domingo, 26 de janeiro de 2025

Além de Michelle e Eduardo Bolsonaro, quem eram os “radicais” do golpe, segundo delação de Cid

 

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e seu enteado, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos – Foto: Reprodução

Em sua delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid revelou que o núcleo mais radical da trama golpista incluía Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro. De acordo com Cid, ambos incentivavam Jair Bolsonaro a adotar medidas de exceção, acreditando que ele teria apoio popular e de grupos como os CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores). No entanto, eles não estavam sozinhos nessa ala que incentivava o ex-presidente a dar um golpe.

Cid descreveu diferentes grupos ao redor de Bolsonaro no período pós-eleitoral de 2022. O primeiro núcleo, liderado por figuras como Flávio Bolsonaro, Ciro Nogueira e o comandante da Aeronáutica Baptista Júnior, defendia que o ex-presidente aceitasse a derrota e assumisse o papel de líder da oposição.

O segundo grupo, composto por pessoas como o comandante do Exército Freire Gomes, rejeitava os rumos do país, mas não apoiava qualquer tipo de ruptura institucional.

Já o terceiro núcleo, favorável a um golpe, se dividia em duas alas. A menos radical buscava evidências de fraude nas urnas para justificar a medida. A mais extrema, por sua vez, defendia ações imediatas e armadas para interromper a democracia. Entre os integrantes dessa ala estavam Felipe Martins, Onyx Lorenzoni, Gilson Machado, o general Mario Fernandes, e os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES).

Felipe Martins, Onyx Lorenzoni e Gilson Machado, citados por Cid como integrantes da ala mais radical que pressionava Bolsonaro a adotar medidas golpistas, incluindo a assinatura de decretos de exceção – Foto: Reprodução

A defesa de Michelle Bolsonaro classificou as acusações como “absurdas e sem fundamento”, afirmando que nem ela nem sua família estiveram envolvidos em planos golpistas. Eduardo Bolsonaro também negou as declarações, chamando-as de “fantasia”.

Segundo o depoimento de Cid, o grupo mais radical pressionava Bolsonaro a assinar decretos de exceção e acreditava que ele teria apoio das Forças Armadas e de movimentos armados civis. Lorenzoni e outros integrantes se reuniam esporadicamente com Bolsonaro para defender essa postura, conforme revelado pelo depoimento.

O relatório final da PF também incluiu o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que foi classificado por Cid na ala “menos radical”. Ele é acusado de ter usado argumentos falsos para questionar o resultado eleitoral de 2022 e justificar uma suposta fraude nas urnas.

O general Mario Fernandes e os senadores Jorge Seif e Magno Malta

A delação de Cid, divulgada inicialmente em agosto de 2023, trouxe à tona detalhes sobre as articulações golpistas e seus principais apoiadores.

Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República analisar o relatório da Polícia Federal e decidir se apresenta denúncias contra os envolvidos ou arquiva os indiciamentos.

Fonte: DCM

José Dirceu anuncia novo livro sobre os anos de prisão

Obra narra vivências e reflexões do político nos períodos em que esteve detido e analisa os contextos políticos dos governos Dilma, Temer e Bolsonaro

José Dirceu (Foto: Reprodução Youtube)

O ex-deputado e ex-ministro José Dirceu, um dos nomes mais emblemáticos da política brasileira, prepara para o segundo trimestre o lançamento de "Escritos da prisão" (título provisório), o segundo volume de suas memórias. Segundo informações da coluna de Lauro Jardim, do Globo, o livro abrange os três períodos em que o ex-ministro-chefe da Casa Civil esteve preso neste século: entre 2013 e 2014, de 2015 a 2017 e, por fim, de 2018 a 2019. O primeiro volume de suas memórias foi publicado em 2018.

Escrito diretamente nas celas, o livro é resultado de um trabalho meticuloso e pessoal. Dirceu registrou, em mais de mil páginas de anotações diárias, os detalhes de sua rotina na prisão e suas reflexões sobre os acontecimentos políticos que marcaram os governos Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro. "Foi um processo de introspecção e, ao mesmo tempo, de análise do que se passava fora daquelas paredes", revelou uma fonte próxima ao político.

Um aspecto marcante da obra é a ausência de menções à Operação Lava Jato, cuja repercussão foi central na trajetória política e jurídica de Dirceu. Essa decisão, no entanto, tem uma explicação estratégica: a operação será o tema de um terceiro volume de suas memórias, ainda sem previsão de lançamento.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Ministério da Fazenda desmente informações sobre novas medidas econômicas para “acalmar o mercado”

O texto do jornal O Globo afirmava que Haddad e sua equipe teriam elaborado propostas que seriam apresentadas ao presidente Lula

Ministro Fernando Haddad 20/12/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O Ministério da Fazenda publicou uma nota oficial neste domingo (26) desmentindo uma informação divulgada pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, que afirmava que o ministro Fernando Haddad e sua equipe já teriam fechado três propostas para tentar amenizar tensões no mercado financeiro. Segundo o jornal, as medidas, se aprovadas, seriam anunciadas ainda nesta semana. No entanto, a assessoria de comunicação do Ministério esclareceu que a informação não procede e que não há anúncio previsto neste sentido.

Em nota, o Ministério da Fazenda destacou que “não procede a informação” e reiterou que não há novas propostas a serem divulgadas para acalmar o mercado financeiro. A nota também fez referência a uma situação semelhante ocorrida no final de dezembro de 2024, quando o mesmo jornal publicou uma notícia similar, a qual foi desmentida pela pasta.

O texto do jornal O Globo afirmava que Haddad e sua equipe teriam elaborado propostas que seriam apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de convencer o mercado sobre a preocupação do governo com a deterioração do quadro fiscal. No entanto, o Ministério da Fazenda frisou que essa versão não corresponde à realidade.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Aliados tentam convencer Lula sobre 2026 após presidente colocar em dúvida sua candidatura

Auxiliares reconhecem que o presidente não tem a mesma disposição de mandatos anteriores, mas a falta de nomes viáveis o coloca como favorito para 2026

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Aliados tentam convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de concorrer à reeleição em 2026 após ele afirmar, durante reunião ministerial, que ainda não definiu se vai ser candidato. No encontro, Lula afirmou que chegar bem até lá “dependia de Deus” e que gostaria de ter saúde para definir seu sucessor, o que surpreendeu seus auxiliares. As informações são do jornal O Globo.

Ministros e outros profissionais que trabalham e lidam com Lula no dia a dia são categóricos ao afirmar que o presidente demonstra saúde para lidar com o árduo cotidiano da política, mesmo sem apresentar a mesma disposição dos mandatos anteriores . Além disso, aos 79 anos, ele adotou uma rigorosa rotina de cuidados pessoais, auxiliado pela primeira-dama, Janja da Silva.

Aliados reconhecem que Lula está menos acessível em comparação com as gestões anteriores e demonstra impaciência em reuniões. O presidente não realiza mais encontros com ministros nos finais de semana e dedica um tempo menor para reuniões com parlamentares.

Durante o início do governo, Lula passou a realizar reuniões no final da tarde no Palácio da Alvorada, mas após o acidente doméstico que o levou a fazer uma cirurgia de emergência para conter uma hemorragia intracraniana, esses encontros diminuíram. A agenda presidencial tem sido mais flexível e, muitas vezes, modificada de última hora para evitar uma rotina extenuante. Assuntos mais pesados são tratados logo no início do expediente, quando Lula se sente mais disposto.

A cirurgia de emergência de dezembro de 2024, realizada após um mal-estar no Palácio do Planalto, ainda é um episódio que o presidente recorda com frequência. Em conversa com ministros, Lula falou sobre o susto que passou ao ser operado às pressas em São Paulo, após constatar uma hemorragia na cabeça. O médico Roberto Kalil, um dos responsáveis pelo tratamento do presidente, chegou a afirmar que o petista "corria o risco de acontecer o pior". Após a alta hospitalar, Lula foi liberado pelos médicos para exercer suas atividades presidenciais, mas tem expressado dúvidas sobre sua saúde a longo prazo, especialmente para encarar uma campanha em 2026.

“Tenho certeza que o presidente Lula chegará com saúde e apetite em 2026 para defender o nosso governo. A melhor forma de fazê-lo é ser candidato à reeleição”, comentou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Em conversas internas, o petista tem mostrado preocupação com o desgaste que uma candidatura antecipada poderia gerar, especialmente diante da adversidade que ele acredita ter sido a postura de Joe Biden, ex-presidente dos EUA, ao postergar o afastamento e a indicação de Kamala Harris como sucessora. “Não vejo saída fora da candidatura do presidente Lula. Tenho absoluta convicção de que, com a vitalidade e disposição que ele exibe hoje, será nosso candidato”, reforçou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Embora no governo haja uma avaliação cautelosa sobre a reeleição de Lula, interlocutores do petista reconhecem que ele carrega uma força política considerável. O "lulismo", como movimento político, permanece muito maior do que o PT, e seria um risco para o partido lançar outro nome. A falta de sucessores populares no campo da esquerda também reforça a ideia de que a candidatura de Lula é fundamental para garantir a viabilidade do partido em 2026.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Deportados pelos EUA relatam ameaças de agentes americanos: “que se dane seu governo. Se a gente quiser, matamos vocês”

Os brasileiros fizeram uma série de denúncias de abusos cometidos pelos americanos durante o voo

Brasileiros deportados pelos Estados Unidos (Foto: Reprodução X / Paulo Pimenta)

Os brasileiros deportados pelo governo dos Estados Unidos que chegaram algemados e acorrentados ao Brasil relataram momentos de tensão que viveram com os agentes norte-americanos que estavam no voo. De acordo com alguns integrantes do grupo, um agente chegou a ameaçá-los de morte. “Que dane o seu governo. Se a gente quiser, fecha a porta da aeronave, desce a gente e mata vocês”, teria dito um americano. As informações são do Metrópoles.

A decisão de deportar os brasileiros foi tomada ainda durante o governo de Joe Biden, mas o grupo foi o primeiro a ser mandado ao Brasil na nova gestão de Donald Trump, que promete colocar em prática uma política de deportações em massa.

“É triste, porque veio família, crianças. Os americanos são hipócritas, porque eles mesmos falaram ‘que se dane o seu governo. Se a gente quiser aqui, fecha a porta da aeronave, desce a gente e mata vocês’. Ele falou isso para a gente”, relatou Carlos Vínicius de Jesus, um dos deportados.

Os brasileiros fizeram uma série de denúncias de abusos cometidos pelos americanos durante o voo. Segundo os relatos, os deportados estavam algemados durante o voo, enfrentaram dificuldade para respirar e relataram episódios de pessoas passando mal. Muitos tiveram restrições severas para usar o banheiro e para receber água ou alimentos. Os protestos dos passageiros para que as condições fossem amenizadas resultaram em discussões que, de acordo com os depoimentos, levaram às agressões físicas.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Plano golpista: confira a íntegra da primeira delação de Mauro Cid contra Eduardo, Michelle e Bolsonaro

 

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, preso por envolvimento em trama golpista – Foto: Reprodução


Em seu depoimento de colaboração premiada, o tenente-coronel Mauro Cid revelou detalhes sobre supostas articulações golpistas envolvendo Jair Bolsonaro (PL) após a vitória de Lula nas eleições de 2022. Segundo o documento, divulgado pelo colunista Elio Gaspari, da Folha, Cid afirmou que Bolsonaro analisava duas possibilidades para reverter o resultado das eleições: encontrar indícios de fraude nas urnas ou convencer as Forças Armadas a apoiarem um golpe de Estado. O depoimento, prestado em agosto de 2023, também incluiu menções a diversos aliados do ex-presidente.

Entre os envolvidos, Mauro Cid destacou Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro como integrantes da ala mais radical do grupo. Segundo ele, ambos incentivavam o ex-presidente a tomar medidas contra a democracia, argumentando que ele tinha apoio popular e de grupos como os CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores). O depoimento apontou ainda que o círculo próximo a Bolsonaro era composto por pessoas com diferentes graus de radicalismo, algumas dispostas a apoiar diretamente um golpe.

O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Leia o depoimento na íntegra:


O COLABORADOR MAURO CESAR BARBOSA CID, assessorado por seus advogados, manifestou intenção de colaborar, nos termos da lei 12.850/2013, com as investigações desenvolvidas no âmbito os Inquéritos Policiais 2020.0075332 – CGCINT/DIP/PF (Ing. 4781/DF) e 2021.0052061 – CGCINT/DIP/PF (Inq. 4874/DF), que tramitam no Supremo Tribunal Federal, relacionados ao seguintes tópicos: a) ataques virtuais a opositores; b) ataques às instituições (STF, TSE), ao sistema eletrônico de votação e à higidez do processo eleitoral; c) tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito; d) ataques às vacinas contra a Covid-19 e as medidas sanitárias na pandemia e; f) uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens, o qual se subdivide em: f.1) uso de suprimentos de fundos (cartões corporativos) para pagamento de despesas pessoais e; f.2) Inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde para falsificação de cartões de vacina; e f.3) Desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao ex-Presidente da República, JAIR MESSISAS BOLSONARO, ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação com o fim de enriquecimento ilícito; g) outros tópicos que possam surgir no transcorrer da investigação.

A presente oitiva não exaure a coleta de dados relativa aos fatos apurados, em razão da dimensão da investigação referente aos eixos de atuação. O presente ato de colaboração será gravado em mídia audiovisual para garantir a fidelidade das informações prestadas, podendo seu conteúdo ser utilizado nas referidas investigações. Ademais, também será reduzido a termo como forma de facilitar o acesso ao conteúdo pelo juízo e demais atores. Inquiridoa respeito dos fatos investigados no presente ato, o senhor, na presença de seus advogados, reafirma a renuncia ao direito de permanecer em silêncio e o compromisso legal de dizer a verdade?

A Polícia Federal conduz investigação que apura a prática de atos relacionados a uma possível tentativa de execução de um Golpe de Estado e Abolição violenta do Estado Democrático de Direito ocorridos após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

Nesse sentido, INDAGADO sobre os elementos que têm conhecimento em relação aos referidos fatos investigados, respondeu QUE depois que acabou o período eleitoral, o então Presidente JAIR BOLSONARO recebia diversas pessoas, sempre no Palácio da Alvorada; QUE as pessoas que visitavam o então Presidente formavam três grupos distintos; QUE tinha um grupo bem conservador, de linha bem política; QUE aconselhavam o Presidente a mandar o povo para casa, e colocar-se como um grande líder da oposição; QUE diziam que o povo só queria um direcionamento; QUE para onde o PRESDENTE mandasse, o povo iria; QUE o grupo era formado pelo Senador FLÁVIO BOLSONARO, o AGU BRUNO BIANCO, CIRO NOGUEIRA (então Ministro da Casa Civil) e o Brigadeiro BATISTA JUNIOR (então Comandante da Aeronáutica); QUE o outro grupo era formado por pessoas moderadas; QUE apesar de não concordar com o caminho que o Brasil estava indo, com abusos jurídicos, prisões e não concordar com a condução das relações institucionais que ocorriam no país, entendiam que nada poderia ser feito diante do resultado das eleições: QUE qualquer coisa em outro sentido seria um golpe armado; QUE representaria um regime militar por mais 20, 30 anos; QUE esse grupo era totalmente contra isso; QUE o grupo se subdividia em dois:

QUE um primeiro grupo era composto basicamente por generais da ativa que tinham mais contato com o então Presidente da República JAIR BOLSONARO; QUE eram as pessoa que o então PRESIDENTE mais gostava de ouvir; QUE o grupo era composto pelo COMANDANTE DO EXÉRCITO GENERAL FREIRE GOMES; pelo GENERAL ARRUDA, chefe do DEC -Departamento de Engenharia e Construção; pelo GENERAL TEOFILO, chefe do COTER- Comando de Operações Terrestres; pelo GENERAL PAULO SERGIO, então Ministro da Defesa; QUEesse grupo temia que o grupo radical trouxesse um assessoramento e levasse PRESIDENTE JAIR BOLSOANRO assinar uma “doidera”: QUE o GENERAL FREIRE GOMES estava muito preocupado com essa situação, com que poderia acontecer com esse pessoal que ia para o Palácio da Alvorada; QUE estavam preocupados com o grupo radical que estava tentando convencer o então Presidente a fazer “alguma coisa”, um golpe:QUE havia um outro grupo de moderados que entendia que o ex-Presidente deveria sair do país; QUE o próprio colaborador sugeriu que o ex-presidente deveria sair do país; QUE o grupo era composto pelo PAULO JUNQUEIRA, empresário do agronegócio, que financiou a viagem do presidente para os EUA; por NABAN GARCIA, que ocupou algum cargo na secretaria de agricultura, e por fim o senador MAGNO MALTA que tinha uma posição mais radical e se juntou ao referido grupo entendendo que o presidente deveria deixar o país; QUE o terceiro grupo, denominado pelo colaborador como “radicais”, era dividido em dois grupos; Que o primeiro subgrupo “menos radicais” que queriam achar uma fraude nas urnas; QUE o segundo grupo de “radicais” era a favor de um braço armado. QUE gostariam de alguma forma incentivar um golpe de Estado; QUE queria que ele assinasse o decreto; QUE acreditavam que quando o Presidente desse a ordem, ele teria apoio do povo e dos CACS: QUE “romantizavam” o art. 142 da Constituição Federal como o fundamento para o Golpe de Estado: QUE o primeiro grupo que defendia a identificação de uma possível fraude nas umas era o que o ex-Presidente mais pressionava; QUE JAIR BOLSONARO queria uma atuação mais contundente do GENERAL PAULO SÉRGIO em relação à Comissão de Transparência das eleições montada pelo Ministério da Defesa; QUE JAIR BOLSONARO queria que o documento produzido fosse “duro”: QUE o grupo era composto pelo GENERAL PAZZUELLO, pelo PRESIDENTE DO PL VALDEMAR DA COSTA NETO, pelo MAJOR DENICOLE e por um grupo de pessoas que prestavam assessoramento tecnico:

