quarta-feira, 27 de novembro de 2024

“Muito dinheiro na mão de poucos significa concentração de miséria", diz Lula

Para o presidente, a distribuição equitativa de renda promoveria a melhora da qualidade de vida da população

Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou nesta quarta-feira (27) o desempenho econômico do Brasil, que superou as projeções feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Durante a abertura do Encontro Nacional da Indústria, Lula reforçou a importância da distribuição de riquezas como um motor para o crescimento econômico e social do país.

“As perspectivas de crescimento do Brasil eram as mais pessimistas possíveis. Em janeiro de 2023, fui a Hiroshima na reunião do G7 e, no encontro com a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, ela disse que o Brasil não passaria de 0,8% de crescimento do PIB. Aos poucos, fomos preparando o Brasil para surpreender o mundo e também muitas pessoas aqui dentro do país, e a economia cresceu 2,9%”, declarou.

Para o presidente, a concentração de riqueza nas mãos de poucos agrava os problemas sociais, enquanto a distribuição equitativa de renda promoveria a melhora da qualidade de vida da população.

“Muito dinheiro na mão de poucos significa concentração de miséria, analfabetismo, desnutrição, desemprego, significa tudo o que não presta. Ao contrário, muito dinheiro na mão de muitos significa o desenvolvimento mais equânime de uma sociedade”, disse. “O dinheiro precisa circular nas mãos de muito mais gente para que possa significar crescimento econômico, distribuição de riqueza e melhoria na qualidade de vida das pessoas.”

Fonte: Brasil 247

Estratégia de defesa de Bolsonaro não se sustenta diante das apurações, avalia PF

Advogados do ex-presidente afirmam que ele discutiu apenas opções previstas na Constituição

Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

 A Polícia Federal avalia que a estratégia de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não se sustenta diante do relatório final da corporação sobre o inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022, informa o g1. Os advogados e Bolsonaro têm defendido a tese de que tudo o que foi discutido por ele estava previsto na Constituição, mais precisamente no artigo 142, que estabelece as Forças Armadas como poder moderador.

Além disso, a defesa afirma que não existem provas de que o ex-presidente tenha assinado a minuta golpista e que o documento tratava de saídas previstas na Constituição. O próprio Bolsonaro tem verbalizado esse discurso, afirmando que tentou agir “dentro das quatro linhas”.

No entanto, na visão dos investigadores, a defesa de Bolsonaro está deixando de lado tudo o que aconteceu durante o governo e após ele. As apurações apontam que o ex-presidente e aliados elaboraram um roteiro que resultaria em um “golpe legal”, criando fatos para justificar uma intervenção militar.

Para acionar o artigo 142, a PF aponta que o governo Bolsonaro atuou para descredibilizar as eleições e as urnas eletrônicas, procurando forjar fraudes nas eleições que justificariam a anulação das eleições, a substituição dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a convocação de novas eleições. Como esse movimento não deu certo, os bolsonaristas foram para o “plano B”, que era criar um clima de caos no Brasil.

Essa alternativa tinha como base as manifestações bolsonaristas em frente aos quartéis, os atos de vandalismo em Brasília no dia da diplomação do presidente Lula e a explosão fracassada de um caminhão tanque de combustível no aeroporto de Brasília. A última tentativa foram os atos golpistas de 8 de janeiro, já com Lula no poder. Esses movimentos também buscavam uma intervenção militar com base em uma interpretação equivocada do artigo 142.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Eleições 2026: Lula lidera em cenários contra Michelle, Tarcísio e governadores, diz Paraná Pesquisas

O levantamento foi realizado com 2.014 eleitores de 86 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal

16.11.2024 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o Festival de Cultura “Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza”, no Rio de Janeiro - RJ (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Um levantamento do instituto Paraná Pesquisas, divulgado nesta quarta-feira, 27, revela que, se as eleições presidenciais de 2026 ocorressem hoje — sem a candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível — o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva lideraria todos os cenários, vencendo qualquer um dos possíveis adversários ao Palácio do Planalto, informa a Veja.

No cenário mais provável com Michelle Bolsonaro (PL) representando a direita, Lula ficaria com 34,2% do eleitorado, superando a ex-primeira-dama, que teria 27,5%. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

A pesquisa também apontou as intenções de voto para outros possíveis concorrentes. O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), ficaria com 10,2% dos votos, enquanto a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), teria 8,2%. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), marcaria 6,4%.

Nos cenários em que o bolsonarismo é representado por governadores do atual cenário político, Lula também se sairia vitorioso. Com Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa, o governador de São Paulo perderia para o petista por 34,7% contra 24,1% das intenções de voto. Caso o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), fosse o candidato, Lula venceria por 34,4%, enquanto Ratinho ficaria com 15,3%. Já o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), obteria apenas 12,2%, empatando tecnicamente com Ciro Gomes, que alcançaria 13,4% das intenções de voto.

O levantamento foi realizado com 2.014 eleitores de 86 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal. A margem de erro para o total da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, com grau de confiança de 95%.

Fonte: Brasil 247 com informações da revista Veja

Sindicatos: decisão comprova que reforma trabalhista retirou direitos

TST decidiu que empresas não são obrigadas a manter benefícios trabalhistas que foram extintos pela reforma, mesmo em contratos firmados antes de 2017

(Foto: TST/Divulgação)

Agência Brasil - Sindicatos de trabalhadores vão recorrer da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), tomada segunda-feira (25), sobre o marco temporal da reforma trabalhista. O TST decidiu que a reforma, aprovada em 2017, deve ser aplicada mesmo em contratos que estavam em curso antes da vigência da lei que regulamentou as mudanças.A decisão do tribunal confirma que as empresas não são obrigadas a manter benefícios trabalhistas que foram extintos pela reforma, como o pagamento de horas pelo deslocamento dos trabalhadores até o local de trabalho (horas in itinere) mesmo em contratos firmados antes de 2017.

Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a decisão, que será questionada no próprio TST pela entidade, mostra que a reforma trabalhista retirou direitos dos empregados. “O julgamento evidencia a falácia amplamente divulgada no momento da edição da lei, de que a dita reforma trabalhista não retiraria direitos dos trabalhadores”, destacou o advogado da CUT Ricardo Carneiro.

“[O julgamento] não só retirou direitos, como ofendeu normas legais, constitucionais e pactos internacionais ratificados pelo Brasil, no sentido da impossibilidade do retrocesso social”, acrescentou.

Conforme a tese vencedora do julgamento, elaborada pelo relator, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, a reforma tem aplicação imediata aos contratos trabalhistas que estavam em vigor. A decisão deverá ser aplicada a todos os processos semelhantes que estão em tramitação na Justiça do Trabalho no país.

“A decisão tomada infelizmente só favorece os empregadores, tirando dos trabalhadores o direito que tinham já garantido por acordo ou convenção anteriormente à reforma. [A decisão] significa dinheiro no bolso do patrão e menos no bolso do trabalhador, por isso é muito ruim”, ressaltou o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Carlos da Silva Dias.

Votaram com o relator da ação no TST os ministros Vieira de Mello Filho (corregedor-geral da Justiça do Trabalho), Ives Gandra Martins Filho, Caputo Bastos, Agra Belmonte, Douglas Alencar Rodrigues, Breno Medeiros, Alexandre Ramos, Dezena da Silva, Evandro Valadão, Amaury Rodrigues e Sergio Pinto Martins e as ministras Maria Cristina Peduzzi, Dora Maria da Costa e Morgana de Almeida Richa.

O ministro Mauricio Godinho Delgado, vice-presidente do TST, abriu divergência, por entender que os contratos de trabalho firmados antes da reforma deveriam permanecer sob as regras vigentes na época da celebração. Seguiram esse entendimento os ministros Augusto César, José Roberto Pimenta, Hugo Scheuermann, Cláudio Brandão e Alberto Balazeiro e as ministras Kátia Arruda, Delaíde Miranda Arantes, Maria Helena Mallmann e Liana Chaib.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Militares revelam ressentimento com Rogério Marinho por oposição ao golpe

Anotações apreendidas pela PF detalham frustração de ala militar bolsonarista com o senador, que buscava alternativa democrática para o retorno ao poder

Senador Rogério Marinho (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Anotações encontradas pela Polícia Federal (PF) em documentos relacionados ao delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revelaram ressentimentos de militares bolsonaristas com o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. De acordo com o portal Metrópoles, mensagens enviadas ao general Braga Netto mencionam o nome de Marinho em um contexto de decepção: “Ressentimento com a parte política da direita: Rogério Marinho”.

A ala militar radical do bolsonarismo teria se frustrado com a postura do senador, que, em dezembro de 2022, desaconselhou iniciativas que pudessem levar a uma ruptura democrática. Na ocasião, Marinho tentava convencer aliados do então presidente Jair Bolsonaro a buscar paciência para construir uma volta ao poder pela via eleitoral em 2026.

Ainda de acordo com a reportagem, Rogério Marinho argumentava que Bolsonaro tinha o apoio de “50% da população” e que o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrentaria dificuldades para governar, o que poderia abrir caminho para um retorno triunfal da direita ao Planalto. O senador também estava focado na articulação de sua candidatura à presidência do Senado, uma movimentação que contava com apoio de Bolsonaro. Contudo, Marinho foi derrotado por Rodrigo Pacheco (PSD) em janeiro de 2023.

A postura conciliatória do senador foi vista como uma traição por parte de militares que estariam envolvidos nas tramas investigadas pela PF. As anotações de Mauro Cid, feitas por um interlocutor próximo, foram apreendidas e incluíram outras declarações que reforçam o clima de tensão dentro do grupo.

Segundo o documento apreendido, Mauro Cid revelou questionamentos sobre figuras-chave do entorno bolsonarista, como o general Mario Fernandes, preso sob suspeita de planejar atentados contra o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Outras partes da mensagem destacam avaliações feitas sobre Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, descrito como tendo um “pensamento democrático de transparência das urnas”. A defesa de Braga Netto contrasta com a visão dos militares sobre Rogério Marinho, reforçando o distanciamento entre diferentes alas do grupo bolsonarista.

Rogério Marinho, que ocupou cargos de destaque no governo Bolsonaro, como secretário especial da Previdência e ministro do Desenvolvimento Regional, mantém sua posição como líder da oposição no Senado. Contudo, as revelações da PF expõem divisões internas no bolsonarismo, sobretudo entre militares e lideranças políticas que priorizam estratégias institucionais para o retorno ao poder.

O documento apreendido pela PF foi descrito como “grave” pelas autoridades. Segundo os investigadores, ele reforça as suspeitas sobre a existência de um plano golpista e ilustra os conflitos entre diferentes grupos que orbitavam o ex-presidente Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Entenda por que Zanin autorizou a ação da PF sobre corrupção no Judiciário

Ministro do STF determinou busca, apreensão e prisão preventiva para apurar esquema envolvendo venda de decisões judiciais e informações privilegiadas

Cristiano Zanin (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (26) uma série de diligências para investigar um suposto esquema de corrupção no Judiciário, envolvendo servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ), desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), advogados e empresários. A decisão atendeu a um pedido da Polícia Federal e incluiu medidas como busca e apreensão, afastamento de funções públicas, bloqueio de bens e até a prisão preventiva de um empresário acusado de intermediar as ações ilícitas.

As informações foram divulgadas pelo Supremo Tribunal Federal, que destacou que as investigações tiveram início a partir da análise do celular de um advogado morto em 2023, em Mato Grosso. As mensagens encontradas no aparelho apontaram possíveis relações entre desembargadores do TJ-MT e vantagens financeiras ilegais para favorecer julgamentos.

Segundo Cristiano Zanin, as provas até agora obtidas indicam um esquema de intermediação criminosa envolvendo advogados, empresários e servidores públicos. “Os diálogos e documentos colhidos descortinaram um esquema de intermediação envolvendo empresários e servidores do Poder Judiciário, demonstrando a materialidade e autoria de graves crimes”, destacou o ministro em sua decisão.

◉ Origem das investigações e novas descobertas

A investigação inicial, conduzida pela Corregedoria Nacional de Justiça, resultou na abertura de reclamações disciplinares contra dois desembargadores do TJ-MT. Posteriormente, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) trouxe indícios de movimentações financeiras suspeitas envolvendo pessoas com foro privilegiado no STF, o que transferiu a responsabilidade do caso ao Supremo.

Entre as ações autorizadas por Zanin estão o afastamento de dois desembargadores e um servidor do TJ-MT de suas funções, retenção de passaportes, bloqueio de bens e monitoramento eletrônico dos investigados. Além disso, o ministro determinou a prisão preventiva de um empresário apontado como peça-chave no esquema.

◉ Repercussões no Judiciário

Apesar da gravidade das acusações, até o momento não há indícios de envolvimento de magistrados de tribunais superiores no esquema. A decisão de Zanin, contudo, reforça a postura de tolerância zero com possíveis irregularidades dentro do sistema judiciário. O caso segue sob apuração, e novas revelações podem surgir à medida que as diligências se desdobram. Essa investigação lança luz sobre a necessidade de maior transparência e mecanismos de controle no Judiciário, um tema que promete gerar debates intensos nos próximos meses.

Fonte: Brasil 247

Depoimento de Mauro Cid leva PF a investigar novos indícios sobre trama golpista

Informações podem levar a novas investigações, mas um novo depoimento de Jair Bolsonaro não deve acontecer neste momento

Mauro Cid, Jair Bolsonaro e Polícia Federal (Foto: ABr | Reprodução)

A Polícia Federal está avaliando novos indícios apresentados pelo último depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), sobre a suposta tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mauro Cid foi ouvido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na terça-feira (21) para esclarecer omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal (PF) em depoimentos anteriores.

Embora o inquérito tenha sido concluído e o caso enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), fontes próximas à cúpula da força policial disseram à CNN Brasil que as novas informações podem levar a novas investigações. Uma fonte da PF, no entanto, descartou um novo depoimento de Bolsonaro neste momento.

Apesar do envio do caso para a PGR, a dúvida persiste sobre a continuidade das apurações. As fontes indicam que, uma vez entregue ao Ministério Público Federal, as investigações podem passar a ser de responsabilidade deste órgão, embora ainda haja um processo aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode interferir na dinâmica do caso.

As evidências reunidas até agora, segundo o relatório final do inquérito, são consideradas robustas. A Polícia Federal concluiu que o ex-mandatário "planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva" sobre os atos de uma organização criminosa que visava implementar um golpe no Brasil.

Entre as conclusões reveladas, destaca-se que Bolsonaro tinha pleno conhecimento de um plano para assassinar figuras políticas de destaque, como o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Além disso, a investigação revelou que havia uma data específica planejada para Bolsonaro assinar um decreto que formalizaria o golpe. Contudo, os comandantes do Exército e da Aeronáutica não aderiram à proposta, o que acabou por inviabilizar a concretização do plano golpista.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

PF deflagra Operação Não Seja um Laranja para coibir fraudes bancárias

Ação mobiliza sete estados e desarticula esquemas de “laranjas” usados por organizações criminosas

(Foto: Divulgação/PF)

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (27) a Operação Não Seja um Laranja 4, com o objetivo de desarticular esquemas de fraudes bancárias eletrônicas que têm vitimado milhares de cidadãos. Em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Associação Brasileira de Internet (Abranet) e a Zetta, a ação cumpriu 30 mandados de busca e apreensão em sete estados: Minas Gerais, Bahia, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. A operação faz parte da Força-Tarefa Tentáculos, que une esforços entre instituições bancárias e financeiras para combater atividades criminosas nesse setor.

Nos últimos anos, a Polícia Federal observou o aumento da participação consciente de indivíduos que “emprestam” suas contas bancárias para receber valores ilícitos em troca de pagamento, prática que facilita o funcionamento de esquemas fraudulentos. Esses “laranjas”, como são popularmente conhecidos, têm possibilitado crimes como lavagem de dinheiro, furto qualificado mediante fraude, uso de documentos falsos e associação criminosa. Somadas, as penas para esses delitos podem ultrapassar 20 anos de prisão.

A Polícia Federal reforça que emprestar contas para operações ilícitas não só constitui crime, mas também financia organizações criminosas, gerando prejuízos financeiros a milhares de brasileiros. A ação, que dá continuidade a operações nacionais realizadas em 2022 e 2023, alerta para os riscos do chamado “lucro fácil” e destaca a importância de coibir tais práticas para garantir maior segurança ao sistema bancário e digital no Brasil.

Fonte: Brasil 247

STF mantém prisão de Robinho por 9 votos a 2

Robinho cumpre pena na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo, desde março deste ano

Robinho (Foto: Reprodução/TV UOL)

 O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 9 votos a 2, manter a prisão do ex-jogador de futebol Robinho, condenado por estupro coletivo de uma mulher albanesa em Milão, em 2013, informa o Metrópoles. A decisão foi tomada em plenário virtual, com a maioria dos ministros rejeitando o pedido de soltura de defesa.

Robinho cumpre pena na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo, desde março deste ano, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a sentença de nove anos imposta pela Justiça italiana fosse cumprida no Brasil. O caso foi amplamente debatido no STF, com votos favoráveis à manutenção da prisão por ministros como Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Edson Fachin.

Em seu voto, a ministra Cármen Lúcia destacou a gravidade do crime e a necessidade de responsabilização. “A impunidade pela prática desses crimes é mais que um descaso, é um incentivo permanente à continuidade desse estado de coisas de desumanidade e cinismo”, afirmou. A ministra enfatizou a importância de proteger os direitos da vítima e reforçar a mensagem de que crimes de violência sexual não serão tolerados.

A decisão também teve apoio de outros nomes como Luís Roberto Barroso, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli votaram pela soltura de Robinho, mas ficaram em minoria.

O crime ocorreu em 2013, quando Robinho e outros homens abusaram de uma mulher em uma boate de Milão. O jogador foi condenado em 2017 pela Justiça italiana, mas conseguiu permanecer em liberdade até março de 2023, quando o STJ acatou o pedido de transferência de pena para o Brasil. A condenação foi baseada em mensagens de áudio e provas apresentadas ao tribunal europeu.

Robinho foi sentenciado a nove anos de prisão em regime fechado, pena que começou a cumprir neste ano.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Relatório da PF sobre participação de Bolsonaro em tentativa de golpe repercute na imprensa mundial

Revelações de "participação ativa" do ex-mandatário em uma tentativa de golpe de Estado estampam as manchetes da imprensa em vários países

Bolsonaro e Polícia Federal (Foto: Reuters)

RFI - As revelações de "participação ativa" do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, feitas pela Polícia Federal, estampam as manchetes da imprensa em vários países nesta quarta-feira (27), repercutindo em detalhes o relatório de 884 páginas da Polícia Federal, documento que complica a situação de Bolsonaro com a justiça no Brasil.

O jornal Le Monde destaca que "o ex-presidente brasileiro de extrema direita, Jair Bolsonaro, 'participou ativamente' de um projeto de golpe de Estado com o objetivo de impedir o retorno ao poder de seu sucessor de esquerda, Lula, após a eleição de 2022, segundo um relatório da polícia divulgado na terça-feira (26). O vespertino francês destaca ainda que "o ex-chefe de Estado (2019-2022) também tinha 'plena consciência' de um suposto plano de assassinato contra Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com o relatório de mais de 800 páginas".

"O documento pede a acusação formal de Bolsonaro e de outras 36 pessoas, em sua maioria militares. O relatório foi encaminhado ao Ministério Público, cabendo ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidir se dará continuidade às acusações ou não", detalha Le Monde, concluindo que "Jair Bolsonaro, 69, sempre afirmou sua inocência e declarou várias vezes ser vítima de uma 'perseguição política'" e que "segundo o relatório, o ex-chefe de Estado estava ciente da operação 'Punhal Verde', que tinha como objetivo assassinar Lula, seu vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, após o fracasso da tentativa de reeleição do líder de extrema direita".

◉ "Centenas de mensagens trocadas pelos envolvidos" - O site português Público titula na manchete que "Bolsonaro planejou o golpe e sabia do plano para matar Lula, segundo a polícia brasileira". "As provas demonstram 'de forma inequívoca' que Jair Bolsonaro esteve envolvido de forma direta nos planos para a concretização do golpe de Estado, segundo o relatório da Polícia Federal brasileira", explica o veículo.

Público sublinha ainda que "o resumo da investigação faz um relato pormenorizado do turbulento processo político desencadeado no Brasil após as eleições de 30 de outubro de 2022, em que Lula da Silva venceu Bolsonaro, então no poder, por uma margem magra de menos de dois pontos, num resultado não reconhecido pelo agora ex-presidente". "O relatório contém centenas de mensagens trocadas pelos envolvidos, além de áudios e imagens", detalha.

"Após as eleições, ocorreram bloqueios de estradas realizados por caminhoneiros, acampamentos de apoiadores de Bolsonaro em frente a quartéis pedindo uma intervenção militar, e graves tumultos em Brasília, incluindo uma tentativa de atentado a bomba nas proximidades do aeroporto da capital brasileira", contextualiza um dos principais sites portugueses. "O ataque em Brasília foi semelhante ao ocorrido nos Estados Unidos por partidários do então ex-Presidente, Donald Trump, derrotado nas urnas, antes da posse do atual chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, em 6 de janeiro de 2021", relata.

"[O relatório] apresenta um retrato assustador de como uma das maiores democracias do mundo esteve próxima de retornar ao regime autoritário". (The Guardian)

◉ Golpe seria apoiado por alto escalão militar no Brasil - O site do jornal britânico The Guardian repercute ainda que "o documento [da PF brasileira] alega que figuras militares de alto escalão no Brasil apoiaram um plano para tomar o poder após a derrota de Bolsonaro nas eleições". A publicação avalia ainda que "[o relatório] apresenta um retrato assustador de como uma das maiores democracias do mundo esteve próxima de retornar ao regime autoritário".

"O relatório da Polícia Federal - que The Guardian analisou - alega que o único motivo pelo qual Bolsonaro não assinou o decreto que bloqueia a transferência de poder foi o fato de os conspiradores não terem conseguido apoio suficiente da cúpula militar do Brasil", detalha um dos principais veículos do Reino Unido.

◉ Ecos da ditadura militar brasileira - The Guardian publica que "as revelações desta semana deixaram muitos cidadãos horrorizados e chocados em um país que só saiu de 21 anos de ditadura militar em 1985". "Vários dos acusados de fazer parte do plano de golpe pró-Bolsonaro de 2022 fizeram parte desse regime de 1964-85. Durante a década de 1970, o general Heleno foi assessor do general Sylvio Frota, um notório membro da linha dura do regime militar que esteve envolvido no golpe de 1964 que derrubou o presidente de esquerda do Brasil, João Goulart", diz o jornal.

Já o espanhol El País afirma: "as provas da conspiração golpista do Brasil: 'Bolsonaro planejou, agiu e teve controle dos atos'". "O juiz do caso divulga o relatório final com as provas da conspiração de um golpe contra Lula, no qual se baseia a acusação contra o ex-presidente e outras 36 pessoas", publica. "Bolsonaro e outros 36 homens, em sua maioria militares, são acusados de violação violenta do estado de Direito, entre outros crimes, por arquitetar um plano para impedir que Luiz Inácio Lula da Silva assumisse o lugar de Bolsonaro depois que o ultraconservador perdeu a eleição em 2022. Seus seguidores realizaram um ataque à sede dos três poderes do governo em janeiro de 2023", contextualiza o veículo espanhol.

◉ Tentativa de descredibilizar as urnas eletrônicas - [Bolsonaro] insistiu em questionar a segurança das urnas eletrônicas, embora nenhuma fraude em grande escala tenha sido detectada com esse sistema, que o Brasil usa há mais de 25 anos. (El País).

"Entre as provas usadas pelos investigadores contra Bolsonaro, duas reuniões se destacam. Uma foi com ministros em julho de 2022, três meses antes da eleição, na qual ele os incentivou a espalhar falsidades sobre a segurança do sistema de votação e supostas fraudes. A outra reunião foi em dezembro, quando Lula já havia vencido e estava se preparando para tomar posse no dia de Ano Novo", detalha El País. O diário destaca que "a polícia alega que o plano golpista de Bolsonaro começou quando ele assumiu o cargo e insistiu em questionar a segurança das urnas eletrônicas, embora nenhuma fraude em grande escala tenha sido detectada com esse sistema, que o Brasil usa há mais de 25 anos".

◉ "Um golpe evitado por pouco" - "No final, o golpe não aconteceu, porque o exército estava dividido sobre a questão: enquanto a Marinha estava pronta para ir em frente, os chefes do Estado-Maior do Exército e da Força Aérea se recusaram a participar da tentativa de golpe e mostraram sua lealdade", relata o correspondente da RFI em São Paulo, Martin Bernard.

O site Al Jazeera destaca ainda que "na segunda-feira (26), a Associated Press obteve as gravações de áudio, que datam das semanas que antecederam a posse de Lula no final de 2022. Nas 53 gravações, alguns oficiais militares podem ser ouvidos expressando seu desejo de impedir que Lula assuma o cargo".

"Uma das gravações apresenta o Coronel Roberto Raimundo Criscuoli, ex-subcomandante das forças especiais do exército. Ele diz ao general de brigada aposentado Mario Fernandes - que, na época, era o segundo em comando do secretário-geral da presidência - que Bolsonaro tinha uma escolha 'clara' sobre como responder à eleição", publica a Al Jazeera.

◉ O extremismo de direita no Brasil: "radicalismo antidemocrático" - Sobre as revelações da PF, o coordenador do Observatório da Extrema Direita da Universidade Federal de Juiz de Fora, Odilon Caldeira Jr. ouvido pela RFI observa que talvez esse seja o evento importante para discutir a amplitude do problema do extremismo de direita no Brasil.

"O caso de Bolsonaro é, sem dúvida alguma, um expoente. Mas a construção desta viabilidade política de Bolsonaro e do bolsonarismo envolveu esforços institucionais, um alto grau de impregnação da politização em setores institucionais da democracia brasileira e, sobretudo, das Forças Armadas", argumenta.

O especialista acredita que "esse círculo é muito mais ampliado, envolve, sem dúvida, um problema das instituições da democracia brasileira, envolve efetivamente um problema que diz respeito inclusive às questões da transição democrática da última ditadura civil militar brasileira até essa atual".

Odilon Caldeira Jr. diz que a revelação da Polícia Federal brasileira é um evento sem precedentes dos pontos de vista jurídico, político e também moral. "Efetivamente essas acusações demonstram o grau da intensidade do radicalismo e do caráter antidemocrático de Bolsonaro e daqueles também que lhe dão sustentação", conclui o pesquisador.

Fonte: Brasil 247 com informações do site RFI

PF: Lula foi monitorado por dois meses pelos 'kids pretos'

Segundo investigadores, o monitoramento começou por volta de novembro de 2022

Presidente Lula (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Luiz Claudio Ferreira - Repórter da Agência Brasil

A investigação da Polícia Federal sobre suposta trama golpista contra a democracia no Brasil concluiu que houve ações, nos meses de novembro e dezembro de 2022, para monitorar o movimento do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Agentes do Estado, conhecidos como “kids pretos”, faziam observações especialmente sobre Lula nas proximidades do hotel Meliá, em Brasília, local em que ele esteve hospedado durante o período de transição de governo.

O inquérito evidencia que há registros das presenças de dois investigados, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima e o capitão Lucas Guerellus nas proximidades do hotel.

Segundo o inquérito, o policial federal Wladimir Matos Soares, que foi indiciado e preso, aderiu aos ideais golpistas. Uma de suas ações era repassar “informações sensíveis sobre a estrutura de segurança do presidente eleito”, aponta a investigação.

Planejamento de assassinatos

A respeito do monitoramento, o planejamento da operação golpista Punhal Verde Amarelo incluía a possibilidade de assassinato dos integrantes da chapa presidencial eleita. Lula recebeu o codinome de “Jeca” e Geraldo Alckmin, de “Joca”.

Uma informação ressaltada no inquérito é que o policial federal Wladimir Matos Soares se infiltrou na segurança de Lula para obter informações sobre o presidente eleito. “Conforme demonstrado, Wladimir passou os dados para o segurança pessoal do então presidente Jair Bolsonaro, que estava naquele momento empenhado para consumação do golpe de Estado, tentando obter o apoio das Forças Armadas”, aponta a investigação.

Em relação a isso, o policial teria até enviado imagem do delegado de Polícia Federal Cleyber Malta Lopes. “O mencionado Delegado atuou como o Coordenador de Execução da operação da Polícia Federal que atuou na segurança da cerimônia de posse do presidente da República”. O inquérito recorda que no dia 20 de dezembro de 2022, após receber duas mensagens que foram apagadas pelo assessor de Bolsonaro Sérgio Cordeiro, Wladimir escreveu: “Estou pronto!”.

A investigação ainda acrescentou que o planejamento golpista Punhal Verde Amarelo tinha como uma das possibilidades assassinar o então candidato eleito por envenenamento ou uso de químicos “para causar um colapso orgânico”.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

'Em nenhum momento", diz Marinha sobre tanques terem ficado à disposição de golpistas

Mensagens obtidas pela PF apontam que o então comandante da Força Naval, almirante Almir Garnier, teria participado da trama golpista

Almir Garnier Santos e Jair Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Marinha do Brasil reagiu às alegações contidas em mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF), nas quais se aponta que o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria se alinhado a um plano golpista articulado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). As mensagens indicam que Garnier teria afirmado que "tinham tanques no Arsenal prontos", sugerindo uma preparação militar para apoiar o intento de Bolsonaro de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022.

Segundo o jornal O Globo, a Marinha afirmou, por meio de nota, que “em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para a execução de ações que tentassem abolir o Estado Democrático de Direito”. A Força reiterou que a prontidão de seus meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais não foi e não será desviada para ações que busquem restringir os Poderes Constitucionais.

“A Marinha do Brasil encontra-se à disposição dos órgãos competentes para prestar as informações que se fizerem necessárias para o inteiro esclarecimento dos fatos, reiterando o compromisso com a verdade e com a justiça”, declarou a instituição, de acordo com a reportagem.

O caso teve início com a circulação de mensagens entre envolvidos no movimento golpista, incluindo o tenente-coronel da reserva Sergio Cavaliere e um contato identificado apenas como "Riva". Este último descreveu Garnier como um “PATRIOTA” e afirmou que tanques estavam prontos no Arsenal. Em resposta, o interlocutor sugeriu que Bolsonaro deveria ter agido de forma mais decisiva com a Marinha, já que, caso isso tivesse ocorrido, “o Exército e a Aeronáutica iriam atrás”.

A PF, por sua vez, sustentou que as mensagens indicam a adesão de Garnier ao plano de Bolsonaro, que visava reverter os resultados eleitorais. A investigação aponta que, embora Garnier tenha se mostrado favorável à proposta, o plano não seguiu em frente devido à discordância dos então comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Junior.

Em janeiro de 2023, Cavaliere enviou a conversa ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, questionando a veracidade das informações. Em resposta, Cid minimizou a situação, afirmando que “a história não foi bem assim”, gravando um áudio que posteriormente apagou.

Almir Garnier, ao ser interrogado pela PF em março, decidiu exercer o direito ao silêncio.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Bolsonaro já vinha trabalhando em plano de fuga desde 2021

PF revela detalhes de estratégia que incluía ações militares e evasão internacional diante de decisões do STF

Jair Bolsonaro em ato na Avenida Paulista, São Paulo-SP, 7 de setembro de 2024 
(Foto: Reuters)

 A Polícia Federal, em relatório enviado à Procuradoria-Geral da República no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado, trouxe à tona a existência de um plano de fuga elaborado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ainda em 2021. O plano foi descoberto em um arquivo de PowerPoint armazenado no notebook do tenente-coronel Mauro Cid de Oliveira, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O documento, reportado pelo Valor, detalha estratégias que seriam acionadas em caso de confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo ocupação militar de edifícios governamentais e evasão do então presidente para fora do Brasil.

De acordo com o relatório, o plano previa três cenários para sua ativação: interferência do STF no Executivo, cassação da chapa presidencial para as eleições de 2022 e eventual bloqueio da aprovação da PEC do voto impresso no Congresso. Esses elementos confirmam que o plano foi concebido em 2021, ano em que Bolsonaro intensificou pressões sobre o Legislativo para tentar aprovar o fim do voto eletrônico, incluindo manobras militares simbólicas realizadas pela Marinha na Esplanada dos Ministérios. A proposta, entretanto, foi rejeitada pela Câmara dos Deputados.

◉ Ocupação militar e fuga internacional

O plano previa a ocupação dos Palácios da Alvorada e do Planalto por agentes armados do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para garantir a segurança de Bolsonaro durante a evasão. O relatório da PF indica que a estratégia envolvia a tomada de "infraestruturas estratégicas" e ações coordenadas para afastar o presidente de possíveis medidas judiciais ou políticas que ameaçassem seu mandato.

O ápice das tensões entre o Executivo e o STF, segundo os investigadores, ocorreu em 7 de setembro de 2021. Naquela data, durante ato com apoiadores em São Paulo, Bolsonaro chamou o ministro do STF Alexandre de Moraes de "canalha" e afirmou que não cumpriria decisões judiciais. A declaração gerou especulações sobre um impeachment sumário, mas a crise foi contornada após o ex-presidente Michel Temer intermediar um pedido de desculpas público de Bolsonaro.

 ◉"Plano adaptado" no final de 2022

Embora o plano inicial não tenha sido implementado em 2021, a PF aponta que ele foi adaptado e executado no final de 2022, após a derrota eleitoral de Bolsonaro. "Jair Bolsonaro, após não conseguir o apoio das Forças Armadas para consumar a ruptura institucional, saiu do país para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023", afirma o relatório.

Em 30 de dezembro de 2022, Bolsonaro embarcou para Orlando, nos Estados Unidos, a bordo de um avião presidencial, evitando assim a transmissão da faixa presidencial ao presidente Lula. Ele permaneceu três meses fora do Brasil, enquanto seu entorno político continuava sob investigação. O relatório ainda reforça que os eventos de 8 de janeiro de 2023 – a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes – estavam alinhados com os objetivos estratégicos delineados no plano.

Essa nova revelação acrescenta um capítulo importante às investigações sobre o período de tensão política no Brasil, reforçando as suspeitas de planejamento prévio de atos que atentaram contra a ordem democrática.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do jornal Valor

Cid reconheceu que vitória de Lula foi limpa e que não houve fraude eleitoral

Conversas da PF revelam que militares sabiam da ausência de irregularidades, mas mantiveram narrativa golpista sobre as urnas eletrônicas

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Foto: Edilson Rodrigues-
Agência Senado

Investigação da Polícia Federal (PF) no âmbito da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 revelou que militares envolvidos no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro tinham plena consciência de que não havia qualquer fraude no processo eleitoral de 2022. Entre os diálogos analisados, destaca-se a troca de mensagens entre o tenente-coronel Mauro Cid e outros militares, incluindo o coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, nas quais Cid admitiu explicitamente que a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi legítima.

Os autos, divulgados nesta terça-feira (26), incluem mensagens de 4 de outubro de 2022, dois dias após o primeiro turno das eleições. Em uma delas, Cavaliere questiona Cid sobre possíveis evidências de fraude: "Conseguiram plotar?", escreveu. A resposta de Cid, enviada horas depois, foi clara: "Nada... Nenhum indício de fraude". Para os investigadores, esse reconhecimento reflete a consciência dos envolvidos sobre a legitimidade do sistema eleitoral, mesmo enquanto continuavam a espalhar desinformação sobre supostas irregularidades, como aponta reportagem do Valor.

A investigação também trouxe à tona a preocupação de Cid com as possíveis consequências legais de suas ações. Em uma troca de mensagens com Cavaliere, ele demonstra o temor de ser preso: "Eu também... Senão estou preso", respondeu, ao ser questionado sobre os desdobramentos das investigações.

No entanto, mesmo diante da falta de provas, a insistência na narrativa golpista prosseguiu. Em outra conversa, datada de novembro de 2022, o tenente-coronel Ferreira Lima cobrou Cid: "Alguma evolução que nos deixe otimista?". Mais uma vez, Cid reafirmou a ausência de irregularidades: "Até agora... nada. Nenhuma bala de prata".

A propagação de fake news sobre as urnas eletrônicas foi central na estratégia de Jair Bolsonaro ao longo de 2022. Reuniões com embaixadores e transmissões ao vivo foram usadas para levantar suspeitas infundadas sobre o sistema de votação. A conduta culminou na condenação de Bolsonaro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o declarou inelegível até 2030.

Para a PF, as mensagens analisadas comprovam o dolo dos investigados em deslegitimar o processo eleitoral mesmo sabendo da ausência de qualquer irregularidade. O caso reforça o uso estratégico da desinformação como ferramenta de mobilização golpista e evidencia as divisões internas entre os próprios militares, alguns dos quais chegaram a sugerir abertamente a ruptura institucional diante da derrota eleitoral.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do jornal Valor

VÍDEO – Deputados da França comparam carne do Brasil a lixo: “Nossos pratos não são latas”

Momento em que o parlamentar Vincent Trébuchet (UDR) afirma que os pratos dos franceses “não são latas de lixo”, criticando e atacando a qualidade da carne produzida no Brasil – Foto: Reprodução

Na terça-feira (26), deputados franceses criticaram duramente a carne do Brasil durante uma sessão na Assembleia Nacional da França. O parlamentar Vincent Trébuchet (UDR) afirmou que “nossos pratos não são latas de lixo” e acusou o Brasil de não garantir normas sanitárias básicas. Em discurso divulgado nas redes sociais, Trébuchet alegou que a rastreabilidade da carne brasileira é falha, citando uma auditoria da Comissão Europeia que apontaria o Uruguai como único país do Mercosul com controle adequado.

Helene Laporte, deputada do Rassemblement National, também atacou os métodos de produção brasileiros, mencionando o uso de antibióticos proibidos pela União Europeia desde 2006. Outro deputado, Antoine Vermorel (Droite Républicaine), acusou o Mercosul de utilizar produtos considerados cancerígenos em carnes exportadas para a Europa.

A rejeição ao acordo UE-Mercosul uniu diferentes partidos na França, tanto de esquerda quanto de direita. Paul Molac destacou o consenso raro na assembleia, justificando que agricultores franceses estão em desvantagem diante de práticas consideradas menos rigorosas no Mercosul. Enquanto isso, a CNA do Brasil informou que prepara uma reclamação formal contra empresas francesas, como o Carrefour, por acusações relacionadas à qualidade da carne brasileira.

Fonte: DCM

Golpistas planejavam culpar governo Lula por atos do 8 de janeiro

Outro objetivo era desgastar o STF e o ministro Alexandre de Moraes, para avançar em pedidos de impeachment

Atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023 (Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF)

Agência Brasil – Materiais encontrados na residência do general da reserva Mário Fernandes indicam que havia um conjunto de estratégias para atrapalhar as investigações da tentativa de golpe de Estado. Uma delas era voltada para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, para que a oposição imputasse ao governo Lula a responsabilidade pelos atos golpistas de 2023. A informação está no relatório da Polícia Federal (PF), cujo sigilo foi retirado hoje (26) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mário Fernandes era o número dois da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro. O documento com as estratégias para a CPMI foi criado em 16/05/2023, quando Fernandes ocupava cargo de natureza especial no gabinete do deputado federal General Pazuello. No documento, estão “ideias-forças” para orientar a oposição ao governo Lula. A principal delas era afastar a responsabilidade do grupo investigado pela PF e conseguir o impeachment do atual presidente da República.

Outro objetivo era desgastar o STF e o ministro Alexandre de Moraes, para avançar em pedidos de impeachment de ministros da corte suprema, denominados “ditadura da toga”, e anular as prisões dos golpistas dos atos de 8 de janeiro, chamados de “patriotas”.

“Mostrar o abuso de poder do STF, principalmente do Alexandre de Moraes, na prisão de cerca de 1.500 patriotas, que só tem um comparativo na história da humanidade, que são as prisões dos judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial”, diz um dos trechos do documento.

Também se pretendia intimidar e coagir a Polícia Federal, ao afirmar que o órgão policial cometeu abusos e prendeu ilegalmente participantes do 8 de janeiro.

Além das orientações sobre a CPMI, foram encontradas com Mário Fernandes anotações para criar uma narrativa contra o então ministro da Justiça, Flávio Dino. O objetivo era responsabilizá-lo por omissão na tentativa de golpe de Estado no 8 de janeiro em Brasília.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Discurso golpista de Bolsonaro foi a causa do 8 de janeiro

Difusão de "forma rápida e repetitiva" de narrativas golpistas manteve o desejo de grupos extremistas de consumação do golpe

Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)

Por André Richter, repórter da Agência Brasil – A Polícia Federal (PF) concluiu que a disseminação de narrativas golpistas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro propiciou o recente atentado com um homem-bomba no Supremo Tribunal Federal (STF) e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A conclusão está no relatório no qual a PF indiciou Bolsonaro e mais 36 acusados por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O sigilo foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito do golpe.

Na avaliação dos investigadores responsáveis pela conclusão do inquérito, a difusão de "forma rápida e repetitiva" de narrativas golpistas manteve o desejo de grupos extremistas de consumação do golpe que teria sido planejado pelo ex-presidente e seus aliados, mas não foi aplicado pela falta de adesão do Exército e da Aeronáutica.

"Esse método de ataques sistemáticos aos valores mais caros do Estado democrático de direito criou o ambiente propício para o florescimento de um radicalismo que, conforme exposto, culminou nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, mas que ainda se encontra em estado de latência em parcela da sociedade, exemplificado no atentado bomba ocorrido na data de 13 de novembro de 2024 na cidade de Brasília", diz a PF.

Além do atentado do dia 13 deste mês e os atos de 8 de janeiro, a PF citou a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, ocorrida em Brasília, no dia 12 de dezembro de 2022; e a tentativa de explosão de um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro daquele ano.

◉ Bolsonaro como líder do golpe

No relatório, os investigadores afirmam ainda que Jair Bolsonaro atuou de "forma direta e efetiva" nos atos executórios para tentar um golpe de Estado em 2022.

"Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de estado e da abolição do estado democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade", diz o relatório.

Segundo a PF, Bolsonaro tinha conhecimento do chamado Punhal Verde e Amarelo, plano elaborado pelos indiciados com o objetivo de sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Conforme a PF, o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, anuiu com a articulação golpista, colocando as tropas à disposição do então presidente Jair Bolsonaro.

O plano de golpe de Estado não foi consumado por falta de apoio dos comandantes do Exército e da Aeronáutica.

◉ "Lula não sobe a rampa"

Um documento manuscrito apreendido pela Polícia Federal (PF) na sede do Partido Liberal (PL) propõe ações para interromper o processo de transição de governo, “mobilização de juristas e formadores de opinião”.

O documento encerra com o texto “Lula não sobe a rampa”. Segundo a PF, em uma clara alusão ao impedimento de que o vencedor das eleições de 2022 assumisse o cargo da presidência.

O material foi apreendido na mesa do assessor do general Walter Braga Netto, coronel Peregrino, faz um esboço de ações planejadas para a denominada “Operação 142”. O nome dado ao documento faz alusão ao artigo 142 da Constituição Federal que trata das Forças Armadas e que, segundo a PF, era uma possibilidade aventada pelos investigados como meio de implementar uma ruptura institucional após a derrota eleitoral de Bolsonaro.

Após a retirada do sigilo, o inquérito do golpe foi enviado para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Com o envio do relatório, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão denunciados ao Supremo pelos crimes imputados pelos investigadores da PF.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil