quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Com Lula, pobreza e extrema pobreza atingem menor nível no país desde 2012, diz IBGE

Segundo o IBGE, a população pobre no Brasil caiu de 67,7 milhões para 59 milhões entre 2022 e 2023, atingindo o menor nível desde 2012

Lula (Foto: Reprodução/Twitter | ABr | Reprodução/Youtube)

Por Bruno de Freitas Moura, repórter da Agência Brasil - O Brasil terminou 2023 com os menores níveis de pobreza e de extrema pobreza já registrados pela Síntese de Indicadores Sociais, pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde 2012. Apesar do recuo, os dados divulgados nesta quarta-feira (4) mostram que 58,9 milhões de pessoas ainda viviam na pobreza; enquanto 9,5 milhões, na extrema pobreza.

O estudo leva em conta a chamada pobreza monetária, ou seja, a família não ter rendimentos suficientes para prover o bem-estar. Para traçar as linhas limites, o IBGE utilizou o critério do Banco Mundial de US$ 2,15 por pessoa por dia (ou R$ 209 por mês) para a extrema pobreza e de US$ 6,85 por pessoa por dia (ou R$ 665 por mês) para a pobreza.

A proporção da população na extrema pobreza terminou 2023 em 4,4%. O índice era 6,6% em 2012 e 5,9% em 2022. Entre os dois últimos anos da pesquisa, 3,1 milhões de pessoas deixaram de ser extremamente pobres, ou seja, passaram a poder contar com o equivalente a pelo menos US$ 2,15 por dia.

Em relação à pobreza, a proporção da população com o equivalente a menos de US$ 6,85 por dia ficou em 27,4%. O índice era de 34,7% em 2012 e de 31,6% em 2022. Entre 2022 e 2023, 8,7 milhões de pessoas deixaram de ser pobres.

Emprego e renda - De acordo com o pesquisador do IBGE Bruno Mandelli Perez, dois fatores explicam as reduções da pobreza e extrema pobreza: o emprego e os benefícios sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo para idosos e pessoas com deficiência.

“Tanto o mercado de trabalho quanto benefícios de programas sociais são importantes para explicar a redução na pobreza, mas o mercado de trabalho é mais importante no caso da pobreza; e os benefícios de programas sociais, na extrema pobreza”, explica.

“O aumento dos valores médios dos benefícios concedidos pelo Bolsa Família, em 2023, quando comparado com o Auxílio Brasil 2022, certamente teve impactos sobre a manutenção da trajetória de redução da pobreza e da extrema pobreza em 2023”, ressalta o texto da Síntese de Indicadores Sociais.

A pesquisa aponta que o Nordeste tem a maior proporção de pessoas na extrema pobreza (9,1%), sendo mais que o dobro da média nacional (4,4%). Já no Sul, o índice é de 1,7% da população, o mais baixo do país.

O Nordeste figura também como a região com maior parcela de pessoas pobres, 47,2%. Novamente, o Sul aparece no extremo oposto, com 14,8% - praticamente metade da proporção média do país.

Mulheres, negros e jovens - Ao analisar a população pobre, o IBGE constata que as maiores vítimas da pobreza e extrema pobreza são as mulheres, negros (conjunto de pretos e pardos) e jovens.

Enquanto a parcela de homens na pobreza é de 26,3%, a das mulheres alcança 28,4%. Em relação à extrema pobreza, as proporções são 4,3% e 4,5%, respectivamente.

No recorte por cor, entre os brancos, 17,7% são pobres. Entre os pardos, a proporção é praticamente o dobro, 35,5%; e entre os pretos, 30,8%.

Quando se observa a linha da extrema pobreza, entre os brancos são apenas 2,6%; já entre os pardos e pretos, 6% e 4,7%, respectivamente.

Analisando por faixa etária, percebe-se que a população jovem tem taxas superiores à média nacional (27,4%). Entre os que têm até 15 anos, são 44,8%. Entre 15 e 29 anos, 29,9%.

O pesquisador Bruno Perez destaca que tanto a pobreza quanto a extrema pobreza são menores em pessoas com mais de 60 anos, proporção de 11,3% e 2%, respectivamente.

“É a população que, no geral, está coberta por acesso à aposentadoria, pensões, que têm [os rendimentos] vinculados ao salário mínimo”, justifica.

Benefícios sociais - A Síntese de Indicadores Sociais traz dados que mostram a importância de benefícios sociais para a população mais pobre. Em 2023, a renda proveniente do trabalho era a principal fonte de dinheiro dos domicílios. De cada R$ 100, R$ 74,20 vinham do trabalho.

Mas no grupo de famílias com menores rendimentos, isto é, os que recebem até um quarto do salário mínimo por pessoa, os benefícios sociais representaram mais da metade do rendimento obtido. De cada R$ 100, R$ 57,10 vinham de benefícios, superando R$ 34,60 que eram originários do trabalho.

Quando a pesquisa se iniciou, em 2012, os benefícios sociais respondiam por apenas 23,5% do rendimento domiciliar dos mais pobres. Dez anos depois, essa parcela passou para 42,2%.

“Entre esses domicílios com menor rendimento, até um quarto do salário mínimo, o fator trabalho está perdendo participação, e os benefícios de programas sociais estão ganhando participação”, destaca Perez.

Os pesquisadores traçaram o comportamento da proporção de pessoas que viviam em famílias que recebiam benefícios de programas sociais. Em 2012, eram 25,6%. A proporção segue tendência praticamente de queda até chegar a 22,7% em 2019, último ano antes da pandemia de covid-19.

Por causa da pandemia, o número saltou para 36,8% em 2020, o maior já registrado, até cair a 25,8% em 2022. De 2022 para 2023, o índice subiu, representando 27,9% da população vivendo em domicílio beneficiado por programa de transferência de renda. De acordo como o IBGE, o aumento é explicado pela reedição do Bolsa Família, em março de 2023.

As maiores proporções de beneficiários – acima da média nacional – são de moradores de áreas rurais (50,9%), mulheres (29,0%), pretos (34,1%), pardos (36,4%) e crianças (42,7%).

O pesquisador Bruno Perez apresentou uma simulação de qual seria o comportamento da pobreza e da extrema pobreza se não houvesse programas de transferência de renda. Em vez de 4,4%, a extrema pobreza seria de 11,2%. A pobreza seria 32,4% em vez de 27,4%.

Desigualdade - Em 2023, o índice de Gini, indicador que mede a distribuição de renda em um país, foi 0,518, mesmo valor de 2022 e o melhor patamar já registrado na série histórica desde 2012. O Gini vai de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de zero, menos desigual é a sociedade. O pior nível de desigualdade da série foi em 2018 (0,545).

De acordo com o IBGE, se não existissem programas de transferência de renda, o indicador de 2023 estaria em 0,555.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Brasil

Parecer da reforma tributária será apresentado na CCJ do Senado na próxima semana

O relator Eduardo Braga (MDB-AM) está finalizando o parecer em diálogo com líderes partidários e o governo federal

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad 3/8/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O parecer da regulamentação da reforma tributária no Senado será apresentado na próxima segunda-feira (9) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, informa O Globo. A votação no colegiado está prevista para a quarta-feira (11), no mesmo dia em que o texto poderá ser levado ao plenário. Caso os senadores aprovem alterações, o projeto retornará à Câmara dos Deputados para nova análise.

O relator Eduardo Braga (MDB-AM) está finalizando o parecer em diálogo com líderes partidários e o governo federal. Na terça-feira (3), ele se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para acertar os últimos detalhes. “Apresentaremos o relatório e começaremos a discussão”, disse.

Entre os pontos de maior atenção no texto está a definição da cesta básica, cuja inclusão de carnes pelos deputados durante votação em julho gerou controvérsia. Haddad afirmou que essa questão já está resolvida e não sofrerá mudanças, mas evitou comentar outros detalhes do parecer. “Falta pouca coisa. A equipe do Braga trabalhou bem. Tem uma coisinha ou outra que vamos discutir tecnicamente. Da cesta básica não [tem discussão]”, declarou Haddad.

Outro tema sensível é a Zona Franca de Manaus. Braga sinalizou que pretende incluir no texto uma isenção da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) para o comércio na região, além de retomar o imposto seletivo para armas e munições. Atualmente, a legislação aprovada pela Câmara permite a isenção de CBS para produtos comprados por empresas da Zona Franca de fornecedores externos, mas não para revenda local.

O senador alertou para o risco de distorções, já que o consumidor final da região poderia optar por adquirir mercadorias diretamente de fora da Zona Franca, principalmente via comércio eletrônico.

A Fazenda manifestou preocupação com o impacto da inclusão de novos itens na cesta básica, como carnes, no cálculo da alíquota padrão do IVA (Imposto sobre Valor Agregado). Com a ampliação das isenções, técnicos estimam que o percentual do imposto possa subir para cerca de 28%.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Pix supera dinheiro e cartão de débito como pagamento mais usado, mostra pesquisa do BC

Levantamento mostrou que o serviço passou a ser usado por 76,4% da população, sendo utilizado com maior frequência por 46,1% dos entrevistados

Pix se tornou a principal modalidade de pagamentos do país (Foto: Agência Brasil )

Reuters - O Pix superou em 2024 o dinheiro e o cartão de débito como forma de pagamento mais utilizada no Brasil, de acordo com a pesquisa “O brasileiro e sua relação com o dinheiro”, divulgada nesta quarta-feira pelo Banco Central.

O levantamento mostrou que o serviço de pagamento instantâneo passou a ser usado por 76,4% da população, sendo também utilizado com maior frequência por 46,1% dos entrevistados.

Na edição anterior da pesquisa, em 2021, o Pix tinha entrado em operação há poucos meses e era usado por 46,1% da população, com percentual de frequência de 16,7%.

Em segundo lugar no levantamento atual está o cartão de débito, agora usado por 69,1% das pessoas, contra 61,7% em 2021, sendo o mais frequente agora para 17,4%.

Já o dinheiro em espécie (cédulas e moedas) é utilizado por 68,9% da população e o mais frequente para 22%. Em 2021 ele era o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, por 83,6% da população.

Na sequência aparecem cartão de crédito, débito automático, outras transferências eletrônicas e vale-refeição ou alimentação.

As cédulas e moedas de real ainda são usadas de forma mais intensa pelas pessoas com menor renda: 75% dos que recebem até dois salários mínimos e 69% entre os que ganham entre dois e cinco salários mínimos.

O uso do dinheiro em espécie se torna menos frequente conforme a renda aumenta, com 59,4% entre pessoas que recebem entre cinco e dez salários mínimos e 58,3% entre quem ganha mais de dez salários.

De acordo com o BC, a pesquisa ouviu duas mil pessoas entre 28 de maio e 1 de julho deste ano, sendo que mil compõem o público específico de caixas de estabelecimentos comerciais. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 3,1%.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Aliados avaliam que Bolsonaro repete com 'kids pretos' presos por trama golpista mesmo erro cometido com Mauro Cid

Para aliados, a estratégia do ex-mandatário de jogar para cima dos militares a culpa sobre o plano golpista poderá resultar em novas delações premiadas

Bolsonaro e militares (Foto: REUTERS/Adriano Machado | José Cruz/Agência Brasil)

 Aliados de Jair Bolsonaro (PL) estão alarmados com os rumos da investigação que envolve militares conhecidos como "kids pretos" - integrantes das forças especiais do Exército -, temendo que o ex-mandatário repita o erro cometido com o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, destaca o jornalista Valdo Cruz em sua coluna no g1. Os "kids pretos", militares especializados em operações especiais e em atividade desde 1957, estão agora no centro das investigações por envolvimento em um suposto golpe de Estado após as eleições de 2022, com o objetivo de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e restringir a atuação do Poder Judiciário.

Em novembro de 2023, quatro militares ligados a essa força especial foram identificados como suspeitos de tentar orquestrar o golpe. No entanto, o cenário atual revela uma tensa situação para os envolvidos, com Bolsonaro, em movimentos semelhantes aos realizados anteriormente com Cid, tentando transferir a responsabilidade das irregularidades para os militares.

Essa atitude de Bolsonaro, que tentou isentar-se de culpas em investigações como as que envolvem as joias sauditas e fraudes nos cartões de vacinação, resultou em uma delação premiada de Mauro Cid, já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, segundo a reportagem, uma situação semelhante ameaça se repetir, e aliados do ex-mandatário têm recebido informações de que os "kids pretos" presos pela participação no planejamento de um golpe de Estado estão avaliando a possibilidade de seguir o mesmo caminho de Cid, assinando um acordo de delação premiada.

Famílias dos militares estariam pressionando por essa colaboração, temendo que a defesa de Bolsonaro continue a imputar a eles qualquer tipo de envolvimento no planejamento do golpe. O advogado do general Mário Fernandes, um dos nomes centrais nesse esquema, demonstrou descontentamento com a postura dos advogados de Bolsonaro, que, segundo ele, estariam assumindo o papel de promotores ao acusar os militares das Forças Especiais do Exército.

Mário Fernandes está preso desde 19 de novembro e, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, será transferido de sua prisão no Rio de Janeiro para um presídio militar em Brasília.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, deve depor novamente à Polícia Federal nesta quinta-feira (5), e pode fornecer mais informações sobre os bastidores do planejamento do golpe. Entre os pontos que devem ser abordados, está o papel dos "kids pretos", um grupo que, ao final do governo Bolsonaro, seria chefiado por Cid, antes que sua promoção para comandar o Batalhão de Forças Especiais em Goiânia fosse cancelada, logo após seu acordo de delação.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna do jornalista Valdo Cruz, do G1

Lula celebra queda na pobreza e extrema pobreza, que atingem menor nível no país desde 2012: “para isso fomos eleitos”

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou o avanço e destacou o compromisso de seu governo em enfrentar a desigualdade social

03.12.2024 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia 'Nova Indústria Brasil – Missão 1: Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais', no Palacio do Planalto, Brasilia - DF (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O Brasil encerrou 2023 com os menores índices de pobreza e extrema pobreza já registrados desde 2012, conforme apontam os dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da redução significativa, 58,9 milhões de brasileiros ainda viviam na pobreza, enquanto 9,5 milhões permaneciam na extrema pobreza.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou o avanço e destacou o compromisso de seu governo em enfrentar a desigualdade social. “Tirar o Brasil do Mapa da Fome e criar uma sociedade de classe média, onde todos vivam com mais dignidade. É isso que me dá alegria de ver. Para isso fomos eleitos e estamos trabalhando”, declarou Lula.

◉ Números que refletem mudanças

Os critérios utilizados pelo IBGE para definir as linhas de pobreza e extrema pobreza seguem padrões do Banco Mundial. Para a extrema pobreza, considera-se renda inferior a US$ 2,15 por pessoa ao dia (cerca de R$ 209 mensais); já a pobreza é calculada com base em rendimentos inferiores a US$ 6,85 por pessoa ao dia (aproximadamente R$ 665 mensais).

Em 2023, a extrema pobreza atingiu 4,4% da população, uma redução expressiva em comparação aos 6,6% registrados em 2012 e aos 5,9% de 2022. Isso significa que 3,1 milhões de pessoas deixaram essa condição no último ano. Já o índice de pobreza caiu para 27,4%, uma queda em relação aos 34,7% de 2012 e aos 31,6% de 2022, com 8,7 milhões de brasileiros superando essa barreira.

◉ Os fatores por trás da queda

Segundo o pesquisador do IBGE, Bruno Mandelli Perez, dois elementos foram decisivos para a redução: o fortalecimento do mercado de trabalho e os programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). “Tanto o mercado de trabalho quanto benefícios de programas sociais são importantes para explicar a redução na pobreza, mas o mercado de trabalho é mais importante no caso da pobreza; e os benefícios de programas sociais, na extrema pobreza”, afirmou.

A pesquisa também apontou que o aumento nos valores médios dos benefícios do Bolsa Família em 2023, quando comparados aos do Auxílio Brasil de 2022, foi crucial para a manutenção da trajetória de redução da desigualdade.

◉ Desafios regionais

Apesar dos avanços, as disparidades regionais persistem. O Nordeste lidera em proporção de extrema pobreza, com 9,1% da população, mais que o dobro da média nacional. A região também apresenta o maior índice de pobreza, com 47,2%. Em contrapartida, o Sul registrou os menores índices, com 1,7% na extrema pobreza e 14,8% na pobreza.

Fonte: Brasil 247

CCJ do Senado adia votação de PEC das Praias

Decisão da Comissão de Constituição e Justiça foi tomada após um pedido de vista da base aliada ao governo, que alerta para o risco de privatização

Manifestantes se opõem à PEC das praias (Foto: EBC)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou nesta quarta-feira (4) a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das Praias, que visa extinguir a propriedade exclusiva da União sobre os terrenos de marinha. A decisão, segundo a Folha de S. Paulo, foi tomada após um pedido de vista da base aliada ao governo Lula (PT), que se posiciona contra a proposta.

A PEC, que foi aprovada pela Câmara dos Deputados em fevereiro de 2022, ganhou destaque em maio deste ano, quando o senador Flávio (PL) apresentou um relatório favorável à proposta e realizou uma audiência pública, atendendo ao pedido do senador petista Rogério Carvalho (PT-SE), contrário à iniciativa.

O debate se intensificou após um bate-boca virtual entre a atriz Luana Piovani e o jogador Neymar. O tema voltou à tona no domingo (1º), quando Piovani criticou a proposta e levantou questões sobre a possível privatização das praias.

Para tentar minimizar a controvérsia, Flávio criou um site com perguntas e respostas sobre a PEC e apresentou um novo parecer em agosto, afirmando que "as praias são bens públicos de uso comum do povo". O senador defende que o acesso às praias seja assegurado, propondo uma emenda que garanta livre acesso, salvo em trechos de segurança nacional ou áreas protegidas por legislação específica. A mudança, no entanto, é considerada insuficiente pela base governista, que teme que a proposta não garanta efetivamente o acesso popular após a compra dos terrenos.

Os terrenos de marinha ocupam uma faixa de 33 metros ao longo da costa marítima, e a PEC facilita a transferência desses bens para estados, municípios ou até proprietários privados. Contudo, críticos apontam que a medida pode abrir brechas para a privatização de áreas do litoral brasileiro, gerando insegurança jurídica e facilitando práticas de grilagem.


Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Lula encaminha novas indicações para diretoria do Banco Central. Veja o perfil dos indicados

Sabatina está prevista para acontecer no dia 11 de dezembro. Se aprovados, os indicados assumirão seus cargos no BC a partir de 1° de janeiro de 2025

Banco Central e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: ABR | REUTERS/Adriano Machado)

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou, na noite dessa terça-feira (3), ao Senado Federal, as indicações para ocupar três das nove vagas na diretoria do Banco Central (BC). O despacho foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Com essas nomeações, Lula terá indicado, até 2025, sete dos nove membros do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a taxa básica de juros, a Selic, enquanto os outros dois diretores ainda serão remanescentes da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo o Metrópoles, os indicados para as vagas são Gilneu Vivan, para a Direção de Regulação; Izabela Correa, para a Direção de Relacionamento Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta; e Nilton David, para a Direção de Política Monetária. Após a formalização, eles passarão por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, e seus nomes deverão ser aprovados pela Comissão e pelo plenário da Casa.

A sabatina está prevista para acontecer no dia 11 de dezembro. Caso aprovados, os novos diretores assumirão seus cargos no Banco Central a partir de 1° de janeiro de 2025.

Veja o perfil dos indicados.

Gilneu Francisco Astolfi Vivan - Servidor do Banco Central desde 1994, Vivan é mestre e bacharel em economia pela Universidade de Brasília (UnB) e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente, é chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro, tendo atuado anteriormente como chefe do Departamento de Monitoramento do Sistema Financeiro Nacional. Ele também representou o Brasil em grupos internacionais, como o Analytical Group on Vulnerabilities, do Financial Stability Board, que avalia ameaças ao sistema financeiro global.

Izabela Moreira Correa - Servidora do Banco Central desde 2006, Izabela Correa é atual secretária de Integridade Pública da Controladoria-Geral da União. Com um doutorado em Governo pela London School of Economics and Political Science (LSE), ela também foi pesquisadora de pós-doutorado na Escola de Governo da Universidade de Oxford. Sua formação inclui mestrado em ciência política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e graduação em administração pública pela Fundação João Pinheiro.

Nilton José Schneider David - Atualmente chefe de Operações de Tesouraria do Banco Bradesco, Nilton David tem vasta experiência no mercado financeiro, com passagens por várias instituições financeiras no Brasil e no exterior. Formado em engenharia de produção pela Universidade de São Paulo (USP), ele possui ampla vivência em áreas de operações e tesouraria.

Desafios para o novo presidente do Banco Central - Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, assumirá a presidência do Banco Central em 1° de janeiro de 2025, após o término do mandato de Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro.

Galípolo enfrentará desafios significativos, como a alta da taxa de juros e o controle da inflação, com a taxa Selic atualmente em 11,25% ao ano. Em declarações recentes, ele indicou que o cenário econômico sugere "juros mais altos por mais tempo".

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

VÍDEO: PMs derrubam e espancam motociclista na zona norte de SP

 

Momento em que os policiais militares cercam o homem já caído no chão após terem o derrubado – Foto: Reprodução

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra policiais militares agredindo um motociclista com socos, chutes e golpes de cassetete na zona norte de São Paulo. A ação aconteceu no Jardim Damasceno, no cruzamento das ruas Gregório Pomar e Frederico Devoto. A gravação exibe o momento em que um dos PMs atinge o veículo do motociclista, derrubando-o no chão.

Em seguida, o homem e a mulher que estava na garupa são violentamente atacados pelos agentes. A Secretaria da Segurança Pública confirmou que os policiais envolvidos foram identificados e que a Polícia Militar está analisando as imagens.

Em nota, a pasta informou que o motociclista teria desobedecido à ordem de parada e tentado fugir, mas ressaltou que o comportamento dos agentes está sob investigação. A mulher, que também foi atingida por golpes de cassetete, não teve sua condição divulgada.

Fonte: DCM

Desempenho ruim da seleção brasileira amplia crise da Globo para 2025; entenda

 

Dorival Júnior, atual técnico da Seleção Brasileira – Foto: Reprodução
A Globo enfrenta dificuldades para vender os direitos de transmissão dos jogos da seleção brasileira para 2025. Entre os jogos ofertados estão amistosos e as últimas rodadas das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, incluindo o clássico contra a Argentina. O desempenho ruim da equipe tem afastado anunciantes.

Para 2025, apenas uma das marcas patrocinadoras atuais demonstrou interesse em renovar o contrato. Segundo documentos, cada cota de patrocínio foi avaliada em R$ 30,7 milhões, mas a emissora não conseguiu atrair novos anunciantes. Em 2024, foram vendidas apenas duas cotas de patrocínio para os jogos da seleção, número considerado baixo em comparação ao Brasileirão, que conta com cerca de oito.

O pacote de transmissão da Globo de 2025 inclui dez jogos, sendo quatro amistosos e seis eliminatórias, como Brasil x Argentina, marcado para 25 de março. A emissora aposta em novas estratégias para tentar reverter a baixa adesão dos anunciantes.

Fonte: DCM

Vinte mil aposentados já compraram passagens pelo Programa Voa Brasil, diz ministério

Os bilhetes dessas passagens foram comprados e emitidos nos últimos quatro meses. No Voa Brasil, as passagens custam até R$ 200 cada trecho

Ministro Silvio Costa Filho (Foto: Jose Cruz/Agência Brasil)

Agência Brasil
Vinte mil pessoas aposentadas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social já viajaram ou viajarão para algum destino dentro do país pelo Programa Voa Brasil, do governo federal. Segundo o Ministério de Portos e Aeroportos, os bilhetes dessas passagens foram comprados e emitidos nos últimos quatro meses. No Voa Brasil, as passagens custam até R$ 200 cada trecho.

As viagens foram feitas para 77 cidades. Quase 80% das passagens foram tiradas para São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Brasília, Salvador, João Pessoa, Natal, Maceió e Belo Horizonte. Essas capitais foram os 10 principais destinos.

As regiões Sudeste (com 44%) e Nordeste (40%) foram as mais procuradas. O Centro-Oeste foi destino de 8% das passagens emitidas; o Sul, 5%; e o Norte, 3%.

Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, os números mostram que o objetivo do governo com o programa está sendo atingido, que é incluir mais brasileiros no transporte aéreo. “Estes aposentados não voavam há pelo menos um ano e estão preenchendo assentos que estariam vazios, já que são disponibilizados pelas companhias aéreas em trechos de elevada ociosidade”, avalia.

Conforme regras do Voa Brasil, cada pessoa aposentada pelo INSS pode comprar passagens de até dois trechos por ano. A compra deve ser feita exclusivamente no site gov.br/voabrasil.

O ministério alerta que o domínio do Gov.br é o único com garantia de proteção dos dados pessoais. “Quando receber algum conteúdo referente ao Voa Brasil com links, evite clicar. Entre no site oficial do programa ou acesse por meio do seu login no Gov.br”, informa a pasta.

O programa, que foi lançado no final de julho deste ano, será estendido para estudantes de baixa renda no primeiro semestre de 2025.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Menos favorecidos não deveriam pagar a conta do ajuste fiscal, diz ministra dos Direitos Humanos

Macaé Evaristo afirmou que o caminho adequado é a taxação de grandes fortunas

Macaé Evaristo (Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados )

Agência Câmara de Notícias - Em audiência pública com a ministra dos Direitos Humanos, Macaé dos Santos, nesta terça-feira (3), deputados reivindicaram mais recursos para pessoas com deficiência e alertaram para os riscos de cortes em razão dos projetos de contenção de gastos do governo.

A deputada Rosangela Moro (União-SP) teme que as medidas do pacote alterem os critérios de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), excluindo famílias que precisam do dinheiro. “Se há fraudes e irregularidades, a gente precisa corrigir e punir quem está fraudando e se beneficiando do sistema e não precisa. Mas a gente precisa de muito cuidado, porque o BPC é a única fonte de renda para as famílias saírem da situação de miséria", ressaltou.

A ministra Macaé dos Santos concordou que as populações menos favorecidas não deveriam pagar a conta do ajuste fiscal. “A gente entende as demandas do ajuste fiscal, mas é preciso que seja feito a partir da taxação das grandes fortunas. Acho que esse é um debate que precisa ser enfrentado nesta Casa, porque senão nós vamos cada vez mais penalizar aqueles que historicamente são penalizados”, disse.

Uma das propostas do ajuste fiscal do governo, a PEC 45/24 veda deduções não previstas em lei para fins de comprovação de renda para acesso ao BPC.

O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, deputado Weliton Prado (Solidariedade-MG), defendeu mais recursos por meio das emendas parlamentares. “Infelizmente, o Orçamento para as pessoas com deficiência não tem sido prioridade. Neste ano, um dos menores valores de emendas de comissão foi para Comissão das Pessoas com Deficiência. Um verdadeiro absurdo. Uma das comissões mais importantes, pois são estimados que nós temos quase 20 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência”, lamentou.

Weliton Prado defendeu a aprovação do Fundo Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, previsto no Projeto de Lei 1290/23, para financiar as ações do governo federal, estados e municípios.

A ministra Macaé dos Santos também apoiou a proposta: “Um fundo estruturante capaz de receber recursos orçamentários, de multas, doações nacionais e internacionais, emendas parlamentares, recursos incentivados e outras fontes, que articule e financie a política em nosso País. Não é custo, é investimento para uma sociedade digna por meio de uma vigorosa economia política da inclusão.”

Educação inclusiva - Entre as ações do ministério, Macaé dos Santos destacou a formação de professores da educação básica para promover uma educação inclusiva. Os cursos começaram em outubro deste ano, e o ministério tem a meta de formar mais de 1 milhão de professores até 2026.

A ministra lembrou que, segundo os dados mais recentes do IBGE, o índice de analfabetismo entre pessoas com deficiência é cinco vezes maior do que entre pessoas sem deficiência: 19,5% ante 4,1%.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS), que já foi ministra dos Direitos Humanos, concordou com o foco na educação para incluir as pessoas com deficiência. “É uma política inovadora. E eu gostaria de sugerir que o ministério possa construir essa formação em todas as unidades da federação de forma presencial, talvez inclusive com a Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência, numa integração, assegurando recursos orçamentários ao ministério”, afirmou.

A ministra também apresentou aos deputados as metas e resultados do programa Novo Viver sem Limite, que promove direitos das pessoas com deficiência. Entre as ações, Macaé dos Santos destacou a aquisição de salas de aula com recursos multifuncionais, ônibus de transporte escolar, centros especializados em reabilitação, oficinas ortopédicas e laboratórios de tecnologia assistiva.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Câmara de Notícias

Mercado financeiro acha que Bolsonaro vai ser preso, mas votaria nele contra Lula, diz Quaest

A pesquisa foi feita com gestores, economistas, traders e analistas que trabalham em empresas de administração de ativos em São Paulo e no Rio de Janeiro

Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Mariana Greif)

Uma pesquisa divulgada pela Quaest nesta quarta-feira (4) mostra que 55% dos integrantes do mercado financeiro acham que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai ser preso, informa a IstoÉ. A pesquisa foi feita com gestores, economistas, traders e analistas que trabalham em empresas de administração de ativos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Apesar de acreditarem que Bolsonaro vai ser preso, 80% dos entrevistados responderam que votariam no ex-presidente inelegível contra Lula (PT) em um eventual confronto entre eles nas eleições de 2026. No entanto, a preferência é maior pelo governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), e pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que chegam a 93% e 91%, respectivamente, em cenários contra o atual presidente.

A pesquisa também mostrou que a maioria dos representantes do mercado financeiro enxergam de forma negativa o governo Lula. 90% dos entrevistados responderam que consideram o governo negativo, 26 pontos percentuais a mais em comparação com a última pesquisa, realizada em março de 2024. Apenas 3% avaliaram Lula de maneira positiva. Em novembro, o presidente teceu críticas ao mercado e disse que os agentes vão errar suas previsões: “Eu venci eles uma vez e vou vencer outra vez. A economia vai dar certo porque o povo está participando do crescimento desse país”.

O levantamento foi realizado por meio de 105 entrevistas com os gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão dos maiores e principais fundos de investimento com sede em São Paulo e no Rio entre os dias 29 de novembro e 03 de dezembro. A margem de erro não foi divulgada.

Fonte: Brasil 247 com informações da Revista IstoÉ

Tarcísio diz que não irá demitir Derrite após crescimento de casos de violência policial: 'não é esse o caminho'

Segundo o governador, o momento exige humildade e uma análise cuidadosa dos problemas; e que "não é rifa de ninguém que resolverá a situação"

Guilherme Derrite e Tarcísio de Freitas (Foto: ABR)


O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse em entrevista à CNN Brasil que não pretende destituir Guilherme Derrite do comando da Secretaria de Segurança Pública do estado, apesar das pressões de partidos de oposição e da sociedade em função dos recentes episódios de violência policial, que repercutiram negativamente na opinião pública. “Temos ações a tomar, sem dúvida. Mas não é esse o caminho”, disse Tarcísio.

Na entrevista, o governador enfatizou que o momento exige humildade e uma análise cuidadosa dos problemas, afirmando que "não é rifa de ninguém que resolverá a situação". Ainda segundo ele, “ é na adversidade, temos que procurar juntar, não espalhar". Ele também reforçou que sua gestão não tolerará desvios e que os casos recentes devem servir de exemplo para evitar novas ocorrências. “A reflexão é sobre como evitar. O que está sendo interpretado de forma equivocada no respaldo que se dá ao combate ao crime? Como a corregedoria está atuando?”, questionou.

Nos últimos dias, o estado foi palco de episódios que geraram grande comoção, incluindo o caso de um homem que foi jogado de uma ponte por policiais militares e de outro que foi morto por um policial à paisana após um furto de sabão em pó.

Tarcísio ainda destacou a importância das câmeras corporais nas fardas policiais e anunciou planos para ampliar a quantidade desses equipamentos. “Nós compramos 12 mil. Quero chegar a 15 mil rapidamente”, afirmou.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Violência policial em São Paulo é atribuída a Derrite, braço direito de Tarcísio

Gestão de segurança pública é questionada por policiais e especialistas em meio à crise crescente na corporação

Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite, governador e Secretário de Segurança Pública de São Paulo (Foto: Reprodução/Facebook)

A escalada da violência policial em São Paulo tem gerado críticas e apontado para a gestão de Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública e aliado próximo do governador Tarcísio de Freitas. Segundo reportagem publicada pela Folha de S.Paulo, policiais militares ouvidos atribuem ao secretário a criação de um ambiente de impunidade que incentiva práticas abusivas na corporação. Das oito fontes consultadas, seis destacaram que declarações e ações de Derrite funcionam como estímulos a condutas violentas, principalmente no uso de força letal.

Derrite, ex-capitão da Rota, nunca escondeu suas práticas. Em entrevista a um podcast, afirmou: “A real? Porque eu matei muito ladrão”. A frase ecoa em uma corporação que, segundo os entrevistados, sente-se respaldada para agir com agressividade, acreditando que “não vai dar nada” em eventuais investigações de mortes decorrentes de intervenção policial (MDIP).

◉ Falas que marcaram a gestão

Uma das declarações de Derrite que mais gerou repercussão foi feita após uma operação letal da Rota, em 2023, quando afirmou: “Nenhum policial que sai de casa para defender a sociedade será injustiçado. Confrontos sempre serão apurados, mas ninguém será afastado”. Essa postura simboliza, para muitos dentro da PM, um novo padrão que minimiza investigações e reduz penalidades.

Antes da atual gestão, era comum que policiais envolvidos em casos de morte fossem afastados por até três meses e transferidos de batalhões. Hoje, o retorno às ruas ocorre rapidamente, muitas vezes em menos de 24 horas. A única exceção notável foi o caso de policiais da escolta do delator do PCC morto no aeroporto de Guarulhos.

◉ A fragilização das apurações

Outro ponto crítico apontado pelos policiais é a redução do papel da Corregedoria, que antes acompanhava de perto os confrontos com mortes, mas agora tem atuação esporádica. Essa mudança, segundo os entrevistados, compromete a detecção de irregularidades e fortalece a sensação de que ações violentas não enfrentam consequências.

“A tropa está em uma bolha, consumindo conteúdo de canais da extrema direita, onde tudo é justificado. Essa alienação dificulta até mesmo a percepção da crise que estamos vivendo”, declarou um coronel da ativa. Ele destacou que a falta de informação isenta contribui para o aumento de insubordinação, corrupção e violência.

◉ Divisões dentro da corporação

Embora a maioria dos policiais ouvidos correlacione o momento atual à gestão de Derrite e Tarcísio, dois coronéis da ativa minimizaram o impacto das declarações do secretário. Para eles, o aumento de registros de violência reflete maior visibilidade, devido à popularização de câmeras e vídeos feitos por cidadãos, e não um crescimento real das ocorrências.

Fonte: Brasil 247 com reportagem publicada na Folha de S. Paulo

STF confirma retomada das emendas parlamentares por unanimidade


A decisão ocorre após a suspensão dos repasses em agosto, motivada pela baixa rastreabilidade e comprovação dos gastos

Flávio Dino (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou por unanimidade a decisão do ministro Flávio Dino que autorizou o pagamento das emendas parlamentares, condicionando os repasses a novas regras de transparência e monitoramento, informa o G1. A decisão ocorre após a suspensão dos repasses em agosto, motivada pela baixa rastreabilidade e comprovação dos gastos.

As emendas parlamentares, utilizadas por deputados e senadores para direcionar recursos às suas bases eleitorais, somaram R$186,3 bilhões entre 2019 e 2024. Segundo Dino, o volume de recursos causou um “desarranjo institucional com tanto dinheiro público em tão poucos anos”. O ministro estabeleceu que os repasses só poderão ocorrer caso sigam regras de transparência e rastreamento, sob monitoramento da Controladoria-Geral da União (CGU).

A decisão confirmada pelo STF inclui uma série de ressalvas para garantir o maior controle sobre os repasses. A liberação das emendas Pix só ocorrerá após a apresentação de um plano de trabalho aprovado previamente pelo ministério envolvido. Além disso, haverá um limite para o crescimento do valor das emendas, que só podem aumentar seguindo o menor percentual entre o teto fiscal, o aumento das despesas discricionárias ou o crescimento da receita corrente líquida.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Deputado do PSOL rebate colega que exaltou PM de São Paulo: “Precipício civilizatório”


Deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ). Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

O deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) afirmou nesta terça-feira (3) que a violência policial não pode ser normalizada sob nenhuma circunstância.

“Nós não podemos, em hipótese alguma, normalizar esse tipo de violência, em nenhum lugar, em nenhuma circunstância, ainda mais quando são agentes da segurança pública”, disse o parlamentar durante a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados.

“O crime, infelizmente, a gente vê no Brasil, mas a gente espera do criminoso. Crime vem do criminoso. Agora, quando a polícia age dessa forma, ela age de forma absolutamente criminosa”, acrescentou.

A declaração foi feita após um policial militar matar um homem negro com 11 tiros nas costas no mercado Oxxo, na Avenida Cupecê, no bairro Jardim Prudência, zona sul de São Paulo. O episódio ocorreu no dia 3 de novembro, mas as imagens das câmeras de segurança foram divulgadas apenas agora.

Vieira ainda citou outro caso em que um homem foi jogado de uma ponte por um PM, na madrugada desta segunda-feira (2), no bairro Vila Clara, na região de Cidade Ademar.

“Um homem jogado de uma ponte e outro executado pelas costas. Isso é barbárie. Se a gente normalizar, for indiferente a isso ou exaltar isso, nós estamos no precipício civilizatório. O que vem depois disso?”, questionou.

O deputado ainda criticou uma declaração do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em março deste ano, o político minimizou a denúncia de violência policial feita na ONU (Organização das Nações Unidas) por entidades brasileiras.

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: Marcelo S. Camargo/Governo de S. Paulo
“O pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta que eu não tô nem aí”, disse Tarcísio.

Vieira afirmou que a fala é “desumana”. “[A declaração de Tarcísio] Não vai repercutir na corporação? Não vai influenciar uma lógica de licença para matar? O governador está dizendo que não adianta ir a ONU que ele não tá nem aí, o que a corporação vai entender?”, perguntou o parlamentar.

Veja o vídeo:

Fonte: DCM

PM afastado relata que teria dado um tiro em homem jogado de ponte


No registro, é possível observar quatro policiais, não identificados, discutindo a operação com três advogados

A Corregedoria da PM apura as circunstâncias do caso

Policiais militares investigados por envolvimento em uma ação controversa na zona sul de São Paulo, onde um homem rendido foi jogado de uma ponte, relataram a dinâmica do episódio a advogados em frente à Corregedoria da Polícia Militar, no centro da capital. A reunião ocorreu na última terça-feira (3) e parte da conversa foi registrada em vídeo pelo Metrópoles, que divulgou as imagens.

No registro, é possível observar quatro policiais, não identificados, discutindo a operação com três advogados. Um dos agentes, de costas para a câmera, descreveu detalhes da perseguição que culminou no ato de violência. De acordo com testemunhas ouvidas pelo Metrópoles, a vítima, embora ferida, conseguiu sair andando do local após o ataque. Até a noite de terça, porém, não havia sido localizada.

Durante a conversa, o PM narrou trechos da ação: “Alinhadinho ali na base 1 [sic]. Aí vem uma motinho e de um lado o moleque sai correndo. Aí eu saio de dentro da viatura e tento acertar ele. Não acertei. Desembarquei. Isso quando eu subo, aí é justamente o moleque de azul, eu vi que ele chegou ali em cima…. [inaudível]. Eu teria descido para dar um tiro… [inaudível]. Aí eu pensei muito naquilo… [inaudível].”

◉ Investigação em andamento

A gravação ocorreu enquanto os policiais aguardavam para prestar depoimento à Corregedoria. Ao todo, 13 agentes foram afastados das ruas enquanto a investigação avança. Um dos policiais já ouvidos foi o soldado de primeira classe Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, suspeito de ser o autor do ataque. Imagens divulgadas anteriormente mostram um PM empurrando a vítima da ponte.

Segundo o advogado de Pereira, o soldado compareceu à Corregedoria e negou-se a comentar o caso à imprensa. A defesa confirmou que ele é investigado como o responsável pela agressão.

O caso chamou atenção pela gravidade da conduta policial e pela violência envolvida. A Polícia Militar de São Paulo destacou que todos os agentes estão sob investigação e prometeu colaborar com as apurações.

A ação reforça os debates sobre o uso excessivo da força por parte das autoridades, reacendendo questionamentos sobre práticas de abordagem e os limites da atuação policial.

Fonte: Brasil 247