QUE nessa época após o segundo tumo, recebiam muitas informações de fraudes; QUE o presidente repassa as possíveis denúncias para os GENERAIS PAZZUELLO e PAULO SERGIO para que fossem apuradas; QUE o grupo tentava encontrar algum elemento concreto de fraude, mas a maloria era explicada por questões estatísticas: QUE as informações estatísticas foram tratadas pelo MAJOR DENICOLE: QUE O MAJOR DENICOLE era quem geralmente trazia os dados ao ex-presidente; QUE o grupo não identificou nenhuma fraude nas umas; QUE a única coisa substancial que encontraram foi a questão das umas antigas que ensejou a ação do PL; QUE o Senador HEINZ, que também integrava esse grupo, usava um documento do Ministério Publico militar que dizia que como o país estava em GLO, para garantia das eleições, o Senador entendia que as forças armadas poderiam pegar uma uma, sem autorização do TSE ou qualquer instancia judicial, para realização de testes de integridade; QUE o senador encaminhava esse entendimento tanto ao Colaborador, quanto ao ex-presidente JAIR BOLSONARO para que repassassem esse entendimento ao Ministro da Defesa; QUE o ex- presidente não encampou esse entendimento; QUE o ex-Diretor-Geral da PRF SILVINEI VAQUES era politizado; QUE ele comparecia a todos os eventos políticos; QUE ele esteve com o ex-Presidente por algumas ocasiões durante o período pré-eleitoral; QUE não informar o que tratavam; QUE a questão de compra de votos era um preocupação constante do ex-Presidente; que reclamava de maneira genérica; QUE não participava das reuniões entre o ex-Presidente e os Ministros e os Generais; QUE esse grupo tinha ligação com o Argentino; QUE quanto a parte mais radical, não era um grupo organizado, eram pessoas que se encontravam com presidente, esporadicamente, com a intenção de exigir uma atuação mais contundente do então Presidente; QUE uma dessas pessoas era FELIPE MARTINS, ex-assessor internacional do ex-presidente e ligado à área mais ideológica; QUE FELIPE MARTINS vinha acompanhado de um jurista, que não se recorda um nome;

QUE o colaborador se recorda que o referido jurista escreveu livros sobre Garantias Constitucionais; QUE os encontros ocorreram em meados de novembro de 2022; QUE em um dos encontros o jurista também foi acompanhado de um padre; QUE foram mais de dois encontros dessas pessoas com o ex-Presidente JAIR BOLSONARO; QUE FELIPE MARTINS juntamente com esses juristas apresentaram um documento ao Presidente JAIR BOLSONARO, no Palácio da Alvorada; QUE o documento tinha várias páginas de “considerandos”, que retratava as interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e no final era um decreto que determinava diversas ordens que prendia todo mundo; QUE determina as prisões dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, dentre eles ALEXANDRE DE MORAES, GILMAR MENDES e outros; QUE determinava também a prisão do Presidente do Senado RODRIGO PACHECO e de outras autoridades que de alguma forma se opunham ideologicamente ao ex-presidente; QUE decretava novas eleições; QUE não dizia quem iria fazer, mas sim, o que fazer, QUE o ex-presidente recebeu o documento, leu e alterou as ordens, mantendo apenas a prisão do Ministro ALEXANDRE DE MORAES e a realização de novas eleições devido a fraude no pleito; QUE o colaborador teve ciência do documento quando FELIPE MARTINS apresentou ao colaborador o documento impresso e de forma digital para que fossem feitas as correções; QUE FELIPE MARTINS tinha uma versão digital em seu notebook, que levou para a reunião; QUE FELIPE MARTINS não alterou o documento, conforme pedido pelo então PRESIDENTE JAIR BOLSONARO, naquele momento; QUE alguns dias depois FELIPE MARTINS retomou juntamente com o jurista trazendo o documento alterado conforme solicitado pelo então PRESIDENTE JAIR BOLSONARO, no Palácio da Alvorada; QUE o presidente concordou com os termos ajustados e em seguida mandou chamar, no mesmo dia, os Generais, comandantes das forças; QUE participaram o ALMIRANTE GARNIER, GENERAL FREIRE GOMES e o BRIGADEIRO BATISTA JUNIOR;

QUE nessa reunião com os Generais o presidente apresentou apenas os “considerandos” (fundamentos dos atos a serem implementados) sem mostrar as ordens a serem cumpridas (prisão do Ministro ALEXANDRE DE MORAES e a realização de novas eleições); QUE na reunião com as Generais, FELIPE MARTINS foi explicando cada item; QUE o colaborador participou da reunião, operando a apresentação no computador; QUE o ex-presidente queria pressionar as Forças Armadas para saber o que estavam achando da conjuntura; QUE queria mostrar a conjuntura do país: QUE o colaborador saiu da sala, não participando do restante da reunião QUE depois o GENERAL FREIRE GOMES relatou ao colaborador o conteúdo do que conversaram; QUE o ex-presidente apresentou o documento aos GENERAIS com intuito de entender a reação dos comandantes das forças em relação ao seu conteúdo; QUE o ALMIRANTE GARNIER, comandante da Marinha, era favorável a um intervenção militar, afirmava que a Marinha estava pronta para agir: QUE aguardava apenas a ordem do ex-presidente JAIR BOLSONARO; QUE no entanto, o ALMIRANTE GARNIER condicionava a ação de intervenção militar à adesão do Exército, pois não tinha capacidade sozinho; QUE o Brigadeiro BATISTA JUNIOR, comandante da aeronáutica, era terminantemente contra qualquer tentativa de golpe de Estado; QUE afirmava de forma categórica que não ocorreu qualquer fraude nas eleições presidenciais;

QUE o GENERAL FREIRE GOMES, era um meio-termo dos outros dois Generais; QUE ele não concordava como as coisas estava sendo conduzidas; QUE no entanto, entendia que não caberia um golpe de Estado, pois entendia que as instituições estavam funcionando; QUE não foi comprovado fraude nenhuma; QUE não cabia às Forças Armadas realizar o controle Constitucional; QUE dizia que estavam “romantizando” o art. 142 da CF; QUE dizia que tudo que acontecesse seria um regime autoritário pelos próximos 30 anos, decorrente de um Golpe Militar, QUE o ex-Presidente teve várias reuniões com os Generais; QUE o ex- Presidente JAIR BOLSOANRO não queria que o pessoal saísse das ruas; QUE o ex- Presidente JAIR BOLSOANRO tinha certeza que encontraria uma fraude nas umas eletrónicas e por isso precisava de um clamor popular para reverter a narrativa; QUE o ex- Presidente estava trabalhando com duas hipóteses: a primeira seria encontrar uma fraude nas eleições e a outra, por maio do grupo radical, encontrar uma forma de convencer as Forças Armadas a aderir a um Golpe de Estado; QUE o ex-Presidente não interferia nos manifestantes que estavam nas ruas; QUE o ex-Presidente pediu apenas para que os caminhoneiros não parassem o país; QUE acredita que os militares não adeririam a uma ideia de golpe de Estado; QUE como não teve apoio dos Comandantes do Exército e da Aeronáutica, a proposta de FELIPE MARTINS não foi executada: QUE acredita que o ex- Presidente não assinaria esse documento; QUE as outras pessoas que integravam essa ala mais radical era composta pelo ex-ministro ONIX LORENZONE, pelo atual SENADOR JORGE SEIFF, o ex-ministro GILSON MACHADO, SENADOR MAGNO MALTA, DEPUTADO FEDERAL EDUARDO BOLSONARO, GENERAL MARIO FERNANDES (secretário executivo do General RAMOS); QUE GENERAL MARIO FERNANDES atuava de forma ostensiva, tentando convencer os demais integrantes das forças a executarem um golpe de Estado; QUE compunha também o referido grupo a ex- primeira dama MICHELE BOLSONARO; QUE tais pessoas conversavam constantemente com o ex- Presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado; QUE afirmavam que o ex-Presidente tinha o apoio do povo e dos CACs para dar o golpe; QUE não sabe se essas pessoas levavam documentos para o ex-Presidente; QUE não presenciou todos os encontros dessas pessoas radicais com o ex-Presidente; QUE o GENERAL BRAGA NETO conversava constante com o ex-Presidente; QUE ele seria o elo entre os manifestantes e o ex-Presidente; QUE o GENERAL BRAGA NETO atualizava o ex-Presidente sobre as manitestações;

QUE não sabe informar se o GENERAL BRAGA NETO tinha contato com AILTON BARROS; INDAGADO sobre pessoas que exerciam influência em relação às pessoas acampadas e que entraram no Palácio do Alvorada, responde QUE no dia 12/12/2022, após a prisão do CACIQUE SERERE, na saída do palácio da Alvorada, as pessoas de BISMARK e PAULO SOUZA, integrantes do canal do YouTube HIPÓCRITAS e OSWALDO EUSTAQUIO, com meo de também serem presos, ligaram para o ex-presidente JARI BOLSONARO; QUE JARI BOLSONARO mandou que autorizasem a entrada de BISMARK e PAULO SOUZA e OSWALDO EUSTAQUIO no Palácio da Alvorada; QUE a intenção era evitar que fossem presos; QUE após a advertência do colaborador de que a permanência de OSWALDO EUSTÁQUIO no Palácio da Alvorada poderia causar problemas, o ex-Presidente determinou que um carro da Presidência levasse OSWALDO EUSTÁQUIO para o local que estava hospedado em Brasilia/DF; QUE os integrantes do HIPÓCRITAS jantaram com o ex-Presidente no Palácio da Alvorada; QUE não se recorda se os referidos jornalistas dormiram no Palácio da Alvorada; QUE os integrantes do HIPÓCRITAS tinham contato direto com o ex-Presidente JAIR BOLSONARO; QUE entendiam que os CACs apoiariam o ex-Presidente em uma tomada de decisão, como um tropa civil em caso de um Golpe; QUE o Deputado Federal EDUARDO BOLSONARO tinha mais contato com os CACs.

Fonte: DCM com informações do colunista Elio Gaspari, da Folha de S. Paulo


Professor que beijou aluna de 12 anos em Balneário (SC) é preso após 2 meses foragido

 

Momento em que o condenado é conduzido pelos agentes policiais após determinação da sentença – Foto: Reprodução
Um professor de matemática, de 46 anos, foi preso pela Polícia Civil em Ascurra, no Vale do Itajaí, após permanecer foragido por mais de dois meses. Condenado a 7 anos, 11 meses e 28 dias de prisão por estupro de vulnerável, ele havia sido flagrado, em 2018, beijando uma aluna de 12 anos em uma praia de Balneário Camboriú, Santa Catarina. Após a prisão, o homem foi levado para o sistema prisional de Blumenau.

O caso ocorreu em dezembro de 2018, quando a atitude do professor chamou a atenção de banhistas que consideraram a relação entre ele e a menina incomum.

De acordo com a delegada Inara Drapalski, “quando a Guarda chegou, eles estavam de mãos dadas”. Na época, o homem foi preso em flagrante, mas acabou sendo solto após uma audiência de custódia, o que gerou críticas.

Fonte: DCM

Mercado acertou apenas 5% das previsões sobre a economia brasileira desde 2021

 

Placa da Avenida Faria Lima, onde estão localizadas as maiores empresas do setor financeiro brasileiro – Foto: Reprodução

Desde 2021, o mercado financeiro errou 95% das previsões relacionadas à economia brasileira e à Bolsa de Valores. Dados divulgados pelo UOL mostram que projeções sobre o Ibovespa, Selic, PIB, dólar e inflação ficaram longe da realidade em quase todos os casos. Apenas uma previsão acertou: o desempenho positivo da Bolsa em 2022.

