quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Número de jovens que não estudam nem trabalham cai, diz IBGE

 

Carteira de trabalho. Foto: Reprodução

O número de jovens brasileiros que não estudam nem trabalham alcançou, em 2023, o menor nível desde o início da série histórica do IBGE, em 2012. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (4) na pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2024, revelam que 10,3 milhões de jovens entre 15 e 29 anos estavam nessa condição, o que equivale a 21,2% — a menor taxa já registrada.

Anteriormente, o menor índice havia sido em 2013, com 11,2 milhões de jovens (21,6%) fora do mercado de trabalho e das salas de aula.

Entre 2016 e 2020, a taxa de jovens que não trabalhavam nem estudavam aumentou, chegando ao pico de quase 14 milhões (28%). Esse movimento foi atribuído à “recessão econômica que já vinha de 2014, agravada pela pandemia”, segundo o IBGE.

De 2020 a 2023, no entanto, houve uma mudança significativa, com reduções sucessivas na taxa. “O recuo no número de jovens que não estudam nem trabalham é explicado pelo dinamismo do mercado de trabalho”, afirma Leonardo Athias, gerente de Indicadores Sociais do IBGE, destacando o aumento no número de jovens empregados.

Em 2023, o Brasil teve uma taxa média de desemprego de 7,8%, a menor desde 2014, quando era de 7%, como reportado pelo g1.

Estudantes. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Mulheres pretas e pardas são as mais impactadas

A pesquisa aponta que o total de jovens nessa situação caiu de 10,9 milhões em 2022 para 10,3 milhões em 2023, uma redução de 4,9%.

Entre os jovens ainda fora do mercado de trabalho e da educação, 4,6 milhões (45,2%) são mulheres pretas ou pardas, enquanto as brancas somam apenas 1,9 milhão (18,9%).

Entre os homens, a diferença também é significativa: 2,4 milhões (23,4%) de pretos ou pardos estão nessa condição, contra 1,2 milhão (11,3%) de brancos.

Segundo Athias, a desigualdade atinge mais intensamente as mulheres pretas ou pardas devido à maior concentração dessa população em lares com menor renda, o que dificulta o acesso a creches privadas.

“[Há também] uma diferença entre homens e mulheres. Os homens são mais afetados pela dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, enquanto as mulheres são atingidas ainda pela gravidez e pelo cuidado de filhos e outras pessoas no domicílio”, conclui.

Fonte: DCM

Soldado da PM que jogou homem de ponte em São Paulo é preso

Prisão do soldado Luan Felipe Alves Pereira foi determinada pelo Tribunal de Justiça Militar, que acatou o pedido da Corregedoria da PM

A Corregedoria da PM apura as circunstâncias do caso

O soldado da Polícia Militar de São Paulo, Luan Felipe Alves Pereira, foi preso na manhã desta quinta-feira (5) após ser acusado de jogar um homem da ponte, na zona sul da capital paulista. A prisão foi determinada pelo Tribunal de Justiça Militar, que acatou o pedido da Corregedoria da PM, que havia solicitado a detenção na quarta-feira (4).

Segundo a CNN Brasil, o policial, que já estava afastado das atividades operacionais desde terça-feira (3), está sendo mantido na sede da Corregedoria e deverá ser transferido para um presídio militar. Além de Luan Pereira, outros 12 agentes também seguem a determinação da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e estão sendo investigados.

O caso, ocorrido na madrugada de segunda-feira (2) na região de Cidade Ademar, foi flagrado em imagens que mostram um policial se aproximando da beirada da ponte e jogando o homem no rio. Segundo ele, a intenção era imobilizar o motociclista, que teria resistido à abordagem policial, e não jogá-lo do alto da ponte. O motociclista, de acordo com as investigações, teria fugido de uma abordagem em Diadema, na Grande São Paulo.

Em depoimento, o policial afirmou que sua ação visava apenas derrubar o homem no chão, mas as imagens indicam outra situação. O comandante-geral da PM de São Paulo, coronel Cássio Araújo Freitas, declarou à CNN que todos os episódios de violência policial estão sendo analisados com seriedade e que a responsabilidade é da instituição.

O soldado Luan Pereira também foi acusado em outro caso, em que atirou 12 vezes contra um suspeito durante uma perseguição em Diadema, em 2023. O caso, que inicialmente foi julgado na Justiça Militar, foi posteriormente encaminhado para a Justiça comum, mas foi arquivado em janeiro deste ano.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Jorge Seif apaga post em defesa de PM que jogou homem de ponte em SP: “não jogou do penhasco?”

Seif minimizou o ato do agente e questionou a reação da opinião pública

Jorge Seif (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O senador Jorge Seif (PL-SC) apagou uma publicação em suas redes sociais na qual defendia, de forma irônica, a conduta de um policial militar de São Paulo que jogou um homem de uma ponte na Cidade Ademar, zona sul da capital paulista. A informação foi divulgada inicialmente pelo portal Metrópoles.

Na postagem, feita na quarta-feira (4/12), Seif minimizou o ato do agente e questionou a reação da opinião pública. “Imprensa nacional demonizando a PM de SP. O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego? Não foi do penhasco?”, escreveu o senador. Ele ainda defendeu que o “banho no córrego” seria um “prêmio” para o homem envolvido na situação.

Além disso, Seif prestou solidariedade aos policiais e ao secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmando: “Tomar um banho no córrego é prêmio. Minha solidariedade e apoio incondicional aos PMs e ao secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite”. Em tom provocativo, ele completou: “Tá com pena das vítimas da sociedade? Leva para casa!”.

Repercussão e críticas

A publicação gerou ampla repercussão nas redes sociais, com críticas de diferentes setores da sociedade. Internautas, ativistas de direitos humanos e parlamentares destacaram que o comentário do senador desrespeitava os direitos fundamentais e incentivava ações violentas por parte das forças de segurança.

O caso que motivou a declaração de Seif envolveu um policial militar que foi filmado empurrando um homem de uma ponte durante uma abordagem, levando-o a cair em um córrego. O episódio ganhou destaque na mídia e reacendeu debates sobre abuso de poder e o uso excessivo da força policial no Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

General Mário Fernandes, preso por trama golpista, é transferido para Brasília

Preso desde 19 de novembro, militar é apontado como idealizador de plano "Punhal Verde Amarelo", que previa o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes

Mario Fernandes (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O general da reserva Mário Fernandes, preso no Rio de Janeiro desde 19 de novembro por suspeita de envolvimento em uma trama golpista, será transferido nesta quinta-feira (5) para Brasília em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A informação foi divulgada pelo jornal O Globo. Ao chegar à capital federal, Fernandes ficará detido nas instalações do Comando Militar do Planalto, enquanto avança o inquérito que investiga sua participação na elaboração do chamado Plano Punhal Verde Amarelo.

De acordo com relatório da Polícia Federal (PF), Fernandes é acusado de idealizar um plano que visava não apenas um golpe de Estado, mas também o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

As acusações contra Fernandes surgiram no contexto das investigações sobre atos golpistas planejados por grupos extremistas. O plano Punhal Verde Amarelo, atribuído ao general, incluía ações coordenadas para desestabilizar as instituições democráticas, como ataques a autoridades e intervenções militares.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Lula reprova vídeo em que Marinha reage a alterações na aposentadoria dos militares

Lula demonstrou sua insatisfação perante membros do governo logo após a divulgação da peça publicitária da Marinha no último domingo

26.11.2024 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante abertura do Encontro Nacional da Indústria daConstrução (ENIC), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasilia - DF (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro para integrantes do seu governo que não gostou do vídeo da Marinha em que a Força questiona supostos "privilégios" da carreira.

Segundo a coluna Painel da Folha de S.Paulo, Lula demonstrou sua insatisfação perante membros do governo logo após a divulgação da peça publicitária da Marinha no último domingo (1).

O vídeo, que não teve autorização do ministro da Defesa, José Múcio, apenas do comando da Marinha, foi visto como um protesto da Força a propostas do Ministério da Fazenda de mexer na Previdência dos militares, estabelecendo uma idade mínima.

O vídeo que questiona a ideia de "privilégios" nas Forças Armadas, divulgado pela Marinha, foi aprovada pela alta cúpula militar, incluindo o comandante da Força Naval, almirante Marcos Sampaio Olsen, destacou a jornalista Raquel Landim em sua coluna no UOL. O vídeo tinha originalmente o intuito de comemorar o Dia do Marinheiro, celebrado em 13 de dezembro. No entanto, a divulgação foi ajustada para responder às propostas de ajuste fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que inclui mudanças nas aposentadorias dos militares.

Na segunda-feira (2), a A deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, afirmou que o vídeo institucional divulgado pela Marinha do Brasil no domingo (1º) representa um “grave erro”.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna Painel da Folha de S. Paulo

Eduardo Bolsonaro diz pela primeira vez que pode ser o Plano B em 2026, no lugar do pai inelegível

Deputado se colocou como alternativa da extrema-direita à sucessão presidencial

Eduardo Bolsonaro (Foto: Reuters)

Em participação na CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), realizada em Buenos Aires, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) admitiu, pela primeira vez, a possibilidade de ser o "Plano B" da direita para as eleições presidenciais de 2026. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, Eduardo ressaltou que o “Plano A” continua sendo seu pai, Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O plano A é [Jair] Bolsonaro, posso ser o plano B”, afirmou o deputado, embora tenha declarado não ser candidato no momento.

A declaração ocorre em um cenário em que a família Bolsonaro e aliados do PL insistem em estratégias para reverter a inelegibilidade do ex-presidente. Uma das opções ventiladas é a aprovação de uma anistia pelo Congresso Nacional, permitindo a participação de Jair Bolsonaro na corrida presidencial. Alternativamente, nomes como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os próprios filhos do ex-presidente – Flávio, Eduardo ou Carlos – têm sido cogitados. Valdemar Costa Neto, presidente do PL, chegou a mencionar Eduardo como opção. “O primeiro da fila é Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo], mas temos o Eduardo Bolsonaro também”, afirmou Costa Neto, em outubro, à GloboNews.
Defesa de Jair Bolsonaro e críticas ao STF

Durante o evento em Buenos Aires, Eduardo Bolsonaro reforçou a narrativa de perseguição política contra Jair Bolsonaro e seus aliados. Em um dos momentos mais destacados, exibiu um vídeo do ex-presidente pilotando um jet ski ao lado de uma baleia e questionou o público: “Merece cadeia por isso?”. A plateia respondeu negativamente, e o deputado concluiu: “O que é isso?”, ao que o público respondeu: “Ditadura”.

Além disso, Eduardo defendeu os manifestantes presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília, classificando-os como cidadãos que “defendiam a verdade de modo pacífico”. A plateia reagiu com gritos de “liberdade” e “anistia”. Em outro ponto, Eduardo criticou o ministro do STF Alexandre de Moraes, a quem acusou de perseguir seu pai. O ex-presidente Jair Bolsonaro também participou da conferência, por vídeo, reiterando nunca ter cogitado um golpe e pedindo a devolução de seu passaporte para poder comparecer à posse de Donald Trump, caso eleito.

Fonte: Brasil 247 com reportagem publicada na Folha de S. Paulo

Ministro Gilmar Mendes doará R$ 90 mil obtidos em indenização para organização sem fins lucrativos

Valores são referentes à condenação do procurador do Ministério Público Fernando Krebs por ofensas proferidas contra o decano em 2018

Gilmar Mendes (Foto: Gilmar Mendes)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou que doará os R$ 90 mil que deve receber como indenização do procurador do Ministério Público de Goiás, Fernando Aurvalle da Silva Krebs, por ofensas à sua honra proferidas durante entrevista à rádio Brasil Central, em 2018. A informação foi divulgada ontem (3) ao juiz da 4ª Vara Cível de Brasília, onde tramita o processo de execução da sentença.

A indenização será destinada ao Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), organização sem fins lucrativos com sede em Brasília, que presta assistência jurídica e social a migrantes, refugiados e apátridas. O escritório Mudrovitsch Advogados, que representou o ministro no processo, também anunciou a doação de R$ 10 mil de seus honorários à mesma instituição.

◉ Histórico de apoio a causas sociais

Gilmar Mendes tem o hábito de doar valores obtidos em processos judiciais a instituições que apoiam grupos vulneráveis, como minorias sociais e pessoas em situação de risco. A escolha pelo IMDH reforça o compromisso do ministro com a promoção de direitos humanos.

“São instituições como o Instituto Migrações e Direitos Humanos que fazem a diferença no acolhimento de quem precisa de suporte, especialmente em momentos de extrema vulnerabilidade”, destacou um representante próximo ao ministro.

◉ Entenda o caso

A condenação de Fernando Krebs teve origem em declarações feitas à rádio Brasil Central em 7 de junho de 2018, nas quais o procurador proferiu ofensas à honra de Gilmar Mendes. Inicialmente, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) fixou o valor da indenização em R$ 10 mil. Após recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a quantia foi elevada para R$ 50 mil.

No último dia 31 de outubro, o caso transitou em julgado no STF após o ministro Nunes Marques considerar prejudicado o recurso interposto por Krebs. Com isso, iniciou-se o cumprimento definitivo da sentença. O valor da condenação foi atualizado com correções monetárias desde a publicação do acórdão do STJ, em 20 de agosto de 2024, e acrescido de juros a partir da data das declarações, totalizando R$ 90 mil.

◉ Impacto da decisão

A doação ao IMDH destaca a relevância do trabalho de instituições dedicadas à defesa dos direitos de migrantes e refugiados, um tema cada vez mais urgente no cenário global. Para o instituto, o apoio financeiro representa uma oportunidade de expandir sua atuação e oferecer melhores condições às pessoas que assistem.

Ao manter sua prática de destinar valores de indenizações a causas sociais, Gilmar Mendes reforça sua postura de transformar litígios pessoais em ações concretas de impacto coletivo.

Fonte: Brasil 247

Chefe da PF pedirá abertura de inquérito contra deputado Van Hattem por crime contra a honra

Deputado do Novo chamou Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, de prevaricador

Diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, durante entrevista coletiva em Brasília (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, apresentará uma representação contra o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), que o chamou de "prevaricador" em uma audiência na Câmara dos Deputados, na terça (3). Ele pedirá que o órgão apure se o parlamentar cometeu crime contra a sua honra, informa a coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.

Durante a audiência com Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, o parlamentar questionou o fato de ter sido indiciado pela PF anteriormente por calúnia e difamação depois de ter feito um discurso contra outro delegado, Fábio Alvarez Shor, que atua com o ministro Alexandre de Moraes em diferentes inquéritos que investigam Jair Bolsonaro (PL), políticos e militantes da oposição.

Ele disse que "dito policial federal" agia "como bandido" e fazia "relatórios absolutamente fraudulentos contra pessoas inocentes".

Na audiência com Lewandowski, Van Hattemm sustentou que tem imunidade parlamentar e que por isso não poderia ter sido indiciado pelo discurso contra o policial. E desafiou Andrei Rodrigues a prendê-lo exatamente naquele momento.

"Se há o entendimento que estou fazendo crime contra a honra, por que o seu chefe na PF, o diretor-geral Andrei, que está aqui, não me prende agora, em flagrante delito? Se é um crime contra a honra, que me prenda", disse o deputado, dirigindo-se a Lewandowski.

"Só quero lembrar que eu não fui preso, sr. presidente, isso é crime contra a honra. Estamos diante de um prevaricador, que é o diretor-geral da Polícia Federal", seguiu ele.

Lewandowski reagiu com indignação e pediu que as declarações do deputado fossem registradas nas notas taquigráficas. Com isso, a PF tem a prova documentada do xingamento.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo

Mauro Cid prestará novo depoimento à PF nesta quinta sobre investigações envolvendo Jair Bolsonaro

O depoimento ocorre duas semanas após ele ter sido ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Foto. Edilson Rodrigues-Agência Senado

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestará um novo depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (5). A informação foi divulgada pela CNN Brasil. Cid, que firmou um acordo de delação premiada, tem fornecido informações cruciais para inquéritos que investigam o ex-presidente e aliados.

O depoimento ocorre duas semanas após ele ter sido ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante essa audiência, Cid conseguiu manter os benefícios de sua colaboração premiada, que estavam em risco devido a contradições e omissões em suas declarações à PF sobre a suposta trama golpista investigada.
Acusações e implicações

No mês passado, Mauro Cid foi indiciado, ao lado de Jair Bolsonaro e outras 35 pessoas, por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. O inquérito já foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), e cabe ao procurador-geral, Paulo Gonet, decidir se apresentará denúncia contra os indiciados.

Entre os detalhes que ajudaram Cid a preservar sua delação, estão informações sobre o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro na eleição presidencial de 2022. Esses dados foram considerados relevantes para o avanço das investigações.

Além das acusações relacionadas à tentativa de golpe, Mauro Cid, Bolsonaro e outros aliados também foram indiciados em outros casos investigados pela PF, como a falsificação do cartão de vacinas contra a Covid-19 e a venda das joias sauditas recebidas pelo ex-presidente durante o mandato.
Estratégia de defesa

O tenente-coronel já prestou mais de dez depoimentos no âmbito das investigações e tem sido uma peça-chave na busca por provas que esclareçam as denúncias contra Bolsonaro e seus aliados. A delação premiada de Cid permite que ele coopere com a Justiça em troca de possíveis reduções de pena, desde que cumpra as condições do acordo e forneça informações consistentes e relevantes para os inquéritos.

Com as investigações avançando e os depoimentos de Mauro Cid trazendo novos desdobramentos, a expectativa recai sobre a decisão da PGR em relação às denúncias, bem como sobre o impacto das revelações nas futuras etapas processuais. Enquanto isso, a delação de Cid segue no centro das atenções no cenário jurídico e político.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Presidente da Comissão Europeia chega à América Latina para discussões sobre acordo com Mercosul

"Linha de chegada do acordo UE-Mercosul está no horizonte. Vamos trabalhar (...). A maior parceria de comércio e investimento que o mundo já viu", disse

Ursula von der Lyen, presidente da Comissão Europeia (Foto: Francois Lenoir / Reuters)

Reuters - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse nesta quinta-feira que já está na América Latina para discussões sobre o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.

"A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está no horizonte. Vamos trabalhar, vamos cruzá-la. A maior parceria de comércio e investimento que o mundo já viu. Ambas as regiões serão beneficiadas", disse von der Leyen em uma publicação no X.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Fim da escala 6x1 tem apoio de 70% dos brasileiros, diz pesquisa

Uma pesquisa do Projeto Brief mostra que a proposta é apoiada por 81,3% da esquerda e 59,4% da direita

Brasília (DF), 15/11/2024 - Ato em defesa do fim da jornada 6x1, na Rodoviária do Plano Piloto (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O fim da escala 6x1 tem o apoio de 70% da população brasileira e tem adesão entre pessoas que se dizem de esquerda e de direita, aponta uma pesquisa do Projeto Brief em parceria com a plataforma Swayable, divulgada pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. A proposta ganhou repercussão nas redes sociais durante o mês passada e está na pauta da Câmara dos Deputados.

Segundo o levantamento, entre as pessoas de esquerda, a proposta é apoiada por 81,3%. Já entre quem se diz de direita, a inicativa tem adesão de 59,4%. Quando foram apresentadas aos entrevistados mensagens com argumentos favoráveis, o apoio atingiu 91,3% entre quem se diz de esquerda e 71,5% entre a direita. A pauta também tem mais adesão entre as mulheres, com 86% delas se posicionando a favor, enquanto entre os homens o apoio é de 76%.

Sobre a proposta para acabar com a escala 6x1 em discussão na Câmara dos Deputados, 89% dos entrevistados disseram ter conhecimento sobre a iniciativa. Além disso, 65,8% dos entrevistados acreditam que as empresas resistem ao fim da escala para maximizar lucros, enquanto 68,1% afirmaram que essa oposição reflete um padrão histórico de resistência da elite econômica a avanços nos direitos trabalhistas.

Entre os argumentos mais populares, 77,6% dos entrevistados disseram acreditar que mais tempo de descanso aumentaria a produtividade dos trabalhadores, contrariando um dos principais argumentos apresentados pelas lideranças empresariais contrárias à medida.

Entre os entrevistados que declararam ter votado em Jair Bolsonaro (PL) em 2022, 44,6% disseram se identificar mais com a esquerda ao saber que a causa é progressista. Por outro lado, 64,6% do público de direita afirmou que sua visão sobre o espectro político piora ao saber que parte de seus representantes se opõe ao projeto.

A pesquisa ouviu 3.122 pessoas de todo o Brasil entre os dias 22 e 26 de novembro. Os entrevistados foram recrutados pelas redes sociais e tiveram participação voluntária e anônima,fornecendo informações sobre dados demográficos (raça, gênero, idade), preferências políticas, comportamentos e percepções sobre o fim da escala 6x1.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Exportações brasileiras para Argentina caem 25% em meio a ajuste de Milei e dificuldade na relação dos países

Balança comercial ainda se mantém positiva, mas caiu de US$ 4,75 bilhões para US$ 69 milhões entre janeiro e outubro, sobre mesmo período de 2023

Exportações (Foto: ABr)

Reuters - O Mercosul inicia nesta quinta-feira sua 65ª cúpula com Brasil e Argentina, as principais economias do bloco, em lados opostos, com uma relação difícil que vem se refletindo em uma queda de comércio e divergências claras em vários temas, mesmo que ambos tenham chega a um consenso sobre o acordo comercial com a União Europeia, que pode ser finalmente concluído.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil (MDIC) mostram que entre janeiro e outubro deste ano a Argentina comprou 24,8% menos produtos brasileiros que no mesmo período do ano passado, enquanto o Brasil aumentou a importação em 9,7%.

A balança comercial brasileira com o vizinho ainda se mantém positiva, mas caiu de 4,75 bilhões de dólares para 69 milhões de dólares no mesmo período.

A embaixadora Gisela Padovan, secretária para América Latina e Caribe do Itamaraty, credita a queda ao ajuste fiscal feito pelo governo do presidente argentino, Javier Milei.

"Eu não estou preparada para comentar em detalhes a economia argentina, mas é a única explicação. De uma hora para outra você tem uma queda deste tamanho. O que mudou este ano? Entrou um novo governo que promoveu um ajuste bastante forte e tem implicações infelizmente negativas para nós", disse a embaixadora em entrevista sobre a cúpula do Mercosul, que será realizada na quinta e na sexta em Montevidéu.

Em 2023, o Brasil teve um superávit em torno de 6 bilhões de dólares com os países do Mercosul, segundo a embaixadora, enquanto este ano o resultado ficou mais equilibrado. Somente entre Brasil e Argentina, a corrente comercial entre os dois países caiu 10,8 bilhões de dólares, segundo os dados do MDIC.

"O equilíbrio é o desejável, mas com mais comércio, e não menos, como está acontecendo", afirmou a embaixadora.

Não há novas barreiras comerciais internas que tenham levado à queda no comércio entre Brasil e Argentina, mas há uma dificuldade de relação que não facilita a resolução de eventuais problemas ou um exercício ativo para melhorar o comércio.

Esta será, por exemplo, a primeira cúpula do Mercosul que Milei irá comparecer. No ano passado, durante o encontro do bloco em em Assunção, o argentino preferiu viajar a Camboriú (SC) para participar do encontro de líderes de direita Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC), onde se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foi a primeira vez que um presidente dos quatro países fundadores do Mercosul -- Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai -- faltou a uma cúpula do bloco por iniciativa própria.

O presidente argentino tem criticado o Mercosul e chegou a ameaçar tirar a Aregentina. Ele quer fazer acordos comerciais com outros países por fora do bloco, mas a possibilidade de o acordo com a União Europeia avançar segurou o argentino.

Os quatro membros fundadores do Mercosul declararam estar de acordo com os atuais termos do muito aguardado acordo de livre comércio com a UE e agora esperam que o bloco europeu concorde com os termos delineados após negociações de última hora para que o acordo seja concluído, disseram à Reuters nesta quarta-feira duas fontes que acompanham as negociações.

Fonte: Brasil 247

Folha pede que Tarcísio contenha a selvageria que ele próprio implantou em São Paulo

Editorial expõe violência policial, mas ignora contradição de um governo que sustenta práticas truculentas

Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite (Foto: Josué Emidio/Governo do Estado de SP)

Em editorial publicado nesta quinta-feira 5, a Folha de S.Paulo criticou a escalada de violência policial em São Paulo, chamando atenção para a sucessão de episódios brutais cometidos pela Polícia Militar sob o governo de Tarcísio de Freitas. Apesar de destacar retrocessos graves, como o enfraquecimento das câmeras corporais e o aumento das mortes causadas por policiais, o jornal tropeça em uma contradição: parece acreditar que o governador pode combater a selvageria que seu próprio governo fomenta.

O texto da Folha expõe corretamente que o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, ex-integrante da ROTA, personifica uma política de segurança alinhada com a violência institucionalizada. Derrite enfraqueceu iniciativas para controle da letalidade policial, como o uso de câmeras nas fardas, protegeu agentes envolvidos em mortes e priorizou oficiais da ROTA, unidade conhecida por sua letalidade. Esses retrocessos, como aponta o editorial, comprometem décadas de esforços para reduzir a violência policial no estado.

Entretanto, ao sugerir que Tarcísio pode corrigir os rumos, a Folha ignora a base sobre a qual o governador construiu sua política de segurança. O próprio Tarcísio nomeou Derrite para o cargo, mesmo ciente de seu histórico e de sua defesa explícita de práticas truculentas. Além disso, o governador não hesitou em dar respaldo a operações letais, como a Operação Escudo, que resultou em 36 mortes, e a Operação Verão, com 56 mortes de civis.

A contradição do editorial se torna evidente ao cobrar "exemplo de cima" de um governo que reforça, na prática, as condições para a violência. O editorial menciona casos emblemáticos de brutalidade, como o assassinato de Gabriel da Silva Soares, 26, morto pelas costas, e de Ryan da Silva Andrade Santos, 4, atingido por disparos policiais, mas falha em conectar esses episódios à estratégia governamental que legitima a truculência como método de controle social.

Mesmo diante de uma escalada de mortes causadas por policiais – que aumentaram 55% no ano até setembro, chegando a 580 casos –, o governo paulista segue com uma retórica ambígua. Enquanto Tarcísio classifica alguns episódios como “absurdos”, sua inação e o respaldo explícito a Derrite evidenciam que a violência policial não é um desvio de conduta, mas parte de uma política deliberada.

A Folha acerta ao exigir o fim da “marcha da selvageria”, mas fracassa ao confiar que isso pode ser alcançado sob um governo que reforça práticas violentas e mantém Derrite como figura central. Cobrar mudanças sem questionar a manutenção de uma política que legitima abusos é ignorar o papel do próprio governador no aprofundamento da crise. Sem enfrentar essa contradição, as críticas perdem força e soam mais como um apelo vazio do que como uma análise séria da realidade.

Fonte: Brasil 247

Estadão cobra de Tarcísio a demissão de Derrite

Para o jornal, a truculência policial se tornou método em São Paulo e a presença de Derrite ameaça a democracia e os direitos humanos

Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite, governador e Secretário de Segurança Pública de São Paulo (Foto: Reprodução/Facebook)

O jornal Estado de S. Paulo publicou um editorial contundente nesta quinta-feira 5, exigindo a demissão de Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo, diante de casos recentes de violência policial flagrados em vídeo e do aumento da letalidade da Polícia Militar. "Cada dia que o sr. Guilherme Derrite continuar à frente da Secretaria da Segurança Pública sinalizará à sociedade que, para o atual governo de São Paulo, vale tudo em nome de um suposto combate ao crime", afirma o jornal.

A crítica ocorre após a repercussão de um vídeo em que um policial militar joga um suspeito de uma ponte, gerando revolta no país. O episódio, segundo o editorial, é "só mais uma evidência de que a truculência se tornou método" na atuação da PM paulista sob a liderança de Derrite.

O Estadão destaca a contradição entre as declarações públicas do secretário e seu histórico na Polícia Militar. Derrite, que afirmou não tolerar desvios de conduta, admitiu em entrevista ter sido afastado da Rota, a elite da PM, porque "matou muito ladrão". O editorial questiona: "Como acreditar na advertência de alguém que celebra ter matado suspeitos e considera ‘vergonhoso’ um policial sem ‘três ocorrências’ de mortos no currículo?"O jornal também critica o governador Tarcísio de Freitas, que, apesar da indignação causada pelos casos recentes, já declarou que não pretende afastar Derrite, alegando que os abusos são "exceções". "Ao ignorar denúncias graves e se mostrar complacente com a violência, o governador valida práticas policiais que colocam a população em risco", escreve o Estadão.

Outro ponto central é o aumento da letalidade policial no estado. De acordo com dados apresentados pelo jornal, a PM paulista matou 496 pessoas entre janeiro e setembro deste ano, o maior índice desde 2020. "Esse é o verdadeiro padrão da segurança pública sob a atual gestão, e não a queda de homicídios e furtos usada como justificativa para manter Derrite no cargo", pontua o editorial.

O texto também denuncia a resistência de Derrite às câmeras nos uniformes dos policiais, uma medida considerada essencial para coibir abusos. Para o Estadão, a postura do secretário reforça a cultura de impunidade na PM. "Os policiais militares não podem continuar a ter como chefe e inspiração alguém que considera desumanidade uma prática aceitável."Por fim, o editorial alerta para a instrumentalização da segurança pública como estratégia política. Segundo o Estadão, Derrite já é cogitado como candidato ao governo ou ao Senado, em uma aposta de que a truculência policial pode render votos. "A violência, tratada como solução, é, na verdade, um retrocesso que mina os valores democráticos e os direitos humanos."

A conclusão é categórica: "A solução não é afastar um punhado de policiais flagrados em atos revoltantes. É afastar o secretário que legitimou esses atos e que, por isso mesmo, não deveria ocupar uma posição de liderança em um estado democrático de direito."

Fonte: Brasil 247

Toffoli vê como inconstitucional artigo que garante a liberdade de expressão na internet

Supressão do artigo 19 do Marco Civil pode ameaçar o jornalismo e a liberdade de expressão, cláusula pétrea da Constituição

Dias Toffoli (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou nesta quarta-feira, 4, que considera inconstitucional o artigo 19 do Marco Civil da Internet, dispositivo que protege plataformas digitais ao responsabilizá-las apenas quando descumprem uma ordem judicial de remoção de conteúdo. As declarações foram dadas durante julgamento no STF e geraram preocupação em especialistas, jornalistas e defensores da liberdade de expressão.

A sessão foi suspensa e deve ser retomada nesta quinta-feira, 5, com a continuidade do voto do ministro. Segundo Toffoli, a eliminação do artigo "não faz ruir por completo o regime de responsabilização estipulado no Marco Civil da Internet", mas defendeu que as redes sociais devem adotar o modelo de "notice and take down" (notificação e retirada) como regra geral. Esse sistema exige que as plataformas removam conteúdos mediante notificações, sem a necessidade de decisão judicial prévia.

Especialistas, no entanto, alertam que a supressão do artigo 19 pode causar graves danos à liberdade de expressão, considerada uma cláusula pétrea da Constituição Brasileira, e ao jornalismo independente, especialmente em plataformas como YouTube e outras redes sociais.

O artigo 19 é um pilar da liberdade digital no Brasil, pois protege criadores de conteúdo, jornalistas e veículos independentes contra a censura prévia. Sua eliminação ameaça diretamente a pluralidade de vozes na internet.

Fonte: Brasil 247

Globo diz que segurança é o ponto mais fraco do projeto político de Tarcísio

Jornal critica selvageria, mas não abandona Tarcísio, que é seu candidato a presidente em 2026

Tarcísio de Freitas e Escola Estadual Thomazia Montoro (Foto: Rogério Cassimiro/Governo do Estado de SP | Reprodução/TV Globo)

 Em um editorial publicado nesta quinta-feira, o jornal O Globo classificou a segurança pública como o ponto mais fraco do projeto político do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Embora tenha destacado a grave escalada de violência policial no estado e os retrocessos em políticas públicas, a publicação demonstrou um esforço para isolar Tarcísio das consequências de sua própria gestão, preservando-o como uma figura viável para o projeto neoliberal que o jornal aposta para a eleição presidencial de 2026.

Segundo o texto, entre janeiro e dezembro de 2023, a Polícia Militar paulista matou 712 pessoas, o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior, conforme dados do Ministério Público. A gestão de Tarcísio e de seu secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, foi criticada pela falta de controle sobre a letalidade policial e pela ambivalência na utilização de câmeras corporais, uma medida que havia contribuído para reduzir abusos em administrações anteriores.

Mesmo diante de episódios chocantes, como a morte de um menino de 4 anos em Santos e a execução de um homem com 11 tiros nas costas após furtar sabão em pó, o jornal buscou relativizar a responsabilidade direta do governador. A narrativa reforça que, historicamente, São Paulo ostentou bons índices de segurança pública e sugere que a crise atual seria pontual, não fruto de decisões estruturais da atual administração.

O artigo também destaca que a queda nos índices de homicídios no estado, anunciada pelo governo, é parte de uma tendência nacional, enquanto outros crimes, como estupros e lesões corporais dolosas, continuam em alta. Apesar disso, O Globo insiste em tratar Tarcísio como um ator político relevante para o futuro, especialmente como possível candidato à Presidência em 2026, associado a uma agenda de reformas neoliberais.

A tentativa de desvincular o governador da crise na segurança ocorre em um momento estratégico, em que a direita busca lideranças para enfrentar o presidente Lula. A suavização das críticas a Tarcísio, mesmo diante de uma política de segurança marcada por abusos e ineficácia, reforça o alinhamento de setores da mídia com interesses econômicos e políticos que visam perpetuar um modelo de gestão liberal e excludente no Brasil.

Enquanto isso, a escalada de violência policial expõe não apenas os limites do projeto político de Tarcísio, mas também as contradições de um discurso que promete eficiência e modernidade, mas entrega uma realidade de truculência e retrocesso. O silêncio e a leniência do governador diante de abusos mostram que a promessa de mudança tem servido apenas como fachada para práticas que ignoram os direitos humanos e a justiça social.

Fonte: Brasil 247

General que não aderiu ao golpe revela momentos de tensão e perseguição de colegas: "informante do STF"

Após a vitória de Lula, militares radicais, incluindo tenentes e coronéis, buscaram apoio para contestar a legitimidade do pleito

(Foto: Reprodução)

Em um dos momentos mais delicados da história recente do Brasil, integrantes do Alto-Comando do Exército resistiram à pressão de radicais dentro e fora das Forças Armadas para viabilizar um golpe de Estado em 2022. O general Valério Stumpf Trindade, peça-chave na contenção dessas articulações, revelou detalhes desse episódio em entrevista exclusiva à coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles.

“Tudo o que fiz foi com o conhecimento do Alto-Comando do Exército, alinhado com o [então comandante] general Freire Gomes. Existe uma lealdade muito forte no Alto-Comando”, afirmou Stumpf. À época, ele ocupava o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército e enfrentou uma campanha de ataques nas redes sociais, que incluiu ameaças a ele e a sua família.

◉ Bastidores de uma crise

Após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais, militares radicais, incluindo tenentes e coronéis, buscaram apoio para contestar a legitimidade do pleito. A postura firme de generais como Stumpf, Tomás Ribeiro Paiva e Richard Nunes foi fundamental para evitar que o Exército se envolvesse em um golpe.

Atacado nas redes sociais, Stumpf foi acusado de ser “informante” do ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O general rebateu: “Por ser chefe do Estado-Maior à época, eu tinha contato com o Tribunal Superior Eleitoral, então presidido pelo ministro [Alexandre de Moraes]. Estávamos discutindo métodos para reforçar a segurança e a transparência das urnas eletrônicas”.

Ele acrescentou que as reuniões com o TSE foram institucionais e resultaram na aprovação de medidas como o teste de integridade com biometria, implementado pela Portaria 921. “O foco sempre foi preservar a democracia, fortalecendo a credibilidade das urnas eletrônicas”, destacou.

◉ “Defendi a democracia em tempos complexos”

Além da pressão de grupos civis e militares, Stumpf se tornou alvo de campanhas difamatórias organizadas por figuras como os coronéis Bernardo Romão Corrêa Netto e Fabrício Moreira de Bastos, ambos investigados pela Polícia Federal. Em mensagens interceptadas, os generais alinhados com a democracia eram chamados de “traidores” e “melancias” – verdes por fora e vermelhos por dentro.

Um relatório da Polícia Federal revelou que as imagens e os nomes de Stumpf e outros generais contrários ao golpe foram amplamente divulgados por perfis radicais na internet. Em um dos posts, um perfil dizia: “Dos dezenoves generais, estes cinco c@nalh@s não aceitam a proposta do povo. Querem que Lularapio assuma (…)”.

Mesmo diante dos ataques, Stumpf afirma manter a consciência tranquila: “Fui vítima de ataques por cumprir a minha obrigação. Defendi a democracia em tempos complexos. Tenho orgulho de ter agido de forma leal ao comandante do Exército e ao Exército Brasileiro”.

◉ O papel do Alto-Comando

A resistência dos generais contrários ao golpe foi essencial para preservar a estabilidade institucional. “Termos como ‘estabilidade institucional’ e ‘impossibilidade de ruptura democrática’ eram usados internamente e acabaram vazando, ganhando contornos condenatórios entre os radicais”, explicou o general.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

PF apreende contrato de R$ 900 mil para a reforma da casa de Bolsonaro em Angra dos Reis avaliada em R$ 98.500

O contrato foi incorporado ao inquérito em que Bolsonaro foi indiciado por tentativas de reverter o resultado das eleições

Jair Bolsonaro (PL) (Foto: Reprodução)

A Polícia Federal (PF) localizou um contrato de R$ 900 mil referente à reforma da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, situada em Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio de Janeiro. O documento foi encontrado em uma pasta na mesa do ex-mandatário, no escritório do PL, em Brasília, durante uma operação de busca e apreensão no contexto de uma investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo, que apurou os detalhes do caso.

O contrato, datado de 11 de outubro de 2023, foi incorporado ao inquérito em que Bolsonaro foi indiciado por tentativas de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. Segundo relatório da PF, o documento aponta que a reforma custaria quase dez vezes o valor declarado da casa nas eleições de 2022. Na ocasião, Bolsonaro informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o imóvel estava avaliado em R$ 98.500.

“Chama a atenção o fato de a reforma estar orçada na vultuosa quantia de R$ 900 mil, ao passo que, na declaração de bens de Bolsonaro, a residência estava avaliada em R$ 98.500”, destacou o relatório policial. Uma corretora consultada pelo O Globo estimou que o valor de mercado do imóvel na região seria de aproximadamente R$ 2,5 milhões, levando em conta a localização, tamanho e proximidade com a praia.

Contrato sem assinatura

O contrato em questão não está assinado por Bolsonaro nem pela empresa responsável pela obra, mas detalha que o montante de R$ 900 mil inclui mão de obra e materiais. Segundo o documento, o pagamento seria feito em cinco parcelas, com uma entrada de 30% (R$ 270 mil) e o restante dividido em valores escalonados ao longo da execução da obra, prevista para durar 100 dias úteis.

Apesar da ausência de informações específicas sobre as melhorias realizadas, vídeos divulgados por Bolsonaro e seus apoiadores mostram mudanças significativas na propriedade, como a substituição de janelas de madeira por blindex, troca de pisos, portões e a construção de uma nova área de churrasqueira.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Fluminense recebe o Cuiabá podendo se garantir na Série A em 2025

Tricolor precisa vencer e torcer contra o Bragantino

Fluminense, Cuiabá, Brasileiro
© Marcelo Goncalves/FFC/Direitos Reservados

Fluminense e Cuiabá se enfrentam nesta quinta-feira (5), a partir das 20h (horário de Brasília), no estádio do Maracanã, em confronto que tem contornos decisivos para o Tricolor. A equipe das Laranjeiras, que soma 40 pontos, garantirá sua permanência na Série A do Campeonato Brasileiro caso vença e o Bragantino (que encara o Athletico-PR no mesmo horário em Curitiba) não saia vencedor na rodada (os paulistas têm 38 pontos). O duelo terá transmissão da Rádio Nacional. A locução será de André Marques, com comentários de Waldir Luiz e reportagem de Carlos Molinari.

A expectativa é de grande público no Maracanã. O Fluminense realizou uma promoção, reduzindo o preço dos ingressos para a partida que pode trazer a salvação da temporada tricolor.

Ambas as equipes vêm em má fase. O Fluminense não vence há seis jogos, desde o triunfo sobre o rival Flamengo na 30ª rodada, em 17 de outubro. O Cuiabá (já rebaixado à Série B) teve como última vitória na competição um 2 a 0 sobre o São Paulo, pela 29ª rodada no início de outubro. A equipe do Pantanal tem apenas seis vitórias em todo o campeonato, somando 30 pontos.

O técnico Mano Menezes tem dois desfalques certos por suspensão: Paulo Henrique Ganso foi expulso na última partida, contra o Furacão, e Felipe Melo segue fora por punição imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Já o Cuiabá, que não tem mais objetivos na temporada, convive com atletas em fim de contrato ou liberados. O volante Filipe Augusto e o atacante Jonathan Cafú, por exemplo, já não atuam mais pelo clube. Em compensação, o zagueiro Bruno Alves retorna de suspensão e estará à disposição do técnico Bernardo Franco.

A vitória do Flamengo sobre o Criciúma por 3 a 0 na última quarta-feira (4) facilitou a vida do Fluminense na briga pela continuidade na primeira divisão. O time catarinense estacionou nos 38 pontos. Uma vitória do Tricolor sobre o Cuiabá já tornará matematicamente impossível que o Tigre ultrapasse o Flu, e rebaixará o Criciúma.

Caso não vença (ou caso o Massa Bruta derrote o Furacão), o Fluminense decidirá seu futuro em um difícil compromisso contra o Palmeiras, fora de casa pela última rodada do campeonato, no próximo domingo (8). Já Bragantino e Criciúma se enfrentam em Bragança Paulista no mesmo dia.

Fonte: Agência Brasil