quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Depoimento de Mauro Cid leva PF a investigar novos indícios sobre trama golpista

Informações podem levar a novas investigações, mas um novo depoimento de Jair Bolsonaro não deve acontecer neste momento

Mauro Cid, Jair Bolsonaro e Polícia Federal (Foto: ABr | Reprodução)

A Polícia Federal está avaliando novos indícios apresentados pelo último depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), sobre a suposta tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mauro Cid foi ouvido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na terça-feira (21) para esclarecer omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal (PF) em depoimentos anteriores.

Embora o inquérito tenha sido concluído e o caso enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), fontes próximas à cúpula da força policial disseram à CNN Brasil que as novas informações podem levar a novas investigações. Uma fonte da PF, no entanto, descartou um novo depoimento de Bolsonaro neste momento.

Apesar do envio do caso para a PGR, a dúvida persiste sobre a continuidade das apurações. As fontes indicam que, uma vez entregue ao Ministério Público Federal, as investigações podem passar a ser de responsabilidade deste órgão, embora ainda haja um processo aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode interferir na dinâmica do caso.

As evidências reunidas até agora, segundo o relatório final do inquérito, são consideradas robustas. A Polícia Federal concluiu que o ex-mandatário "planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva" sobre os atos de uma organização criminosa que visava implementar um golpe no Brasil.

Entre as conclusões reveladas, destaca-se que Bolsonaro tinha pleno conhecimento de um plano para assassinar figuras políticas de destaque, como o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Além disso, a investigação revelou que havia uma data específica planejada para Bolsonaro assinar um decreto que formalizaria o golpe. Contudo, os comandantes do Exército e da Aeronáutica não aderiram à proposta, o que acabou por inviabilizar a concretização do plano golpista.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

PF deflagra Operação Não Seja um Laranja para coibir fraudes bancárias

Ação mobiliza sete estados e desarticula esquemas de “laranjas” usados por organizações criminosas

(Foto: Divulgação/PF)

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (27) a Operação Não Seja um Laranja 4, com o objetivo de desarticular esquemas de fraudes bancárias eletrônicas que têm vitimado milhares de cidadãos. Em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Associação Brasileira de Internet (Abranet) e a Zetta, a ação cumpriu 30 mandados de busca e apreensão em sete estados: Minas Gerais, Bahia, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. A operação faz parte da Força-Tarefa Tentáculos, que une esforços entre instituições bancárias e financeiras para combater atividades criminosas nesse setor.

Nos últimos anos, a Polícia Federal observou o aumento da participação consciente de indivíduos que “emprestam” suas contas bancárias para receber valores ilícitos em troca de pagamento, prática que facilita o funcionamento de esquemas fraudulentos. Esses “laranjas”, como são popularmente conhecidos, têm possibilitado crimes como lavagem de dinheiro, furto qualificado mediante fraude, uso de documentos falsos e associação criminosa. Somadas, as penas para esses delitos podem ultrapassar 20 anos de prisão.

A Polícia Federal reforça que emprestar contas para operações ilícitas não só constitui crime, mas também financia organizações criminosas, gerando prejuízos financeiros a milhares de brasileiros. A ação, que dá continuidade a operações nacionais realizadas em 2022 e 2023, alerta para os riscos do chamado “lucro fácil” e destaca a importância de coibir tais práticas para garantir maior segurança ao sistema bancário e digital no Brasil.

Fonte: Brasil 247

STF mantém prisão de Robinho por 9 votos a 2

Robinho cumpre pena na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo, desde março deste ano

Robinho (Foto: Reprodução/TV UOL)

 O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 9 votos a 2, manter a prisão do ex-jogador de futebol Robinho, condenado por estupro coletivo de uma mulher albanesa em Milão, em 2013, informa o Metrópoles. A decisão foi tomada em plenário virtual, com a maioria dos ministros rejeitando o pedido de soltura de defesa.

Robinho cumpre pena na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo, desde março deste ano, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a sentença de nove anos imposta pela Justiça italiana fosse cumprida no Brasil. O caso foi amplamente debatido no STF, com votos favoráveis à manutenção da prisão por ministros como Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Edson Fachin.

Em seu voto, a ministra Cármen Lúcia destacou a gravidade do crime e a necessidade de responsabilização. “A impunidade pela prática desses crimes é mais que um descaso, é um incentivo permanente à continuidade desse estado de coisas de desumanidade e cinismo”, afirmou. A ministra enfatizou a importância de proteger os direitos da vítima e reforçar a mensagem de que crimes de violência sexual não serão tolerados.

A decisão também teve apoio de outros nomes como Luís Roberto Barroso, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli votaram pela soltura de Robinho, mas ficaram em minoria.

O crime ocorreu em 2013, quando Robinho e outros homens abusaram de uma mulher em uma boate de Milão. O jogador foi condenado em 2017 pela Justiça italiana, mas conseguiu permanecer em liberdade até março de 2023, quando o STJ acatou o pedido de transferência de pena para o Brasil. A condenação foi baseada em mensagens de áudio e provas apresentadas ao tribunal europeu.

Robinho foi sentenciado a nove anos de prisão em regime fechado, pena que começou a cumprir neste ano.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Relatório da PF sobre participação de Bolsonaro em tentativa de golpe repercute na imprensa mundial

Revelações de "participação ativa" do ex-mandatário em uma tentativa de golpe de Estado estampam as manchetes da imprensa em vários países

Bolsonaro e Polícia Federal (Foto: Reuters)

RFI - As revelações de "participação ativa" do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, feitas pela Polícia Federal, estampam as manchetes da imprensa em vários países nesta quarta-feira (27), repercutindo em detalhes o relatório de 884 páginas da Polícia Federal, documento que complica a situação de Bolsonaro com a justiça no Brasil.

O jornal Le Monde destaca que "o ex-presidente brasileiro de extrema direita, Jair Bolsonaro, 'participou ativamente' de um projeto de golpe de Estado com o objetivo de impedir o retorno ao poder de seu sucessor de esquerda, Lula, após a eleição de 2022, segundo um relatório da polícia divulgado na terça-feira (26). O vespertino francês destaca ainda que "o ex-chefe de Estado (2019-2022) também tinha 'plena consciência' de um suposto plano de assassinato contra Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com o relatório de mais de 800 páginas".

"O documento pede a acusação formal de Bolsonaro e de outras 36 pessoas, em sua maioria militares. O relatório foi encaminhado ao Ministério Público, cabendo ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidir se dará continuidade às acusações ou não", detalha Le Monde, concluindo que "Jair Bolsonaro, 69, sempre afirmou sua inocência e declarou várias vezes ser vítima de uma 'perseguição política'" e que "segundo o relatório, o ex-chefe de Estado estava ciente da operação 'Punhal Verde', que tinha como objetivo assassinar Lula, seu vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, após o fracasso da tentativa de reeleição do líder de extrema direita".

◉ "Centenas de mensagens trocadas pelos envolvidos" - O site português Público titula na manchete que "Bolsonaro planejou o golpe e sabia do plano para matar Lula, segundo a polícia brasileira". "As provas demonstram 'de forma inequívoca' que Jair Bolsonaro esteve envolvido de forma direta nos planos para a concretização do golpe de Estado, segundo o relatório da Polícia Federal brasileira", explica o veículo.

Público sublinha ainda que "o resumo da investigação faz um relato pormenorizado do turbulento processo político desencadeado no Brasil após as eleições de 30 de outubro de 2022, em que Lula da Silva venceu Bolsonaro, então no poder, por uma margem magra de menos de dois pontos, num resultado não reconhecido pelo agora ex-presidente". "O relatório contém centenas de mensagens trocadas pelos envolvidos, além de áudios e imagens", detalha.

"Após as eleições, ocorreram bloqueios de estradas realizados por caminhoneiros, acampamentos de apoiadores de Bolsonaro em frente a quartéis pedindo uma intervenção militar, e graves tumultos em Brasília, incluindo uma tentativa de atentado a bomba nas proximidades do aeroporto da capital brasileira", contextualiza um dos principais sites portugueses. "O ataque em Brasília foi semelhante ao ocorrido nos Estados Unidos por partidários do então ex-Presidente, Donald Trump, derrotado nas urnas, antes da posse do atual chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, em 6 de janeiro de 2021", relata.

"[O relatório] apresenta um retrato assustador de como uma das maiores democracias do mundo esteve próxima de retornar ao regime autoritário". (The Guardian)

◉ Golpe seria apoiado por alto escalão militar no Brasil - O site do jornal britânico The Guardian repercute ainda que "o documento [da PF brasileira] alega que figuras militares de alto escalão no Brasil apoiaram um plano para tomar o poder após a derrota de Bolsonaro nas eleições". A publicação avalia ainda que "[o relatório] apresenta um retrato assustador de como uma das maiores democracias do mundo esteve próxima de retornar ao regime autoritário".

"O relatório da Polícia Federal - que The Guardian analisou - alega que o único motivo pelo qual Bolsonaro não assinou o decreto que bloqueia a transferência de poder foi o fato de os conspiradores não terem conseguido apoio suficiente da cúpula militar do Brasil", detalha um dos principais veículos do Reino Unido.

◉ Ecos da ditadura militar brasileira - The Guardian publica que "as revelações desta semana deixaram muitos cidadãos horrorizados e chocados em um país que só saiu de 21 anos de ditadura militar em 1985". "Vários dos acusados de fazer parte do plano de golpe pró-Bolsonaro de 2022 fizeram parte desse regime de 1964-85. Durante a década de 1970, o general Heleno foi assessor do general Sylvio Frota, um notório membro da linha dura do regime militar que esteve envolvido no golpe de 1964 que derrubou o presidente de esquerda do Brasil, João Goulart", diz o jornal.

Já o espanhol El País afirma: "as provas da conspiração golpista do Brasil: 'Bolsonaro planejou, agiu e teve controle dos atos'". "O juiz do caso divulga o relatório final com as provas da conspiração de um golpe contra Lula, no qual se baseia a acusação contra o ex-presidente e outras 36 pessoas", publica. "Bolsonaro e outros 36 homens, em sua maioria militares, são acusados de violação violenta do estado de Direito, entre outros crimes, por arquitetar um plano para impedir que Luiz Inácio Lula da Silva assumisse o lugar de Bolsonaro depois que o ultraconservador perdeu a eleição em 2022. Seus seguidores realizaram um ataque à sede dos três poderes do governo em janeiro de 2023", contextualiza o veículo espanhol.

◉ Tentativa de descredibilizar as urnas eletrônicas - [Bolsonaro] insistiu em questionar a segurança das urnas eletrônicas, embora nenhuma fraude em grande escala tenha sido detectada com esse sistema, que o Brasil usa há mais de 25 anos. (El País).

"Entre as provas usadas pelos investigadores contra Bolsonaro, duas reuniões se destacam. Uma foi com ministros em julho de 2022, três meses antes da eleição, na qual ele os incentivou a espalhar falsidades sobre a segurança do sistema de votação e supostas fraudes. A outra reunião foi em dezembro, quando Lula já havia vencido e estava se preparando para tomar posse no dia de Ano Novo", detalha El País. O diário destaca que "a polícia alega que o plano golpista de Bolsonaro começou quando ele assumiu o cargo e insistiu em questionar a segurança das urnas eletrônicas, embora nenhuma fraude em grande escala tenha sido detectada com esse sistema, que o Brasil usa há mais de 25 anos".

◉ "Um golpe evitado por pouco" - "No final, o golpe não aconteceu, porque o exército estava dividido sobre a questão: enquanto a Marinha estava pronta para ir em frente, os chefes do Estado-Maior do Exército e da Força Aérea se recusaram a participar da tentativa de golpe e mostraram sua lealdade", relata o correspondente da RFI em São Paulo, Martin Bernard.

O site Al Jazeera destaca ainda que "na segunda-feira (26), a Associated Press obteve as gravações de áudio, que datam das semanas que antecederam a posse de Lula no final de 2022. Nas 53 gravações, alguns oficiais militares podem ser ouvidos expressando seu desejo de impedir que Lula assuma o cargo".

"Uma das gravações apresenta o Coronel Roberto Raimundo Criscuoli, ex-subcomandante das forças especiais do exército. Ele diz ao general de brigada aposentado Mario Fernandes - que, na época, era o segundo em comando do secretário-geral da presidência - que Bolsonaro tinha uma escolha 'clara' sobre como responder à eleição", publica a Al Jazeera.

◉ O extremismo de direita no Brasil: "radicalismo antidemocrático" - Sobre as revelações da PF, o coordenador do Observatório da Extrema Direita da Universidade Federal de Juiz de Fora, Odilon Caldeira Jr. ouvido pela RFI observa que talvez esse seja o evento importante para discutir a amplitude do problema do extremismo de direita no Brasil.

"O caso de Bolsonaro é, sem dúvida alguma, um expoente. Mas a construção desta viabilidade política de Bolsonaro e do bolsonarismo envolveu esforços institucionais, um alto grau de impregnação da politização em setores institucionais da democracia brasileira e, sobretudo, das Forças Armadas", argumenta.

O especialista acredita que "esse círculo é muito mais ampliado, envolve, sem dúvida, um problema das instituições da democracia brasileira, envolve efetivamente um problema que diz respeito inclusive às questões da transição democrática da última ditadura civil militar brasileira até essa atual".

Odilon Caldeira Jr. diz que a revelação da Polícia Federal brasileira é um evento sem precedentes dos pontos de vista jurídico, político e também moral. "Efetivamente essas acusações demonstram o grau da intensidade do radicalismo e do caráter antidemocrático de Bolsonaro e daqueles também que lhe dão sustentação", conclui o pesquisador.

Fonte: Brasil 247 com informações do site RFI

PF: Lula foi monitorado por dois meses pelos 'kids pretos'

Segundo investigadores, o monitoramento começou por volta de novembro de 2022

Presidente Lula (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Luiz Claudio Ferreira - Repórter da Agência Brasil

A investigação da Polícia Federal sobre suposta trama golpista contra a democracia no Brasil concluiu que houve ações, nos meses de novembro e dezembro de 2022, para monitorar o movimento do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Agentes do Estado, conhecidos como “kids pretos”, faziam observações especialmente sobre Lula nas proximidades do hotel Meliá, em Brasília, local em que ele esteve hospedado durante o período de transição de governo.

O inquérito evidencia que há registros das presenças de dois investigados, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima e o capitão Lucas Guerellus nas proximidades do hotel.

Segundo o inquérito, o policial federal Wladimir Matos Soares, que foi indiciado e preso, aderiu aos ideais golpistas. Uma de suas ações era repassar “informações sensíveis sobre a estrutura de segurança do presidente eleito”, aponta a investigação.

Planejamento de assassinatos

A respeito do monitoramento, o planejamento da operação golpista Punhal Verde Amarelo incluía a possibilidade de assassinato dos integrantes da chapa presidencial eleita. Lula recebeu o codinome de “Jeca” e Geraldo Alckmin, de “Joca”.

Uma informação ressaltada no inquérito é que o policial federal Wladimir Matos Soares se infiltrou na segurança de Lula para obter informações sobre o presidente eleito. “Conforme demonstrado, Wladimir passou os dados para o segurança pessoal do então presidente Jair Bolsonaro, que estava naquele momento empenhado para consumação do golpe de Estado, tentando obter o apoio das Forças Armadas”, aponta a investigação.

Em relação a isso, o policial teria até enviado imagem do delegado de Polícia Federal Cleyber Malta Lopes. “O mencionado Delegado atuou como o Coordenador de Execução da operação da Polícia Federal que atuou na segurança da cerimônia de posse do presidente da República”. O inquérito recorda que no dia 20 de dezembro de 2022, após receber duas mensagens que foram apagadas pelo assessor de Bolsonaro Sérgio Cordeiro, Wladimir escreveu: “Estou pronto!”.

A investigação ainda acrescentou que o planejamento golpista Punhal Verde Amarelo tinha como uma das possibilidades assassinar o então candidato eleito por envenenamento ou uso de químicos “para causar um colapso orgânico”.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

'Em nenhum momento", diz Marinha sobre tanques terem ficado à disposição de golpistas

Mensagens obtidas pela PF apontam que o então comandante da Força Naval, almirante Almir Garnier, teria participado da trama golpista

Almir Garnier Santos e Jair Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Marinha do Brasil reagiu às alegações contidas em mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF), nas quais se aponta que o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria se alinhado a um plano golpista articulado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). As mensagens indicam que Garnier teria afirmado que "tinham tanques no Arsenal prontos", sugerindo uma preparação militar para apoiar o intento de Bolsonaro de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022.

Segundo o jornal O Globo, a Marinha afirmou, por meio de nota, que “em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para a execução de ações que tentassem abolir o Estado Democrático de Direito”. A Força reiterou que a prontidão de seus meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais não foi e não será desviada para ações que busquem restringir os Poderes Constitucionais.

“A Marinha do Brasil encontra-se à disposição dos órgãos competentes para prestar as informações que se fizerem necessárias para o inteiro esclarecimento dos fatos, reiterando o compromisso com a verdade e com a justiça”, declarou a instituição, de acordo com a reportagem.

O caso teve início com a circulação de mensagens entre envolvidos no movimento golpista, incluindo o tenente-coronel da reserva Sergio Cavaliere e um contato identificado apenas como "Riva". Este último descreveu Garnier como um “PATRIOTA” e afirmou que tanques estavam prontos no Arsenal. Em resposta, o interlocutor sugeriu que Bolsonaro deveria ter agido de forma mais decisiva com a Marinha, já que, caso isso tivesse ocorrido, “o Exército e a Aeronáutica iriam atrás”.

A PF, por sua vez, sustentou que as mensagens indicam a adesão de Garnier ao plano de Bolsonaro, que visava reverter os resultados eleitorais. A investigação aponta que, embora Garnier tenha se mostrado favorável à proposta, o plano não seguiu em frente devido à discordância dos então comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Junior.

Em janeiro de 2023, Cavaliere enviou a conversa ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, questionando a veracidade das informações. Em resposta, Cid minimizou a situação, afirmando que “a história não foi bem assim”, gravando um áudio que posteriormente apagou.

Almir Garnier, ao ser interrogado pela PF em março, decidiu exercer o direito ao silêncio.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Bolsonaro já vinha trabalhando em plano de fuga desde 2021

PF revela detalhes de estratégia que incluía ações militares e evasão internacional diante de decisões do STF

Jair Bolsonaro em ato na Avenida Paulista, São Paulo-SP, 7 de setembro de 2024 
(Foto: Reuters)

 A Polícia Federal, em relatório enviado à Procuradoria-Geral da República no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado, trouxe à tona a existência de um plano de fuga elaborado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ainda em 2021. O plano foi descoberto em um arquivo de PowerPoint armazenado no notebook do tenente-coronel Mauro Cid de Oliveira, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O documento, reportado pelo Valor, detalha estratégias que seriam acionadas em caso de confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo ocupação militar de edifícios governamentais e evasão do então presidente para fora do Brasil.

De acordo com o relatório, o plano previa três cenários para sua ativação: interferência do STF no Executivo, cassação da chapa presidencial para as eleições de 2022 e eventual bloqueio da aprovação da PEC do voto impresso no Congresso. Esses elementos confirmam que o plano foi concebido em 2021, ano em que Bolsonaro intensificou pressões sobre o Legislativo para tentar aprovar o fim do voto eletrônico, incluindo manobras militares simbólicas realizadas pela Marinha na Esplanada dos Ministérios. A proposta, entretanto, foi rejeitada pela Câmara dos Deputados.

◉ Ocupação militar e fuga internacional

O plano previa a ocupação dos Palácios da Alvorada e do Planalto por agentes armados do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para garantir a segurança de Bolsonaro durante a evasão. O relatório da PF indica que a estratégia envolvia a tomada de "infraestruturas estratégicas" e ações coordenadas para afastar o presidente de possíveis medidas judiciais ou políticas que ameaçassem seu mandato.

O ápice das tensões entre o Executivo e o STF, segundo os investigadores, ocorreu em 7 de setembro de 2021. Naquela data, durante ato com apoiadores em São Paulo, Bolsonaro chamou o ministro do STF Alexandre de Moraes de "canalha" e afirmou que não cumpriria decisões judiciais. A declaração gerou especulações sobre um impeachment sumário, mas a crise foi contornada após o ex-presidente Michel Temer intermediar um pedido de desculpas público de Bolsonaro.

 ◉"Plano adaptado" no final de 2022

Embora o plano inicial não tenha sido implementado em 2021, a PF aponta que ele foi adaptado e executado no final de 2022, após a derrota eleitoral de Bolsonaro. "Jair Bolsonaro, após não conseguir o apoio das Forças Armadas para consumar a ruptura institucional, saiu do país para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023", afirma o relatório.

Em 30 de dezembro de 2022, Bolsonaro embarcou para Orlando, nos Estados Unidos, a bordo de um avião presidencial, evitando assim a transmissão da faixa presidencial ao presidente Lula. Ele permaneceu três meses fora do Brasil, enquanto seu entorno político continuava sob investigação. O relatório ainda reforça que os eventos de 8 de janeiro de 2023 – a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes – estavam alinhados com os objetivos estratégicos delineados no plano.

Essa nova revelação acrescenta um capítulo importante às investigações sobre o período de tensão política no Brasil, reforçando as suspeitas de planejamento prévio de atos que atentaram contra a ordem democrática.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do jornal Valor

Cid reconheceu que vitória de Lula foi limpa e que não houve fraude eleitoral

Conversas da PF revelam que militares sabiam da ausência de irregularidades, mas mantiveram narrativa golpista sobre as urnas eletrônicas

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Foto: Edilson Rodrigues-
Agência Senado

Investigação da Polícia Federal (PF) no âmbito da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 revelou que militares envolvidos no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro tinham plena consciência de que não havia qualquer fraude no processo eleitoral de 2022. Entre os diálogos analisados, destaca-se a troca de mensagens entre o tenente-coronel Mauro Cid e outros militares, incluindo o coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, nas quais Cid admitiu explicitamente que a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi legítima.

Os autos, divulgados nesta terça-feira (26), incluem mensagens de 4 de outubro de 2022, dois dias após o primeiro turno das eleições. Em uma delas, Cavaliere questiona Cid sobre possíveis evidências de fraude: "Conseguiram plotar?", escreveu. A resposta de Cid, enviada horas depois, foi clara: "Nada... Nenhum indício de fraude". Para os investigadores, esse reconhecimento reflete a consciência dos envolvidos sobre a legitimidade do sistema eleitoral, mesmo enquanto continuavam a espalhar desinformação sobre supostas irregularidades, como aponta reportagem do Valor.

A investigação também trouxe à tona a preocupação de Cid com as possíveis consequências legais de suas ações. Em uma troca de mensagens com Cavaliere, ele demonstra o temor de ser preso: "Eu também... Senão estou preso", respondeu, ao ser questionado sobre os desdobramentos das investigações.

No entanto, mesmo diante da falta de provas, a insistência na narrativa golpista prosseguiu. Em outra conversa, datada de novembro de 2022, o tenente-coronel Ferreira Lima cobrou Cid: "Alguma evolução que nos deixe otimista?". Mais uma vez, Cid reafirmou a ausência de irregularidades: "Até agora... nada. Nenhuma bala de prata".

A propagação de fake news sobre as urnas eletrônicas foi central na estratégia de Jair Bolsonaro ao longo de 2022. Reuniões com embaixadores e transmissões ao vivo foram usadas para levantar suspeitas infundadas sobre o sistema de votação. A conduta culminou na condenação de Bolsonaro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o declarou inelegível até 2030.

Para a PF, as mensagens analisadas comprovam o dolo dos investigados em deslegitimar o processo eleitoral mesmo sabendo da ausência de qualquer irregularidade. O caso reforça o uso estratégico da desinformação como ferramenta de mobilização golpista e evidencia as divisões internas entre os próprios militares, alguns dos quais chegaram a sugerir abertamente a ruptura institucional diante da derrota eleitoral.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do jornal Valor

VÍDEO – Deputados da França comparam carne do Brasil a lixo: “Nossos pratos não são latas”

Momento em que o parlamentar Vincent Trébuchet (UDR) afirma que os pratos dos franceses “não são latas de lixo”, criticando e atacando a qualidade da carne produzida no Brasil – Foto: Reprodução

Na terça-feira (26), deputados franceses criticaram duramente a carne do Brasil durante uma sessão na Assembleia Nacional da França. O parlamentar Vincent Trébuchet (UDR) afirmou que “nossos pratos não são latas de lixo” e acusou o Brasil de não garantir normas sanitárias básicas. Em discurso divulgado nas redes sociais, Trébuchet alegou que a rastreabilidade da carne brasileira é falha, citando uma auditoria da Comissão Europeia que apontaria o Uruguai como único país do Mercosul com controle adequado.

Helene Laporte, deputada do Rassemblement National, também atacou os métodos de produção brasileiros, mencionando o uso de antibióticos proibidos pela União Europeia desde 2006. Outro deputado, Antoine Vermorel (Droite Républicaine), acusou o Mercosul de utilizar produtos considerados cancerígenos em carnes exportadas para a Europa.

A rejeição ao acordo UE-Mercosul uniu diferentes partidos na França, tanto de esquerda quanto de direita. Paul Molac destacou o consenso raro na assembleia, justificando que agricultores franceses estão em desvantagem diante de práticas consideradas menos rigorosas no Mercosul. Enquanto isso, a CNA do Brasil informou que prepara uma reclamação formal contra empresas francesas, como o Carrefour, por acusações relacionadas à qualidade da carne brasileira.

Fonte: DCM

Golpistas planejavam culpar governo Lula por atos do 8 de janeiro

Outro objetivo era desgastar o STF e o ministro Alexandre de Moraes, para avançar em pedidos de impeachment

Atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023 (Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF)

Agência Brasil – Materiais encontrados na residência do general da reserva Mário Fernandes indicam que havia um conjunto de estratégias para atrapalhar as investigações da tentativa de golpe de Estado. Uma delas era voltada para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, para que a oposição imputasse ao governo Lula a responsabilidade pelos atos golpistas de 2023. A informação está no relatório da Polícia Federal (PF), cujo sigilo foi retirado hoje (26) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mário Fernandes era o número dois da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro. O documento com as estratégias para a CPMI foi criado em 16/05/2023, quando Fernandes ocupava cargo de natureza especial no gabinete do deputado federal General Pazuello. No documento, estão “ideias-forças” para orientar a oposição ao governo Lula. A principal delas era afastar a responsabilidade do grupo investigado pela PF e conseguir o impeachment do atual presidente da República.

Outro objetivo era desgastar o STF e o ministro Alexandre de Moraes, para avançar em pedidos de impeachment de ministros da corte suprema, denominados “ditadura da toga”, e anular as prisões dos golpistas dos atos de 8 de janeiro, chamados de “patriotas”.

“Mostrar o abuso de poder do STF, principalmente do Alexandre de Moraes, na prisão de cerca de 1.500 patriotas, que só tem um comparativo na história da humanidade, que são as prisões dos judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial”, diz um dos trechos do documento.

Também se pretendia intimidar e coagir a Polícia Federal, ao afirmar que o órgão policial cometeu abusos e prendeu ilegalmente participantes do 8 de janeiro.

Além das orientações sobre a CPMI, foram encontradas com Mário Fernandes anotações para criar uma narrativa contra o então ministro da Justiça, Flávio Dino. O objetivo era responsabilizá-lo por omissão na tentativa de golpe de Estado no 8 de janeiro em Brasília.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Discurso golpista de Bolsonaro foi a causa do 8 de janeiro

Difusão de "forma rápida e repetitiva" de narrativas golpistas manteve o desejo de grupos extremistas de consumação do golpe

Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)

Por André Richter, repórter da Agência Brasil – A Polícia Federal (PF) concluiu que a disseminação de narrativas golpistas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro propiciou o recente atentado com um homem-bomba no Supremo Tribunal Federal (STF) e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A conclusão está no relatório no qual a PF indiciou Bolsonaro e mais 36 acusados por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O sigilo foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito do golpe.

Na avaliação dos investigadores responsáveis pela conclusão do inquérito, a difusão de "forma rápida e repetitiva" de narrativas golpistas manteve o desejo de grupos extremistas de consumação do golpe que teria sido planejado pelo ex-presidente e seus aliados, mas não foi aplicado pela falta de adesão do Exército e da Aeronáutica.

"Esse método de ataques sistemáticos aos valores mais caros do Estado democrático de direito criou o ambiente propício para o florescimento de um radicalismo que, conforme exposto, culminou nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, mas que ainda se encontra em estado de latência em parcela da sociedade, exemplificado no atentado bomba ocorrido na data de 13 de novembro de 2024 na cidade de Brasília", diz a PF.

Além do atentado do dia 13 deste mês e os atos de 8 de janeiro, a PF citou a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, ocorrida em Brasília, no dia 12 de dezembro de 2022; e a tentativa de explosão de um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro daquele ano.

◉ Bolsonaro como líder do golpe

No relatório, os investigadores afirmam ainda que Jair Bolsonaro atuou de "forma direta e efetiva" nos atos executórios para tentar um golpe de Estado em 2022.

"Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de estado e da abolição do estado democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade", diz o relatório.

Segundo a PF, Bolsonaro tinha conhecimento do chamado Punhal Verde e Amarelo, plano elaborado pelos indiciados com o objetivo de sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Conforme a PF, o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, anuiu com a articulação golpista, colocando as tropas à disposição do então presidente Jair Bolsonaro.

O plano de golpe de Estado não foi consumado por falta de apoio dos comandantes do Exército e da Aeronáutica.

◉ "Lula não sobe a rampa"

Um documento manuscrito apreendido pela Polícia Federal (PF) na sede do Partido Liberal (PL) propõe ações para interromper o processo de transição de governo, “mobilização de juristas e formadores de opinião”.

O documento encerra com o texto “Lula não sobe a rampa”. Segundo a PF, em uma clara alusão ao impedimento de que o vencedor das eleições de 2022 assumisse o cargo da presidência.

O material foi apreendido na mesa do assessor do general Walter Braga Netto, coronel Peregrino, faz um esboço de ações planejadas para a denominada “Operação 142”. O nome dado ao documento faz alusão ao artigo 142 da Constituição Federal que trata das Forças Armadas e que, segundo a PF, era uma possibilidade aventada pelos investigados como meio de implementar uma ruptura institucional após a derrota eleitoral de Bolsonaro.

Após a retirada do sigilo, o inquérito do golpe foi enviado para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Com o envio do relatório, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão denunciados ao Supremo pelos crimes imputados pelos investigadores da PF.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

STF inicia julgamento sobre atuação das redes sociais no Brasil

Ações tratam da responsabilidade na disseminação de conteúdos

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF) com estátua A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, em primeiro plano.
© Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia, nesta quarta-feira (27), o julgamento de três ações que tratam da responsabilidade de provedores de internet na remoção de conteúdos com desinformação e disseminação de discurso de ódio de forma extrajudicial, sem determinação expressa pela Justiça.

A Corte vai julgar ações relatadas pelos ministros Luiz Fux, Edson Fachin e Dias Toffoli. Os processos foram liberados para análise em agosto deste ano.

No caso da ação relatada por Dias Toffoli, o tribunal julgará a constitucionalidade da regra do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) que exige ordem judicial prévia para responsabilização dos provedores por atos ilícitos.

No processo relatado pelo ministro Fux, o STF vai discutir se uma empresa que hospeda site na internet deve fiscalizar conteúdos ofensivos e retirá-los do ar sem intervenção judicial.

A ação relatada por Fachin analisa a legalidade do bloqueio do aplicativo de mensagens WhatsApp por decisões judiciais.

No ano passado, o Supremo realizou audiência pública para discutir as regras do Marco Civil da Internet.

O objetivo foi ouvir especialistas e representantes do setor público e da sociedade civil para obter informações técnicas, econômicas e jurídicas antes de julgar a questão.

Fonte: Agência Brasil

Abin municiou Bolsonaro com dados para produzir desinformação, diz PF

Ramagem forneceu estratégias de ataque às instituições democráticas


ABIN
Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo
© José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem foi responsável por assessorar o ex-presidente Jair Bolsonaro com estratégias de ataque às instituições democráticas do país.

A conclusão está no relatório no qual a PF indiciou Ramagem, Bolsonaro e mais 35 acusados por golpe de Estado e abolição violenta do estado democrático de direito. O sigilo foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito do golpe.

Segundo a PF, Ramagem atuou para produzir desinformação com objetivo de subsidiar Bolsonaro com ataques ao sistema eleitoral, às urnas eletrônicas, ao Poder Judiciário e seus membros. As informações eram lidas por Bolsonaro durante as lives realizadas nas redes sociais.

"O cotejo dos fatos elencados demonstra que Alexandre Ramagem atuou de forma proativa, de um lado, como chefe da Abin, solicitando e recebendo documentos que atacavam o sistema de eleitoral brasileiro, do outro, assessorando e municiando o então presidente Jair Bolsonaro com estratégias de ataques às instituições democráticas, ao Poder Judiciário e seus respectivos membros, bem como ao sistema eleitoral de votação, especialmente as urnas eletrônicas", afirma a investigação.

Na avaliação dos investigadores, Ramagem atuou no comando da Abin com desvio de finalidade para fornecer informações ao grupo que planejava o golpe.

"O caráter ilícito das estratégias elaboradas pelo então diretor geral da Abin compreendeu a massificação de ataques as urnas eletrônicas, campanhas de deslegitimação do Supremo Tribunal Federal, tentativas de intimidação e restrição da função jurisdicional de seus membros e a elaboração de planos para interferir em investigações no âmbito da Polícia Federal", completou a PF.

Outro lado

A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Alexandre Ramagem e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.

A reportagem busca contato com a defesa de Bolsonaro e está aberta para incluir seu posicionamento no texto. Ontem (25), em coletiva de imprensa, o ex-presidente declarou que "nunca discutiu golpe com ninguém". Segundo Bolsonaro, todas as medidas tomadas durante seu governo foram feitas "dentro das quatro linhas da Constituição".

Fonte: Agência Brasil

Narrativa golpista levou ao 8 de janeiro e atentado a bomba, diz PF


Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) concluiu que a disseminação de narrativas golpistas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro propiciou o recente atentado com um homem-bomba no Supremo Tribunal Federal (STF) e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A conclusão está no relatório no qual a PF indiciou Bolsonaro e mais 36 acusados por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O sigilo foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito do golpe.

Na avaliação dos investigadores responsáveis pela conclusão do inquérito, a difusão de "forma rápida e repetitiva" de narrativas golpistas mantiveram o desejo de grupos extremistas de consumação do golpe que teria sido planejado pelo ex-presidente e seus aliados, mas não foi aplicado pela falta de adesão do Exército e da Aeronáutica.

"Esse método de ataques sistemáticos aos valores mais caros do Estado democrático de direito criou o ambiente propício para o florescimento de um radicalismo que, conforme exposto, culminou nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, mas que ainda se encontra em estado de latência em parcela da sociedade, exemplificado no atentado bomba ocorrido na data de 13 de novembro de 2024 na cidade de Brasília", diz a PF.

Além do atentado do dia 13 deste mês e os atos de 8 de janeiro, a PF citou a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, ocorrida em Brasília, no dia 12 de dezembro de 2022; e a tentativa de explosão de um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro daquele ano.

Bolsonaro

No relatório, os investigadores afirmam ainda que Jair Bolsonaro atuou de "forma direta e efetiva" nos atos executórios para tentar um golpe de Estado em 2022.

"Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de estado e da abolição do estado democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade", diz o relatório.

Segundo a PF, Bolsonaro tinha conhecimento do chamado Punhal Verde e Amarelo, plano elaborado pelos indiciados com o objetivo de sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Tanques

Conforme a PF, o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, anuiu com a articulação golpista, colocando as tropas à disposição do então presidente Jair Bolsonaro.

O plano de golpe de Estado não foi consumado por falta de apoio dos comandantes do Exército e da Aeronáutica.

"Lula não sobe a rampa"

Um documento manuscrito apreendido pela Polícia Federal (PF) na sede do Partido Liberal (PL) propõe ações para interromper o processo de transição de governo, “mobilização de juristas e formadores de opinião”.

O documento encerra com o texto “Lula não sobe a rampa”. Segundo a PF, em uma clara alusão ao impedimento de que o vencedor das eleições de 2022 assumisse o cargo da presidência.

O material foi apreendido na mesa do assessor do general Walter Braga Netto, coronel Peregrino, faz um esboço de ações planejadas para a denominada “Operação 142”. O nome dado ao documento faz alusão ao artigo 142 da Constituição Federal que trata das Forças Armadas e que, segundo a PF, era uma possibilidade aventada pelos investigados como meio de implementar uma ruptura institucional após a derrota eleitoral de Bolsonaro.

PGR

Após a retirada do sigilo, o inquérito do golpe foi enviado para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Com o envio do relatório, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão denunciados ao Supremo pelos crimes imputados pelos investigadores da PF.

* Título alterado às 22h24 para ajuste de informação.

Fonte: Agência Brasil

Brasileiro: Botafogo vence Palmeiras por e 3 a 1 e reassume liderança

Alvinegro triunfou com gols de Gregore, Savarino e Adryelson

Botafogo, Palmeiras, Brasileiro
© Vitor Silva/Botafogo/Direitos Reservados

O Botafogo mostrou força para derrotar o Palmeiras por 3 a 1, na noite desta terça-feira (26) no Allianz Parque, em São Paulo, para reassumir a liderança da Série A do Campeonato Brasileiro de 2024. A Rádio Nacional transmitiu a partida decisiva ao vivo.

Com o triunfo fora de casa o Alvinegro de General Severiano chegou aos 73 pontos, três de vantagem sobre o Verdão.

Jogando em casa, o Palmeiras dominou os primeiros minutos do primeiro tempo, pressionando bastante o Botafogo, que defendia as investidas do adversário. A primeira veio logo aos seis minutos, quando Raphael Veiga levantou a bola na área adversária em cobrança de escanteio e o zagueiro Gustavo Gómez subiu muito para finalizar com muito perigo de cabeça.

Dois minutos depois quem chegou com perigo foi Raphael Veiga, que bateu da entrada da área para defesa de John. Aos 10 minutos o torcedor Alvinegro ficou preocupado, quando o zagueiro angolano Bastos deixou o gramado sentindo a coxa direita e acabou sendo substituído.

Mas a preocupação deu lugar a alegria aos 18 minutos, quando, após cobrança de escanteio ensaiada, Gregore recebeu a bola dentro da área palmeirense e bateu colocado para superar o goleiro Weverton.
Aos 22 minutos o Verdão teve a sua melhor oportunidade na primeira etapa, quando Marcos Rocha colocou a bola na área em cobrança de lateral, Gustavo Gómez escorou e Rony chegou batendo de primeira para acetar a trave adversária. Aos 49 minutos o Palmeiras teve a sua última grande oportunidade da primeira etapa, em cobrança de falta de Raphael Veiga que passou muito perto do ângulo defendido por John.


A etapa final começou com o time comandado pelo técnico português Abel Ferreira criando duas boas oportunidades de marcar em sequência, com Rony aos 7 minutos e Flaco López, que entrou no intervalo, aos 9 minutos. O time de Artur Jorge conseguiu responder aos 21 minutos, com finalização colocada de Marlon Freitas que acabou indo para fora.

Dois minutos depois o Palmeiras ficou com um homem a menos, após o juiz, com auxílio do VAR (árbitro de vídeo), expulsar o lateral Marcos Rocha, que acertou o rosto de Igor Jesus. A vantagem numérica animou de vez o Botafogo, que conseguiu ampliar para 2 a 0 aos 27 minutos. O goleiro John acertou lançamento longo para Igor Jesus, que desviou de cabeça para Savarino, que, com extrema liberdade, teve apenas o trabalho de bater na saída do goleiro adversário.

Diante de um adversário claramente fragilizado, o time de General Severiano ainda conseguiu marcar o terceiro aos 43 minutos, quando Savarino cobrou escanteio e o zagueiro Adryelson subiu demais para marcar de cabeça. Cinco minutos depois o Verdão conseguiu descontar com um belo chute de Richard Ríos, mas a vitória final foi mesmo do Fogão.

Fonte: Agência Brasil