O levantamento utilizou o boletim Focus do Banco Central e a pesquisa “LatAm Fund Manager Survey” do Bank of America para compilar as estimativas feitas entre 2021 e 2024. Apesar de metodologias estatísticas avançadas, as previsões frequentemente subestimaram ou superestimaram os resultados, como o caso da Selic em 2021, que deveria encerrar o ano em 3,25% e chegou a 9,25%.


Especialistas apontam que a economia brasileira apresenta desafios para projeções devido à sua alta sensibilidade a eventos globais. Álvaro Bandeira, da Apimec, destacou que fatores externos, como guerras e mudanças em economias estrangeiras, têm grande impacto, especialmente em países exportadores de commodities, como o Brasil.

Outro ponto levantado por economistas é que modelos estatísticos baseados em dados do passado não conseguem prever eventos imprevisíveis, como mudanças climáticas severas ou crises inesperadas. Rafael Ribeiro, da UFMG, ressaltou que variáveis imprevistas podem mudar completamente os rumos econômicos.

Apesar dos erros, especialistas defendem que acertar a tendência é mais relevante do que prever números exatos.

Cédulas de dólar

Cédulas de dólares americanos – Agência Brasil
Para a economista sênior do C6 Bank, previsões sobre o dólar em 2023 apontaram corretamente a alta, mesmo que os valores finais tenham variado. A direção das estimativas permite que investidores se preparem com antecedência.

Fonte: DCM

Nulidade cultural bolsonarista, Mario Frias ataca Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui: ‘Desinformação comunista’

 

Deputado Mario Frias ataca o longa ‘Ainda Estou Aqui’ e chama filme de “peça de propaganda e desinformação comunista” – Foto: Reprodução
O deputado federal bolsonarista Mario Frias (PL-SP) usou seu perfil no X neste sábado (25) para atacar o filme “Ainda Estou Aqui”. O parlamentar chamou o longa de “peça de propaganda e desinformação comunista”. O ex-ministro da Cultura do desgoverno de Jair Bolsonaro criticou a indicação do filme ao Oscar 2025 e a atuação de Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro. Segundo ele, o filme “não enriquece a cultura nacional, mas a destrói”.

Frias também afirmou que a obra, baseada no livro de Marcelo Rubens Paiva, é “mera técnica de manipulação psicológica” e acusou a celebração de Fernanda Torres de ser “auto-bajulação de militantes da esquerda”. O longa retrata o assassinato de Rubens Paiva pela ditadura militar e a luta de sua viúva, Eunice Paiva, para proteger a família.

“Uma das piores coisas que um suposto defensor da arte pode fazer é separar o princípio estético do princípio moral”, concluiu o bolsonarista, rechaçado por suas declarações.

Fonte: DCM

'Ainda Estou Aqui' cresce 82% em bilheteria após indicações ao Oscar e se firma como sucesso no Brasil e no exterior

Filme brasileiro projeta o cinema nacional a novos patamares, inspirando cineastas e emocionando plateias ao redor do mundo

(Foto: Divulgação)

 O longa "Ainda estou aqui", dirigido por Walter Salles, continua a quebrar recordes na história do cinema nacional, como destacou o jornal O Globo. Há três meses em cartaz, o filme tem lotado salas de cinema desde sua estreia em outubro de 2024. Após conquistar três indicações ao Oscar, incluindo a inédita categoria de melhor filme, o drama baseado na história real da família de Eunice e Rubens Paiva durante a ditadura militar despertou um renovado interesse do público.

Na sexta-feira, 24 de janeiro, um dia após o anúncio das indicações da Academia, o filme vendeu 48 mil ingressos em 500 salas de exibição no Brasil, um aumento de 82% em relação à sexta anterior. O público acumulado de "Ainda estou aqui" já ultrapassa a marca de 3,7 milhões de espectadores, consolidando-o como o longa brasileiro de maior sucesso desde a pandemia. "O impacto dessas indicações é notável. O público não quer apenas assistir, mas revisitar essa obra que dialoga com nossa história", afirmou uma fonte ligada à produção.

Além de liderar os rankings de público e renda no Brasil, o filme também tem se destacado no circuito internacional. Em Portugal, estreou com sessões lotadas em Lisboa e Porto, liderando as bilheterias com 55 cópias em exibição. Nos Estados Unidos, onde foi lançado em caráter limitado, atingiu a maior média de arrecadação por sala (US$ 22,7 mil) entre todos os longas em cartaz no fim de semana de estreia. Na França, a recepção foi igualmente expressiva, com exibição em 180 complexos e uma média de renda por cinema de US$ 3,1 mil.

O sucesso reflete também no reconhecimento de sua equipe. A atuação de Fernanda Torres, como Eunice Paiva, foi premiada no Globo de Ouro na categoria de melhor atriz em drama. O longa ainda recebeu indicações ao Critics Choice, Bafta e ao próprio Golden Globe como melhor filme internacional.

O filme segue ganhando novos mercados. Na Itália, a estreia está marcada para o dia 30 de janeiro, enquanto Espanha e Inglaterra recebem o longa no dia 21 de fevereiro. "O cinema brasileiro está vivendo um momento único, e 'Ainda estou aqui' é prova de que nossas histórias têm força e alcance universal", declarou Walter Salles em uma entrevista recente.

Com uma narrativa sensível e potente, "Ainda estou aqui" não apenas resgata a memória de um dos períodos mais sombrios da história brasileira, mas também projeta o cinema nacional a novos patamares, inspirando cineastas e emocionando plateias ao redor do mundo.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Mauro Cid revela conversas sobre golpe e divisão entre aliados de Bolsonaro após eleição de 2022

Em delação premiada, ex-assessor detalha grupos radicais e moderados em torno de Bolsonaro após derrota nas eleições, incluindo intervenção militar

(Foto: Marcos Corrêa/PR)

O ex-assessor de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, prestou mais de dez depoimentos confidenciais à investigação sobre os planos golpistas de 2022 e 2023. De acordo com a coluna de Elio Gaspari, publicada no O Globo, os depoimentos estão sob sigilo pelo ministro Alexandre de Moraes, mas o primeiro deles, datado de 28 de agosto de 2023, foi revelado e contém seis páginas detalhadas que mencionam mais de 20 pessoas envolvidas nas articulações.

