sessão conjunta do Congresso Nacional para o dia 3 de fevereiro (segunda-feira), às 15 horas, para a inauguração da sessão legislativa.

Blocos

Os blocos parlamentares, cujo objetivo é aumentar a representatividade na composição dos órgãos da Casa, são formados no dia 1º de fevereiro do primeiro ano da nova legislatura e valem para a distribuição das presidências das comissões pelos quatro anos seguintes.

Já para a eleição da Mesa Diretora, que é feita a cada dois anos, podem ser formados novos blocos para composição dos cargos pelos partidos.

Candidatos

Os deputados Hugo Motta (Republicanos-PB) e Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) são, até agora, os dois deputados que se declararam oficialmente como candidatos à presidência da Câmara.

Hugo Motta é médico e foi eleito deputado federal pela primeira vez em outubro de 2010. Ele é titular da Comissão de Finanças e Tributação. Em 2015, foi presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou denúncias de corrupção na Petrobras e, em 2023, foi relator da PEC dos Precatórios, que limitou o valor de despesas anuais com precatórios. É autor de 32 projetos de lei e de 18 propostas de emenda à Constituição.

Henrique Vieira é ator, poeta, professor e pastor da Igreja Batista. Tem 37 anos e está em seu primeiro mandato como deputado federal. Integrou a CPI que investigou os atos golpistas de 8 de janeiro. Já foi vice-líder do governo e integrante de diversas comissões na Casa. É autor do Projeto de Lei 2753/24, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade de aulas de prevenção a abusos sexuais.

Mesa Diretora
A Mesa Diretora é responsável pela direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos da Casa. Entre suas atribuições, também está a promulgação de emendas à Constituição, juntamente com o Senado.

A Mesa compõe-se da Presidência (presidente e dois vice-presidentes) e da Secretaria — formada por quatro secretários e quatro suplentes.



Fonte: Agência Câmara de Notícias

Lula deve participar de cúpula da Celac sobre Trump por videoconferência

O encontro foi convocado diante da crise migratória desencadeada pelas políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

 Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em Brasília 25/10/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu não viajar a Honduras para participar da reunião de emergência da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), marcada para esta quinta-feira (30), informou o site Metrópoles. O encontro foi convocado pela presidente de Honduras, Xiomara Castro de Zelaya, atual líder do bloco.

Embora tenha descartado a viagem presencial, o Palácio do Planalto avalia a possibilidade de participação de Lula de forma virtual. A reunião abordará, entre outros temas, questões ambientais, a "unidade latino-americana" e a crise migratória desencadeada pelas políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Nesta segunda-feira (27), Lula esteve com o chanceler Mauro Vieira para debater a crise migratória, após brasileiros deportados pelo governo estadunidense relatarem agressões por parte de agentes dos EUA no último fim de semana.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Fernando Diniz é demitido do Cruzeiro, após comandar time por 4 meses

Em 20 jogos, técnico somou 4 vitórias, 9 empates e 7 derrotas

Fernando Diniz (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

Agência Brasil - O Cruzeiro anunciou nesta segunda-feira (27) que Fernando Diniz não é mais técnico do time de futebol masculino, dois dias após o clube empatar em casa com o Betim (1 a 1), o segundo tropeço seguido da Raposa no Campeonato Mineiro – na rodada anterior fora derrotado pelo Athletic Club (1 a 0), no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O time também não foi bem na Flórida Cup Séries, nos Estados Unidos, na segunda quinzena deste mês. Empatou duas vezes, a primeira com o São Paulo e depois não saiu do 0 a 0 como o Atlético-MG.

Há 18 dias, Diniz havia renovado com o Cruzeiro até o final deste ano. O ex-treinador da seleção brasileira chegou ao clube em setembro, mas a campanha irregular no fim do ano passado frustrou os torcedores: o time foi vice-campeão da Copa Sul-Americana, após derrota por 3 a 1 para o Racing (Argentina), e encerrou o Brasileirão em nono lugar, fora da zona de classificação para a Libertadores 2025, após empates em 1 a 1 em rodadas decisivas (contra Grêmio e Bragantino) .

Do total de 20 partidas com Diniz à beira do gramado, o Cruzeiro somou apenas quatro vitórias, empatou nove vezes e perdeu outras sete. Além da demissão de Diniz, também foi anunciada a saída do auxiliar Eduardo Barros e o preparador físico Wagner Bertelli.

A partir desta segunda (27), o auxiliar técnico fixo Wesley Carvalho comandará os treinamentos do Cruzeiro de forma interina.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Covid-19: China rebate CIA e reforça conclusão da OMS contra hipótese de vazamento em laboratório

Porta-voz chinesa criticou os Estados Unidos por politizarem e usarem a questão da pandemia como instrumento de ataque contra outros países

Bandeiras da China e dos EUA (Foto: Reuters)

A China descartou, nesta segunda-feira (27), a teoria de que a COVID-19 teria se originado de um vazamento acidental em laboratório, sugerida recentemente pela CIA. Em entrevista coletiva em Pequim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, classificou a alegação como infundada e defendeu que o tema deve ser tratado com base científica, segundo reportagens da mídia estatal chinesa.

“A origem do coronavírus é uma questão científica e deve ser determinada por cientistas em um espírito científico. A hipótese de vazamento em laboratório é altamente improvável”, afirmou Mao, de acordo com o portal AA.

A declaração veio após novos relatos de que a CIA estaria apoiando a tese de que a pandemia poderia ter surgido devido a um acidente em laboratórios de alta segurança em Wuhan, e não por meio de transmissão natural em um mercado de animais na cidade. De acordo com essas informações, a agência norte-americana teria chegado à conclusão após uma análise mais detalhada das condições desses laboratórios antes do início do surto, em dezembro de 2019.

A porta-voz chinesa refutou as alegações e destacou as conclusões de uma investigação conjunta entre a China e a Organização Mundial da Saúde (OMS), realizada em 2021. Segundo o relatório da época, a possibilidade de um vazamento em laboratório foi considerada “altamente improvável”. Mao também ressaltou que essas conclusões foram amplamente aceitas pela comunidade científica e internacional.

“A equipe de especialistas da China e da OMS chegou a essa conclusão com base em visitas presenciais a laboratórios relevantes em Wuhan e trocas aprofundadas com pesquisadores científicos. Essa determinação tem sido amplamente reconhecida pela comunidade científica mundial”, acrescentou Mao.

A disputa em torno da origem da COVID-19 voltou a ganhar força com as recentes declarações da CIA - logo após a posse do presidente Donald Trump.

Além de descartar a teoria do vazamento, Mao Ning criticou os Estados Unidos por politizarem e usarem a questão como instrumento de ataque contra outros países. Ela pediu que Washington compartilhe dados de possíveis casos iniciais com a OMS e esclareça dúvidas sobre seus próprios laboratórios biológicos.

“O governo dos EUA deveria parar de politizar e instrumentalizar a questão da origem do coronavírus, parar de difamar outros países e transferir responsabilidades”, disse Mao. “Deve, em vez disso, responder às preocupações legítimas da comunidade internacional e fornecer dados sobre casos suspeitos iniciais, além de esclarecer questões relacionadas aos laboratórios biológicos americanos."

Fonte: Brasil 247 com portal AA

Aloysio Nunes: uso indevido de algemas viola acordo entre Brasil e EUA

De acordo com o ex-chanceler, não houve "razões sérias de segurança" que justificassem a maneira como os brasileiros foram deportados

Aloysio Nunes (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes (sem partido-SP) afirmou nesta segunda-feira (27) que o acordo firmado entre Brasil e Estados Unidos, em 2017, proíbe o uso "indiscriminado" de algemas e correntes em brasileiros deportados. O ex-chanceler comentou sobre a deportação de 88 brasileiros, que, na última sexta-feira (24), chegaram algemados a Manaus (AM).

“O pacto 'proíbe o uso indiscriminado de algemas e correntes', ou seja, o uso que não se justifique por razões sérias de segurança. O acordo também preconiza o tratamento digno e respeitoso dessas pessoas, o que, visivelmente, foi violado neste voo que chegou a Manaus”, disse Nunes em entrevista ao UOL News. “O objetivo era abreviar o tempo deles encarcerados e submetidos a inquéritos, ainda com possibilidade de recursos, para que pudessem responder aqui no Brasil o que tivessem que responder.”

De acordo com o Pew Research Center, o número de brasileiros em situação irregular nos EUA aumentou 53%, ao passar de 150 mil em 2018 para 230 mil em 2022. Comandado por Mauro Vieira, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que mais de 2 milhões de brasileiros vivem nos EUA, entre regulares e irregulares. Estima-se que o território estadunidense tenha entre 45 milhões e 50 milhões de imigrantes.

As deportações foram prometidas pelo então presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano). Segundo Aloysio Nunes, “o problema” do atual chefe da Casa Branca “não tem muito a ver com os imigrantes brasileiros, o discurso dele é mais voltado para os seus eleitores”. “A preocupação dele é com a China, a influência da China na América Latina e a relação com o Brasil no âmbito dos Brics [bloco que reúne países emergentes, incluindo Brasil e China]. É isso que preocupa ele.”

Fonte: Brasil 247 com UOL News