quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Bolsonaro já vinha trabalhando em plano de fuga desde 2021

PF revela detalhes de estratégia que incluía ações militares e evasão internacional diante de decisões do STF

Jair Bolsonaro em ato na Avenida Paulista, São Paulo-SP, 7 de setembro de 2024 
(Foto: Reuters)

 A Polícia Federal, em relatório enviado à Procuradoria-Geral da República no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado, trouxe à tona a existência de um plano de fuga elaborado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ainda em 2021. O plano foi descoberto em um arquivo de PowerPoint armazenado no notebook do tenente-coronel Mauro Cid de Oliveira, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O documento, reportado pelo Valor, detalha estratégias que seriam acionadas em caso de confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo ocupação militar de edifícios governamentais e evasão do então presidente para fora do Brasil.

De acordo com o relatório, o plano previa três cenários para sua ativação: interferência do STF no Executivo, cassação da chapa presidencial para as eleições de 2022 e eventual bloqueio da aprovação da PEC do voto impresso no Congresso. Esses elementos confirmam que o plano foi concebido em 2021, ano em que Bolsonaro intensificou pressões sobre o Legislativo para tentar aprovar o fim do voto eletrônico, incluindo manobras militares simbólicas realizadas pela Marinha na Esplanada dos Ministérios. A proposta, entretanto, foi rejeitada pela Câmara dos Deputados.

◉ Ocupação militar e fuga internacional

O plano previa a ocupação dos Palácios da Alvorada e do Planalto por agentes armados do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para garantir a segurança de Bolsonaro durante a evasão. O relatório da PF indica que a estratégia envolvia a tomada de "infraestruturas estratégicas" e ações coordenadas para afastar o presidente de possíveis medidas judiciais ou políticas que ameaçassem seu mandato.

O ápice das tensões entre o Executivo e o STF, segundo os investigadores, ocorreu em 7 de setembro de 2021. Naquela data, durante ato com apoiadores em São Paulo, Bolsonaro chamou o ministro do STF Alexandre de Moraes de "canalha" e afirmou que não cumpriria decisões judiciais. A declaração gerou especulações sobre um impeachment sumário, mas a crise foi contornada após o ex-presidente Michel Temer intermediar um pedido de desculpas público de Bolsonaro.

 ◉"Plano adaptado" no final de 2022

Embora o plano inicial não tenha sido implementado em 2021, a PF aponta que ele foi adaptado e executado no final de 2022, após a derrota eleitoral de Bolsonaro. "Jair Bolsonaro, após não conseguir o apoio das Forças Armadas para consumar a ruptura institucional, saiu do país para evitar uma possível prisão e aguardar o desfecho dos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023", afirma o relatório.

Em 30 de dezembro de 2022, Bolsonaro embarcou para Orlando, nos Estados Unidos, a bordo de um avião presidencial, evitando assim a transmissão da faixa presidencial ao presidente Lula. Ele permaneceu três meses fora do Brasil, enquanto seu entorno político continuava sob investigação. O relatório ainda reforça que os eventos de 8 de janeiro de 2023 – a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes – estavam alinhados com os objetivos estratégicos delineados no plano.

Essa nova revelação acrescenta um capítulo importante às investigações sobre o período de tensão política no Brasil, reforçando as suspeitas de planejamento prévio de atos que atentaram contra a ordem democrática.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do jornal Valor

Cid reconheceu que vitória de Lula foi limpa e que não houve fraude eleitoral

Conversas da PF revelam que militares sabiam da ausência de irregularidades, mas mantiveram narrativa golpista sobre as urnas eletrônicas

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Foto: Edilson Rodrigues-
Agência Senado

Investigação da Polícia Federal (PF) no âmbito da tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023 revelou que militares envolvidos no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro tinham plena consciência de que não havia qualquer fraude no processo eleitoral de 2022. Entre os diálogos analisados, destaca-se a troca de mensagens entre o tenente-coronel Mauro Cid e outros militares, incluindo o coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, nas quais Cid admitiu explicitamente que a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi legítima.

Os autos, divulgados nesta terça-feira (26), incluem mensagens de 4 de outubro de 2022, dois dias após o primeiro turno das eleições. Em uma delas, Cavaliere questiona Cid sobre possíveis evidências de fraude: "Conseguiram plotar?", escreveu. A resposta de Cid, enviada horas depois, foi clara: "Nada... Nenhum indício de fraude". Para os investigadores, esse reconhecimento reflete a consciência dos envolvidos sobre a legitimidade do sistema eleitoral, mesmo enquanto continuavam a espalhar desinformação sobre supostas irregularidades, como aponta reportagem do Valor.

A investigação também trouxe à tona a preocupação de Cid com as possíveis consequências legais de suas ações. Em uma troca de mensagens com Cavaliere, ele demonstra o temor de ser preso: "Eu também... Senão estou preso", respondeu, ao ser questionado sobre os desdobramentos das investigações.

No entanto, mesmo diante da falta de provas, a insistência na narrativa golpista prosseguiu. Em outra conversa, datada de novembro de 2022, o tenente-coronel Ferreira Lima cobrou Cid: "Alguma evolução que nos deixe otimista?". Mais uma vez, Cid reafirmou a ausência de irregularidades: "Até agora... nada. Nenhuma bala de prata".

A propagação de fake news sobre as urnas eletrônicas foi central na estratégia de Jair Bolsonaro ao longo de 2022. Reuniões com embaixadores e transmissões ao vivo foram usadas para levantar suspeitas infundadas sobre o sistema de votação. A conduta culminou na condenação de Bolsonaro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o declarou inelegível até 2030.

Para a PF, as mensagens analisadas comprovam o dolo dos investigados em deslegitimar o processo eleitoral mesmo sabendo da ausência de qualquer irregularidade. O caso reforça o uso estratégico da desinformação como ferramenta de mobilização golpista e evidencia as divisões internas entre os próprios militares, alguns dos quais chegaram a sugerir abertamente a ruptura institucional diante da derrota eleitoral.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do jornal Valor

VÍDEO – Deputados da França comparam carne do Brasil a lixo: “Nossos pratos não são latas”

Momento em que o parlamentar Vincent Trébuchet (UDR) afirma que os pratos dos franceses “não são latas de lixo”, criticando e atacando a qualidade da carne produzida no Brasil – Foto: Reprodução

Na terça-feira (26), deputados franceses criticaram duramente a carne do Brasil durante uma sessão na Assembleia Nacional da França. O parlamentar Vincent Trébuchet (UDR) afirmou que “nossos pratos não são latas de lixo” e acusou o Brasil de não garantir normas sanitárias básicas. Em discurso divulgado nas redes sociais, Trébuchet alegou que a rastreabilidade da carne brasileira é falha, citando uma auditoria da Comissão Europeia que apontaria o Uruguai como único país do Mercosul com controle adequado.

Helene Laporte, deputada do Rassemblement National, também atacou os métodos de produção brasileiros, mencionando o uso de antibióticos proibidos pela União Europeia desde 2006. Outro deputado, Antoine Vermorel (Droite Républicaine), acusou o Mercosul de utilizar produtos considerados cancerígenos em carnes exportadas para a Europa.

A rejeição ao acordo UE-Mercosul uniu diferentes partidos na França, tanto de esquerda quanto de direita. Paul Molac destacou o consenso raro na assembleia, justificando que agricultores franceses estão em desvantagem diante de práticas consideradas menos rigorosas no Mercosul. Enquanto isso, a CNA do Brasil informou que prepara uma reclamação formal contra empresas francesas, como o Carrefour, por acusações relacionadas à qualidade da carne brasileira.

Fonte: DCM

Golpistas planejavam culpar governo Lula por atos do 8 de janeiro

Outro objetivo era desgastar o STF e o ministro Alexandre de Moraes, para avançar em pedidos de impeachment

Atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023 (Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF)

Agência Brasil – Materiais encontrados na residência do general da reserva Mário Fernandes indicam que havia um conjunto de estratégias para atrapalhar as investigações da tentativa de golpe de Estado. Uma delas era voltada para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, para que a oposição imputasse ao governo Lula a responsabilidade pelos atos golpistas de 2023. A informação está no relatório da Polícia Federal (PF), cujo sigilo foi retirado hoje (26) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mário Fernandes era o número dois da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro. O documento com as estratégias para a CPMI foi criado em 16/05/2023, quando Fernandes ocupava cargo de natureza especial no gabinete do deputado federal General Pazuello. No documento, estão “ideias-forças” para orientar a oposição ao governo Lula. A principal delas era afastar a responsabilidade do grupo investigado pela PF e conseguir o impeachment do atual presidente da República.

Outro objetivo era desgastar o STF e o ministro Alexandre de Moraes, para avançar em pedidos de impeachment de ministros da corte suprema, denominados “ditadura da toga”, e anular as prisões dos golpistas dos atos de 8 de janeiro, chamados de “patriotas”.

“Mostrar o abuso de poder do STF, principalmente do Alexandre de Moraes, na prisão de cerca de 1.500 patriotas, que só tem um comparativo na história da humanidade, que são as prisões dos judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial”, diz um dos trechos do documento.

Também se pretendia intimidar e coagir a Polícia Federal, ao afirmar que o órgão policial cometeu abusos e prendeu ilegalmente participantes do 8 de janeiro.

Além das orientações sobre a CPMI, foram encontradas com Mário Fernandes anotações para criar uma narrativa contra o então ministro da Justiça, Flávio Dino. O objetivo era responsabilizá-lo por omissão na tentativa de golpe de Estado no 8 de janeiro em Brasília.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Discurso golpista de Bolsonaro foi a causa do 8 de janeiro

Difusão de "forma rápida e repetitiva" de narrativas golpistas manteve o desejo de grupos extremistas de consumação do golpe

Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)

Por André Richter, repórter da Agência Brasil – A Polícia Federal (PF) concluiu que a disseminação de narrativas golpistas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro propiciou o recente atentado com um homem-bomba no Supremo Tribunal Federal (STF) e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A conclusão está no relatório no qual a PF indiciou Bolsonaro e mais 36 acusados por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O sigilo foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito do golpe.

Na avaliação dos investigadores responsáveis pela conclusão do inquérito, a difusão de "forma rápida e repetitiva" de narrativas golpistas manteve o desejo de grupos extremistas de consumação do golpe que teria sido planejado pelo ex-presidente e seus aliados, mas não foi aplicado pela falta de adesão do Exército e da Aeronáutica.

"Esse método de ataques sistemáticos aos valores mais caros do Estado democrático de direito criou o ambiente propício para o florescimento de um radicalismo que, conforme exposto, culminou nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, mas que ainda se encontra em estado de latência em parcela da sociedade, exemplificado no atentado bomba ocorrido na data de 13 de novembro de 2024 na cidade de Brasília", diz a PF.

Além do atentado do dia 13 deste mês e os atos de 8 de janeiro, a PF citou a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, ocorrida em Brasília, no dia 12 de dezembro de 2022; e a tentativa de explosão de um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro daquele ano.

◉ Bolsonaro como líder do golpe

No relatório, os investigadores afirmam ainda que Jair Bolsonaro atuou de "forma direta e efetiva" nos atos executórios para tentar um golpe de Estado em 2022.

"Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de estado e da abolição do estado democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade", diz o relatório.

Segundo a PF, Bolsonaro tinha conhecimento do chamado Punhal Verde e Amarelo, plano elaborado pelos indiciados com o objetivo de sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Conforme a PF, o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, anuiu com a articulação golpista, colocando as tropas à disposição do então presidente Jair Bolsonaro.

O plano de golpe de Estado não foi consumado por falta de apoio dos comandantes do Exército e da Aeronáutica.

◉ "Lula não sobe a rampa"

Um documento manuscrito apreendido pela Polícia Federal (PF) na sede do Partido Liberal (PL) propõe ações para interromper o processo de transição de governo, “mobilização de juristas e formadores de opinião”.

O documento encerra com o texto “Lula não sobe a rampa”. Segundo a PF, em uma clara alusão ao impedimento de que o vencedor das eleições de 2022 assumisse o cargo da presidência.

O material foi apreendido na mesa do assessor do general Walter Braga Netto, coronel Peregrino, faz um esboço de ações planejadas para a denominada “Operação 142”. O nome dado ao documento faz alusão ao artigo 142 da Constituição Federal que trata das Forças Armadas e que, segundo a PF, era uma possibilidade aventada pelos investigados como meio de implementar uma ruptura institucional após a derrota eleitoral de Bolsonaro.

Após a retirada do sigilo, o inquérito do golpe foi enviado para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Com o envio do relatório, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão denunciados ao Supremo pelos crimes imputados pelos investigadores da PF.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

STF inicia julgamento sobre atuação das redes sociais no Brasil

Ações tratam da responsabilidade na disseminação de conteúdos

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF) com estátua A Justiça, de Alfredo Ceschiatti, em primeiro plano.
© Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia, nesta quarta-feira (27), o julgamento de três ações que tratam da responsabilidade de provedores de internet na remoção de conteúdos com desinformação e disseminação de discurso de ódio de forma extrajudicial, sem determinação expressa pela Justiça.

A Corte vai julgar ações relatadas pelos ministros Luiz Fux, Edson Fachin e Dias Toffoli. Os processos foram liberados para análise em agosto deste ano.

No caso da ação relatada por Dias Toffoli, o tribunal julgará a constitucionalidade da regra do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) que exige ordem judicial prévia para responsabilização dos provedores por atos ilícitos.

No processo relatado pelo ministro Fux, o STF vai discutir se uma empresa que hospeda site na internet deve fiscalizar conteúdos ofensivos e retirá-los do ar sem intervenção judicial.

A ação relatada por Fachin analisa a legalidade do bloqueio do aplicativo de mensagens WhatsApp por decisões judiciais.

No ano passado, o Supremo realizou audiência pública para discutir as regras do Marco Civil da Internet.

O objetivo foi ouvir especialistas e representantes do setor público e da sociedade civil para obter informações técnicas, econômicas e jurídicas antes de julgar a questão.

Fonte: Agência Brasil

Abin municiou Bolsonaro com dados para produzir desinformação, diz PF

Ramagem forneceu estratégias de ataque às instituições democráticas


ABIN
Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo
© José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem foi responsável por assessorar o ex-presidente Jair Bolsonaro com estratégias de ataque às instituições democráticas do país.

A conclusão está no relatório no qual a PF indiciou Ramagem, Bolsonaro e mais 35 acusados por golpe de Estado e abolição violenta do estado democrático de direito. O sigilo foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito do golpe.

Segundo a PF, Ramagem atuou para produzir desinformação com objetivo de subsidiar Bolsonaro com ataques ao sistema eleitoral, às urnas eletrônicas, ao Poder Judiciário e seus membros. As informações eram lidas por Bolsonaro durante as lives realizadas nas redes sociais.

"O cotejo dos fatos elencados demonstra que Alexandre Ramagem atuou de forma proativa, de um lado, como chefe da Abin, solicitando e recebendo documentos que atacavam o sistema de eleitoral brasileiro, do outro, assessorando e municiando o então presidente Jair Bolsonaro com estratégias de ataques às instituições democráticas, ao Poder Judiciário e seus respectivos membros, bem como ao sistema eleitoral de votação, especialmente as urnas eletrônicas", afirma a investigação.

Na avaliação dos investigadores, Ramagem atuou no comando da Abin com desvio de finalidade para fornecer informações ao grupo que planejava o golpe.

"O caráter ilícito das estratégias elaboradas pelo então diretor geral da Abin compreendeu a massificação de ataques as urnas eletrônicas, campanhas de deslegitimação do Supremo Tribunal Federal, tentativas de intimidação e restrição da função jurisdicional de seus membros e a elaboração de planos para interferir em investigações no âmbito da Polícia Federal", completou a PF.

Outro lado

A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Alexandre Ramagem e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.

A reportagem busca contato com a defesa de Bolsonaro e está aberta para incluir seu posicionamento no texto. Ontem (25), em coletiva de imprensa, o ex-presidente declarou que "nunca discutiu golpe com ninguém". Segundo Bolsonaro, todas as medidas tomadas durante seu governo foram feitas "dentro das quatro linhas da Constituição".

Fonte: Agência Brasil

Narrativa golpista levou ao 8 de janeiro e atentado a bomba, diz PF


Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto.
© Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) concluiu que a disseminação de narrativas golpistas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro propiciou o recente atentado com um homem-bomba no Supremo Tribunal Federal (STF) e os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A conclusão está no relatório no qual a PF indiciou Bolsonaro e mais 36 acusados por golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O sigilo foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito do golpe.

Na avaliação dos investigadores responsáveis pela conclusão do inquérito, a difusão de "forma rápida e repetitiva" de narrativas golpistas mantiveram o desejo de grupos extremistas de consumação do golpe que teria sido planejado pelo ex-presidente e seus aliados, mas não foi aplicado pela falta de adesão do Exército e da Aeronáutica.

"Esse método de ataques sistemáticos aos valores mais caros do Estado democrático de direito criou o ambiente propício para o florescimento de um radicalismo que, conforme exposto, culminou nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, mas que ainda se encontra em estado de latência em parcela da sociedade, exemplificado no atentado bomba ocorrido na data de 13 de novembro de 2024 na cidade de Brasília", diz a PF.

Além do atentado do dia 13 deste mês e os atos de 8 de janeiro, a PF citou a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, ocorrida em Brasília, no dia 12 de dezembro de 2022; e a tentativa de explosão de um caminhão-tanque no aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro daquele ano.

Bolsonaro

No relatório, os investigadores afirmam ainda que Jair Bolsonaro atuou de "forma direta e efetiva" nos atos executórios para tentar um golpe de Estado em 2022.

"Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um golpe de estado e da abolição do estado democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade", diz o relatório.

Segundo a PF, Bolsonaro tinha conhecimento do chamado Punhal Verde e Amarelo, plano elaborado pelos indiciados com o objetivo de sequestro ou homicídio do ministro Alexandre de Moraes, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Tanques

Conforme a PF, o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, anuiu com a articulação golpista, colocando as tropas à disposição do então presidente Jair Bolsonaro.

O plano de golpe de Estado não foi consumado por falta de apoio dos comandantes do Exército e da Aeronáutica.

"Lula não sobe a rampa"

Um documento manuscrito apreendido pela Polícia Federal (PF) na sede do Partido Liberal (PL) propõe ações para interromper o processo de transição de governo, “mobilização de juristas e formadores de opinião”.

O documento encerra com o texto “Lula não sobe a rampa”. Segundo a PF, em uma clara alusão ao impedimento de que o vencedor das eleições de 2022 assumisse o cargo da presidência.

O material foi apreendido na mesa do assessor do general Walter Braga Netto, coronel Peregrino, faz um esboço de ações planejadas para a denominada “Operação 142”. O nome dado ao documento faz alusão ao artigo 142 da Constituição Federal que trata das Forças Armadas e que, segundo a PF, era uma possibilidade aventada pelos investigados como meio de implementar uma ruptura institucional após a derrota eleitoral de Bolsonaro.

PGR

Após a retirada do sigilo, o inquérito do golpe foi enviado para a Procuradoria-Geral da República (PGR). Com o envio do relatório, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, vai decidir se o ex-presidente e os demais acusados serão denunciados ao Supremo pelos crimes imputados pelos investigadores da PF.

* Título alterado às 22h24 para ajuste de informação.

Fonte: Agência Brasil

Brasileiro: Botafogo vence Palmeiras por e 3 a 1 e reassume liderança

Alvinegro triunfou com gols de Gregore, Savarino e Adryelson

Botafogo, Palmeiras, Brasileiro
© Vitor Silva/Botafogo/Direitos Reservados

O Botafogo mostrou força para derrotar o Palmeiras por 3 a 1, na noite desta terça-feira (26) no Allianz Parque, em São Paulo, para reassumir a liderança da Série A do Campeonato Brasileiro de 2024. A Rádio Nacional transmitiu a partida decisiva ao vivo.

Com o triunfo fora de casa o Alvinegro de General Severiano chegou aos 73 pontos, três de vantagem sobre o Verdão.

Jogando em casa, o Palmeiras dominou os primeiros minutos do primeiro tempo, pressionando bastante o Botafogo, que defendia as investidas do adversário. A primeira veio logo aos seis minutos, quando Raphael Veiga levantou a bola na área adversária em cobrança de escanteio e o zagueiro Gustavo Gómez subiu muito para finalizar com muito perigo de cabeça.

Dois minutos depois quem chegou com perigo foi Raphael Veiga, que bateu da entrada da área para defesa de John. Aos 10 minutos o torcedor Alvinegro ficou preocupado, quando o zagueiro angolano Bastos deixou o gramado sentindo a coxa direita e acabou sendo substituído.

Mas a preocupação deu lugar a alegria aos 18 minutos, quando, após cobrança de escanteio ensaiada, Gregore recebeu a bola dentro da área palmeirense e bateu colocado para superar o goleiro Weverton.
Aos 22 minutos o Verdão teve a sua melhor oportunidade na primeira etapa, quando Marcos Rocha colocou a bola na área em cobrança de lateral, Gustavo Gómez escorou e Rony chegou batendo de primeira para acetar a trave adversária. Aos 49 minutos o Palmeiras teve a sua última grande oportunidade da primeira etapa, em cobrança de falta de Raphael Veiga que passou muito perto do ângulo defendido por John.


A etapa final começou com o time comandado pelo técnico português Abel Ferreira criando duas boas oportunidades de marcar em sequência, com Rony aos 7 minutos e Flaco López, que entrou no intervalo, aos 9 minutos. O time de Artur Jorge conseguiu responder aos 21 minutos, com finalização colocada de Marlon Freitas que acabou indo para fora.

Dois minutos depois o Palmeiras ficou com um homem a menos, após o juiz, com auxílio do VAR (árbitro de vídeo), expulsar o lateral Marcos Rocha, que acertou o rosto de Igor Jesus. A vantagem numérica animou de vez o Botafogo, que conseguiu ampliar para 2 a 0 aos 27 minutos. O goleiro John acertou lançamento longo para Igor Jesus, que desviou de cabeça para Savarino, que, com extrema liberdade, teve apenas o trabalho de bater na saída do goleiro adversário.

Diante de um adversário claramente fragilizado, o time de General Severiano ainda conseguiu marcar o terceiro aos 43 minutos, quando Savarino cobrou escanteio e o zagueiro Adryelson subiu demais para marcar de cabeça. Cinco minutos depois o Verdão conseguiu descontar com um belo chute de Richard Ríos, mas a vitória final foi mesmo do Fogão.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Seleção feminina realiza primeiro treino com todas as convocadas

Brasil enfrentará a Austrália em partida amistosa na próxima quinta

seleção feminina, treino
© Rafael Ribeiro/CBF/Direitos Reservados

A seleção brasileira de futebol feminino realizou, nesta terça-feira (26), a primeira atividade com todas as jogadoras convocadas pelo técnico Arthur Elias para os amistosos contra a Austrália. O treino foi realizada na localidade de Brisbane.

A delegação do Brasil ficou completa após as chegadas de Isa Haas, Adriana, Lorena, Angelina, Lauren e Gio. A próxima atividade da seleção será realizada na quarta-feira (27) no Suncorp Stadium, em Brisbane, local do primeiro amistoso contra a Austrália, que será disputado na quinta-feira (28) a partir das 7h10 (horário de Brasília).

A partida faz parte do processo de preparação da seleção para a próxima edição da Copa América, que será disputada em 2025. E uma boa atuação diante das Matildas é de fundamental importância para atletas que estão buscando ganhar espaço na equipe comandada pelo técnico Arthur Elias, como afirma a meio-campista Camilinha: “Estamos em um momento pós-olímpico, onde o treinador Arthur está dando oportunidades para novas atletas e pensando na Copa América. Precisamos levar isso muito a sério. Para mim, é uma chance de dar o meu melhor e ajudar a seleção a buscar vitórias”.

Após este confronto inicial, Brasil e Austrália voltam a medir forças, mas a partir das 5h45 de domingo (1) no CBUS Stadium, em Gold Coast.

Fonte: Agência Brasil

“Lula não sobe a rampa”: documento apreendido planejava impedir posse

Manuscrito faz parte do relatório da Polícia Federal

Brasília (DF), 22/02/2024, Fachada do Prédio da Polícia Federal em Brasília.  Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
© Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Um documento manuscrito apreendido pela Polícia Federal (PF) na sede do Partido Liberal (PL) propõe ações para interromper o processo de transição de governo, “mobilização de juristas e formadores de opinião”.

O documento encerra com o texto “Lula não sobe a rampa”. Segundo a PF, em uma clara alusão ao impedimento de que o vencedor das eleições de 2022 assumisse o cargo da presidência.

A informação está no relatório da PF que indicia 37 acusados. O sigilo foi derrubado nesta terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do chamado inquérito do golpe.

Brasília (DF), 26/11/2024 - Página do inquérito da Polícia Federal de indiciamento de crimes com Manuscrito do general Braga Netto. Foto: Polícia Federal/Divulgação

Inquérito da PF de indiciamento de crimes com manuscrito do general Braga Netto. Foto: Polícia Federal/divulgação



O material apreendido na mesa do assessor do general Walter Braga Netto, coronel Peregrino, faz um esboço de ações planejadas para a denominada “Operação 142”. O nome dado ao documento faz alusão ao artigo 142 da Constituição Federal que trata das Forças Armadas e que, segundo a PF, era uma possibilidade aventada pelos investigados como meio de implementar uma ruptura institucional após a derrota eleitoral do então presidente Bolsonaro.

Segundo a PF, outros tópicos do documento trazem siglas e jargões próprios do militarismo como “CG Pol” (Centro de Gravidade Político), com a descrição de medidas autoritárias, “que demonstram a intenção dos investigados em executar um golpe de Estado para manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder”, diz o relatório.

Termos como “Anulação das eleições”, “Prorrogação dos mandatos”, “Substituição de todo TSE" e “Preparação de novas eleições” foram encontrados no documento apreendido na sede do PL.

Fonte: Agência Brasil

Kid preto enviou mensagem para Cid 6 minutos após ação contra Moraes ser abortada

Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Foto: Gesival Nogueira/Ato Press/Estadão Conteúdo

Um dos seis militares envolvidos no plano para prender ou matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou uma mensagem para o tenente-coronel Mauro Cid minutos após a operação ser abortada. A informação consta no relatório final da Polícia Federal (PF) sobre a trama golpista.

Em 15 de dezembro de 2022, às 20h59, foi dada a ordem para abortar a operação contra o ministro. Seis minutos depois, o major Rafael de Oliveira, que usava o codinome “Japão”, enviou uma mensagem para o então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).

O contato foi feito por outro número de telefone. No grupo de WhatsApp “Copa 2022”, onde a ação era coordenada, Oliveira usou um número registrado em nome de uma laranja, com DDD de Minas Gerais. Já no chat privado com Cid, o major utilizou um número com DDD do Rio de Janeiro — salvo na agenda como “Joe”.

“Opa”, escreveu Oliveira para Cid, seguido por uma tentativa de chamada de vídeo que não foi completada.

As mensagens trocadas indicam que o tenente-coronel estava com problemas de conexão. “Vou mudar de posição”, disse Cid. “Tá foda”, respondeu o major.

Trecho de relatório da PF mostra troca de mensagens entre Rafael de 
Oliveira  e Mauro Cid. Foto: Reprodução/Polícia Federal

De acordo com o relatório da PF, na manhã de 6 de dezembro, Oliveira tentou ligar para Cid por WhatsApp. No final da tarde, ambos estavam na região do Palácio do Planalto.

“Os dados objetivos permitem concluir que Mauro Cid e Rafael de Oliveira estiveram concomitantemente, conforme extratos de ERBs (antenas de celular), na região do Palácio do Planalto no dia 06 de dezembro de 2022 por volta das 17h45”, disse a PF.

Bolsonaro chegou ao Planalto minutos depois, às 17h56. Às 18h31, outra mensagem enviada em um grupo de assessores do então presidente, indicou que ele já estava de volta ao Palácio da Alvorada.

Nesse período, o general Mário Fernandes imprimiu, no Planalto, um documento “Punhal Verde e Amarelo”, que visava assassinar Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). A PF acredita que o documento possa ter sido apresentado a Bolsonaro.

No dia seguinte, 7 de dezembro, a esposa de Oliveira comprou um celular em uma loja de Goiânia. O aparelho, comprado em dinheiro, seria usado pelo major nas ações contra Moraes.

No mesmo dia, Bolsonaro se reuniu com os comandantes das Forças Armadas para discutir a minuta golpistas. Ainda no dia 7 de dezembro, mensagens trocadas entre Cid e outros envolvidos também indicam que a localização de Moraes estava sendo monitorada.

Oliveira e Cid vinham mantendo contato pelo WhatsApp desde novembro, pelo menos. Em 8 de novembro, o tenente-coronel pede para o kid preto “rascunhar algo”. Dois dias depois, novas mensagens sugerem que os dois estavam tentando marcar um encontro.

Em 11 de novembro, Oliveira questionou Cid sobre orientações a serem dadas para os manifestantes que apoiavam Bolsonaro. “O pessoal tá querendo a orientação correta da manifestação. A pedida é ir para o CN [Congresso Nacional] e o STF [Supremo Tribunal Federal]?? As FFAA [Forças Armadas] vão garantir a permanência lá?? Perguntas recebias [recebidas]”, perguntou o major.

Cid respondeu: “CN e STF” e “Vão”.

“Percebe-se que no dia 11 de novembro de 2022, já havia a intenção de que as manifestações fossem direcionadas fisicamente contra o STF e o Congresso Nacional, fato que efetivamente ocorreu no dia 08 de janeiro de 2023”, afirmou a PF no relatório.

General Walter Braga Netto. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Já no dia seguinte, 12 de novembro, ambos participaram de uma reunião na casa do general Walter Braga Netto, ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro. Outros militares também estavam na reunião.

No dia 14 de novembro, Oliveira pergunta para Cid se havia “alguma novidade” e escreve que tem “recurso zero”. “Qual a estimativa de gastos? Falei pra deixar comigo”, disse Cid. “Só uma estimativa com hotel. Alimentação. Material. 100 mil?”, acrescentou.

Em 15 de novembro, Oliveira enviou a Cid um documento intitulado “Copa 2022” e faz referência a valor de R$ 100 mil. Em seguida, ele pede para Cid apagar a mensagem.

Entre 21 e 23 de novembro, Oliveira e outros militares começaram a colocar “em prática os atos de monitoramento do ministro Alexandre de Moraes”.

Fonte: DCM

“Os generais 4 estrelas vão deixar um capitão assumir?”, perguntou Toffoli a Bolsonaro


ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli falando em microfone e gesticulando
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli – Reprodução/Agência Brasil

No dia 19 de dezembro de 2022, Jair Bolsonaro (PL) participou de um jantar em Brasília, na residência do então ministro das Comunicações, Fábio Faria. Com informações do Estadão.

O evento foi articulado a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, com o objetivo de conter as tensões após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Preocupado com a relutância do então presidente em admitir a derrota, o magistrado buscou uma conversa reservada com o político do Partido Liberal.

Durante o diálogo, Toffoli questionou Bolsonaro:

“O senhor acha que, se houver um ato de força, os generais quatro estrelas vão deixar um capitão assumir o poder? A história, como a de 1964, mostra que não.”

Jair Bolsonaro permaneceu em silêncio, mas negou estar planejando um golpe. Contudo, expressou temores sobre uma possível prisão e perseguição política, especialmente contra seus filhos, além de reiterar que não passaria a faixa presidencial para Lula.

O jantar reuniu figuras importantes, como Tarcísio de Freitas (governador eleito de São Paulo), Ciro Nogueira (Casa Civil), Augusto Aras (Procurador-Geral da República), e Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União). O objetivo central era persuadir Bolsonaro a reconhecer a eleição de Lula e desmobilizar acampamentos golpistas que se formavam em frente aos quartéis.

Contudo, o mandatário alegou que não havia convocado essas manifestações e, portanto, não seria sua responsabilidade encerrá-las. Apesar dos esforços, ele se manteve firme na ideia de fraude eleitoral, mesmo com aliados lembrando que as urnas eletrônicas também haviam eleito Tarcísio como governador.

Jair Bolsonaro falando e gesticulando, sério, com bandeira do Brasil ao fundo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução/Agência Brasil

As investigações da Polícia Federal revelaram que o jantar idealizado por Toffoli inicialmente seria em 14 de dezembro, mas foi adiado por Bolsonaro. A PF descobriu ainda um suposto plano de golpe. Em 15 de dezembro, militares das Forças Especiais teriam planejado a execução de Lula, do vice eleito Geraldo Alckmin, e do ministro do STF Alexandre de Moraes, presidente do TSE. O plano, no entanto, foi abortado.

Dois dias depois, no 16 de dezembro, Jair Bolsonaro foi pressionado a assinar uma “minuta do golpe”. Um interlocutor político entrou em contato com Dias Toffoli relatando a gravidade da situação. Esse mesmo interlocutor insistiu na necessidade de um jantar com o então presidente e aliados próximos, o que foi realizado dias depois.

Áudios interceptados pela PF mostram insatisfações dentro do grupo bolsonarista. No dia do jantar, o coronel Reginaldo Vieira de Abreu criticou Bolsonaro por não ter dialogado com os manifestantes no Palácio da Alvorada, pedindo que ele se posicionasse para que “pelo menos o pessoal passasse o Natal em casa”.

Dois anos após esses eventos, as investigações apontam que o plano de Bolsonaro para romper com a democracia não foi adiante por falta de apoio dos generais do Alto Comando. A PF classifica o esquema como “Punhal Verde Amarelo”, reforçando que, sem a adesão militar, o golpe foi neutralizado.

Fonte: DCM