sábado, 23 de novembro de 2024

Pode rir: Júlia Zanatta cita Chico Buarque para denunciar perseguição à direita

Júlia Zanatta, com a tiara de flores que remete ao nazismo, em entrevista à Jovem Pan. Foto: reprodução

Em 1970, no auge da Ditadura Militar no Brasil, o cantor Chico Buarque de Holanda lançou a música “Apesar de Você”, um desabafo contra o regime que virou hino da luta pela redemocratização do país. Inicialmente, o regime censurou a canção, que só voltou a tocar nos rádios em 1978.

Em 2024, após a Polícia Federal concluir uma investigação sobre uma nova intentona golpista, amplamente apoiada por militares para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após a derrota nas urnas em 2022, a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) usou a música de Chico Buarque para insinuar que estaríamos vivendo sob uma ditadura.

No post, a bolsonarista, constantemente acusada de fazer apologia ao nazismo por usar uma coroa de flores na cabeça, cita os primeiros trechos da canção:

Hoje você é quem manda
Falou, ‘tá falado
Não tem discussão, não
A minha gente hoje anda falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão

No X, antigo Twitter, o cientista político Caio Barbosa resumiu a incoerência de Zanatta: “A deputada bolsonarista usando música do Chico Buarque contra a ditadura pra ela reclamar da ditadura que não existe, mas que impediu a ditadura que ela queria, que é a ditadura que a música denuncia”.

Desde 2020, quando Bolsonaro era presidente, ele e seus seguidores reclamam de uma suposta ditadura do Supremo Tribunal Federal (STF). O suposto regime é, na teoria maluca, capitaneada pelo ministro Alexandre de Moraes, que sequer preside a Corte.

Tal ódio ao magistrado levou um grupo de militares próximos ao ex-presidente ao tramar pela morte de Moraes em 2022. O plano chegou a sair do papel, mas não pôde ser concluído por uma alteração na agenda do ministro e por uma falta de segurança dos executores.


“Vou cobrar com juros, juro”

Alvo do plano de morte ao lado do presidente Lula (PT) e do vice Geraldo Alckmin (PSB), Moraes é relator do caso no Supremo. Após receber o inquérito da Polícia Federal, ele deve encaminhar o documento para a Procuradoria-Geral da República (PGR) já na próxima segunda-feira (25).

Indiciado no inquérito ao lado de 36 pessoas, das quais 25 têm histórico militar, Bolsonaro deve ser julgado ainda em 2025 por desinformação contra o sistema eleitoral, incitação a militares para aderirem a um golpe e a criação de núcleos operacionais para ações golpistas.

Fonte: DCM

“Kids pretos” pediram ao “Hacker de Araraquara” ajuda para deslegitimar urnas eletrônicas

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Mário Fernandes, preso por planejar assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes. Foto: Reprodução

O inquérito concluído pela Polícia Federal apresenta o envolvimento de militares de alta patente na tentativa de desacreditar as urnas eletrônicas durante a tentativa de golpe em 2022. O general da reserva Mario Fernandes, membro do grupo de elite “kids pretos” e único oficial do Exército preso fora de um quartel, confirmou em áudios que Walter Delgatti Neto, conhecido como “hacker de Araraquara”, manteve contato direto com o Ministério da Defesa (MD) a fim de contribuir com ações que colocavam em dúvida a integridade do processo eleitoral.

O relatório final da PF reforça que o grupo golpista insistiu na narrativa de fraude, mesmo sabendo que as eleições foram conduzidas sem irregularidades.

Segundo os investigadores, a busca por Delgatti foi parte de um esforço articulado que envolvia auxiliares próximos de Jair Bolsonaro, incluindo o general Fernandes, o coronel Marcelo Câmara e o general Vergara, à época chefe de Comunicação do MD.

Em mensagens transcritas pela PF, Fernandes se referiu ao hacker como “garoto” e relatou encontros que incluíram Vergara. As conversas ocorriam em um contexto de tentativa de criar “códigos maliciosos” que simulassem fraudes nas urnas, como Delgatti já havia declarado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas.

Walter Delgatti Neto, o hacker da Vaza Jato, durante a CPMI dos Atos Golpistas. Foto: reprodução

O hacker revelou que foi apresentado a Bolsonaro por Carla Zambelli (PL-SP) e encaminhado ao MD. Sua missão seria criar um aplicativo que modificasse os resultados das urnas eletrônicas em demonstrações públicas, usando códigos falsificados para gerar desconfiança na população.

Ele afirmou ter participado de cinco reuniões no Ministério da Defesa, entrando por uma porta lateral sem registro oficial de sua presença.

As declarações de Delgatti ganham respaldo com as coincidências de datas. Em 10 de novembro de 2022, o MD publicou uma nota alegando que o relatório técnico das Forças Armadas não excluía a possibilidade de fraudes nas urnas, mesmo sem apresentar qualquer evidência. No mesmo dia, o general Fernandes enviou mensagens ao coronel Câmara tentando justificar a falta de contundência do documento, que não atendia plenamente às expectativas do ex-presidente.

A cronologia aponta que, em reuniões posteriores, militares discutiram estratégias clandestinas e criaram o plano “Copa 2022”, que envolvia técnicas de anonimização, codinomes e logística para ações clandestinas. O nome remete aos codinomes usados pelos envolvidos, como “Brasil”, “Gana” e “Áustria”.

Fonte: DCM

Moraes impõe sigilo absoluto sobre inquérito da intentona golpista de Bolsonaro

Alexandre de Moraes, ministro do STF e alvo do plano golpista de Bolsonaro. 
Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impôs sigilo máximo ao inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 indiciados. Para preservar a integridade das informações, apenas um desembargador e um juiz que colaboram diretamente com Moraes têm acesso ao documento de 884 páginas.

Com medidas adicionais de segurança, o relator optou por trabalhar desconectado da internet e orientou seus assessores a fazerem o mesmo. A decisão reflete a importância do caso, que envolve acusações de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e um plano para assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio ministro Moraes.

O relatório final do inquérito deve ser encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) na próxima segunda-feira (27). Caberá ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidir os próximos passos: apresentar denúncia, solicitar novas investigações ou arquivar o caso. Fontes próximas indicam que é provável a apresentação de denúncia ou o pedido de diligências complementares.

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Wagner Meier/Getty Images

A investigação sobre o golpe se soma a outros processos envolvendo Bolsonaro, como os relacionados à fraude nos cartões de vacina e ao desvio de joias sauditas destinadas ao acervo presidencial. Esses casos são tratados como conexos, o que pode unificar as denúncias.

O inquérito contra Bolsonaro e 36 aliados inclui a apuração de um esquema articulado para desestabilizar o Estado Democrático. Entre as ações planejadas estavam a execução de políticos, o fortalecimento de milícias digitais e a disseminação de desinformação, com atividades pré e pós-eleitorais.

Alexandre de Moraes já havia retirado o sigilo de relatórios anteriores, como os que investigam fraudes em vacinas e desvios no acervo presidencial. Nos dois episódios, Bolsonaro foi indiciado, o que amplia a pressão sobre sua defesa no caso do golpe.

Fonte: DCM

Segundo a PF, viagem de Bolsonaro aos EUA fazia parte do plano golpista


Bolsonaro, nos EUA, acena para seus seguidores. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

A Polícia Federal incluiu a viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos Estados Unidos, em dezembro de 2022, como parte de uma estratégia ligada à tentativa de golpe de Estado no Brasil. Segundo o Estadão, a informação consta no relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quinta-feira (21), que indiciou 37 pessoas por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Segundo o documento, Bolsonaro deixou o Brasil no dia 28 de dezembro, três dias antes do fim do mandato, com a intenção de se manter distante de qualquer responsabilização direta por atos golpistas que poderiam ocorrer, como ocorreu mais gravemente no dia 8 de janeiro, quando seus seguidores invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes.

Embora o ex-presidente tenha negado envolvimento em qualquer tentativa de ruptura democrática, a PF relaciona sua ausência do Brasil ao plano de desestabilização.

A PF identificou transferências financeiras do Brasil para os Estados Unidos, supostamente realizadas para evitar bloqueios judiciais em eventuais investigações.

O relatório afirma ainda que Bolsonaro atuou de forma abrangente na organização criminosa investigada, sendo descrito como líder do grupo. De acordo com a investigação, o objetivo central da organização era mantê-lo no poder, mesmo após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, três dos indiciados pela Polícia Federal por golpe. Foto: Reprodução

A corporação destacou que Bolsonaro se isolou politicamente após o resultado das eleições, limitando-se a interações privadas e evitando discursos públicos que reconhecessem sua derrota.

Após a divulgação do indiciamento, Bolsonaro usou as redes sociais para criticar a condução das investigações. Em publicação no X, antigo Twitter, ele acusou o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, de promover um inquérito baseado em “criatividade”. Segundo o indiciado, Moraes conduz a investigação de forma arbitrária, “ajustando depoimentos e fazendo pesca probatória”.

O ex-presidente também mencionou que aguardará orientações de sua defesa para responder formalmente às acusações, que ainda dependem de análise pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com o envio do relatório ao STF, o processo avança para a avaliação da PGR, que decidirá sobre a apresentação de denúncia contra Bolsonaro e os demais indiciados. Caso a denúncia seja aceita, o ex-presidente pode se tornar réu por crimes relacionados à tentativa de golpe.

Fonte: DCM

Turismo bomba no Brasil e o País registra o melhor outubro da história

Chegadas de estrangeiros aumentam mais de 24% e consolidam crescimento no setor turístico

Rio de Janeiro tem novo mapa turístico

O turismo internacional no Brasil atingiu um marco histórico em outubro de 2024, registrando 508,7 mil visitantes estrangeiros, o maior número para o mês desde o início da série histórica, em 1989. O dado, divulgado pelo Ministério do Turismo em parceria com a Embratur e a Polícia Federal, representa um aumento de 24,1% em relação ao mesmo período de 2023 e de 23,1% quando comparado a outubro de 2019, último ano antes da pandemia. A informação foi publicada pela Agência Gov.

No acumulado de 2024, o Brasil já recebeu mais de 5,4 milhões de turistas internacionais, uma alta de 13% em comparação ao mesmo período de 2023. O país se aproxima rapidamente de ultrapassar o total de 5,9 milhões de visitantes estrangeiros registrados em todo o ano passado, consolidando sua recuperação no mercado global de turismo.

◉ Resultados de políticas e infraestrutura

O ministro do Turismo, Celso Sabino, atribuiu o sucesso às políticas públicas e aos investimentos realizados pelo governo federal para fortalecer o setor. “Foram mais de meio milhão de estrangeiros que visitaram o Brasil somente em outubro. Esse resultado é reflexo do conjunto de ações do governo em infraestrutura, distribuição de renda e turismo. Estamos muito felizes com o desempenho, que é motivo de comemoração para todo o governo”, afirmou Sabino.

Marcelo Freixo, presidente da Embratur, destacou a possibilidade de o Brasil alcançar recordes históricos de turismo ainda em 2024. “Existe uma chance real de superarmos o recorde histórico de 6,6 milhões de turistas internacionais, registrado em 2018. Isso reflete um trabalho técnico qualificado realizado pela Embratur em parceria com o Ministério do Turismo, além do esforço de empreendedores e trabalhadores que recebem tão bem os visitantes em todo o país”, afirmou Freixo.

◉ Principais regiões e emissões

São Paulo continua sendo a principal porta de entrada de estrangeiros no Brasil, recebendo quase metade das chegadas em outubro (200.664). No acumulado do ano, o estado lidera com mais de 1,8 milhão de visitantes, seguido pelo Rio de Janeiro, que já contabiliza 1,2 milhão no ano.

No Sul, Paraná e Rio Grande do Sul lideram as recepções internacionais, com 740 mil e 723 mil turistas, respectivamente, entre janeiro e outubro. No Nordeste, Bahia e Ceará se destacam, enquanto no Norte, o Amapá é o principal receptor.

Entre as nacionalidades, os argentinos lideram como maiores emissores, somando 1,58 milhão de visitantes em 2024. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar com 572.338 turistas, seguidos pelo Chile, com 518.345. Países europeus, como França, Alemanha e Portugal, também enviaram números expressivos de visitantes ao Brasil.

◉ Perspectivas e metas ambiciosas

O Plano Nacional de Turismo (2024-2027), recentemente lançado pelo Ministério do Turismo, projeta metas ambiciosas para o setor, incluindo a atração de 8,1 milhões de turistas internacionais até 2027 e a geração de US$ 8,1 bilhões em receitas. Diante do cenário atual, as expectativas foram revisadas para alcançar a marca de 10 milhões de visitantes até 2027.

Com esses resultados, o Brasil se consolida como um destino competitivo na América Latina, superando países vizinhos como Chile e Peru, e reforça seu potencial como líder no turismo regional e global. O avanço no número de visitantes é um indicativo de que o setor está não apenas em recuperação, mas em pleno crescimento.

Fonte: Brasil 247

Juristas cobram reações das instituições sobre tentativa de golpe bolsonarista

“Esse estado de coisas não permite tolerâncias, leniências, tampouco omissões", dizem Lenio Streck, Mauro de Azevedo Menezes e Marco Aurélio de Carvalho

Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)

Os juristas Lenio Luiz Streck, Mauro de Azevedo Menezes e Marco Aurélio de Carvalho avaliam, em um artigo veiculado neste sábado (23), que “o autêntico compromisso de defesa da Democracia exige que, em certos momentos, a indignação se faça expressar em toda a sua extensão, como forma de preservar os fundamentos mínimos da convivência civilizada em sociedade”.

Segundo eles, a” ascensão ao poder de um segmento extremista, anárquico e autoritário, chefiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, agravou a situação periclitante que o equilíbrio democrático já atravessava em nosso país, desde a perpetração de abusos pela Operação Lava Jato e a aprovação de um impeachment presidencial estranho aos seus indispensáveis requisitos jurídicos. Com Bolsonaro na presidência da República, eclodiram ameaças de rompimento ainda mais severo da normalidade democrática, alimentadas pela mobilização antidemocrática e abertamente golpista nas redes sociais e nas portas dos quartéis, desafiando as contenções judiciais, o respeito e o acatamento do resultado processo eleitoral de 2022”.

“Assim ocorreram sérios distúrbios em dezembro de 2022, nas imediações da sede da Polícia Federal em Brasília, assim como a tentativa abortada de promover explosões no aeroporto da Capital Federal. E, logo após a posse do presidente Lula, em 8 de janeiro de 2023, as sedes dos três Poderes da República foram assaltadas, de modo violento, por uma multidão de vândalos, determinados a consumar um golpe de Estado”, ressalta o texto.

No artigo, os juristas destacam que “nas últimas semanas, um atentado com utilização de explosivos foi praticado nas proximidades do Supremo Tribunal Federal por um ativista do bolsonarismo que tinha o declarado propósito de matar um ministro da Corte. Logo em seguida, surgiram evidências de que, ainda na época da transição governamental, no final de 2022, agentes públicos muito próximos a Jair Bolsonaro tramaram o assassinato de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, integrantes da chapa presidencial eleita e do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, como parte de uma sórdida conspiração voltada a frustrar a vontade popular”.

“Esse estado de coisas não permite tolerâncias, leniências, tampouco omissões das instituições que aspirem conservar integridade democrática em nosso regime constitucional”, afirmam.

“ A hora é de extrema delicadeza para o futuro do Brasil. Exige-se uma reação contundente e indignada de todos aqueles que pretendam seguir merecendo o respeito do povo brasileiro como partes interessadas na construção de um país livre e governado pelo império das leis. O preço da passividade será cobrado em termos históricos e será implacável com os covardes. Por isso, no Brasil de hoje cumpre observar a dura exortação de Hessel: indignemo-nos!”, finalizam.

Fonte: Brasil 247

Plano golpista previa deslocamento de militares do Rio a Brasília: 'vai precisar'

Relatório da PF aponta mensagens que evidenciam discussões sobre o orçamento e a arregimentação de militares no Rio de Janeiro para consumar o golpe

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Foto: Edilson Rodrigues-Agência Senado

 A Polícia Federal finalizou na última quinta-feira (21) o inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado em 2022, revelando detalhes de um suposto planejamento envolvendo militares e aliados de Jair Bolsonaro (PL). O relatório aponta ações coordenadas e a utilização de recursos estimados em R$ 100 mil para executar o plano, que incluía logística para transporte, hospedagem, alimentação e materiais.

Segundo a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, o relatório da PF aponta que mensagens recuperadas entre o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e o major Rafael Martins evidenciam discussões sobre o orçamento e a arregimentação de aliados no Rio de Janeiro.

Em uma das conversas, Mauro Cid afirmou: “Para trazer um pessoal do Rio”, sendo respondido por Rafael: “Pode ser preciso também”. Cid encerrou a troca confirmando: “Vai precisar”. A Polícia Federal conseguiu acessar os diálogos devido a um bug no aplicativo de mensagens utilizado pelo Exército, o UNA, que obrigou os envolvidos a usarem o WhatsApp, expondo as conversas aos investigadores.

Foi no Rio de Janeiro que militares envolvidos no esquema foram presos, entre eles o general de brigada da reserva Mario Fernandes, o tenente-coronel Helio Ferreira Lima e os majores Rodrigo Bezerra Azevedo e Rafael Martins.

A PF também identificou uma frente específica do plano, que previa a realização de ações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, incluindo o sequestro e o assassinato do magistrado. Investigadores relataram que militares foram até a quadra residencial de Moraes, em Brasília, como parte do planejamento.

O ministro, alvo de ataques por parte do bolsonarismo desde que incluiu Bolsonaro no inquérito das fake news em 2021, foi identificado pela organização como um dos principais obstáculos ao plano. Moraes, que conduz o inquérito no STF, se tornou uma figura central na repressão a atos antidemocráticos.

Além de Bolsonaro, entre os indiciados pela PF estão os ex-ministros da Defesa Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Todos são acusados de crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Ao todo, 37 pessoas foram indiciadas no chamado inquérito do golpe.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Militar indiciado por tentativa de golpe desmaiou quando foi alvo de mandado de busca e apreensão

Tenente-coronel Guilherme Marques Almeida, ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército, foi alvo da PF em fevereiro

Guilherme Marques Almeida (Foto: Divulgação)

O tenente-coronel Guilherme Marques Almeida, ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército Brasileiro, é um dos indiciados pela Polícia Federal (PF) na investigação que apura uma tentativa de golpe de Estado. Em fevereiro deste ano, Almeida foi alvo da Operação Tempus Veritatis, ação da PF que incluiu mandados de busca e apreensão contra ele e outros suspeitos.

Durante a abordagem em sua residência, o militar desmaiou, precisando de socorro imediato. Conforme publicado pela imprensa na época, Almeida se recuperou rapidamente e colaborou com os agentes durante a execução do mandado.

As investigações resultaram na exoneração de Almeida do comando do 1º Batalhão de Operações Psicológicas, unidade localizada em Goiânia e subordinada ao Comando de Operações Especiais do Exército (Copesp). A corporação, também conhecida como "kids pretos", é especializada em estratégias de inteligência e operações cibernéticas.

Além de Almeida, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, então comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus, também foi exonerado. Ambos os afastamentos foram formalizados em fevereiro no Diário Oficial da União.

Segundo o UOL, o 1º Batalhão de Operações Psicológicas, liderado anteriormente por Almeida, é responsável por atividades de influência em cenários de conflito. O curso de formação da unidade abrange disciplinas como guerra cibernética, inteligência e guerra eletrônica.

Essas técnicas visam impactar emoções, opiniões e atitudes de grupos-alvo, sendo amplamente utilizadas em missões de paz, como no Haiti entre 2004 e 2017, quando o Brasil liderou esforços para estabilizar o país após a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Após PF concluir inquérito do golpe, coronel da Escola Superior de Guerra diz que eleições de 2022 "foram roubadas"

Declaração foi feita em grupo de WhatsApp após a PF indiciar 37 pessoas, incluindo militares de alta patente, por planejarem um golpe de Estado

(Foto: Ricardo Moraes/Reuters)

 O coronel da reserva Anderson Freire Barboza, diretor do Curso de Gestão de Recursos de Defesa (CGERD) da Escola Superior de Guerra (ESG), afirmou em um grupo de WhatsApp que as eleições presidenciais de 2022 "foram roubadas". Ele também chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)de "ladrão" e contestou a investigação da Polícia Federal sobre a suposta trama golpista envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, a declaração foi feita na noite de quinta-feira (21) em um grupo que reúne cerca de 100 membros, entre professores e ex-alunos da ESG, uma instituição vinculada ao Ministério da Defesa, comandado pelo ministro José Múcio Monteiro.

Os comentários do coronel vieram horas após a PF indiciar 37 pessoas, incluindo Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Braga Netto e o ex-ministro Augusto Heleno, no inquérito que investiga a elaboração de um plano golpista para reverter o resultado das eleições.

Na mensagem, Barboza afirmou que "as eleições foram roubadas sob a liderança de Alexandre de Moraes", presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022. Ele associou a vitória de Lula à "soltura do ladrão" e a supostos "atos perpetrados em favor de Lula na corrida eleitoral". Além disso, disse que "grande parte da população não aceitava o resultado" e questionou a "veracidade da apuração de fatos" da Polícia Federal.

Procurado pela imprensa, Barboza confirmou a autoria da publicação, justificando que se tratava de um "desabafo". Ele alegou que conhece alguns dos militares indiciados pela PF e que eles são "profissionais extremamente competentes". Segundo ele, a mensagem foi uma reação ao que chamou de "ilações" feitas por outros participantes do grupo, majoritariamente civis.

"Assim, o desabafo foi simplesmente de um cidadão indignado com a forma como algumas pessoas julgam sem conhecer todos os fatos", afirmou. Ele também classificou os julgamentos como "claramente pouco éticos" e justificou ter respondido "na mesma moeda".

Barboza é contratado como PTTC (Prestador de Tarefa por Tempo Certo) pelo Ministério da Defesa, modalidade que permite que militares da reserva retornem ao serviço ativo, acumulando os vencimentos com um adicional de 30%. As Forças Armadas possuem cerca de 12 mil militares aposentados contratados sob esse regime, que apresenta falhas na transparência sobre suas funções e salários.

A Escola Superior de Guerra, responsável pela formação de quadros civis e militares, não se manifestou sobre o caso. O Ministério da Defesa também não emitiu declarações públicas a respeito dos comentários do coronel.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna Painel da Folha de S. Paulo

PAC terá R$ 703 milhões voltados para catadores gerirem coleta e tratamento de resíduos na economia circular

Iniciativa beneficiará 442 municípios e fortalecerá cooperativas no setor de reciclagem

Trabalhadores de cooperativa de reciclagem no Paraná (Foto: Divulgação)

O Governo Federal anunciou a destinação de R$ 703 milhões do Novo PAC Seleções para financiar projetos voltados à coleta seletiva, tratamento de resíduos sólidos urbanos e disposição final de rejeitos em aterros sanitários. A medida, apresentada durante o G20 Social, no Rio de Janeiro, beneficiará 442 municípios brasileiros e mobilizará 76 cooperativas e associações de catadores. A informação foi divulgada pela Agência Gov.

Os recursos, provenientes do Orçamento Geral da União e de financiamentos, têm o objetivo de aprimorar a gestão de resíduos sólidos, fortalecer a economia circular e gerar mais de 33 mil empregos diretos e indiretos. As iniciativas selecionadas incluem aquisição de veículos, execução de obras civis e compra de equipamentos, além de ações para promover a inclusão produtiva dos catadores no mercado formal.

Compromisso com sustentabilidade e inclusão

O ministro das Cidades, Jader Filho, destacou o impacto transformador do projeto. “O Brasil tem responsabilidade com os municípios, com os Estados, com o desenvolvimento, com os catadores e com o futuro deste país. Este é um passo decisivo para modernizar a gestão de resíduos sólidos e promover o protagonismo dos catadores na economia circular”, afirmou.

O secretário especial do Novo PAC da Casa Civil, Maurício Muniz, reforçou o alinhamento da medida com as prioridades do presidente Lula, enfatizando a responsabilidade ambiental e o potencial de inclusão social. “Essa seleção agrega diversos segmentos da sociedade, como os catadores, além de fortalecer a economia circular e a coleta seletiva, pilares fundamentais para o desenvolvimento sustentável”, declarou.

Exemplo de sucesso e inovação em gestão

Entre os modelos inspiradores para essa iniciativa está o projeto pioneiro das cooperativas Acamarango, em Reserva, e ReciclaTB, em Telêmaco Borba, no Paraná. As cooperativas, que já faziam parte do Programa de Resíduos Sólidos da Klabin, foram transformadas em franquias sociais por meio de uma parceria entre a Klabin, a Ambipar Environment e prefeituras locais.

O modelo de franquia social aumentou a renda dos catadores, elevando o salário médio de R$ 1.200 para R$ 4.000, e proporcionou melhorias significativas nas condições de trabalho. “Com a ajuda da Klabin, conseguimos um preço maior para os resíduos e aumentamos nossa renda no fim do mês”, afirmou Leonir dos Santos, presidente da Acamarango.

Esse exemplo reforça como a economia circular, baseada na reutilização e reciclagem de materiais, pode transformar realidades, promovendo trabalho decente e reduzindo desigualdades.

Metas ambiciosas e futuro promissor

O Novo PAC Seleções, lançado em 2023, já viabilizou mais de R$ 65 bilhões para projetos de infraestrutura, saneamento e mobilidade urbana. A segunda etapa do programa, prevista para 2025, promete ampliar ainda mais os investimentos.

A expectativa é que os projetos voltados à economia circular e gestão de resíduos contribuam significativamente para que o Brasil se consolide como referência em sustentabilidade na América Latina.

Com o fortalecimento das cooperativas e a ampliação da economia circular, o Brasil não só avança na gestão ambiental, mas também cria um ambiente de inclusão produtiva e desenvolvimento econômico para trabalhadores vulneráveis, promovendo uma verdadeira transformação social e ambiental.

Fonte: Brasil 247 com Agência Gov

Cid se irrita e explode com advogado após declarações sobre suposto plano para matar Lula

Mauro Cid ligou para o advogado na sexta-feira e exigiu que ele recuasse da afirmação de que Bolsonaro teria ciência de um suposto plano para matar Lula

Cezar Bittencourt, Jair Bolsonaro e Mauro Cid (Foto: Divulgação/OAB | Isac Nóbrega/PR)

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PT), viveu momentos de tensão com seu advogado, Cezar Bittencourt, após prestar depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quinta-feira (21). O motivo do desentendimento, segundo a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, teria sido as declarações públicas do advogado sobre o conteúdo da oitiva, especialmente em relação a um suposto plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com Bittencourt, Mauro Cid teria afirmado que Bolsonaro tinha conhecimento de um plano para matar Lula por envenenamento. A declaração gerou forte reação de Cid, que desmentiu categoricamente a acusação, tanto a interlocutores quanto ao próprio advogado. O ex-ajudante de ordens teria ressaltado que, em seu depoimento, negou ter qualquer conhecimento sobre o suposto plano para assassinar o atual chefe do Executivo.

No depoimento de aproximadamente três horas ao STF, Mauro Cid confirmou que participou de uma reunião realizada na casa do general Braga Netto, em Brasília, no dia 12 de novembro de 2022. No encontro, militares discutiram estratégias para um plano golpista que visava impedir a posse de Lula. Cid declarou, porém, que deixou a reunião antes do término, alegando não ter envolvimento direto nas deliberações.

Ainda assim, o tenente-coronel admitiu que Jair Bolsonaro tinha conhecimento do plano para evitar a posse de Lula. Entretanto, enfatizou que as tratativas não envolviam qualquer atentado à vida do presidente eleito.

Irritado com as declarações de Bittencourt à imprensa, Mauro Cid ligou para o advogado na sexta-feira (22) e exigiu que ele recuasse da afirmação de que Bolsonaro teria ciência de um suposto plano para matar Lula. Diante da pressão, Cezar Bittencourt voltou atrás e negou a informação publicamente.

Apesar da controvérsia, o ministro Alexandre de Moraes decidiu manter o acordo de delação premiada de Mauro Cid. No entanto, o ex-ajudante de ordens continua indiciado pela suposta participação em um plano golpista.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Moraes pretende levar julgamento de Bolsonaro à Primeira Turma – e não ao plenário do STF

Primeira Turma, composta por cinco ministros, inclui Cristiano Zanin e Flávio Dino

Alexandre de Moraes (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve conduzir o julgamento de uma eventual denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros 36 suspeitos de participação em uma tentativa de golpe de Estado à Primeira Turma do STF, em vez de levar o caso ao plenário, de acordo com reportagem do Valor Econômico.

Essa estratégia reflete mudanças no regimento interno do Supremo, implementadas em dezembro de 2023 sob a presidência de Luís Roberto Barroso, que permitiram transferir parte das competências penais do plenário para as turmas. Segundo a justificativa da época, a alteração visava “racionalizar a distribuição do acervo criminal, reduzindo a sobrecarga do plenário sem gerar ônus excessivo aos órgãos fracionários”.

Composição da Primeira Turma e impacto político

A Primeira Turma é composta por cinco dos 11 ministros da Corte e atualmente é presidida por Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Também integram o colegiado Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino, este último indicado ao STF em 2024, também por Lula.

Os dois ministros indicados por Bolsonaro – Kassio Nunes Marques e André Mendonça – não fazem parte desse colegiado e integram a Segunda Turma. A escolha de Moraes por levar o caso à Primeira Turma tem sido vista como uma decisão estratégica para agilizar o julgamento, já que o colegiado menor pode operar de forma mais célere do que o plenário, que reúne todos os ministros.

Avanços na investigação e denúncia iminente

Na última quinta-feira (21), a Polícia Federal (PF) encerrou a investigação sobre a suposta elaboração de um plano golpista para evitar a posse de Lula, eleito presidente em 2022. O relatório final da PF indiciou 37 pessoas, incluindo Bolsonaro, por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

O material foi encaminhado no mesmo dia a Moraes, que deve remeter o caso ao procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, na próxima segunda-feira (25). Gonet deve apresentar a denúncia no início de 2025, após analisar o vasto material probatório reunido pela PF.

Interlocutores do PGR afirmam que ele pretende formular uma denúncia abrangente contra Bolsonaro, unificando outras investigações em andamento, como os inquéritos relacionados à falsificação de cartões de vacinação e à venda de joias no exterior, ambos considerados conectados à trama golpista.

Denúncia robusta e julgamento histórico

A decisão de Moraes de levar o caso à Primeira Turma reforça o peso do julgamento, que deve ser um marco no enfrentamento a práticas antidemocráticas. Moraes busca não apenas celeridade, mas também uma composição mais técnica para deliberar sobre um dos casos mais graves da história republicana recente.

Com a denúncia robusta esperada pela PGR, o julgamento pode definir o futuro político de Bolsonaro e consolidar o entendimento jurídico sobre tentativas de ruptura democrática no Brasil. A condução do processo na Primeira Turma, composta por uma maioria que não inclui indicados de Bolsonaro, também deve atrair atenção sobre a imparcialidade e os critérios jurídicos que embasarão as decisões no caso.

Enquanto isso, Bolsonaro continua a criticar Moraes publicamente, afirmando que a luta começa na PGR. Entretanto, os desdobramentos jurídicos indicam que essa pode ser uma das batalhas mais difíceis da trajetória política do ex-presidente, cujo indiciamento já soma graves acusações que podem implicar penas severas e inelegibilidade prolongada.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do Valor Econômico

Bolsonaro pode pegar 28 anos de cadeia e ficar inelegível por 30 anos

Estas seriam suas penas por liderar o plano golpista

(Foto: Reprodução)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrenta um cenário jurídico devastador. Indiciado pela Polícia Federal (PF) pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e organização criminosa, Bolsonaro pode ser condenado a até 28 anos de prisão, além de ficar inelegível por mais de 30 anos, conforme as penas máximas previstas para esses delitos, segundo aponta reportagem da Folha de S. Paulo.

A investigação aponta que Bolsonaro foi peça central em um plano que incluía a elaboração de uma minuta de decreto para impedir a posse do presidente Lula (PT). A proposta, considerada pela PF como "golpista", visava justificar a prisão de autoridades e convocar novas eleições sob a alegação de supostas fraudes no pleito de 2022. Esse documento chegou a ser analisado em reuniões convocadas pelo então presidente, envolvendo civis do governo e militares da ativa.

Entre as possíveis penas, a tentativa de golpe de Estado pode resultar em até 12 anos de prisão, enquanto a tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e a organização criminosa preveem até 8 anos cada. No total, as penas somam 28 anos de reclusão, sem considerar eventuais agravantes ou combinações de condutas, que poderiam aumentar a punição.
Ficha Limpa e inelegibilidade

Além da prisão, Bolsonaro poderá ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que determina inelegibilidade desde a condenação por órgão colegiado até o término da pena, somando ainda oito anos adicionais após o cumprimento. Como explicou Mariângela Gama de Magalhães Gomes, professora de direito penal da USP, "a inelegibilidade se estende por todo o período da pena, independentemente do regime de cumprimento".

Segundo Fernando Neisser, advogado e professor de direito eleitoral da Fundação Getúlio Vargas (FGV), caso Bolsonaro seja condenado em definitivo, por exemplo, em 2025, ele permaneceria inelegível até 2061, aos 106 anos. Atualmente, o ex-presidente já está impedido de disputar eleições até 2030, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), devido às mentiras e ataques ao sistema eleitoral durante seu mandato.
Minuta golpista e medidas da investigação

O documento elaborado para fundamentar o plano golpista "consubstanciava medidas de exceção", nas palavras do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A minuta detalhava supostas interferências entre os poderes e previa monitoramento de autoridades, inclusive do próprio ministro Moraes, para assegurar o cumprimento das ordens golpistas.

Diante das acusações, a PF determinou o recolhimento do passaporte de Bolsonaro e proibiu que ele se comunique com outros investigados. Enquanto isso, o caso avança no Supremo Tribunal Federal, que poderá consolidar a responsabilidade do ex-presidente em uma das mais graves tentativas de ruptura institucional da história recente do Brasil.

A trajetória jurídica de Jair Bolsonaro, agora com 69 anos, ilustra os riscos enfrentados por figuras públicas que ultrapassam os limites democráticos. Caso condenado, ele pode entrar para a história não como um líder, mas como um símbolo do fracasso de um plano autoritário, com consequências devastadoras para sua vida política e pessoal.

Fonte: Brasil 247 com reportagem da Folha de S. Paulo

'Primeira vez que um atentado à Constituição é tratado como crime de alta traição", diz José Dirceu sobre tentativa de golpe

"Bolsonaro era o presidente em exercício, conspirando contra o Estado de Direito e arrastando as Forças Armadas. É gravíssimo", disse o ex-ministro

José Dirceu (Foto: Lula Marques)

O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu avaliou, em entrevista ao jornalista Jamil Chade, do UOL, que os atos golpistas em Brasília, no fim de 2022 e início de 2023, não podem ser vistos como episódios isolados. Para ele, os eventos fazem parte de uma estratégia interligada e orquestrada por aliados do bolsonarismo para "pressionar e chantagear" a cúpula militar com o objetivo de viabilizar um golpe de Estado. Dirceu também avaliou como "gravíssima" a situação política de Jair Bolsonaro (PL), indiciado ao lado do general Braga Netto e outras 35 pessoas por crimes contra o Estado Democrático de Direito.

A análise ocorre em meio às investigações conduzidas pela Polícia Federal, que revelaram detalhes de uma suposta articulação para desestabilizar o governo Lula. Segundo Dirceu, o indiciamento de militares de alta patente, algo inédito na história brasileira, representa um marco para a democracia. "Os golpistas de 1937, 1955 e 1964 foram anistiados. É a primeira vez que um atentado à Constituição é tratado como crime de alta traição", afirmou o ex-ministro.

Na entrevista, Dirceu relembrou a instabilidade que marcou a transição de governo, apontando que a posse de Lula não ocorreu com “normalidade”, como sugeriu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Tivemos atos de violência em 12 de dezembro, o negacionismo das urnas de campanha. Bolsonaro não deu posse para Lula. Ele [Bolsonaro] repetiu João Figueiredo, que não deu posse ao presidente José Sarney”, ressaltou.

Ele enfatizou que atos violentos, como os de 12 de dezembro e o ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, foram ações coordenadas para angariar apoio das Forças Armadas. "Esses fatos todos mostram que a tentativa deles era sempre a de pressionar, chantagear e convencer os altos mandos militares a apoiá-los. Não conseguiram.", explicou.

O ex-ministro avaliou que a falta de respaldo internacional e interno foi crucial para conter o plano de golpe. "Joe Biden e o Departamento de Estado deixaram claro que apoiariam o Estado de Direito no Brasil. Internamente, nem a grande mídia, nem os partidos de direita, exceto uma minoria no PL, deram apoio", analisou.

Apesar dos ataques, Dirceu acredita que a democracia brasileira saiu fortalecida. Ele destacou o uso de provas robustas, como vídeos e confissões, para processar os envolvidos. "O devido processo legal tem sido seguido, com presunção de inocência e ônus da prova à acusação", afirmou, defendendo que não há justificativa para a não aplicação da lei, mesmo diante de ameaças de retaliação.

Dirceu foi enfático ao classificar como "sem precedentes" o envolvimento de um ex-mandatário na tentativa de golpe. "Bolsonaro era o presidente em exercício, conspirando contra o Estado de Direito e arrastando as Forças Armadas. É gravíssimo", disse. Para ele, a eventual prisão de Bolsonaro não provocará guerra civil, como afirmam apoiadores, e a Justiça deve agir independentemente de ameaças.

Sobre um possível retorno de Donald Trump ao poder nos EUA em 2025, Dirceu acredita que isso não alterará a situação política de Bolsonaro. "Internamente, ele perdeu condições legais e políticas de viabilizar uma candidatura. Sua imagem está desgastada até entre aliados", afirmou.

Questionado sobre a possibilidade de anistiar os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, Dirceu foi taxativo: "Zero. Se você anistia uma tentativa de golpe de Estado, está incentivando sua repetição. Não é possível pacificar o país com impunidade."

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Potencial candidata a presidente em 2026, Michelle posta declaração de amor a Bolsonaro nas redes sociais

Ex-primeira-dama quebra o silêncio após novo indiciamento do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado

Michelle e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução redes sociais)

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro utilizou suas redes sociais, na noite desta sexta-feira (22), para se pronunciar pela primeira vez após o novo indiciamento de Jair Bolsonaro pela Polícia Federal (PF). Em uma postagem que trouxe o ex-presidente sorridente vestindo a camisa de um time de futebol, Michelle declarou: “Meu amor”. A informação foi publicada pelo Globo.

Michelle, que é presidente do PL Mulher, tem sido mencionada por aliados como uma possível candidata à Presidência da República em 2026, especialmente após Bolsonaro ser declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A postagem foi vista como um gesto de solidariedade ao marido e um movimento político para reforçar sua posição como figura pública de destaque dentro do bolsonarismo.

◉ Indiciamento por tentativa de golpe

O novo indiciamento do ex-presidente, realizado pela PF, acusa Bolsonaro de crimes como tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa. Caso condenado, as penas podem somar até 28 anos de prisão, além de oito anos adicionais de inelegibilidade previstos na Lei da Ficha Limpa, o que o afastaria da política até 2061.

Bolsonaro já está impedido de disputar eleições desde 2022, após o TSE concluir que ele cometeu abuso de poder político ao atacar, sem provas, o sistema de urnas eletrônicas em reunião com embaixadores. Apesar disso, ele segue em diálogo com aliados e eleitores, afirmando que pretende disputar a Presidência em 2026 ou, caso sua inelegibilidade seja mantida, lançar um candidato de confiança.

◉ Michelle Bolsonaro: solidariedade e protagonismo político

A declaração de amor de Michelle, feita em um momento de grande pressão jurídica e política sobre Bolsonaro, foi interpretada como um gesto de apoio pessoal e político. Como líder do PL Mulher, ela já vinha ganhando espaço no cenário nacional, com menções frequentes sobre sua capacidade de representar o bolsonarismo nas urnas.

Analistas políticos apontam que, com a ausência de Bolsonaro no pleito de 2026, Michelle pode emergir como a principal candidata do campo conservador. Sua postura pública conciliadora e sua popularidade em setores evangélicos são vistos como trunfos para mobilizar a base do ex-presidente.

◉ Cenários políticos para 2026

Enquanto enfrenta os desdobramentos de múltiplos processos, Bolsonaro mantém sua influência entre aliados e seguidores. Ele já declarou que aposta no Congresso para reverter sua inelegibilidade, mas ainda não indicou quem poderia ser seu sucessor caso não consiga retornar à disputa presidencial.

Michelle, por outro lado, tem sido testada como uma liderança política capaz de preservar o legado bolsonarista e mobilizar o eleitorado conservador. Sua declaração nas redes sociais reforça essa narrativa, ao mesmo tempo que fortalece sua imagem de lealdade e alinhamento aos valores promovidos pelo ex-presidente.

O gesto simbólico de Michelle, somado aos movimentos do PL e da base bolsonarista, pode ser o início de uma estratégia mais ampla para garantir que o bolsonarismo continue relevante no cenário político nacional, mesmo diante das restrições legais que pesam sobre seu principal líder.

Fonte: Brasil 247 com informações publicadas no jornal O Globo

Botafogo tenta retomar vitórias para manter liderança do Brasileiro

Rádio Nacional transmite o confronto entre o Alvinegro e o Vitória

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© Vitor Silva/Botafogo/Direitos Reservados

Precisando retomar o caminho das vitórias para continuar firme na luta pelo título do Campeonato Brasileiro, o Botafogo recebe o Vitória, a partir das 19h30 (horário de Brasília) deste sábado (23) no estádio Nilton Santos, pela 35ª rodada da competição. A Rádio Nacional transmite ao vivo.

Líder da competição com 69 pontos, o Alvinegro de General Severiano não pode tropeçar dentro de casa para evitar que o vice-líder Palmeiras, que tem 67 pontos e mede forças com o Atlético-GO também neste sábado, tenha a oportunidade de assumir a ponta da classificação. Para isto, a equipe de Artur Jorge terá que se recuperar rápido dos empates nas duas últimas rodadas, com Cuiabá e Atlético-MG.

Porém, para sair com os três pontos diante do Vitória, o Botafogo terá de lidar com o desfalque de duas peças importantes, o atacante Luiz Henrique e o zagueiro Alexander Barboza, ambos suspensos por expulsão diante do Galo mineiro.

Desta forma o técnico Artur Jorge será obrigado a mudar a formação titular de sua equipe, que pode entrar em campo da seguinte forma: John; Vitinho, Adryelson, Bastos e Alex Telles; Gregore e Marlon Freitas; Júnior Santos, Savarino e Almada; Igor Jesus.

O Vitória chega ao confronto deste sábado em um momento da temporada diferente do vivido pelo Botafogo, sem brigar por títulos, mas com quatro vitórias nos últimos cinco compromissos no Brasileiro. Com isso a equipe comandada por Thiago Carpini ocupa a 12ª posição da classificação com 41 pontos conquistados.

Diante do líder Botafogo, a equipe baiana deve entrar em campo com: Lucas Arcanjo; Raul Cáceres, Neris, Wagner Leonardo e Lucas Esteves; Ricardo Ryller, Willian Oliveira e Matheusinho; Gustavo Mosquito, Carlos Eduardo e Alerrandro.

Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Botafogo e Vitória com a narração de André Marques, comentários de Carlos Molinari e reportagem de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:


Fonte: Agência Brasil