domingo, 24 de novembro de 2024

MST, MTST e demais movimentos convocam ato pela prisão de Bolsonaro em 10/12


Bolsonaro. Foto: Reprodução

Movimentos sociais de esquerda organizaram para o dia 10 de dezembro um ato nacional exigindo a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ato foi convocado após o indiciamento de Bolsonaro pela Polícia Federal no inquérito que apura uma tentativa de golpe para mantê-lo no poder após a derrota nas eleições de 2022.

A manifestação será promovida por lideranças de frentes como a Povo sem Medo, Brasil Popular e Coalizão Negra por Direitos, que reúnem diversas entidades, como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), UNE (União Nacional dos Estudantes) e CMP (Central de Movimentos Populares).

A escolha do dia 10 de dezembro não é por acaso, pois coincide com o Dia Internacional dos Direitos Humanos, um marco simbólico para a luta pela democracia e pelos direitos fundamentais. As lideranças dos movimentos sociais pretendem discutir nos próximos dias os locais dos atos em cada cidade, com o objetivo de intensificar a mobilização em todo o Brasil. O movimento visa aumentar a pressão sobre o ex-presidente e seus aliados, dando visibilidade ao indiciamento e às suspeitas de envolvimento em um golpe contra o resultado das eleições.

Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares, afirmou que o objetivo da mobilização é “aumentar o isolamento do Bolsonaro na sociedade” e colocar o bolsonarismo na defensiva. Ele destaca que a luta não se trata de um esforço imediato, mas sim de um processo contínuo, comparando-o a uma maratona, não a uma corrida de 100 metros. Bonfim ressaltou a importância de fortalecer a mobilização e de ampliar a participação de diferentes segmentos da sociedade que defendem a democracia, indo além da esfera da esquerda.

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e Jair Bolsonaro, indiciados por tentativa de golpe. Foto: reprodução

O indiciamento de Bolsonaro e outras 36 pessoas, incluindo o general da reserva Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice-presidente na chapa derrotada em 2022, ocorreu após a conclusão do inquérito da Polícia Federal na quinta-feira (21). A investigação apontou a suspeita de uma tentativa de golpe coordenada por membros do governo Bolsonaro, incluindo militares e aliados políticos. O caso agora segue para análise do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que decidirá se encaminha o processo para a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Entre os indiciados, militares são a maioria, com 25 suspeitos. A investigação levanta a suspeita de que uma organização criminosa tentou reverter o resultado das eleições de 2022, o que gerou uma série de mobilizações contra o ex-presidente e seus aliados. A manifestação marcada para 10 de dezembro é uma tentativa de intensificar a pressão sobre o governo Bolsonaro e reforçar o apoio à democracia, além de demandar a responsabilização legal dos envolvidos.

Fonte: DCM

Moraes autoriza Anderson Torres a cuidar da mãe com câncer à noite


O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Imagem: © Joédson Alves/Agência Brasil

Daniella Almeida

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes flexibilizou a medida cautelar que determinava o recolhimento domiciliar noturno e aos finais de semana do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, para que ele possa acompanhar a mãe, Amelia Gomes da Silva Torres, nos cuidados necessários ao tratamento contra o câncer.

A autorização provisória concedida neste sábado (23) por Moraes se limita ao deslocamento do investigado da residência dele, no bairro Lago Sul, em Brasília, à residência da mãe, no Lago Norte, também em Brasília, ou para se dirigir ao hospital, onde está internada.

No requerimento de revogação da medida cautelar de recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana, feito nesta quinta-feira (21), a defesa de Anderson Torres argumentou que a mãe dele, com 70 anos de idade, “padece de gravíssima e incurável enfermidade (câncer)” e que o pai do ex-ministro, em razão de sua idade avançada (73 anos), não consegue cuidar sozinho dela.

Anderson Torres foi preso em janeiro do ano passado sob acusação de não atuar de forma a evitar e reprimir os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no governo de Ibaneis Rocha. No dia dos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, o ex-secretário estava em viagem aos Estados Unidos. Em maio do mesmo ano, o magistrado concedeu a liberdade provisória.

Decisão

Na decisão, o ministro da Suprema Corte ressalta que a revogação da ordem de recolhimento noturno e nos fins de semana é provisória e, ainda, que Anderson Torres não está dispensado de cumprir as demais medidas cautelares impostas anteriormente.

A Vara de Execuções Penais do Distrito Federal também deve ser notificada para adoção das providências, entre elas o envio ao STF dos relatórios semanais de monitoramento do investigado.

Publicado originalmente pela Agência Brasil

Uruguai: Esquerdista e conservador definem neste domingo (24) eleição acirrada

Yamandú Orsi, 57 anos, é o candidato da esquerda à presidência do Uruguai – Foto: Reuters

Neste domingo (24), o Uruguai se prepara para decidir entre Yamandú Orsi, da Frente Ampla, e Álvaro Delgado, da coalizão governista, quem será o próximo presidente do país. As pesquisas apontam um cenário equilibrado, com ambos os candidatos tecnicamente empatados, o que promete uma disputa apertada no segundo turno.

Yamandú Orsi, de 57 anos, conta com o apoio do ex-presidente José Mujica, sendo considerado seu sucessor político. Ele já foi governador do departamento de Canelones, o segundo maior do país, e tem propostas voltadas para inclusão social, sustentabilidade e apoio a pequenos produtores. Orsi defende a renovação da esquerda, mas descarta mudanças radicais.

Álvaro Delgado, de 55 anos, é um aliado próximo do atual presidente, Luis Lacalle Pou, e representa a continuidade da gestão da direita no país. Ele foi secretário da Presidência durante a pandemia de Covid-19 e utilizou seu histórico para atrair eleitores, destacando conquistas nas áreas de segurança, infraestrutura e economia.

Álvaro Delgado, candidato da direita à Presidência do Uruguai – Foto: Reprodução

Durante a campanha, Orsi destacou a força da Frente Ampla nas eleições legislativas, onde o partido conquistou a maioria no Senado e na Câmara. Ele afirma que o cenário favorece uma liderança forte para impulsionar transformações no país, sempre por meio do diálogo e acordos políticos.

Delgado, por outro lado, enfatizou o legado positivo de Lacalle Pou, apelando para o apoio da “maioria silenciosa” que, segundo ele, prefere a estabilidade e os avanços obtidos pela gestão atual. “Vamos continuar o que está dando certo e buscar o que falta para melhorar a vida das pessoas”, declarou em um comício.

Quase 3 milhões de uruguaios devem ir às urnas. A legislação do país estabelece que o mandato presidencial dura cinco anos, sem possibilidade de reeleição consecutiva. A última eleição, em 2019, também foi acirrada, sendo decidida por apenas 37 mil votos. 

Fonte: DCM com informações do G1.

Projeto de anistia para golpistas perde força após atentado e indiciamentos e não deve avançar na Câmara

Revelações de esquema golpista, indiciamento de Bolsonaro e atentado em Brasília enfraquecem avanço da proposta defendida pela oposição

Arthur Lira (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

O projeto de lei da anistia, que visa cancelar condenações de envolvidos nos atos golpistas de 2023, enfrenta seu momento mais crítico no Congresso Nacional. Representantes do governo, da oposição e de partidos do Centrão avaliam que a proposta de anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 2023 perdeu fôlego após uma sequência de acontecimentos que fragilizaram a base bolsonarista.

Nos últimos oito dias, o cenário político foi tomado por eventos como o atentado na Praça dos Três Poderes, a revelação de um esquema golpista para assassinar autoridades e o indiciamento de 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe de Estado. Esses episódios, segundo o g1, comprometeram o ambiente para o avanço do projeto, que é a principal pauta dos bolsonaristas no Parlamento.

A iniciativa, apresentada pela oposição, previa reverter condenações de bolsonaristas envolvidos nas tentativas de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Até então, havia otimismo entre aliados de Bolsonaro, que se apoiavam no simbolismo da vitória de Donald Trump nos Estados Unidos como impulso ideológico. Contudo, os recentes acontecimentos transformaram a atmosfera no Congresso, e o clima é de paralisia.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que vinha usando o projeto como moeda de troca para atrair apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à sua sucessão, adotou uma postura de silêncio sobre o tema. Lira havia prometido criar uma comissão especial para discutir a proposta, mas até agora não abriu prazo para indicações partidárias, sinalizando que prefere postergar a decisão para a próxima legislatura.

O PT e partidos do Centrão aproveitaram a fragilidade da oposição para apresentar requerimentos de arquivamento do projeto. Um dos documentos é assinado pelo líder do governo, José Guimarães (PT-CE), e outro, pelo PSOL, coordenado por Sâmia Bonfim (PSOL-SP). Apesar disso, líderes governistas admitem que o arquivamento imediato é improvável, mas acreditam que a pressão pode impedir qualquer avanço.

Dentro do PL, há divergências sobre os rumos da proposta. De acordo com a reportagem, enquanto a ala mais pragmática reconhece, em reservado, as dificuldades de tramitação, a facção ideológica insiste publicamente que os recentes fatos não têm relação com o projeto. Reservadamente, porém, até mesmo deputados alinhados ao bolsonarismo admitem que o contexto atual torna inviável a aprovação em 2024.

A expectativa é que o PL retome a pressão em 2025, quando uma nova liderança será eleita no partido. Um dos cotados para assumir o posto é Sóstenes Cavalcante (RJ), de perfil mais ideológico, o que pode trazer novos contornos ao debate.

Uma fonte no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou, em confidência, que mesmo que o projeto seja aprovado, a anistia não terá impacto sobre a inelegibilidade de Bolsonaro. A reversão desse status exigiria uma alteração na Lei da Ficha Limpa, o que, segundo especialistas, beneficiaria um grupo amplo e não apenas o ex-mandatário.

O relator do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Rodrigo Valadares (União-SE), mantém um tom otimista. Ele afirmou que a oposição buscará diálogo com Arthur Lira para evitar que os recentes episódios "contaminem" o debate sobre a anistia. "A narrativa contra Bolsonaro é absurda e não pode afetar a proposta", declarou. No entanto, a avaliação geral é que o projeto está paralisado.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Veja o que se sabe sobre a marcha com cantos de ódio em colégio militar

Vídeo viral foi gravado durante uma atividade extracurricular no Colégio Militar Euclides Bezerra Gerais, em Paranã, no Tocantins

(Foto: Reprodução)

Uma atividade extracurricular no Colégio Militar Euclides Bezerra Gerais, em Paranã, no sudeste do Tocantins, gerou indignação ao expor alunos de 11 a 15 anos a uma canção com apologia à violência. O episódio, ocorrido na última quinta-feira (21), veio à tona após a divulgação de vídeos nas redes sociais. Nos registros, os estudantes, enfileirados e uniformizados, repetiam versos entoados por policiais da Força Tática da Polícia Militar (PM). Entre os trechos, destacam-se: “E vou pegar você. E se eu não te matar, eu vou te prender”.

Segundo o g1, A atividade foi realizada durante um evento que deveria promover a conscientização contra a violência infantil, parte da Operação Hagnos. Entretanto, a abordagem militar causou controvérsia ao incluir o chamado “corridão” — prática que combinou exercícios físicos e cânticos com mensagens de ódio. Servidores e familiares criticaram duramente a ação, destacando o impacto inadequado do conteúdo para o público infantojuvenil.

Uma mãe de aluno, que preferiu não se identificar, classificou a situação como inaceitável: “No mundo em que vivemos, já há muita violência. Levo meu filho para a escola esperando uma educação baseada em valores, não em músicas que incentivam a maldade”. Servidores do colégio também relataram desconforto. Segundo uma funcionária, as frases cantadas não têm lugar no ambiente escolar: “Isso não é música, são palavras violentas que não combinam com a educação”.

Especialistas corroboraram as críticas. Para o professor doutor em educação José Lauro Martins, a prática reflete despreparo pedagógico. “Essas crianças estão sendo submetidas a um processo de adestramento, não de educação. Palavras de ódio e violência não cabem em uma escola, que não deve ser confundida com um quartel”, afirmou.

Após a repercussão negativa, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) determinou o afastamento do diretor do colégio e dos militares envolvidos. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado, e a Secretaria de Educação (Seduc) anunciou a instauração de uma comissão para investigar o caso.

O Governo do Tocantins repudiou o episódio, afirmando que ele está em total desacordo com os valores de respeito e cidadania que devem prevalecer no ambiente escolar. A Polícia Militar, por sua vez, destacou que a atividade foi um “caso isolado” e não reflete a rotina do colégio. Ambas as instituições garantiram que medidas rigorosas serão tomadas para evitar que situações semelhantes se repitam.

A Seduc reforçou seu compromisso com a manutenção de um ambiente escolar saudável e destacou que a gestão do colégio será notificada para que situações desse tipo sejam eliminadas. “Promovemos educação baseada no respeito, ética e cidadania”, declarou a pasta.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

PF encontra roteiro para deputados bolsonaristas em HD de general preso por trama golpista

Documento orientava ataques ao governo, STF e PF na CPMI dos atos golpistas

Mario Fernandes (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Polícia Federal localizou em um HD do general Mário Fernandes um documento detalhando estratégias para uso por deputados bolsonaristas na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, foi preso na terça-feira (19/11), acusado de envolvimento em um plano golpista que incluía os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Segundo o Metrópoles, o roteiro, datado de 16 de maio de 2023, dez dias antes da instalação da CPMI, possui três páginas e revela uma narrativa coordenada para desviar o foco dos atos golpistas. Ele orientava a oposição a explorar o episódio politicamente, atacando o governo federal, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal (PF).

As orientações, descritas como "ideias-forças", tinham como finalidade: responsabilizar o governo Lula alegando que que o Executivo teria prevaricado ao supostamente saber dos riscos e não evitar os ataques às sedes dos Três Poderes. O documento orientava a oposição a apontar "leniência" do governo, explorando politicamente os acontecimentos. Associar a prisão de bolsonaristas envolvidos nos atos do 8 de janeiro de 2023 ao "tratamento dos judeus pelos nazistas". O texto afirmava que as detenções foram arbitrárias e coletivas, ferindo o princípio de individualidade nos julgamentos. e acusar a PF de cometer "abusos", seguir "ordens ilegais" e violar o devido processo legal ao prender cerca de 1,5 mil pessoas envolvidas nos atos golpistas.

Ainda segundo a reportagem, o documento também listava nomes de autoridades que deveriam ser convocadas pela CPMI, incluindo o então ministro da Justiça Flávio Dino, atual ministro do STF, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias. Ele também sugeria perguntas para tentar construir narrativas contra o governo e instituições democráticas.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Frigoríficos reagem ao protecionismo do Carrefour e já há mais de 150 lojas da rede sem fornecimento de carne

Indústrias brasileiras suspendem entregas em protesto contra decisão global da empresa, e governo apoia medida

Carrefour (Foto: Paulo Whitaker / Reuters)

Frigoríficos brasileiros, como JBS, Marfrig e Masterboi, interromperam o fornecimento de carne para mais de 150 lojas do Grupo Carrefour Brasil em resposta à decisão do CEO global da empresa, Alexandre Bompard, de suspender a compra de carne do Mercosul para abastecer supermercados na França. O protesto já afeta redes como Carrefour, Atacadão e Sam’s Club, e o desabastecimento total pode ocorrer em até três dias, segundo apuração do Estadão/Broadcast.

A suspensão atinge cerca de 50 caminhões de carne, e fontes do setor estimam que 30% a 40% das gôndolas de carne das lojas do Carrefour já estão vazias. A JBS, maior fornecedora da rede, responsável por 80% da carne comercializada e 100% do volume vendido no Atacadão, é uma das empresas que aderiram ao movimento. Procurada, a empresa não comentou o caso, e o Carrefour Brasil negou o risco de desabastecimento.

A medida foi motivada pelas declarações de Bompard, que afirmou que a decisão de suspender a compra de carne do Mercosul atende ao “desânimo e à raiva” de agricultores franceses, contrários ao acordo de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul. Apesar de a França ter importado menos de 40 toneladas de carne bovina brasileira entre janeiro e outubro deste ano, o impacto na imagem do produto preocupa produtores locais.

“Aqui não é colônia francesa”

O governo brasileiro apoiou a reação do setor. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, elogiou a iniciativa dos frigoríficos e afirmou: “Aqui não é colônia francesa. As indústrias daqui tomaram uma atitude bonita ao não fornecer, porque, se não podemos vender lá, também não vamos vender aqui. Eles têm o apoio do governo, do Ministério da Agricultura”.

Lideranças do agronegócio, como o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR), e seis entidades do setor, também manifestaram apoio ao boicote. Em carta, as entidades destacaram: “Se o Mercosul não é fornecedor à altura do mercado francês, também não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país”.

Retratação exigida

Segundo fontes ouvidas pelo Estadão, a diretoria do Carrefour tentou negociar a retomada das entregas com o presidente da Friboi, Renato Costa, que condicionou a medida a uma retratação pública do grupo global. A principal queixa dos frigoríficos não é apenas o boicote, mas também a insinuação de que a carne brasileira apresenta problemas de qualidade e sanidade.

A ex-senadora e ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu também elogiou a reação dos frigoríficos. Em publicação na plataforma X, ela afirmou: “Medida foi tomada pelas principais indústrias do Brasil em resposta à declaração do CEO global do grupo. Viva o Brasil!”.

O protesto dos frigoríficos contra o Carrefour, que começou como uma resposta ao protecionismo francês, já coloca em risco o abastecimento de uma das maiores redes de supermercados do país, e o impasse promete ganhar novos capítulos nos próximos dias.

Fonte: Brasil 247

Cruzeiro é vice-campeão sul-americano após levar 3 a 1 do Racing

Argentinos abriram 2 a 0 de vantagem nos 20 minutos iniciais da final

Soccer Football - Copa Sudamericana - Final - Racing Club v Cruzeiro - Estadio La Nueva Olla, Asuncion, Paraguay - November 23, 2024 Cruzeiro's Joao Marcelo and Lucas Romero look dejected after the match REUTERS/Cesar Olmedo
© CESAR OLMEDO

O Cruzeiro adiou o sonho de levar o inédito título da Copa Sul-Americana ao ser superado pelo Racing (Argentina), por 3 a 1, na final única da competição, no Estádio General Pablo Rojas – também conhecido como "La Nueva Olla" -, em Assunção (Paraguai). Nos primeiros 20 minutos, os argentinos fizeram 2 a 0, com gols de Martirena e Martínez. No segundo tempo, Kaio Jorge diminuiu para a Raposa, que brigou muito pelo empate, mas já nos acréscimos, Martinez ampliou para 3 a 1 o triunfo do Racing. A conquista do time argentino encerrou um jejum de 36 anos sem títulos internacionais e garantiu presença do clube nas edições da Copa Libertadores e Recopa de 2025.


O primeiro tempo começou a todo vapor. Aos dois minutos, Martirena chutou forte da entrada da área e acertou o fundo da rede, no entanto, após revisão do VAR, o gol foi anulado por impedimento do atacante. Com marcação forte na saída de bola do Cruzeiro, não demorou para os argentinos controlarem o jogo e abrirem o placar. Aos 14 minutos, Quintero parte para o ataque aproveitando erro de passe do Cruzeiro na intermediária. Ele toca para Martirena na direita, que ao tentar cruzar, abre o placar para o Racing, uma bola angulada que deixa o goleiro Cássio vendido. Quatro minutos depois, Salas avançou pela esquerda, escapou da marcação de João Marcelo, e cruzou para Martínez ampliar para os argentinos. O Cruzeiro buscou diminuir com Kaio Jorge, aos 29 minutos, que chutou forte em direção ao gol, mas a bola passou por cima do travessão. Outra oportunidade foi aos 45 minutos: após escanteio, Villalba chutou firme, mas o goleiro argentino Arias defendeu.
Após o intervalo, bastaram sete minutos para o Cruzeiro diminuir a vantagem argentina. A jogada começou com Matheus Henrique que partiu da intermediária, avançou e cruzou na grande área para Kaio Jorge cabecear para o gol. Arias chegou a espalmar a bola, mas no rebote, Kaio Jorge chutou firme para o fundo da rede. Ainda atrás do placar, o time mineiro, comandado pelo técnico Fernando Diniz, não se entregou, e ao partir com tudo em busca do empate, acabou dando espaço para contra-ataques velozes dos argentinos. E foi em um deles, puxado por Martínez aos 49 minutos, que saiu o terceiro gol do Racing. O camisa 10 argentino partiu sozinho da intermediária até invandir a área e mandar uma bomba no fundo da rede, marcando o segundo gol dele na partida. Final de jogo: Racing 3 x 1 Cruzeiro.

Fonte: Agência Brasil

sábado, 23 de novembro de 2024

PF já indiciou 35 militares por envolvimento em esquemas para beneficiar Bolsonaro

Entre os indiciados estão oito generais, três almirantes, sete coronéis, dois majores, seis tenentes-coronéis, um subtenente, um tenente e três sargento

(Foto: ABr)

A Polícia Federal (PF) intensificou as investigações em torno de esquemas que teriam beneficiado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seu mandato, envolvendo desde a venda de joias sauditas no exterior até fraudes em cartões de vacinação e tentativas de golpe de Estado. Segundo a coluna da jornalista Pepita Ortega, do jornal O Estado de S. Paulo, até o momento, 35 militares e aliados próximos já foram indiciados, incluindo nomes de alta patente e ex-assessores diretos.

Entre os militares indiciados estão oito generais, três almirantes, sete coronéis, dois majores, seis tenentes-coronéis, um subtenente, um tenente e três sargentos – o que inclui também um policial militar. O total de investigados pode crescer à medida que novos desdobramentos surjam das operações em curso.

Dois ex-assessores diretos de Bolsonaro, o coronel Marcelo Câmara e o tenente-coronel Mauro Cid, figuram entre os 11 nomes mais recentes indiciados na Operação Contragolpe. Cid, que fechou um acordo de delação premiada, e Câmara são apontados como peças-chave em três inquéritos envolvendo esquemas fraudulentos: a adulteração de dados em cartões de vacinação, o plano para vender joias de alto valor recebidas em missões oficiais e as articulações para uma tentativa de golpe de Estado em 2022.

O caso das joias sauditas, revelado inicialmente pelo jornal O Estado de S. Paulo, trouxe à tona transações irregulares envolvendo bens recebidos por autoridades brasileiras em eventos diplomáticos. Já a fraude nos cartões de vacinação inclui a produção de documentos falsos com o objetivo de driblar restrições relacionadas à pandemia de Covid-19.

Além dos militares, outros aliados próximos de Bolsonaro também enfrentam indiciamentos. Entre eles, estão o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, os deputados federais Alexandre Ramagem e Gutemberg Reis, o advogado Frederick Wassef, o ex-chefe da Receita Federal Júlio Cesar Vieira Gomes, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Milei rompe com vice-presidente Victoria Villarruel e intensifica isolamento político

Para Milei, Villarruel estaria alinhada com a "casta", termo utilizado por para criticar a "velha política" e os adversários

Javier Milei no G20, Rio de Janeiro-RJ, 18/11/2024 (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O presidente da Argentina, Javier Milei, expôs publicamente uma ruptura com sua vice-presidente, Victoria Villarruel, que também exerce a função de presidente do Senado. Em uma entrevista concedida na noite de quarta-feira (20), Milei afirmou que Villarruel "não participa das reuniões ministeriais, não tem influência e não toma parte nas decisões do governo", demonstrando um distanciamento significativo entre os dois principais cargos do Executivo. A informação, segundo o Metrópoles, foi destacada pelo jornal argentino Clarín.

Para Milei, Villarruel estaria alinhada com a "casta", termo que o presidente utiliza para criticar a "velha política" e os adversários tradicionais. Além disso, o presidente acusou sua vice de ter se aproximado do “círculo vermelho”, como ele costuma se referir aos grupos políticos de esquerda que antagonizam com sua administração.

O distanciamento entre Milei e Villarruel ficou evidente não apenas nas declarações, mas também nos gestos políticos. A última aparição pública dos dois foi durante o desfile militar de 9 de julho, um evento histórico na Argentina. Na ocasião, eles posaram juntos em um tanque de guerra, simbolizando uma unidade que, agora, parece desmoronar.

Como vice-presidente, Villarruel também ocupa a presidência do Senado, onde o governo enfrenta dificuldades para aprovar seus projetos devido à falta de maioria. Tradicionalmente, o vice desempenha um papel central nas negociações com os senadores e, em situações de empate, tem o voto de minerva. No entanto, com o distanciamento entre ela e Milei, a articulação política no Legislativo se complica ainda mais.

Enquanto afasta Villarruel do núcleo do governo, Milei mantém a centralidade das decisões com sua irmã, Karina Milei, secretária-geral da Presidência e considerada uma das pessoas mais influentes do círculo presidencial. Essa concentração de poder na família levanta questionamentos sobre a capacidade do presidente de construir alianças em um cenário político fragmentado.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Ministro da Agricultura apoia produtores de carne contra o Carrefour

Grupo francês anunciou veto à carne do Mercosul

Carlos Fávaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Por Pedro Rafael Vilela, repórter da Agência Brasil - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, declarou apoio ao movimento de associações de produtores de proteína animal e entidades brasileiras do agronegócio que sugerem boicote em repúdio à decisão da rede varejista Carrefour, na França, de suspender a venda de carne oriunda dos países do Mercosul nas lojas do país europeu.

O Mercosul é o bloco econômico formado por Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai. O anúncio do veto foi feito na quarta-feira (20) pelo CEO mundial da companhia, Alexandre Bompard, em carta a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas da França, e divulgada nas redes sociais.

No mesmo dia, o Mapa publicou nota em que rechaçou a decisão do Carrefour e reafirmou a qualidade da carne produzida no Brasil. Em seguida, entidades do setor, incluindo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também divulgaram uma nota de repúdio e sugeriram a possibilidade de boicotar totalmente a oferta de carne ao Grupo Carrefour no Brasil.

Isso porque o próprio Carrefour havia divulgado nota informando que o veto da companhia só se aplicaria às lojas da França, por causa da crise vivida pelos produtores rurais do país, mas não valeria para as unidades do Brasil e Argentina, bem como outros países onde a rede opera na forma de franquia.

"Nos surpreende a presidência local [do Carrefour], aqui no Brasil, dizer ‘nós vamos continuar comprando porque sabemos que tem boa procedência, quem não quer comprar é a matriz, a França'. Ora, se não serve para os franceses, não vai servir para os brasileiros. Então, que não se forneça carne nem para o mercado desta marca aqui no Brasil. O Brasil tem que ter muita responsabilidade e garantia da qualidade dos nossos produtos. Eu quero crer que eles vão repensar do que estão falando da produção brasileira", disse Fávaro, em referência à posição das entidades brasileiras.

"Eu achei uma atitude louvável da indústria brasileira dizer assim 'então, não vou fornecer também [ao Carrefour]'. E tem o meu apoio essa atitude, que mostra soberania e o respeito à legislação brasileira", acrescentou.

A declaração foi dada a jornalistas durante evento de comemoração de 10 anos da fundação da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), na noite desta quinta-feira (21), em Brasília.

Polêmica - No fim de outubro, uma outra polêmica envolveu a empresa francesa Danone, após um diretor declarar que o grupo não compraria mais soja do Brasil devido a questões relacionadas à sustentabilidade, veto que foi posteriormente desmentido pela multinacional. Para o ministro da Agricultura, as duas atitudes sinalizam uma ação orquestrada contra o agronegócio brasileiro, considerado um dos mais competitivos do planeta.

"Eu custo a acreditar que está acontecendo uma ação orquestrada por parte das empresas francesas. Custo a acreditar que é orquestrada, mas também sou uma pessoa que não acredita em coincidências. Eu acredito em providência divina, acredito no trabalho. Ao ver, há 15 dias atrás, a Danone com uma ação mais ou menos como essa, agora o Carrefour lançando um movimento desse. Veja, primeiro que o Brasil não se nega a discutir sustentabilidade com ninguém em nenhum lugar do mundo. É um governo, um país, que tem compromisso com respeito ao meio ambiente, com a rastreabilidade, com a boa sanidade, com todos os princípios desse tipo. Agora, de forma alguma, ser atacado na nossa soberania, isso é irretocável", disse Carlos Fávaro.

Na avaliação do próprio ministério, o veto do Carrefour à carne do Mercosul é uma forma de dificultar o avanço do acordo de livre comércio entre o bloco sul-americano e a União Europeia, tema que foi debatido durante a Cúpula do G20, esta semana, e que se arrasta há mais duas décadas e meia. O próprio presidente da França, Emmanuel Macron, voltou a dizer, durante a cúpula, que "em seu estado atual, não é um tratado aceitável". Com alegações sobre o cumprimento de regras ambientais, a posição francesa vocaliza interesses dos produtores agrícolas do país, que temem perda de mercado com a entrada em vigor do acordo, que abriria espaço para a venda de produtos nos mercados internos dos países de ambos os blocos.

Fonte: Brasil 247

Saiba o papel do padre indiciado por participação na trama golpista

O padre José Eduardo de Oliveira e Silva: ele é indiciado por participação na trama golpista. Foto: reprodução

Entre os indiciados pela Polícia Federal (PF) por planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão autoridades civis, militares e o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, de 43 anos.

O religioso foi incluído na investigação por ter participado de uma reunião no Palácio do Planalto, em novembro de 2022, de acordo com apurações da PF. Para os investigadores, ele seria parte do chamado “núcleo jurídico” do plano golpista.

O sacerdote, vinculado à Diocese de Osasco (SP), já era alvo da PF desde fevereiro, no contexto da Operação Tempus Veritatis. Na época, foram cumpridos mandados de busca e apreensão devido à suspeita de que ele utilizava suas redes sociais para disseminar notícias falsas.

Agora, José Eduardo foi indiciado por integrar um grupo que, segundo as investigações, teria elaborado decretos e portarias para sustentar juridicamente a anulação das eleições presidenciais de 2022 e promover a intervenção do governo Bolsonaro na Justiça Eleitoral.

No núcleo jurídico mencionado pela PF, também figuram o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins e o advogado Amauri Feres Saad. Segundo os investigadores, o padre se reuniu com Filipe Martins e Amauri Saad no Palácio do Planalto poucos dias após o segundo turno das eleições.

Amauri Saad é apontado como um dos autores da minuta golpista encontrada na residência de Torres, enquanto Filipe Martins seria parte do chamado “gabinete do ódio”, uma estrutura usada para espalhar desinformação contra adversários políticos de Bolsonaro.

Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, e o padre José Eduardo de 
Oliveira e Silva. Foto: Reprodução

Fonte: DCM

Pode rir: Júlia Zanatta cita Chico Buarque para denunciar perseguição à direita

Júlia Zanatta, com a tiara de flores que remete ao nazismo, em entrevista à Jovem Pan. Foto: reprodução

Em 1970, no auge da Ditadura Militar no Brasil, o cantor Chico Buarque de Holanda lançou a música “Apesar de Você”, um desabafo contra o regime que virou hino da luta pela redemocratização do país. Inicialmente, o regime censurou a canção, que só voltou a tocar nos rádios em 1978.

Em 2024, após a Polícia Federal concluir uma investigação sobre uma nova intentona golpista, amplamente apoiada por militares para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após a derrota nas urnas em 2022, a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) usou a música de Chico Buarque para insinuar que estaríamos vivendo sob uma ditadura.

No post, a bolsonarista, constantemente acusada de fazer apologia ao nazismo por usar uma coroa de flores na cabeça, cita os primeiros trechos da canção:

Hoje você é quem manda
Falou, ‘tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão

No X, antigo Twitter, o cientista político Caio Barbosa resumiu a incoerência de Zanatta: “A deputada bolsonarista usando música do Chico Buarque contra a ditadura pra ela reclamar da ditadura que não existe, mas que impediu a ditadura que ela queria, que é a ditadura que a música denuncia”.

Desde 2020, quando Bolsonaro era presidente, ele e seus seguidores reclamam de uma suposta ditadura do Supremo Tribunal Federal (STF). O suposto regime é, na teoria maluca, capitaneada pelo ministro Alexandre de Moraes, que sequer preside a Corte.

Tal ódio ao magistrado levou um grupo de militares próximos ao ex-presidente ao tramar pela morte de Moraes em 2022. O plano chegou a sair do papel, mas não pôde ser concluído por uma alteração na agenda do ministro e por uma falta de segurança dos executores.


“Vou cobrar com juros, juro”

Alvo do plano de morte ao lado do presidente Lula (PT) e do vice Geraldo Alckmin (PSB), Moraes é relator do caso no Supremo. Após receber o inquérito da Polícia Federal, ele deve encaminhar o documento para a Procuradoria-Geral da República (PGR) já na próxima segunda-feira (25).

Indiciado no inquérito ao lado de 36 pessoas, das quais 25 têm histórico militar, Bolsonaro deve ser julgado ainda em 2025 por desinformação contra o sistema eleitoral, incitação a militares para aderirem a um golpe e a criação de núcleos operacionais para ações golpistas.

Fonte: DCM

“Kids pretos” pediram ao “Hacker de Araraquara” ajuda para deslegitimar urnas eletrônicas

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Mário Fernandes, preso por planejar assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. Foto: Reprodução

O inquérito concluído pela Polícia Federal apresenta o envolvimento de militares de alta patente na tentativa de desacreditar as urnas eletrônicas durante a tentativa de golpe em 2022. O general da reserva Mario Fernandes, membro do grupo de elite “kids pretos” e único oficial do Exército preso fora de um quartel, confirmou em áudios que Walter Delgatti Neto, conhecido como “hacker de Araraquara”, manteve contato direto com o Ministério da Defesa (MD) a fim de contribuir com ações que colocavam em dúvida a integridade do processo eleitoral.

O relatório final da PF reforça que o grupo golpista insistiu na narrativa de fraude, mesmo sabendo que as eleições foram conduzidas sem irregularidades.

Segundo os investigadores, a busca por Delgatti foi parte de um esforço articulado que envolvia auxiliares próximos de Jair Bolsonaro, incluindo o general Fernandes, o coronel Marcelo Câmara e o general Vergara, à época chefe de Comunicação do MD.

Em mensagens transcritas pela PF, Fernandes se referiu ao hacker como “garoto” e relatou encontros que incluíram Vergara. As conversas ocorriam em um contexto de tentativa de criar “códigos maliciosos” que simulassem fraudes nas urnas, como Delgatti já havia declarado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas.

Walter Delgatti Neto, o hacker da Vaza Jato, durante a CPMI dos Atos Golpistas. Foto: reprodução

O hacker revelou que foi apresentado a Bolsonaro por Carla Zambelli (PL-SP) e encaminhado ao MD. Sua missão seria criar um aplicativo que modificasse os resultados das urnas eletrônicas em demonstrações públicas, usando códigos falsificados para gerar desconfiança na população.

Ele afirmou ter participado de cinco reuniões no Ministério da Defesa, entrando por uma porta lateral sem registro oficial de sua presença.

As declarações de Delgatti ganham respaldo com as coincidências de datas. Em 10 de novembro de 2022, o MD publicou uma nota alegando que o relatório técnico das Forças Armadas não excluía a possibilidade de fraudes nas urnas, mesmo sem apresentar qualquer evidência. No mesmo dia, o general Fernandes enviou mensagens ao coronel Câmara tentando justificar a falta de contundência do documento, que não atendia plenamente às expectativas do ex-presidente.

A cronologia aponta que, em reuniões posteriores, militares discutiram estratégias clandestinas e criaram o plano “Copa 2022”, que envolvia técnicas de anonimização, codinomes e logística para ações clandestinas. O nome remete aos codinomes usados pelos envolvidos, como “Brasil”, “Gana” e “Áustria”.

Fonte: DCM

Moraes impõe sigilo absoluto sobre inquérito da intentona golpista de Bolsonaro

Alexandre de Moraes, ministro do STF e alvo do plano golpista de Bolsonaro. 
Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impôs sigilo máximo ao inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 indiciados. Para preservar a integridade das informações, apenas um desembargador e um juiz que colaboram diretamente com Moraes têm acesso ao documento de 884 páginas.

Com medidas adicionais de segurança, o relator optou por trabalhar desconectado da internet e orientou seus assessores a fazerem o mesmo. A decisão reflete a importância do caso, que envolve acusações de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e um plano para assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio ministro Moraes.

O relatório final do inquérito deve ser encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) na próxima segunda-feira (27). Caberá ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidir os próximos passos: apresentar denúncia, solicitar novas investigações ou arquivar o caso. Fontes próximas indicam que é provável a apresentação de denúncia ou o pedido de diligências complementares.

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Wagner Meier/Getty Images

A investigação sobre o golpe se soma a outros processos envolvendo Bolsonaro, como os relacionados à fraude nos cartões de vacina e ao desvio de joias sauditas destinadas ao acervo presidencial. Esses casos são tratados como conexos, o que pode unificar as denúncias.

O inquérito contra Bolsonaro e 36 aliados inclui a apuração de um esquema articulado para desestabilizar o Estado Democrático. Entre as ações planejadas estavam a execução de políticos, o fortalecimento de milícias digitais e a disseminação de desinformação, com atividades pré e pós-eleitorais.

Alexandre de Moraes já havia retirado o sigilo de relatórios anteriores, como os que investigam fraudes em vacinas e desvios no acervo presidencial. Nos dois episódios, Bolsonaro foi indiciado, o que amplia a pressão sobre sua defesa no caso do golpe.

Fonte: DCM

Segundo a PF, viagem de Bolsonaro aos EUA fazia parte do plano golpista


Bolsonaro, nos EUA, acena para seus seguidores. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

A Polícia Federal incluiu a viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos Estados Unidos, em dezembro de 2022, como parte de uma estratégia ligada à tentativa de golpe de Estado no Brasil. Segundo o Estadão, a informação consta no relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (21), que indiciou 37 pessoas por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Segundo o documento, Bolsonaro deixou o Brasil no dia 28 de dezembro, três dias antes do fim do mandato, com a intenção de se manter distante de qualquer responsabilização direta por atos golpistas que poderiam ocorrer, como ocorreu mais gravemente no dia 8 de janeiro, quando seus seguidores invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes.

Embora o ex-presidente tenha negado envolvimento em qualquer tentativa de ruptura democrática, a PF relaciona sua ausência do Brasil ao plano de desestabilização.

A PF identificou transferências financeiras do Brasil para os Estados Unidos, supostamente realizadas para evitar bloqueios judiciais em eventuais investigações.

O relatório afirma ainda que Bolsonaro atuou de forma abrangente na organização criminosa investigada, sendo descrito como líder do grupo. De acordo com a investigação, o objetivo central da organização era mantê-lo no poder, mesmo após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, três dos indiciados pela Polícia Federal por golpe. Foto: Reprodução

A corporação destacou que Bolsonaro se isolou politicamente após o resultado das eleições, limitando-se a interações privadas e evitando discursos públicos que reconhecessem sua derrota.

Após a divulgação do indiciamento, Bolsonaro usou as redes sociais para criticar a condução das investigações. Em publicação no X, antigo Twitter, ele acusou o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, de promover um inquérito baseado em “criatividade”. Segundo o indiciado, Moraes conduz a investigação de forma arbitrária, “ajustando depoimentos e fazendo pesca probatória”.

O ex-presidente também mencionou que aguardará orientações de sua defesa para responder formalmente às acusações, que ainda dependem de análise pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com o envio do relatório ao STF, o processo avança para a avaliação da PGR, que decidirá sobre a apresentação de denúncia contra Bolsonaro e os demais indiciados. Caso a denúncia seja aceita, o ex-presidente pode se tornar réu por crimes relacionados à tentativa de golpe.

Fonte: DCM