domingo, 8 de dezembro de 2024

Quem é Abu Mohammed al-Julani, líder do grupo que tomou o poder na Síria

Abu Mohammed al-Julani, líder do grupo armado Hayat Tahrir al-Sham (HTS) – Foto: AFP

Em apenas três dias, combatentes da oposição capturaram Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, após o colapso surpreendente das forças governamentais leais ao presidente Bashar al-Assad.

Liderando a ofensiva estava Abu Mohammed al-Julani, chefe do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), grupo que se tornou a força de oposição armada mais poderosa na Síria.

Talvez em uma tentativa de abalar sua crescente notoriedade, uma foto circulou online na segunda-feira afirmando que al-Julani havia sido morto em um ataque russo. No entanto, a notícia foi rapidamente desmentida, já que a imagem foi identificada como editada.

Foto que circulou na segunda-feira (2) afirmando que al-Julani havia sido morto em ataque russo – Foto: Reprodução
Agora, ele está no centro das atenções enquanto suas forças tentam consolidar o controle sobre Aleppo e conquistar mais territórios na Síria.


◉ Presente

Como fundador do HTS, al-Julani passou quase uma década tentando se dissociar de outras forças armadas e de suas operações transnacionais, concentrando-se na criação de uma “república islâmica” na Síria.

Desde 2016, ele tem se posicionado, junto com seu grupo, como governantes viáveis de uma Síria livre de al-Assad, que reprimiu brutalmente um levante popular durante a Primavera Árabe em 2011, resultando em uma guerra que perdura desde então.

O HTS administrou o governadorado de Idlib por meio do Governo de Salvação da Síria, estabelecido em 2017 para fornecer serviços civis, educação, saúde, um sistema judiciário, infraestrutura, bem como gerenciar finanças e distribuição de ajuda.

No entanto, o HTS governa com mão de ferro e não tolera dissidência, segundo ativistas, reportagens e observadores locais. A organização de jornalismo independente Syria Direct relata que o HTS está por trás de desaparecimentos de ativistas e já disparou munição real contra manifestantes que acusam o grupo de negar serviços a comunidades que o desafiam.

◉ Passado

Nascido como Ahmed Hussein al-Sharaa em 1982, em Riad, na Arábia Saudita, onde seu pai trabalhava como engenheiro de petróleo, sua família retornou à Síria em 1989, estabelecendo-se perto de Damasco.

Pouco se sabe sobre sua vida em Damasco antes de sua mudança para o Iraque em 2003, onde se juntou à al-Qaeda no Iraque como parte da resistência à invasão dos Estados Unidos naquele ano.

Preso pelas forças dos EUA no Iraque em 2006 e mantido por cinco anos, al-Julani foi posteriormente encarregado de estabelecer a filial da al-Qaeda na Síria, a Frente al-Nusra, que aumentou sua influência em áreas controladas pela oposição, especialmente em Idlib.

O líder do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), Abu Mohammed al-Julani – Foto: AFP

Nos primeiros anos, al-Julani coordenou com Abu Bakr al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico no Iraque, que mais tarde se tornou ISIL (ISIS).

Em abril de 2013, al-Baghdadi anunciou que seu grupo cortaria laços com a al-Qaeda e se expandiria para a Síria, efetivamente incorporando a Frente al-Nusra em um novo grupo chamado ISIL.

Al-Julani rejeitou essa mudança, mantendo sua lealdade à al-Qaeda. Em sua primeira entrevista televisionada em 2014, ele afirmou que a Síria deveria ser governada sob sua interpretação da “lei islâmica” e que minorias do país, como cristãos e alauítas, não seriam acomodadas.

Nos anos seguintes, ele pareceu se distanciar do projeto global da al-Qaeda de estabelecer um “califado global” e focou em consolidar seu grupo dentro das fronteiras da Síria.

Em 2016, com a queda de Aleppo para o regime, grupos armados começaram a se dirigir para Idlib, ainda controlada pela oposição. Nesse período, al-Julani anunciou a mudança de sua organização para Jabhat Fateh al-Sham.

No início de 2017, milhares de combatentes chegaram a Idlib fugindo de Aleppo, e al-Julani anunciou a fusão de diversos grupos com o seu para formar o HTS. O objetivo declarado do HTS é libertar a Síria do governo autocrático de Assad, expulsar milícias iranianas do país e estabelecer um estado sob sua interpretação da “lei islâmica”, segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) em Washington, DC.

◉ Futuro

Com os combatentes da oposição retomando Aleppo e avançando ao sul, al-Julani parece adotar uma postura mais conciliadora em relação às minorias da Síria. Desde a captura de Aleppo, o grupo ofereceu garantias de que minorias religiosas e étnicas seriam protegidas.
Abu Mohammed al-Julani – Foto: Reprodução

Segundo Hassan Hassan, especialista sírio em grupos armados no Levante, al-Julani deseja consolidar a imagem do HTS como uma entidade governamental confiável na Síria e um possível parceiro em esforços globais de contraterrorismo.

Em Idlib, ele procurou parcerias com outros grupos armados da oposição, como Harakat Nour al-Din al-Zinki, Liwa al-Haq e Jaysh al-Sunna, segundo o CSIS, evitando antigos aliados, como Hurras al-Din, o novo ramo da al-Qaeda na Síria.

O HTS é atualmente rotulado como uma organização “terrorista” pelas Nações Unidas, Turquia, EUA e União Europeia.

Al-Julani afirma que essa designação é injusta, já que seu grupo renunciou às alianças passadas em favor de uma abordagem nacional.

Independentemente de suas ambições declaradas, como líder do maior grupo armado de oposição na Síria, sua influência repercutirá tanto nacional quanto internacionalmente.

Fonte: DCM

Transferência de eleitores em massa: eleição de 2024 tem suspeita de fraude; entenda


Urna eletrônica. Foto: Divulgação

As eleições municipais de 2024 trouxeram à tona uma nova suspeita de fraude envolvendo a transferência em massa de títulos eleitorais entre cidades pequenas e médias. Em pelo menos 82 municípios, o número de eleitores cresceu entre 20% e 46% devido a transferências irregulares, um esquema que pode ter influenciado diretamente os resultados para prefeitos e vereadores.

Segundo levantamento da Folha de S. Paulo com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a maior parte das cidades afetadas possui menos de 10 mil habitantes. Em 58 desses municípios, o número de eleitores supera o total de moradores.

Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em Fernão, interior de São Paulo, onde o candidato Bill (PL) venceu por apenas 1 voto de diferença. A cidade, com 1.656 moradores registrados no Censo de 2022, possui 1.754 eleitores aptos a votar, um aumento de 17% atribuído à transferência de títulos.

Bill, cujo nome é Eber Rogério Assis, está sendo investigado pelo Ministério Público por suspeita de ter organizado a transferência fraudulenta de mais de 60 eleitores. Embora sua diplomação tenha sido suspensa por decisão judicial, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) posteriormente revogou a liminar, alegando necessidade de ampla defesa.
Print da tela da apuração
Tela da apuração da eleição na cidade de Fernão (SP), decidida por 1 voto de diferença; pleito tem suspeita de fraude por transferência ilegal de eleitores de outras cidades. Foto: Reprodução

Outro exemplo ocorreu em Divino das Laranjeiras (MG), onde o eleitorado aumentou 15,6%, atingindo 4.968 pessoas, enquanto a população caiu 15,4% no último Censo. O Ministério Público relatou indícios de cooptação de eleitores para transferências de títulos de forma irregular.

As investigações apontam o uso de documentos falsos, como contas de luz e água, para comprovar residência e realizar transferências de títulos eleitorais. A prática é enquadrada como crime eleitoral, com penas de 2 a 5 anos de prisão e multa, conforme os artigos 289 e 290 do Código Eleitoral.

Em Elesbão Veloso (PI), por exemplo, comprovantes falsificados emitidos por uma empresa de água e esgoto foram utilizados para transferir 126 títulos. A fraude envolveu um servidor público e candidato a vereador, que teria produzido os documentos.

O estado de Goiás lidera o ranking de cidades com aumento superior a 20% no número de eleitores, somando 19 municípios. Em algumas localidades, como Guarinos, o número de eleitores é 46% maior do que a população. Em Correntina (BA), dois indivíduos foram presos tentando transferir títulos com documentação falsa, enquanto em Mangaratiba (RJ), uma reportagem da TV Globo revelou um suposto mercado ilegal de eleitores.

O TSE e os Tribunais Regionais Eleitorais vêm analisando pedidos de revisão de eleitorado e conduzindo investigações em parceria com a Polícia Federal. Apesar das prisões e cancelamentos de transferências em algumas localidades, muitos eleitores envolvidos ainda conseguiram votar.

A prática de transferir o local de votação sem comprovar vínculo com o novo município compromete a integridade das eleições e pode ter resultados anulados em caso de comprovação de irregularidades. Com o aumento da fiscalização e a deflagração de operações como a Sufrágio e a Águas Rasas, as autoridades tentam coibir o avanço desse tipo de fraude, que ameaça a legitimidade do processo eleitoral em diversas regiões do país.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

“Não mexemos na competência dos governadores”, diz Lewandowski sobre PEC da Segurança Pública

Ministro pregou a necessidade de aprovação da PEC da Segurança Pública para viabilizar maior atuação do governo. Foto: Divulgação

Por Rafa Santos, em Conjur

O crime hoje é praticado no âmbito transnacional e o modelo de segurança pública estabelecido na Constituição é local. É preciso atualizar a Carta Magna, especialmente o artigo 144 que trata das competências de estados e municípios em segurança pública.

Esse foi o ponto central da fala do Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, no seminário “Os Desafios da Segurança Pública no Brasil: Desafios Jurídicos e Institucionais” ao defender a PEC da Segurança Pública proposta pelo governo.

O evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) reuniu o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal; Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo; Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública; Raul Jungmann, ex-Ministro da Defesa e Segurança Pública; e a professora Joana Monteiro, coordenadora do Centro de Ciência Aplicada à Segurança Pública da Fundação Getúlio Vargas.

Segundo Lewandowski, é preciso alterar a redação dos artigos 21, 22, 23 e 24 da Constituição — que tratam das competências da União, privativas ou em comum com estados, municípios e Distrito Federal, além do artigo 144 que detalha quais são os órgãos que compõem o sistema de segurança pública do país. “Não alteramos uma vírgula da competência dos governadores na proposta”, afirmou.

O ministro fez questão de deixar claro que a proposta do governo não altera em nada a competência dos estados e municípios sobre o tema. Ele explicou que a maior novidade da proposta é aumentar o escopo de atuação da Polícia Rodoviária Federal, uma força que conta com 13 mil homens civis, muito bem armados e distribuídos em 27 superintendências em todo o país.

“Estou propondo que a Polícia Rodoviária Federal se transforme em uma polícia ostensiva federal. Porque de fato ela já está fazendo isso não com base na Constituição, mas por base em uma portaria dos ministros que me precederam”, disse.

A nova polícia ostensiva federal poderia, excepcionalmente por autorização do ministro, fazer o policiamento externo quando for necessário e auxiliar forças policiais estaduais quando for solicitada pelos governadores.

Atuação da União e PEC

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Raul Jungmann endossou a proposta do governo e defendeu a atuação da União na segurança pública.

Ele explicou que o atual modelo de combate ao crime é ineficaz e que todos os comandos constitucionais que seriam alterados pela reforma não preveem ou preveem muito pouco a participação da União. “Não há absolutamente nada, não há contribuição definida, não tem participação”, criticou.

Jungmann explicou que a PEC poderá definir a origem dos fundos necessários para maior participação do governo federal na segurança pública, assim como na saúde e na educação.

Quem também defendeu maior participação do governo na segurança foi a professora Joana Monteiro, coordenadora do Centro de Ciência Aplicada à Segurança Pública da Fundação Getúlio Vargas.

“A liderança do governo federal é absolutamente fundamental para desenhar estratégias específicas para crimes específicos e para problemas de segurança específicos. Precisamos de um sistema de informação robusto na área de segurança pública para permitir que os prefeitos e governadores possam implementar políticas públicas locais de impacto. Esses dados têm que pautar a atuação do Poder Público, mas atualmente não temos uma base de dados. Não existe um dado sobre reincidência de crimes no Brasil, por exemplo”, destaca.

Anfitrião do evento, o decano do STF, ministro Gilmar Mendes, destacou a diversidade das visões sobre segurança pública e o alto nível da discussão no seminário. “É claro que a PEC proposta pelo governo envolve delicadezas de competências dos estados, mas estamos vendo nos últimos anos que o sistema como está é insuficiente. É fundamental que se aprofunde o diálogo entre governo federal, estados e municípios”, afirmou ao lembrar que defende uma maior integração de União, estados e municípios desde o tempo que presidiu o CNJ, em 2010.

Apresentação dos números da segurança publica. Foto: Divulgação

Mea culpa

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, aproveitou sua fala para reiterar que a violência policial será combatida em seu governo e admitiu que estava errado sobre a necessidade de implementação de câmeras corporais na PM paulista.


“Eu particularmente me arrependo muito da postura reativa que eu tive lá atrás. Uma postura que partiu da percepção que aquilo poderia tirar a segurança jurídica do agente ou mesmo causar hesitação no momento em que ele precisava atuar. Hoje eu percebo que estava enganado, que ela [a câmera corporal] ajuda o agente”.

A revisão da posição em relação ao uso das câmeras corporais foi provocada por uma série de episódios recentes de violência policial da PM de São Paulo que foram flagrados por câmeras. Dois casos ganharam ampla repercussão: em um deles um PM joga um homem de uma ponte depois de uma abordagem; no outro, um policial de folga matou, com 11 tiros pelas costas, um homem que havia furtado pacotes de sabão de um mercado.

O governador deixou claro que esse tipo de conduta será combatida por sua administração e disse que as câmeras corporais irão funcionar como um fator de contenção.

“A grande desafio é como garantir a segurança jurídica daquele agente que está lá na ponta. Que atua, que precisa combater a criminalidade, que está extremamente estressado e está sofrendo o tempo todo. Como não deixar que esse agente público seja esculhambado, seja alvo das piores relações, mas, ao mesmo tempo, não permitir o descontrole”, defendeu.

Tarcísio evitou endossar publicamente a proposta do governo federal, mas afirmou que irá trabalhar para que os governadores discutam com o ministro Lewandowski o texto da PEC e, partir de um consenso, se possa trabalhar para sua aprovação.

Fonte: DCM com informações do Conjur

Jair Renan prepara nova candidatura e planeja não assumir como vereador em Balneário

 

Jair Renan Bolsonaro, que planeja não assumir como vereador em Balneário Camboriú. Foto: Divulgação

Jair Renan Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, pode não assumir seu cargo como vereador em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Eleito em 2024, Jair Renan articula um movimento político estratégico para trabalhar no gabinete do governador do estado, Jorginho Mello (PL), com o objetivo de fortalecer sua candidatura a deputado federal nas próximas eleições.

A estratégia envolve a construção de uma base política sólida no estado, com o apoio do governo local, visando ampliar sua visibilidade e conquistar espaço na Câmara dos Deputados. Jair Renan, que vem ganhando destaque entre os eleitores bolsonaristas, pretende se firmar como um nome forte do Partido Liberal (PL) na disputa de 2026.

Enquanto Jair Renan articula sua movimentação política, o Partido dos Trabalhadores (PT) estuda lançar Eduardo Zanatta como candidato ao parlamento federal. Ele é uma figura em ascensão no estado e tem como objetivo representar o eleitorado progressista de Santa Catarina, marcando oposição direta ao bolsonarismo.

Cearense foragido do 8/1 é encontrado na Colômbia e planeja fugir para os EUA

Romario Garcia Rodrigues, cearense foragido do 8/1, que foi encontrado na Colômbia Foto: Divulgação

Romario Garcia Rodrigues, de 34 anos, cearense apontado como uma das lideranças nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, está sendo investigado por autoridades de países como Argentina, Peru, Chile e, mais recentemente, Colômbia. Conhecido por se autointitular como “primeiro gay nordestino a tomar café com Jair Bolsonaro”, ele permanece foragido enquanto órgãos internacionais tentam rastrear seu paradeiro.

Segundo o jornal colombiano ‘El Tiempo’, Romario estava na Colômbia até a última terça-feira, quando chegou a postar em suas redes sociais um desejo de retornar ao Brasil e se entregar às autoridades. O post, no entanto, foi apagado minutos depois.

Romario foi preso por dois meses em 2023, após os ataques à sede dos Três Poderes em Brasília, mas foi liberado por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Posteriormente, fugiu para a Argentina, onde uma ordem de extradição foi emitida. Com o aumento das prisões de envolvidos nos atos golpistas, ele optou por se deslocar para outros países da região.

Ato golpista de 8/1. Foto: Divulgação
De acordo com a Interpol no Peru, Romario faz parte de um grupo que entrou no país em novembro, junto com outros quatro brasileiros investigados pelos eventos de 8 de janeiro. O coronel da Polícia Nacional peruana, José Luis Quiroz, afirmou que eles não foram detidos por não estarem na lista vermelha da Interpol.

Autoridades acreditam que Romario e outros fugitivos pretendem chegar ao México e contratar serviços de “coiotes” para cruzar a fronteira rumo aos Estados Unidos. Enquanto isso, nas redes sociais, ele tem solicitado doações a seguidores para financiar sua fuga e evitar a extradição.

Em novembro, a Justiça argentina determinou a prisão de 61 brasileiros investigados pelos atos golpistas em Brasília. A decisão foi tomada pelo juiz Daniel Rafecas, a pedido do STF. Desde os eventos de janeiro de 2023, a Polícia Federal prendeu centenas de suspeitos, incluindo financiadores e incitadores.

O governo argentino também alterou sua legislação sobre o status de refugiados, eliminando a proteção para estrangeiros acusados ou condenados em seus países de origem. Essa mudança impacta diretamente investigados brasileiros que tentam buscar refúgio no país vizinho.

Fonte: DCM com informações do jornal colombiano El Tiempo

Justiça condena AstraZeneca a pagar R$ 1 milhão após morte de gestante

 

Vacina. Foto: Divulgação
A Justiça do Rio de Janeiro condenou a farmacêutica AstraZeneca a pagar uma indenização de R$ 1,1 milhão por danos morais à família de uma gestante de 35 anos que morreu após receber a vacina contra a Covid-19. O caso ocorreu em 2021 e envolveu a morte de Thais Possati, promotora de Justiça do Ministério Público estadual, que estava grávida de 23 semanas quando recebeu a vacina no dia 5 de maio daquele ano.

O juiz Mauro Nicolau Junior, da 48ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, destacou que Thais foi a primeira grávida no Brasil a morrer em decorrência do imunizante produzido pela AstraZeneca. No dia seguinte à aplicação da vacina, ela desenvolveu complicações graves, incluindo um AVC hemorrágico e trombose de seio venoso.

Após uma cirurgia de emergência, o bebê que ela esperava não resistiu às complicações, falecendo no mesmo dia. A morte de Thais levou o governo federal a suspender temporariamente a aplicação da vacina AstraZeneca em gestantes.

Fonte: DCM

Militares indiciados por trama golpista receberam indenizações milionárias após Bolsonaro mudar regra

Jair Bolsonaro cumprimenta o general Mário Fernandes, um dos apontados como idealizadores da trama golpista – Foto: Reprodução

Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), militares da ativa começaram a receber indenizações expressivas ao migrarem para a reserva. Entre os indiciados pela Polícia Federal por envolvimento em uma suposta trama golpista, cinco receberam, juntos, R$ 2,2 milhões, de acordo com informações do Portal da Transparência. As mudanças nas regras beneficiaram diretamente figuras-chave desse grupo.

O general Mário Fernandes, um dos apontados como idealizadores de um plano para atentar contra o presidente Lula (PL), seu vice, Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes, recebeu R$ 421,9 mil. O valor inclui R$ 262,4 mil ao passar para a reserva em 2020 e mais R$ 159,5 mil em 2021 como verbas indenizatórias. Esse pagamento foi um dos maiores entre os indiciados.

Outro beneficiado foi Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, que recebeu R$ 364,3 mil, divididos entre R$ 265,1 mil de indenização em 2021 e R$ 99,4 mil em 2023. Sua corporação chegou a divulgar vídeos negando privilégios, apesar dos valores elevados destinados ao militar.

Almir Garnier prestando continência a Braga Netto e Jair Bolsonaro – Foto: Pedro Ladeira

O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio de Nogueira de Oliveira também foi contemplado. Em maio de 2021, ele recebeu indenizações que somaram R$ 300 mil. Já o general Estevam Theophilo Gaspar ganhou R$ 776,3 mil, com R$ 381,4 mil recebidos ao ir para a reserva em 2023 e R$ 394,9 mil em janeiro de 2024 como verbas adicionais.

O coronel Cleverson Magalhães, ligado a Mauro Cid, recebeu R$ 288,8 mil ao passar para a reserva em 2023. Já o coronel Carlos Giovani Pasini, acusado de ter participado da elaboração de um documento para pressionar o Exército a aderir ao plano golpista, recebeu R$ 222,6 mil em fevereiro de 2023.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Ainda em 2020, Walter Braga Netto, também indiciado pela PF, foi destaque com um pagamento de R$ 926 mil em apenas dois meses. Os valores incluíram indenizações, salários acumulados e férias não gozadas, sendo o maior montante registrado entre os envolvidos.

Fonte: DCM

Brasil atinge marca de 6º maior gerador de energia solar do mundo

Placas de energia solar. Foto: Divulgação

O Brasil está consolidando sua posição como uma potência mundial na produção de energia solar, alcançando 50 gigawatts (GW) de capacidade instalada. Esse marco coloca o país em 6º lugar no ranking global, atrás de gigantes como China, Estados Unidos, Alemanha, Índia e Japão. Os números recentes evidenciam o crescimento expressivo do setor nos últimos anos, que se reflete no aumento da geração de energia limpa e renovável no país.

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) revela que, atualmente, o Brasil possui 33,5 GW gerados por sistemas de energia solar de pequeno e médio porte, representando a maior parte da capacidade instalada. As grandes usinas solares, por sua vez, adicionam 16,5 GW à capacidade total nacional.

De acordo com a Absolar, entre janeiro e outubro de 2024, foram instaladas 119 novas usinas solares, contribuindo com 4,54 GW à capacidade elétrica do país. O crescimento do setor é impulsionado por investimentos bilionários. Desde 2012, o mercado de energia solar brasileiro atraiu R$ 229,7 bilhões em investimentos, além de gerar R$ 71 bilhões em arrecadação fiscal.

Isso não só contribui para a expansão da infraestrutura de geração de energia limpa, mas também para a redução das emissões de gases de efeito estufa, com a energia solar ajudando a evitar a liberação de 60,6 milhões de toneladas de CO₂.
Placas de energia solar. Foto: Divulgação

A energia solar fotovoltaica agora representa 20,7% da matriz elétrica brasileira, ocupando a segunda posição entre as fontes de energia, logo atrás das hidrelétricas. A diversificação da matriz energética com o uso de fontes renováveis é uma tendência crescente no Brasil, refletindo uma busca pela sustentabilidade e eficiência energética.

No entanto, nem todas as notícias são positivas para o setor. A Absolar expressou preocupação com a recente decisão do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior, que aumentou o Imposto de Importação sobre componentes de painéis solares, de 9,6% para 25%.

A medida, que tem como justificativa o fortalecimento da indústria nacional e a criação de empregos, pode impactar negativamente o crescimento do setor solar no Brasil, segundo a associação.

Atualmente, o Brasil ocupa a 6ª posição no ranking global de capacidade instalada de energia solar, ficando atrás de países como a China, com 817 GW, os Estados Unidos, com 189,7 GW, a Alemanha, com 94,36 GW, a Índia, com 92,12 GW, e o Japão, com 90,4 GW. O Brasil possui uma capacidade de 50 GW.

Fonte: DCM

Gleisi Hoffmann critica Bolsonaro: “Quer paz de cemitério com todos nós lá”


Gleisi Hoffmann. Foto: Divulgação

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou duramente neste sábado (7 de dezembro de 2024) a proposta de anistia defendida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

A declaração foi feita após a reunião do Diretório Nacional do PT em Brasília, onde a líder do partido se posicionou contra a ideia de pacificação por meio da anistia, sugerida por Bolsonaro.

Em 28 de novembro, Bolsonaro havia sugerido que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cedessem à proposta de anistia, afirmando que isso contribuiria para a “pacificação do Brasil”.
Bolsonaro. Foto: Divulgação
No entanto, Gleisi não concorda com essa visão e reagiu com firmeza. Gleisi Hoffmann rebateu a proposta de anistia, alegando que os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro não podem ficar sem punição. “Estamos lidando com gente que não tem apreço pela democracia e não pode ficar sem punição”, afirmou. Ela também enfatizou a gravidade dos atos, dizendo: “Queriam matar o Lula, gente, é muito grave.”

A líder petista reforçou que é fundamental punir os responsáveis pela tentativa de golpe em 2023, argumentando que a falta de punição em relação ao golpe de 1964 não pode se repetir. “Não podemos aceitar essa impunidade”, disse Gleisi, reafirmando a posição do PT de que os responsáveis pelos atos violentos e antidemocráticos devem ser responsabilizados.

Fonte: DCM

VÍDEOS: oposição toma Damasco e celebra fim do regime de Bashar al-Assad

Forças rebeldes celebram chegada a Damasco em ofensiva para derrubar ditador Bashar al-Assad – Foto: AP

Na manhã deste domingo (8), grupos de oposição sírios celebram o fim do regime de Bashar al-Assad após tomarem o controle de Damasco. Segundo a Reuters, o presidente teria deixado a capital rumo a um destino desconhecido em meio à ofensiva, que já havia conquistado cidades estratégicas como Aleppo e Homs antes de alcançar a capital. Em Damasco, testemunhas relataram celebrações nas praças públicas, com multidões gritando “Liberdade” em comemoração à queda do regime.

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), forças leais a Assad abandonaram posições importantes, incluindo o aeroporto militar de Mezzeh e subúrbios próximos à capital. O colapso do regime representa uma virada significativa após anos de controle rígido sobre as principais cidades do país, mesmo durante a guerra civil.

A retirada das tropas governamentais ocorre em um momento de fragilidade do regime de Assad, que perdeu apoio direto de seus principais aliados internacionais. A Rússia está envolvida na guerra na Ucrânia, enquanto o Irã e o Hezbollah enfrentam desafios militares e políticos na região com Israel.


Guerra na Síria

A guerra civil na Síria começou em 2011, após Bashar al-Assad reprimir manifestações populares durante a Primavera Árabe. Desde então, o país mergulhou em um conflito devastador, com a formação do Exército Sírio Livre (FSA), um grupo que lutou contra o regime. Em meio ao caos, o Estado Islâmico (ISIS) também ganhou força e chegou a controlar grande parte do território sírio.

Ao longo dos anos, a guerra se transformou em uma “guerra por procuração”, com vários atores regionais e potências mundiais envolvidos no conflito. A Rússia se aliou ao governo de Assad, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para combater o Estado Islâmico.

Fonte: DCM

Título e rebaixamento: veja contas para definição do Brasileirão 2024

Fogo e Palmeiras miram título. Galo, Furacão, Flu e Braga podem cair

Botafogo, Palmeiras, Libertadores
© Vitor Silva/Botafogo/Direitos Reservados

A 38ª e última rodada do Campeonato Brasileiro de 2024 enfim chegou. Neste domingo (6), serão dez jogos, todos com início às 16h (horário de domingo), que definirão como termina a principal competição do futebol do Brasil. Na parte alta da tabela, Botafogo e Palmeiras são as únicas equipes com chances de título. Por outro lado, resta uma das quatro vagas na Série B a ser preenchida. Atlético-MG, Athletico-PR, Fluminense e Bragantino buscam escapar da degola. A jornada final da competição traz uma série de combinações possíveis.

◉ Título: Botafogo ou Palmeiras

As contas na disputa pelo troféu são mais simples. O Botafogo tem 76 pontos, três a mais do que o Palmeiras. Um empate diante do São Paulo, no Nilton Santos, assegura o título ao Alvinegro (recém-campeão da Libertadores) após 29 anos. Fazendo isso, nada que aconteça no Allianz Parque, onde o Palmeiras recebe o Fluminense, importará. O Glorioso pode ser campeão inclusive com derrota, caso o Verdão não derrote o Tricolor carioca.

Já o Palmeiras só vê um caminho: bater o Fluminense e torcer para que o rival paulista vença o Botafogo. Desta forma, ambos terminariam a competição com 76 pontos, mas o Verdão conquistaria o tricampeonato consecutivo por ter uma vitória a mais, primeiro critério de desempate.

◉ Rebaixamento: Galo, Furacão, Flu ou Bragantino

Três equipes chegam à última rodada com o descenso carimbado: Criciúma, Atlético-GO e Cuiabá. Resta uma. A emoção é garantida em uma disputa embolada, que inclui um time que tem duelo com um candidato ao título, outro com um adversário já rebaixado e, para completar, um confronto direto.

O Bragantino, que inicia a rodada dentro da zona de rebaixamento, em 17º com 41 pontos, encara o Criciúma, que teve a queda decretada com a derrota para o Flamengo na rodada passada. Uma vitória garante o Massa Bruta na Série A. Qualquer outro resultado rebaixa a equipe, que tem menos vitórias que todos os outros concorrentes.

O Fluminense tem o adversário mais complicado, pois enfrenta o Palmeiras, vice-líder e ainda com chances de ser campeão, fora de casa. O Tricolor, 15º com 43 pontos, pode se salvar até mesmo com uma derrota (caso o Bragantino não vença ou o Furacão seja derrotado), mas, para não precisar fazer contas, tem que conseguir um empate.

Já o duelo direto entre Atlético-MG e Athletico-PR reserva diversas possibilidades. O Galo, o mais bem posicionado entre os quatro, com 44 pontos, em 14º, se garante com um empate. O Furacão, no entanto, com 42 pontos, em 16º, só estará matematicamente salvo sem contar com os outros resultados se vencer. Um empate salvaria as duas equipes em caso de derrota do Fluminense. Porém, se o Bragantino vencer e o Fluminense empatar, apenas um ponto não será suficiente para a equipe paranaense. Um ingrediente que pode pesar neste confronto entre os xarás é que a Arena MRV não terá público, por causa da punição pela confusão ocorrida na final da Copa do Brasil entre Galo e Flamengo. Além disso, o time mineiro é o que vem em pior momento: não vence há doze jogos, contando Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores.

Fonte: Agência Brasil