quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Estado transferiu R$ 13,4 bilhões aos municípios em 2024, maior valor em 26 anos

Embora ainda faltem alguns dias para o ano acabar, o valor já supera as transferências realizadas ao longo de todos os últimos 26 anos, inclusive em termos reais. Isso significa que, mesmo considerando a inflação de todo esse tempo, os repasses em 2024 continuam sendo os maiores até aqui.

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Estado transferiu R$ 13,4 bilhões aos municípios em 2024, o maior valor em 26 anos - Na foto, Londrina
Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN

2024 ainda não acabou, mas já é o ano em que o Paraná mais repassou recursos para os seus 399 municípios em mais de duas décadas. Até o dia 16 de dezembro, foram R$ 13.441.405.808,83 transferidos, valor 8,3% maior do que todo o ano de 2023 (R$ 12.411.015.496,06), segundo dados do Portal da Transparência. Essa é a maior cifra de toda a série histórica, registrada desde 1999.

Embora ainda faltem alguns dias para o ano acabar, o valor já supera as transferências realizadas ao longo de todos os últimos 26 anos, inclusive em termos reais. Isso significa que, mesmo considerando a inflação de todo esse tempo, os repasses em 2024 continuam sendo os maiores até aqui.

Em 1999, o primeiro ano mantido nos registros do Portal da Transparência, o Paraná transferiu R$ 894,3 milhões para os municípios. Considerando a inflação dessas duas décadas e meia, isso equivaleria a cerca de R$ 3,98 bilhões — o que significa um aumento real de 237% durante todo esse tempo.

Trazendo para uma realidade mais próxima, os repasses feitos em 2018 somaram R$ 7,85 bilhões. Isso representa um aumento real de 24% nas transferências feitas às cidades paranaenses ao longo desses seis anos.

De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Norberto Ortigara, esse aumento significativo é reflexo da boa gestão pública e da otimização da arrecadação. “O repasse desses valores é um compromisso constitucional, mas é responsabilidade do Governo do Estado adotar boas políticas que nos permitam encaminhar recursos que ajudem a promover o desenvolvimento a todas as regiões do Paraná”, diz.

Essas transferências são direcionadas para serviços públicos essenciais, como saúde, educação, segurança pública, transporte e infraestrutura, beneficiando diretamente a população.

Os recursos correspondem à parcela da arrecadação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), do Fundo de Exportação e dos royalties do petróleo, que são arrecadados pelo Estado. A divisão entre os municípios é feita de acordo com o Índice de Participação dos Municípios (IPM), e seguem as regras estabelecidas pela Constituição Federal.

IMPOSTOS – Dos R$ 13,4 bilhões recordes repassados pelo Paraná até aqui em 2024, mais de R$ 9,9 bilhões foram referentes ao ICMS. O valor depositado aos municípios corresponde a 25% do arrecadado pelo Estado com esse tributo, descontados os 20% direcionados ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

A transferência relativa ao IPVA, cuja arrecadação tem 50% de destinação municipal, foi de R$ 3,38 bilhões. O Fundo de Exportação somou R$ 146,7 milhões aos cofres municipais, enquanto os royalties de petróleo foram de R$ 8 milhões até 16 de dezembro de 2024.

Confira os valores transferidos de 2018 a 2024:

● 2018 – R$ 7.849.832.453,20

● 2019 – R$ 8.123.142.902,53

● 2020 – R$ 8.229.581.237,29

● 2021 – R$ 9.856.803.233,88

● 2022 – R$ 11.015.740.231,26

● 2023 – R$ 12.411.015.496,06

● 2024 – R$ 13.441.405.808,83 (até 16/12/2024)

Veja as 20 cidades que receberam mais repasses neste ano:

1. Curitiba (R$ 1,6 bilhão)

2. Araucária (R$ 717,4 milhões)

3. São José dos Pinhais (R$ 462,9 milhões)

4. Londrina (R$ 430,6 milhões)

5. Maringá (R$ 399,3 milhões)

6. Ponta Grossa (R$ 342,7 milhões)

7. Cascavel (R$ 341,5 milhões)

8. Foz do Iguaçu (R$ 263,4 milhões)

9. Toledo (R$ 224,5 milhões)

10. Guarapuava (R$ 198,6 milhões)

11. Paranaguá (R$ 143 milhões)

12. Castro (R$ 140,9 milhões)

13. Colombo (R$ 138,1 milhões)

14. Pinhais (R$ 126,7 milhões)

15. Campo Largo (R$ 122,2 milhões)

16. Arapongas (R$ 113,8 milhões)

17. Ortigueira (R$ 104,6 milhões)

18. Cambé (R$ 101,1 milhões)

19. Apucarana (R$ 98,9 milhões)

20. Pato Branco (R$ 97 milhões).

Fonte: AEN

Municípios do Paraná alcançam melhor índice de qualidade de vida da história; veja o ranking

Espécie de IDH municipal, o Índice Ipardes de Desempenho Municipal avalia o desenvolvimento socioeconômico dos 399 municípios paranaenses nas dimensões de Renda, Educação e Saúde, formando um indicador Geral.
IPARDES - IPDM
Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) apresentou nesta terça-feira (17) a nova edição do Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM), com ano-base de 2022. Espécie de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) municipal, o IPDM avalia, anualmente, o desenvolvimento socioeconômico dos 399 municípios nas dimensões de Renda, Educação e Saúde, formando um indicador geral.

Os municípios são categorizados em quatro estratos de desempenho: baixo, médio-baixo, médio e alto, em uma escala de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor o indicador. A média geral do Paraná passou de 0,7291 em 2021 para 0,7414 em 2022, o melhor resultado desde 2010, quando foi iniciada a série. Cerca de 53% dos municípios (214) estão com índice igual ou superior ao do Estado. Confira o quadro completo AQUI .

A melhora dos indicadores locais, especialmente nas dimensões Renda e Educação, fez com que 47 municípios alcançassem o estrato de alto desempenho em 2022 no índice geral, crescimento de 62% em relação a 2021, quando eram 29. Trata-se do maior número desde o início da série histórica.

Na outra ponta, a quantidade de cidades classificadas como médio-baixo desempenho caiu, de 10 para 4, uma redução de 60%, e as enquadradas no estrato médio passaram de 360 para 348 (-3,33%). Todos os 399 municípios alcançaram notas superiores a 0,4, fazendo com que não existam cidades com IPDM baixo.

Curitiba é a cidade com o maior IPDM Geral em 2022, com 0,9013, seguida de Palotina e Toledo, no Oeste, com 0,8696 e 0,8582, respectivamente; Quatro Barras (RMC), com 0,8547; e Cafelândia (Oeste), com 0,8525. Completam a lista dos 10 maiores índices Santo Inácio (Norte - 0,8518), Maringá (Noroeste - 0,8464), Dois Vizinhos (Sudoeste - 0,8368), Sabáudia (Norte - 0,8360) e Cascavel (Oeste - 0,8330).

O secretário de Estado do Planejamento, Guto Silva, destacou o salto no número de municípios que passaram a integrar a categoria de alto desempenho. “Isso significa que as políticas públicas estão funcionando, com um grau elevado no crescimento da educação, de renda e da saúde, que é uma preocupação que nós temos de poder interiorizar e levar o desenvolvimento para todos os municípios, evitando o fluxo migratório das pequenas para as médias e grandes cidades”, afirmou.

“Temos que pensar em ações para reter, dar condições de qualidade de vida, alternativas de emprego a quem mora nos pequenos municípios para ele não precisar realizar essa migração. Com esses números nós vamos refletir, analisar com muito critério, para que possamos calibrar as políticas públicas e o orçamento do Estado”, finalizou.

Para o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado, os bons resultados são fruto de um trabalho conjunto entre setores público e privado. “Muitos municípios tiveram evolução nos aspectos de renda, de saúde e de educação. É uma somatória de esforços dos gestores, dos empreendedores e das condições que o Estado tem oferecido em termos de fomento e infraestrutura para que esse desenvolvimento ocorra”, ressaltou.


RENDA – No indicador Renda, que leva em consideração a remuneração do trabalho, o número de empregos formais (carteira assinada) e a produção agropecuária, um município está na categoria alto desempenho; 42 no médio (ante 32 em 2021); 333 no médio-baixo (eram 287 em 2021); e 23 na classificação baixo (contra 79 em 2021), este último com uma queda de 70%. A média estadual em 2022 foi de 0,4967, contra 0,4660 de 2021.

Curitiba novamente aparece em 1º lugar, com IPDM de 0,8591. Na sequência aparecem Ortigueira (Campos Gerais - 0,7760), Quatro Barras (0,7610), Santo Inácio (0,7530) e Carambeí (Campos Gerais - 0,7438). Palotina, Cafelândia, Jussara, Araucária, Toledo e Maringá fecham a lista de cidades com índices acima de 0,7.

O desempenho da economia paranaense, com recordes na geração de empregos e grandes investimentos privados, ajudam a explicar o crescimento da renda nos municípios. De janeiro a outubro, foram novos 163.206 empregos com carteira assinada criados no Paraná, o terceiro melhor resultado do Brasil, num movimento em alta desde 2022. E desde 2019, foram mais de R$ 285 bilhões em investimentos privados em todas as regiões do Estado.

EDUCAÇÃO – Pelo indicador Educação, que abrange atendimento à educação infantil, taxas de abandono, distorção idade-série, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e qualificação dos docentes (porcentagem com ensino superior), o Paraná conta com 351 cidades na categoria alto desempenho; 47 no médio; e uma com médio-baixo. A média do Paraná em 2022 nesse indicador foi de 0,8781, ante 0,8668 de 2021.

Bom Jesus do Sul, no Sudoeste, é o município com a maior classificação, de 0,9966. Serranópolis do Iguaçu (Oeste - 0,9902), Atalaia (Norte - 0,9829), Rio Negro (RMC - 0,9825), Ariranha do Ivaí (Norte - 0,9807), Entre Rios do Oeste (Oeste - 0,9787), São Manoel do Paraná (Noroeste - 0,9771), Doutor Camargo (Norte - 0,9771), Verê (Sudoeste - 0,9734) e Japurá (Noroeste - 0,9723) fecham o top 10 com as melhores classificações.

No caso da educação pública, o Paraná é líder no Ideb em todas as etapas avaliadas. No ensino médio, o Estado manteve a liderança com nota 4,9, superando a média nacional de 4,3. Nos anos finais do ensino fundamental, a nota do Paraná foi de 5,5, conquistando o primeiro lugar em um empate triplo com Ceará e Goiás. Já nos anos iniciais, sob responsabilidade dos municípios, o Estado também garantiu o topo do ranking com nota 6,7, à frente de Ceará e São Paulo.

SAÚDE – Já na Saúde, que utiliza para definição do indicador dados como percentual de consultas pré-natais, participação dos óbitos listados como causas mal definidas e razão de óbitos de crianças menores de 5 anos por causas evitáveis, 302 municípios têm índice alto; 93 médio; e quatro médio-baixo, sem nenhuma cidade com índice considerado baixo. A média do Estado é de 0,8495.

Diamante do Norte, na Região Noroeste, é o principal destaque, com IPDM de 0,9999. Inajá (Noroeste - 0,9927); Cambira (Norte - 0,9910); Campo Bonito (Oeste - 0,9873); Mirador (Noroeste - 0,9850); Vera Cruz do Oeste (Oeste - 0,9839); Janiópolis (Centro-Oeste - 0,9835), São Manoel do Paraná (Noroeste - 0,9803); Tamboara (Noroeste - 0,9797); e Pinhal de São Bento (Sudoeste - 0,9795) completam a lista de municípios com os melhores IPDM na educação.

Uma das explicações para esse bom cenário da saúde no Paraná são as ações de descentralização das grandes para médias e pequenas cidades, com a construção de Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento e até mesmo hospitais. Na última semana, o Governo do Estado liberou um pacote de R$ 502 milhões em investimentos para fortalecer a estratégia de regionalização dos serviços de saúde no Paraná, visando dar mais capilaridade aos atendimentos por todo o Estado.

IPDM – O índice Ipardes de Desenvolvimento Municipal (IPDM) utiliza dados do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Educação e Ministério da Saúde, além do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para formulação do indicador. Devido ao tempo de processamento dessas informações por cada órgão, o índice, que é anual, é divulgado dois anos após o período analisado.

Fonte: AEN

“The Best”: Lula saúda Vinni Jr. e Marta após premiação da FIFA

Montagem de fotos de divulgação do prêmio de Vinícius Jr. e Marta
Os jogadores de futebol Vinícius Jr. e Marta – Divulgação/FIFA

Nesta terça-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou Vinícius Jr., vencedor do prêmio de melhor jogador do mundo na cerimônia Fifa The Best, e também celebrou Marta, vencedora na categoria de gol mais bonito do futebol feminino. Nos Stories do Instagram, o petista compartilhou uma publicação oficial do governo federal enaltecendo os dois atletas:

“Dois golaços. Nesta terça-feira (17), o jogador Vini Jr. ganhou o prêmio “The Best”, organizado pela Fifa, de melhor jogador de futebol do mundo. A cerimônia também contemplou a jogadora Marta, ícone do futebol, na categoria que leva seu nome e premia quem faz o gol mais bonito no futebol feminino: a própria! Vini Jr. e Marta orgulham o Brasil não só em campo, mas também pela luta contra o racismo e a favor da igualdade de gênero no esporte. Campeões”.

O atacante do Real Madrid e da Seleção Brasileira recebeu o prêmio em uma cerimônia realizada em Doha, no Catar. Esta foi a primeira vez que Vini Jr. conquistou o reconhecimento individual como melhor jogador do mundo.

Story de Lula parabenizando Vini Jr.
Story de Lula – Reprodução/Instagram
Apesar do triunfo no Fifa The Best, em outubro, o jogador ficou fora do pódio da Bola de Ouro, premiação da revista francesa France Football, vencida por Rodri, do Manchester City.

A jogadora Marta também fez história ao vencer na categoria que leva seu nome, criada para premiar o gol mais bonito no futebol feminino. O gol vencedor foi marcado em um amistoso entre Brasil e Jamaica, realizado na Arena Pernambuco, em junho. Na partida, a brasileira marcou duas vezes, e o gol premiado foi o segundo da noite.

Story de Lula parabenizando Martha
Story de Lula – Reprodução/Instagram

Fonte: DCM

Nikolas Ferreira é escrachado na web após votar contra a Reforma Tributária: “Hipócrita”


. Foto: reprodução

O deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) está recebendo uma enxurrada de críticas em suas redes sociais após votar contra a Reforma Tributária, que elimina todos os impostos sobre 40 alimentos essenciais da cesta básica.

Em seu discurso no plenário na última terça-feira (17), o deputado afirmou: “Esse governo não tem responsabilidade fiscal alguma. Prometeram benesses e só estão trazendo malefícios!”. “Não colocarei minha digital na reforma tributária do governo Lula. O tempo já está provando que estamos certos.”

A declaração deu o que falar na internet. O parlamentar, conhecido por sua posição contrária a impostos, tornou-se um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Nikolas chegou aos Trending Topics do X, antigo Twitter.

Confira a repercussão:

Sakamoto: Calma que reforma tributária ainda não acabou! Falta taxação de super-ricos

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, responsável pela apresentação da nova reforma fiscal – Foto: Reprodução

Por Leonardo Sakamoto, no UOL

A aprovação da regulamentação da primeira etapa da reforma tributária pela Câmara, nesta terça (17), é boa notícia, mas erra quem diz que esse processo está chegando ao fim. O que foi resolvido é a parte que trata do consumo, agora governo precisa enviar e o parlamento debater a segunda etapa, sobre a tributação de renda e riqueza.

O país viveu meses de lobistas gastando sola de sapato nos gabinetes de deputados e senadores para encaixar os interesses dos setores que representam na regulamentação da primeira etapa da reforma. Não foi uma batalha silenciosa porque usaram a mídia para tentar convencer que seu interesse é o de todos os brasileiros. Mas, ainda assim, a batalha é menor do que a tentativa de colocar os muito ricos no Imposto de Renda, promessa de campanha de Lula.

“Ah, mas isso já acontece com a taxação dos fundos exclusivos e dos fundos offshore proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso.” Não, pequeno gafanhoto, isso é apenas o aperitivo da justiça tributária. Isentos de serem tributados pelos dividendos que recebem, os super-ricos no Brasil pagam proporcionalmente menos impostos que os pobres (via consumo) e a classe média (via renda). E essa lógica precisa ser invertida.

Informação importante: super-rico não é você que parcelou seu Renegade em 24 vezes, então, calma.

O texto da primeira etapa da reforma aprovado pelos deputados e senadores aponta que caso uma nova taxação de renda gerar excedentes, eles podem ser usados para reduzir o custo da folha de pagamento e os tributos sobre o consumo. Pois é através do imposto pago na compra de produtos que os muito pobres, isentos do imposto de renda, contribuem proporcionalmente bem mais que os super-ricos.

Também de acordo com o texto aprovado no Congresso, há a obrigatoriedade da progressividade do ITCMD, o imposto sobre heranças e doações – progressividade que já é adotada por parte dos estados. Mas isso não basta, pois ele continua com teto de 8%, enquanto as alíquotas chegam a 30% na Alemanha, 40% nos Estados Unidos, 45% na França e 50% no Japão. Taxar melhor as heranças, a grande meritocracia hereditária brasileira, é, portanto, outro tema para a segunda etapa.

A segunda etapa deve discutir a volta a taxação sobre dividendos recebidos de empresas (abolida por FHC em 1995), o reajuste da tabela do Imposto de Renda (buscando isentar a maior parte da classe média e criando alíquotas maiores, acima de 30%, para os que ganham realmente muito), taxação de grandes fortunas. No Brasil, propostas como essa são chamadas de comunismo, na Europa, de justiça.

O governo não cumpriu o prazo de 90 dias, previsto na emenda constitucional da primeira etapa da reforma, para apresentar a segunda. A justificativa tem sido de que ela já está sendo entregue de forma fatiada através da taxação de fundos para super-ricos e offshores, além de medidas de desoneração de folha de pagamento. Mas não está não.

Além disso, enviar é uma coisa, aprovar é outra completamente diferente. Levantamento do Congresso em Foco entre deputados e senadores, divulgada em 31 de outubro do ano passado, aponta que, hoje, são baixas as chances de aprovação da taxação de dividendos e de grandes fortunas.

Sim, agora que a regulamentação da primeira etapa da reforma tributária foi aprovada, o tema corre o risco de sair da agenda porque o poder econômico não quer tributada sua riqueza e renda.

Mas parte do pacote de ajuste fiscal, se aprovado, já seria um enorme avanço sobre a segunda parte da reforma tributária.

Quando o ministro da Fazenda Fernando Haddad apresentou o projeto de ajuste fiscal, no final do mês passado, propondo que os muito ricos paguem mais impostos, atacando os supersalários do funcionalismo público e limitando os benefícios fiscais a empresas, eu disse aqui que isso tem potencial para reduzir a bizarra desigualdade do país.
O presidente Lula durante reunião no Palácio do Planalto – Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
E, por isso, adiantei que o governo Lula iria apanhar mais do que Judas em Sábado de Aleluia por parte daqueles que serão (um pouquinho) prejudicados, mas que contam com muita gente para falar e lutar por eles.

Recolher impostos sobre os rendimentos de quem ganha mais de R$ 600 mil por ano (R$ 50 mil/mês) partindo de um mínimo de 10% é civilizatório. Aqueles que recebem via dividendos de empresas, que são isentos, terão que pagar segundo uma escala progressiva, se aprovada a proposta. Na prática, hoje, alguém que ganha milhões em dividendos paga percentualmente menos imposto do que um trabalhador que recebe menos de três salários mínimos.

Outra medida anunciada foi a limitação da possibilidade de isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física por razão de dedução de gastos de saúde para quem ganha até R$ 20 mil por mês. Mas, como disse o próprio Haddad, a dedução continua integral para todas as faixas de renda. Ou seja, o governo poderia ter ido além e limitar o valor das deduções em gastos de saúde no IRPF, que beneficiam principalmente as classes média alta e alta e custa bilhões.

A chance do Congresso derrubar essa parte boa do pacote de ajuste fiscal, que atinge os muito ricos, é alta. Por isso, vale a pena manter o olho aberto. A classe trabalhadora não pode ficar novamente com o gosto amargo de sentir que está pagando sozinha a conta de um mais ajuste fiscal do país. E perdendo a chance de o país se tornar um pouco mais democrático cobrando proporcionalmente mais de quem tem muito mais.

Fonte: DCM

VÍDEO – Miriam Leitão detona mercado após alta no dólar e alfineta Bolsonaro: “Não há esse fim de mundo”


. Foto: reprodução

A jornalista Míriam Leitão falou em “ataque especulativo” e citou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao comentar a alta do dólar americano durante o programa Conexão GloboNews na última terça-feira (17).

Nesta data, o dólar americano registrou alta significativa, sendo cotado a R$ 6,1709 às 10h22. Mais tarde, às 12h01, a moeda subiu ainda mais, atingindo R$ 6,2008, o que representa uma alta de 1,72%.

“Houve um tempo em que a gente chamava isso, Daniela [Lima], de ataque especulativo. Porque não tem nenhuma relação com os fatos. Concretamente, não está acontecendo esse fim de mundo que o mercado financeiro está vendo. (…) O pacote fiscal faz mudanças, de fato, no ritmo de crescimento das despesas. O país vai ter, este ano, metade do déficit público que o mercado financeiro imaginava no começo do ano”, afirmou Míriam.

“E, além disso, houve, no meio do caminho, uma coisa imprevisível que é o Rio Grande do Sul. Não tem esse fim de mundo que o mercado está vendo. O que tem de preocupante: a inflação está alta. Mas, para isso, está sendo feito um pacote fiscal e um choque de juros. (…) Não houve uma deterioração fiscal grave nos últimos dois anos que justificasse esse resultado.”

Míriam ainda fez críticas à gestão bolsonarista, enfatizando que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve que arcar com dívidas vencidas deixadas pelo governo anterior.

“E digo mais: o governo Bolsonaro pedalou, deixou de pagar R$ 93 bilhões em dívidas vencidas, dívidas judiciais vencidas que tinha que pagar, e quem pagou foi o atual governo. Então, isso gerou um déficit maior no ano passado. E neste ano, o déficit será muito menor do que no ano passado e, além disso, muito menor do que o próprio mercado esperava. (…) Não faz sentido esse dólar, não faz sentido essa histeria”, concluiu.

Assista abaixo:

Fonte: DCM

Real acumula desvalorização de 21,5% em 2024 e se aproxima de patamar registrado na pandemia

Ataques especulativos, pressão pelo ajuste fiscal e conivência do BC frente à disparada do dólar contribuíram para a desvalorização da moeda

Notas de reais e dólares (Foto: Reuters/Ricardo Moraes)

O dólar segue pressionado em meio ao temor com as contas públicas brasileiras, que continuam a afetar a confiança dos investidores. Na terça-feira (17), a moeda americana tocou R$ 6,20, mas perdeu fôlego ao longo do dia, fechando acima de R$ 6,09, ainda assim renovando a máxima histórica para o ano. O desempenho revela o cenário enfrentado pela moeda brasileira, que já acumula uma desvalorização de 21,52% em 2024, conforme o índice Ptax, taxa de referência para contratos denominados em real em bolsas internacionais.

Os ataques especulativos do mercado financeiro e a conivência do Banco Central (BC) frente à disparada do dólar também contribuíram para a desvalorização do real, a despeito dos bons resultados da economia, que incluem a queda do desemprego, inflação controlada e o crescimento do Produto INterno Bruto (PIB). .

Segundo análise de Einar Rivero, analista da Elos Ayta ouvido pela CNN Brasil, a queda do real é uma das mais acentuadas dos últimos 24 anos, ficando apenas atrás dos piores momentos da pandemia de Covid-19. Rivero destaca que a diferença de 0,92 ponto percentual entre o cenário atual e o da crise sanitária reflete a persistente pressão cambial e os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil.

“A desconfiança do mercado em relação à trajetória das contas públicas continua afetando o câmbio. O pacote fiscal do governo, divulgado no final de 2023, não conseguiu convencer os investidores”, afirma Rivero.

Além disso, o analista ressalta o impacto da política monetária do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, que manteve juros elevados ao longo de 2024. Esse cenário atraiu capitais para os títulos do Tesouro americano, pressionando ainda mais as moedas emergentes, como o real. A análise dos últimos 25 anos mostra que o real, historicamente, tem sido uma moeda vulnerável a volatilidades e crises periódicas, com desvalorizações ocorrendo em 15 ocasiões e valorizações em apenas 10.

Embora o cenário atual seja desfavorável, Rivero ainda acredita na capacidade de recuperação do real, especialmente em momentos de ajuste econômico e melhora do cenário global. Ele aponta que as maiores altas do real desde 2000 ocorreram durante períodos de recuperação de crises, tanto internas quanto externas.

Para 2025, Rivero prevê que o desempenho do real estará diretamente relacionado a uma política fiscal mais robusta, a um ambiente externo menos restritivo e a um crescimento econômico mais acelerado no Brasil. “A mensagem é clara: a resiliência cambial do Brasil ainda depende de ajustes estruturais e de uma gestão econômica mais previsível”, conclui o analista.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil