domingo, 1 de dezembro de 2024

"Estamos na melhor fase das relações entre Brasil e China", diz vice-presidente da Vale

Alexandre D’Ambrosio afirma que a parceria celebrada entre os presidentes Lula e Xi Jinping amplia as oportunidades econômicas para o Brasil

Alexandre D'Ambrosio (Foto: Marcelo.Tavares)

 O vice-presidente de Assuntos Institucionais da Vale, Alexandre D’Ambrosio, afirmou que as relações entre Brasil e China atravessam seu melhor momento histórico. Em entrevista ao Brasil 247, ele destacou que a recente visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil, marcou um passo decisivo para o aprofundamento da parceria estratégica entre os dois países. "Por conta disso, a meu ver estamos na melhor fase histórica das relações entre Brasil e China. E a Vale, parceira da China há 51 anos, espera continuar a cooperação, vislumbrando mais '50 anos dourados' nessa relação bilateral", declarou.

O encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, realizado em novembro no Palácio da Alvorada, resultou na assinatura de 37 acordos de cooperação em áreas como energia, agronegócio, tecnologia, saúde e infraestrutura. Esses acordos reforçam a posição da China como principal parceiro comercial do Brasil, com um intercâmbio comercial que já ultrapassou US$ 136 bilhões em 2024. "Essa nova fase é marcada por um compromisso de construir uma parceria forte e benéfica, com impactos positivos para o desenvolvimento regional e global", destacou D’Ambrosio.

◉ Avanços na mineração sustentável e descarbonização

D’Ambrosio ressaltou que, entre os acordos assinados, um memorando de entendimento sobre mineração sustentável menciona expressamente o "ferro verde", produzido pela Vale. "O ferro de alto teor e os produtos de valor agregado que a Vale desenvolve são essenciais para a descarbonização da siderurgia e alinhados às metas de sustentabilidade de Brasil e China", explicou. A Vale já fornece briquetes de minério de ferro capazes de reduzir em até 10% as emissões de carbono na produção de aço, um setor que responde por 8% das emissões globais de gases de efeito estufa.

A parceria com empresas chinesas também inclui projetos inovadores, como uma usina de concentração de minério de ferro em Omã e a produção de aço com hidrogênio verde, ambos focados na redução das emissões de carbono. "Hoje, Brasil e China são os maiores protagonistas da pauta ambiental e, juntos, poderão se destacar no cenário global", completou.

◉ Sinergias entre Brasil e China para a reindustrialização

D’Ambrosio vê com otimismo as sinergias entre a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), da China, e projetos estratégicos brasileiros, como o Nova Indústria Brasil (NIB) e o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). "A conexão entre essas iniciativas tem potencial significativo para impulsionar a neo-industrialização do Brasil, atraindo investimentos estrangeiros diretos para setores-chave, como energia, agronegócio e manufatura", afirmou.

A colaboração também reflete as prioridades compartilhadas por ambos os governos em áreas como economia digital, inteligência artificial e infraestrutura. "Essa relação ganha-ganha cria um ambiente propício para a modernização econômica, a geração de empregos e o alinhamento às metas ambientais", concluiu.

◉ Um olhar para o futuro

A Vale, que começou sua parceria com a China em 1973, se consolidou como uma das principais fornecedoras de minério de ferro do país asiático, que hoje representa mais de 50% das exportações da empresa. "Essa relação estratégica de longo prazo é marcada por crescimento, inovação tecnológica e compromisso com o desenvolvimento sustentável", destacou D’Ambrosio.

Com iniciativas como o parque solar Sol do Cerrado e outras tecnologias sustentáveis, a Vale já alcançou a meta de usar 100% de energia renovável no Brasil dois anos antes do previsto. "Nosso objetivo é continuar liderando a descarbonização, contribuindo para uma economia de baixo carbono e alinhada ao futuro sustentável que Brasil e China desejam construir", finalizou.

Leia a íntegra de sua entrevista ao Brasil 247:

247 – Como você enxerga a nova fase da relação Brasil-China?

Alexandre D’Ambrosio – No cinquentenário das relações entre os dois países, a visita do presidente Xi Jinping ao Brasil inaugura uma nova fase nas relações Brasil-China, com avanços promissores em várias áreas. Durante a visita, foram assinados 39 acordos, incluindo um que nos impacta diretamente, sobre mineração entre o Ministério de Minas e Energia do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China. Nesse MOU foi mencionado expressamente o "ferro verde", que é essencialmente o ferro de alto teor produzido pela Vale, além de produtos de valor agregado, produzidos pela Vale a partir do ferro de alto teor.

Essa nova fase das relações Brasil-China é marcada por um compromisso de construir uma parceria forte e benéfica, com impactos positivos para o desenvolvimento regional e global. Esperamos que dessa colaboração resultem mais interações de alto nível, promovendo confiança e alinhamento de políticas. Ao mesmo tempo, existem muitas oportunidades de cooperação em infraestrutura, energia e tecnologia, apoiando a modernização da economia brasileira. Em termos tecnológicos, os países vão trabalhar juntos em pesquisa científica, inteligência artificial e economia digital, incentivando a inovação. Culturalmente, haverá mais programas de intercâmbio, como exposições de arte e festivais, promovendo entendimento mútuo e turismo. Na área ambiental, a cooperação focará em energia renovável e combate às mudanças climáticas, com um acordo sobre mineração sustentável.
Por conta disso, a meu ver estamos na melhor fase histórica das relações entre Brasil e China. E a Vale, parceira da China há 51 anos, espera continuar a cooperação, vislumbrando mais "50 anos dourados" nessa relação bilateral.


247 – Como as sinergias entre projetos como a NIB e a rota da seda podem contribuir para a reindustrialização do Brasil?

Alexandre D’Ambrosio – Para a Vale, é extremamente positivo que Brasil e China tenham decidido aprofundar suas relações, assinando 39 acordos de cooperação durante a recente visita de Estado do presidente Xi ao Brasil. Entre esses acordos de cooperação, os dois países concordaram em avaliar sinergias estratégicas entre a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), proposta pela China, e as estratégias de desenvolvimento brasileiras, como o plano Nova Indústria Brasil (NIB), o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), o Plano de Transformação Ecológica e o Plano da Rota de Integração Sul-Americana. Acreditamos que as sinergias entre eles têm um potencial significativo para ajudar na chamada "neo-industrialização" do Brasil. A conexão de projetos e políticas brasileiros e chineses leva nossos países a uma cooperação ganha-ganha, na qual as prioridades de nossos governos orientarão as parcerias estratégicas para gerar investimentos, desenvolvimento de infraestrutura, modernização da indústria e criação de empregos.

Penso que a identificação de sinergias contribui para atrair investimentos estrangeiros diretos para setores-chave identificados na estratégia do NBI, como energia, agronegócio e manufatura. Esse investimento pode ampliar os setores locais e diversificar a economia. Além disso, como ambos os governos enfatizam o desenvolvimento sustentável, é certo que novos projetos industriais serão alinhados com as metas ambientais do Brasil. Aliás, uma das principais convergências entre Brasil e China se dá nessa visão de futuro, com foco na descarbonização.
Brasil e China são, hoje, os maiores protagonistas dessa pauta ambiental e, juntos, poderão se destacar no cenário global.


247 – Como a parceria com a China foi importante para a Vale nos últimos anos e quais são os projetos da Vale para os próximos anos relacionados à China?

Alexandre D’Ambrosio – O desenvolvimento da Vale está intrinsecamente ligado ao crescimento da China, com uma parceria que se iniciou em 1973, um ano antes do estabelecimento das relações diplomáticas Brasil-China. Inicialmente considerada uma transação de alto risco, a exportação de minério de ferro para a China transformou-se significativamente ao longo das décadas. De 0,1% das vendas em 1973-1974, a China tornou-se o maior mercado da Vale desde 2006, representando mais de 50% dos produtos de minério de ferro desde 2014. Além de cliente, a China também é o principal fornecedor de produtos e serviços em mineração, infraestrutura e logística.

Recentemente, a Vale anunciou importantes projetos em parceria com empresas chinesas. Um deles é uma joint venture com a Jinnan Iron & Steel Group para estabelecer uma usina de concentração de minério de ferro em Sohar, Omã. A instalação, com previsão de início em 2027, processará 18 milhões de toneladas de minério de ferro anualmente, produzindo 12,6 milhões de toneladas de concentrado de alta qualidade. Outro projeto promissor envolve a cooperação em Mega Hubs no Oriente Médio, focados na produção de hot-briquetted iron (HBI) usando rotas de redução direta. Esta abordagem pode reduzir substancialmente as emissões de carbono na cadeia de produção de aço, podendo chegar a zero com o uso de hidrogênio verde.
A parceria Vale-China representa uma trajetória de crescimento, inovação tecnológica e compromisso com desenvolvimento sustentável, consolidando-se como uma relação estratégica de longo prazo.

247 – Como a Vale vê os esforços do Brasil e da China para a descarbonização?

Alexandre D’Ambrosio – A Vale apoia os compromissos do Brasil e da China para a descarbonização. Nossas metas incluem reduzir em 33% as emissões de CO2 (Escopo 1 e 2) até 2030, reduzir em 15% as emissões líquidas de Escopo 3 até 2035 e zerar as emissões líquidas até 2050. O Brasil tem grande potencial para ser protagonista na economia de baixo carbono, por apresentar uma matriz elétrica altamente renovável e oferecer minério de ferro de alta qualidade, como aquele produzido em Carajás, que favorece a descarbonização da siderurgia. Já a China está acelerando uma nova industrialização, impulsionada pela inovação e também baseada na economia de baixo carbono, promovendo otimização e atualização das indústrias tradicionais. Importante lembrar que a siderurgia é responsável por cerca de 8% das emissões globais de gases de efeito estufa e é um dos setores mais difíceis de descarbonizar. A transformação do setor siderúrgico é essencial para que a China possa atingir suas metas de redução de emissões.


Hoje, a Vale fornece alguns dos melhores "mix" de produtos de alta qualidade do mercado de minério de ferro para ajudar a siderurgia a descarbonizar. Os briquetes de minério de ferro são um marco nesse sentido, com potencial de revolucionar o setor siderúrgico, reduzindo as emissões de CO2 em até 10%. Quando o hidrogênio verde estiver disponível, será possível a produção de aço com zero emissões no futuro.
A China é também uma grande fornecedora de equipamentos, materiais e serviços para as áreas de mineração, infraestrutura e logística das operações globais da Vale.

Exemplo disso é a presença de tecnologia chinesa em alguns de nossos projetos mais importantes de utilização de energias alternativas renováveis e mais ‘limpas’, como o Sol do Cerrado, um dos maiores parques de energia solar da América Latina. Este projeto, somado a outros que também estão sendo executados em nossa jornada de descarbonização, contribuíram para que a meta da Vale de utilizar 100% de energia renovável no Brasil até 2025 fosse alcançada já em 2023.

Fonte: Brasil 247

Jornal O Globo volta a usar 8 de janeiro para atacar a liberdade de expressão e o Marco Civil da internet

Em campanha contra o Artigo 19, veículo busca enfraquecer a liberdade de expressão enquanto tenta conter a concorrência digital

Atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023 (Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF)

A cobertura do jornal O Globo sobre as investigações da Polícia Federal a respeito dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro evidencia uma campanha preocupante: usar um episódio de insurreição frustrada para atacar o principal pilar da liberdade de expressão na internet, o Artigo 19 do Marco Civil da Internet. Foi o que o jornal fez neste domingo, ao publicar a reportagem "Em meio a vácuo de regulação, redes sociais foram usadas para insuflar golpe, mostra inquérito da PF".

Ao atrelar a ausência de regulação das redes sociais à organização de atos golpistas, O Globo constrói uma narrativa que desvia o foco dos verdadeiros responsáveis e tenta justificar uma revisão legislativa que enfraqueceria os direitos de expressão garantidos na internet. Essa abordagem, no entanto, revela mais do que uma suposta preocupação com a democracia: escancara os interesses comerciais do jornal em atacar as plataformas digitais, que se consolidaram como concorrentes diretas ao seu domínio histórico na comunicação.

A insistência em atacar o Artigo 19 do Marco Civil, fundamental para proteger o direito de expressão dos cidadãos brasileiros, expõe a campanha do veículo contra a pluralidade de opiniões. O jornal pinta o ecossistema digital como um território sem leis – o que não corresponde à realidade. Essa narrativa favorece apenas grandes conglomerados como o Grupo Globo, que têm perdido espaço e influência na era digital.

Ao pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para considerar o Artigo 19 inconstitucional, O Globo não apenas defende uma posição que restringe a liberdade de expressão, mas também busca recuperar seu monopólio informativo, ameaçado por mídias independentes e novas vozes emergentes nas redes.

A cobertura enviesada do jornal, que atribui às plataformas digitais a responsabilidade pela organização dos atos de 8 de janeiro, ignora deliberadamente a complexidade do tema. Ao invés de propor políticas públicas e debates sobre educação midiática, O Globo escolhe atacar as bases da liberdade de expressão na internet, tentando silenciar a concorrência e restaurar sua hegemonia na comunicação.

"A falência da autorregulação das redes", termo amplamente repercutido pelo jornal, é apresentada de forma descontextualizada, omitindo as conquistas do Marco Civil, os benefícios da liberdade de expressão e os esforços no combate a abusos. Essa abordagem revela uma estratégia calculada para enfraquecer a internet como espaço de pluralidade e diversidade, colocando os interesses comerciais acima da defesa da democracia.

Fonte: Brasil 247

"Por um triz, evitamos o golpe, por um triz derrotamos o 8 de janeiro. Não podemos continuar vivendo no limite", diz Genoino

Genoino analisa os áudios vazados, a gravidade das articulações militares e a necessidade de reformas profundas nas Forças Armadas e na política brasileira

(Foto: ABR)

 José Genoino, ex-deputado federal e ex-presidente do PT, participou de uma entrevista na TV 247, conduzida por Dafne Ashton. O programa, intitulado Conversa de Política, trouxe uma análise aprofundada sobre os recentes áudios vazados que expõem planos golpistas ligados ao governo de Jair Bolsonaro. Genoino destacou que o Brasil passou por um risco iminente de mergulhar em uma ditadura militar, uma trama que, segundo ele, teve como base um projeto golpista articulado entre setores militares e civis.

Durante o programa, Genoino apontou a gravidade das revelações trazidas pelos áudios divulgados, que mostram uma tentativa estruturada de rompimento da ordem democrática. "Essa trama golpista faz parte de um projeto que tinha nas Forças Armadas sua principal sustentação", afirmou, ressaltando que havia uma clara divisão entre militares golpistas, omissos e aqueles que preferiram "pagar para ver". Ele reforçou que a transição política e democrática do Brasil deixou intocados os mecanismos de tutela militar, perpetuando um risco à estabilidade democrática.

Reforma e punição: os desafios internos

A questão militar foi o ponto central da entrevista. Genoino argumentou que o Brasil precisa enfrentar de forma decisiva a autonomia das Forças Armadas, que, desde a redemocratização, têm mantido uma posição de tutela sobre os demais poderes. "Se não discutirmos a reforma institucional e enfrentarmos a tutela militar, continuaremos vulneráveis a aventuras autoritárias", afirmou.

Ele citou episódios recentes, como os acampamentos em frente aos quartéis e o vandalismo dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, como exemplos da impunidade e da falta de controle sobre as forças militares. "As hidras golpistas estão germinando dentro de um ambiente favorável de omissão e conivência", alertou.

Genoino também criticou a atuação do governo e do ministro da Defesa, José Múcio, que minimizou as responsabilidades individuais e institucionais de militares envolvidos em atos golpistas. "Não dá para reduzir isso a CPFs e CNPJs. É preciso reformar a instituição e punir os envolvidos", reforçou.

O papel da sociedade civil e do judiciário

Outro ponto abordado foi a importância da mobilização popular para pressionar por justiça e mudanças estruturais. Ele relembrou o grito "Sem Anistia", entoado pela população durante a posse do presidente Lula, como um símbolo da luta contra a impunidade. "Devemos transformar esse grito em uma agenda de 2024 e 2025", disse.

Genoino elogiou o trabalho do ministro do STF Alexandre de Moraes, responsável por conduzir as investigações sobre os envolvidos na tentativa de golpe. Contudo, ele alertou para o risco de que forças conservadoras tentem enfraquecer ou deslegitimar as ações do Judiciário. "Há um movimento sutil para diminuir o alcance das punições e salvar figuras-chave do projeto golpista", afirmou.

"Por um triz": o impacto das revelações

A retirada do sigilo sobre documentos e áudios relacionados às tentativas de golpe trouxe novos elementos para a análise da crise política. Genoino destacou que o fracasso da intentona golpista deve servir como um alerta para o Brasil. "Por um triz, evitamos o golpe, por um triz ganhamos a eleição, por um triz derrotamos o 8 de janeiro. Não podemos continuar vivendo no limite", concluiu.

O ex-deputado enfatizou que, além das reformas institucionais, é fundamental aprofundar o debate sobre a democracia, mobilizar a sociedade e enfrentar a herança autoritária que persiste nas estruturas do Estado. "Não se trata apenas de entender o passado, mas de mudar o futuro", finalizou. 
Assista:

 

Fonte: Brasil 247

"A dívida pública brasileira é exponencial por causa da taxa de juros. Isso precisa ser resolvido", diz Mantega

Ex-ministro da Fazenda critica taxa de juros no Brasil e aponta a necessidade de intervenções para reduzir o impacto na economia nacional

(Foto: ABR)

Em entrevista ao programa Boa Noite 247, Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BNDES, destacou o impacto negativo da taxa de juros no crescimento da dívida pública brasileira e no desempenho econômico do país. Segundo ele, a taxa de juros elevada é a principal causa do crescimento exponencial da dívida, que já ultrapassa 78% do Produto Interno Bruto (PIB).

◉ Taxa de juros e impacto na dívida

"Hoje, 70% da dívida pública brasileira é composta de juros. Isso não existe em lugar nenhum do mundo. Países como o Japão, com uma dívida equivalente a 240% do PIB, conseguem administrá-la com taxa de juros zero. Aqui, cada aumento de 1% na taxa de juros eleva a dívida em R$ 30 bilhões."

Mantega ressaltou que a política fiscal brasileira sempre foi rígida, mas a elevação constante dos juros compromete o equilíbrio das contas. "O maior problema hoje não é o déficit primário, mas a despesa financeira. Estamos falando de R$ 700 bilhões em juros, enquanto o déficit da Previdência, por exemplo, é de R$ 300 bilhões."

◉ Comparação internacional e críticas ao sistema

O ex-ministro comparou a situação do Brasil com a de outras economias. "Nos Estados Unidos, o Federal Reserve observa não apenas a inflação, mas também o desemprego. Recentemente, reduziram a taxa de juros para conter a alta no desemprego. Aqui, a lógica é inversa: a alta dos juros asfixia a economia e alimenta um círculo vicioso."

Ele também criticou a atuação do setor financeiro no debate econômico brasileiro. "O setor financeiro tem muita força política. Quando o arcabouço fiscal foi discutido, eles estavam lá, com seus representantes, influenciando as decisões."

◉ Sobre a gestão do Banco Central

Mantega demonstrou otimismo com a futura gestão de Gabriel Galípolo no Banco Central, mas alertou para as limitações impostas pela atual composição do Comitê de Política Monetária (Copom). "Hoje, quem comanda o Banco Central é Roberto Campos Neto, que tem maioria no Copom. A expectativa é que Galípolo adote uma postura técnica e use instrumentos como os swaps cambiais para estabilizar o câmbio."

◉ Consequências do câmbio desvalorizado

O ex-ministro também apontou o câmbio desvalorizado como um dos principais problemas atuais. "Um dólar a R$ 6 é um absurdo para a economia brasileira. Isso eleva os custos de importação, impacta a inflação e reduz os lucros das empresas com empréstimos em dólar. O Banco Central deveria intervir, como já fizemos no passado, para conter essa especulação."

◉ Perspectivas para o futuro

Guido Mantega concluiu que a redução da taxa de juros é essencial para retomar o crescimento econômico. "O Brasil tem a maior taxa de juros real do mundo, em torno de 7%. Reduzir para 5% ainda manteria o país atrativo para investidores e liberaria recursos para investimentos produtivos. Sem resolver essa questão, o país continuará preso a um ciclo de baixo crescimento e alto endividamento." Assista:

Fonte: Brasil 247

“Não cabe aos criminosos golpistas escolher quem os julgará”, escrevem juristas

Afastar Alexandre de Moraes da relatoria seria conceder aos investigados o poder de manipular a jurisdição, violando o princípio do juiz natural”

Alexandre de Moraes (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

Em artigo assinado neste domingo (1) na Folha de S.Paulo, Pedro Serrano, advogado, doutor em direito do Estado e professor de direito constitucional e de teoria do direito (PUC-SP) e Fernando Hideo Lacerda, doutor em direito e professor da Escola Paulista de Direito refutam a tese defendida pelo editorial do jornal intitulado "Suspeitas graves exigem tanto rigor como equilíbrio" de afastar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria dos processos sobre a intentona golpista da extrema direita liderada por Jair Bolsonaro.

Os dois juristas afirmam que o editorial da Folha defende “uma compreensão equivocada do princípio do juiz natural em face da própria natureza dos crimes em apuração.”

“O atentado contra o ministro Moraes não foi um ataque à sua pessoa, mas à figura institucional que desempenhava papel central no funcionamento do Estado democrático de Direito enquanto presidente do Tribunal Superior Eleitoral durante as eleições e relator do inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal. Afastá-lo da relatoria seria conceder aos investigados o poder de manipular a jurisdição, violando o princípio constitucional do juiz natural”, escrevem.

“Admitir tal afastamento equivaleria a permitir que criminosos escolham seus julgadores. Essa possibilidade criaria um precedente que ameaça a independência do Judiciário e fragiliza a democracia. A questão é ainda mais relevante no contexto atual, em que se apura uma clara tentativa de ruptura institucional”, enfatizam.

“As investigações da Polícia Federal revelaram que o atentado contra o ministro Alexandre de Moraes foi uma etapa de um plano estruturado e coordenado, com múltiplos núcleos de atuação, para subverter a ordem democrática e dar um golpe de Estado, que tinha por objetivo final impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manter Bolsonaro no poder.”

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Botafogo supera expulsão relâmpago e conquista Libertadores inédita

Luiz Henrique desequilibra no 1º tempo e Glorioso vence Atlético-MG

Comemoração do gol de Luiz Henrique
© Vitor Silva/Botafogo

O futebol da América do Sul está oficialmente rendido ao Botafogo. Neste sábado (30), o Glorioso alcançou a maior conquista em 120 anos de história. Mesmo perdendo o volante Gregore expulso com menos de um minuto de jogo, a equipe carioca venceu o Atlético-MG por 3 a 1, no Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, na Argentina, garantindo o título inédito da Libertadores.

A conquista marca o fim de um longo jejum de títulos para além do âmbito carioca ou regional. O último grande troféu erguido pelo Botafogo era a do Campeonato Brasileiro de 1995, liderado pelo artilheiro Túlio Maravilha. De lá para cá, o Alvinegro até venceu cinco Estaduais (1997, 2006, 2010, 2013 e 2018) e um Torneio Rio São-Paulo em 1998, mas acumulou três rebaixamentos à Série B em menos de 20 anos.

◉ A volta por cima

A Libertadores é o primeiro título desde que a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube foi comprada pelo empresário inglês John Textor. No ano passado, o Botafogo esteve perto de conquistar o Brasileirão, com 13 pontos de vantagem para o segundo colocado ao final do primeiro turno, mas teve grande queda de produção na metade final da competição. Após 11 jogos sem vencer e viradas inacreditáveis sofridas contra Palmeiras e Grêmio, a equipe terminou o campeonato em quinto lugar.

A derrocada obrigou o Botafogo a disputar a fase preliminar da Libertadores deste ano, passando por Aurora, da Bolívia, e Red Bull Bragantino para chegarem à fase de grupos. Apesar do início ruim, com derrotas para Junior Barranquilla, da Colômbia, e LDU, do Equador, o Glorioso emplacou três vitórias seguidas e se classificou ao mata-mata onde bateu Palmeiras, São Paulo (ambos de forma dramática) e Penãrol, do Uruguai, este último com direito a goleada por 5 a 0 no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro.

A volta por cima pós-2023 está coroada, mas pode ficar ainda mais gloriosa. O Botafogo lidera o Brasileirão com 73 pontos, três a mais que o Palmeiras, restando duas rodadas para o fim da competição - Internacional e Fortaleza, com 65 pontos e três jogos pela frente, ainda podem alcançar o Alvinegro.

◉ Partiu, Mundial

De quebra, o Botafogo se credenciou a duas competições da Federação Internacional de Futebol (Fifa). A primeira é a Copa Intercontinental, que substitui, no calendário, o Mundial de Clubes. No dia 11 de dezembro, em Doha, no Catar, o Glorioso encara o Pachuca, do México, vencedor da Concacaf (entidade responsável pela modalidade no Caribe e nas Américas do Norte e Central). Quem passar, pega na semifinal o Al-Ahly, do Egito, campeão africano. A final será contra o Real Madrid, da Espanha, ganhador da Liga dos Campeões da Europa.

Já entre 15 de junho e 13 de julho, o desafio será o novo Mundial da Fifa, nos Estados Unidos. O torneio reunirá 32 clubes, sendo seis da América do Sul. Quatro deles são os brasileiros campeões das últimas edições da Libertadores. Além do Botafogo, estarão Palmeiras (2021), Flamengo (2022) e Fluminense (2023). Os argentinos Boca Juniors e River Plate completam os representantes sul-americanos.

◉ E agora, Galo?

O Atlético-MG, por sua vez, voltou a ser derrotado em uma final de 2024, após perder a Copa do Brasil para o Flamengo. Sem vencer há 11 partidas, sendo sete pelo Brasileirão, o Galo caiu na tabela do campeonato nacional e aparece na décima posição, com 44 pontos, a três do Bahia, oitavo colocado e que, com o título do Botafogo, passou a herdar uma vaga na fase preliminar da próxima Libertadores. Resta aos mineiros correr atrás de uma nova chance para tentar o bi em 2025.

◉ Um a menos, dois a mais

Trinta e três segundos. Disputa de bola no círculo central entre Gregore, do Botafogo, e Fausto Vera, do Atlético-MG. O volante do Glorioso atinge a cabeça do argentino, que sangra. O árbitro Facundo Tello não tem dúvidas: cartão vermelho. Com menos de um minuto de jogo, os cariocas já estavam com um homem a menos na partida mais esperada da temporada.

A expectativa era tanto de pressão atleticana, fazendo valer a superioridade numérica em campo, como de alguma mudança por parte do Botafogo, para conter os ataques do adversário, reforçando o sistema de meio-campo ou defensivo com a saída de um atacante. Nem uma coisa, nem outra. O Galo se postou no campo ofensivo, mas assustou somente em chutes da entrada da área do atacante Hulk, defendidos pelo goleiro John.

Com apenas 22% de posse de bola, 79 passes trocados e um jogador a menos, o Botafogo foi letal. Aos 34 minutos, aventurou-se pela primeira vez no ataque. Na base da troca de passes, o meia Thiago Almada abriu para o atacante Luiz Henrique, que escapou da marcação pela esquerda ao invadir a área e rolou para o volante Marlon Freitas chutar. A batida explodiu no zagueiro Júnior Alonso e sobrou para Luiz Henrique, que mandou para as redes.

O Botafogo soube aproveitar a instabilidade do Atlético-MG. Aos 41, na segunda investida dos cariocas, Everson e Guilherme Arana não se entenderam na marcação e Luiz Henrique se antecipou ao lateral do Galo. O goleiro, então, derrubou o atacante do Glorioso na entrada da área. Com ajuda do árbitro de vídeo (VAR), Facundo Tello deu pênalti, que o lateral Alex Telles bateu e converteu.

◉ Fogão se segura e comemora

Para a etapa final, Gabriel Milito promoveu logo três mudanças, com as entradas do lateral Mariano, do meia Bernard e do atacante Eduardo Vargas nas vagas do zagueiro Lyanco e dos meias Gustavo Scarpa e Fausto Vera. Com um minuto, as trocas já deram resultado. No primeiro ataque do Galo, escanteio. Hulk cobrou na área e Vargas, livre, sem precisar saltar, mandou de cabeça, no ângulo de John, descontando para o Atlético-MG. Aos oito, os mineiros reclamaram de um pênalti de Marlon Freitas em Deyverson, que não teria sido marcado.

Os gritos de "Eu acredito!", entoados pela torcida atleticana na campanha do título da Libertadores de 2013, tomaram o Monumental. Percebendo o crescimento do adversário, Arthur Jorge respondeu às trocas de Milito, mandando a campo o volante Danilo Barbosa na vaga do meia Jefferson Savarino e o lateral Marçal no lugar de Alex Telles - que já tinha amarelo.

Com Hulk e Mariano ditando o ritmo, o Atlético-MG não saía do campo ofensivo, obrigando os jogadores de frente do Botafogo, como Luiz Henrique e Almada, a reforçarem o sistema defensivo, com dificuldades para contra-atacar. Arthur Jorge, então, trocou a dupla por Júnior Santos e Matheus Martins. Em resposta, Milito deu novo gás ao comando de ataque, com Alan Kardec substituindo Deyverson.

O Galo intensificou a pressão nos instantes finais. Aos 41, Mariano lançou Vargas, que se antecipou à marcação pelo meio e desviou por cima do travessão, com muito perigo. O chileno teve outra grande chance no lance seguinte, em recuo de bola ruim do zagueiro Adryelson que o deixou na frente de John, mas errou na tentativa de encobrir o goleiro.

As oportunidades perdidas fizeram falta. Aos 52 minutos, Júnior Santos fez bela jogada pela direita e tentou cruzar rasteiro para Matheus Martins. O volante Alan Franco até fez o corte, mas o próprio Júnior Santos conferiu para as redes, anotando o décimo gol dele na Libertadores, encerrando a competição como artilheiro. O gol do título.

Fonte: Agência Brasil

sábado, 30 de novembro de 2024

Moraes evita citar o X, de Musk, em julgamento sobre responsabilização das redes: 'Facebook, Instagram. Não vou falar da outra'

As ações em julgamento podem modificar a aplicação do Marco Civil da Internet, no primeiro semestre de 2025

Elon Musk (à esq.) e Alexandre de Moraes (Foto: Leon Neal/Pool via Reuters | ABR)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes evitou citar o nome da plataforma X (antigo Twitter) durante o julgamento de ações que discutem a responsabilidade das redes sociais por conteúdos publicados pelos seus usuários. As ações podem modificar a aplicação do Marco Civil da Internet, no primeiro semestre de 2025.

O magistrado reclamava sobre a dificuldade de remover perfis falsos das redes sociais. "Eu não tenho Instagram, eu não tenho Facebook, e eu tenho uns 20 perfis. Tenho que ficar correndo atrás. Não há boa vontade das plataformas em retirar. Retira, cria um novo perfil, e fica lá. A plataforma, todas, Facebook, Instagram... Não vou falar da outra. Simplesmente ignoram".

A rede social X, do bilionário Elon Musk, chegou a ficar suspensa no Brasil por não ter indicado representante legal no país. A plataforma nomeou a advogada Rachel Vila Nova Conceição para representar a empresa em solo brasileiro.

Nos últimos meses, Elon Musk e políticos da extrema-direita no Brasil fizeram ataques verbais contra o ministro Alexandre de Moraes por conta da atuação dele em investigações, para combater fake news e discursos de ódio nas redes sociais. ]

Atualmente, Jair Bolsonaro (PL) está inelegível por fake news em 2022, quando ele afirmou a embaixadores, em Brasília (DF), que o sistema eleitoral brasileiro não tem segurança contra fraudes.

Fonte: Brasil 247

Advogado de 'kid preto' manda recado a defesa de Bolsonaro: estratégia pode prejudicar a todos

Jeffrey Chiquini critica estratégia adotada pela defesa de Bolsoanro de "golpe do golpe" e nega envolvimento de seu cliente na trama golpista

Rodrigo Bezerra Azevedo (Foto: Reprodução)

A estratégia da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro de adotar a tese do "golpe do golpe" para desvinculá-lo da trama golpista está causando irritação das demais defesas envolvidas na investigação. Jeffrey Chiquini, advogado do tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, conhecido como "Kid Preto", afirmou em entrevista ao UOL News, neste sábado (30), que a estratégia está provocando prejuízos às demais defesas.

"Eu não tenho proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro e sequer conheço seu advogado. Fiz questão de não me comunicar com outras defesas ou investigados. Defendo uma única pessoa e não posso ser antiético. O advogado é a voz do cliente", declarou Chiquini.

Segubndo ele, a estratégia da defesa de Bolsonaro pode "dar margem a diferentes interpretações" e prejudicar outros investigados.

Sem apresentar provas, Chiquini levantou a hipótese de uma sabotagem com o objetivo de envolver as Forças Especiais do Exército no plano investigado.

"Pode estar havendo uma tentativa de desviar e atrapalhar a investigação, criminalizando as Forças Armadas. Contudo, pela minha experiência, estou convicto de que se há verdade na tentativa de golpe, trata-se de grupos isolados sem apoio institucional", disse.

O advogado também negou que seu cliente tenha participado da trama conhecida como plano Punhal Verde e Amarelo, que visaria impedir a posse do presidente Lula (PT) e de outras autoridades. Segundo ele, as acusações contra Azevedo baseiam-se apenas no uso de um celular.

"O celular atribuído ao meu cliente foi ativado em Minas Gerais no dia 8 de janeiro, enquanto ele estava em serviço em Goiânia. Isso está documentado. A tentativa de vinculá-lo a essa trama não tem fundamento", justificou Chiquini.

Rodrigo Bezerra Azevedo foi preso pela Polícia Federal no Rio de Janeiro sob acusação de integrar o plano golpista ao lado de outros militares e agentes, incluindo o policial federal Wladimir Matos Soares e o general da reserva Mario Fernandes.

O plano teria como objetivo "impedir a posse do governo legitimamente eleito e restringir o livre exercício da democracia e do Poder Judiciário".

Fonte: Brasil 247 com UOl News

Michelle impede aproximação entre Caiado e Bolsonaro; entenda

Michelle Bolsonaro em foto com Ronaldo Caiado e a primeira-dama de Goiás. Foto: reprodução

Aliados do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), têm apontado a influência de Michelle Bolsonaro como um dos fatores que dificultam a reaproximação entre ele e Jair Bolsonaro (PL) após as eleições municipais. Segundo o Globo, pessoas próximas a Caiado afirmam que a ex-primeira-dama estaria incentivando o marido a manter distância do governador.

A proximidade de Michelle com o senador Wilder Morais (PL-GO) é apontada como um dos principais motivos da tensão. Morais, que já foi aliado de Caiado, tornou-se um desafeto político após apoiar Fred Rodrigues (PL) na disputa pela prefeitura de Goiânia contra Sandro Mabel (União), candidato do governador e vencedor do pleito. Michelle chegou a participar de eventos de campanha de Rodrigues, reforçando o distanciamento entre as partes.

Outro ponto de atrito é a sucessão estadual em 2026. Wilder tem articulado sua candidatura ao governo de Goiás, enquanto Caiado deseja que o posto seja ocupado por Daniel Vilela (MDB), atual vice-governador.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Dino convida apenas 3 ministros do STF para seu casamento


Flávio Dino, ministro do STF, que se casará neste sábado. Foto: reprodução

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), escolheu manter a discrição ao celebrar seu casamento neste sábado (30). A cerimônia reunirá apenas familiares e amigos próximos em uma casa de festas localizada nos arredores de São Luís, no Maranhão. Dino e sua noiva mantêm uma relação estável há mais de uma década.

Entre os poucos convidados, destacam-se os ministros do STF Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Nem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nem políticos locais, como o ex-presidente José Sarney (MDB) ou o governador Carlos Brandão (PSB), foram convidados para o evento.

Segundo Carolina Brígido, do Uol, fontes próximas ao ministro afirmaram que o objetivo é que a comemoração seja puramente familiar e sem qualquer conotação política.

Flávio Dino e o presidente Lula, que não foi convidado para seu casamento. 
Foto: reprodução

Dino tem demonstrado aversão a grandes eventos para marcar momentos pessoais. Em fevereiro, quando assumiu sua cadeira no STF, optou por uma missa simples ao invés de celebrações grandiosas. A cerimônia de casamento segue o mesmo padrão, reforçando o perfil reservado do ministro em assuntos privados.

A escolha pela discrição contrasta com a exposição pública que Dino tem enfrentado nos últimos meses, especialmente após decisões e acontecimentos polêmicos. Como ministro do STF, Dino ganhou destaque ao suspender pagamentos do chamado orçamento secreto do Congresso Nacional.

Mais recentemente, seu nome foi citado no relatório da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro. O documento apontou que o general da reserva Mario Fernandes tentou construir uma narrativa para responsabilizá-lo pelos ataques às sedes dos Três Poderes.

Fonte: DCM com informações do UOL

“Jogada de mestre”: fuga de Bolsonaro durante trama golpista foi comemorada em 2022


Jair Bolsonaro em foto com fãs enquanto fugia nos EUA em 2022. Foto: reprodução

A Polícia Federal concluiu que a viagem de Jair Bolsonaro (PL) aos Estados Unidos, em 30 de dezembro de 2022, foi uma estratégia para evitar uma possível prisão e aguardar os desdobramentos da tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A decisão do ex-presidente foi celebrada por apoiadores como uma “jogada de mestre”, alimentando teorias conspiratórias em grupos bolsonaristas nas redes sociais.

Segundo o relatório da PF, a fuga foi planejada com base em um documento encontrado no computador do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Elaborado inicialmente em 2021 e resgatado no final de 2022, o plano previa rotas e estratégias para proteger o então líder da extrema-direita caso o apoio das Forças Armadas ao golpe não se concretizasse.

Outro ponto central das investigações foi a descoberta de que o golpe envolvia a criação de um Gabinete Institucional de Gestão de Crise, vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e liderado pelo general Augusto Heleno, com coordenação de Walter Braga Netto, candidato a vice de Bolsonaro nas eleições de 2022. Ambos foram indiciados pelos crimes de tentativa de golpe, abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

O gabinete golpista teria como função orientar Bolsonaro na administração da ruptura institucional. Sua composição seria majoritariamente militar, com a inclusão de poucos civis, como Filipe Martins, então assessor internacional da presidência.

Nos dias finais de 2022, apoiadores de Bolsonaro lotaram grupos de WhatsApp e Telegram com mensagens exaltando a suposta estratégia do ex-presidente.



Teorias de que ele teria passado o poder a Heleno por meio de um decreto inconstitucional chegaram a gerar buscas no Diário Oficial da União. Mensagens destacavam Heleno como “o estrategista que salvaria o Brasil”, enquanto os mais críticos ao golpe eram acusados de desmobilizar a “resistência”.

No entanto, não houve transferência de poder, e coube ao então vice-presidente Hamilton Mourão completar o mandato até a posse de Lula, em 1º de janeiro de 2023.

Entre apoiadores e investigadores, surgiu a tese de que os generais Heleno e Braga Netto poderiam articular um “golpe dentro do golpe”, removendo Bolsonaro e instaurando uma ditadura militar. Embora a hipótese tenha sido negada por Braga Netto, ela ilustra as divisões internas nas alas mais extremistas do bolsonarismo.

Fonte: DCM

Senadora ameaça tirar passaportes de Gusttavo Lima e Deolane na CPI das Bets


O cantor Gusttavo Lima e a advogada e influencer Deolane na mira da CPI das Bets. Fotomontagem

A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI das Bets, estuda medidas para garantir o comparecimento de Gusttavo Lima, Deolane Bezerra e outros influenciadores convocados às audiências no Senado. Com informações do Metrópoles.

Caso os convocados tentem driblar a investigação ou deixar o país, Soraya pretende solicitar à Justiça o recolhimento de passaportes e, se necessário, a inclusão dos investigados na lista vermelha da Interpol.

A CPI investiga supostas irregularidades envolvendo apostas esportivas e lavagem de dinheiro. Gusttavo Lima, indiciado pela Polícia Federal, teria adquirido 25% da VaideBet, uma das empresas sob investigação, além de participar de campanhas publicitárias financiadas por casas de apostas. Deolane Bezerra, por sua vez, chegou a ser presa preventivamente em setembro no âmbito da mesma operação e teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados após faltar à CPI da Manipulação de Jogos Esportivos, amparada por decisão do STF.

Além da dupla, outros nomes populares, como Wesley Safadão, Viih Tube e Tirulipa, também foram convocados pela CPI. Segundo Soraya, imagens de jatinhos particulares supostamente pertencentes a investigados aumentaram os temores de fuga. Embora a comissão não tenha competência para apreender passaportes, a senadora afirma estar pronta para acionar a Justiça ou a Polícia Federal para garantir que as investigações prossigam.

Para a relatora, a CPI é um instrumento essencial para desmantelar esquemas milionários que movimentam a indústria das apostas esportivas. A senadora reforçou que não medirá esforços para responsabilizar os envolvidos e assegurar que as oitivas no Senado sejam realizadas, visando esclarecer a suposta conexão entre influenciadores e essas práticas criminosa

Fonte: DCM com informações do Metrópoles

PRF afasta superintendente bolsonarista que tirou foto em frente a quartel em 2022

Vanessa Martins Felix em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. 
Foto: Reprodução

A superintendente-executiva da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Distrito Federal, Vanessa Martins Felix, foi afastada do cargo nesta sexta-feira (29), após viralizar nas redes sociais uma foto sua em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, em 2022. Na época, bolsonaristas acamparam no local após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições.

A foto foi publicada por Vanessa em suas redes sociais. No entanto, a imagem começou a circular nesta semana, após a Polícia Federal (PF) indiciar Bolsonaro e outras 36 pessoas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Na imagem, a bolsonarista aparece segurando uma placa com a frase: “Nossa copa é no QG”, em referência à Copa do Mundo que ocorreu em novembro de 2022. Na legenda, Vanessa criticou supostas “arbitrariedades” no país e usou a hashtag #supremoéopovo.

No Diário Oficial da União (DOU) foram publicadas duas exonerações de Vanessa, que também ocupava o cargo de superintendente-substituta.

Fonte: DCM

Boulos aciona bolsonarista Campos Neto na Justiça: “Vem prejudicando a economia”

deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) falando em microfone com expressão assustada sem olhar para a câmera, de terno e gravata em tons de azul e bege
Deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) – Divulgação

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) ingressou com uma ação popular na 2ª Vara Federal Cível do Distrito Federal na quinta-feira (28), visando a política monetária conduzida pelo Banco Central (BC) sob a liderança do presidente Roberto Campos Neto. A iniciativa busca contestar a atuação do dirigente e levantar dúvidas sobre a legalidade das decisões do órgão. As informações são do Times Brasil.

Na petição, o psolista alega que as decisões relacionadas às taxas de juros têm gerado impactos negativos significativos, incluindo prejuízos ao erário, aumento da dívida pública e agravamento da desigualdade social. Segundo o parlamentar, essas políticas estariam prejudicando o desenvolvimento econômico do país.

O texto jurídico afirma ainda que as decisões de Campos Neto, “as decisões de Campos Neto, sejam elas individuais ou colegiadas, nunca foram verdadeiramente imparciais. Sempre objetivaram atingir alvos não permitidos em lei, o que torna todas as suas decisões inválidas por desvio de finalidade”.

Pedidos da ação

A ação popular solicita, em caráter liminar, que Roberto Campos Neto seja impedido de:

    ● Realizar atos descritos no artigo 12 do Regimento Interno         do Banco Central (Resolução BCB nº 340);
   ● Conduzir processos administrativos relacionados a agentes         do mercado financeiro;
    ● Participar das reuniões do Conselho de Política Monetária (Copom) até o término de seu mandato.

A medida pretende suspender sua participação em decisões estratégicas, enquanto o caso segue sob análise judicial.

O processo será avaliado pela 2ª Vara Federal Cível do Distrito Federal. A Justiça poderá convocar audiências preliminares ou solicitar explicações formais da administração do Banco Central para aprofundar a investigação.

Declaração de Guilherme Boulos

Pelas redes sociais, Guilherme Boulos reforçou sua posição crítica em relação ao presidente do BC, afirmando que “Roberto Campos Neto sabota o Brasil”. A manifestação demonstra o tom contundente do deputado frente à condução da política monetária nacional.

Fonte: DCM

Novo míssil russo Oreshnik tem potência nuclear de 45 bombas de Hiroshima

Tempo de voo do míssil, partindo da instalação de testes de Kapustin Yar, na região de Astrakhan, na Rússia, até Bruxelas, seria de 17 minutos

Oreshnik (Foto: Reuters)

O novo míssil balístico russo Oreshnik é capaz de transportar armas nucleares com uma capacidade total de até 900 quilotoneladas, informou o portal Obyasnyaem.rf.

"Na versão nuclear, o Oreshnik pode entregar armas com uma capacidade total de 900 quilotoneladas (equivalente a 45 Hiroshimas)", mostraram os infográficos no portal.

O tempo de voo do míssil, partindo da instalação de testes de Kapustin Yar, na região de Astrakhan, na Rússia, até o quartel-general da Otan em Bruxelas, será de 17 minutos. Para a base aérea de Ramstein, na Alemanha, serão 15 minutos, e para a base de defesa antimísseis dos EUA em Redzikowo, na Polônia, 11 minutos, informou o portal.

O alcance máximo de destruição do Oreshnik é de 5.500 quilômetros, podendo atingir uma velocidade de até Mach 10 (12.380 quilômetros por hora ou 7.690 milhas por hora) e transportando uma ogiva com peso de até uma tonelada e meia, segundo o Obyasnyaem.rf.

Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Ucrânia atingiu alvos nas regiões de Kursk e Bryansk em 19 de novembro, utilizando mísseis ATACMS dos EUA e Storm Shadow do Reino Unido. Ele declarou que a Rússia testou com sucesso, em 21 de novembro, um novo míssil balístico de alcance intermediário, o Oreshnik, em resposta ao uso dessas armas pelos EUA e Reino Unido pela Ucrânia. O míssil atingiu um complexo de defesa e industrial na cidade ucraniana de Dnepropetrovsk, também conhecida como Dnipro.

Fonte: Brasil 247 com informações da Sputnik

Bolsonaro volta a confessar que pensou em decretar estado de sítio

Ex-presidente praticamente confessou sua participação na trama golpista

Jair Bolsonaro durante participação em evento em Goiânia, 04/04/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu novamente que discutiu com os comandantes das Forças Armadas a possibilidade de decretar estado de sítio, estado de defesa e o uso do artigo 142 da Constituição para justificar ações militares. A declaração foi dada ao programa Oeste sem filtro, da Revista Oeste, e reacendeu o debate sobre seu papel nas tentativas de contestar a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro, que já foi indiciado pela Polícia Federal por articular um golpe de Estado, alegou que os temas debatidos não extrapolavam os limites legais. “Golpe usando a Constituição? O que está dentro da Constituição você pode utilizar”, disse o ex-presidente, ao tentar afastar as acusações.

Depoimentos de ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica indicaram que Bolsonaro apresentou planos que incluíam impedir a posse de Lula, o que, segundo eles, configuraria uma tentativa de ruptura democrática. Ao comentar as reuniões, Bolsonaro minimizou: “Eu discuti, sim. Não foi nenhuma discussão acalorada”.

◉ Defesa de anistia e críticas ao equilíbrio de poderes

Durante a entrevista, Bolsonaro também defendeu a aprovação de uma anistia ampla para pacificar o país. Ele sugeriu que uma declaração do presidente Lula ou do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, poderia resolver as tensões políticas. “Se tivesse uma palavra do Lula ou do Moraes sobre anistia, estava tudo resolvido”, afirmou.

O ex-presidente voltou a criticar o que chamou de desequilíbrio entre os poderes, apontando que o governo Lula detém maioria no Senado, enquanto na Câmara, “está o Lira lá, meio que resistindo”. Segundo Bolsonaro, um de seus objetivos para as eleições de 2026 é aumentar a bancada de senadores bolsonaristas, que podem atuar contra decisões do STF.

◉ Episódio na embaixada e novo alerta sobre prisão

Bolsonaro também relembrou o episódio em que se refugiou na embaixada da Hungria, em Brasília, após ter o passaporte apreendido. Ele afirmou que buscou a embaixada “para conversar, ponto final”, tentando desmistificar as razões por trás da sua ida. Em outra entrevista recente, ao portal UOL, o ex-presidente admitiu a possibilidade de buscar proteção diplomática em outra embaixada caso tenha sua prisão decretada.

Na mesma conversa, Bolsonaro revelou ter parabenizado o ex-presidente Michel Temer por minimizar as acusações de golpe. Além disso, afirmou ter orientado deputados aliados a elogiarem o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após este defender parlamentares bolsonaristas indiciados pela PF.

Fonte: Brasil 247

"O caminho do ajuste fiscal não tem volta", diz Trabuco

Banqueiros aguardam sinalização de Lula para acalmar os mercados e reduzir o dólar

Luiz Carlos Trabuco (Foto: Reprodução)

O presidente do conselho diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou nesta sexta-feira, 29, que o ajuste fiscal é um caminho sem retorno, destacando o compromisso do setor financeiro com a estabilidade econômica do país. A declaração foi dada durante o tradicional almoço anual da Febraban, realizado em São Paulo, e reportada pela Exame. O evento reuniu dezenas de banqueiros, que avaliaram a necessidade de uma sinalização clara do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tranquilizar os mercados.

Trabuco, que também preside o conselho de administração do Bradesco, elogiou os esforços das instituições brasileiras para a estabilização fiscal. “Aproveito para destacar os esforços da equipe econômica, do Banco Central, da classe política e da Justiça no processo de avanço da pauta de estabilização fiscal da economia. Tem nosso apoio e compreensão ao timing necessário para a evolução da agenda. O caminho do ajuste fiscal não tem volta”, declarou.

◉ Esperança em uma declaração presidencial

Embora os discursos alinhados do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tenham sido bem recebidos pelos executivos, há consenso de que apenas uma manifestação pública e enfática de Lula pode reverter a desconfiança do mercado. Atualmente, o dólar é negociado acima de R$ 6, o Ibovespa sofre retração e a curva de juros futuros segue pressionada.

Os banqueiros acreditam que uma declaração clara do presidente sobre o compromisso com o equilíbrio fiscal e cortes de gastos seria decisiva para estabilizar a economia e reduzir as incertezas. “A avaliação majoritária é de que somente uma declaração de Lula tem potencial para reduzir o preço do dólar, frear a retração do Ibovespa e colocar em queda a curva de juros futuros”, relatou a publicação.

◉ Ajuste fiscal em foco

O pacote fiscal apresentado pelo governo, com a promessa de cortar R$ 70 bilhões em gastos nos próximos dois anos, foi mal recebido após a inclusão da proposta de isentar do Imposto de Renda (IR) contribuintes com renda de até R$ 5 mil mensais. O mercado interpretou a medida como contraditória ao esforço de equilíbrio das contas públicas, intensificando a pressão para uma resposta clara do presidente.

Durante o evento, Haddad reiterou o compromisso da equipe econômica com o ajuste fiscal, afirmando que, se necessário, serão enviadas ao Congresso novas medidas de cortes de gastos. Essa postura foi considerada positiva pelos banqueiros, que também destacaram a importância do alinhamento entre Haddad e Galípolo para garantir a execução das políticas econômicas.

Fonte: Brasil 247