quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Sakamoto: Calma que reforma tributária ainda não acabou! Falta taxação de super-ricos

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, responsável pela apresentação da nova reforma fiscal – Foto: Reprodução

Por Leonardo Sakamoto, no UOL

A aprovação da regulamentação da primeira etapa da reforma tributária pela Câmara, nesta terça (17), é boa notícia, mas erra quem diz que esse processo está chegando ao fim. O que foi resolvido é a parte que trata do consumo, agora governo precisa enviar e o parlamento debater a segunda etapa, sobre a tributação de renda e riqueza.

O país viveu meses de lobistas gastando sola de sapato nos gabinetes de deputados e senadores para encaixar os interesses dos setores que representam na regulamentação da primeira etapa da reforma. Não foi uma batalha silenciosa porque usaram a mídia para tentar convencer que seu interesse é o de todos os brasileiros. Mas, ainda assim, a batalha é menor do que a tentativa de colocar os muito ricos no Imposto de Renda, promessa de campanha de Lula.

“Ah, mas isso já acontece com a taxação dos fundos exclusivos e dos fundos offshore proposto pelo governo e aprovado pelo Congresso.” Não, pequeno gafanhoto, isso é apenas o aperitivo da justiça tributária. Isentos de serem tributados pelos dividendos que recebem, os super-ricos no Brasil pagam proporcionalmente menos impostos que os pobres (via consumo) e a classe média (via renda). E essa lógica precisa ser invertida.

Informação importante: super-rico não é você que parcelou seu Renegade em 24 vezes, então, calma.

O texto da primeira etapa da reforma aprovado pelos deputados e senadores aponta que caso uma nova taxação de renda gerar excedentes, eles podem ser usados para reduzir o custo da folha de pagamento e os tributos sobre o consumo. Pois é através do imposto pago na compra de produtos que os muito pobres, isentos do imposto de renda, contribuem proporcionalmente bem mais que os super-ricos.

Também de acordo com o texto aprovado no Congresso, há a obrigatoriedade da progressividade do ITCMD, o imposto sobre heranças e doações – progressividade que já é adotada por parte dos estados. Mas isso não basta, pois ele continua com teto de 8%, enquanto as alíquotas chegam a 30% na Alemanha, 40% nos Estados Unidos, 45% na França e 50% no Japão. Taxar melhor as heranças, a grande meritocracia hereditária brasileira, é, portanto, outro tema para a segunda etapa.

A segunda etapa deve discutir a volta a taxação sobre dividendos recebidos de empresas (abolida por FHC em 1995), o reajuste da tabela do Imposto de Renda (buscando isentar a maior parte da classe média e criando alíquotas maiores, acima de 30%, para os que ganham realmente muito), taxação de grandes fortunas. No Brasil, propostas como essa são chamadas de comunismo, na Europa, de justiça.

O governo não cumpriu o prazo de 90 dias, previsto na emenda constitucional da primeira etapa da reforma, para apresentar a segunda. A justificativa tem sido de que ela já está sendo entregue de forma fatiada através da taxação de fundos para super-ricos e offshores, além de medidas de desoneração de folha de pagamento. Mas não está não.

Além disso, enviar é uma coisa, aprovar é outra completamente diferente. Levantamento do Congresso em Foco entre deputados e senadores, divulgada em 31 de outubro do ano passado, aponta que, hoje, são baixas as chances de aprovação da taxação de dividendos e de grandes fortunas.

Sim, agora que a regulamentação da primeira etapa da reforma tributária foi aprovada, o tema corre o risco de sair da agenda porque o poder econômico não quer tributada sua riqueza e renda.

Mas parte do pacote de ajuste fiscal, se aprovado, já seria um enorme avanço sobre a segunda parte da reforma tributária.

Quando o ministro da Fazenda Fernando Haddad apresentou o projeto de ajuste fiscal, no final do mês passado, propondo que os muito ricos paguem mais impostos, atacando os supersalários do funcionalismo público e limitando os benefícios fiscais a empresas, eu disse aqui que isso tem potencial para reduzir a bizarra desigualdade do país.
O presidente Lula durante reunião no Palácio do Planalto – Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
E, por isso, adiantei que o governo Lula iria apanhar mais do que Judas em Sábado de Aleluia por parte daqueles que serão (um pouquinho) prejudicados, mas que contam com muita gente para falar e lutar por eles.

Recolher impostos sobre os rendimentos de quem ganha mais de R$ 600 mil por ano (R$ 50 mil/mês) partindo de um mínimo de 10% é civilizatório. Aqueles que recebem via dividendos de empresas, que são isentos, terão que pagar segundo uma escala progressiva, se aprovada a proposta. Na prática, hoje, alguém que ganha milhões em dividendos paga percentualmente menos imposto do que um trabalhador que recebe menos de três salários mínimos.

Outra medida anunciada foi a limitação da possibilidade de isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física por razão de dedução de gastos de saúde para quem ganha até R$ 20 mil por mês. Mas, como disse o próprio Haddad, a dedução continua integral para todas as faixas de renda. Ou seja, o governo poderia ter ido além e limitar o valor das deduções em gastos de saúde no IRPF, que beneficiam principalmente as classes média alta e alta e custa bilhões.

A chance do Congresso derrubar essa parte boa do pacote de ajuste fiscal, que atinge os muito ricos, é alta. Por isso, vale a pena manter o olho aberto. A classe trabalhadora não pode ficar novamente com o gosto amargo de sentir que está pagando sozinha a conta de um mais ajuste fiscal do país. E perdendo a chance de o país se tornar um pouco mais democrático cobrando proporcionalmente mais de quem tem muito mais.

Fonte: DCM

VÍDEO – Miriam Leitão detona mercado após alta no dólar e alfineta Bolsonaro: “Não há esse fim de mundo”


. Foto: reprodução

A jornalista Míriam Leitão falou em “ataque especulativo” e citou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao comentar a alta do dólar americano durante o programa Conexão GloboNews na última terça-feira (17).

Nesta data, o dólar americano registrou alta significativa, sendo cotado a R$ 6,1709 às 10h22. Mais tarde, às 12h01, a moeda subiu ainda mais, atingindo R$ 6,2008, o que representa uma alta de 1,72%.

“Houve um tempo em que a gente chamava isso, Daniela [Lima], de ataque especulativo. Porque não tem nenhuma relação com os fatos. Concretamente, não está acontecendo esse fim de mundo que o mercado financeiro está vendo. (…) O pacote fiscal faz mudanças, de fato, no ritmo de crescimento das despesas. O país vai ter, este ano, metade do déficit público que o mercado financeiro imaginava no começo do ano”, afirmou Míriam.

“E, além disso, houve, no meio do caminho, uma coisa imprevisível que é o Rio Grande do Sul. Não tem esse fim de mundo que o mercado está vendo. O que tem de preocupante: a inflação está alta. Mas, para isso, está sendo feito um pacote fiscal e um choque de juros. (…) Não houve uma deterioração fiscal grave nos últimos dois anos que justificasse esse resultado.”

Míriam ainda fez críticas à gestão bolsonarista, enfatizando que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve que arcar com dívidas vencidas deixadas pelo governo anterior.

“E digo mais: o governo Bolsonaro pedalou, deixou de pagar R$ 93 bilhões em dívidas vencidas, dívidas judiciais vencidas que tinha que pagar, e quem pagou foi o atual governo. Então, isso gerou um déficit maior no ano passado. E neste ano, o déficit será muito menor do que no ano passado e, além disso, muito menor do que o próprio mercado esperava. (…) Não faz sentido esse dólar, não faz sentido essa histeria”, concluiu.

Assista abaixo:

Fonte: DCM

Real acumula desvalorização de 21,5% em 2024 e se aproxima de patamar registrado na pandemia

Ataques especulativos, pressão pelo ajuste fiscal e conivência do BC frente à disparada do dólar contribuíram para a desvalorização da moeda

Notas de reais e dólares (Foto: Reuters/Ricardo Moraes)

O dólar segue pressionado em meio ao temor com as contas públicas brasileiras, que continuam a afetar a confiança dos investidores. Na terça-feira (17), a moeda americana tocou R$ 6,20, mas perdeu fôlego ao longo do dia, fechando acima de R$ 6,09, ainda assim renovando a máxima histórica para o ano. O desempenho revela o cenário enfrentado pela moeda brasileira, que já acumula uma desvalorização de 21,52% em 2024, conforme o índice Ptax, taxa de referência para contratos denominados em real em bolsas internacionais.

Os ataques especulativos do mercado financeiro e a conivência do Banco Central (BC) frente à disparada do dólar também contribuíram para a desvalorização do real, a despeito dos bons resultados da economia, que incluem a queda do desemprego, inflação controlada e o crescimento do Produto INterno Bruto (PIB). .

Segundo análise de Einar Rivero, analista da Elos Ayta ouvido pela CNN Brasil, a queda do real é uma das mais acentuadas dos últimos 24 anos, ficando apenas atrás dos piores momentos da pandemia de Covid-19. Rivero destaca que a diferença de 0,92 ponto percentual entre o cenário atual e o da crise sanitária reflete a persistente pressão cambial e os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil.

“A desconfiança do mercado em relação à trajetória das contas públicas continua afetando o câmbio. O pacote fiscal do governo, divulgado no final de 2023, não conseguiu convencer os investidores”, afirma Rivero.

Além disso, o analista ressalta o impacto da política monetária do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, que manteve juros elevados ao longo de 2024. Esse cenário atraiu capitais para os títulos do Tesouro americano, pressionando ainda mais as moedas emergentes, como o real. A análise dos últimos 25 anos mostra que o real, historicamente, tem sido uma moeda vulnerável a volatilidades e crises periódicas, com desvalorizações ocorrendo em 15 ocasiões e valorizações em apenas 10.

Embora o cenário atual seja desfavorável, Rivero ainda acredita na capacidade de recuperação do real, especialmente em momentos de ajuste econômico e melhora do cenário global. Ele aponta que as maiores altas do real desde 2000 ocorreram durante períodos de recuperação de crises, tanto internas quanto externas.

Para 2025, Rivero prevê que o desempenho do real estará diretamente relacionado a uma política fiscal mais robusta, a um ambiente externo menos restritivo e a um crescimento econômico mais acelerado no Brasil. “A mensagem é clara: a resiliência cambial do Brasil ainda depende de ajustes estruturais e de uma gestão econômica mais previsível”, conclui o analista.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Especialista acusa Congresso de atuar como 'sindicato dos ricos' e critica pacote fiscal

Marcelo Medeiros, especialista em desigualdade, aponta concentração de privilégios e ausência de reforma tributária justa como entraves ao ajuste fiscal

Arthur Lira, presidente da Câmara (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

O pacote de ajuste fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta duras críticas do sociólogo Marcelo Medeiros, especialista em desigualdade e pesquisador associado à Universidade Columbia (EUA) e à Universidade de Brasília (UnB). Para ele, o principal obstáculo para um ajuste fiscal justo não está nas limitações técnicas, mas na atuação do Congresso Nacional, que ele acusa de funcionar como "um sindicato dos ricos".

“O Congresso protege interesses econômicos específicos ao invés de priorizar a justiça fiscal e a redução das desigualdades”, afirmou Medeiros em entrevista à BBC News Brasil. Segundo o sociólogo, ao insistir na manutenção de subsídios fiscais bilionários para setores privilegiados, os parlamentares comprometem a sustentabilidade das contas públicas e perpetuam um sistema tributário regressivo.

De acordo com dados oficiais, o Brasil renunciou a R$ 581 bilhões em impostos em 2022, o equivalente a mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Para Medeiros, essa política de isenções é injustificável e agrava a concentração de renda. “É uma conta que deveria ser paga pelos mais ricos, mas que acaba recaindo sobre a base da sociedade”, criticou.

Medeiros também condenou a decisão do governo de limitar o reajuste do salário mínimo a um teto de 2,5% ao ano, chamando a medida de "imoral". “Desde o Plano Real, o salário mínimo tem sido o principal instrumento de combate à pobreza no Brasil, mais eficaz do que qualquer programa assistencial”, afirmou.

Além disso, ele considerou paliativa a isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil, medida anunciada pelo governo como uma forma de aliviar a carga tributária sobre a classe média. “Isso é uma gota no oceano diante do que realmente deveria ser feito: uma reforma tributária robusta que elimine privilégios fiscais e aumente a tributação sobre grandes fortunas e rendimentos de capital.”

Segundo Medeiros, uma reforma tributária justa deveria acabar com regimes especiais como o Simples Nacional e o Lucro Presumido, além de rever os subsídios concedidos ao agronegócio e à indústria. “O sistema tributário brasileiro foi desenhado para proteger os mais ricos. É preciso reestruturar essa lógica urgentemente.”

Ele também alertou para os impactos sociais dos cortes anunciados. “Reduzir investimentos em saúde e educação é agravar ainda mais as desigualdades no Brasil. O Estado precisa atuar de maneira incisiva para garantir acesso equitativo a esses direitos fundamentais.”

Com o recesso legislativo se aproximando, Medeiros destacou que as mudanças estruturais necessárias dependem de uma nova postura do Congresso. “Se o Brasil quer justiça social e equilíbrio fiscal, o Congresso precisa deixar de ser um obstáculo e assumir suas responsabilidades”, concluiu.

Fonte: Brasil 247 com informações da BBC News Brasil

Congresso adia por mais um ano apreciação de vetos de Bolsonaro

Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, convocou a última sessão de 2024 para esta quarta-feira, mas não incluiu nenhum veto na pauta de votações

Rodrigo Pacheco (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O Congresso Nacional deverá adiar mais uma vez a análise de dois vetos de Jair Bolsonaro (PL), entre eles o que poderia permitir a volta do despacho gratuito de bagagens no Brasil. Segundo a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), convocou a última sessão de 2024 para esta quarta-feira (18), mas não incluiu nenhum veto na pauta de votações.

Com isso, o veto sobre o despacho gratuito de bagagens, assinado por Bolsonaro em junho de 2022, continuará fora de discussão. A medida foi tomada meses antes das eleições de 2022, nas quais Bolsonaro foi derrotado. Da mesma forma, o veto sobre o projeto que autorizava o autocontrole da produção agropecuária no Brasil também permanece sem apreciação. Esse veto gerou críticas de auditores fiscais na época.

Além desses, outros 31 vetos do governo Lula "trancam a pauta", o que significa que o Congresso deveria, por obrigação constitucional, votar esses vetos antes de qualquer outro projeto de lei. Contudo, desde a pandemia, os parlamentares têm encontrado maneiras de evitar votar vetos impopulares ou sem consenso, com a justificativa de que as sessões semipresenciais permitem a votação apenas de projetos, deixando os vetos para outro momento.

A sessão de quarta-feira, que será semipresencial, permitirá que os parlamentares votem remotamente, o que significa que a análise dos vetos ficará para o próximo ano.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Governo mantém expectativa pela aprovação do pacote fiscal até sexta

Pacote de medidas apresentado em novembro pela equipe econômica precisa passar pelo crivo do Congresso para entrar em vigor

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira recebe o Ministro, Fernando Haddad (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)

 Mesmo com o prazo apertado, o governo federal segue confiante na aprovação do pacote fiscal até sexta-feira (20). A informação foi confirmada pelos líderes governistas no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), e na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), em entrevista à Globonews.

O pacote de medidas, apresentado em novembro pela equipe econômica liderada pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), precisa passar pelo crivo do Congresso para entrar em vigor. A proposta foi formalmente entregue ao presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em reunião com líderes partidários.

Durante o encontro, Pacheco estimou que a aprovação na Câmara dos Deputados ocorreria em duas semanas, reservando a semana seguinte para análise e votação pelos senadores antes do recesso parlamentar. No entanto, o cronograma não foi cumprido.

As duas semanas previstas terminaram na última sexta-feira (13) sem votação. O plenário da Câmara esteve concentrado em projetos de segurança pública, o que retardou a apreciação do pacote fiscal.

Outro obstáculo foi a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que liberou o pagamento de emendas parlamentares suspensas desde agosto, mas impôs novas regras de transparência. A medida, confirmada por unanimidade pelo STF, reacendeu tensões entre os Poderes e provocou insatisfação de partidos que pressionam o governo por mais espaço nas negociações.

Com a contagem regressiva para o recesso legislativo, a aprovação do pacote fiscal depende de um esforço concentrado nas próximas sessões. Segundo Haddad, o presidente Lula fez um “apelo” para que os parlamentares aprovem as medidas sem alterações significativas. “É uma questão de responsabilidade fiscal e governabilidade”, reforçou o ministro.

Fonte: Brasil 247 com informações da GloboNews

Reservas internacionais crescem no governo Lula e atingem US$ 362 bilhões

Volume representa aumento de cerca de 2% em relação aos US$ 355 bilhões registrados no final de 2023

Dólar (Foto: Reuters)

As reservas internacionais do Brasil continuam em trajetória de alta, alcançando US$ 362,225 bilhões, segundo a mais recente atualização do Banco Central (BC). O volume representa um aumento de cerca de 2% em relação aos US$ 355 bilhões registrados no final de 2023, consolidando uma trajetória de recuperação observada ao longo do terceiro mandato do presidente Lula (PT).

As reservas funcionam como um colchão de segurança para a economia, oferecendo proteção contra choques externos e ajudando a conter crises cambiais e fugas de capital.

A tendência de alta enfrenta desafios no final de 2024. Historicamente, dezembro apresenta forte saída de dólares devido a compromissos sazonais, como remessas de lucros e pagamentos de dívidas externas, demandando maior intervenção do BC.

Entre dos dias 12 e 17 deste mês, a autoridade monetária injetou US$ 12,760 bilhões no mercado cambial para conter a volatilidade da moeda. O destaque foi a venda de US$ 3,287 bilhões em leilões à vista em um único dia — maior operação desde março de 2020. Esses leilões, conhecidos como “leilões de linha”, oferecem dólares ao mercado sem compromisso de recompra imediata. Mesmo com essa intervenção, o dólar chegou a R$ 6,2073 no pico do pregão, renovando recordes nominais.

Fonte: Brasil 247

Sem férias de Gonet e Moraes, cresce expectativa pela denúncia de envolvidos em trama golpista

O procurador-geral da República e o ministro do Supremo não seguirão as tradicionais férias coletivas do STF, o que dará celeridade ao processo

Alexandre de Moraes e Paulo Gonet (Foto: STF / Agência Senado)

Durante o período de recesso do Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidiu que continuará trabalhando normalmente, em janeiro, sem seguir as férias coletivas tradicionais da Corte. A decisão, segundo a coluna da jornalista Andréia Sadi, do g1, é estratégica para garantir que o inquérito que indiciou Jair Bolsonaro (PL) por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado receba a devida atenção, especialmente considerando o caráter prioritário do caso na Procuradoria-Geral da República (PGR).

A expectativa é de que Gonet, junto à sua equipe, tome providências, incluindo a possível apresentação de uma denúncia contra Bolsonaro e outros 39 indiciados, ainda em janeiro. De acordo com um auxiliar do procurador-geral ouvido pela reportagem, essa possibilidade ganhou força após a prisão do general Walter Braga Netto no último sábado (14), o que acelerou o ritmo do processo. A legislação prevê que casos com investigados presos sejam tratados com maior urgência.

O relator do caso no STF, o ministro Alexandre de Moraes, também decidiu manter seu trabalho durante o recesso, seguindo a prática iniciada em 2019, quando passou a enviar um ofício à presidência do tribunal informando sua disposição para trabalhar no período de férias. Isso garante que, caso a PGR faça alguma manifestação no processo, Moraes, como responsável pela investigação, estará disponível para analisá-la.

O recesso no Supremo terá início no dia 20 de dezembro e se estenderá até 6 de janeiro, seguido das férias coletivas até o fim do mês. As atividades normais da Corte serão retomadas apenas em fevereiro, com a abertura do Ano Judiciário. A expectativa de muitos ministros é que o julgamento do processo sobre a tentativa de golpe ocorra em 2025.

Uma vez que a PGR apresente sua acusação, haverá prazo para as defesas se manifestarem, antes de a Primeira Turma do STF, composta por Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino, decidir sobre o recebimento da denúncia. Apenas após essa fase os indiciados se tornarão réus e passarão a responder a uma ação penal.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Andreia Sadi, no G1

Datafolha: eleitores de Lula confiam nas instituições, enquanto bolsonaristas acreditam em empresas e Forças Armadas

Confiança nos militares está em seu nível mais baixo desde 2017

Montagem (da esq. para a dir.): Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid (Foto: Divulgação / Alan Santos-PR)

Pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada pela Folha de S. Paulo expôs um contraste profundo nas bases de apoio do presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Eleitores do atual presidente têm mais confiança nas instituições públicas, enquanto os apoiadores do ex-mandatário depositam sua fé em empresas privadas e nas Forças Armadas. O levantamento entrevistou 2.002 pessoas em 113 municípios brasileiros nos dias 12 e 13 deste mês, com margem de erro de dois pontos percentuais.

Entre os que votaram em Lula, 87% afirmaram confiar na Presidência da República. O Ministério Público (82%), a imprensa (81%), o Poder Judiciário (81%) e o Supremo Tribunal Federal (79%) também são amplamente respeitados por este grupo.

Em sentido inverso, os bolsonaristas mostram confiança quase exclusiva nas grandes empresas (81%) e nos militares (77%). Outras instituições, como o Ministério Público (65%), a imprensa (60%) e o Judiciário (59%), aparecem com índices mais modestos. Apenas 36% afirmaram confiar no STF, que frequentemente é alvo de ataques desse eleitorado.

O Datafolha destacou que a confiança nas Forças Armadas está em seu nível mais baixo desde 2017, mas ainda permanece como a instituição mais respeitada entre os brasileiros, com 74% de aprovação geral.

Preocupações e desempenho do governo - A pesquisa também revelou as principais preocupações dos brasileiros. Tanto apoiadores de Lula quanto bolsonaristas colocaram a saúde como o maior problema do país, sendo mencionada espontaneamente por 24% dos eleitores de Lula e 19% dos apoiadores de Bolsonaro. A violência ocupa o segundo lugar, com 13% e 12%, respectivamente.

Entretanto, os focos de preocupação divergem a partir desse ponto. Eleitores de Lula priorizam desemprego e fome, enquanto os de Bolsonaro enfatizam questões econômicas e corrupção.

Avaliação do governo Lula - Um terço dos eleitores de Lula acredita que ele fez menos pelo país do que o esperado. Entre os que votaram em Bolsonaro, a insatisfação salta para 81%. Por outro lado, 37% dos apoiadores do petista consideram que ele fez o que se esperava, e 28% acreditam que ele superou as expectativas.

Quando questionados sobre a gestão até agora, 66% dos eleitores de Lula avaliam o governo como bom ou ótimo, enquanto 27% o consideram regular. Apenas 7% apontam a gestão como ruim ou péssima.

Em contraste, 68% dos eleitores de Bolsonaro avaliam o governo como ruim ou péssimo, 23% como regular e apenas 8% como bom ou ótimo.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Avião de carga sai da pista durante pouso na Terra Yanomami em Roraima

Condições climáticas adversas e pista molhada podem ter causado o incidente. Piloto e o copiloto, únicos ocupantes do avião, escaparam ilesos

(Foto: Reprodução)

Um avião monomotor Cessna Caravan, utilizado para transporte de cargas, sofreu um incidente no Aeródromo de Surucucu, localizado no município de Alto Alegre, em Roraima, durante um pouso na Terra Indígena Yanomami. A aeronave não conseguiu parar antes do fim da pista, saindo da área delimitada. No momento do ocorrido, não havia passageiros a bordo, destaca o jornal O Globo.

De acordo com informações fornecidas pela Voare Táxi Aéreo, responsável pela operação do avião, as condições climáticas adversas foram determinantes para o incidente. A pista estava molhada devido às chuvas recentes, o que comprometeu a frenagem. Além disso, uma rajada de vento "forte e inesperada" afetou o controle da aeronave durante a aterrissagem.

Apesar da gravidade da situação, o piloto e o copiloto, únicos ocupantes do avião, escaparam ilesos. A empresa destacou que a aeronave estava com manutenção e documentação em dia, assim como o piloto, que possuía habilitação válida e exames médicos atualizados.

A Voare informou ainda que está colaborando com as investigações conduzidas pelo SERIPA-7 (Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). O objetivo é identificar com precisão as causas do incidente e implementar eventuais medidas corretivas necessárias para evitar novas ocorrências.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Folha diz, em editorial, que saúde de Lula será tema da campanha presidencial de 2026

Jornal levanta questão etária, mas críticas não devem recair em preconceito contra idosos

Lula após ter alta hospitalar (Foto: Ricardo Stuckert)

A relação entre a saúde de um chefe de Estado e sua capacidade de governar é tema que envolve legítimo interesse público. Entretanto, o editorial desta quarta-feira da Folha de S.Paulo, ao apontar que a condição física do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será pauta na campanha de 2026, parece flertar com um viés etarista que vai além da saudável preocupação com a aptidão de um mandatário para o cargo. Embora seja natural questionar se Lula estará apto a enfrentar um quarto mandato, é necessário cuidado para que a análise não se transforme em preconceito implícito contra a idade.

A Folha destaca que Lula completará 81 anos logo após o segundo turno de 2026, sublinhando que nenhum outro presidente brasileiro atingiu tal faixa etária no exercício do mandato. Contudo, a crítica embute a suposição de que idade avançada seria, por si só, fator limitante da capacidade cognitiva e decisória. O presidente, no entanto, continua a apresentar vigor intelectual e sólido poder de articulação, diferentemente do contexto vivido por Joe Biden, líder norte-americano, que enfrentou questionamentos mais profundos sobre sua vitalidade e clareza mental. Enquanto Biden titubeava em certos momentos públicos, Lula mantém um domínio firme sobre o discurso, além de experiência política singular que não diminuiu com o passar dos anos.

A internação passada de Lula para tratar um sangramento cerebral, mencionada pelo jornal, serviu de alerta quanto à importância de formalizar mecanismos de sucessão temporária. A preocupação, entretanto, não deve servir de combustível para especulações exageradas ou argumentos falaciosos que façam crer que o presidente, apenas por ser idoso, não poderá conduzir um país continental. Transparência e responsabilidade na comunicação sobre a saúde do chefe do Executivo são fundamentais, mas isso não significa transformar o debate sobre governabilidade em uma cruzada contra a idade ou capacidade mental de um indivíduo.

A sociedade brasileira merece um debate político maduro, que reconheça tanto os riscos inerentes à atividade presidencial quanto a pluralidade de condições em que os líderes podem exercer suas funções. É preciso avaliar Lula por suas ideias, decisões e histórico administrativo, não pela presunção de fragilidade decorrente do simples fato de envelhecer. Nesse sentido, a Folha, ao trazer o assunto à baila, deveria ter o cuidado de não alimentar um discurso etarista, respeitando a diversidade de experiências que a maturidade pode agregar à vida pública.

Fonte: Brasil 247

Tarcísio aponta Milei, que causou catástrofe na Argentina, como exemplo a seguir

Sob Milei, metade dos argentinos vive abaixo da linha de pobreza
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), exaltou as políticas econômicas do presidente argentino Javier Milei como um modelo para o Brasil. “A Argentina sabe exatamente o que está fazendo. O Milei sabe exatamente, o [Luis] Caputo [ministro da Economia da Argentina] sabe exatamente. Eles cortaram 30% da despesa do governo. Nenhum país do mundo que não tenha passado por uma situação de guerra fez um corte tão significativo quanto a Argentina está fazendo”, declarou.

Embora Tarcísio tenha apontado uma “redução consistente da inflação” e “crescimento nominal” como méritos das políticas de Milei, a realidade vivida pela população argentina revela uma crise social devastadora. Um levantamento recente do Observatório Social da Universidade Católica Argentina mostra que 49,9% da população está abaixo da linha de pobreza, o que representa cerca de 23 milhões de pessoas.

As políticas ultraliberais de Milei incluíram cortes profundos nas despesas públicas, o que provocou um colapso nos serviços básicos e na infraestrutura social. Obras públicas foram congeladas e milhares de trabalhadores do setor público foram demitidos. A combinação de inflação e desvalorização cambial deteriorou rapidamente o poder de compra dos argentinos.

Realidade econômica versus retórica - Enquanto Tarcísio exalta os supostos êxitos econômicos argentinos, economistas destacam que qualquer estabilização recente ocorre às custas de um custo social altíssimo. O desemprego no setor privado aumentou, e o mercado imobiliário passou a operar quase exclusivamente em dólares, tornando moradia uma realidade inatingível para boa parte da população.

Se a Argentina “sabe o que está fazendo”, como afirma o governador paulista, os números sociais indicam que o preço pago pela sociedade é desumano. Transformar esse modelo em inspiração para o Brasil implica assumir riscos profundos para milhões de brasileiros que dependem de serviços públicos essenciais e empregos formais.

Fonte: Brasil 247

Menino Gui conquista prêmio de melhor torcedor da Fifa

Desde que sua história ganhou destaque, Gui tem vivido momentos únicos

(Foto: Reprodução)

Guilherme Gandra, conhecido como Gui, um menino de 10 anos que conquistou os corações dos torcedores do Vasco da Gama, foi homenageado nesta terça-feira (17) como o melhor torcedor do mundo no prêmio "Fifa The Best Football Awards", realizado em Doha, no Catar. A história foi divulgada inicialmente pelo Extra.

Gui, que vive com uma condição rara e dolorosa chamada epidermólise bolhosa, viralizou nas redes sociais em junho de 2023. Na época, a mãe do garoto, Tayane Gandra, publicou um emocionante vídeo que registrava o reencontro com o filho após ele ter passado 16 dias em coma induzido. O vídeo comoveu milhões de pessoas e consolidou o pequeno como torcedor símbolo do Vasco.

◉ Uma história de amizade e luta

Desde que sua história ganhou destaque, Gui tem vivido momentos únicos. Jogadores do Vasco visitaram o garoto, e ele criou um laço especial com Gabriel Pec, atualmente no LA Galaxy, dos Estados Unidos. Além disso, passou a frequentar jogos em São Januário e acompanhar os treinos do time, tornando-se uma verdadeira inspiração para a torcida vascaína.

A visibilidade de sua luta também trouxe atenção para as dificuldades enfrentadas por portadores de epidermólise bolhosa, uma condição genética que provoca lesões graves na pele. Em meio ao reconhecimento, Gui se tornou símbolo de uma causa maior: a criação da “Lei Gui”.

◉ A lei que transforma vidas

A “Lei Gui” (Lei nº 10.142), sancionada em outubro de 2023, foi um marco no estado do Rio de Janeiro. Proposta por Tayane Gandra por meio do aplicativo LegislAqui, da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a iniciativa alcançou rapidamente mais de 5 mil apoios populares, bem acima do necessário para tramitar na Casa.

O texto aprovado estabelece o Programa Estadual de Assistência Especializada em Epidermólise Bolhosa, que garante suporte completo aos pacientes da rede pública de saúde. Entre as medidas estão o fornecimento de curativos especiais, medicamentos, suplementos e atendimento multidisciplinar especializado.

“Essa conquista é muito maior do que eu podia imaginar”, declarou Tayane em entrevistas anteriores. “Gui não apenas inspirou as pessoas com sua história, mas trouxe esperança para milhares de famílias que convivem com essa condição.”

◉ Reconhecimento internacional

O prêmio recebido no Fifa The Best é uma celebração à coragem e ao carisma de Gui, que, mesmo diante de adversidades, conquistou o coração da comunidade esportiva mundial. Durante a cerimônia, a imagem do menino representou não apenas o amor pelo futebol, mas a força transformadora da solidariedade e do apoio mútuo.

Gui agora é um exemplo global de superação e inspiração. Seu reconhecimento transcende o esporte e reforça a importância de dar visibilidade a histórias como a sua, que têm o poder de mudar vidas e inspirar novas conquistas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Extra

"É caso de polícia", diz Cappelli sobre alta do dólar fabricada com base em fake news

'Fake news envolvendo o futuro presidente do BC está sendo apresentada como motivo para o ataque especulativo que fez o dólar subir', denunciou

Ricardo Cappelli (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, usou as redes sociais para criticar as fake news envolvendo o diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que foram utilizadas como justificativa para o ataque especulativo do mercado financeiro que resultou na disparada do dólar nos últimos dias.

“Criminosos. Uma fake news envolvendo o futuro presidente do Banco Central que foi reproduzida pelos parasitas do mercado financeiro está sendo apresentada como motivo para o ataque especulativo que fez o dólar subir. Isso é caso de polícia. Tem que botar na Cadeia. Todos”, postou Capelli no X, antigo Twitter.

O dólar disparou nesta terça-feira (17), chegando a ser cotado em R$ 6,20, enquanto um perfil na rede social X postava declarações falsas atribuídas a Gabriel Galípolo. Com 3,5 mil seguidores, a conta foi replicada por influenciadores e analistas financeiros, aumentando uma suposta incerteza no mercado. No final da tarde, o dólar recuou para R$ 6,08 , após o Banco Central intervir no mercado de câmbio e injetar US$ 3,3 bilhões em dois leilões

Em uma das falas falsas, Galípolo teria se referido ao dólar como "moeda estadunidense" e projetado sua cotação em R$ 5, o que teria causado agitação entre investidores e analistas econômicos. Em outra declaração (falsa), o economista teria dito que "a moeda dos Brics nos salvaguardaria da extrema influência que o dólar exerce no nosso mercado". Segundo o UOL, o perfil apontado como a fonte de origem da fake news foi apagado.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Superlotação, brigas e transtornos: descarrilamento de trem gera caos na manhã do paulistano

Interrupção parcial atinge Zona Leste de São Paulo; superlotação, brigas e transtornos marcam a manhã dos passageiros


O descarrilamento de um trem de carga da empresa MRS Logística, ocorrido na altura da estação Brás por volta das 2h10 da madrugada desta quarta-feira (18), gerou uma manhã caótica para os passageiros das Linhas 11-Coral e 12-Safira da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A interrupção parcial no sistema deixou estações lotadas e usuários enfrentando dificuldades para embarcar, conforme relatado pelo g1.

Segundo a CPTM, o incidente interrompeu a circulação total de trens no início da operação, às 4h40, afetando diretamente as viagens no trecho entre as estações Tatuapé, Brás e Luz. Além disso, o Expresso Aeroporto, que conecta a capital paulista ao Aeroporto de Guarulhos, foi suspenso temporariamente, com previsão de retomada às 7h.

◉ Superlotação e confusão nas estações

A interrupção gerou filas enormes e uma superlotação nas plataformas das estações afetadas, dificultando tanto o embarque quanto o desembarque dos passageiros. O calor dentro dos trens e a lotação das plataformas agravaram a situação.

Uma mulher chegou a desmaiar na estação Tatuapé, na Zona Leste, devido ao calor e à superlotação. Passageiros relataram brigas e empurra-empurra nas tentativas de entrar ou sair dos vagões.

"É um caos completo. Ninguém consegue se mover direito. As pessoas estão perdendo a paciência e brigando por espaço", disse um dos passageiros que aguardava na estação Brás.

◉ Retomada gradual da circulação

Por volta das 5h30, a CPTM iniciou a retomada parcial do serviço em ambas as linhas. Na Linha 11-Coral, dois trens começaram a operar entre as estações Luz e Brás, enquanto a Linha 12-Safira seguiu com interdição parcial no trecho entre Tatuapé, Brás e Luz.

No entanto, a lentidão no embarque e desembarque, somada à redução da oferta de trens, manteve as estações lotadas e a circulação comprometida. A chegada dos trens às plataformas também ocorre de forma lenta, prolongando o tempo de espera dos passageiros.

◉ Impactos e promessas de normalização

A MRS Logística, responsável pelo trem de carga que descarrilou, ainda não divulgou detalhes sobre o que teria causado o incidente. Já a CPTM informou que está trabalhando para restabelecer a operação normal das linhas o mais rápido possível.

Embora a empresa tenha prometido uma retomada gradual, passageiros seguem enfrentando uma manhã marcada por atrasos e transtornos, com reflexos no trânsito e nos deslocamentos na capital paulista.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Após histeria da extrema-direita, João Pedro Stedile recebe maior honraria da Assembleia Legislativa gaúcha

A sessão solene destacou a importância de João Pedro Stedile para a história social e econômica do país

João Pedro Stedile recebe maior honraria da Assembleia Legislativa gaúcha (Foto: Paulo Roberto)

Em uma cerimônia realizada na segunda-feira, 16, o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, recebeu a Medalha Mérito Farroupilha, a mais alta distinção concedida pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A honraria foi proposta pelo deputado estadual Adão Pretto Filho (PT), em reconhecimento à sua trajetória de luta em defesa da reforma agrária, da agricultura familiar e dos direitos dos trabalhadores rurais.

Embora seja uma prerrogativa de cada deputado conceder a condecoração a uma liderança que tenha contribuído com o desenvolvimento da região, a homenagem a Stedile gerou histeria na extrema-direita. Parlamentares como o deputado Capitão Martim (Republicanos) organizaram um abaixo-assinado contra a entrega da medalha, alegando que a homenagem era uma afronta ao parlamento gaúcho. Já o deputado Delegado Zucco (Republicanos) foi além, ameaçando dar voz de prisão a Stedile durante a solenidade. Questionado sobre as reações dos deputados da extrema-direita, Stedile respondeu de forma tranquila: "nem dei bola".

A sessão solene, realizada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, destacou a importância de João Pedro Stedile para a história social e econômica do país. Nascido em Lagoa Vermelha (RS), Stedile é uma das figuras centrais na luta pela democratização do acesso à terra e pela valorização do trabalho rural no Brasil. Sob sua liderança, o MST consolidou-se como o maior movimento social da América Latina, com milhares de famílias assentadas e projetos de produção limpa, sustentável e agroecológica.

O deputado Adão Pretto Filho, autor da proposta, ressaltou a importância de reconhecer o legado de Stedile em tempos de intolerância e desinformação: "João Pedro Stedile representa a luta de milhares de trabalhadores e trabalhadoras que constroem o Brasil de forma digna, produzindo comida de verdade e cuidando da terra. Esta medalha é um símbolo de resistência e justiça social, e nenhum ataque vai apagar isso", afirmou.

Apesar de a Medalha Mérito Farroupilha ter sido entregue a João Pedro Stedile, a intenção da homenagem foi celebrar os 40 anos do MST.

Fonte: Brasil 247

Apoio à democracia no Brasil recua, mas permanece majoritário, aponta Datafolha

Para 43%, o Brasil correu um risco grande de retroceder para uma ditadura diante dos planos golpistas de Bolsonaro após a derrota nas urnas em 2022

(Foto: Rubens Gallerani Filho/Audiovisual/PR)

O apoio à democracia no Brasil, embora ainda predominante, sofreu uma queda significativa nos últimos dois anos, segundo pesquisa Datafolha, divulgada pela Folha de S. Paulo. Atualmente, 69% dos brasileiros consideram a democracia a melhor forma de governo, uma redução expressiva em relação aos 79% registrados em outubro de 2022, o maior índice da série histórica iniciada em 1989.

Em contraste, a aceitação de um regime ditatorial subiu de 5% para 8% no mesmo período. A proporção de pessoas indiferentes ao tipo de governo também aumentou de 11% para 17%, marcando um novo pico desde junho de 2000, quando o índice chegou a 29%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A queda no apoio à democracia ocorre em um momento de estabilidade política relativa, mas ainda marcado pelos efeitos das crises institucionais dos últimos anos. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), indiciado por suspeita de tentar um golpe para permanecer no poder, o apoio ao regime democrático se consolidou como resposta às investidas contra o sistema eleitoral e outras instituições republicanas.

Bolsonaro, conhecido por sua apologia ao regime militar de 1964 e ataques às urnas eletrônicas, foi declarado inelegível até 2030 pela Justiça Eleitoral. Esse cenário fomentou mobilizações em defesa da democracia e uma elevação temporária dos índices de apoio ao sistema democrático.

◉ Perfil dos entrevistados - Os recortes socioeconômicos da pesquisa mostram disparidades relevantes. Homens (74%) demonstram maior adesão à democracia do que mulheres (64%). O apoio também cresce entre pessoas com nível superior (87%) e as mais ricas (80% entre quem recebe mais de cinco salários mínimos), enquanto entre os menos escolarizados e mais pobres os índices são de 56% e 61%, respectivamente.

Apesar da polarização política, não há diferenças estatisticamente significativas entre os que se declaram bolsonaristas ou petistas quanto à preferência pela democracia.

◉ Medo de retrocesso e possibilidade de golpe - Quando questionados sobre a possibilidade de um retorno ao regime ditatorial, 52% dos entrevistados descartaram essa hipótese, enquanto 21% consideram uma pequena chance e outros 21% veem uma grande possibilidade de isso ocorrer. Esses índices refletem uma preocupação ainda presente em parte da população.

Além disso, 68% dos entrevistados acreditam que houve risco real de golpe durante a transição de governo entre a derrota de Bolsonaro para o presidente Lula (PT) no segundo turno de 2022 e a posse do petista para o terceiro mandato. Destes, 43% avaliaram o risco como grande, 17% como moderado e 8% como pequeno. Um quarto dos entrevistados não acreditou na possibilidade de um golpe, enquanto 7% não souberam responder.

A pesquisa do Datafolha foi realizada nos dias 12 e 13 de dezembro, com 2.002 eleitores de 113 municípios. Os dados refletem um cenário de vigilância democrática contínua e oscilações nas percepções sobre o sistema de governo no Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Entorno de Heleno descarta prisão preventiva do general, indiciado pela PF por participação na tentativa de golpe

Aliados de Heleno destacam que, diferentemente de Braga Netto, o general submergiu desde que começaram as investigações da PF

Augusto Heleno (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputadas)

A prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice de Jair Bolsonaro (PL), elevou a tensão entre os aliados do general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Ambos foram indiciados pela Polícia Federal no inquérito sobre uma tentativa de golpe de Estado.

Apesar das evidências contra Heleno reunidas no relatório final da PF, aliados descartam a possibilidade de uma prisão preventiva, relata Bela Megale, do jornal O Globo. Desde o início das investigações, o ex-ministro tem mantido um perfil discreto, evitando declarações públicas e movimentos que possam complicá-lo juridicamente. Em contraste, Braga Netto teria tentado acessar informações privilegiadas sobre a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, o que pode ter contribuído para sua prisão.

◉ Estratégia de defesa - Segundo fontes próximas a Heleno, sua linha de defesa se baseia na alegação de que ele foi isolado no governo a partir de 2021, quando o Centrão passou a dominar a gestão. O episódio da paródia “se gritar pega Centrão, não fica um, meu irmão” teria gerado desconforto político e enfraquecido sua influência no Palácio do Planalto.

Ainda assim, o relatório da Polícia Federal é contundente ao apontar que Heleno teria participado ativamente de planos para desacreditar o sistema eleitoral e minar instituições democráticas. Documentos atribuídos ao general incluem anotações manuscritas detalhando estratégias para desobedecer decisões judiciais e atacar a integridade das urnas eletrônicas.

◉ Cenário jurídico e incertezas - Embora uma prisão preventiva seja considerada improvável por seus aliados, a possibilidade de denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e eventual condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) permanece significativa. O fator idade – Heleno tem 77 anos – pode influenciar o tipo de regime de cumprimento de pena, caso seja condenado.

Outro elemento crítico destacado pela investigação é a menção a um suposto “gabinete de gestão de crise”, que seria liderado por Heleno e Braga Netto caso o ministro do STF Alexandre de Moraes fosse preso ou assassinado. Essa referência fortalece a tese de conspiração contra a democracia.

A estratégia de silêncio e o distanciamento público podem ser cruciais para adiar a possível prisão de Heleno. No entanto, o peso das provas apresentadas pela Polícia Federal e a gravidade das acusações mantêm o futuro do general incerto, enquanto as investigações continuam avançando.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo