quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Haddad fará pronunciamento para explicar pacote fiscal nesta quarta-feira

Pronunciamento em cadeia de rádio e televisão para explicar as medidas do pacote de corte de gastos será feito às 20h30 desta quarta-feira

Fernando Haddad (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

(Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará pronunciamento em rede nacional às 20h30 desta quarta-feira, em meio às expectativa por medidas fiscais.

Em ofício, a Presidência informa a convocação da Rede Nacional de Rádio e Televisão para o pronunciamento do ministro, e prevê duração de sete minutos e 18 segundos.

Pouco depois, o Ministério da Fazenda divulgou imagem para divulgação do pronunciamento, com o slogan "Brasil Mais Forte. Governo Eficiente, País Justo".

Os mercados vêm aguardando há tempos a divulgação do pacote de cortes de gastos. A demora, já que o governo havia prometido as medidas para depois do segundo turno das eleições municipais, vem gerando pressão sobre os ativos brasileiros.

Fonte: Brasil 247 com informações da Reuters

"PEC do Estuprador": sessão na Câmara termina em violência contra manifestantes feministas (vídeo)

Dezenas de mulheres, representando entidades feministas e participando do evento "Jornada de Mulheres Sem Medo de Mudar o Brasil", entraram na CCJ

CCJ da Câmara dos Deputados (Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados)

Na sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados desta quarta-feira (27), que discutia a PEC que proíbe o aborto até mesmo nos casos já previstos em lei, manifestantes e assessoras foram agredidas por expressarem indignação diante de tamanha barbaridade, disse a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) em sua conta na rede social X.

A proposta foi chamada de "Pec do Estuprador" por críticos, que alertam que crianças e mulheres vítimas de estupro serão obrigadas a serem mães. Dezenas de mulheres, representando entidades feministas e participando do evento "Jornada de Mulheres Sem Medo de Mudar o Brasil", entraram no colegiado para manifestar críticas à proposta.

"Não nos calaremos! Não aceitaremos violência contra quem luta por direitos e dignidade. A resistência segue viva e firme!", escreveu ela na postagem.

Segundo relatos da bancada do Psol, a sessão chegou a ser interrompida duas vezes e manifestantes e imprensa foram expulsos do plenário, que deveria ser a casa do povo.

Fonte: Brasil 247

Com pai indiciado pela PF, Flávio Bolsonaro pede 'anistia ampla' e diz que Moraes vai 'sofrer consequências' por 'abusos'

"O único caminho para alguma normalidade e para algum reequilíbrio entre os Poderes é uma anistia que tem que ser ampla, geral e irrestrita", disse

Flávio Bolsonaro (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez duras declarações em plenário nesta terça-feira (29) sobre os recentes desdobramentos do inquérito da Polícia Federal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo Jair Bolsonaro e outras figuras do seu governo. Flávio acusou o Supremo Tribunal Federal (STF), particularmente o ministro Alexandre de Moraes, de conduzir uma perseguição política contra sua família e a direita, destacando que o único caminho para restaurar a normalidade política seria por meio de uma anistia ampla, geral e irrestrita.

"Essa perseguição contra Bolsonaro e contra a direita não começou em 2022, em 2023 ou em 2024, começou muito antes", declarou Flávio, de acordo com o jornal O Globo. “Para ser breve aqui, o único caminho para alguma normalidade e para algum reequilíbrio entre os Poderes é uma anistia que tem que ser ampla, geral e irrestrita - estou cada vez mais convicto disso -, que inclua, inclusive, o Ministro Alexandre de Moraes, porque ele já deu vários exemplos de descumprir a lei do impeachment, no seu art. 39, inciso II, que fala muito claramente - eu vou ler aqui, para não falar errado - "proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa", completou.

Ainda segundo ele, “que começa errado não tem como terminar certo. Nunca vi ninguém que faz o que Alexandre de Moraes está fazendo no mundo que, em determinado tempo, não vá sofrer as consequências pelas ilegalidades, arbitrariedades e abusos que cometeu”.

O discurso de Flávio ocorreu após a divulgação do relatório de 884 páginas da Polícia Federal no qual novos elementos são apresentados no âmbito do inquérito sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O relatório indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas, além de apresentar provas como uma agenda encontrada na casa do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro. O documento continha "diretrizes" sobre como "disseminar ataques ao sistema eleitoral", incluindo críticas às urnas eletrônicas.

Outros detalhes do relatório apontam para a "Operação 142", um plano golpista identificado na mesa de um assessor de Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil. O plano teria como objetivo subverter o Estado Democrático de Direito, o que reforça as alegações de um possível golpe durante a transição de poder em 2022.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Ex-juiz do TSE ajudou a produzir relatório com ataques às urnas eletrônicas, diz PF

O documento foi usado pelo PL em uma representação contra o sistema eleitoral

Urna eletrônica (Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE)

O juiz Sandro Nunes Vieira foi citado no relatório final da Polícia Federal sobre o inquérito da tentativa de golpe de estado por estar envolvido na produção de um relatório com ataques às urnas eletrônicas, informa a jornalista Andréia Sadi, do g1. O documento em questão, produzido pelo instituto Voto Legal, foi usado pelo PL em uma representação contra o sistema eleitoral.

Mensagens extraídas do celular do coronel e ex-assessor de Jair Bolsonaro, Marcelo Câmara, provam que Sandro atuou de maneira clandestina e ilegal ao assessorar o partido na representação contra as urnas. No entanto, o juiz não está entre os 37 indiciados no inquérito do golpe.

Segundo a PF, o magistrado ainda tentou ocultar seu envolvimento no caso pedindo ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para que não fosse citado como colaborador do relatório. O pedido ocorreu após Valdemar mencionar Sandro em uma entrevista em novembro de 2022. Na ocasião, o juiz emitiu uma nota negando qualquer associação com o partido.

Sandro Nunes Vieira é juiz federal vinculado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e atuou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2019 e agosto de 2022, incluindo como auxiliar da presidência da Corte em 2021, durante a gestão de Luís Roberto Barroso.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Lula e Haddad se reúnem com Lira e Pacheco para apresentar pacote fiscal

A expectativa é que o pacote seja enviado ao Congresso na próxima quinta

Fernando Haddad e Lula (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), apresentam nesta quarta-feira (27) o pacote de corte de gastos do governo federal aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Segundo o Metrópoles, na sequência, o governo também apresentará o pacote aos líderes partidários da Câmara.

Na quinta-feira (28), será a vez da proposta ser apresentada aos líderes do Senado. Os ministros Alexandre Padilha (PT), das Relações Institucionais, e Rui Costa, da Casa Civil (PT), também participarão das reuniões. A expectativa é que o pacote seja enviado ao Congresso ainda na quinta.

O governo federal discute o pacote fiscal há pelo menos um mês. Entre as regras que devem estar presentes no conjunto de medidas estão mudanças nas regras da aposentadoria de militares e alterações no formato de pagamentos do seguro-desemprego e do abono salarial. O objetivo da contação de gastos é manter a viabilidade do arcabouço fiscal.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Faixas de atos golpistas usadas em frente aos quartéis foram elaboradas no Planalto, diz PF

Interceptação revela que o general Mário Fernandes, então lotado da Secretaria-Geral da Presidência, participou do planejamento do conteúdo das faixas

Acampamento golpista em Brasília - 27/12/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

 Após as eleições de 2022, unidades militares em todo o país tornaram-se pontos de referência para atos antidemocráticos, com manifestantes pedindo que as Forças Armadas agissem contra o resultado do pleito presidencial. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a Polícia Federal (PF) concluiu que as palavras de ordem exibidas em faixas e cartazes dessas manifestações foram elaboradas por integrantes do próprio Palácio do Planalto. Na quinta-feira (21), a corporação indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 36 pessoas pela trama golpista.

A lista dos indiciados inclui nomes de alto escalão da gestão federal passada, como os ministros Walter Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (GSI), além de aliados de confiança de Bolsonaro e militares de alta patente. O sigilo do relatório foi derrubado nesta terça-feira (26), pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que remeteu os autos da investigação à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Uma conversa interceptada pela Polícia Federal mostra que, no dia 7 de novembro de 2022, o general Mário Fernandes e o coronel George Hobert Oliveira Lisboa planejaram o conteúdo de faixas que seriam utilizadas nos atos antidemocráticos. À época dos fatos, Mário Fernandes era o secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e George Hobert, assessor da pasta, conhecida como a “cozinha do Planalto” devido à proximidade com o chefe do Executivo federal. Um secretário-executivo, por sua vez, é o “número 2” de um ministério.

Um documento compartilhado entre os militares, intitulado “Faixas”, contém frases inscritas em retângulos com dizeres como “LIBERDADE SIM, CENSURA NÃO”, “NÃO À DITADURA DO JUDICIÁRIO” e “INELEGIBILIDADE DO LULA JÁ”.

O arquivo também inclui apelos para uma “contagem pública dos votos” e para a realização de “novas eleições para presidente”. “Salve nossa democracia”, diz um pedido redigido em três versões aos militares Freire Gomes, Almir Garnier e Baptista Júnior, à época dos fatos comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica, respectivamente.

Ainda segundo a reportagem, da conversa entre George Hobert e Mário Fernandes, também foram interceptados detalhes sobre a elaboração de um flyer para convocar manifestantes a estarem na frente dos quartéis. Foi apreendida a imagem de um croqui do folheto e uma montagem do flyer já elaborado. As provas coletadas indicam que um terceiro foi o responsável pela confecção do material. “Excelente, Hobert. Ficou padrão, cara. Parabenizo o teu camarada lá, o moleque”, diz Fernandes em uma mensagem de áudio.

Segundo a PF, a presença de manifestantes em frente a instalações militares era um fator-chave para a criação de um “ambiente propício” para a ruptura institucional.

“O grupo investigado, liderado por Jair Bolsonaro, à época presidente da República, criou, desenvolveu e disseminou a narrativa falsa da existência de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação do País desde o ano de 2019, com o objetivo de sedimentar na população a falsa realidade de fraude eleitoral”, diz o relatório ao indiciar o ex-mandatário. Incitados por essa falsa realidade, segundo a PF, os seguidores seriam estimulados a “‘resistirem’ na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o golpe de Estado”.

Em entrevista no Aeroporto de Brasília na segunda-feira (25), Jair Bolsonaro rechaçou que tenha cogitado dar um golpe e disse que, após a derrota eleitoral, pensou nas “medidas possíveis”, mas “dentro das quatro linhas”. “Ninguém vai dar golpe com um general da reserva e meia dúzia de oficiais. Da minha parte nunca houve discussão de golpe”, afirmou.

O advogado Raul Livino, responsável pela defesa de Mário Fernandes, afirmou à reportagem que ainda não teve acesso ao inquérito e que considera a prisão cautelar do general despropositada. A reportagem não localizou a defesa de George Hobert Lisboa.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

G7 reconhece vitória de Edmundo González nas eleições da Venezuela e Caracas responde

O comunicado venezuelano acusou o G7 de agir como "árbitro da democracia global" enquanto, segundo Caracas, encobre seus próprios problemas internos

Edmundo González (à esq.) e Nicolás Maduro (Foto: Reuters I Divulgação)

O governo da Venezuela repudiou de forma "categórica" o posicionamento do G7 sobre o processo eleitoral do país, considerando-o uma "atitude intervencionista e arrogante", informa o RT. A reação foi expressa em um comunicado divulgado nesta terça-feira (27) pelo chanceler venezuelano, Yván Gil, em seu canal no Telegram.

