terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Governo bate recorde de R$ 49 bi em recuperação de créditos inseridos na dívida ativa da união

Resultado até outubro mostra crescimento de 28% na comparação anual. Governo mira R$ 90 bilhões em 2025

Moedas Real (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

Marcos Mortari, Infomoney - Em meio à busca do governo federal pelo equilíbrio das contas públicas e sob olhares céticos de agentes econômicos, o Ministério da Fazenda tem uma notícia para comemorar no campo fiscal neste fim de ano. Pela primeira vez na história, os valores recuperados inscritos em dívida ativa da União deverão superar a marca de R$ 50 bilhões.

O resultado reflete algumas das apostas da gestão do ministro Fernando Haddad (PT), em um esforço que a atual administração tem chamado de recuperação da base fiscal do Estado. Para 2025, as expectativas são ainda mais otimistas diante da possibilidade de o Programa de Transação Integral (PTI) finalmente sair do papel. As projeções que constam das peças orçamentárias indicam algo próximo a R$ 90 bilhões de recuperação de crédito − resultado que traria contribuição significativa para o ajuste fiscal.

Segundo levantamento feito pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), a que o InfoMoney teve acesso com exclusividade, o governo conseguiu recuperar R$ 49,2 bilhões em créditos tributários e não tributários até outubro de 2024. Trata-se da maior marca já registrada em um ano, mesmo faltando ainda 2 meses para registros.

O resultado representa um crescimento de 28% dessas receitas em comparação com o mesmo período em 2023, quando a PGFN recuperou R$ 38,2 bilhões aos cofres públicos. Naquele ano, essa receita ficou em R$ 48,30 bilhões − o que já era quase o dobro do volume registrado cinco anos antes (R$ 24,3 bilhões).

Contribuiu fortemente para o ritmo de crescimento observado de 2020 para cá o início de processos de recuperação de recursos a partir das chamadas transações tributárias, mecanismo introduzido por lei para estimular o contribuinte a buscar a resolução de litígios administrativos e a regularização de sua situação fiscal perante a Receita Federal.

No primeiro ano de vigência da regra, foram recuperados R$ 1,7 bilhão. Agora, nos 10 primeiros meses de 2024, as transações tributárias somaram R$ 27,8 bilhões. Além de representar um importante suporte para a missão de equilibrar as contas públicas, a equipe econômica argumenta que o instrumento estimula a concorrência leal entre contribuintes e reduz a litigiosidade − um dos principais problemas do sistema atual.

A lei que regulamenta as transações tributárias (Lei nº 13.988/2020) estabelece requisitos e condições que o governo deve seguir para chegar a um acordo sobre a cobrança de créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária.

Pelo texto, a União, em juízo de oportunidade e conveniência, poderá celebrar transação em quaisquer das modalidades previstas sempre que entender que a medida atende ao interesse público. Com isso, poderá conceder vantagens ao devedor, que podem envolver redução nos créditos e regras de parcelamento.

“O resultado [recorde de créditos recuperados] é fruto de um trabalho de muitos anos. É algo que a Procuradoria foi construindo, reformando seus processos de trabalho, automatizando muita coisa, agregando tecnologia, ferramentas modernas de análise de dados para que possamos, com o volume que temos, entregar melhores resultados”, disse a procuradora-geral da Fazenda Nacional, Anelize de Almeida, ao InfoMoney.

Para ela, os resultados refletem mudanças profundas no funcionamento da PGFN, como a modernização de ferramentas de gestão, que permitem um melhor acompanhamento e abordagem dos processos contra a Fazenda Nacional; o aprimoramento de técnicas de cobrança, como os protestos, aumentando a efetividade de recursos recuperados antes do litígio; e a intensificação das parcerias com outros órgãos federais e estaduais.

Ela diz que nos últimos anos, o órgão deixou de ser quase uma consultoria jurídica para assuntos relacionados à Fazenda Nacional para de fato participar da construção de políticas públicas e do próprio debate orçamentário.

Anelize conta que nos últimos anos a PGFN desenvolveu um sistema de protesto, em que o governo cobra devedores antes do início de um contencioso jurídico. A partir de ações como a classificação do estoque da dívida, a avaliação do crédito e o rating do débito, foi possível customizar a cobrança, e o resultado é uma taxa de quase 20% de satisfação do crédito no protesto − ou seja, sem necessidade de processo judicial.

Outra aposta do órgão foi a modernização do chamado Cadin, Cadastro Informativo de créditos não quitados do setor público federal, que passou da guarida do Banco Central para a PGFN a partir de 2021. A ideia é aprofundar a técnica do “naming and shaming”, conhecido na literatura internacional em que a listagem faz com que devedores procurem a Fazenda Nacional para regularizar seus débitos.

Uma mudança na legislação de contratação no setor público, em que são impedidos contratos com CNPJs que estejam no registro de inadimplentes, reforçou tal política. Hoje técnicos estimam que R$ 1,7 bilhão são arrecadados por ano com a simples inclusão de devedores no Cadin.

“Além dessas formas mais brandas, há uma grande parte em estoque que é o que tratamos como investigação fiscal e combate a fraude”, pontua Anelize. “Temos uma equipe de investigação fiscal, que está atrás de imóveis, movimentações financeiras, que analisa os dados fiscais das empresas e alimenta o processo de execução fiscal com informações atualizadas sobre bens e valores. E tem um grupo que é de combate à fraude fiscal estruturada, muito especializado, que trabalha com um número limitado de devedores e que faz grandes operações.”

É desta construção que surgiram operações em conjunto com órgãos como Polícia Federal e Ministério Público. A percepção de um maior poder de investigação da Fazenda Nacional gera uma pressão adicional para que contribuintes busquem a regularização. E outra ponta deste processo envolve a oferta de portas de saída pelo governo federal, além de melhorias em canais como o canal Regularize.

Transações tributárias: a “virada de chave” - Em 2024, um dos destaques no esforço da Fazenda Nacional para recuperar créditos da União foi o programa Litígio Zero, em que empresas que enfrentavam julgamento administrativo pela Receita Federal poderiam propor acordos de transação tributária em troca da desistência do litígio e parcelamento das dívidas com descontos especiais.

O programa listava 4 atores que poderiam envolvidos em possíveis propostas de transação individual: 1) contribuintes com débitos objeto de contencioso administrativo fiscal em valor igual ou superior a R$ 10 milhões; 2) contribuintes em recuperação judicial ou extrajudicial, em liquidação judicial ou extrajudicial ou em intervenção extrajudicial; 3) autarquias, fundações e empresas públicas federais; e 4) estados, Distrito Federal e municípios e respectivas entidades de direito público da administração indireta.

“A transação é o coroamento de um trabalho de pavimentação muito bem feito”, comemora Anelize. “Muitas empresas vêm para a transação por livre e espontânea vontade. Outras vêm porque apertamos no combate à fraude. Quando você aperta, abre uma operação junto com a Polícia Federal, eles vêm para a transação.”

Ela também conta que, além dos avanços em técnicas de investigação e parcerias com outros órgãos, a PGFN investiu em tecnologia para aumentar sua capacidade de acompanhar processos e definir estratégias. Um dos resultados foi o aumento de esforços concentrados para derrubar liminares há anos mantidas em fóruns locais.

“Começamos a ter um olhar no Brasil inteiro para entender quais liminares estavam impedindo a recuperação de dívidas milionárias. E aí começamos a levar isso aos tribunais superiores. Quando você aperta no Judiciário, o grupo vem querer fazer transação”, pontua.

“A transação é nossa política de maior sucesso, mas ela depende de uma infraestrutura que criamos ao longo dos anos”, destaca.

O avanço das transações tributárias também está relacionado a um esforço do governo em construir programas amplos de acordos baseados em teses de controvérsias jurídicas com alta litigância, seja em número de processos ou volumes financeiros envolvidos. Para se ter uma ideia, a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 já previa a arrecadação de R$ 12 bilhões apenas com transação de tese.

Um dos editais que contribuiu com parte do montante arrecadado neste ano envolve a bipartição de contratos de afretamento de plataformas de petróleo. Também foram lançados editais para a transação de débitos decorrentes de exclusões de incentivos e benefícios fiscais ou financeiros referentes ao ICMS da base de cálculo do IRPJ/CSLL, feitas em desacordo com a legislação, e dos lucros no exterior.

Na fila agora estão mais de 10 matérias tributárias controversas, como as discussões sobre tributação de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), stock options, Juros sobre Capital Próprio (JCP), desmutualização da Bovespa (atual B3) e amortização de ágio. Todas são vistas com elevado potencial de adesão − seja em atores ou montante envolvido nos processos.

Durante a conversa com o InfoMoney, a procuradora-geral da Fazenda Nacional destacou a importância de um trabalho cuidadoso na construção dos editais. O objetivo é evitar o chamado “moral hazard” (que em tradução livre significa o risco moral de um agente mudar seu comportamento por conta de incentivos inadequados dados em um novo contexto) e não promover distorções em mercados específicos.

“Além do moral hazard, temos uma preocupação de que essas transações não desequilibrem os mercados. Não quero ser acusada de que a transação de tese esteja manipulando a concorrência. Então, precisamos pensar em um edital a partir de critérios objetivos, e que englobem o máximo possível. A decisão é do contribuinte de aderir ou não, mas não pode ser a Fazenda Nacional de estar sendo acusada de apontar para um lado por não ter colocado determinada tese”, explica.

Programa de Transação Integral: aposta para 2025 - O objetivo estabelecido pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para recuperação de crédito no ano que vem é ousado e envolve a cifra de quase R$ 90 bilhões. Deste total, espera-se que cerca de 1/3 sejam arrecadados somente a partir do novo Programa de Transação Integral (PTI), que está em fase final de regulamentação.

A avaliação na PGFN é de que o PTI tem potencial de mudar o patamar da recuperação de crédito no país. Se na primeira geração dos acordos de transação somente créditos considerados irrecuperáveis ou de difícil recuperação, com empresas com capacidade de pagamento reduzida, agora abre-se a oportunidade para grupos com caixa robusto.

“O PTI é um divisor de águas sem dúvidas”, avalia Anelize. “É uma mudança de paradigma, que vamos fazer transação agora com quem tem capacidade econômica. Deixamos de lado o conceito de capacidade de pagamento e fazemos a transação com base em outra regra, que é a prognose versus o tempo, o custo de oportunidade do litígio. Vou poder fazer transação com banco, que até hoje nunca fizemos.”

O PTI foi desenhado para reduzir contenciosos tributários de alto impacto econômico, oferecendo uma alternativa para encerramento de litígios históricos com grandes contribuintes, notadamente em casos de alta complexidade e relevância jurídica.

O programa introduz duas modalidades principais de transação: 1) transação na cobrança de créditos judicializados de alto impacto econômico, baseada no Potencial Razoável de Recuperação do Crédito Judicializado (PRJ); e 2) transação no contencioso tributário de relevante e disseminada controvérsia jurídica e de alto impacto econômico.

A expectativa inicial era de que a portaria regulamentando o dispositivo fosse publicada pela PGFN neste mês, mas há uma tendência de o debate se arrastar para 2025, tendo em vista a complexidade do tema. Um dos pontos ainda em aberto na discussão envolve as regras para o cálculo do Potencial Razoável de Recuperação do Crédito Judicializado (PRJ), que direcionará a avaliação do custo de oportunidade baseado na prognose das ações judiciais relacionadas aos créditos inscritos ou não em dívida ativa.

Mas o governo tem pressa no assunto. Em portaria já publicada, já foi apresentado um rol mínimo de controvérsias jurídicas que seriam incorporadas ao programa (veja a lista completa ao final da reportagem). Apesar da busca por celeridade, é possível que o PTI ainda leve um tempo para engrenar, já que haverá uma necessária etapa de assimilação das regras por parte das grandes empresas antes da adesão a possíveis acordos.

Eis a lista de controvérsias jurídicas que deverão integrar o novo PTI:

I – Discussões sobre a incidência de contribuições previdenciárias sobre valores pagos a título de participação nos lucros e resultados da empresa;

II – Discussões sobre a correta classificação fiscal dos insumos produzidos na Zona Franca de Manaus e utilizados para produção de bebidas não alcoólicas, para fins de aproveitamento de créditos de IPI e para fins de definição da alíquota de PIS/COFINS e reflexo no IRPJ e na CSLL;

III – Discussões sobre a irretroatividade do conceito de praça previsto na Lei nº 14.395, de 8 de julho de 2022, para aplicação do Valor Tributável Mínimo – VTM nas operações entre interdependentes, para fins de incidência do IPI;

IV – Discussões sobre dedução da base de cálculo do PIS/COFINS, pelas instituições arrendadoras, de estornos de depreciação do bem, ao encerramento do contrato de arrendamento mercantil

V – Discussões sobre requisitos para cálculo e pagamento de Juros sobre o Capital Próprio (JCP);

VI – Discussões sobre a incidência de IRPJ e CSLL sobre o ganho de capital no processo de desmutualização da Bovespa; e discussões sobre a incidência de PIS/COFINS na venda de ações recebidas na desmutualização da Bovespa e da BM&F;

VII – Discussões sobre amortização fiscal do ágio;

VIII – Discussões sobre a incidência de PIS/COFINS nos casos de segregação da empresa para quebra da cadeia monofásica;

IX – Discussões sobre as Instruções Normativas RFB nº 243/2002 e nº 1.312/2012 na disciplina dos critérios de apuração do preço de transferência pelo método PRL, conforme o art. 18 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996;

X – Discussões sobre a incidência de contribuição previdenciárias do empregador nas hipóteses de contratação de empregados na forma de pessoa jurídica, com dissimulação do vínculo empregatício (“pejotização” da pessoa física);

XI – Discussões sobre a incidência de IRPF e de contribuição previdenciária sobre os valores auferidos em virtude de planos de opção de compra de ações, chamados “stock options”, ofertados pelas empresas a seus empregados e/ou diretores;

XII – Discussões sobre dedução de multas administrativas e regulatórias da base de cálculo do IRPJ e da CSLL;

XIII – Discussões sobre incidência de IRRF sobre ganho de capital auferido por investidor não residente no País (INR);

XIV – Discussões sobre dedutibilidade da base de cálculo do IRPJ e da CSLL das despesas com a emissão ou a remuneração de debêntures;

XV – Discussões sobre a incidência de IRRF e CIDE sobre as remessas ao exterior efetuadas por empresas do setor aéreo;

XVI – Discussões acerca da aplicação das regras de preços de transferência para fins de apuração do IRPJ e da CSLL com base no arts 18 a 24 da Lei nº 9.430, de 1996, relativamente ao setor aéreo; e

XVII – Discussões acerca da tributação de receitas na apuração do Lucro Real e da base de cálculo da CSLL das empresas do setor aéreo.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

PF prende delegado e três policiais civis suspeitos de elo com o PCC


Fabio Baena, delegado preso pela PF nesta terça (17) suspeito de corrupção, venda de proteção a criminosos e facilitação de lavagem de dinheiro da facção – Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta terça-feira (17), um delegado e três policiais civis de São Paulo suspeitos de colaborar com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A operação, batizada de Tacitus, também busca cumprir um mandado de prisão contra outro policial, que é considerado foragido. Os envolvidos são acusados de corrupção, venda de proteção a criminosos e facilitação de lavagem de dinheiro da facção.

A operação é fruto de investigações realizadas pela PF em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), com apoio da Corregedoria da Polícia Civil. A Justiça autorizou buscas e apreensões, bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens dos investigados.

Delação e investigados

Entre os presos está o delegado Fabio Baena, acusado de extorsão em uma delação feita por Vinícius Gritzbach, assassinado em novembro no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Gritzbach havia apontado Baena como responsável por manipular investigações enquanto comandava um caso envolvendo o PCC. A defesa do delegado não foi localizada até o momento.
O empresário Vinicius Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, São Paulo, em 8 de novembro deste ano – Foto: Reprodução

O investigador-chefe Eduardo Lopes Monteiro e o agente da Polícia Civil Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, também são alvos da PF.

Rogerinho é conhecido por ter atuado na segurança particular do cantor bolsonarista Gusttavo Lima. Ele chegou a viajar para a Grécia junto com o artista para celebrar o último aniversário do cantor.

Todos atuavam no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e foram afastados das funções por causa das denúncias.
O policial civil Rogério de Almeida Felício e o cantor bolsonarista Gusttavo Lima – Foto: Reprodução

Operação Tacitus

As investigações revelam que a organização movimentou mais de R$ 100 milhões desde 2018, utilizando imóveis e empresas de fachada para ocultar o dinheiro. Além disso, os policiais são suspeitos de desviar bens apreendidos durante operações policiais.

Ao todo, 130 agentes participaram da operação, cumprindo 8 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão na capital paulista e em cidades do interior, como Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a Corregedoria acompanha o caso de perto.

Os crimes investigados incluem organização criminosa, corrupção ativa e passiva, além de ocultação de capitais. Segundo o Ministério Público, as penas somadas podem ultrapassar 30 anos de prisão, dependendo da conduta de cada envolvido.
Dinheiro e armas apreendidos durante operação da PF e do MP-SP contra policiais corruptos ligados ao PCC – Foto: Reprodução

A operação recebeu o nome “Tacitus”, termo em latim que significa silencioso, uma referência ao modo de agir da organização criminosa, que operava discretamente para não levantar suspeitas.

O esquema envolvia manipulação de investigações, vazamento de informações sigilosas e venda de proteção aos criminosos. A PF continua as diligências para localizar o policial que permanece foragido.

Fonte: DCM

Delegado preso pela PF foi denunciado por Gritzbach antes de delator do PCC ser assassinado em aeroporto de São Paulo

Vinicius Gritzbach revelou esquema de extorsão policial antes de ser morto, levando à prisão de Fábio Baena e outros suspeitos de corrupção

Antônio Vinícius Lopes Gritzbach (Foto: Reprodução )

O delegado Fábio Baena, preso nesta terça-feira (17) durante uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP), foi denunciado por Vinicius Gritzbach, empresário assassinado em novembro de 2023. Segundo o g1, antes de ser morto a tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, Gritzbach havia delatado Baena e outros policiais civis por extorsão.

A delação foi feita como parte de um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público e revelou que os policiais cobravam dinheiro do empresário para não incriminá-lo pelos assassinatos de dois membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que estavam sendo investigados.

O empresário foi executado a tiros por dois homens com ligações suspeitas com o PCC, e a investigação sobre sua morte envolve a possibilidade de participação de policiais. A PF já prendeu dois suspeitos pela execução e investiga se outros policiais estavam envolvidos no crime.

Em 2023, Gritzbach havia sido investigado pela Polícia Civil por suspeita de ser o mandante dos homicídios dos criminosos Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta", e Antônio Corona Neto, o "Sem Sangue". Ambos foram mortos em 2021. Durante o processo, o empresário revelou aos promotores que, além da extorsão, os policiais haviam exigido dinheiro em troca de proteção e de não o indiciar pelos assassinatos, embora não tenha cumprido a exigência.

A “Operação Tacitus”, que envolveu a PF e promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, foi desencadeada a partir dessas informações. Ainda de acordo com a reportagem, além de Baena, mais três policiais civis foram presos, juntamente com três outros envolvidos em crimes de corrupção. Um agente ainda está sendo procurado pela força-tarefa. A operação aconteceu em diversas cidades, incluindo São Paulo, Bragança Paulista, Igaratá e Ubatuba.

A Justiça decretou a prisão temporária dos envolvidos, além de realizar buscas e apreensões nos endereços relacionados a eles, bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens. As investigações revelaram que o esquema criminoso era responsável pela manipulação e vazamento de investigações, pela venda de proteção a criminosos e pela lavagem de dinheiro do PCC, e teria movimentado mais de R$ 100 milhões desde 2018.

Os suspeitos responderão por crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva, e ocultação de capitais. As penas podem chegar a 30 anos de prisão. A operação foi batizada de "Tacitus", um termo latino que significa "silencioso" ou "não dito", em referência à forma discreta de operação da organização criminosa.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Pequenos comerciantes estão otimistas na reta final do ano, aponta pesquisa Sebrae/FGV

Setor está mais confiante com o fortalecimento do mercado de trabalho e o pagamento do 13º salário

(Foto: Bruno Kelli/Amazonia Real)

Márcia Lopes, Agência Sebrae - O otimismo dos pequenos comerciantes aumentou em novembro, segundo o Índice de Confiança dos Micro e Pequenos Empresários (IC-MPE), do comércio, elaborado pelo Sebrae e pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Ao chegar em 89,1 pontos o IC-MPE do Comércio atingiu o maior nível em 4 anos. O setor teve alta de 2,4 pontos em relação ao mês anterior e de 1,5 pontos comparado a novembro do ano passado.

O aumento da confiança do comércio ocorreu, principalmente, devido à alta no indicador de volume de demanda atual, o que pode estar relacionado ao fortalecimento do mercado de trabalho, melhora do rendimento médio real dos trabalhadores e ao pagamento do 13º salário, que tradicionalmente impulsiona o consumo no período. O presidente do Sebrae, Décio Lima, lembra que o avanço na geração de empregos no país e a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) apontam para um cenário favorável da economia. "Os números comprovam que houve uma maior abertura de vagas no país, principalmente nos pequenos negócios. Não podemos deixar que situações pontuais, como a elevação dos juros, contaminem os demais dados positivos da nossa economia", afirmou.

Entre os segmentos analisados, o destaque ficou com o de materiais de construção, impulsionado principalmente pelas expectativas possivelmente associadas ao uso do 13º salário para manutenção, melhorias e reformas residenciais. O varejo de veículos, motos e peças (incluindo lojas de autopeças e pequenas revendedoras) também apresentou crescimento.

O IC-MPE é calculado por meio da soma do Índice de Situação Atual ao Índice de Expectativas apurados nos principais setores da economia – Comércio, Serviços e Indústria da Transformação. No penúltimo mês do ano, observou-se uma ligeira queda no índice geral, de 0,7 ponto, dada ligeira acomodação no setor de serviços e na indústria, mas com expansão do comércio.

Fonte: Brasil 247 com Agência Sebrae

Incêndio de grandes proporções atinge prédio comercial no centro de São Paulo

O Corpo de Bombeiros deslocou nove equipes para combater as chamas

Incêndio em prédio comercial de SP

Um incêndio de grandes proporções atingiu um prédio comercial no Bom Retiro, região central de São Paulo, na manhã desta terça-feira (17/12). Segundo informações do portal Metrópoles, o fogo começou por volta das 7h25, no número 741 da Rua Ribeiro de Lima, área conhecida por concentrar lojas e oficinas do setor têxtil. Até o momento, não há registro de vítimas.

O Corpo de Bombeiros deslocou nove equipes para combater as chamas, e a Polícia Militar também está no local para apoiar as operações. O prédio abrigava atividades comerciais relacionadas à venda de roupas, tecidos e acessórios, além de oficinas de costura, características predominantes na dinâmica econômica do bairro.

◉ Mobilização intensa no combate ao incêndio

Conforme informado pelos Bombeiros, o trabalho para controlar as chamas segue em ritmo acelerado, mas as condições do local representam um desafio. O material altamente inflamável presente nas lojas e oficinas contribuiu para a rápida propagação do fogo.

A fumaça densa pode ser vista a quilômetros de distância, chamando a atenção de moradores e trabalhadores da região. Ruas próximas ao edifício foram bloqueadas para facilitar o acesso das equipes de emergência e evitar riscos a pedestres e motoristas.

◉ Histórico de vulnerabilidade

O Bom Retiro, uma das áreas comerciais mais tradicionais de São Paulo, já enfrentou outros episódios semelhantes no passado. A concentração de prédios antigos e a utilização de materiais inflamáveis em atividades como confecção de roupas tornam a região vulnerável a acidentes dessa natureza.

A ocorrência desta terça-feira reforça a necessidade de medidas preventivas mais rigorosas, incluindo manutenção periódica de instalações elétricas e adequação às normas de segurança contra incêndios, especialmente em imóveis de grande circulação e armazenamento.

◉ Sem informações sobre vítimas

Apesar da gravidade da situação, as autoridades não registraram vítimas até o momento. A prioridade das equipes segue sendo o controle total do incêndio e a avaliação estrutural do prédio. Não há, até agora, informações sobre o impacto do fogo nas propriedades vizinhas.

O Corpo de Bombeiros deve emitir um relatório detalhado sobre a ocorrência assim que o trabalho de combate às chamas for concluído.

Fonte: Brasil 247

Policiais presos em São Paulo foram delatados por Gritzbach, assassinado no Aeroporto de Guarulhos

Denúncias revelam esquema de lavagem de dinheiro e corrupção

(Foto: Reprodução)

A Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo prenderam nesta terça-feira (17) o delegado Fábio Baena Martin, os investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Rogério de Almeida Felício, Ronald Martins e mais quatro pessoas, todos suspeitos de integrar uma organização criminosa que praticava lavagem de dinheiro e corrupção, informa o UOL. A ação foi batizada como operação Tacitus, que faz referência ao termo em latim que significa "silencioso" ou "não dito".

De acordo com informações do MP-SP e da Polícia Federal, a investigação teve início após denúncias feitas pelo empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que também é conhecido como delator no caso do Primeiro Comando da Capital (PCC). Gritzbach relatou em seu depoimento que foi pressionado por policiais para pagar R$ 40 milhões em troca do arquivamento de seu nome em um inquérito que investigava seu envolvimento em um duplo assassinato. Ele foi assassinado a tiros de fuzil em 8 de novembro no aeroporto internacional de Guarulhos, apenas oito dias após denunciar as práticas criminosas à Corregedoria da Polícia Civil.

Segundo o empresário, as exigências de pagamento foram feitas pelo delegado Fábio Baena e o investigador Eduardo Lopes Monteiro, ambos atuando no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Gritzbach afirmou que, durante a investigação sobre as mortes de dois integrantes do PCC, Baena e Monteiro receberam R$1 milhão em suborno por meio de César Trujillo, empresário dono de uma loja no Jardim Anália Franco, zona leste da capital paulista. O dinheiro foi entregue em um restaurante chamado Sonora.

Além disso, o empresário detalhou que foi sequestrado pelo "tribunal do crime" do PCC em um cativeiro no Tatuapé, onde permaneciam outros sete criminosos. Segundo Gritzbach, o caso foi arquivado pelo DHPP após pagamentos de R$10 milhões realizados a Baena e Monteiro para evitar investigações. O pagamento teria beneficiado também o investigador Rafael Maeda Pires, encontrado morto em 2023 no mesmo bairro. O empresário afirmou que, desses R$10 milhões, R$5 milhões ficaram com cada policial.

Gritzbach acrescentou ainda que, durante sua detenção pela Polícia Civil, uma valise com 15 relógios de luxo foi levada por Baena e Monteiro. Embora tivessem prometido devolvê-los após sua libertação, apenas oito foram devolvidos. Os outros sete relógios, avaliados em R$ 714 mil, permaneceram com os agentes, e foram posteriormente associados a Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, que teria sido visto em redes sociais utilizando os modelos Rolex Yacht Master, Rolex GMT Pepsi e Hublot King Power.

Além das prisões, a operação Tacitus cumpriu mandados de busca e apreensão e bloqueou contas e bens relacionados aos investigados. De acordo com promotores do Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os envolvidos movimentaram cerca de R$100 milhões desde 2018, com indícios de práticas criminosas que envolvem lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Braga Netto foi ao Alvorada em 44 dos últimos 60 dias do governo Bolsonaro

General foi preso pela PF por articular um golpe de estado em favor de Jair Bolsonaro e contra o presidente Lula

Braga Netto e a Polícia Federal (Foto: Alan Santos/PR | Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Nos dois meses finais do governo Jair Bolsonaro (PL), o então ex-ministro da Defesa e general da reserva Walter Braga Netto esteve no Palácio da Alvorada em 44 dos 60 dias entre 31 de outubro e 30 de dezembro de 2022. Nesse período, ele realizou 55 visitas ao local, número que ultrapassa até mesmo o do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, com 53 idas registradas. A informação foi divulgada originalmente pelo jornal O Globo, e posteriormente utilizada pela Polícia Federal (PF) como evidência na investigação em curso.

Braga Netto, que chefiou a Casa Civil e chegou a ser candidato a vice de Bolsonaro em 2022, foi preso no último sábado sob suspeita de tentar obstruir as investigações da PF. De acordo com a delação premiada de Mauro Cid, o general teria inclusive entregue dinheiro para financiar as supostas operações do grupo criminoso com vistas a um golpe de estado. A defesa de Braga Netto nega as acusações e afirma que provará não ter havido qualquer ação para dificultar as apurações.

A movimentação de Braga Netto no Alvorada, residência oficial da Presidência da República, sugere intensa atividade nos bastidores após a derrota de Bolsonaro no segundo turno. As visitas variaram em duração: algumas foram breves, de menos de uma hora, enquanto outras chegaram a durar mais de onze horas. Em 4 de novembro, por exemplo, o general permaneceu 11 horas e 24 minutos no local. Já no dia 22 do mesmo mês, quando o Partido Liberal (PL) apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido para anular votos de aproximadamente 60% das urnas utilizadas no segundo turno, Braga Netto passou pouco mais de dez horas no palácio, entre 9h06 e 19h14.

Além de tais permanências prolongadas, há registros de declarações do general a apoiadores de Bolsonaro. Em 18 de novembro, após passar mais de oito horas no Alvorada, ele foi gravado dizendo: “Vocês não percam a fé. É só o que eu posso falar para vocês agora”. Nesse contexto, a investigação também aponta que a presença do general no palácio coincidiu com ao menos três reuniões com os comandantes das Forças Armadas — em 1º, 14 e 22 de novembro. Segundo a PF, foram nesses encontros que Bolsonaro teria apresentado aos chefes militares uma proposta para reverter o resultado eleitoral que levou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência.

O último registro de entrada de Braga Netto no Alvorada aconteceu em 26 de dezembro, quando permaneceu quase onze horas, entre 8h46 e 19h25. No dia seguinte, ele ainda demonstrava confiança em seguir no governo, ao escrever para um assessor de Bolsonaro: “Se continuarmos poderia enviar para a Sec Geral (Secretaria-Geral)”.

Com a prisão do general e a análise detalhada do material coletado, a Polícia Federal busca esclarecer os reais objetivos dessas articulações, bem como o papel desempenhado por Braga Netto e outros aliados de Bolsonaro na suposta intenção de minar o resultado eleitoral e a posse do presidente Lula.

Fonte: Brasil 247

VÍDEO – Deputado policial petista enxota membros do MBL da Assembleia: “Vaza!”

 

Confusão entre integrantes do MBL e deputado estadual no PT em frente à Assembleia Legislativa do RS. Foto: Reprodução
O deputado estadual Leonel Radde (PT-RS) “enquadrou” dois integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) nesta segunda-feira (16). Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o parlamentar aparece colocando os militantes para “correr”.

A confusão aconteceu na porta da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS). “Com vagabundo é assim que age”, disse o deputado estadual, enquanto empurrava os integrantes do MBL. “Vaza daqui”, acrescentou.

A polícia legislativa foi acionada e retirou os militantes da ALRS.

“Os sigmas do MBL resolveram dar as caras no fim do ano… e tomaram mais um enquadro antifa pra encerrar 2024 de forma divertida. Seguimos firmes na luta!”, escreveu Radde no X (antigo Twitter).

Veja o vídeo:

Maioria dos brasileiros é a favor de idade mínima de 55 anos para aposentadoria militar, diz Datafolha

Segundo a pesquisa, 73% aprovam a iniciativa proposta pelo governo Lula

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de lançamento da Fragata Tamandaré, no estaleiro Thyssenkrupp, em Itajaí, SC (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Uma pesquisa divulgada pelo Datafolha nesta segunda-feira (16) mostra que a maioria dos brasileiros apoia a fixação da idade mínima de 55 anos para a aposentadoria militar, informa a Folha de S. Paulo. Segundo o levantamento, 73% são a favor da proposta, 23% são contra, 1% se declara indiferente e 3% não sabem. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

A fixação da idade de 55 anos para a aposentadoria dos militares foi proposta pelo governo Lula (PT) no pacote de corte de gastos. Atualmente, o militar considera a contagem por tempo de serviços, o que vem aumentando os gastos previdenciários.

Na reserva, os militares têm direito de continuar recebendo o salário integral e continuam pagando em folha os percentuais relativos às pensões e ao fundo de saúde. Contudo, um levantamento da Folha em 2023 revelou que a receita anual da Previdência dos militares da União cobre apenas 15,5% do total de despesas com os benefícios, sendo que o restante é custeado pelo Tesouro Nacional com recursos oriundos dos impostos da população.

O governo Lula optou por implementar a mudança de forma gradual até 2032, após recomendações do ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, e dos comandos das Forças Armadas. O modelo inclui um "pedágio" de 9% para aqueles que estiverem próximos de se aposentar, obrigando-os a permanecer no serviço ativo por mais tempo. O objetivo é minimizar o impacto da mudança no fluxo de carreira dos militares.

Além da nova regra para a idade mínima, o governo implementou outras medidas com foco no ajuste fiscal e controle de despesas. Uma delas é o fim do pagamento de pensões a "mortos fictícios", caso de militares expulsos por crimes ou infrações graves que eram considerados mortos para que suas famílias recebessem benefícios. Apenas no Exército, esses pagamentos somam cerca de R$ 20 milhões por ano.

Outra mudança inclui restringir a transferência de pensão para parentes da segunda ordem após o benefício ser concedido a familiares de primeira ordem, além da criação de uma alíquota de 3,5% sobre a remuneração para contribuir com o fundo de saúde militar.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

'Passageiro da agonia': Bolsonaro só escapa da prisão com anistia ou "ajuda de Trump", avaliam aliados

Percepção é de que a prisão de Braga Netto foi um golpe fatal para a estratégia de defesa de Bolsonaro

Jair Bolsonaro e General Braga Netto (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A prisão do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, intensificou a crise política e jurídica envolvendo Jair Bolsonaro (PL), de acordo com avaliações de militares próximos ao antigo governo. Fontes consultadas por Andréia Sadi, do g1, destacam que a última linha de defesa do ex-mandatário foi rompida, colocando Bolsonaro em uma situação de extrema vulnerabilidade.

Ex-colaboradores do governo Bolsonaro afirmam que restam poucas alternativas ao ex-presidente, sendo uma possível anistia no Congresso ou um improvável apoio de líderes internacionais, como Donald Trump, suas últimas esperanças de evitar as graves consequências das investigações. “Não há muito o que ele possa fazer. Agora, é usar sua força política para tentar algo no Congresso ou pressão internacional, com ajuda de Trump”, disse um ex-integrante do governo.

Nos bastidores militares, a percepção é de que a prisão de Braga Netto foi um golpe fatal para a estratégia de defesa de Bolsonaro. Aliados consideram que ele era o principal obstáculo que impedia o avanço das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Com o general sob custódia, a pressão sobre outros envolvidos cresceu significativamente.

Entre os investigados, o nome mais citado como potencial delator é o do general Mario Fernandes, acusado de integrar uma célula golpista que teria planejado o assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O advogado de Fernandes, Marcus Vinicius Figueiredo, nega veementemente que seu cliente esteja disposto a colaborar com a Justiça por meio de delação premiada.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Justiça do Peru localiza quatro brasileiros foragidos condenados pelos atos golpistas de 8/1

Extradição dos fugitivos para o Brasil ainda depende de tratativas diplomáticas

(Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil)

A Justiça do Peru localizou quatro brasileiros envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro, que haviam fugido para o país andino após serem investigados e condenados no Brasil. A comunicação oficial ao Supremo Tribunal Federal (STF) foi feita em 5 de dezembro, segundo informações o g1.

Os foragidos são Antonio Alves Pinheiro Junior, morador de São Paulo; Edilaine da Silva Santos, residente em Birigui (SP); Romário Garcia Rodrigues, do Ceará, condenado a 2 anos e 5 meses de prisão por associação armada e incitação à animosidade das Forças Armadas; e Rosana Maciel Gomes, de Goiás, sentenciada a 13 anos e seis meses por golpe de Estado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Segundo a reportagem, eles estavam entre os 61 brasileiros que fugiram para a Argentina, e a suspeita é de que, após terem sido localizados, tenham se deslocado para outros países da América do Sul, sendo que três deles foram localizados no Peru após passarem pelo Chile e um pela Bolívia. A comunicação ao STF permite que a Corte determine a extradição dos fugitivos para o Brasil, embora ainda dependa de tratativas diplomáticas com o governo peruano.

Em maio do ano passado, o jornal O Estado de S. Paulo, revelou que outros fugitivos haviam quebrado tornozeleiras eletrônicas e fugido para a Argentina e o Uruguai. O governo brasileiro solicitou a inclusão desses indivíduos na lista da Interpol e a Polícia Federal (PF) iniciou operações para recapturá-los.

Recentemente, em novembro, a Argentina prendeu três foragidos, entre eles Wellington Luiz Firmino, Rodrigo de Freitas Moro Ramalho e Joelton Gusmão de Oliveira, todos com penas de longa duração.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

"Kids pretos": Exército estuda reformulação após envolvimento das Forças Especiais em trama golpista

Discussões incluem a restrição do ingresso de novos militares em início de carreira e a possível redução do número de integrantes da tropa

Kids Pretos (Foto: Exército Brasileiro)

O Exército Brasileiro está avaliando uma reformulação nas Forças Especiais, conhecida pela atuação em missões de alto risco, como combate a forças irregulares e contraterrorismo, após a Polícia Federal apontar a participação de membros dessa unidade em uma suposta trama golpista para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder. A investigação revelou envolvimento de militares do grupo de elite, como os chamados "kids pretos", em um plano para assassinar figuras políticas de alto escalão, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

De acordo com a CNN Brasil, o Exército estabeleceu o mês de março como prazo para a entrega de um diagnóstico completo sobre eventuais ajustes a serem feitos nas Forças Especiais. Entre as mudanças sugeridas está a restrição para militares em início de carreira, que hoje podem ingressar no curso de Forças Especiais. A cúpula do Exército avalia que para essa formação é necessário um maior grau de maturidade e experiência.

Além disso, está sendo considerada uma revisão nas atividades atualmente desempenhadas pela tropa. A proposta inclui a possibilidade de reduzir o número de integrantes das Forças Especiais, uma vez que há a percepção de que a quantidade de militares formados supera a necessidade real da unidade.

A investigação da Polícia Federal, que resultou na prisão de figuras de destaque dentro das Forças Especiais, como o general da reserva Mário Fernandes e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, trouxe à tona a suspeita de um plano para assassinar autoridades do governo federal e membros do Supremo Tribunal Federal (STF). Esses militares estão entre os implicados em uma trama que teria como objetivo garantir a permanência de Bolsonaro no poder.

Em depoimento à Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid,ex-ajudante de ordens do ex-mandatário e que também pertence às Forças Especiais, revelou detalhes sobre a operação, incluindo a alegação de que o general Walter Braga Netto teria entregado dinheiro em uma sacola de vinho ao "kid preto" Rafael de Oliveira, para financiar as despesas da operação.

Em resposta à situação, o Psol anunciou que solicitará ao Ministério da Defesa o fim do batalhão das Forças Especiais, em um movimento que reflete a preocupação com o papel dessa unidade nas recentes investigações. Contudo, o governo federal tem sinalizado que considera exagerada a extinção do batalhão e as discussões continuam em torno de possíveis ajustes na formação e atuação do grupo.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Ataque às urnas, 'virada de mesa', Abin paralela: Heleno pode ser o próximo militar preso pela PF pela trama golpista

Indiciado pela PF, ex-chefe do GSI enfrenta acusações graves relacionadas à trama golpista que envolveu militares e ex-assessores de Bolsonaro

Augusto Heleno (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

A prisão do ex-ministro Walter Braga Netto, ex-candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL), intensificou a pressão sobre outro general quatro estrelas do Exército: Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Segundo lembra o jornal O Globo, a Polícia Federal (PF) indiciou Heleno no inquérito que investiga a participação de militares em uma tentativa de golpe de Estado, envolvendo a disseminação de desinformação e planejamentos antidemocráticos.

Fontes militares avaliam que, diante do nível de exposição e das evidências levantadas, é provável que a Procuradoria-Geral da República (PGR) denuncie o general. Internamente, oficiais do alto escalão reconhecem que uma eventual prisão de Heleno poderia prejudicar ainda mais a imagem do Exército, que já enfrenta uma crise institucional sem precedentes.

◉ Acusações centrais - De acordo com o relatório da PF, Heleno teria usado recursos do GSI para difundir falsas alegações de fraude eleitoral, criando um ambiente propício a uma intervenção militar. Documentos apreendidos na residência do general detalham "argumentos relacionados a inconsistências nas urnas eletrônicas", apontando para uma tentativa coordenada de desestabilização do processo eleitoral.

A investigação revela ainda que Heleno participou de uma reunião ministerial em 5 de julho de 2022, ao lado de Bolsonaro e outros ministros, onde teria sugerido uma "virada de mesa" antes das eleições. “Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições”, afirmou o general, conforme registros obtidos pela PF.

◉ Envolvimento em planos golpistas - As evidências indicam que Heleno também esteve envolvido no planejamento de infiltração de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em campanhas eleitorais, ideia tratada diretamente com Bolsonaro. Além disso, anotações manuscritas atribuídas ao general propunham a instrumentalização da Advocacia-Geral da União (AGU) para evitar o cumprimento de decisões judiciais contrárias ao governo.

Outro ponto central das investigações é a suspeita de que Heleno comandaria um "Gabinete de Crise" após a execução de um plano para assassinar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O plano previa que Walter Braga Netto atuaria como "coordenador-geral".

◉ Reação militar e expectativa de denúncia - Desde a conclusão do inquérito da PF, o Exército tem adotado uma postura de cautela, evitando declarações públicas. A cúpula militar teme uma reação negativa entre oficiais da reserva e setores pró-Bolsonaro nas Forças Armadas. Com a possível colaboração do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, há receio de que mais detalhes comprometedores surjam.

O silêncio estratégico do Exército também se deve à espera pela formalização das denúncias pela PGR. Caso isso ocorra, militares na ativa podem ser afastados de promoções e transferências, enquanto aqueles na reserva podem perder postos e patentes, conforme decisão do Superior Tribunal Militar (STM).

◉ Histórico controverso e futuro incerto - Figura de destaque no governo Bolsonaro, Heleno acumulou uma carreira marcada por posições polêmicas desde o período da ditadura militar. Após passagens pelo Comando Militar da Amazônia e pela Missão da ONU no Haiti, sua trajetória foi marcada por embates políticos e críticas a políticas indigenistas e ambientais.

Com o futuro nas mãos da Justiça, a expectativa é que o Exército busque se desvincular dos militares ligados ao governo anterior para preservar sua reputação e autoridade institucional.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Braga Netto pode pegar até 41 anos de prisão por crimes relacionados à tentativa de golpe

General foi indiciado por associação criminosa, obstrução de justiça, abolição do Estado de Direito e tentativa de deposição de poder constituído

Braga Netto (Foto: Isac Nóbrega/PR)

Na decisão emitida no último sábado (14), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva do general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro, e ex-candidato a vice de Jair Bolsonaro (PL) na última eleição presidencial. A medida foi justificada pela existência de indícios de que o militar teria tentado obstruir investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022. Segundo a Polícia Federal (PF), Braga Netto vinha agindo para dificultar o andamento das apurações desde agosto deste ano.

De acordo com informações da GloboNews, a pena máxima para o general pode alcançar 41 anos e 4 meses de prisão, considerando os crimes pelos quais ele foi indiciado. A PF incluiu Braga Netto, Bolsonaro e outros integrantes do governo anterior no inquérito. As acusações são baseadas nos seguintes delitos:

    ● Associação criminosa: de 3 a 8 anos de prisão e multa, com acréscimo de             até 5 anos e 4 meses por envolver funcionário público;
    ● Obstrução de justiça: de 3 a 8 anos de prisão e multa;
    ● Abolição do Estado Democrático de Direito: de 4 a 8 anos de prisão e multa;
    ● Tentativa de deposição de poder constituído por violência ou grave ameaça:          de 4 a 12 anos de prisão.

Motivações para a prisão preventiva - O pedido de prisão preventiva foi formalizado pela Polícia Federal, que argumentou que manter o general em liberdade representaria “um risco considerável de reiteração das ações ilícitas”. Moraes considerou a medida necessária para preservar a ordem pública e assegurar o andamento das investigações.

Segundo a legislação penal brasileira, a prisão preventiva é uma medida aplicada durante as investigações, sem prazo determinado, e depende do entendimento da Justiça. Em geral, investigados podem responder aos inquéritos em liberdade, a menos que sua permanência fora da prisão coloque em risco as apurações.

Entre as evidências apresentadas pela PF para justificar a prisão de Braga Netto estão:

    ● Tentativa de obter informações privilegiadas sobre a colaboração premiada         de Mauro Cid por meio de contatos com o pai do militar;
    ● Documento suspeito encontrado na sede do PL, contendo perguntas e                   respostas relacionadas ao acordo de colaboração de Mauro Cid, localizado na         mesa de um assessor do general.

Posição da defesa - A defesa de Braga Netto divulgou um comunicado à imprensa na manhã de sábado (14), afirmando não ter tido acesso completo aos autos do processo. O documento, assinado pelos advogados Luís Henrique César Prata, Gabriella Leonel de S. Venâncio e Francisco Eslei de Lima, expressa confiança na Justiça e a intenção de provar que “não houve qualquer obstrução às investigações”.

Fonte: Brasil 247 com informações da GloboNews

“Cara do agro” citado por general preso é filho de ex-vereadora e já foi dono de clube de tiro

Nogueira, pecuarista e formado em medicina veterinária, foi citado em diálogos do general Mario Fernandes

Germano Schaffel Nogueira (Foto: Reprodução)

Filho da ex-vereadora Simone Schaffel Nogueira, Germano Schaffel Nogueira, conhecido como “o cara do agro”, apareceu no relatório da Polícia Federal (PF) que investiga articulações contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação foi publicada pelo Metrópoles, com reportagem assinada por Paulo Cappelli.

Nogueira, pecuarista e formado em medicina veterinária, foi citado em diálogos do general Mario Fernandes, preso por envolvimento no planejamento de ações antidemocráticas. O empresário também é sócio em três empresas, incluindo um clube de tiro.

◉ Raízes políticas e empresariais

Nascido e criado em Juína, no Mato Grosso, Germano é filho de Simone Schaffel, que exerceu três mandatos na Câmara Municipal de Castanheira, cidade vizinha. Simone também foi presidente do legislativo local e ocupou cargos como diretora escolar e secretária de assistência social antes de deixar a política em 2020. Ela justificou sua saída pela necessidade de cuidar dos pais no Espírito Santo, especialmente após a morte do marido, Paulo Inácio Schaffel, em 2017.

Nogueira é dono de três empresas. A Agro Assessoria, aberta em 2014, atua no treinamento profissional e comércio de produtos agropecuários, com faturamento anual de R$ 360 mil. Ele também fundou o CTC Clube de Tiro de Castanheira, hoje inativo, e a Fortese, voltada para vigilância e segurança privada.

◉ Ligação com o general Mario Fernandes

As investigações da PF indicam que Germano conheceu Mario Fernandes no acampamento bolsonarista em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. A conexão se aprofundou com a organização do evento "Manifestação da Liberdade", liderado por Germano em 30 de novembro de 2022. O general participou do evento e compartilhou imagens com colegas militares, incentivando sua divulgação.

Em dezembro, Fernandes pediu que o empresário continuasse promovendo ações. “Meu amigo, aguarda, mantém as mesmas ações, a mesma vontade, certo? No apoio a nós, tá ok?”, diz Fernandes em áudio enviado a Germano.

O general também mencionou o “pessoal do agro” em conversas com o tenente-coronel Mauro Cid, destacando a tentativa de mobilizar grupos. “A gente tem procurado orientar tanto o pessoal do agro como os caminhoneiros que estão lá em frente ao QG”, afirmou Fernandes.

◉ Único empresário citado no relatório da PF

No relatório da PF, Germano Schaffel Nogueira aparece como o único empresário do setor agropecuário mencionado. Seu advogado, Levi de Andrade, afirmou que o cliente conheceu Fernandes no acampamento em Brasília e teve pouco contato com ele após esse período.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles