segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Tilda Swinton “vira brasileira” após vitória de Fernanda Torres; entenda o meme

Uma cena espontânea e cheia de empatia roubou a atenção dos telespectadores do Globo de Ouro

Tilda Swinton

Uma cena espontânea e cheia de empatia roubou a atenção dos telespectadores do Globo de Ouro na noite passada. Durante a cerimônia, que premiou os destaques do cinema e da televisão, a atriz brasileira Fernanda Torres foi anunciada como vencedora na categoria Melhor Atriz, superando concorrentes de peso, incluindo a renomada Tilda Swinton.

Assim que Viola Davis anunciou o nome de Fernanda, a atriz britânica demonstrou entusiasmo genuíno: boquiaberta, ela rapidamente se levantou para aplaudir de pé a colega, contrastando com a postura mais contida das demais concorrentes.

A atitude de Tilda não passou despercebida pelos brasileiros, que inundaram suas redes sociais com mensagens calorosas e até bem-humoradas. Uma usuária comentou: “O Brasil te ama! Deusa”. Outra escreveu, em inglês: “Obrigada por ser tão generosa com a nossa Fernanda. Venha nos visitar”. Já uma terceira brincou: “Mulher, o dia que quiser vir tomar um cafézinho e comer um bolo aqui em casa, viu? Só chegar”. Entre as mensagens, várias bandeiras do Brasil também surgiram, reforçando o carinho nacional pela estrela britânica.

Essa demonstração de camaradagem e apoio mútuo entre artistas ganhou destaque na mídia e foi amplamente celebrada por internautas, que já “concederam” à atriz uma “carteira de identidade brasileira”, brincando com sua conexão instantânea com o país.

Fernanda Torres, por sua vez, agradeceu emocionada ao receber o prêmio, dedicando-o à família e à equipe do filme. A noite foi, sem dúvida, um marco não apenas para a carreira da brasileira, mas também para os laços culturais entre artistas de diferentes nações.

Fonte: Brasil 247

Barroso celebra vitória de Fernanda Torres em premiação do Globo de Ouro: "reverencia o seu talento e dedicação"

Segundo o presidente do STF, “Ainda Estou Aqui retrata os males de uma ditadura: arbítrio, tortura, assassinatos e desaparecimento forçado de pessoas"

Filme Ainda Estou Aqui (Foto: Divulgação)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, comemorou, nesta segunda-feira (6), a conquista de Fernanda Torres no Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama no Globo de Ouro. A atriz foi premiada por seu papel como a matriarca Eunice Paiva no filme Ainda Estou Aqui, que retrata os horrores da ditadura militar brasileira. A cerimônia de premiação ocorreu em Los Angeles, Califórnia, entre a noite de domingo (5) e a madrugada desta segunda-feira (6).

“Ainda Estou Aqui é um filme que retrata os males de uma ditadura: arbítrio, tortura, assassinatos e desaparecimento forçado de pessoas. E faz isso na perspectiva original do sofrimento de uma família. Com arte, poesia e sensibilidade. Belíssima direção de Walter Salles e notável desempenho dos atores. O prêmio dado a Fernanda Torres por seu extraordinário desempenho reverencia o seu talento e dedicação, assim como resgata para o mundo uma história triste, que todos devemos trabalhar para que não se repita”, escreveu Barroso em sua conta no Instagram.

“Os genocidas se entendem”, diz Gleisi após Bolsonaro afirmar que receberia soldado israelense investigado por crimes de guerra

O ex-presidente afirmou que receberia Yuval Vagdani "com honras" no Palácio do Planalto

Gleisi Hoffmann (Foto: Lula Marques/ABr)

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após ele afirmar que receberia “com honras” um soldado israelense investigado pela Polícia Federal por cometer crimes de guerra em Gaza. Yuval Vagdani passava férias no Brasil e já deixou o país. Em publicação nas redes sociais, Bolsonaro disse que, caso ainda fosse presidente, receberia o soldado no Palácio do Planalto.

“Jair Bolsonaro, que sempre defendeu a ditadura, a tortura e torturadores, agora se junta ao governo de Benjamin Netanyahu, que deu fuga a um soldado do exército de Israel investigado por seus crimes pela justiça brasileira. Os genocidas se entendem, não é mesmo?”, criticou Gleisi.

A Embaixada de Israel no Brasil desempenhou papel crucial na fuga de Vagdani do território brasileiro para a Argentina. O governo de Benjamin Netanyahu afirmou que “após uma tentativa de elementos anti-israelenses de investigar um soldado israelense dispensado que visitou o Brasil, o ministro das Relações Exteriores Gideon Saar ativou imediatamente o Ministério para garantir que o cidadão israelense não estava em perigo”.

A investigação do soldado foi solicitada à Justiça Federal por meio de uma notícia-crime apresentada pelos advogados Maira Machado Frota Pinheiro e Caio Patrício de Almeida. O documento alega que o soldado, identificado como possível “criminoso de guerra”, estava em território brasileiro, especificamente no balneário de Morro de São Paulo, na Bahia.

 

Fonte: Brasil 247

Sakamoto: Vitória de Fernanda Torres lembra ao globo que perdoar golpes não é opção



Por Leonardo Sakamoto, no UOL

A espetacular vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro, neste domingo (5), não é apenas a consagração de uma excepcional interpretação em um baita filme baseado num livro para o qual faltam adjetivos. A luta de Eunice Paiva após seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, ser detido e morto pela ditadura que mandou no Brasil entre 1964 e 1985 é um lembrete ao mundo do que acontece à vida cotidiana quando golpes de Estado têm sucesso. E que, por isso, não podem ser esquecidos, perdoados, anistiados.

“Ainda Estou Aqui”, sucesso de público no país, reconta um período de censura, violência, arbitrariedades e assassinatos diluindo a política no drama familiar. Dessa forma, traz sutilmente a questão da ditadura para os espectadores, sendo, por isso, mais eficaz em espalhar a mensagem que um filme engajado.

Por ser didático e focar na família, não fica restrito à bolha e pode atingir conservadores. E, o mais importante, muitos jovens que parecem ignorar que a democracia que herdaram custou o suor, o sangue, a tortura e a saudade de muita gente. Não raro, caem nas mentiras daqueles que dizem que professores, universidades e conhecimento não servem para nada. Bom mesmo é só o que vem do WhatsApp.

Mas a interpretação de Eunice Paiva por Fernanda Torres também conta uma história universal ao mostrar as consequências na vida cotidiana das famílias que se tornam alvos da violência de regimes ditatoriais. Com a ascensão de governos autoritários, a história escrita por Marcelo Rubens Paiva e adaptada para as telas por Walter Salles é local e global ao mesmo tempo.

Cena do filme “Ainda Estou Aqui”, estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello – Foto: Reprodução

Não tenho dúvidas que membros da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, que decidem o Globo de Ouro, conseguiram ver na personagem as Eunices de seus países ou regiões de origem.

Para quem torce o nariz dizendo que esse debate é “politizar” o filme, sugiro que o assista. Se contar a trajetória de uma mulher que luta para que a ditadura assuma o que fez com o marido e para cuidar da família após o desaparecimento dele não é político, então nada mais é.

A torcida avassaladora por Fernanda Torres nas redes sociais, que obliterou uma campanha da extrema direita brasileira para atacar o governo brasileiro e passar pano para o genocídio comandando por Benjamin Netanyahu em Gaza, ajuda com que o filme seja visto por mais gente. E, portanto, o debate sobre o impacto dos anos de chumbo seja popularizado. Mesmo aqueles que xingaram a o filme, o livro, a atriz e até a sua mãe, Fernanda Montenegro, na noite deste domingo, ajudaram a bombar “Ainda Estou Aqui”. Obrigado, extremistas.

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu – Foto: Mike Segar/REUTER

Golpes perdoados semeiam outros golpes no futuro. A anistia brasileira a torturadores, assassinos, golpistas e ditadores ajudou a engravidar o país de um extremismo que fez nova tentativa entre outubro de 2022 e 8 de janeiro de 2023, também com a participação de generais, além de civis.

Que a merecida premiação dada à atuação de Fernanda Torres lembre que esquecer não é uma possibilidade. Anistiar, muito menos.

Em tempo: Pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda (6), mostra que 86% dos brasileiros reprovam os atos golpistas de 8 de janeiro, promovidos pela extrema direita, que destruíram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Dos entrevistados, 50% creem na influência de Jair Bolsonaro na organização dos ataques, enquanto 39% afirmam que isso não aconteceu. Há quase um ano, os números eram 51% e 38%, respectivamente – uma oscilação dentro da margem de erro de um ponto que mostra estabilidade. O que aponta que, dois anos depois, os brasileiros concientes de seu país e da História relutam em esquecer.

Fonte: DCM

Confira os melhores memes após a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro

 

Reação de Selton Mello no Globo de Ouro: ator virou meme nas redes sociais — Foto: AFP e Reprodução

A premiação de Fernanda Torres como Melhor Atriz de Drama no Globo de Ouro de 2025, pela performance no filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, gerou, além de comemoração pela vitória, muitos memes.

Fernanda se tornou a primeira brasileira a conquistar o prêmio em Hollywood. A atriz, considerada uma “zebra” na disputa, superou nomes como Angelina Jolie, por Maria Callas, e Nicole Kidman, por Babygirl.

O anúncio da vitória também inspirou diversos memes, inclusive com Selton Mello, que trabalhou no mesmo filme pelo qual Fernanda foi premiada. A reação de Selton, que acompanhava a cerimônia ao lado da atriz, viralizou nas redes sociais. Após a vitória, ele publicou um vídeo emocionado parabenizando Fernanda.



 

Fonte: DCM

IPVA 2025: contribuintes já podem emitir as guias de pagamento no Paraná

Valor total lançado para este ano é de R$ 6,84 bilhões para uma base de 4 milhões de veículos tributados. Quantidade de veículos é cerca de 14% menor do que a apresentada no ano passado e se justifica principalmente pela isenção de motocicletas, motonetas e ciclomotores de até 170 cilindradas

-
Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN

Os contribuintes paranaenses já podem emitir as guias de recolhimento (GR-PR) do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de 2025. O valor total lançado para este ano é de R$ 6,84 bilhões para uma base de 4 milhões de veículos tributados.

Essa quantidade de veículos tributada é cerca de 14% menor do que a apresentada no ano passado e se justifica principalmente pela isenção de motocicletas, motonetas e ciclomotores de até 170 cilindradas. O decreto assinado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior em dezembro já está em vigor e beneficia cerca de 732 mil paranaenses.

Assim como no exercício anterior, os proprietários de veículos que optarem pelo pagamento à vista do imposto terão um desconto de 6% do valor. Para isso, os motoristas devem ficar atentos à data-limite, que varia de acordo com o final da placa.

São elas:

☉ Finais 1 e 2: 20/01/2025

☉ Finais 3 e 4: 21/01/2025

☉ Finais 5 e 6: 22/01/2025

☉ Finais 7 e 8: 23/01/2025

☉ Finais 9 e 0: 24/01/2025

Outra possibilidade é a quitação do tributo em cinco parcelas. Neste caso, porém, o desconto não é ofertado. Além disso, o pagamento da primeira cota deve ser feito nas mesmas datas citadas acima.

Calendário para pagamento parcelado:

☉ Finais 1 e 2: 20/01, 20/02, 20/03, 22/04, 20/05

☉ Finais 3 e 4: 21/01, 21/02, 21/03, 23/04, 21/05

☉ Finais 5 e 6: 22/01, 24/02, 24/03, 24/04, 22/05

☉ Finais 7 e 8: 23/01, 25/02, 25/03, 25/04, 23/05

☉ Finais 9 e 0: 24/01, 26/02, 26/03, 28/04, 26/05

● COMO PAGAR – Como destaca o chefe do Setor de IPVA da Receita Estadual, Leonardo Marcon, as guias do IPVA no Paraná não são mais enviadas pelos correios aos endereços dos contribuintes. “Para fazer o pagamento, os proprietários devem acessar o Portal do IPVA ou o Portal de Pagamentos de Tributos para gerar as guias”, explica. “Outra possibilidade é o uso do aplicativo Serviços Rápidos, da Receita Estadual, disponível para Android e iOS, que permite o acesso às guias de pagamento”

E, assim como já aconteceu no exercício 2024, os contribuintes poderão pagar o IPVA 2025 via pix a partir do QR Code presente na guia, podendo ser realizado a partir de mais de 800 instituições financeiras, bem como seus canais digitais, não limitados aos parceiros do Estado. A novidade é que, neste ano, o pagamento é compensado na hora, garantindo aos proprietários mais agilidade e praticidade.

Além disso, é possível pagar o IPVA 2025 com cartão de crédito, o que permite parcelar os débitos em até 12 vezes — sujeitas, neste caso, a juros aplicados pela instituição emissora dos cartões. As taxas podem ser verificadas AQUI.

ISENÇÕES – Além das motocicletas, motonetas e ciclomotores de até 170 cilindradas, o IPVA 2025 ampliou a isenção para outras categorias, como a de veículos movidos 100% a hidrogênio. Também ficam dispensados os caminhões, ônibus e micro-ônibus movidos exclusivamente a gás natural, inclusive biometano.

Outra novidade para o exercício atual é a isenção dos veículos cujo imposto total seja inferior a uma Unidade Padrão Fiscal do Paraná (UPF/PR), ou seja, de até R$ 140,89.

● VALORES – O IPVA é um dos principais geradores da receita tributária estadual e fica atrás apenas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em montante arrecadado pelo Estado. A alíquota do IPVA é de 3,5% sobre o valor venal de carros e motos em geral, e de 1% para ônibus, caminhões, veículos de aluguel, utilitários de carga ou movidos a gás natural veicular (GNV).

O valor venal refere-se ao valor de mercado de um veículo e é calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com dados regionalizados para o Paraná.

SITES FALSOS – A Secretaria da Fazenda alerta os contribuintes sobre a presença de sites fraudulentos relacionados à cobrança do IPVA. A recomendação é gerar sempre as guias de pagamento através dos sites oficiais, identificáveis por endereços que terminam com a extensão “.pr.gov.br”, ou utilizar o app da Receita Estadual.

Fonte: AEN

Parlamentar de Israel ameaça Brasil após soldado criminoso ser alvo da Justiça: “Pagará um preço”


Dan Illouz, congressista israelense que, recentemente, atacou e ameaçou o Brasil em postagem nas redes sociais – Foto: Reprodução

Um congressista israelense, aliado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, atacou e ameaçou o Brasil em uma postagem neste domingo (5) no X (antigo Twitter). Dan Illouz reagiu com irritação à decisão da Justiça brasileira de determinar a abertura de uma investigação contra um soldado de Israel acusado de cometer crimes de guerra. O oficial, que estava de férias no Brasil, deixou o país às pressas na manhã de hoje.

“O Brasil tornou-se um Estado subordinado a terroristas. Em vez de perseguir terroristas, persegue um soldado das Forças de Defesa de Israel – um judeu que sobreviveu a um massacre brutal e defende seu povo. Uma vergonha imperdoável. Israel não ficará de braços cruzados diante da perseguição a seus soldados, e, se o Brasil não corrigir seu caminho, pagará um preço”, publicou Illouz.

Na sequência, ele criticou o líder da oposição israelense, Yair Lapid, que havia responsabilizado o governo de Israel por permitir que um soldado da reserva saísse do país sem autorização. “Em vez de combater esse fenômeno perigoso, ele imediatamente culpa o governo de Israel. Seu instinto de atacar a vítima em vez do agressor é uma vergonha nacional. Diante do mal, devemos apresentar uma frente unida e não nos envolver em politicagem mesquinha. É vergonhoso que uma pessoa como ele tenha sido primeiro-ministro – mesmo que tenha sido apenas por um momento, já foi demais”, declarou o parlamentar.

A investigação

O soldado israelense deixou o Brasil às pressas neste domingo (5), conforme noticiado pelo The Times of Israel. A Justiça Federal brasileira havia determinado a abertura de uma investigação contra o militar, acusado de envolvimento em crimes de guerra no contexto do genocídio cometido por Israel na Faixa de Gaza.

Segundo dados atualizados, mais de 11.000 palestinos foram mortos desde o início dos bombardeios israelenses em outubro de 2023, incluindo mais de 4.500 crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. A denúncia contra o soldado foi apresentada pela Hind Rajab Foundation, organização que monitora as ações de militares israelenses no exterior e busca responsabilizá-los judicialmente.

De acordo com a fundação, o soldado estaria envolvido na destruição de um prédio residencial em Gaza, em novembro de 2023, que servia de abrigo para palestinos deslocados. A organização afirma ter reunido mais de 500 páginas de evidências para sustentar a denúncia, incluindo registros de operações do soldado divulgados nas redes sociais.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel, por meio da seção consular e da embaixada em Brasília, declarou apoio ao soldado e sua família. “Chamamos a atenção dos israelenses para publicações nas redes sociais sobre seu serviço militar, que podem ser usadas por elementos anti-Israel para iniciar processos legais infundados”, afirmou em nota.

O pai do soldado, em entrevista à emissora Channel 12, relatou que um amigo de seu filho recebeu um aviso de um escritório diplomático israelense sobre um possível mandado de prisão contra ele. “Pedi que escapassem imediatamente. Eles não podiam ficar mais nenhum segundo”, relatou.

O Brasil, como signatário de tratados internacionais de direitos humanos, como a Convenção de Genebra e o Estatuto de Roma, tem o compromisso legal de agir contra crimes de guerra, mesmo quando cometidos fora do país. No entanto, embora a Hind Rajab Foundation tenha conseguido visibilidade ao identificar militares israelenses em situações semelhantes, nenhuma das acusações feitas pela organização resultou em prisões efetivas até o momento.

Fonte: DCM

8/1 ainda é desaprovado por 86% dos brasileiros, aponta Quaest

Bolsonaristas durante ataques em Brasília no 8 de janeiro: o episódio é desaprovado por 86% 
dos brasileiros. Foto: reprodução

A mais recente pesquisa da Quaest revelou que 86% dos brasileiros reprovam os atos terroristas ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Mesmo após dois anos do episódio, a desaprovação permanece elevada, superando 80% tanto entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto do presidente Lula (PT).

O levantamento aponta que o índice de desaprovação atual, de 86%, representa uma queda em relação aos 94% registrados em fevereiro de 2023, um mês após a invasão das sedes dos Três Poderes. No mesmo período, o percentual de entrevistados que apoia o episódio aumentou de 4% para 7%, enquanto aqueles que não souberam responder passaram de 2% para 7%.
Imagem
Pesquisa Quaest sobre os atos terroristas de 8 de janeiro. Foto: reprodução

Entre os bolsonaristas, a reprovação aos atos golpistas permanece alta, atingindo 85% dos entrevistados, número estável em comparação ao levantamento realizado em dezembro de 2023. No entanto, há uma queda em relação aos 90% registrados pelo instituto em fevereiro de 2023.

Entre os eleitores de Lula, uma tendência semelhante foi observada: o índice de reprovação atual é de 88%, enquanto em dezembro de 2023 era de 94%, e em fevereiro daquele ano, 97%.

Felipe Nunes, diretor da Quaest, comentou os resultados, afirmando: “A rejeição aos atos do 8/1 mostra a resistência da democracia brasileira e a responsabilidade da elite política brasileira. Diante de tanta polarização, é de se celebrar que o país não tenha caído na armadilha da politização da violência institucional.”

O levantamento também analisou a percepção de responsabilidade de Bolsonaro no episódio. Atualmente, 50% dos brasileiros acreditam que o ex-capitão teve influência nos atos, enquanto 39% o isentam de culpa.

Esses números mostram uma alteração em relação a dezembro de 2023, quando 47% apontavam algum envolvimento de Bolsonaro e 43% descartavam essa possibilidade. Em fevereiro de 2023, os percentuais eram de 51% e 38%, respectivamente.

A pesquisa foi conduzida entre os dias 4 e 9 de dezembro de 2024, com 8.598 entrevistas realizadas em todo o Brasil. A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Fonte: DCM

Prestes a ser condenado, Bolsonaro cresceu odiando Rubens Paiva

Vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro coincide com iminente prisão do ex-presidente por atos golpistas

Cena do filme "Ainda estou aqui" (Foto: Divulgação)

A vitória de Fernanda Torres como melhor atriz pelo filme "Ainda Estou Aqui", em que ela interpreta Eunice Paiva, viúva do ex-deputado Rubens Paiva, ocorre num momento em que Jair Bolsonaro está prestes a ser condenado e preso por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. Curiosamente, o ex-presidente cresceu odiando o parlamentar que foi uma das vítimas mais notórias da ditadura exaltada por Bolsonaro.

Bolsonaro enfrentará julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), composta pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Essa composição sugere uma forte probabilidade de condenação para Bolsonaro, refletindo uma tendência desfavorável no âmbito judicial.

Paralelamente, o filme "Ainda Estou Aqui", que narra a história do desaparecimento de Rubens Paiva durante a ditadura militar, alcançou grande reconhecimento artístico. Fernanda Torres conquistou o Globo de Ouro de melhor atriz em filme de drama, destacando-se entre concorrentes como Nicole Kidman ("Babygirl"), Angelina Jolie ("Maria Callas"), Kate Winslet ("Lee"), Tilda Swinton ("O quarto ao lado") e Pamela Anderson ("The Last Showgirl"). Em seu discurso de aceitação, Torres dedicou o prêmio à sua mãe: “Quero dedicar esse prêmio à minha mãe. Vocês não têm ideia... Ela estava aqui há 25 anos. Isso é uma prova de que a arte pode permanecer na vida das pessoas, mesmo em momentos difíceis, como os que Eunice Paiva viveu.”

Bolsonaro, cuja trajetória política é marcada por uma postura favorável à ditadura militar, desenvolveu animosidade em relação à família Paiva durante sua adolescência em Eldorado Paulista (SP), no Vale do Ribeira. A família Paiva, liderada por Jaime Paiva, um "coronel" local e deputado eleito duas vezes, possuía a Fazenda Caraitá, símbolo de poder econômico e social no município. Em contraste, Bolsonaro originou-se de uma família humilde, o que aprofundou a distância social entre ele e os Paivas.

Na biografia "Mito ou Verdade: Jair Messias Bolsonaro", escrita por seu filho Flávio Bolsonaro, o ex-presidente revela que as diferenças de classe o incomodavam profundamente: “Parte considerável do território da cidade de Eldorado Paulista era de domínio particular, uma fazenda enorme chamada Caraitá – que hoje seria um latifúndio”. Bolsonaro também mencionou uma suposta ligação entre Jaime Paiva e Carlos Lamarca, guerrilheiro de esquerda que atuou na região, alegação que os Paivas contestaram veementemente.

Além das tensões sociais e políticas, Bolsonaro retratou os filhos de Rubens como jovens privilegiados, desfrutando de luxos inalcançáveis para pessoas de sua origem. Na década de 1990, enquanto deputado, ele negou no plenário da Câmara o envolvimento de militares no assassinato de ex-deputado e se opôs às investigações da Comissão Nacional da Verdade, alegando que Rubens foi morto por guerrilheiros de esquerda.

Durante a inauguração de um busto em homenagem a Rubens Paiva, Bolsonaro cuspiu na estátua e o insultou publicamente, chamando-o de “comunista” e “vagabundo”. O incidente foi amplamente divulgado nas redes sociais por Chico Paiva Avelino, neto de Rubens, que expressou indignação com o ato do ex-presidente.

Enquanto Bolsonaro enfrenta um julgamento que pode culminar em sua condenação e prisão, a vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro simboliza uma resistência cultural ao militarismo e ao golpismo. O sucesso de "Ainda Estou Aqui" não apenas celebra a excelência artística, mas também reforça a importância de preservar a memória histórica de figuras como Rubens Paiva, destacando as cicatrizes deixadas por conflitos ideológicos no Brasil contemporâneo.

Fonte: Brasil 247