segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Projeções de analistas para inflação e Selic voltam a subir para 2025

Mediana das expectativas para a taxa básica de juros ao fim do próximo ano agora é de 12,63%, ante 12,25% na semana anterior.

Banco Central do Brasil (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Felipe Moreira, Infomoney - As projeções dos analistas para taxa Selic em 2025 subiram novamente, em meio a uma expectativa também mais alta para o avanço do IPCA e do dólar no próximo ano, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (2) pelo Relatório Focus do Banco Central.

A mediana das expectativas para a taxa básica de juros ao fim do próximo ano agora é de 12,63%, de 12,25% na semana anterior.

Para 2024, a projeção para a Selic, atualmente em 11,25%, manteve-se em 11,75% pela nona semana consecutiva. O BC volta a se reunir neste mês para a última decisão de política monetária do ano.

● Inflação - A previsão para a inflação de 2025 passou de 4,34% para 4,40%. A projeção para 2026 passou de 3,78% para 3,81%, enquanto para 2027, a estimativa caiu de 3,51% para 3,50%.

As expectativas para a variação dos preços administrados dentro do IPCA em 2024 voltaram a cair nesta semana, de 4,67% para 4,66%. As projeções para 2025 caíram de 4,16% para 4,13%. Para 2026, a estimativa subiu de 3,76% para 3,80%. A previsão para 2027 caiu de 3,54% para 3,57%.

Para o IGP-M, as projeções para 2024 subiram de 5,98% para 6,18%, enquanto a estimativa para 2025 avançou em 4,08% para 4,16%. Para 2026, a projeção de inflação permaneceu em 4,0% e a de 2027 ficou em 3,80%.

● PIB - Para o produto interno bruto (PIB), a mediana das projeções de 2024 subiu de 3,17% para 3,22%. A previsão para 2025 permaneceu em 1,95%. A estimativa para 2026 permanece nos mesmos 2,0% há 69 semanas. A projeção também está em 2,0% para 2027, há 71 semanas.

● Selic - A projeção para 2026 subiu de 10% para 10,50% e a de 2027 ficou estável em 9,50%.

● Câmbio - A mediana das projeções para o dólar em 2025 subiu R$ 5,55 para R$ 5,60. Para 2026, a estimativa passou de R$ 5,50 para R$ 5,60, enquanto a projeção para 2027 permaneceu em R$ 5,50.

● Resultado primário - A projeção para o resultado primário brasileiro para 2024 ficou estável em -0,50% do PIB, enquanto a estimativa para 2025 permaneceu em -0,70% do PIB. A previsão para 2026 permaneceu em -0,60% do PIB. A de 2027 passou de -0,43% para -0,40%.

● Dívida pública - Para a dívida líquida do setor público, as estimativas caíram para 2024, com a projeção saindo de 63,45% para 63,40% do PIB. A previsão para 2025 subiu de 66,83% para 67% do PIB. As estimativas para 2026 subiram de 69,50% do PIB para 69,80%, enquanto as de 2027 subiram de 72,80% para 73% do PIB.

● Balança comercial - A projeção para a balança comercial brasileira 2024 ficou estável em US$ 75 bilhões, enquanto o saldo positivo estimado para 2025 caiu de US$ 76,30 bilhões para US$ 76,02 bilhões. Para 2026, a projeção caiu de US$ 78,86 bilhões para US$ 78,68 bilhões, enquanto a estimativa para 2027 ficou estável em US$ 80,05 bilhões.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

BNDES vai ampliar apoio ao carro voador da Embraer com mais R$ 200 milhões

Investimento busca acelerar desenvolvimento de protótipos e impulsionar transição energética no Brasil

Miniatura de aeronave da Embraer durante feira do setor aéreo em Zhuhai, na China, 29/09/2021 (Foto: REUTERS/Aly Song)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anuncia, nesta segunda-feira (2), a aprovação de mais R$ 200 milhões em financiamento para a Eve, subsidiária da Embraer focada no desenvolvimento de veículos elétricos de descolagem e pouso vertical, conhecidos como eVTOLs ou "carros voadores". Segundo informações divulgadas pela instituição e pela empresa, os recursos são provenientes do Fundo Clima e serão direcionados ao desenvolvimento de novos protótipos para posterior certificação e produção comercial.

O novo financiamento se soma a um aporte de R$ 500 milhões aprovado pelo banco em outubro, destinado à construção de uma unidade de produção da Eve em Taubaté, no interior de São Paulo. Com isso, o total de investimentos do BNDES no projeto em 2024 chega a R$ 700 milhões. A iniciativa é considerada estratégica tanto para a descarbonização da economia quanto para o fortalecimento da indústria nacional no competitivo mercado global de aviação.

De acordo com o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon, o projeto do eVTOL está inserido na modalidade "indústria verde" do Fundo Clima, que prioriza tecnologias sustentáveis e soluções que promovam a transição energética. “Agora, depois de financiar a primeira fase do desenvolvimento do próprio veículo, financiaremos a segunda fase que culminará com a versão final a ser comercializada”, afirmou Gordon em nota oficial.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o financiamento contribui para a geração de empregos qualificados no Vale do Paraíba e posiciona o Brasil como protagonista em tecnologias disruptivas. “Estamos investindo em uma indústria de tecnologia disruptiva, que também é verde, contribuindo para o fortalecimento da indústria nacional no mercado mundial e para a transição energética”, disse Mercadante.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaristas recuam e admitem que PLs da Anistia e do Aborto ficam para 2025

Os parlamentares reconhecem que não há clima para avançar com as propostas em 2024

Plenário da Câmara dos Deputados 20/12/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Lideranças bolsonaristas no Congresso já jogaram a toalha sobre a possibilidade de avanço do PL da Anistia e do PL do Aborto ainda em 2024, informa o jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles. Os deputados admitem que devem procurar o próximo presidente da Câmara, que deve ser Hugo Motta (Republicanos-PB), para avançar com os projetos no próximo ano.

Sobre o PL da Anistia, os bolsonaristas reconhecem que não há clima para a votação da proposta neste momento, após a Polícia Federal revelar detalhes da trama golpista após as eleições de 2022. Além disso, o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), retirou o PL da Anistia da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e criou uma comissão especial para debater o tema, complicando a tramitação do texto.

Já o PL do Aborto está parado na Câmara desde abril. Lira prometeu criar um grupo de trabalho para discutir o texto, o que não foi cumprido. O projeto equipara o aborto após as 22 semanas de gestação ao crime de homicídio, e sofreu grande pressão contrária por setores da sociedade. Os bolsonaristas acreditam que o avanço do PL do Aborto é mais facíl do que a anistia, já que tve o requerimento de urgência aprovado na Câmara.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Senado pode votar nesta semana projeto de lei que regulamenta uso de inteligência artificial no Brasil

Medida enfrenta resistência de setores como a CNI, além de plataformas digitais como Google e Meta, dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp

Senado (Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado)

Brasil de Fato - Após meses suspensa, deverá ser retomada, nesta terça-feira (3), no Senado, a análise do Projeto de Lei (PL) 2.338/2023, que estabelece o marco legal para o uso de inteligência artificial (IA) no Brasil. Apesar de ser encarada como pauta prioritária do Legislativo, a medida enfrenta resistência de setores como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), além de plataformas digitais como Google e Meta, a empresa detentora do Facebook, do Instagram e do WhatsApp.

A nova data de votação do relatório final pela comissão temporária que analisa a proposta foi definida na última quinta-feira (28), quando o relator do projeto, o senador Eduardo Gomes (PL-TO), apresentou nova versão do texto. Se aprovado pelo colegiado, o PL pode ser levado a plenário nesta semana. De acordo com Gomes, o novo texto traz equilíbrio entre a preservação de direitos fundamentais e a garantia de condições para o desenvolvimento tecnológico.

Inicialmente prevista para julho deste ano, a votação foi adiada por decisão do presidente da Comissão Temporária Interna sobre Inteligência Artificial (CTIA), o senador Carlos Viana (Podemos-MG). De autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o projeto estabelece normas nacionais para o desenvolvimento e uso de sistemas de IA. O texto ainda seguirá para votação na Câmara dos Deputados caso seja aprovado pelos senadores.

◉ Modelo racista de reconhecimento facial - A proposta tem estimulado debates que vão além do aspecto técnico, envolvendo questões sociais e políticas. Diretor do Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife e integrante da Coalizão Direitos na Rede, André Fernandes ressalta avanços no texto, mas aponta lacunas em áreas críticas.

Exemplo de questões críticas seria o risco do reconhecimento facial por meio de sistemas de identificação biométrica à distância. Para Fernandes, o uso dessa tecnologia na segurança pública é especialmente perigoso para as populações negras e periféricas, visto que o modelo teria por base dados historicamente enviesados sob uma perspectiva racista.

“Esse modelo é treinado com base em dados com pouca representação, e a própria tentativa de criar um banco de dados mais diverso – que poderia atenuar esses vieses raciais – é muito custosa e muito demorada. Para se ter uma ideia, dados de sistemas de reconhecimento facial atuais foram coletados na década de 1970 ou antes ainda”, ressalta. Para Fernandes, a aplicação de ferramentas como o reconhecimento facial deve se restringir a casos autorizados judicialmente e com fundamentação legal.

Também gera preocupação o uso de inteligência artificial em investigações criminais e na segurança pública. Fernandes critica a lógica punitivista que norteia essas aplicações e aponta os riscos de sistemas que ranqueiam pessoas com base em pontuações de risco.

“Usar inteligência artificial para avaliar risco de crime é um desastre. O conjunto de códigos que estrutura esse sistema de IA não necessariamente entrega os elementos técnicos necessários para a gente ter certeza [sobre o que está sendo investigado]”.

Fernandes cita como exemplo as falhas cometidas pelo Compas, uma ferramenta digital que foi usada no estado americano de Wisconsin para quantificar o suposto grau de periculosidade de alguém a partir das respostas dadas por essa pessoa. Em 2013, por exemplo, um juiz daquele estado usou a pontuação de risco gerada pelo Compas para impor prisão de seis anos a Eric Loomis, um homem negro, por ele ter fugido de uma abordagem policial.

◉ Governança da inteligência artificial - Outro ponto destacado por Fernandes é a governança da IA e a concentração econômica no setor. Embora o projeto de lei traga diretrizes iniciais para segurança da informação, ele flexibiliza aspectos importantes, transformando em “boas práticas” o que deveriam ser normas obrigatórias.

“Os mecanismos de controle [presentes no projeto de lei] são parcialmente suficientes. Eles foram flexibilizados, muita coisa saiu do campo do ‘alto risco’, e muita coisa saiu do campo da ‘regra’ para as ‘boas práticas’. Ter boas práticas é importante, mas a gente tem muitos casos de danos que necessitam de uma governança mais robusta”, defende.

Quanto ao campo jornalístico, o pesquisador destaca que projeto de lei traz diretrizes iniciais, mas considera que o texto não chega a atacar o problema na raiz. “Ele [projeto de lei] traz as orientações de segurança da informação para a garantia da liberdade de expressão, o que nos dá um campo de trabalho para pensar políticas públicas”, avalia.

Fonte: Brasil 247 com Brasil de Fato

Bolsonaro disse 'não ter coragem' para dispersar manifestantes golpistas em frente aos quartéis, diz ex-aliado

"Aí está o resultado: todo mundo preso, e a anistia dificilmente será aprovada", disse o deputado federal Otoni de Paula

Deputado Otoni de Paula (Foto: Agência Câmara)

O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) se prepara para assumir a presidência da Frente Parlamentar Evangélica em 2025, posição em que é considerado favorito. Figura conhecida por sua aliança com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Otoni tem se distanciado do grupo bolsonarista e se aproximado do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Entre 2019 e 2022, Otoni foi um defensor ferrenho do governo Bolsonaro na tribuna da Câmara dos Deputados, mantendo-se ao lado do ex-presidente até a última eleição. Porém, após a derrota eleitoral de Bolsonaro, o deputado passou a criticar a postura de isolamento do ex-mandatário e a resistência ao resultado das urnas. Essa postura, segundo Otoni, levou militantes a se exporem a riscos, tanto físicos quanto pessoais, ao acamparem em frente aos quartéis em busca de um golpe militar.

Em entrevista ao Congresso em Foco, Otoni contou que em um encontro no Palácio da Alvorada durante o isolamento pós-eleitoral do ex-mandatário, Otoni revelou ter sugerido a a Bolsonaro que se pronunciasse publicamente para pedir aos manifestantes que voltassem para casa. O ex-mandatário, segundo o deputado, não teve coragem de dar esse passo. A falta de uma posição de Bolsonaro culminou nos ataques às sedes dos três poderes, em 8 de janeiro de 2023.

“Eu estava preocupado com os patriotas nas portas dos quartéis. Eu disse: ‘presidente, o senhor podia dar uma palavra para eles, porque não vai ter nada. A gente perdeu a eleição’. Ele respondeu que não tinha coragem de falar com os manifestantes", contou o parlamentar. Otoni também recorda a reação que teve ao alertar os manifestantes para se afastarem dos quartéis. “Foi quando falei em entrevista dizendo ‘saiam da porta dos quartéis, vocês serão presos’. Todos me xingaram e me chamaram de traidor. E aí está o resultado: todo mundo preso, e a anistia dificilmente será aprovada”, destacou.

Fonte: Brasil 247 com informações do site Congresso em Foco

Solnik: “vídeo da Marinha é infame e Múcio precisa ser cobrado”

Para Solnik, o vídeo é “infame” e representa um uso inadequado dos recursos públicos

Brasília (DF) 17/04/2024 - Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara ouve o ministro da Defesa, José Múcio, comandantes da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, do Exército, general Tomás Paiva, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)

Na edição do Bom Dia 247 desta segunda-feira (2), o jornalista Alex Solnik fez duras críticas ao vídeo institucional divulgado pela Marinha do Brasil, no domingo (1º). A peça gerou ampla repercussão nas redes sociais por confrontar críticas sobre os “privilégios” das Forças Armadas.

Para Solnik, o vídeo é “infame” e representa um uso inadequado dos recursos públicos. “A Marinha gastou uma grana para fazer esse vídeo infame, que nunca deveria ter sido feito. Os vídeos institucionais da Marinha não podem se vangloriar do que eles são. Tá errado, é dinheiro jogado fora. Coisa absurda”, declarou o jornalista durante o programa.

Ele também defendeu que o caso seja investigado e responsabilizou o ministro da Defesa, José Múcio, por prestar esclarecimentos à sociedade. “Esse vídeo precisa ser investigado e o ministro da Defesa, José Múcio, Múcio precisa responder”, afirmou.


Fonte: Brasil 247

Musk ironiza Biden após presidente conceder perdão ao próprio filho

Biden disse num comunicado divulgado pela Casa Branca que assinou um perdão ao seu filho Hunter

Bilionário proprietário do X Elon Musk durante comício de Donald Trump, em Nova York, EUA, 27/10/2024 (Foto: REUTERS/Carlos Barria)

 O bilionário de extrema-direita Elon Musk reagiu com ironia após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmar num comunicado divulgado pela Casa Branca que assinou um perdão ao seu filho Hunter.

“Hoje, assinei um perdão para meu filho Hunter ”, disse Biden.

O presidente lembrou que, no início de seu governo, havia prometido não interferir nas decisões do Departamento de Justiça e manteve sua palavra mesmo ao ver como seu filho “foi processado de forma seletiva e injusta”.

Musk publicou uma postagem anterior de Biden no X em que ele ressalta que “ninguém está acima da lei”. No entanto, uma nota da comunidade indica na postagem os supostos crimes cometidos por Hunter.

“Notas da Comunidade matam”, disse Musk, ao retuitar o post de Biden.

Fonte: Brasil 247

PGR começa força-tarefa nesta segunda-feira para analisar inquérito envolvendo Bolsonaro

Além das acusações relacionadas ao golpe de Estado, Jair Bolsonaro também enfrenta indiciamentos em dois outros casos de grande repercussão

Jair Bolsonaro durante participação em evento em Goiânia, 04/04/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Um grupo de nove procuradores da Procuradoria-Geral da República (PGR) inicia, nesta segunda-feira (2), a análise do inquérito da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado. A informação foi divulgada pela CNN Brasil.

O documento, que chegou à PGR há seis dias enviado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), será o ponto de partida para que os procuradores decidam se Bolsonaro e os demais indiciados serão denunciados pelos crimes de organização criminosa, abolição do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe. Além do ex-presidente, ex-ministros de seu governo e militares estão entre os investigados.

Durante um fórum jurídico em Lisboa, realizado na última sexta-feira (29), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou a complexidade do caso e indicou que a decisão pode demorar. "O caso precisa de um ‘estudo mais aprofundado’ e a resposta provavelmente não será divulgada este ano, mas em 2025”, afirmou Gonet à CNN.

◉ Outros inquéritos e impacto nas penas

Além das acusações relacionadas ao golpe de Estado, Jair Bolsonaro também enfrenta indiciamentos em dois outros casos de grande repercussão. Em março deste ano, foi acusado de fraude no cartão de vacinação da Covid-19. Já em julho, foi indiciado por envolvimento no caso das joias sauditas, presenteadas ao governo brasileiro e, posteriormente, negociadas nos Estados Unidos.

Somados, os três inquéritos podem resultar em penas máximas de até 70 anos de prisão, caso Bolsonaro seja condenado.

◉ Perspectivas e implicações jurídicas

O inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado tem sido considerado um dos mais graves enfrentados pelo ex-presidente. Especialistas apontam que a decisão da PGR será crucial não apenas para o futuro político de Bolsonaro, mas também para a definição de parâmetros sobre o combate a ameaças à democracia no Brasil.

Ao mesmo tempo, o longo prazo sugerido por Gonet para a análise dos casos levanta debates sobre a necessidade de celeridade versus a cautela para garantir que a investigação seja minuciosa e juridicamente fundamentada.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Senado se prepara para votar a liberação dos jogos de azar

A iniciativa busca revogar a proibição vigente desde 1946, estabelecida por decreto presidencia

Senado (Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado)

O Senado Federal poderá votar nesta semana a proposta que legaliza os jogos de azar no Brasil. A informação foi confirmada pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na última quinta-feira. O projeto, que já foi aprovado pela Câmara e pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em junho, está previsto para ser analisado pelo plenário na próxima quarta-feira. Caso não haja tempo, a votação será adiada para a semana seguinte. As informações são do jornal O Globo.

A iniciativa busca revogar a proibição vigente desde 1946, estabelecida por decreto presidencial, e alterar trechos da Lei de Contravenções Penais, que ainda prevê punições para práticas relacionadas a jogos de azar. A regulamentação e fiscalização dessas atividades ficarão sob a responsabilidade do Ministério da Fazenda, caso o texto seja aprovado.

◉ Cassinos e bingos em novos formatos

De acordo com o projeto, cassinos poderão funcionar integrados a complexos de lazer, como resorts, ou em embarcações marítimas e fluviais. Entre as exigências para o licenciamento, está a comprovação de capital social mínimo de R$ 100 milhões. As concessões para esses estabelecimentos terão validade inicial de 30 anos, renováveis por igual período, e serão distribuídas por estado de acordo com critérios populacionais e territoriais.

Já os bingos poderão operar permanentemente em casas específicas ou estádios de futebol, com licenças válidas por 25 anos, também renováveis. Cada cidade terá direito a uma licença de bingo a cada 150 mil habitantes, e os espaços destinados a essas operações precisarão atender requisitos mínimos, como área de pelo menos 1.500 m².

Os jogos de vídeo-bingo também terão regulamentação específica. Salas poderão conter até 400 máquinas, desde que localizadas em áreas apropriadas, como clubes de jóquei e estádios com mais de 15 mil lugares.

◉ Jogo do bicho e novas regras de operação

O tradicional jogo do bicho, atualmente operado de forma clandestina, será regulamentado. As empresas interessadas deverão comprovar reservas financeiras para garantia de pagamento aos apostadores e poderão operar mediante licenças limitadas a uma para cada 700 mil habitantes por estado.

◉ Impactos e controvérsias

Os defensores da proposta argumentam que a liberação e regulamentação dos jogos de azar podem gerar significativas receitas tributárias e fomentar o turismo no país. Além disso, a formalização do setor permitirá maior controle sobre operações e eventuais práticas ilícitas associadas ao segmento.

Por outro lado, críticos apontam riscos como o aumento da dependência em jogos, lavagem de dinheiro e possíveis impactos sociais negativos. Apesar das polêmicas, o presidente Rodrigo Pacheco destacou que o tema é "urgente e estratégico" para o país, dada a sua relevância econômica.

Se aprovada, a proposta representará um marco histórico, encerrando quase 80 anos de proibição e possibilitando a criação de um mercado de jogos regulamentado no Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Ex-chefe de segurança de Tarcísio é afastado após prisão por suspeita de lavagem de dinheiro ligação com PCC

Capitão da PM de São Paulo é acusado de articular esquema milionário ligado ao PCC

Tarcísio de Freitas (Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP)

A Polícia Militar de São Paulo (PMSP) determinou o afastamento imediato do capitão Diogo Costa Cangerana, ex-chefe de segurança do governador Tarcísio de Freitas, após sua prisão pela Polícia Federal (PF) na última terça-feira (26). A ação, parte da Operação Tai-Pen, desarticulou três fintechs acusadas de movimentar R$ 6 bilhões em dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) nos últimos cinco anos. As informações são do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles.

Cangerana, que atuava na Casa Militar do governo estadual há mais de 12 anos, é apontado como um dos articuladores do esquema criminoso. De acordo com as investigações, ele teria sido responsável pela abertura de contas nas fintechs usadas para lavar dinheiro do tráfico. Até setembro deste ano, o capitão era chefe da Divisão de Segurança de Dignitários do Departamento de Segurança Institucional, posição em que acompanhou o governador Tarcísio em pelo menos 25 agendas oficiais, incluindo viagens internacionais. Desde então, estava lotado no 13º Batalhão de Polícia Militar, que cobre a região da Cracolândia, no centro de São Paulo.

◉ Viagens e articulações estratégicas

Cangerana desempenhou papel de destaque em eventos de grande relevância para o governo de São Paulo. Em junho, acompanhou Tarcísio de Freitas em Portugal, durante a apresentação da Sabesp a investidores estrangeiros. Também esteve ao lado do governador em Brasília em compromissos com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Luiz Fux e Roberto Barroso.

◉ A operação Tai-Pen e as fintechs envolvidas

A prisão de Cangerana foi decretada pela 7ª Vara Criminal Federal. A Operação Tai-Pen identificou que as fintechs suspeitas realizaram transações entre empresas e pessoas físicas que totalizaram impressionantes R$ 120 bilhões nos últimos anos. Parte dessas movimentações estaria relacionada ao esquema de lavagem de dinheiro do PCC. O afastamento do capitão da Polícia Militar foi determinado pela Diretoria de Pessoal da corporação e está em vigor desde a sua prisão preventiva.

Com a investigação em andamento, o caso lança luz sobre possíveis falhas nos sistemas de controle de nomeações e acompanhamento de servidores públicos. Além disso, evidencia a complexidade do combate às estratégias financeiras sofisticadas adotadas por organizações criminosas no Brasil.

A Polícia Militar de São Paulo e a Polícia Federal seguem trabalhando em conjunto para aprofundar as investigações e determinar o alcance do envolvimento de Cangerana no esquema.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Marinha deve apagar o vídeo e pedir desculpas, diz Amoêdo

Exposição institucional da Marinha gera críticas ao abordar privilégios militares em meio a ajustes fiscais propostos pelo governo

João Amoêdo (Foto: Divulgação)

Neste domingo (1º), a Marinha do Brasil divulgou um vídeo institucional que vem gerando grande repercussão nas redes sociais. A peça publicitária, com duração de 1 minuto e 16 segundos, foi apresentada durante a substituição do Pavilhão Nacional na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e permanece disponível nos canais oficiais da Força. O vídeo aborda as peculiaridades da carreira militar, confrontando críticas sobre "privilégios" atribuídos aos integrantes das Forças Armadas.

João Amoêdo, fundador do partido Novo, utilizou sua conta no Twitter para criticar duramente a produção. "Esse vídeo da Marinha para pressionar o governo contra cortes de privilégios e valorizar a instituição tem para mim o efeito contrário. Deveriam exclui-lo o quanto antes e pedir desculpas aos brasileiros que trabalham muito para pagar todas as contas públicas, inclusive da realização desse vídeo", escreveu Amoêdo, ecoando a insatisfação de parte da sociedade com os benefícios concedidos aos militares.


◉ Vídeo institucional e o contexto fiscal

No material, imagens de militares em condições adversas, como operações em alto-mar e missões extremas, são alternadas com cenas de civis em situações de lazer, como festas e viagens. Um dos momentos mais emblemáticos do vídeo mostra um jovem militar questionando: "Privilégios? Vem pra Marinha". A peça busca justificar as peculiaridades da carreira militar, apresentando-a como incompatível com as condições de trabalho de civis.

A divulgação ocorre em um momento estratégico, quando o governo do presidente Lula avança com propostas de ajustes no sistema previdenciário militar. Entre as mudanças anunciadas, está a introdução de uma idade mínima de 55 anos para a aposentadoria e a aplicação de um "pedágio" de 9% sobre o período restante para atingir o tempo de serviço exigido. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as alterações visam promover mais equidade entre os setores previdenciários. "São mudanças justas e necessárias", declarou Haddad em recente pronunciamento.

Atualmente, a regra previdenciária para os militares exige apenas 35 anos de serviço, sem estipular uma idade mínima, o que contrasta com as reformas implementadas em outros setores nos últimos anos.

◉ Reação ao material divulgado

O vídeo institucional, que antecede as celebrações do Dia do Marinheiro em 13 de dezembro, também foi interpretado como um sinal de resistência das Forças Armadas às mudanças propostas. Ao exaltar os sacrifícios inerentes à carreira militar, a Marinha parece buscar reforçar sua identidade e valores perante o público e as autoridades governamentais. Contudo, a estratégia atraiu críticas, como as de Amoêdo, que acusam a iniciativa de ignorar os esforços da sociedade em financiar os benefícios concedidos aos militares.

A narrativa estabelecida pela Marinha abre espaço para um debate mais amplo sobre a relação entre as Forças Armadas, a sociedade e o Estado. Com as reformas ainda por serem discutidas no Congresso, o tema promete ocupar um espaço central nas próximas semanas, dividindo opiniões entre os que defendem a valorização da carreira militar e aqueles que cobram maior isonomia no tratamento previdenciário.

A mensagem veiculada pela Marinha, embora destinada a enaltecer a carreira, acabou por intensificar o debate sobre privilégios e sacrifícios em um momento de ajustes fiscais e reorganização do Estado.

Fonte: Brasil 247

Alckmin reafirma desejo de ser vice em 2026 caso Lula dispute reeleição

Movimentações de aliados e articulações partidárias aquecem debates sobre composição da chapa presidencial

Geraldo Alckmin e presidente Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Geraldo Alckmin (PSB-SP), atual vice-presidente da República, revelou a interlocutores próximos sua intenção de permanecer na chapa do presidente Lula caso ele decida disputar a reeleição em 2026. A informação foi publicada pela revista VEJA, que destacou as movimentações políticas em torno dessa possibilidade e o interesse de outros partidos em ocupar a vaga de vice.

Segundo a reportagem, legendas como o MDB e o PSD demonstram disposição em compor a chapa presidencial, sugerindo nomes como o governador do Pará, Helder Barbalho, e o ministro dos Transportes, Renan Filho, ambos do MDB, além de Simone Tebet, ministra do Planejamento. Pelo PSD, são citados o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, cada qual com argumentos estratégicos para fortalecer a composição eleitoral.

Apesar disso, Alckmin acredita contar com o apoio de Lula, conforme destaca Silvio Torres, assessor especial da Apex-Brasil e aliado do vice-presidente: “Não vejo Alckmin com interesse em outro cargo. Ele ampliou bastante seu alcance político e não cogita voltar atrás. Também não vejo sinal de que Lula queira mudar. O presidente é do tipo que pensa que ‘em time que está ganhando não se mexe’”. Alckmin assumiu o papel de vice em 2022 com o objetivo de viabilizar a ampla coalizão que elegeu Lula. A eventual retirada de seu nome, segundo aliados do PSB, seria interpretada como desleal e politicamente inoportuna.

Fonte: Brasil 247 com informações da revista Veja

Inacreditável: Estadão trata Milei como modelo para o Brasil

Enquanto a Argentina enfrenta depressão econômica, Brasil avança com inclusão social e crescimento sólido

Presidente da Argentina, Javier Milei (Foto: REUTERS/Agustin Marcarian)

O jornal O Estado de S. Paulo perdeu a noção do ridículo, em editorial nesta segunda-feira, ao tratar Javier Milei, presidente da Argentina, como modelo econômico para o Brasil. No entanto, uma análise mais profunda revela um cenário alarmante no país vizinho: a economia argentina está em depressão, com mais de 50% da população vivendo abaixo da linha da pobreza e sucessivas quedas no PIB. Em contraste, o governo do presidente Lula da Silva celebra resultados notáveis, como a projeção de crescimento de 3,5% do PIB em 2024, recordes históricos de geração de empregos e a redução do desemprego à metade em relação aos índices de 2020.

A Argentina, sob a gestão de Milei, adotou um ajuste fiscal severo, com cortes profundos nos gastos públicos, redução de subsídios essenciais e desvalorização controlada da moeda. Entretanto, ainda que a inflação tenha sido parcialmente reduzida, o consumo interno despencou e a crise econômica é uma das mais profundas da história.

Enquanto isso, o Brasil segue um caminho oposto. Com políticas que equilibram responsabilidade fiscal e investimentos sociais, o país vive um ciclo virtuoso. O mercado de trabalho é destaque: recorde de vagas formais foram criadas em 2024, o que reduziu o desemprego para níveis historicamente baixos. Medidas como a valorização do salário mínimo e os programas de transferência de renda têm impulsionado o consumo interno, motor fundamental para o crescimento econômico.

O editorial do Estadão erra ao comparar a complexidade das economias de Brasil e Argentina. O ajuste fiscal necessário no Brasil, se comparado ao argentino, é de menor magnitude e pode ser conduzido de forma progressiva, sem sacrificar os mais vulneráveis. O sucesso do governo Lula em criar um ambiente econômico de crescimento com inclusão social é um exemplo de que austeridade extrema não é o único caminho.

Fonte: Brasil 247

Congresso deve votar medidas de ajuste fiscal ainda neste ano, afirma Padilha

Ministro confia na articulação política e garante que impacto das mudanças será neutro no orçamento público

Alexandre Padilha (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou em entrevista ao Valor Econômico que está otimista quanto à aprovação das medidas de ajuste fiscal pelo Congresso Nacional até o fim de 2024. Segundo ele, há compromisso explícito dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado para que o pacote seja votado ainda neste ano. "Eu estou muito confiante no compromisso do Congresso Nacional como um todo, em nos concentrarmos neste ano na votação e na aprovação dessas medidas que consolidam o arcabouço fiscal", disse Padilha.

O ministro destacou ainda que as mudanças propostas pelo governo visam garantir a sustentabilidade das contas públicas sem comprometer o crescimento econômico. Sobre a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil, Padilha explicou que o debate ocorrerá apenas em 2025, com impacto fiscal neutro e validade a partir de 2026. “O nosso compromisso é cumprir o arcabouço fiscal. Essa reforma será neutra, não vai aumentar nem reduzir a arrecadação em um único real”, reforçou.

◉ Clima político favorável e reforma tributária

Padilha ressaltou que a articulação entre os Poderes, especialmente após o novo formato das emendas parlamentares sancionado pelo presidente Lula, contribuiu para criar um ambiente político mais favorável à tramitação das medidas. Contudo, ele apontou que o desfecho do tema ainda depende de validação no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro Flávio Dino é relator. "Um acordo construído e que signifique um avanço é mais efetivo do que, às vezes, você manter apenas a sua posição do que considera ideal", disse, indicando a necessidade de diálogo.

Sobre a reforma tributária, o ministro elogiou o empenho dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, na aprovação da proposta e manifestou confiança de que as pendências serão resolvidas antes do encerramento de seus mandatos. “Estamos no encerramento do mandato dos presidentes das duas Casas, que tiveram um papel muito importante na aprovação da reforma tributária. Acho até justo que se conclua essa votação até o fim do ano”, afirmou.

◉ Relação com novos líderes no Congresso

Questionado sobre a perspectiva de diálogo com os futuros presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), Padilha demonstrou otimismo. “A expectativa que eu tenho é a melhor possível. Hugo Motta concentrou esforços na agenda econômica, social e sustentável, e Davi Alcolumbre também desempenhou papel importante em pautas de relevância nacional”, afirmou.

Padilha minimizou eventuais atritos com Arthur Lira, atual presidente da Câmara, e preferiu adotar um tom descontraído ao falar sobre os desafios enfrentados nos últimos dois anos. “A única coisa que me fazia perder o sono era o risco de rebaixamento do Corinthians, mas isso já foi superado”, brincou.

◉ Resposta firme a pressões econômicas e sociais

O ministro rebateu críticas de que o pacote fiscal anunciado seria tímido ou insuficiente. Segundo ele, o governo tem um compromisso sólido com a responsabilidade fiscal, mas sem adotar agendas de austeridade extremas, como as propostas pelo ex-ministro Paulo Guedes ou pelo presidente argentino Javier Milei. “O nosso compromisso é com o marco fiscal que construímos, não com promessas que nunca foram entregues”, destacou.

Por fim, Padilha reafirmou a postura do governo frente às recentes revelações sobre tentativas de golpe de Estado e investigações envolvendo militares. “A ação tem que ser firme e pedagógica. Não admitimos qualquer possibilidade de passar pano para criminosos ou de interromper o processo de apuração e julgamento”, concluiu.

Padilha encerrou a entrevista mencionando os esforços do presidente Lula em implementar o programa Acredita, voltado ao estímulo do empreendedorismo, e destacou que qualquer decisão sobre reforma ministerial será tomada exclusivamente pelo presidente. “Lula tem um compromisso muito grande com aquilo que foi anunciado. Ele está sempre conectado com a sociedade e com as aspirações do povo”, afirmou.

Fonte: Brasil 247

Ameaça de Trump contra os BRICS se voltaria contra os Estados Unidos

Economistas alertam que tarifas de 100% planejadas por Trump acelerariam a desdolarização e trariam impacto negativo aos consumidores americanos

(Foto: Reuters)

O recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu tensões no comércio global ao ameaçar os países do BRICS com tarifas de importação de 100%. A medida visa impedir que o bloco econômico avance na criação de uma moeda própria que possa desafiar o dólar americano. A declaração foi feita por Trump em sua rede social, Truth Social, como parte de sua estratégia para "restabelecer a primazia econômica global" após assumir o cargo em janeiro de 2025.

"A ideia de que os países do BRICS estão tentando se afastar do dólar enquanto ficamos parados e assistimos ACABOU", afirmou Trump. Ele acrescentou que exigirá um compromisso formal do bloco para não desenvolver uma nova moeda e advertiu: "Não há chance de que o BRICS substitua o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tente deve dar adeus à América".

As ameaças, porém, enfrentaram críticas contundentes de especialistas e líderes internacionais, reportadas pela Sputnik. Segundo o economista britânico Rodney Shakespeare, cofundador do Movimento pela Justiça Global, as ações propostas por Trump seriam contraproducentes. "Se os EUA prosseguirem com uma grande guerra comercial contra os BRICS, coletivamente ou individualmente, pode ser uma guerra que os EUA perderão", avaliou Shakespeare. Ele destacou que o BRICS, que reúne 35% da economia global e 40% da população mundial, teria capacidade de responder de forma unificada às medidas agressivas dos Estados Unidos.

O senador russo Aleksei Pushkov também minimizou as ameaças de Trump, classificando-as como "bravatas políticas" que dificilmente se concretizariam. "Donald Trump finge que tudo pode ser resolvido com um passo decisivo, mas a realidade econômica global não funciona assim", afirmou Pushkov.

◉ Impactos econômicos preocupantes

Dados revelam que os Estados Unidos possuem um déficit comercial de quase US$ 433,5 bilhões com os países do BRICS, que fornecem uma ampla gama de produtos essenciais, desde medicamentos e equipamentos médicos até minerais de terras raras e máquinas. Enquanto isso, as exportações americanas, como petróleo, automóveis e armas, enfrentam forte concorrência no mercado internacional.

No comércio intra-BRICS, cerca de 65% das transações já são realizadas em moedas locais, reduzindo a dependência do dólar. Shakespeare alertou que a imposição de tarifas levaria a "enormes aumentos nos preços de consumo nos EUA", agravando a inflação e prejudicando a economia americana. Além disso, ele destacou que uma guerra comercial desse porte poderia acelerar a desdolarização global e enfraquecer a posição econômica dos EUA.

Especialistas também observam que os setores mais avançados da economia americana, como propriedade intelectual, serviços financeiros e tecnologia, poderiam sofrer com a criação de alternativas locais promovidas pelos países do BRICS.

A ameaça de Trump reflete uma tentativa de reafirmar a hegemonia americana em um cenário global que se torna cada vez mais multipolar. No entanto, segundo analistas, as consequências de uma guerra comercial desse porte poderiam ser devastadoras para os próprios Estados Unidos, ao exacerbar a dependência econômica e expor as fragilidades de sua estratégia unilateral.

Fonte: Brasil 247

Boulos, sogro de uma filha de Trump, é escolhido como conselheiro para assuntos árabes

Nomeação reforça laços familiares e influência política de Trump no Oriente Médio

Tiffany Trump e Michael Boulos (Foto: Reuters)

Reuters – Donald Trump anunciou no último domingo (1º), por meio da rede social Truth Social, que Massad Boulos, empresário libanês-americano e sogro de sua filha Tiffany Trump, será seu conselheiro sênior para assuntos árabes e do Oriente Médio.

Boulos, que desempenhou um papel estratégico durante a campanha de Trump, mobilizou eleitores árabes e muçulmanos em estados-chave como Michigan e Pensilvânia. Sua capacidade de transitar por diferentes facções políticas no Líbano, incluindo o Hezbollah e seus opositores, chamou a atenção de analistas. “Boulos tem ambição e aliados políticos que se destacarão no círculo de Trump”, avaliou Aron Lund, especialista da Century Foundation.

Durante a campanha, Boulos participou de encontros semanais com líderes cívicos e empresariais da comunidade árabe-americana, promovendo a mensagem de Trump sobre o fim de conflitos no Oriente Médio. Ele também ajudou a conquistar apoio de líderes muçulmanos e árabes-americanos que estavam descontentes com a política externa dos democratas.

Além de sua atuação política, Boulos tem raízes profundas no Líbano e é conhecido por sua rede de contatos em diferentes espectros políticos, incluindo grupos cristãos alinhados tanto a favor quanto contra o Hezbollah. Sua nomeação sinaliza uma tentativa de Trump de ampliar sua influência na região através de uma figura com forte presença na diáspora libanesa e capacidade de diálogo.

Boulos, bilionário com negócios na Nigéria, é um exemplo da política de Trump de integrar familiares e pessoas próximas em papéis-chave. A escolha ocorre pouco após Trump indicar Charles Kushner, pai de seu genro Jared Kushner, como embaixador dos Estados Unidos na França.

Fonte: Brasil 247

Evangélicos podem ganhar espaço no governo Lula em reforma ministerial

Aproximação com a bancada evangélica pode garantir mais ministérios e secretarias em troca de apoio político estratégico

Lula sanciona lei que cria Dia Nacional da Música Gospel (Foto: Ricardo Stuckert)

 O governo Lula articula uma reaproximação com setores da bancada evangélica, movimento que pode trazer impactos significativos na reforma ministerial prevista para 2025. Segundo informações do colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, líderes religiosos e parlamentares desse segmento têm intensificado suas agendas no Palácio do Planalto, buscando espaços em ministérios e secretarias estratégicas.

A relação ganhou destaque em outubro, durante a cerimônia de sanção do Dia da Música Gospel. O evento foi marcado pela oração do deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) pelo presidente Lula, gesto que irritou figuras bolsonaristas como o pastor Silas Malafaia. Desde então, encontros entre líderes evangélicos e integrantes do governo têm se tornado mais frequentes.

◉ Republicanos no centro das negociações

Um dos destaques dessa aproximação é o Republicanos, partido vinculado à Igreja Universal do Reino de Deus. Após apoiar a candidatura de Lula em 2022, o líder da igreja, bispo Edir Macedo, atribuiu a vitória do petista à “vontade de Deus”, acalmando os ânimos entre os fiéis descontentes com a derrota de Jair Bolsonaro. No início do governo, o Republicanos foi contemplado com uma pasta ministerial.

Agora, o partido vislumbra aumentar sua influência, especialmente com o possível apoio do governo à candidatura do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados em 2025. Caso Motta seja eleito, a sigla deve pressionar por mais espaço no governo em troca de apoio à reeleição de Lula em 2026.

◉ Mudança estratégica no segmento evangélico

A ala evangélica que busca se dissociar do bolsonarismo tem interesse em fortalecer seu perfil junto ao Planalto, visando atrair mais recursos e apoio para projetos sociais. O alinhamento com o governo pode proporcionar maior acesso a políticas públicas voltadas à população de baixa renda, reforçando a relevância desses líderes religiosos no cenário político.

O ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, tem desempenhado papel central nas articulações com os parlamentares evangélicos. Essa interlocução é vista como estratégica para ampliar a base de apoio do governo no Congresso.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles