quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Braga Netto se esconde, nega reunião sobre plano para matar Lula e diz que agiu por “lealdade” a Bolsonaro

O general Walter Braga Netto: segundo a PF, o plano para matar Lular, Alckmin e Moraes foi discutido na casa do militar. Foto: reprodução

O general Walter Braga Netto tem conversado discretamente com aliados desde que seu nome voltou ao centro das investigações relacionadas à trama golpista. Segundo revelações da Polícia Federal (PF), ele teria participado de uma reunião com militares envolvidos no plano em seu apartamento, em Brasília. Contudo, Braga Netto nega as acusações e afirma que não fez reunião em seu apartamento para “tratar de plano algum”.

De acordo com o plano investigado, o objetivo era executar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

Braga Netto residia no Bloco B, na quadra 112 da Asa Sul, um prédio onde outros generais do Ministério da Defesa e do alto escalão do governo também moravam. O edifício contava com um salão de convivência na cobertura, frequentemente usado para reuniões sociais e privadas, o que agora levanta suspeitas.

Em conversas com pessoas próximas, o general costuma mencionar que tinha o hábito de passear com o cachorro duas a três vezes ao dia nos arredores do prédio, onde frequentemente encontrava outros colegas de farda, conforme informações da coluna de Lauro Jardim, do Globo.

Bolsonaro indica que Braga Netto poderá ser o seu vice - Jornal O Globo
Braga Netto e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Ele também tem ressaltado o papel de assessoramento que desempenhou junto a Bolsonaro até o final do governo. Nessas conversas, faz questão de destacar “a lealdade” ao ex-capitão e utilizar expressões como “correção ética e moral” para descrever sua conduta, sem abordar diretamente as acusações de envolvimento na trama golpista.

O relatório da PF aponta que o apartamento de Braga Netto foi utilizado para uma reunião em 12 de novembro de 2022, com a presença do tenente-coronel Mauro Cesar Cid, do major Rafael de Oliveira e do tenente-coronel Ferreira Lima. A existência do encontro foi confirmada pelo próprio Mauro Cid durante as investigações.

Além disso, Braga Netto é considerado um dos principais articuladores da suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas. A PF avalia como provável o indiciamento do general no inquérito que investiga o caso, reforçando seu papel no planejamento da ruptura democrática.

Fonte: DCM

VÍDEO – Mario Frias perde a linha com Lisboa puxando saco de Bolsonaro: ‘Frouxo é você!’

Tela de live dividida entre Mario Frias e Lisboa
O deputado Mario Frias no Vlog do Lisboa – Reprodução/Redes Sociais

Em participação no Vlog do Lisboa, transmitido nas redes sociais, o deputado federal Mario Frias (PL) mandou um recado em tom de revolta para quem chama o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de “frouxo”. O parlamentar afirmou que as pessoas que dizem isso não aguentariam um dia sequer na pele do ex-mandatário e que falar certas coisas atrás de um celular é muito fácil.

“Tá sentado com o rabo no sofá em casa, conseguindo likezinho, ganhando uma monetizaçãozinha, e vem querer dizer o que é verdade e o que não é, rapaz? Olha só, eu tenho 30 anos de carreira. Aqui entre nós, podia estar lá no meu sítio, no Rio Grande do Sul, com o meu sogro, minha filha, minha família. Eu dei o sangue por esse governo porque eu vi, pela primeira vez na história, um homem honesto, um homem íntegro, um cara patriota, corajoso, estrategista”, alegou o convidado.

Frias ainda disse que Bolsonaro é mais esperto, mais capaz e mais culto que a “maioria desses caras que ficam falando besteira na internet”. “Vamos fazer o seguinte? Sai desse salto e, quando quiser chamar alguém de frouxo, seja homem e venha na frente da pessoa, não fica mandando recadinho pela internet, não. O nome dessa porr* aí é covardia. E, na rua, onde você cresce, era um tapinha na orelha, um ‘pedala, Robinho’ que ia te ajudar a virar gente”, disparou.

Fonte: DCM

Apucarana recebe atletas e técnicos para a fase final dos Jogos Abertos do Paraná

A modalidade de Handebol será disputada no Complexo Esportivo Áureo Caixote no Colégio Estadual Antônio dos Três Reis de Oliveira

Apucarana recebe nesta quinta-feira (21) mais de 3,3 mil atletas e comissões técnicas, de 80 municípios, para a primeira parte da fase final dos Jogos Abertos do Paraná (Japs). As competições começam sexta-feira (22) e seguem até domingo (24). A segunda parte da fase final será disputada de 28 de novembro a 1º de dezembro, também em Apucarana. São os últimos eventos do calendário de jogos oficiais de 2024.

O prefeito Junior da Femac, ao lado do secretário de esportes Tom Barros, recepcionou nesta terça-feira (19), os dirigentes e equipe técnica da Paraná Esportes. Na quinta-feira, chegam as delegações de todo o Paraná, classificadas para essa etapa final dos Japs. “Saudamos a todos e pedimos aos apucaranenses que recebam com muito carinho os atletas, seus familiares, dirigentes esportivos e árbitros. Nestes dois fins de semana todos eles irão conhecer a cidade, passear e consumir no comércio, lanchonetes, restaurantes, padarias e cafés”, pontua Junior da Femac.

Os Japs são disputados por atletas a partir de 17 anos e sem limite de idade máxima para participação, e fazem parte da lista de 11 jogos oficiais promovidos pelo Governo do Estado, realizados pela Secretaria do Esporte (SEES). A edição 2024 dos Japs teve início no mês de junho (etapas regional e macrorregional) e atendeu mais de 12,1 mil participantes, de 251 municípios (62,9% das cidades do Estado).

Neste primeiro fim de semana da final os atletas competirão nas modalidades de atletismo, basquetebol, ciclismo, futebol sete, futsal, ginástica rítmica, handebol, natação, tênis, voleibol, e xadrez. Além disso, a disputa de bolão masculino, também válida para os Japs, acontece na cidade de Rolândia.

Para o coordenador dos Esportes de rendimento da SEES, Emerson Venturini, os Japs representam um elo na cadeia esportiva do Paraná, que começa com os Jogos Escolares e se estende até o Paraná Master. “Essa trajetória demonstra o compromisso do Governo do Estado em oferecer oportunidades para atletas de todas as idades e níveis de rendimento”, diz.

Para receber as delegações de todo o Estado, a organização do evento, em parceria com a Prefeitura de Apucarana, promoverá na sexta-feira (22) um momento festivo no Espaço das Feiras, a partir das 18 horas.

De acordo com o supervisor técnico do Japs, Richard Salvador, a parceria com o município é muito importante para o andamento da competição. “Trata-se do maior torneio de rendimento do Paraná, com milhares de pessoas circulando pela cidade, consumindo e movimentando a economia”, afirma. Esta é a oitava vez que Apucarana recebe as finais dos Japs. As demais edições foram em 1965, 1980, 1993, 2016, 2017, 2021 e 2022.

LOCAIS – Entre as praças esportivas de Apucarana que serão utilizadas na final estão o Complexo Esportivo José Antônio Basso (Lagoão), Estação Cidadania, Complexo Esportivo Áureo Caixote, Centro de Convivência do Idoso, o Parque Municipal Jaboti, o Colégio São José.


Confira a programação:

• Ginástica Rítmica – 22 e 23/11 (Lagoão)

• Atletismo – 22 a 24 (Lagoão)

• Basquete – 22 a 24 (CE Izidoro Ceravolo, Colégio São José)

• Ciclismo – 22 a 24 (Lago Jaboti, Bike Park MTB, Tarumã Máquinas)

• Futebol Sete – 22 a 24 (Arena Molas Fama, Associação dos Militares do Vale Do Ivaí)

• Futsal – 22 a 24 (Caixote, Estação Cidadania, Lagoão)

• Handebol – 22 a 24 (Caixote, CE Antônio dos Três Reis)

• Tênis – 22 a 24 (Country Club)

• Vôlei – 22 a 24/11 (CE Nilo Cairo)

• Xadrez – 22 a 24 (Centro de Convivência do Idoso)

• Natação – 23 e 24 (Lagoão)

Rolândia

• Bolão (Masculino) – 21 a 24 (Rolândia Country Club)

Coronel ‘Velame’ pediu reunião com Bolsonaro e núcleo duro do golpe: ‘Só a rataria’

ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com cara de preocupação, perto de bandeiras, sem olhar para a câmera
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Divulgação

No final de 2022, o coronel Reginaldo Vieira de Abreu, conhecido como “Velame”, e o general Mário Fernandes trocaram mensagens propondo a apresentação de relatórios falsos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para alegar supostas fraudes nas eleições daquele ano. As conversas foram interceptadas pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Contragolpe, deflagrada em 19 de novembro de 2024. Com informações do Estadão.

De acordo com o material obtido pela PF, os militares sugeriam que Bolsonaro se reunisse com um grupo restrito, apelidado de “rataria”, para debater uma “apresentação da Argentina” que, supostamente, forneceria provas de fraude eleitoral. O general Mário Fernandes foi preso durante a operação. Nos diálogos, ele afirma que “pessoal acima da linha da ética” não deveria participar dessas reuniões.

“Kid Preto, o presidente, ele tem que fazer uma reunião Petit comité. O pessoal ia fazer uma reunião essa semana, o comandante do exército, aí chegou Paulo Guedes, chegou o pessoal da TCU, da AGU, aí não pode, tem esse pessoal, é… Esse pessoal acima da linha da ética não pode estar nessa reunião, tem que ser Petit comité, pô. Tem que ser a rataria, ele e a rataria”, propôs.

A tal “apresentação da Argentina” referida nas mensagens era, na verdade, uma live realizada em 4 de novembro de 2022 pelo argentino Fernando Cerimedo, na qual foram propagadas informações falsas sobre o processo eleitoral brasileiro.

Jair Bolsonaro e o general Mário Fernandes, o primeiro sorrindo e de boné e o segundo sério, olhando para o lado, fardado
Jair Bolsonaro e o general Mário Fernandes – Isac Nóbrega/Divulgação

Em uma das mensagens, Velame diz que o relatório das Forças Armadas, elaborado pelo Ministério da Defesa, deveria estar alinhado com as alegações apresentadas por Cerimedo para dar “veracidade” ao discurso: “Não pode estar…não pode estar dizendo que não tem nada. No mínimo tem que ser igual ao dos caras pra… ser o batom na cueca, se nada aparecer até lá”.

Mário Fernandes respondeu que o conteúdo da apresentação argentina estava alinhado com os relatórios sendo elaborados por um grupo de militares em São Paulo. Velame ainda sugeriu que o governo Bolsonaro usasse adidos militares em embaixadas para divulgar o discurso de fraude eleitoral na mídia internacional e influenciar a opinião pública no exterior.

Em outro momento, Fernandes encaminhou um áudio do general Luiz Eduardo Ramos, então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, que mencionava a live de Cerimedo como um reforço para a narrativa de fraude eleitoral: “Quem diria que, porra, um reforço à solução do nosso país viesse dos hermanos”.

Fonte: DCM com informações do jornal Estadão

Entenda o que acontece com as provas se delação de Mauro Cid for anulada

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que será ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes nesta quinta-feira, 21 de novembro de 2024 – Foto: Reprodução

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, será ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes nesta quinta-feira (21). A audiência ocorre após a Polícia Federal (PF) enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório apontando omissões no acordo de delação premiada firmado com Cid em 2023.

Caso o STF decida pela anulação da delação, Mauro Cid perderá os benefícios do acordo, que incluem a redução de pena e a possibilidade de responder aos processos fora da prisão. A defesa do militar nega irregularidades e afirma que ele “sempre esteve à disposição da Justiça”.

Mesmo que a delação seja anulada, as provas obtidas por meio do acordo permanecem válidas. A Polícia Federal sustenta que essas evidências, incluindo dados de aparelhos eletrônicos recuperados, não dependem exclusivamente dos depoimentos do colaborador.

A delação do tenente-coronel já esteve sob análise em outras ocasiões. Em março deste ano, ele foi preso novamente após o vazamento de áudios em que fazia críticas à PF e ao STF. A Justiça considerou que ele descumpriu as regras do acordo ao falar publicamente sobre as investigações.

Entre as provas em questão estão mensagens e arquivos apagados pelo militar, mas posteriormente recuperados pela PF. Esses dados são considerados cruciais para a investigação de um suposto plano golpista que envolvia o assassinato de autoridades, como o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes.


Fonte: DCM

Grupo de Bolsonaro com 35 militares discutiram plano para matar Lula, Alckmin e Moraes, diz PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e militares. Foto: reprodução

A Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (19), resultou na prisão de militares envolvidos em um plano que incluía os assassinatos do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. Além disso, revelou uma rede que alcança o alto escalão das Forças Armadas, incluindo oficiais graduados que discutiam estratégias para um golpe de Estado e nomes cotados para liderar o país após a suposta ruptura.

Os investigadores localizaram mensagens, documentos, áudios e registros de reuniões que mencionam ao menos 35 militares, entre eles dez generais e 16 coronéis do Exército, além de um almirante. Esses materiais foram encontrados durante a nova fase das apurações relacionadas à trama antidemocrática que teria sido articulada durante o governo de Jair Bolsonaro.

Entre os envolvidos, o principal alvo foi o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo do governo Bolsonaro. A análise do celular de Fernandes revelou conversas nas quais ele e outros militares criticavam o Alto Comando do Exército, com frases como “tinha que acabar” e “Quatro linhas da Constituição é o c…”.

Vasculhando o celular de Mário Fernandes, a PF encontrou uma minuta de criação de um “Gabinete Institucional de Gestão da Crise” que teoricamente seria ativado um dia depois da ação contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo o documento, o grupo teria a função de “estabelecer diretrizes estratégicas, de segurança e administrativas para o enfrentamento da crise institucional”, no caso, um golpe de Estado.

A criação do grupo seria baseada em um decreto presidencial e a missão do gabinete seria acompanhar as ações estabelecidas no mesmo “para analisar os assuntos com potencial de risco, com o objetivo de prevenir e mitigar riscos e articular gerenciamento da crise”. O grupo proporcionaria a Bolsonaro “maior consciência situacional das ações em curso para apoiar o processo de tomada de decisão”.

As mensagens

As mensagens evidenciam o descontentamento de parte dos militares com a posição da cúpula do Exército, que não apoiou a tentativa de manter Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral, conforme informações do Blog do Fausto Macedo, do Globo.

Após o segundo turno, o coronel Roberto Criscuoli trocou mensagens com Fernandes e disse: “Mario, eu tava até conversando agora com o pessoal aqui, cara. Se nós não tomarmos a rédea agora, depois eu acho que vai ser pior. Na realidade vai ser guerra civil agora ou guerra civil depois. Só que a guerra civil agora tem uma justificativa, o povo tá na rua, nós temos aquele apoio maciço. Daqui a pouco nós vamos entrar numa guerra civil, porque daqui a alguns meses esse cara vai destruir o exército, vai destruir tudo”.

E completou: “Então eu acho que essa decisão tem que ser tomada urgente, cara. E o presidente não pode pagar pra ver também, cara. Ele vai destruir o nosso país, cara. Democrata é o cacete. Não tem que ser mais democrata mais agora. Ah, não vou sair das quatro linhas. Acabou o jogo, pô. Não tem mais quatro linhas. O povo na rua tá pedindo, pelo amor de Deus. Vai dar uma guerra civil? Vai dar. Eu tenho certeza que vai dar. Porque os vermelhos vão vir feroz. Mas nós estamos esperando o quê? Dando tempo pra eles se organizarem melhor? Pra guerra ser pior? Irmão, vamos agora. Fala com o 01 aí, cara.”

Em áudio, general Mário Fernandes afirma que Jair Bolsonaro deu aval para golpe | GZH

Mario também reclamou sobre o Alto Comando do Exército com Reginaldo Vieira de Abreu, apontado por Mauro Cid como um dos mais radicais do governo Bolsonaro. “O senhor me desculpe a expressão, mas quatro linhas é o caralho. Quatro linhas da Constituição é o caceta. Nós estamos em guerra, eles estão vencendo, está quase acabando e eles não deram um tiro por incompetência nossa. Incompetência nossa, é isso”, disse.

A PF apreendeu documentos cruciais com Fernandes, como o plano ‘Punhal Verde Amarelo’, que incluía o envenenamento de Lula e um atentado a bomba contra Moraes, e uma minuta detalhando um gabinete de crise para “pacificar” o país após o golpe. Os generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto, aliados próximos de Bolsonaro, foram indicados como líderes nesse plano de gestão.

Mário Fernandes seria da assessoria estratégica, junto com o coronel Élcio Franco, que foi secretário-executivo da Saúde (e também foi flagrado em áudios tramando o golpe). Também haveria assessorias: parlamentar, com três coronéis; de relações institucionais, com o ex-assessor de Bolsonaro Filipe Martins; de administração; de TI, com um general; e de Segurança de Instalações, com outro general.

Outros militares também tiveram evidências relevantes apreendidas. O major Rafael de Oliveira possuía arquivos e mensagens relacionadas à operação ‘Copa 2022’, que previa a prisão ou execução de Moraes, mas que foi abortada na última hora. Já com o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima foi encontrada uma planilha com mais de 200 etapas para implementar a ruptura democrática.


Os nomes dos militares envolvidos aparecem na investigação da PF em três categorias principais: aqueles que discutiam abertamente sobre o golpe e sua execução, os cotados para compor o Gabinete da Crise após a ruptura, e os integrantes do chamado Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência.

Núcleo de Oficiais de Alta Patente

De acordo com a PF, Mário Fernandes é apontado como membro central do Núcleo de Oficiais de Alta Patente. Esse grupo teria utilizado sua posição de destaque nas Forças Armadas para influenciar outros núcleos e fomentar apoio às ações golpistas. Muitos integrantes do núcleo também foram alvos da Operação Tempus Veritatis, realizada em fevereiro.

Entre os nomes mencionados pela PF estão o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, que, segundo o delator Mauro Cid, teria colocado suas tropas à disposição de Bolsonaro para a execução do golpe; e o coronel da reserva Laércio Vergilio, que manteve contato com Ailton Gonçalves Moraes Barros, capitão expulso do Exército e investigado por fraudes em cartões de vacinação.

Outros oficiais citados incluem o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa que enviou ao Tribunal Superior Eleitoral um relatório sem provas lançando suspeitas sobre o pleito; Walter Braga Netto, ex-vice na chapa de Bolsonaro e anfitrião de uma reunião onde foi aprovado um plano de ação contra Moraes; e o general Estevam Theóphilo, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército (Coter), apontado como responsável por organizar ações golpistas, incluindo a mobilização de grupos armados na tentativa contra Moraes.

Fonte: DCM

Rússia lançou míssil balístico intercontinental pela primeira vez durante ataque à Ucrânia, diz Kiev

Mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) possuem capacidade nuclear e alcance de milhares de quilômetros

Reuters (Foto: Reuters)

Reuters - A Rússia lançou um míssil balístico intercontinental durante ataque à Ucrânia na quinta-feira, segundo a Força Aérea de Kiev, no primeiro uso conhecido na guerra de uma arma tão poderosa, com capacidade nuclear e alcance de milhares de quilômetros.

A Força Aérea relatou o lançamento depois que a Ucrânia disparou mísseis norte-americanos e britânicos contra alvos dentro da Rússia nesta semana, apesar dos avisos de Moscou de que consideraria tal ação como uma grande escalada na guerra de 33 meses.

A Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, não comentou imediatamente a declaração da Força Aérea.

Os mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) são armas estratégicas projetadas para lançar ogivas nucleares e são uma parte importante da dissuasão nuclear da Rússia. Os ucranianos não especificaram que tipo de ogiva o míssil tinha ou que tipo de míssil era. Não houve sugestão de que fosse arma nuclear.

O ataque com mísseis russos teve como alvo empresas e infraestrutura essencial na cidade de Dnipro, no centro-leste do país, informou a Força Aérea.

A Força Aérea não informou qual era o alvo do ICBM ou se ele havia causado algum dano, mas o governador regional Serhiy Lysak disse que o ataque com mísseis causou danos a uma empresa industrial e provocou incêndios em Dnipro. Duas pessoas ficaram feridas.

A Rússia também disparou um míssil hipersônico Kinzhal e sete mísseis de cruzeiro Kh-101, seis dos quais foram abatidos, informou a Força Aérea ucraniana.

"Em particular, um míssil balístico intercontinental foi lançado da região de Astrakhan, na Federação Russa", disse, sem especificar que tipo de ICBM foi disparado.

A Defense Express, uma consultoria de defesa ucraniana, perguntou se os Estados Unidos, principal aliado internacional de Kiev, havia sido informado sobre o lançamento do míssil com antecedência.

"É também uma questão de saber se os Estados Unidos foram avisados sobre o lançamento e sua direção, já que o anúncio de tais lançamentos é um pré-requisito para evitar o acionamento de um sistema de alerta de mísseis e o lançamento de mísseis em resposta", escreveu a Defence Express após a declaração da Força Aérea.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

VÍDEO – Mãe de estudante de medicina morto por PM cobra Tarcísio: “Permite que a polícia mate os cidadãos”


Mulher de roupa amarela cercada por dois homens na rua, de costas
Família de Marco Aurélio Cardenas Acosta – Reprodução/UOL

Silvia Mônica Cardenas Prado, mãe de Marco Aurélio Cardenas Acosta, estudante de medicina de 22 anos que foi morto pela Polícia Militar de São Paulo nesta quarta-feira (20), concedeu uma entrevista ao Tá na Hora, programa do SBT, e cobrou explicações do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

“Isso é o fracasso do governador de São Paulo, que permite que a polícia mate seus cidadãos, cidadãos decentes. Me coloco no lugar de todos. Mesmo que o menino fosse um ladrão, o que não era, não era para a polícia atirar desse jeito. É um fracasso total, senhor governador. Tenha decência, dignidade, seja homem para me pedir desculpas porque a dor que eu sinto vai ser até o dia da minha morte”, lamentou ela.

O jovem foi morto por um policial militar durante uma abordagem na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Ele estava no quinto ano de medicina na Universidade Anhembi Morumbi, sonhava em se tornar pediatra e vinha de uma família dedicada à medicina.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o irmão dele, Frank Cardenas, de 27 anos, médico cirurgião, o descreveu como “uma boa pessoa, com um bom coração”: “Ele era uma boa pessoa, com um bom coração. Um filho amado e que ainda assim conseguia amar ainda mais seus pais”.

A família de Marco é composta por médicos: além de Frank, outro irmão e os pais também atuam na área: “Nossa vida acabou hoje, nossa alegria se foi com ele. Mas, se eu pudesse dizer a principal característica, é que ele era muito carinhoso, um excelente filho. Era o único que ligava todos os dias para minha mãe no plantão. E era meu melhor amigo, a pessoa que eu mais amava nesse mundo”.

O episódio ocorreu por volta das 2h da manhã. Segundo a versão oficial, uma equipe da PM patrulhava a Rua Cubatão quando foi acionada para atender a ocorrência envolvendo Marco. O estudante, supostamente agressivo, teria dado um tapa no retrovisor da viatura durante a abordagem. Ele correu em direção a um hotel próximo, sendo perseguido pelos policiais.

Dentro do hotel, o rapaz teria entrado em confronto com os agentes, derrubando um deles. O outro policial efetuou um disparo que atingiu o estudante no abdômen. Ele foi levado ao Hospital Ipiranga, mas não resistiu após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias e faleceu às 6h40.

A Polícia Militar e a Polícia Civil abriram investigações para apurar o caso. A Secretaria de Segurança Pública informou que os policiais envolvidos prestaram depoimento, foram indiciados e afastados das atividades operacionais enquanto as apurações seguem.

Fonte: DCM

Vídeo contradiz versão da PM sobre morte de estudante de medicina em hotel na zona sul de São Paulo

Os agentes alegaram em Boletim de Ocorrência (B.O.) que a vítima estaria "bastante alterada e agressiva" e teria resistido à abordagem

Estudante de medicina foi baleado

 Um vídeo de câmera de segurança coloca em dúvida a versão apresentada pelos policiais militares envolvidos na morte de Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, estudante de medicina, na madrugada desta quarta-feira (20), em um hotel na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. De acordo com o Metrópoles, os agentes alegaram em Boletim de Ocorrência (B.O.) que a vítima estaria "bastante alterada e agressiva" e teria resistido à abordagem.

Segundo o relato policial, Marco Aurélio teria tentado tomar a arma do soldado Bruno Carvalho do Prado, o que levou o soldado Guilherme Augusto a disparar contra ele, justificando a ação como "um único disparo para contê-lo". No entanto, as imagens de segurança mostram detalhes que contradizem essa versão, gerando questionamentos sobre a conduta dos agentes no caso.

◉ Omissão de registros em câmeras corporais

Embora a Secretaria de Segurança Pública (SSP) tenha afirmado que as imagens das câmeras corporais dos policiais seriam anexadas às investigações conduzidas pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os dispositivos dos PMs envolvidos no caso não estavam ativados no momento da ocorrência, segundo consta no B.O.

A ausência desses registros oficiais, combinada com o vídeo externo, acirra as dúvidas sobre a narrativa apresentada pelos agentes. A investigação terá papel crucial para esclarecer os acontecimentos que culminaram na morte do jovem.

◉ Quem era Marco Aurélio

Estudante de medicina da Universidade Anhembi Morumbi, Marco Aurélio, também conhecido como “Bilau” por seus colegas, era um jovem com múltiplos interesses. Além de estudar, ele era músico, tendo gravado canções sob o nome artístico “MC Boy da VM”. No Spotify, suas músicas publicadas em 2022 e 2023 reforçam sua paixão pela arte. Em suas redes sociais, Marco se definia como “mestre de cerimônia” e “compositor”.

Horas antes de sua morte, o estudante fez sua última publicação nas redes sociais, encerrando tragicamente uma vida promissora.

◉ Luto e comoção

A Associação Atlética Acadêmica de Medicina Anhembi emitiu uma nota de pesar:

"A Medicina Anhembi manifesta profundo pesar pelo falecimento do nosso querido aluno do internato, Marco Aurélio Cardenas Acosta, apelidado como ‘Bilau’.

A morte do jovem gerou comoção entre amigos, colegas e familiares, que agora clamam por justiça e esclarecimento das circunstâncias do ocorrido.

◉ Próximos passos

A Corregedoria da Polícia Militar e o DHPP estão responsáveis pela condução do inquérito, que terá como base as imagens de segurança externa, testemunhos e outros elementos colhidos pela perícia. A investigação será crucial para determinar se houve abuso de força ou irregularidades na ação policial.

O caso reacende o debate sobre abordagens policiais e o uso de câmeras corporais, ferramentas que, quando desativadas, tornam mais difíceis a transparência e o controle em situações delicadas como essa.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Diretor-geral da OMS é hospitalizado no Rio de Janeiro após cúpula do G20

Tedros Adhanom Ghebreyesus foi internado no Hospital Samaritano Barra da Tijuca, após apresentar sintomas de labirintite e crise hipertensiva

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom se emociona ao falar das condições infernais provocadas pelo genocídio israelense em Gaza Photo (Foto: DENIS BALIBOUSE/REUTERS

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, foi internado no Hospital Samaritano Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, após apresentar sintomas de labirintite e crise hipertensiva, destaca o jornalista Lauro Jardim em sua coluna no jornal O Globo

Ainda conforme a reportagem, os primeiros sinais de mal-estar surgiram na segunda-feira, durante sua participação na cúpula do G20, realizada no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio. Na ocasião, Tedros foi atendido pela equipe médica presente no evento devido a um pico de pressão arterial, sendo medicado e liberado após a estabilização do quadro.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Policial federal implica agente da Abin em plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes

Depoimento de agente preso pela PF revela envolvimento de Alexandre Ramalho, da Abin, em conspiração golpista

Alexandre de Moraes (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

 O depoimento do agente da Polícia Federal Wladimir Matos Soares, preso na última terça-feira (19), incluiu mais um nome na lista de suspeitos de planejar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o agente, Alexandre Ramalho, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), teria participado da articulação que envolvia o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. As informações foram divulgadas pelo G1.

Wladimir confessou que foi cooptado por Ramalho durante uma conversa na Academia da Polícia Federal, em Brasília. Ele afirmou que o plano incluía sua atuação na segurança de Jair Bolsonaro, caso o ex-presidente optasse por não entregar a faixa presidencial. Além disso, o agente da PF revelou ter frequentado o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, durante a transição de governo, o que levou ao seu afastamento das funções na segurança de Lula.

◉ Conexões com militares e o alto escalão bolsonarista

De acordo com as investigações da PF, Wladimir Matos esteve diretamente ligado a um grupo de quatro militares presos na mesma operação, entre eles o general da reserva Mário Fernandes, apontado como figura central no planejamento. Documentos e áudios apreendidos indicam que Fernandes e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, mantinham discussões detalhadas sobre o golpe, incluindo reuniões na casa do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

Um áudio recuperado pela PF revela que Mauro Cid participou de reuniões estratégicas para debater ações golpistas. Apesar de ter negado envolvimento no plano durante interrogatórios, os investigadores apontam contradições em suas declarações. Cid, que firmou um acordo de delação, pode perder os benefícios conquistados, como o direito de responder ao processo em liberdade, caso a Justiça considere que ele descumpriu os termos do acordo.

◉ Ramificações do plano golpista

O depoimento de Wladimir Matos detalha um esquema que envolvia não apenas militares, mas também agentes de inteligência e membros do segundo escalão da segurança presidencial. A PF investiga o alcance da conspiração e busca determinar o nível de envolvimento de outras figuras do governo Bolsonaro e das Forças Armadas.

Entre os planos detalhados, o grupo discutiu o assassinato de Alexandre de Moraes por meio de explosivos e estratégias para inviabilizar a posse de Lula e Alckmin. Documentos apreendidos com os militares incluem roteiros de ação, apelidados de “Planilha do Golpe”, e menções ao uso da força para "pacificar" o país após a ruptura democrática.

◉ Avanço das investigações e próximas etapas

O inquérito da PF está em fase final, e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, intimou Mauro Cid para prestar novo depoimento nesta quinta-feira (21), a fim de esclarecer as inconsistências em suas declarações anteriores. Moraes também autorizou o acesso da defesa de Braga Netto aos documentos da investigação.

A defesa de Mauro Cid não se manifestou sobre o caso, e os representantes legais de Alexandre Ramalho e dos demais presos na operação não foram localizados. O Exército e a Abin também não comentaram o envolvimento de seus membros nas investigações.

◉ O impacto na segurança institucional

As revelações adicionam um novo capítulo à crise envolvendo atos golpistas e a tentativa de subverter o processo democrático no Brasil. O envolvimento de agentes de Estado, incluindo membros da Abin e militares de alta patente, reforça a necessidade de maior vigilância e responsabilização dentro das instituições públicas.

Com a possibilidade de novos nomes surgirem ao longo das investigações, o caso expõe a gravidade das ameaças enfrentadas pela democracia brasileira e a urgência de medidas para proteger as instituições republicanas.

Fonte: Brasil 247

Estratégia golpista detalhava riscos e indicava possíveis sanções internacionais

Documentos revelam articulações para justificar golpe e driblar pressão externa

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversa com presidente dos EUA, Joe Biden, durante reunião do G7 na Itália 14/06/2024 (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)

Um relatório da Polícia Federal, datado de 14 de novembro de 2024, trouxe à tona novos detalhes sobre os planos de um golpe de Estado no Brasil. De acordo com o jornalista Jamil Chade, em sua coluna no UOL, as investigações apontam que os envolvidos consideravam os riscos de sanções internacionais, ao mesmo tempo em que elaboravam estratégias para justificar suas ações perante a opinião pública global.

Entre os investigados está o tenente-coronel do Exército Helio Ferreira Lima, cuja participação em reuniões e posse de documentos estratégicos foi destacada no relatório. Segundo a PF, Lima mantinha em seus arquivos uma planilha detalhada, intitulada "Desenho Op Luneta.xlsx", que abordava diversos aspectos de um suposto planejamento golpista, como fatores políticos, econômicos, militares e sociais.

O relatório descreve o conteúdo do documento como um plano minucioso para "restabelecer a lei e a ordem" sob o pretexto de "retomada da legalidade e estabilidade institucional". A narrativa incluía "neutralizar a atuação do STF e do ministro Alexandre de Moraes" e sustentar uma alegação de fraude nas eleições de 2022 como justificativa para as ações golpistas.

◉ Pressão internacional e sanções como ameaça real

Um ponto de destaque no plano estratégico era o risco de sanções internacionais. "O conteúdo do documento contém trechos que indicam um planejamento de ruptura institucional em razão, possivelmente, do resultado das eleições presidenciais de 2022", pontua a PF. A avaliação dos conspiradores reconhecia que uma ruptura democrática poderia levar a retaliações políticas e econômicas por parte da comunidade internacional.

Ainda assim, os militares delinearam estratégias para minimizar o impacto externo, como reforçar as fronteiras e divulgar uma narrativa legalista e de segurança institucional. Conversas entre os suspeitos indicavam o uso de adidos militares em embaixadas brasileiras para promover a narrativa golpista no exterior. "Tem que usar os adidos militares nas embaixadas para fazer propaganda e cooptar a população lá fora", sugeriu um dos envolvidos, segundo o informe da PF.

◉ Atuação dos EUA e aliados para proteger a democracia brasileira

A possibilidade de sanções não era meramente hipotética. O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Joe Biden, enviou sinais claros de que não apoiaria qualquer tentativa de golpe. Desde reuniões com representantes militares brasileiros até declarações públicas, Washington deixou evidente sua posição em defesa da democracia no Brasil.

A preocupação americana ia além das fronteiras brasileiras, como revelou Chade. A experiência do ataque ao Capitólio em 2021 moldou a resposta dos EUA, que viam um eventual golpe no Brasil como um perigoso precedente para o fortalecimento de movimentos de extrema direita no mundo.

Em reuniões entre altos representantes das duas nações, incluindo o então ministro da Defesa do Brasil, general Paulo Sérgio Nogueira, os recados foram firmes. "As instituições democráticas brasileiras são sólidas", afirmaram representantes americanos, rejeitando qualquer respaldo a ações que atentassem contra o processo eleitoral ou a estabilidade política no país.

◉ Reação internacional e blindagem da democracia brasileira

A pressão internacional não partiu apenas dos Estados Unidos. Líderes europeus e latino-americanos também se posicionaram de forma clara. Após os ataques de 8 de janeiro de 2023, que ganharam repercussão global, autoridades de diversas nações reforçaram seu apoio ao governo democraticamente eleito de Luiz Inácio Lula da Silva.

"O presidente Joe Biden chamou os ataques de 'ultrajantes'", relembra Chade. Já o senador americano Bernie Sanders enfatizou que "a violência não tem lugar numa democracia".

Além da diplomacia formal, ativistas brasileiros, ministros do Supremo Tribunal Federal e embaixadores aposentados desempenharam um papel crucial ao alertar capitais internacionais sobre os riscos de uma ruptura institucional. Esses esforços colaboraram para que a resposta global fosse rápida e contundente, isolando qualquer tentativa de legitimação de um regime autoritário no Brasil.

◉ A estratégia golpista e seu fracasso

Os documentos apreendidos e os diálogos interceptados revelam não apenas a complexidade do plano, mas também os desafios enfrentados pelos conspiradores. A articulação internacional contra o golpe, somada à resistência interna, minou as chances de sucesso da empreitada.

A pressão externa, combinada com a rápida reação das instituições brasileiras, mostrou que o custo de uma ruptura institucional seria insustentável para seus apoiadores. Ainda assim, as investigações em curso continuam a desvelar os detalhes de uma das maiores ameaças à democracia brasileira em tempos recentes.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Decreto institui celebração do Dia da Consciência Negra no calendário oficial do DF

Documento foi assinado nesta quarta-feira (20) pelo governador Ibaneis Rocha, em meio ao festival que comemora a data, na Torre de TV

(Foto: Renato Alves/Agência Brasília)

Agência Brasília - O governador Ibaneis Rocha assinou, na manhã desta quarta-feira (20), o decreto que oficializa a celebração do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra como manifestação cultural popular e democrática do Distrito Federal. Assim, o festival – que, neste ano, vem ocorrendo na Torre de TV desde a última segunda-feira (18) –, entra para o calendário da capital federal.

“É uma data que não era comemorada em todos os locais, e a gente já vinha incentivando isso desde antes”, comentou o governador. “Com a criação do feriado nacional, nós encontramos um momento bastante oportuno para celebrar essa data, que é muito importante para todos nós. Uma comemoração como essa tem dois lados: de celebrar os avanços que nós temos e de conscientizar a população contra o racismo.”

Este ano, a data é comemorada com várias ações do GDF. “Estou muito feliz, reuni toda a minha equipe, fiz questão de fazer uma celebração de altíssimo nível que marcasse mais essa data aqui no Distrito Federal”, declarou o chefe do Executivo. “Além do feriado nacional, também já se obriga a Secretaria de Cultura e Economia Criativa e a Secretaria de Justiça e Cidadania a estarem em parceria pensando no que vai acontecer no próximo ano para que a gente possa ter uma festa ainda maior”.

Liderança histórica

A data para marcar o Dia da Consciência Negra foi instituída em 2011, em homenagem a Zumbi dos Palmares, importante líder quilombola, assassinado em 20 de novembro de 1695. No fim do ano passado, foi oficializada como feriado nacional. No DF – onde 57,3% da população se autodeclara negra, segundo a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) –, a data vinha sendo considerada ponto facultativo desde 2019.

“Tem toda essa questão artística que precisa ser celebrada, mas também tem esse aspecto da luta, da reflexão e do espaço aberto para a maior parcela da nossa população, que é a população negra”, disse Claudio Abrantes, secretário de Cultura e Economia Criativa

O festival Consciência Negra 2024 é promovido pelas secretarias de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) e de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), com apoio da Associação de Educação, Cultura e Economia Criativa (Aecec), do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Ministério do Turismo.

“O governador Ibaneis Rocha, desde o início, pensou para que isso se tornasse uma política de Estado”, ressaltou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes. “Nesse evento, a gente não só celebrou, teve grandes artistas nacionais e locais, mas, principalmente, discutiu políticas públicas, relembrou a luta de todo o povo negro brasileiro e também fez uma prospecção de futuro, o que que se precisa fazer mais para extirpar totalmente o racismo e para valorizar essa cultura. Então, tem toda essa questão artística que precisa ser celebrada, mas também tem esse aspecto da luta, da reflexão e do espaço aberto para a maior parcela da nossa população, que é a população negra.”

“A gente consegue mostrar para o Brasil que, além de ter uma política pública regulamentar implementada, a gente celebra também essa data de transformação, de liberdade e de respeito”, disse Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania.

Por sua vez, a titular da Sejus-DF, Marcela Passamani, lembrou: “Brasília sai na frente já há muito tempo em relação à pauta de afrodescendentes. Aqui nós temos políticas públicas que inauguraram muitas iniciativas no Brasil – por exemplo, os 20% de cotas em estágios no governo, medida implementada pelo Distrito Federal, abrindo espaço para todo o território nacional. Nós temos também a participação de 20% em concursos públicos aqui no Distrito Federal, e a política pública de afroempreendedorismo é estabelecida já aqui ao longo de todo o ano. E, nesses três dias, a gente consegue se concentrar e mostrar para o Brasil que, além de ter uma política pública regulamentar implementada, a gente celebra também essa data de transformação, de liberdade e de respeito”.

“O governador Ibaneis deu um exemplo fantástico ao país quando celebrou com força, determinou ao seu governo que fizesse uma manifestação magnífica dessa forma”, disse o deputado federal Damião Feliciano

O coordenador-geral da bancada negra da Câmara, deputado federal Damião Feliciano (União-PB), também participou da cerimônia. Segundo o governador, partiu dele o pedido para fazer um evento que marcasse a data. “É uma alegria muito grande estar aqui”, afirmou. “Hoje é a primeira vez que a gente está comemorando o feriado nacional da Consciência Negra, e o momento é de reflexão, para que a gente possa estudar o que é o negro na atualidade e como vai ser o negro e a negra futuramente. O governador Ibaneis deu um exemplo fantástico ao país quando celebrou com força, determinou ao seu governo que fizesse uma manifestação magnífica dessa forma. Nós temos aqui espaço para gastronomia dos afrodescendentes, espaço para reflexão, para palestra, para oficina, espaço de criança…tudo isso preparado com o maior zelo”.

Desde segunda-feira (18), o público brasiliense tem conferido o festival Consciência Negra 2024, cujo intuito é exaltar a cultura afro-brasileira. Na estrutura, montada na Torre de TV, há espaços para exposições, gastronomia, moda e artesanato. À noite, os shows têm tomado conta do palco principal.

Por lá, já passaram nomes como Ellen Oléria, Marcelo Falcão, Nação Zumbi, Dhi Ribeiro, Seu Jorge e Raça Negra. Nesta quarta (20), último dia do evento, estão previstas apresentações de Olodum, Vanessa da Mata e Tribo da Periferia. A entrada é gratuita, mas é necessário retirar o ingresso antecipadamente na plataforma Sympla.

O plano de segurança montado para o evento tem garantido a tranquilidade de quem vai ao local. “Nós não tivemos nenhuma ocorrência, e veja que, na data de ontem [terça-feira], a expectativa era de chegar a quase 40 mil pessoas”, enfatizou o secretário-executivo de Segurança Pública, Alexandre Patury. “Realmente estava muito cheio, os shows foram ótimos, a gente conversou com o comandante do batalhão e nada, nenhuma ocorrência relevante [foi registrada]”.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasília

Polícia Civil e Ministério Público desarticulam esquema que causou prejuízo de R$ 40 milhões ao Banco do Brasil

Grupo utilizava dispositivos clandestinos para acessar sistemas internos e furtar dados sigilosos de clientes

Banco do Brasil (Foto: Reuters)

 A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado (MPRJ) realizaram, nesta quinta-feira (21), uma operação contra um sofisticado esquema de fraudes no Banco do Brasil, que causou prejuízo estimado em R$ 40 milhões. A ação, divulgada pelo G1, mobilizou agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) para cumprir 16 mandados de busca e apreensão contra 11 suspeitos, incluindo funcionários e terceirizados da instituição financeira.

De acordo com as investigações, o grupo criminoso utilizava dispositivos eletrônicos clandestinos para acessar sistemas internos de agências bancárias e obter dados sigilosos de clientes. Os ataques começaram a ser identificados em dezembro de 2023, em agências localizadas em bairros e cidades como Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Vila Isabel, Centro do Rio, Niterói, Tanguá, Nilópolis e Duque de Caxias.

◉ Estrutura hierárquica e divisão de tarefas

O esquema era altamente organizado, com funções bem definidas entre os integrantes:

• Aliciadores recrutavam colaboradores e terceirizados do banco, oferecendo pagamento em troca de senhas funcionais.
• Aliciados cederam suas credenciais para viabilizar os acessos ilegais.
• Instaladores eram responsáveis por conectar os dispositivos clandestinos aos sistemas do banco.
• Operadores financeiros movimentavam os valores desviados para dificultar a rastreabilidade.
• Chefes coordenavam todas as etapas, desde o recrutamento até a execução das fraudes.

A complexidade e o alcance da quadrilha indicam um planejamento detalhado, com a aquisição de equipamentos de alta tecnologia para viabilizar as fraudes.

◉ Histórico de ataques recentes

O Banco do Brasil já havia sido alvo de outras operações contra fraudes sofisticadas. Em outubro, a Delegacia de Roubos e Furtos desarticulou uma quadrilha semelhante que contava com a colaboração de um gerente no Mato Grosso, além de funcionários de TI e terceirizados. Naquela ocasião, o grupo utilizava métodos parecidos para acessar os sistemas do banco.

Em julho, outra ação da DRF resultou na prisão de três integrantes de uma quadrilha que “hackeava” agências bancárias, instalando dispositivos no cabeamento de dados para realizar transferências indevidas e furtar valores de contas aleatórias.

◉ Avanço nas investigações

A operação desta quinta-feira reforça os esforços conjuntos das autoridades para combater crimes cibernéticos e financeiros de grande escala. Apesar dos prejuízos, as ações de repressão têm gerado resultados importantes na identificação de métodos e na prisão dos envolvidos.

As investigações continuam em andamento para determinar a extensão total dos danos e identificar possíveis ramificações do esquema em outras regiões.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1