Cid compartilhou com as autoridades informações sobre três grupos distintos que se formaram em torno de Bolsonaro após sua derrota nas urnas. O primeiro grupo, composto por figuras como o senador Flávio Bolsonaro, o chefe da Casa Civil Ciro Nogueira, o advogado-geral da União Bruno Bianco e o brigadeiro Baptista Júnior, visava transformar Bolsonaro no líder da oposição, sugerindo que o presidente derrotado mandasse seus apoiadores para casa.

O segundo grupo, mais moderado, acreditava que qualquer tentativa de contestar o resultado das eleições representaria um golpe, o que resultaria em um regime militar de longo prazo. Entre seus membros estavam o comandante do Exército, general Freire Gomes, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o general Júlio César de Arruda. Este grupo temia que radicais, como o major da reserva Angelo Denicoli e o senador Carlos Heinze, levassem Bolsonaro a adotar medidas extremas.

Já o terceiro grupo, radical, estava dividido entre dois segmentos. Um procurava provas de fraude nas eleições e chegou a sugerir ações como o sequestro de uma urna eletrônica para "testes de integridade". O outro grupo, mais extremista, defendia uma ação armada. Cid relatou que, embora não tenha revelado os nomes dos envolvidos, essa ala radical já planejava uma forma de convencimento das Forças Armadas para apoiar um golpe de Estado.

As revelações mais alarmantes surgiram em novembro de 2022, quando o assessor Filipe Martins levou até Bolsonaro uma proposta de documento jurídico que pedia a anulação das eleições e a prisão de diversos ministros, como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além de figuras como o senador Rodrigo Pacheco. Bolsonaro recebeu várias versões desse documento e, após modificá-lo, incluiu os comandantes militares em uma reunião no Palácio da Alvorada para discutir a minuta. O almirante Garnier, da Marinha, foi favorável à intervenção militar, mas condicionou a ação ao apoio do Exército, enquanto o brigadeiro Baptista Júnior se opôs veementemente à ideia de um golpe, declarando que não havia evidências de fraude eleitoral.

Mauro Cid relatou que, sem o respaldo das Forças Armadas, Bolsonaro não teria seguido adiante com o plano. "Ele estava trabalhando com duas hipóteses: a primeira, encontrar uma fraude nas eleições, e a segunda, convencer as Forças Armadas a aderir a um golpe de Estado", detalhou. Ele também mencionou que figuras como o ex-ministro Onyx Lorenzoni, o atual senador Jorge Seif, o ex-ministro Gilson Machado e outros aliados de Bolsonaro estavam envolvidos nas articulações mais radicais.

Por fim, Cid mencionou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como integrante deste grupo, o que amplia o espectro de figuras próximas a Bolsonaro que estavam tentando minar a ordem democrática no Brasil. O depoimento de Cid é um dos mais impactantes e comprometedores da investigação, que segue sob a supervisão do ministro Alexandre de Moraes.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Ministério da Saúde realiza maior número de cirurgias eletivas da história do SUS

Em 2024, o SUS realizou 13,6 milhões de procedimentos, um aumento de 32% em relação a 2022, com foco na redução das filas e qualificação do atendimento

Luiz Inácio Lula da Silva e Nísia Trindade (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

O Ministério da Saúde do Brasil anunciou a realização do maior número de cirurgias eletivas da história do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2024, foram realizados 13.663.782 procedimentos, superando em 10,8% o total de 2023, quando o número de operações ficou em 12.322.368. Em comparação a 2022, o crescimento é ainda mais expressivo: 32%, já que naquele ano foram realizadas 10.314.385 cirurgias. Isso representa um aumento de 3.349.397 procedimentos eletivos no SUS.

Entre os esforços para melhorar o atendimento, o Programa Nacional de Redução das Filas, focado em cirurgias prioritárias, também obteve resultados significativos. No ano passado, foram realizadas 5.324.823 cirurgias dentro desse programa, 18% a mais do que em 2023, quando o número foi de 4.510.740. No período de 2022 a 2024, houve um aumento de 1.573.966 cirurgias, o que representa um crescimento de 42%. Um total de 1.355.192 desses procedimentos foi financiado pelo programa, um reflexo do esforço para combater a fila de espera.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que a redução das filas e o fortalecimento do SUS têm sido prioridades do Governo Federal. "Estamos trabalhando em programas que diminuem o tempo de espera do paciente nas filas. Além disso, nos últimos dois anos, concentramos nossos esforços na reestruturação do SUS, que passou por um período de desestruturação. Nosso objetivo é que a população seja atendida em tempo hábil e com muita qualidade", afirmou a ministra.

Além disso, Nísia Trindade destacou o impacto positivo do programa Mais Acesso a Especialistas para o SUS. "Com o programa, alcançamos o maior crescimento no número de serviços especializados no SUS nos últimos 10 anos. Além disso, ampliamos o número de médicos especialistas que atendem no SUS entre 2022 e 2024", afirmou a ministra, reforçando a relevância das ações desenvolvidas.

O Mais Acesso a Especialistas é uma iniciativa que traz inovações, como a introdução de um modelo de remuneração baseado no cuidado integral, que coloca o paciente como prioridade. O programa recebeu investimentos de R$ 2,4 bilhões, com foco em especialidades como oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia. Com adesão de 100% dos estados e do Distrito Federal, e 97,9% dos municípios, o programa já atingiu 167,9 milhões de habitantes por meio de 136 planos de ação regionais.

O programa também prioriza a redução do tempo de espera para consultas, exames e tratamentos, com ênfase no diagnóstico precoce. A ministra Nísia Trindade concluiu destacando que as especialidades prioritárias, como oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia, são essenciais para garantir um atendimento ágil e de qualidade à população.

Fonte: Brasil 247

Brasil pedirá explicações aos EUA por tratamento degradante a brasileiros deportados

Ministro Mauro Vieira acompanha caso e busca garantir respeito aos direitos dos cidadãos em voo de deportação

Brasileiros deportados dos Estados Unidos em Manaus (AM) (Foto: GOV AM/Divulgação )

O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, anunciou que pedirá explicações ao governo dos Estados Unidos sobre o que classificou como “tratamento degradante” dado a brasileiros deportados pela administração de Donald Trump. Segundo informações divulgadas pelo site Metrópoles, os cidadãos chegaram algemados e acorrentados ao Brasil no primeiro voo de deportação promovido pelos EUA sob o novo governo norte-americano.

A aeronave, que transportava 158 passageiros de várias nacionalidades, sendo 88 brasileiros, teve o pouso inicialmente previsto para o Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte. No entanto, por questões técnicas, o avião precisou aterrissar no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, para reabastecimento. Problemas técnicos impediram a continuidade do trajeto, e, por ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Força Aérea Brasileira (FAB) realizou o transporte dos deportados até Minas Gerais.

O episódio gerou indignação do governo federal, especialmente do Ministério da Justiça, que considerou a situação um “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros”. O Itamaraty também demonstrou preocupação com os relatos sobre as condições degradantes durante o voo e o desembarque.

No sábado, 25 de janeiro, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, viajou a Manaus para se reunir com autoridades locais, incluindo o delegado da Polícia Federal do Amazonas e o comandante do 7º Comando Aéreo Regional, a fim de coletar informações detalhadas sobre o caso. “Estamos atuando para garantir que os direitos dos cidadãos brasileiros sejam respeitados em qualquer circunstância, sobretudo em situações sensíveis como essa”, afirmou Vieira em pronunciamento.

Ainda segundo o Itamaraty, as informações obtidas na reunião servirão de base para uma comunicação formal ao governo dos Estados Unidos. O objetivo é exigir explicações sobre as condições em que os brasileiros foram deportados e medidas que evitem a repetição de episódios semelhantes.

O caso repercutiu intensamente, destacando as tensões diplomáticas entre os dois países em relação a políticas migratórias. Para o governo brasileiro, as imagens de cidadãos sendo transportados algemados são incompatíveis com os padrões internacionais de respeito aos direitos humanos. O episódio também reacendeu debates sobre a necessidade de maior diálogo entre Brasília e Washington para garantir tratamento digno aos brasileiros em território estrangeiro.

O Ministério das Relações Exteriores reafirmou seu compromisso de seguir acompanhando o caso e reforçou que a proteção aos cidadãos brasileiros, especialmente em situações de vulnerabilidade, permanece como uma prioridade em sua atuação diplomática.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Mauro Cid aponta Michelle e Eduardo Bolsonaro como incitadores de golpe, segundo delação

Chefe da Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro afirmou que ex-primeira-dama e deputado defendiam ruptura institucional e incitavam o ex-presidente

     (Foto: ABR )

Chefe da Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid revelou em depoimento de colaboração premiada que Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro integravam a ala "mais radical" do grupo que, no final de 2022, defendia um golpe de Estado no Brasil, aponta reportagem da Folha de S.Paulo. A informação foi divulgada inicialmente pelo colunista Elio Gaspari, que teve acesso à íntegra do depoimento, prestado em 28 de agosto de 2023.

Segundo a transcrição obtida, Cid afirmou que Michelle e Eduardo mantinham conversas frequentes com o ex-presidente Jair Bolsonaro, "instigando-o para dar um golpe de Estado". O depoimento detalha que ambos afirmavam que Bolsonaro tinha o apoio popular e dos CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores) para concretizar a ruptura institucional. A delação de Cid já havia sido parcialmente revelada pelo UOL em novembro de 2023.

Apesar das graves acusações, o relatório final da investigação da Polícia Federal (PF), concluído em 21 de novembro de 2024, não incluiu Michelle nem Eduardo entre os 40 indiciados. O nome da ex-primeira-dama sequer é mencionado no documento, enquanto Eduardo aparece apenas como contato no celular de um investigado. O caso agora está sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se oferecerá denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou arquivará os indiciamentos.

Negativas veementes

Na época em que os detalhes da delação de Cid vieram a público, Michelle e Eduardo negaram categoricamente qualquer envolvimento em ações pró-golpe. A defesa da ex-primeira-dama classificou as acusações como "absurdas e sem qualquer amparo na verdade", reforçando que "Bolsonaro ou seus familiares jamais estiveram conectados a movimentos que projetassem a ruptura institucional do país". Eduardo, por sua vez, descreveu as alegações como "devaneio" e "fantasia".

A ausência de ambos no relatório da PF não impediu que a delação gerasse impacto no cenário político, especialmente considerando que Michelle e Eduardo são apontados como possíveis candidatos à Presidência em 2026. Jair Bolsonaro, declarado inelegível até 2030, vê nos dois potenciais sucessores para liderar o campo político que representa.

A trama em torno das declarações de Mauro Cid e a conclusão do relatório da PF reforçam os desafios do processo judicial e político em torno dos atos de 2022. A análise da PGR será decisiva para determinar se as acusações terão desdobramentos judiciais ou serão arquivadas, encerrando o caso sem imputações contra Michelle e Eduardo Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247 com Folha de S. Paulo

Flavio Bolsonaro defende deportação de brasileiros, mas lamenta que sejam “eleitores de esquerda”

Segundo o filho de Jair Bolsonaro, a decisão de Trump contra imigrantes, afeta o cenário político brasileiro



O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) usou as redes sociais para comentar a deportação de brasileiros pelos Estados Unidos.

Segundo ele, a decisão do presidente Donald Trump contra imigrantes, afeta o cenário político brasileiro.

Sem provas, o senador e filho de Jair Bolsonaro disse que os imigrantes são "condenados por crimes como terrorismo, abuso sexual de menores e integrantes de gangue".

Para ele, o problema "é que são mais eleitores da esquerda votando, pelo menos aqui no Brasil, onde presidiários votam!”.

No Brasil, apenas os presos provisórios, ou seja, que não tiveram o trânsito em julgado, e os jovens internos podem votar.

Fonte: Brasil 247