A presidente do México, Claudia Sheinbaum, reafirmou no último domingo (12) que o país não se subordinará aos Estados Unidos, em um discurso direcionado a apoiadores na Cidade do México, poucos dias antes da posse de Donald Trump como presidente dos EUA. O republicano tem defendido a imposição de tarifas sobre produtos mexicanos e a realização de deportações em massa.
Sheinbaum destacou que os laços entre o México e os EUA permanecerão fortes, mas a soberania mexicana será preservada. A presidente discursou em uma praça na Cidade do México para celebrar seus primeiros 100 dias no cargo.
“Sempre estaremos de cabeça erguida. O México é um país livre, independente e soberano. Como eu disse, nós coordenamos e colaboramos [com os EUA], mas não somos subalternos”, afirmou a mexicana.
Ela também mencionou a colaboração entre Trump e o ex-presidente Andrés Manuel López Obrador, ressaltando o papel do acordo de livre comércio revisado da América do Norte como exemplo de diálogo entre os países.
Sheinbaum aproveitou para elogiar os mexicanos que vivem nos Estados Unidos, ressaltando sua contribuição para ambas as economias.
Segundo a presidente, os trabalhadores mexicanos enviam cerca de US$ 65 bilhões em remessas para o México anualmente, enquanto ajudam a maior economia do mundo como consumidores, economistas e contribuintes. “Eles são trabalhadores extraordinários em campos, construção e serviços, e são grandes cientistas universitários”, afirmou.
A pressão de Trump
A equipe de Trump, mesmo antes da posse marcada para 20 de janeiro, já tem pressionado o México em questões como migração e comércio de bens ilícitos, ameaçando impor tarifas de 25% sobre produtos mexicanos.
Além disso, Trump declarou na semana passada que gostaria de renomear o Golfo do México e afirmou que a economia mexicana é “administrada pelos cartéis”, intensificando as tensões bilaterais.
Em resposta provocativa na última quarta-feira (8), Sheinbaum sugeriu um novo nome para os EUA: “Por que não chamamos [os Estados Unidos] de América mexicana? Parece bom, não é?” A presidente também defendeu que o nome do Golfo do México é reconhecido pelas Nações Unidas, respondendo às declarações do presidente eleito americano.
Fonte: DCM