O G7, grupo formado por Estados Unidos, Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido, havia declarado, durante reunião de ministros das Relações Exteriores em Fiuggi-Anagni, na Itália, que “o povo venezuelano tomou uma decisão clara nas urnas em 28 de julho, apoiando Edmundo González Urrutia com uma maioria significativa”. No entanto, segundo Caracas, essa declaração contradiz os resultados oficiais anunciados pelas autoridades eleitorais, que apontaram a reeleição de Nicolás Maduro com 51,95% dos votos

Além disso, o G7 afirmou que continuará apoiando esforços regionais para facilitar uma "transição democrática e pacífica" na Venezuela, respeitando a suposta vontade popular. Essa posição foi classificada pelo governo venezuelano como uma tentativa de deslegitimar o resultado oficial e preparar terreno para a instalação de um governo paralelo.

Em um tom contundente, o comunicado venezuelano acusou o G7 de agir como "árbitro da democracia global" enquanto, segundo Caracas, encobre seus próprios problemas internos. “Esses países apoiam genocídios e estimulam a propagação de ideologias nazistas e fascistas na Europa e no mundo”, afirma o documento.

O governo venezuelano também criticou o histórico de interferências externas no país, relembrando o reconhecimento, em 2019, do ex-deputado Juan Guaidó como "presidente interino". Segundo a nota, essa foi uma das ações mais "estrondosamente ridículas" já realizadas por essas nações. Agora, acrescenta o texto, tenta-se repetir a estratégia com Edmundo González Urrutia como figura central de uma nova tentativa de desestabilização.

“Advertimos aos países do G7 que essa atitude intervencionista e arrogante não ficará sem resposta. A Venezuela procederá à revisão integral de suas relações com cada um dos governos que compõem este grupo, porque o respeito à soberania nacional não é negociável”, destaca o comunicado.

Fonte: Brasil 247 com RT

“Muito dinheiro na mão de poucos significa concentração de miséria", diz Lula

Para o presidente, a distribuição equitativa de renda promoveria a melhora da qualidade de vida da população

Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou nesta quarta-feira (27) o desempenho econômico do Brasil, que superou as projeções feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Durante a abertura do Encontro Nacional da Indústria, Lula reforçou a importância da distribuição de riquezas como um motor para o crescimento econômico e social do país.

“As perspectivas de crescimento do Brasil eram as mais pessimistas possíveis. Em janeiro de 2023, fui a Hiroshima na reunião do G7 e, no encontro com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, ela disse que o Brasil não passaria de 0,8% de crescimento do PIB. Aos poucos, fomos preparando o Brasil para surpreender o mundo e também muitas pessoas aqui dentro do país, e a economia cresceu 2,9%”, declarou.

Para o presidente, a concentração de riqueza nas mãos de poucos agrava os problemas sociais, enquanto a distribuição equitativa de renda promoveria a melhora da qualidade de vida da população.

“Muito dinheiro na mão de poucos significa concentração de miséria, analfabetismo, desnutrição, desemprego, significa tudo o que não presta. Ao contrário, muito dinheiro na mão de muitos significa o desenvolvimento mais equânime de uma sociedade”, disse. “O dinheiro precisa circular nas mãos de muito mais gente para que possa significar crescimento econômico, distribuição de riqueza e melhoria na qualidade de vida das pessoas.”

Fonte: Brasil 247

Estratégia de defesa de Bolsonaro não se sustenta diante das apurações, avalia PF

Advogados do ex-presidente afirmam que ele discutiu apenas opções previstas na Constituição

Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

 A Polícia Federal avalia que a estratégia de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não se sustenta diante do relatório final da corporação sobre o inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022, informa o g1. Os advogados e Bolsonaro têm defendido a tese de que tudo o que foi discutido por ele estava previsto na Constituição, mais precisamente no artigo 142, que estabelece as Forças Armadas como poder moderador.

Além disso, a defesa afirma que não existem provas de que o ex-presidente tenha assinado a minuta golpista e que o documento tratava de saídas previstas na Constituição. O próprio Bolsonaro tem verbalizado esse discurso, afirmando que tentou agir “dentro das quatro linhas”.

No entanto, na visão dos investigadores, a defesa de Bolsonaro está deixando de lado tudo o que aconteceu durante o governo e após ele. As apurações apontam que o ex-presidente e aliados elaboraram um roteiro que resultaria em um “golpe legal”, criando fatos para justificar uma intervenção militar.

Para acionar o artigo 142, a PF aponta que o governo Bolsonaro atuou para descredibilizar as eleições e as urnas eletrônicas, procurando forjar fraudes nas eleições que justificariam a anulação das eleições, a substituição dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a convocação de novas eleições. Como esse movimento não deu certo, os bolsonaristas foram para o “plano B”, que era criar um clima de caos no Brasil.

Essa alternativa tinha como base as manifestações bolsonaristas em frente aos quartéis, os atos de vandalismo em Brasília no dia da diplomação do presidente Lula e a explosão fracassada de um caminhão tanque de combustível no aeroporto de Brasília. A última tentativa foram os atos golpistas de 8 de janeiro, já com Lula no poder. Esses movimentos também buscavam uma intervenção militar com base em uma interpretação equivocada do artigo 142.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Eleições 2026: Lula lidera em cenários contra Michelle, Tarcísio e governadores, diz Paraná Pesquisas

O levantamento foi realizado com 2.014 eleitores de 86 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal

16.11.2024 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o Festival de Cultura “Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza”, no Rio de Janeiro - RJ (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Um levantamento do instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta quarta-feira, 27, revela que, se as eleições presidenciais de 2026 ocorressem hoje — sem a candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível — o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva lideraria todos os cenários, vencendo qualquer um dos possíveis adversários ao Palácio do Planalto, informa a Veja.

No cenário mais provável com Michelle Bolsonaro (PL) representando a direita, Lula ficaria com 34,2% do eleitorado, superando a ex-primeira-dama, que teria 27,5%. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

A pesquisa também apontou as intenções de voto para outros possíveis concorrentes. O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), ficaria com 10,2% dos votos, enquanto a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), teria 8,2%. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), marcaria 6,4%.

Nos cenários em que o bolsonarismo é representado por governadores do atual cenário político, Lula também se sairia vitorioso. Com Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa, o governador de São Paulo perderia para o petista por 34,7% contra 24,1% das intenções de voto. Caso o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), fosse o candidato, Lula venceria por 34,4%, enquanto Ratinho ficaria com 15,3%. Já o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), obteria apenas 12,2%, empatando tecnicamente com Ciro Gomes, que alcançaria 13,4% das intenções de voto.

O levantamento foi realizado com 2.014 eleitores de 86 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal. A margem de erro para o total da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, com grau de confiança de 95%.

Fonte: Brasil 247 com informações da revista Veja

Sindicatos: decisão comprova que reforma trabalhista retirou direitos

TST decidiu que empresas não são obrigadas a manter benefícios trabalhistas que foram extintos pela reforma, mesmo em contratos firmados antes de 2017

(Foto: TST/Divulgação)

Agência Brasil - Sindicatos de trabalhadores vão recorrer da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), tomada segunda-feira (25), sobre o marco temporal da reforma trabalhista. O TST decidiu que a reforma, aprovada em 2017, deve ser aplicada mesmo em contratos que estavam em curso antes da vigência da lei que regulamentou as mudanças.A decisão do tribunal confirma que as empresas não são obrigadas a manter benefícios trabalhistas que foram extintos pela reforma, como o pagamento de horas pelo deslocamento dos trabalhadores até o local de trabalho (horas in itinere) mesmo em contratos firmados antes de 2017.

Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a decisão, que será questionada no próprio TST pela entidade, mostra que a reforma trabalhista retirou direitos dos empregados. “O julgamento evidencia a falácia amplamente divulgada no momento da edição da lei, de que a dita reforma trabalhista não retiraria direitos dos trabalhadores”, destacou o advogado da CUT Ricardo Carneiro.

“[O julgamento] não só retirou direitos, como ofendeu normas legais, constitucionais e pactos internacionais ratificados pelo Brasil, no sentido da impossibilidade do retrocesso social”, acrescentou.

Conforme a tese vencedora do julgamento, elaborada pelo relator, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, a reforma tem aplicação imediata aos contratos trabalhistas que estavam em vigor. A decisão deverá ser aplicada a todos os processos semelhantes que estão em tramitação na Justiça do Trabalho no país.

“A decisão tomada infelizmente só favorece os empregadores, tirando dos trabalhadores o direito que tinham já garantido por acordo ou convenção anteriormente à reforma. [A decisão] significa dinheiro no bolso do patrão e menos no bolso do trabalhador, por isso é muito ruim”, ressaltou o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Carlos da Silva Dias.

Votaram com o relator da ação no TST os ministros Vieira de Mello Filho (corregedor-geral da Justiça do Trabalho), Ives Gandra Martins Filho, Caputo Bastos, Agra Belmonte, Douglas Alencar Rodrigues, Breno Medeiros, Alexandre Ramos, Dezena da Silva, Evandro Valadão, Amaury Rodrigues e Sergio Pinto Martins e as ministras Maria Cristina Peduzzi, Dora Maria da Costa e Morgana de Almeida Richa.

O ministro Mauricio Godinho Delgado, vice-presidente do TST, abriu divergência, por entender que os contratos de trabalho firmados antes da reforma deveriam permanecer sob as regras vigentes na época da celebração. Seguiram esse entendimento os ministros Augusto César, José Roberto Pimenta, Hugo Scheuermann, Cláudio Brandão e Alberto Balazeiro e as ministras Kátia Arruda, Delaíde Miranda Arantes, Maria Helena Mallmann e Liana Chaib.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Militares revelam ressentimento com Rogério Marinho por oposição ao golpe

Anotações apreendidas pela PF detalham frustração de ala militar bolsonarista com o senador, que buscava alternativa democrática para o retorno ao poder

Senador Rogério Marinho (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Anotações encontradas pela Polícia Federal (PF) em documentos relacionados ao delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revelaram ressentimentos de militares bolsonaristas com o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. De acordo com o portal Metrópoles, mensagens enviadas ao general Braga Netto mencionam o nome de Marinho em um contexto de decepção: “Ressentimento com a parte política da direita: Rogério Marinho”.

A ala militar radical do bolsonarismo teria se frustrado com a postura do senador, que, em dezembro de 2022, desaconselhou iniciativas que pudessem levar a uma ruptura democrática. Na ocasião, Marinho tentava convencer aliados do então presidente Jair Bolsonaro a buscar paciência para construir uma volta ao poder pela via eleitoral em 2026.

Ainda de acordo com a reportagem, Rogério Marinho argumentava que Bolsonaro tinha o apoio de “50% da população” e que o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrentaria dificuldades para governar, o que poderia abrir caminho para um retorno triunfal da direita ao Planalto. O senador também estava focado na articulação de sua candidatura à presidência do Senado, uma movimentação que contava com apoio de Bolsonaro. Contudo, Marinho foi derrotado por Rodrigo Pacheco (PSD) em janeiro de 2023.

A postura conciliatória do senador foi vista como uma traição por parte de militares que estariam envolvidos nas tramas investigadas pela PF. As anotações de Mauro Cid, feitas por um interlocutor próximo, foram apreendidas e incluíram outras declarações que reforçam o clima de tensão dentro do grupo.

Segundo o documento apreendido, Mauro Cid revelou questionamentos sobre figuras-chave do entorno bolsonarista, como o general Mario Fernandes, preso sob suspeita de planejar atentados contra o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Outras partes da mensagem destacam avaliações feitas sobre Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, descrito como tendo um “pensamento democrático de transparência das urnas”. A defesa de Braga Netto contrasta com a visão dos militares sobre Rogério Marinho, reforçando o distanciamento entre diferentes alas do grupo bolsonarista.

Rogério Marinho, que ocupou cargos de destaque no governo Bolsonaro, como secretário especial da Previdência e ministro do Desenvolvimento Regional, mantém sua posição como líder da oposição no Senado. Contudo, as revelações da PF expõem divisões internas no bolsonarismo, sobretudo entre militares e lideranças políticas que priorizam estratégias institucionais para o retorno ao poder.

O documento apreendido pela PF foi descrito como “grave” pelas autoridades. Segundo os investigadores, ele reforça as suspeitas sobre a existência de um plano golpista e ilustra os conflitos entre diferentes grupos que orbitavam o ex-presidente Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Entenda por que Zanin autorizou a ação da PF sobre corrupção no Judiciário

Ministro do STF determinou busca, apreensão e prisão preventiva para apurar esquema envolvendo venda de decisões judiciais e informações privilegiadas

Cristiano Zanin (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (26) uma série de diligências para investigar um suposto esquema de corrupção no Judiciário, envolvendo servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ), desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), advogados e empresários. A decisão atendeu a um pedido da Polícia Federal e incluiu medidas como busca e apreensão, afastamento de funções públicas, bloqueio de bens e até a prisão preventiva de um empresário acusado de intermediar as ações ilícitas.

As informações foram divulgadas pelo Supremo Tribunal Federal, que destacou que as investigações tiveram início a partir da análise do celular de um advogado morto em 2023, em Mato Grosso. As mensagens encontradas no aparelho apontaram possíveis relações entre desembargadores do TJ-MT e vantagens financeiras ilegais para favorecer julgamentos.

Segundo Cristiano Zanin, as provas até agora obtidas indicam um esquema de intermediação criminosa envolvendo advogados, empresários e servidores públicos. “Os diálogos e documentos colhidos descortinaram um esquema de intermediação envolvendo empresários e servidores do Poder Judiciário, demonstrando a materialidade e autoria de graves crimes”, destacou o ministro em sua decisão.

◉ Origem das investigações e novas descobertas

A investigação inicial, conduzida pela Corregedoria Nacional de Justiça, resultou na abertura de reclamações disciplinares contra dois desembargadores do TJ-MT. Posteriormente, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) trouxe indícios de movimentações financeiras suspeitas envolvendo pessoas com foro privilegiado no STF, o que transferiu a responsabilidade do caso ao Supremo.

Entre as ações autorizadas por Zanin estão o afastamento de dois desembargadores e um servidor do TJ-MT de suas funções, retenção de passaportes, bloqueio de bens e monitoramento eletrônico dos investigados. Além disso, o ministro determinou a prisão preventiva de um empresário apontado como peça-chave no esquema.

◉ Repercussões no Judiciário

Apesar da gravidade das acusações, até o momento não há indícios de envolvimento de magistrados de tribunais superiores no esquema. A decisão de Zanin, contudo, reforça a postura de tolerância zero com possíveis irregularidades dentro do sistema judiciário. O caso segue sob apuração, e novas revelações podem surgir à medida que as diligências se desdobram. Essa investigação lança luz sobre a necessidade de maior transparência e mecanismos de controle no Judiciário, um tema que promete gerar debates intensos nos próximos meses.

Fonte: Brasil 247

Depoimento de Mauro Cid leva PF a investigar novos indícios sobre trama golpista

Informações podem levar a novas investigações, mas um novo depoimento de Jair Bolsonaro não deve acontecer neste momento

Mauro Cid, Jair Bolsonaro e Polícia Federal (Foto: ABr | Reprodução)

A Polícia Federal está avaliando novos indícios apresentados pelo último depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), sobre a suposta tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mauro Cid foi ouvido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na terça-feira (21) para esclarecer omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal (PF) em depoimentos anteriores.

Embora o inquérito tenha sido concluído e o caso enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), fontes próximas à cúpula da força policial disseram à CNN Brasil que as novas informações podem levar a novas investigações. Uma fonte da PF, no entanto, descartou um novo depoimento de Bolsonaro neste momento.

Apesar do envio do caso para a PGR, a dúvida persiste sobre a continuidade das apurações. As fontes indicam que, uma vez entregue ao Ministério Público Federal, as investigações podem passar a ser de responsabilidade deste órgão, embora ainda haja um processo aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode interferir na dinâmica do caso.

As evidências reunidas até agora, segundo o relatório final do inquérito, são consideradas robustas. A Polícia Federal concluiu que o ex-mandatário "planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva" sobre os atos de uma organização criminosa que visava implementar um golpe no Brasil.

Entre as conclusões reveladas, destaca-se que Bolsonaro tinha pleno conhecimento de um plano para assassinar figuras políticas de destaque, como o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Além disso, a investigação revelou que havia uma data específica planejada para Bolsonaro assinar um decreto que formalizaria o golpe. Contudo, os comandantes do Exército e da Aeronáutica não aderiram à proposta, o que acabou por inviabilizar a concretização do plano golpista.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

PF deflagra Operação Não Seja um Laranja para coibir fraudes bancárias

Ação mobiliza sete estados e desarticula esquemas de “laranjas” usados por organizações criminosas

(Foto: Divulgação/PF)

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (27) a Operação Não Seja um Laranja 4, com o objetivo de desarticular esquemas de fraudes bancárias eletrônicas que têm vitimado milhares de cidadãos. Em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Associação Brasileira de Internet (Abranet) e a Zetta, a ação cumpriu 30 mandados de busca e apreensão em sete estados: Minas Gerais, Bahia, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. A operação faz parte da Força-Tarefa Tentáculos, que une esforços entre instituições bancárias e financeiras para combater atividades criminosas nesse setor.

Nos últimos anos, a Polícia Federal observou o aumento da participação consciente de indivíduos que “emprestam” suas contas bancárias para receber valores ilícitos em troca de pagamento, prática que facilita o funcionamento de esquemas fraudulentos. Esses “laranjas”, como são popularmente conhecidos, têm possibilitado crimes como lavagem de dinheiro, furto qualificado mediante fraude, uso de documentos falsos e associação criminosa. Somadas, as penas para esses delitos podem ultrapassar 20 anos de prisão.

A Polícia Federal reforça que emprestar contas para operações ilícitas não só constitui crime, mas também financia organizações criminosas, gerando prejuízos financeiros a milhares de brasileiros. A ação, que dá continuidade a operações nacionais realizadas em 2022 e 2023, alerta para os riscos do chamado “lucro fácil” e destaca a importância de coibir tais práticas para garantir maior segurança ao sistema bancário e digital no Brasil.

Fonte: Brasil 247

STF mantém prisão de Robinho por 9 votos a 2

Robinho cumpre pena na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo, desde março deste ano

Robinho (Foto: Reprodução/TV UOL)

 O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 9 votos a 2, manter a prisão do ex-jogador de futebol Robinho, condenado por estupro coletivo de uma mulher albanesa em Milão, em 2013, informa o Metrópoles. A decisão foi tomada em plenário virtual, com a maioria dos ministros rejeitando o pedido de soltura de defesa.

Robinho cumpre pena na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo, desde março deste ano, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a sentença de nove anos imposta pela Justiça italiana fosse cumprida no Brasil. O caso foi amplamente debatido no STF, com votos favoráveis à manutenção da prisão por ministros como Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Edson Fachin.

Em seu voto, a ministra Cármen Lúcia destacou a gravidade do crime e a necessidade de responsabilização. “A impunidade pela prática desses crimes é mais que um descaso, é um incentivo permanente à continuidade desse estado de coisas de desumanidade e cinismo”, afirmou. A ministra enfatizou a importância de proteger os direitos da vítima e reforçar a mensagem de que crimes de violência sexual não serão tolerados.

A decisão também teve apoio de outros nomes como Luís Roberto Barroso, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli votaram pela soltura de Robinho, mas ficaram em minoria.

O crime ocorreu em 2013, quando Robinho e outros homens abusaram de uma mulher em uma boate de Milão. O jogador foi condenado em 2017 pela Justiça italiana, mas conseguiu permanecer em liberdade até março de 2023, quando o STJ acatou o pedido de transferência de pena para o Brasil. A condenação foi baseada em mensagens de áudio e provas apresentadas ao tribunal europeu.

Robinho foi sentenciado a nove anos de prisão em regime fechado, pena que começou a cumprir neste ano.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Relatório da PF sobre participação de Bolsonaro em tentativa de golpe repercute na imprensa mundial

Revelações de "participação ativa" do ex-mandatário em uma tentativa de golpe de Estado estampam as manchetes da imprensa em vários países

Bolsonaro e Polícia Federal (Foto: Reuters)

RFI - As revelações de "participação ativa" do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, feitas pela Polícia Federal, estampam as manchetes da imprensa em vários países nesta quarta-feira (27), repercutindo em detalhes o relatório de 884 páginas da Polícia Federal, documento que complica a situação de Bolsonaro com a justiça no Brasil.

O jornal Le Monde destaca que "o ex-presidente brasileiro de extrema direita, Jair Bolsonaro, 'participou ativamente' de um projeto de golpe de Estado com o objetivo de impedir o retorno ao poder de seu sucessor de esquerda, Lula, após a eleição de 2022, segundo um relatório da polícia divulgado na terça-feira (26). O vespertino francês destaca ainda que "o ex-chefe de Estado (2019-2022) também tinha 'plena consciência' de um suposto plano de assassinato contra Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com o relatório de mais de 800 páginas".

"O documento pede a acusação formal de Bolsonaro e de outras 36 pessoas, em sua maioria militares. O relatório foi encaminhado ao Ministério Público, cabendo ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidir se dará continuidade às acusações ou não", detalha Le Monde, concluindo que "Jair Bolsonaro, 69, sempre afirmou sua inocência e declarou várias vezes ser vítima de uma 'perseguição política'" e que "segundo o relatório, o ex-chefe de Estado estava ciente da operação 'Punhal Verde', que tinha como objetivo assassinar Lula, seu vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, após o fracasso da tentativa de reeleição do líder de extrema direita".

◉ "Centenas de mensagens trocadas pelos envolvidos" - O site português Público titula na manchete que "Bolsonaro planejou o golpe e sabia do plano para matar Lula, segundo a polícia brasileira". "As provas demonstram 'de forma inequívoca' que Jair Bolsonaro esteve envolvido de forma direta nos planos para a concretização do golpe de Estado, segundo o relatório da Polícia Federal brasileira", explica o veículo.

Público sublinha ainda que "o resumo da investigação faz um relato pormenorizado do turbulento processo político desencadeado no Brasil após as eleições de 30 de outubro de 2022, em que Lula da Silva venceu Bolsonaro, então no poder, por uma margem magra de menos de dois pontos, num resultado não reconhecido pelo agora ex-presidente". "O relatório contém centenas de mensagens trocadas pelos envolvidos, além de áudios e imagens", detalha.

"Após as eleições, ocorreram bloqueios de estradas realizados por caminhoneiros, acampamentos de apoiadores de Bolsonaro em frente a quartéis pedindo uma intervenção militar, e graves tumultos em Brasília, incluindo uma tentativa de atentado a bomba nas proximidades do aeroporto da capital brasileira", contextualiza um dos principais sites portugueses. "O ataque em Brasília foi semelhante ao ocorrido nos Estados Unidos por partidários do então ex-Presidente, Donald Trump, derrotado nas urnas, antes da posse do atual chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, em 6 de janeiro de 2021", relata.

"[O relatório] apresenta um retrato assustador de como uma das maiores democracias do mundo esteve próxima de retornar ao regime autoritário". (The Guardian)

◉ Golpe seria apoiado por alto escalão militar no Brasil - O site do jornal britânico The Guardian repercute ainda que "o documento [da PF brasileira] alega que figuras militares de alto escalão no Brasil apoiaram um plano para tomar o poder após a derrota de Bolsonaro nas eleições". A publicação avalia ainda que "[o relatório] apresenta um retrato assustador de como uma das maiores democracias do mundo esteve próxima de retornar ao regime autoritário".

"O relatório da Polícia Federal - que The Guardian analisou - alega que o único motivo pelo qual Bolsonaro não assinou o decreto que bloqueia a transferência de poder foi o fato de os conspiradores não terem conseguido apoio suficiente da cúpula militar do Brasil", detalha um dos principais veículos do Reino Unido.

◉ Ecos da ditadura militar brasileira - The Guardian publica que "as revelações desta semana deixaram muitos cidadãos horrorizados e chocados em um país que só saiu de 21 anos de ditadura militar em 1985". "Vários dos acusados de fazer parte do plano de golpe pró-Bolsonaro de 2022 fizeram parte desse regime de 1964-85. Durante a década de 1970, o general Heleno foi assessor do general Sylvio Frota, um notório membro da linha dura do regime militar que esteve envolvido no golpe de 1964 que derrubou o presidente de esquerda do Brasil, João Goulart", diz o jornal.

Já o espanhol El País afirma: "as provas da conspiração golpista do Brasil: 'Bolsonaro planejou, agiu e teve controle dos atos'". "O juiz do caso divulga o relatório final com as provas da conspiração de um golpe contra Lula, no qual se baseia a acusação contra o ex-presidente e outras 36 pessoas", publica. "Bolsonaro e outros 36 homens, em sua maioria militares, são acusados de violação violenta do estado de Direito, entre outros crimes, por arquitetar um plano para impedir que Luiz Inácio Lula da Silva assumisse o lugar de Bolsonaro depois que o ultraconservador perdeu a eleição em 2022. Seus seguidores realizaram um ataque à sede dos três poderes do governo em janeiro de 2023", contextualiza o veículo espanhol.

◉ Tentativa de descredibilizar as urnas eletrônicas - [Bolsonaro] insistiu em questionar a segurança das urnas eletrônicas, embora nenhuma fraude em grande escala tenha sido detectada com esse sistema, que o Brasil usa há mais de 25 anos. (El País).

"Entre as provas usadas pelos investigadores contra Bolsonaro, duas reuniões se destacam. Uma foi com ministros em julho de 2022, três meses antes da eleição, na qual ele os incentivou a espalhar falsidades sobre a segurança do sistema de votação e supostas fraudes. A outra reunião foi em dezembro, quando Lula já havia vencido e estava se preparando para tomar posse no dia de Ano Novo", detalha El País. O diário destaca que "a polícia alega que o plano golpista de Bolsonaro começou quando ele assumiu o cargo e insistiu em questionar a segurança das urnas eletrônicas, embora nenhuma fraude em grande escala tenha sido detectada com esse sistema, que o Brasil usa há mais de 25 anos".

◉ "Um golpe evitado por pouco" - "No final, o golpe não aconteceu, porque o exército estava dividido sobre a questão: enquanto a Marinha estava pronta para ir em frente, os chefes do Estado-Maior do Exército e da Força Aérea se recusaram a participar da tentativa de golpe e mostraram sua lealdade", relata o correspondente da RFI em São Paulo, Martin Bernard.

O site Al Jazeera destaca ainda que "na segunda-feira (26), a Associated Press obteve as gravações de áudio, que datam das semanas que antecederam a posse de Lula no final de 2022. Nas 53 gravações, alguns oficiais militares podem ser ouvidos expressando seu desejo de impedir que Lula assuma o cargo".

"Uma das gravações apresenta o Coronel Roberto Raimundo Criscuoli, ex-subcomandante das forças especiais do exército. Ele diz ao general de brigada aposentado Mario Fernandes - que, na época, era o segundo em comando do secretário-geral da presidência - que Bolsonaro tinha uma escolha 'clara' sobre como responder à eleição", publica a Al Jazeera.

◉ O extremismo de direita no Brasil: "radicalismo antidemocrático" - Sobre as revelações da PF, o coordenador do Observatório da Extrema Direita da Universidade Federal de Juiz de Fora, Odilon Caldeira Jr. ouvido pela RFI observa que talvez esse seja o evento importante para discutir a amplitude do problema do extremismo de direita no Brasil.

"O caso de Bolsonaro é, sem dúvida alguma, um expoente. Mas a construção desta viabilidade política de Bolsonaro e do bolsonarismo envolveu esforços institucionais, um alto grau de impregnação da politização em setores institucionais da democracia brasileira e, sobretudo, das Forças Armadas", argumenta.

O especialista acredita que "esse círculo é muito mais ampliado, envolve, sem dúvida, um problema das instituições da democracia brasileira, envolve efetivamente um problema que diz respeito inclusive às questões da transição democrática da última ditadura civil militar brasileira até essa atual".

Odilon Caldeira Jr. diz que a revelação da Polícia Federal brasileira é um evento sem precedentes dos pontos de vista jurídico, político e também moral. "Efetivamente essas acusações demonstram o grau da intensidade do radicalismo e do caráter antidemocrático de Bolsonaro e daqueles também que lhe dão sustentação", conclui o pesquisador.

Fonte: Brasil 247 com informações do site RFI

PF: Lula foi monitorado por dois meses pelos 'kids pretos'

Segundo investigadores, o monitoramento começou por volta de novembro de 2022

Presidente Lula (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Luiz Claudio Ferreira - Repórter da Agência Brasil

A investigação da Polícia Federal sobre suposta trama golpista contra a democracia no Brasil concluiu que houve ações, nos meses de novembro e dezembro de 2022, para monitorar o movimento do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Agentes do Estado, conhecidos como “kids pretos”, faziam observações especialmente sobre Lula nas proximidades do hotel Meliá, em Brasília, local em que ele esteve hospedado durante o período de transição de governo.

O inquérito evidencia que há registros das presenças de dois investigados, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima e o capitão Lucas Guerellus nas proximidades do hotel.

Segundo o inquérito, o policial federal Wladimir Matos Soares, que foi indiciado e preso, aderiu aos ideais golpistas. Uma de suas ações era repassar “informações sensíveis sobre a estrutura de segurança do presidente eleito”, aponta a investigação.

Planejamento de assassinatos

A respeito do monitoramento, o planejamento da operação golpista Punhal Verde Amarelo incluía a possibilidade de assassinato dos integrantes da chapa presidencial eleita. Lula recebeu o codinome de “Jeca” e Geraldo Alckmin, de “Joca”.

Uma informação ressaltada no inquérito é que o policial federal Wladimir Matos Soares se infiltrou na segurança de Lula para obter informações sobre o presidente eleito. “Conforme demonstrado, Wladimir passou os dados para o segurança pessoal do então presidente Jair Bolsonaro, que estava naquele momento empenhado para consumação do golpe de Estado, tentando obter o apoio das Forças Armadas”, aponta a investigação.

Em relação a isso, o policial teria até enviado imagem do delegado de Polícia Federal Cleyber Malta Lopes. “O mencionado Delegado atuou como o Coordenador de Execução da operação da Polícia Federal que atuou na segurança da cerimônia de posse do presidente da República”. O inquérito recorda que no dia 20 de dezembro de 2022, após receber duas mensagens que foram apagadas pelo assessor de Bolsonaro Sérgio Cordeiro, Wladimir escreveu: “Estou pronto!”.

A investigação ainda acrescentou que o planejamento golpista Punhal Verde Amarelo tinha como uma das possibilidades assassinar o então candidato eleito por envenenamento ou uso de químicos “para causar um colapso orgânico”.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

'Em nenhum momento", diz Marinha sobre tanques terem ficado à disposição de golpistas

Mensagens obtidas pela PF apontam que o então comandante da Força Naval, almirante Almir Garnier, teria participado da trama golpista

Almir Garnier Santos e Jair Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Marinha do Brasil reagiu às alegações contidas em mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF), nas quais se aponta que o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria se alinhado a um plano golpista articulado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). As mensagens indicam que Garnier teria afirmado que "tinham tanques no Arsenal prontos", sugerindo uma preparação militar para apoiar o intento de Bolsonaro de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022.

Segundo o jornal O Globo, a Marinha afirmou, por meio de nota, que “em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para a execução de ações que tentassem abolir o Estado Democrático de Direito”. A Força reiterou que a prontidão de seus meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais não foi e não será desviada para ações que busquem restringir os Poderes Constitucionais.

“A Marinha do Brasil encontra-se à disposição dos órgãos competentes para prestar as informações que se fizerem necessárias para o inteiro esclarecimento dos fatos, reiterando o compromisso com a verdade e com a justiça”, declarou a instituição, de acordo com a reportagem.

O caso teve início com a circulação de mensagens entre envolvidos no movimento golpista, incluindo o tenente-coronel da reserva Sergio Cavaliere e um contato identificado apenas como "Riva". Este último descreveu Garnier como um “PATRIOTA” e afirmou que tanques estavam prontos no Arsenal. Em resposta, o interlocutor sugeriu que Bolsonaro deveria ter agido de forma mais decisiva com a Marinha, já que, caso isso tivesse ocorrido, “o Exército e a Aeronáutica iriam atrás”.

A PF, por sua vez, sustentou que as mensagens indicam a adesão de Garnier ao plano de Bolsonaro, que visava reverter os resultados eleitorais. A investigação aponta que, embora Garnier tenha se mostrado favorável à proposta, o plano não seguiu em frente devido à discordância dos então comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Junior.

Em janeiro de 2023, Cavaliere enviou a conversa ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, questionando a veracidade das informações. Em resposta, Cid minimizou a situação, afirmando que “a história não foi bem assim”, gravando um áudio que posteriormente apagou.

Almir Garnier, ao ser interrogado pela PF em março, decidiu exercer o direito ao silêncio.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo