Os jogadores de futebol Vinícius Jr. e Marta – Divulgação/FIFA
Nesta terça-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou Vinícius Jr., vencedor do prêmio de melhor jogador do mundo na cerimônia Fifa The Best, e também celebrou Marta, vencedora na categoria de gol mais bonito do futebol feminino. Nos Stories do Instagram, o petista compartilhou uma publicação oficial do governo federal enaltecendo os dois atletas:
“Dois golaços. Nesta terça-feira (17), o jogador Vini Jr. ganhou o prêmio “The Best”, organizado pela Fifa, de melhor jogador de futebol do mundo. A cerimônia também contemplou a jogadora Marta, ícone do futebol, na categoria que leva seu nome e premia quem faz o gol mais bonito no futebol feminino: a própria! Vini Jr. e Marta orgulham o Brasil não só em campo, mas também pela luta contra o racismo e a favor da igualdade de gênero no esporte. Campeões”.
O atacante do Real Madrid e da Seleção Brasileira recebeu o prêmio em uma cerimônia realizada em Doha, no Catar. Esta foi a primeira vez que Vini Jr. conquistou o reconhecimento individual como melhor jogador do mundo.
Apesar do triunfo no Fifa The Best, em outubro, o jogador ficou fora do pódio da Bola de Ouro, premiação da revista francesa France Football, vencida por Rodri, do Manchester City.
A jogadora Marta também fez história ao vencer na categoria que leva seu nome, criada para premiar o gol mais bonito no futebol feminino. O gol vencedor foi marcado em um amistoso entre Brasil e Jamaica, realizado na Arena Pernambuco, em junho. Na partida, a brasileira marcou duas vezes, e o gol premiado foi o segundo da noite.
O deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) está recebendo uma enxurrada de críticas em suas redes sociais após votar contra a Reforma Tributária, que elimina todos os impostos sobre 40 alimentos essenciais da cesta básica.
Em seu discurso no plenário na última terça-feira (17), o deputado afirmou: “Esse governo não tem responsabilidade fiscal alguma. Prometeram benesses e só estão trazendo malefícios!”. “Não colocarei minha digital na reforma tributária do governo Lula. O tempo já está provando que estamos certos.”
A declaração deu o que falar na internet. O parlamentar, conhecido por sua posição contrária a impostos, tornou-se um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Nikolas chegou aos Trending Topics do X, antigo Twitter.
A aprovação da regulamentação da primeira etapa da reforma tributária pela Câmara, nesta terça (17), é boa notícia, mas erra quem diz que esse processo está chegando ao fim. O que foi resolvido é a parte que trata do consumo, agora governo precisa enviar e o parlamento debater a segunda etapa, sobre a tributação de renda e riqueza.
O país viveu meses de lobistas gastando sola de sapato nos gabinetes de deputados e senadores para encaixar os interesses dos setores que representam na regulamentação da primeira etapa da reforma. Não foi uma batalha silenciosa porque usaram a mídia para tentar convencer que seu interesse é o de todos os brasileiros. Mas, ainda assim, a batalha é menor do que a tentativa de colocar os muito ricos no Imposto de Renda, promessa de campanha de Lula.
“Ah, mas isso já acontece com a taxação dos fundos exclusivos e dos fundos offshore proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso.” Não, pequeno gafanhoto, isso é apenas o aperitivo da justiça tributária. Isentos de serem tributados pelos dividendos que recebem, os super-ricos no Brasil pagam proporcionalmente menos impostos que os pobres (via consumo) e a classe média (via renda). E essa lógica precisa ser invertida.
Informação importante: super-rico não é você que parcelou seu Renegade em 24 vezes, então, calma.
O texto da primeira etapa da reforma aprovado pelos deputados e senadores aponta que caso uma nova taxação de renda gerar excedentes, eles podem ser usados para reduzir o custo da folha de pagamento e os tributos sobre o consumo. Pois é através do imposto pago na compra de produtos que os muito pobres, isentos do imposto de renda, contribuem proporcionalmente bem mais que os super-ricos.
Também de acordo com o texto aprovado no Congresso, há a obrigatoriedade da progressividade do ITCMD, o imposto sobre heranças e doações – progressividade que já é adotada por parte dos estados. Mas isso não basta, pois ele continua com teto de 8%, enquanto as alíquotas chegam a 30% na Alemanha, 40% nos Estados Unidos, 45% na França e 50% no Japão. Taxar melhor as heranças, a grande meritocracia hereditária brasileira, é, portanto, outro tema para a segunda etapa.
A segunda etapa deve discutir a volta a taxação sobre dividendos recebidos de empresas (abolida por FHC em 1995), o reajuste da tabela do Imposto de Renda (buscando isentar a maior parte da classe média e criando alíquotas maiores, acima de 30%, para os que ganham realmente muito), taxação de grandes fortunas. No Brasil, propostas como essa são chamadas de comunismo, na Europa, de justiça.
O governo não cumpriu o prazo de 90 dias, previsto na emenda constitucional da primeira etapa da reforma, para apresentar a segunda. A justificativa tem sido de que ela já está sendo entregue de forma fatiada através da taxação de fundos para super-ricos e offshores, além de medidas de desoneração de folha de pagamento. Mas não está não.
Além disso, enviar é uma coisa, aprovar é outra completamente diferente. Levantamento do Congresso em Foco entre deputados e senadores, divulgada em 31 de outubro do ano passado, aponta que, hoje, são baixas as chances de aprovação da taxação de dividendos e de grandes fortunas.
Sim, agora que a regulamentação da primeira etapa da reforma tributária foi aprovada, o tema corre o risco de sair da agenda porque o poder econômico não quer tributada sua riqueza e renda.
Mas parte do pacote de ajuste fiscal, se aprovado, já seria um enorme avanço sobre a segunda parte da reforma tributária.
Quando o ministro da Fazenda Fernando Haddad apresentou o projeto de ajuste fiscal, no final do mês passado, propondo que os muito ricos paguem mais impostos, atacando os supersalários do funcionalismo público e limitando os benefícios fiscais a empresas, eu disse aqui que isso tem potencial para reduzir a bizarra desigualdade do país.
E, por isso, adiantei que o governo Lula iria apanhar mais do que Judas em Sábado de Aleluia por parte daqueles que serão (um pouquinho) prejudicados, mas que contam com muita gente para falar e lutar por eles.
Recolher impostos sobre os rendimentos de quem ganha mais de R$ 600 mil por ano (R$ 50 mil/mês) partindo de um mínimo de 10% é civilizatório. Aqueles que recebem via dividendos de empresas, que são isentos, terão que pagar segundo uma escala progressiva, se aprovada a proposta. Na prática, hoje, alguém que ganha milhões em dividendos paga percentualmente menos imposto do que um trabalhador que recebe menos de três salários mínimos.
Outra medida anunciada foi a limitação da possibilidade de isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física por razão de dedução de gastos de saúde para quem ganha até R$ 20 mil por mês. Mas, como disse o próprio Haddad, a dedução continua integral para todas as faixas de renda. Ou seja, o governo poderia ter ido além e limitar o valor das deduções em gastos de saúde no IRPF, que beneficiam principalmente as classes média alta e alta e custa bilhões.
A chance do Congresso derrubar essa parte boa do pacote de ajuste fiscal, que atinge os muito ricos, é alta. Por isso, vale a pena manter o olho aberto. A classe trabalhadora não pode ficar novamente com o gosto amargo de sentir que está pagando sozinha a conta de um mais ajuste fiscal do país. E perdendo a chance de o país se tornar um pouco mais democrático cobrando proporcionalmente mais de quem tem muito mais.
A jornalista Míriam Leitão falou em “ataque especulativo” e citou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao comentar a alta do dólar americano durante o programa Conexão GloboNews na última terça-feira (17).
Nesta data, o dólar americano registrou alta significativa, sendo cotado a R$ 6,1709 às 10h22. Mais tarde, às 12h01, a moeda subiu ainda mais, atingindo R$ 6,2008, o que representa uma alta de 1,72%.
“Houve um tempo em que a gente chamava isso, Daniela [Lima], de ataque especulativo. Porque não tem nenhuma relação com os fatos. Concretamente, não está acontecendo esse fim de mundo que o mercado financeiro está vendo. (…) O pacote fiscal faz mudanças, de fato, no ritmo de crescimento das despesas. O país vai ter, este ano, metade do déficit público que o mercado financeiro imaginava no começo do ano”, afirmou Míriam.
“E, além disso, houve, no meio do caminho, uma coisa imprevisível que é o Rio Grande do Sul. Não tem esse fim de mundo que o mercado está vendo. O que tem de preocupante: a inflação está alta. Mas, para isso, está sendo feito um pacote fiscal e um choque de juros. (…) Não houve uma deterioração fiscal grave nos últimos dois anos que justificasse esse resultado.”
Míriam ainda fez críticas à gestão bolsonarista, enfatizando que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve que arcar com dívidas vencidas deixadas pelo governo anterior.
“E digo mais: o governo Bolsonaro pedalou, deixou de pagar R$ 93 bilhões em dívidas vencidas, dívidas judiciais vencidas que tinha que pagar, e quem pagou foi o atual governo. Então, isso gerou um déficit maior no ano passado. E neste ano, o déficit será muito menor do que no ano passado e, além disso, muito menor do que o próprio mercado esperava. (…) Não faz sentido esse dólar, não faz sentido essa histeria”, concluiu.
Ataques especulativos, pressão pelo ajuste fiscal e conivência do BC frente à disparada do dólar contribuíram para a desvalorização da moeda
Notas de reais e dólares (Foto: Reuters/Ricardo Moraes)
O dólar segue pressionado em meio ao temor com as contas públicas brasileiras, que continuam a afetar a confiança dos investidores. Na terça-feira (17), a moeda americana tocou R$ 6,20, mas perdeu fôlego ao longo do dia, fechando acima de R$ 6,09, ainda assim renovando a máxima histórica para o ano. O desempenho revela o cenário enfrentado pela moeda brasileira, que já acumula uma desvalorização de 21,52% em 2024, conforme o índice Ptax, taxa de referência para contratos denominados em real em bolsas internacionais.
Os ataques especulativos do mercado financeiro e a conivência do Banco Central (BC) frente à disparada do dólar também contribuíram para a desvalorização do real, a despeito dos bons resultados da economia, que incluem a queda do desemprego, inflação controlada e o crescimento do Produto INterno Bruto (PIB). .
Segundo análise de Einar Rivero, analista da Elos Ayta ouvido pelaCNN Brasil, a queda do real é uma das mais acentuadas dos últimos 24 anos, ficando apenas atrás dos piores momentos da pandemia de Covid-19. Rivero destaca que a diferença de 0,92 ponto percentual entre o cenário atual e o da crise sanitária reflete a persistente pressão cambial e os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil.
“A desconfiança do mercado em relação à trajetória das contas públicas continua afetando o câmbio. O pacote fiscal do governo, divulgado no final de 2023, não conseguiu convencer os investidores”, afirma Rivero.
Além disso, o analista ressalta o impacto da política monetária do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, que manteve juros elevados ao longo de 2024. Esse cenário atraiu capitais para os títulos do Tesouro americano, pressionando ainda mais as moedas emergentes, como o real. A análise dos últimos 25 anos mostra que o real, historicamente, tem sido uma moeda vulnerável a volatilidades e crises periódicas, com desvalorizações ocorrendo em 15 ocasiões e valorizações em apenas 10.
Embora o cenário atual seja desfavorável, Rivero ainda acredita na capacidade de recuperação do real, especialmente em momentos de ajuste econômico e melhora do cenário global. Ele aponta que as maiores altas do real desde 2000 ocorreram durante períodos de recuperação de crises, tanto internas quanto externas.
Para 2025, Rivero prevê que o desempenho do real estará diretamente relacionado a uma política fiscal mais robusta, a um ambiente externo menos restritivo e a um crescimento econômico mais acelerado no Brasil. “A mensagem é clara: a resiliência cambial do Brasil ainda depende de ajustes estruturais e de uma gestão econômica mais previsível”, conclui o analista.
Marcelo Medeiros, especialista em desigualdade, aponta concentração de privilégios e ausência de reforma tributária justa como entraves ao ajuste fiscal
Arthur Lira, presidente da Câmara (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)
O pacote de ajuste fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta duras críticas do sociólogo Marcelo Medeiros, especialista em desigualdade e pesquisador associado à Universidade Columbia (EUA) e à Universidade de Brasília (UnB). Para ele, o principal obstáculo para um ajuste fiscal justo não está nas limitações técnicas, mas na atuação do Congresso Nacional, que ele acusa de funcionar como "um sindicato dos ricos".
“O Congresso protege interesses econômicos específicos ao invés de priorizar a justiça fiscal e a redução das desigualdades”, afirmou Medeiros em entrevista àBBC News Brasil.Segundo o sociólogo, ao insistir na manutenção de subsídios fiscais bilionários para setores privilegiados, os parlamentares comprometem a sustentabilidade das contas públicas e perpetuam um sistema tributário regressivo.
De acordo com dados oficiais, o Brasil renunciou a R$ 581 bilhões em impostos em 2022, o equivalente a mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Para Medeiros, essa política de isenções é injustificável e agrava a concentração de renda. “É uma conta que deveria ser paga pelos mais ricos, mas que acaba recaindo sobre a base da sociedade”, criticou.
Medeiros também condenou a decisão do governo de limitar o reajuste do salário mínimo a um teto de 2,5% ao ano, chamando a medida de "imoral". “Desde o Plano Real, o salário mínimo tem sido o principal instrumento de combate à pobreza no Brasil, mais eficaz do que qualquer programa assistencial”, afirmou.
Além disso, ele considerou paliativa a isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil, medida anunciada pelo governo como uma forma de aliviar a carga tributária sobre a classe média. “Isso é uma gota no oceano diante do que realmente deveria ser feito: uma reforma tributária robusta que elimine privilégios fiscais e aumente a tributação sobre grandes fortunas e rendimentos de capital.”
Segundo Medeiros, uma reforma tributária justa deveria acabar com regimes especiais como o Simples Nacional e o Lucro Presumido, além de rever os subsídios concedidos ao agronegócio e à indústria. “O sistema tributário brasileiro foi desenhado para proteger os mais ricos. É preciso reestruturar essa lógica urgentemente.”
Ele também alertou para os impactos sociais dos cortes anunciados. “Reduzir investimentos em saúde e educação é agravar ainda mais as desigualdades no Brasil. O Estado precisa atuar de maneira incisiva para garantir acesso equitativo a esses direitos fundamentais.”
Com o recesso legislativo se aproximando, Medeiros destacou que as mudanças estruturais necessárias dependem de uma nova postura do Congresso. “Se o Brasil quer justiça social e equilíbrio fiscal, o Congresso precisa deixar de ser um obstáculo e assumir suas responsabilidades”, concluiu.
Fonte: Brasil 247 com informações da BBC News Brasil
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, convocou a última sessão de 2024 para esta quarta-feira, mas não incluiu nenhum veto na pauta de votações
Rodrigo Pacheco (Foto: Pedro França/Agência Senado)
O Congresso Nacional deverá adiar mais uma vez a análise de dois vetos de Jair Bolsonaro (PL), entre eles o que poderia permitir a volta do despacho gratuito de bagagens no Brasil. Segundo a coluna do jornalistaIgor Gadelha, do Metrópoles, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), convocou a última sessão de 2024 para esta quarta-feira (18), mas não incluiu nenhum veto na pauta de votações.
Com isso, o veto sobre o despacho gratuito de bagagens, assinado por Bolsonaro em junho de 2022, continuará fora de discussão. A medida foi tomada meses antes das eleições de 2022, nas quais Bolsonaro foi derrotado. Da mesma forma, o veto sobre o projeto que autorizava o autocontrole da produção agropecuária no Brasil também permanece sem apreciação. Esse veto gerou críticas de auditores fiscais na época.
Além desses, outros 31 vetos do governo Lula "trancam a pauta", o que significa que o Congresso deveria, por obrigação constitucional, votar esses vetos antes de qualquer outro projeto de lei. Contudo, desde a pandemia, os parlamentares têm encontrado maneiras de evitar votar vetos impopulares ou sem consenso, com a justificativa de que as sessões semipresenciais permitem a votação apenas de projetos, deixando os vetos para outro momento.
A sessão de quarta-feira, que será semipresencial, permitirá que os parlamentares votem remotamente, o que significa que a análise dos vetos ficará para o próximo ano.
Pacote de medidas apresentado em novembro pela equipe econômica precisa passar pelo crivo do Congresso para entrar em vigor
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira recebe o Ministro, Fernando Haddad (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)
Mesmo com o prazo apertado, o governo federal segue confiante na aprovação do pacote fiscal até sexta-feira (20). A informação foi confirmada pelos líderes governistas no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), e na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), em entrevista à Globonews.
O pacote de medidas, apresentado em novembro pela equipe econômica liderada pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), precisa passar pelo crivo do Congresso para entrar em vigor. A proposta foi formalmente entregue ao presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em reunião com líderes partidários.
Durante o encontro, Pacheco estimou que a aprovação na Câmara dos Deputados ocorreria em duas semanas, reservando a semana seguinte para análise e votação pelos senadores antes do recesso parlamentar. No entanto, o cronograma não foi cumprido.
As duas semanas previstas terminaram na última sexta-feira (13) sem votação. O plenário da Câmara esteve concentrado em projetos de segurança pública, o que retardou a apreciação do pacote fiscal.
Outro obstáculo foi a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que liberou o pagamento de emendas parlamentares suspensas desde agosto, mas impôs novas regras de transparência. A medida, confirmada por unanimidade pelo STF, reacendeu tensões entre os Poderes e provocou insatisfação de partidos que pressionam o governo por mais espaço nas negociações.
Com a contagem regressiva para o recesso legislativo, a aprovação do pacote fiscal depende de um esforço concentrado nas próximas sessões. Segundo Haddad, o presidente Lula fez um “apelo” para que os parlamentares aprovem as medidas sem alterações significativas. “É uma questão de responsabilidade fiscal e governabilidade”, reforçou o ministro.
Volume representa aumento de cerca de 2% em relação aos US$ 355 bilhões registrados no final de 2023
Dólar (Foto: Reuters)
As reservas internacionais do Brasil continuam em trajetória de alta, alcançando US$ 362,225 bilhões, segundo a mais recente atualização do Banco Central (BC). O volume representa um aumento de cerca de 2% em relação aos US$ 355 bilhões registrados no final de 2023, consolidando uma trajetória de recuperação observada ao longo do terceiro mandato do presidente Lula (PT).
As reservas funcionam como um colchão de segurança para a economia, oferecendo proteção contra choques externos e ajudando a conter crises cambiais e fugas de capital.
A tendência de alta enfrenta desafios no final de 2024. Historicamente, dezembro apresenta forte saída de dólares devido a compromissos sazonais, como remessas de lucros e pagamentos de dívidas externas, demandando maior intervenção do BC.
Entre dos dias 12 e 17 deste mês, a autoridade monetária injetou US$ 12,760 bilhões no mercado cambial para conter a volatilidade da moeda. O destaque foi a venda de US$ 3,287 bilhões em leilões à vista em um único dia — maior operação desde março de 2020. Esses leilões, conhecidos como “leilões de linha”, oferecem dólares ao mercado sem compromisso de recompra imediata. Mesmo com essa intervenção, o dólar chegou a R$ 6,2073 no pico do pregão, renovando recordes nominais.
O procurador-geral da República e o ministro do Supremo não seguirão as tradicionais férias coletivas do STF, o que dará celeridade ao processo
Alexandre de Moraes e Paulo Gonet (Foto: STF / Agência Senado)
Durante o período de recesso do Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu que continuará trabalhando normalmente, em janeiro, sem seguir as férias coletivas tradicionais da Corte. A decisão, segundo a coluna da jornalistaAndréia Sadi, do g1, é estratégica para garantir que o inquérito que indiciou Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado receba a devida atenção, especialmente considerando o caráter prioritário do caso na Procuradoria-Geral da República (PGR).
A expectativa é de que Gonet, junto à sua equipe, tome providências, incluindo a possível apresentação de uma denúncia contra Bolsonaro e outros 39 indiciados, ainda em janeiro. De acordo com um auxiliar do procurador-geral ouvido pela reportagem, essa possibilidade ganhou força após a prisão do general Walter Braga Netto no último sábado (14), o que acelerou o ritmo do processo. A legislação prevê que casos com investigados presos sejam tratados com maior urgência.
O relator do caso no STF, o ministro Alexandre de Moraes, também decidiu manter seu trabalho durante o recesso, seguindo a prática iniciada em 2019, quando passou a enviar um ofício à presidência do tribunal informando sua disposição para trabalhar no período de férias. Isso garante que, caso a PGR faça alguma manifestação no processo, Moraes, como responsável pela investigação, estará disponível para analisá-la.
O recesso no Supremo terá início no dia 20 de dezembro e se estenderá até 6 de janeiro, seguido das férias coletivas até o fim do mês. As atividades normais da Corte serão retomadas apenas em fevereiro, com a abertura do Ano Judiciário. A expectativa de muitos ministros é que o julgamento do processo sobre a tentativa de golpe ocorra em 2025.
Uma vez que a PGR apresente sua acusação, haverá prazo para as defesas se manifestarem, antes de a Primeira Turma do STF, composta por Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino, decidir sobre o recebimento da denúncia. Apenas após essa fase os indiciados se tornarão réus e passarão a responder a uma ação penal.
Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Andreia Sadi, no G1
Confiança nos militares está em seu nível mais baixo desde 2017
Montagem (da esq. para a dir.): Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid (Foto: Divulgação / Alan Santos-PR)
Pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada pela Folha de S. Paulo expôs um contraste profundo nas bases de apoio do presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Eleitores do atual presidente têm mais confiança nas instituições públicas, enquanto os apoiadores do ex-mandatário depositam sua fé em empresas privadas e nas Forças Armadas. O levantamento entrevistou 2.002 pessoas em 113 municípios brasileiros nos dias 12 e 13 deste mês, com margem de erro de dois pontos percentuais.
Entre os que votaram em Lula, 87% afirmaram confiar na Presidência da República. O Ministério Público (82%), a imprensa (81%), o Poder Judiciário (81%) e o Supremo Tribunal Federal (79%) também são amplamente respeitados por este grupo.
Em sentido inverso, os bolsonaristas mostram confiança quase exclusiva nas grandes empresas (81%) e nos militares (77%). Outras instituições, como o Ministério Público (65%), a imprensa (60%) e o Judiciário (59%), aparecem com índices mais modestos. Apenas 36% afirmaram confiar no STF, que frequentemente é alvo de ataques desse eleitorado.
O Datafolha destacou que a confiança nas Forças Armadas está em seu nível mais baixo desde 2017, mas ainda permanece como a instituição mais respeitada entre os brasileiros, com 74% de aprovação geral.
Preocupações e desempenho do governo - A pesquisa também revelou as principais preocupações dos brasileiros. Tanto apoiadores de Lula quanto bolsonaristas colocaram a saúde como o maior problema do país, sendo mencionada espontaneamente por 24% dos eleitores de Lula e 19% dos apoiadores de Bolsonaro. A violência ocupa o segundo lugar, com 13% e 12%, respectivamente.
Entretanto, os focos de preocupação divergem a partir desse ponto. Eleitores de Lula priorizam desemprego e fome, enquanto os de Bolsonaro enfatizam questões econômicas e corrupção.
Avaliação do governo Lula - Um terço dos eleitores de Lula acredita que ele fez menos pelo país do que o esperado. Entre os que votaram em Bolsonaro, a insatisfação salta para 81%. Por outro lado, 37% dos apoiadores do petista consideram que ele fez o que se esperava, e 28% acreditam que ele superou as expectativas.
Quando questionados sobre a gestão até agora, 66% dos eleitores de Lula avaliam o governo como bom ou ótimo, enquanto 27% o consideram regular. Apenas 7% apontam a gestão como ruim ou péssima.
Em contraste, 68% dos eleitores de Bolsonaro avaliam o governo como ruim ou péssimo, 23% como regular e apenas 8% como bom ou ótimo.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo