quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Leia a íntegra da declaração à imprensa feita por Lula por ocasião da visita do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil

Presidente Lula e o mandatário chinês se reuniram nesta quarta-feira, no Palácio da Alvorada, em Brasília

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Cerimônia de Assinatura de Atos, no Palácio da Alvorada. Brasília - DF. Foto: Ricardo Stuckert/PR (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma declaração à imprensa durante a visita do presidente chinês, Xi Jinping, nesta quarta-feira (20), quando foram assinados 37 acordos bilaterais em 15 áreas estratégicas. Confira a íntegra da declaração.

"Em um de seus ditados, Confúcio nos fala sobre a alegria de receber amigos de terras distantes.

Esse é o sentimento que tenho ao receber o presidente Xi Jinping em Visita de Estado e poder retribuir a hospitalidade de que Janja e eu desfrutamos em nossa visita a Pequim, no ano passado.

Nos reunimos nesta ocasião para celebrar o cinquentenário do estabelecimento de relações diplomáticas.

Apesar de distantes na geografia, há meio século China e Brasil cultivam uma amizade estratégica, baseada em interesses compartilhados e visões de mundo próximas.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2023, o comércio bilateral atingiu recorde histórico de 157 bilhões de dólares.

O superávit com a China é responsável por mais da metade do saldo comercial global brasileiro.

O país também figura como uma das principais origens de investimentos no Brasil.

Empresas chinesas vêm participando de licitações de projetos de infraestrutura e têm sido parceiras em empreendimentos como a construção de usinas hidrelétricas e ferrovias.

Isso representa emprego, renda e sustentabilidade para o Brasil.

Indústrias brasileiras também estão ampliando sua presença na China, como a WEG, a Suzano e a Randon.

Ao mesmo tempo, o agronegócio continua a garantir a segurança alimentar chinesa. O Brasil é, desde 2017, o maior fornecedor de alimentos para a China.

Nesse contexto, a BRF deverá investir cerca de US$ 80 milhões na aquisição de uma moderna fábrica para processamento de carnes na província de Henan, na China.

A dimensão estratégica de nossa relação é antiga.

Há 40 anos, teve início o Projeto Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, fundamental para que dominássemos tecnologias aeroespaciais.

Essa foi, durante muito tempo, a maior parceria de cooperação entre países do Sul Global

Esta Visita de Estado reforça a ambição e renova o pioneirismo do nosso relacionamento.

O presidente Xi e eu decidimos elevar a Parceria Estratégica Global ao patamar de Comunidade de Futuro Compartilhado por um Mundo mais Justo e um Planeta Sustentável.

Estamos determinados a alicerçar nossa cooperação pelos próximos 50 anos em áreas como infraestrutura sustentável, transição energética, inteligência artificial, economia digital, saúde e aeroespacial.

Por essa razão, estabeleceremos sinergias entre as estratégias brasileiras de desenvolvimento, como a Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Rotas da Integração Sul-Americana, e o Plano de Transformação Ecológica, e a Iniciativa Cinturão e Rota.

Para dar concretude às sinergias, uma Força-Tarefa sobre Cooperação Financeira e outra sobre Desenvolvimento Produtivo e Sustentável serão estabelecidas e deverão apresentar projetos prioritários em até 2 meses.

Queremos adensar a cadeia de valor em nosso território, além de ampliar e diversificar a pauta com nosso maior parceiro comercial.

No contexto desta visita, quase 40 atos internacionais foram assinados em áreas como comércio, agricultura, indústria, investimentos, ciência e tecnologia, comunicações, saúde, energia, cultura, educação e turismo.

Vamos realizar o Ano Cultural Brasil-China em 2026, para promover e aproximar nossas sociedades, ambas reconhecidas internacionalmente por sua rica diversidade e criatividade.

No plano regional, trabalharemos juntos para dar seguimento ao Diálogo MERCOSUL-China e discutir o aprofundamento da cooperação na área de investimentos.

O que China e Brasil fazem juntos, reverbera no mundo.

Mantemos profícua coordenação na ONU, na OMC e em arranjos como o G20, o BRICS e o BASIC.

Defendemos a reforma da governança global e um sistema internacional mais democrático, justo, equitativo e ambientalmente sustentável.

Em um mundo assolado por conflitos armados e tensões geopolíticas, China e Brasil colocam a paz, a diplomacia e o diálogo em primeiro lugar.

Agradeci o engajamento no Chamado à Ação pela Reforma da Governança Global que o Brasil lançou no âmbito do G20.

Os “Entendimentos Comuns entre o Brasil e a China para uma Resolução Política para a Crise na Ucrânia" são exemplo da convergência de visões em matéria de segurança internacional

Jamais venceremos o flagelo da fome em meio à insensatez das guerras.

A Aliança Global contra a Fome, lançada oficialmente há dois dias, é uma das iniciativas mais importantes da presidência brasileira do G20.

A China foi parceiro de primeira hora nessa empreitada para devolver a dignidade aos 733 milhões de pessoas que passam fome no mundo, em pleno século 21.

Sem paz, o planeta tampouco estará em condições de construir soluções para a crise climática.

O interesse chinês pelo Fundo Florestas Tropicais para Sempre, proposto pelo Brasil para remunerar a preservação desses biomas, confirma que há alternativas eficazes para financiar o desenvolvimento sustentável.

Senhoras e senhores,

Estou confiante de que a Parceria que o presidente Xi e eu firmamos hoje excederá todas as expectativas e pavimentará o caminho para uma nova etapa do relacionamento bilateral.

Espero receber o presidente Xi Jinping no Brasil no ano que vem, para a Cúpula do BRICS, em julho, e para a COP-30, em novembro.

E estou ansioso para visitar a China novamente, por ocasião do Fórum China-CELAC.

Muito obrigado."

Fonte: Brasil 247

Gleisi pede prisão de Bolsonaro por plano golpista que visava matar Lula: "seria o maior beneficiário dos crimes"

“O Brasil só terá paz quando todos os terroristas da extrema-direita pagarem por seus crimes”, disse a presidente do PT

Gleisi Hoffmann (Foto: Zeca Ribeiro / Câmara)

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, pediu a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por participação em uma trama golpista que pretendia matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo as investigações da Polícia Federal, além do assassinato de Lula, a trama envolvia a morte do vice-presdiente Geraldo Alckmin (PSB) e a instalação de uma Gabinete de Crise comandado pelos generais Walter braga Netto e Augusto Heleno, o que seria o primeiro passo de uma ditadura bolsonarista.

Gleisi lembra que os envolvidos nessa trama golpista são aliados de Bolsonaro, incluindo ex-ministros efetivos ou interinos de seu governo. “Todos os autores do plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes foram ministros efetivos ou interinos de Jair Bolsonaro. A trama foi discutida e aprovada na casa do candidato a vice de Bolsonaro. O plano Punhal Verde Amarelo foi impresso no Palácio do Planalto, onde ele tinha gabinete, e levado ao Alvorada, onde se escondia”, criticou.

A deputada cobrou a punição de Bolsonaro, já que ele seria o maior beneficiado do plano golpista e, portanto, as narrativas que afirmam que o ex-presidente não sabia da articulação não fazem sentido. “O maior beneficiário dos crimes e do golpe seria Jair Messias Bolsonaro. E agora querem dizer que ele não tinha nada com isso? O Brasil só terá paz e só ficará livre dos terroristas da extrema direita quando todos eles pagarem por seus crimes, a começar pelo chefe”, disse.

 

Fonte: Brasil 247

Acordos assinados por Brasil e China visam alicerçar cooperação pelos próximos 50 anos, diz Lula

Presidente Lula e o presidente chinês, Xi Jinping, assinaram 37 acordos bilaterais em 15 áreas estratégicas

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, no Palácio da Alvorada. Brasília - DF. Foto: Ricardo Stuckert/PR (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) afirmou, durante reunião com o presidente chinês, Xi Jinping,realizada nesta quarta-feira (20) em Brasília, que os acordos assinados entre o Brasil e a China visam “alicerçar nossa cooperação pelos próximos 50 anos em áreas como infraestrutura sustentável, transição energética, inteligência artificial, economia digital, saúde e aeroespacial”.

Em seu discurso, Lula ressaltou que estão sendo estabelecidas “sinergias entre as estratégias brasileiras de desenvolvimento, como a Nova Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Programa Rotas da Integração Sul-Americana, e o Plano de Transformação Ecológica, e a Iniciativa Cinturão e Rota”. “Para dar concretude às sinergias, uma Força-Tarefa sobre Cooperação Financeira e outra sobre Desenvolvimento Produtivo e Sustentável serão estabelecidas e deverão apresentar projetos prioritários em até 2 meses”, completou.

Ainda segundo ele, o objetivo é ampliar a cadeia de valor, além de aumentar e diversificar a pauta com o maior parceiro comercial do Brasil. De acordo com a CNN Brasil, foram assinados 37 acordos de cooperação que abrangem mais de 15 áreas estratégicas, como agronegócio, tecnologia, saúde, educação, infraestrutura e energia,

Os acordos assinados também reforçam a posição da China como o principal parceiro comercial do Brasil. Em 2023, o intercâmbio comercial entre os dois países atingiu a marca recorde de US$ 157,5 bilhões. Este ano, até outubro, os números já alcançaram US$ 136,3 bilhões, com um superávit brasileiro de US$ 30,4 bilhões.

Saiba os atos, anúncios e acordos assinados entre Brasil e China nas áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, ciência e tecnologia, comunicações, desenvolvimento sustentável, turismo, esportes, saúde, educação e cultura.

1) Declaração Conjunta entre a República Federativa do Brasil e a República Popular da China sobre a Formação Conjunta da Comunidade de Futuro Compartilhado China-Brasil por um Mundo mais Justo e um Planeta mais Sustentável;

2) Plano de Cooperação do Governo da República Federativa do Brasil e do Governo da República Popular da China para o estabelecimento de sinergias entre o Programa de Aceleração do Crescimento, o Plano Nova Indústria Brasil, o Plano de Transformação Ecológica, o Programa Rotas da Integração Sul-americana, e a Iniciativa Cinturão e Rota;

3) Memorando de Entendimento sobre o Fortalecimento da Cooperação para o Desenvolvimento Internacional entre a Agência Brasileira de Cooperação da República Federativa do Brasil e a Agência de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional da República Popular da China;

4) Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Bioeconomia entre o Ministério das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China;

5) Contrato de Captação entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o China Development Bank (CDB);

6) Protocolo de Requisitos Fitossanitários para Exportação de Uvas Frescas de Mesa do Brasil para a China entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China;

7) Protocolo sobre os Requisitos de Inspeção e Quarentena para a Exportação de Gergelim do Brasil para a China entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China;

8) Protocolo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China para a Importação de Farinha de Peixe, Óleo de Peixe e outras Proteínas e Gorduras derivadas de Pescado para Alimentação Animal do Brasil para a China;

9) Protocolo entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Aduanas da República Popular da China sobre Requisitos Fitossanitários para a Exportação de Sorgo do Brasil para a China;

10) Carta de Intenções entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e a Administração Estatal de Regulação de Mercados (SAMR) da República Popular da China para promover a cooperação técnica, científica e comercial no setor agrícola;

11) Memorando de Entendimento para o Intercâmbio e a Colaboração sobre Tecnologia e Regulação de Pesticidas entre o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil e o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da República Popular da China;

12) Мemorando de Entendimento entre o Ministério das Cidades da República Federativa do Brasil e o Ministério da Habitação e do Desenvolvimento Urbano-Rural da República Popular da China para o Fortalecimento da Cooperação na Área de Desenvolvimento Urbano;

13) Memorando de Entendimento entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da República Popular da China sobre Cooperação na Indústria Fotovoltaica;

14) Memorando de Entendimento entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e a Autoridade de Energia Atômica da China sobre Cooperação Estratégica em Aplicações de Tecnologia Nuclear;

15) Memorando de Entendimento sobre o Programa Sino-Brasileiro de Fonte de Luz Síncrotron entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China;

16) Memorando de Entendimento para o Aprimoramento da Cooperação no Desenvolvimento de Capacidades em Inteligência Artificial entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China;

17) Memorando de Entendimento sobre o Estabelecimento do Laboratório Conjunto em Mecanização e Inteligência Artificial para Agricultura Familiar entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação da República Federativa do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China;

18) Memorando de Entendimento entre Telecomunicações Brasileiras S.A. Telebras, Empresa Vinculada ao Ministério das Comunicações do Brasil ("Telebras") e a Shanghai Spacesail Technologies Co., Ltd., Empresa Chinesa Cujo Objetivo Social é o Provimento de Serviços e Soluções de Telecomunicações via Satélite ("Spacesail");

19) Memorando de Entendimento sobre o Fortalecimento da Cooperação na Economia Digital entre o Ministério das Comunicações da República Federativa do Brasil e a Administração Nacional de Dados da República Popular da China;

20) Memorando de Entendimento entre o Ministério da Cultura da República Federativa do Brasil e o China Media Group sobre Cooperação Audiovisual;

21) Memorando de Entendimento entre o Ministério da Cultura da República Federativa do Brasil e o China Film Archive;

22) Memorando de Entendimento entre o Ministério da Cultura da República Federativa do Brasil e a China Film Administration;

23) Carta de Intenções sobre a Promoção da Cooperação de Investimento para Desenvolvimento Sustentável entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e o Ministério do Comércio da República Popular da China;

24) Plano de Ação para Promoção do Investimento Industrial e Cooperação 2024-2025 entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China;

25) Memorando de Entendimento para Promoção da Cooperação Econômica e Comercial sobre Micro, Pequenas e Médias Empresas entre o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços da República Federativa do Brasil e o Ministério do Comércio da República Popular da China;

26) Memorando de Entendimento sobre Cooperação Esportiva entre o Ministério do Esporte da República Federativa do Brasil e a Administração Geral de Esporte da República Popular da China;

27) Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Transformação Ecológica e Desenvolvimento Verde entre o Ministério da Fazenda da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China;

28) Memorando de Entendimento sobre o Fortalecimento do Intercâmbio e da Cooperação sobre Reforma e Desenvolvimento de Empresas Estatais e Governança Corporativa entre a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais da República Federativa do Brasil e a Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais do Conselho de Estado da República Popular da China;

29) Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China sobre Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável da Mineração;

30) Plano de Ação entre o Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional da Saúde da República Popular da China na área de Saúde para os anos 2024-2026;

31) Memorando de Entendimento entre o Ministério do Turismo da República Federativa do Brasil e o Ministério da Cultura e Turismo da República Popular da China para Fortalecer a Cooperação em Turismo;

32) Memorando de Entendimento entre o Ministério do Planejamento e Orçamento da República Federativa do Brasil e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China para o Fortalecimento de Intercâmbio e Cooperação no âmbito do Desenvolvimento Econômico;

33) Memorando de Entendimento entre a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Federativa do Brasil e o Grupo de Mídia da China;

34) Acordo de Cooperação Técnica entre a Empresa Brasil de Comunicação S.A. - EBC - e China Media Group – CMG;

35) Memorando de Entendimento entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Tsinghua sobre o Programa de Resposta da Juventude Latino-Americana e Chinesa a Desafios Globais;

36) Memorando de Entendimento entre o Grupo de Mídia da China - CMG e a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA; e

37) Acordo de Cooperação entre a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a Administração Estatal para Regulação do Mercado (Administração Nacional de Normalização) da República Popular da China (SAMR/SAC).

Fonte: Brasil 247

PF acredita que Mauro Cid está tentando blindar Braga Netto

O delator tem demonstrado dificuldades em revelar tudo o que sabe sobre a trama golpista

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Foto: Edilson Rodrigues-Agência Senado

Integrantes da Polícia Federal avaliam que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, está tentando blindar o general Walter Braga Netto em seus depoimentos sobre a tentativa de golpe que planejava matar o presidente Lula (PT), informa o G1. Braga Neto é considerado peça central na trama golpista, mas Cid está tendo dificuldades em revelar o que sabe sobre o general.

Na avaliação de agentes da PF, essa atitude de Cid pode estar relacionada com a hierarquia militar, em razão de sua deferência ao ex-ministro. Braga Netto não foi alvo da operação de terça, mas é alvo do inquérito que investiga a tentativa de golpe. Em março, ele foi alvo de buscas e teve o celular apreendido. Mensagens obtidas anteriormente pela PF mostraram o general da reserva xingando de cagão e culpando o então comandante do Exército, Freire Gomes, pela não adesão dos militares ao golpe.

Estratégia de Bolsonaro é culpar Cid - Segundo a jornalista Andréia Sadi, do G1, o ex-presidente Jair Bolsonaro deve adotar a estratégia de jogar toda a responsabilidade sobre a tentativa de golpe no colo de Mauro Cid. Aliados de Bolsonaro admitem discussões sobre como bater de frente com o Supremo Tribunal Federal (STF), mas negam qualquer plano sobre execuções de autoridades.

Bolsonaro também não foi alvo da operação da última terça-feira (19) que prendeu envolvidos na trama golpista. No entanto, um dos presos, o general Mario Fernandes, esteve com Bolsonaro em dezembro de 2022, e afirmou ter ouvido do então presidente que seria possível adotar "qualquer ação" mesmo após a diplomação de Lula, que ocorreria em 12 de dezembro.

Interlocutores do ex-presidente apostam que Cid seguirá sem entregar tudo o que sabe, mesmo assinando um acordo de delação. Para a PF, a lealdade de Cid a Bolsonaro também ten relação com a hierarquia militar, além da relação pessoal que os dois tiveram.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Lula e Xi Jinping estreitam laços com a assinatura de 37 acordos bilaterais entre Brasil e China

Acordos abrangem mais de 15 áreas estratégicas, como agronegócio, tecnologia, saúde, educação, infraestrutura e energia

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Cerimônia oficial de chegada do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, por ocasião de sua Visita de Estado ao Brasil, no Palácio do Planalto - DF (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o líder chinês Xi Jinping oficializaram, nesta quarta-feira (20), um passo histórico na parceria entre Brasil e China, com a assinatura de 37 acordos de cooperação que abrangem mais de 15 áreas estratégicas, como agronegócio, tecnologia, saúde, educação, infraestrutura e energia, segundo a CNN Brasil. O encontro, realizado no Palácio da Alvorada, em Brasília, acontece após a participação de Xi Jinping na Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro.

Os acordos assinados reforçam a posição da China como o principal parceiro comercial do Brasil nos últimos 15 anos. Em 2023, o intercâmbio comercial entre os dois países atingiu a marca recorde de US$ 157,5 bilhões. Este ano, até outubro, os números já alcançaram US$ 136,3 bilhões, com um superávit brasileiro de US$ 30,4 bilhões.

Ainda de acordo com a reportagem, entre os acordos firmados, destacam-se protocolos nas áreas de infraestrutura, tecnologia, turismo, cultura, esporte e energia sustentável. A visita também marcou os 50 anos de relações diplomáticas entre os dois países, iniciadas em 1974. Apesar dos avanços nas parcerias, o governo brasileiro resistiu às pressões para aderir plenamente à Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), conhecida como a Nova Rota da Seda, optando por um protocolo que trata de “sinergias” com o projeto.

O projeto BRI, que já destinou cerca de US$ 1 trilhão a obras de infraestrutura ao redor do mundo, é uma ferramenta central da China para ampliar sua influência global. Embora não tenha aderido oficialmente à iniciativa, o Brasil mantém uma postura de cooperação estratégica.

A cerimônia de assinatura contou com a presença de diversas autoridades brasileiras, como o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ministros, e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Também estavam presentes o indicado ao Banco Central, Gabriel Galípolo, e o embaixador do Brasil na China, Marcos Galvão.

Após os compromissos no Alvorada, Xi Jinping participou de um almoço oferecido por Lula e pela primeira-dama, Janja da Silva, e encerra sua visita em um jantar no Itamaraty. Na terça-feira (19), ao desembarcar em Brasília, Xi foi recepcionado pelos ministros Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

EUA vetam resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre cessar-fogo em Gaza

O embaixador adjunto dos EUA na ONU disse que Washington havia deixado claro que só apoiaria uma resolução que exigisse a libertação imediata de reféns

Israel bombardeia Gaza (Foto: Prensa Latina )

20 de novembro (Reuters) - Os Estados Unidos vetaram na quarta-feira uma resolução do Conselho de Segurança da ONU por um cessar-fogo em Gaza, atraindo críticas à administração Biden por bloquear novamente uma ação internacional destinada a interromper a guerra de Israel com o Hamas.

O conselho de 15 membros votou uma resolução apresentada por 10 membros não permanentes que pedia um "cessar-fogo imediato, incondicional e permanente" no conflito de 13 meses e, separadamente, exigia a libertação de reféns. Apenas os EUA votaram contra, usando seu poder de veto como membro permanente para bloquear a resolução.

Robert Wood, embaixador adjunto dos EUA na ONU, disse que Washington havia deixado claro que só apoiaria uma resolução que exigisse explicitamente a libertação imediata de reféns como parte de um cessar-fogo.

"Um fim duradouro para a guerra deve vir com a libertação dos reféns. Esses dois objetivos urgentes estão inextricavelmente ligados. Esta resolução abandonou essa necessidade e, por essa razão, os Estados Unidos não puderam apoiá-la", disse ele.

Wood afirmou que os EUA buscaram um compromisso, mas o texto da resolução proposta teria enviado uma "mensagem perigosa" ao grupo militante palestino Hamas de que "não há necessidade de voltar à mesa de negociações".

A campanha de Israel em Gaza já matou quase 44.000 pessoas e deslocou quase toda a população do enclave pelo menos uma vez. A campanha foi lançada em resposta a um ataque de combatentes liderados pelo Hamas que mataram 1.200 pessoas e capturaram mais de 250 reféns em Israel em 7 de outubro de 2023.

Os membros criticaram fortemente os EUA por bloquear a resolução apresentada pelos 10 membros eleitos do conselho: Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coreia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça.

"É profundamente lamentável que, devido ao uso do veto, este conselho mais uma vez tenha falhado em cumprir sua responsabilidade de manter a paz e a segurança internacionais", disse a embaixadora de Malta na ONU, Vanessa Frazier, após a votação fracassar, acrescentando que o texto da resolução "estava longe de ser maximalista".

"Representava o mínimo necessário para começar a abordar a situação desesperadora no terreno", afirmou.

Especialistas em segurança alimentar alertaram que a fome é iminente entre os 2,3 milhões de habitantes de Gaza.

O presidente dos EUA, Joe Biden, que deixa o cargo em 20 de janeiro, ofereceu forte apoio diplomático a Israel e continuou a fornecer armas para a guerra, enquanto tentava, sem sucesso, negociar um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas que veria reféns libertados em troca de palestinos detidos por Israel.

Após bloquear resoluções anteriores sobre Gaza, Washington em março se absteve de uma votação que permitiu a aprovação de uma resolução exigindo um cessar-fogo imediato.

Um alto funcionário dos EUA, que falou com jornalistas sob condição de anonimato antes da votação de quarta-feira, disse que o Reino Unido havia apresentado uma nova linguagem que os EUA teriam apoiado como compromisso, mas que foi rejeitada pelos membros eleitos.

Alguns membros estavam mais interessados em provocar um veto dos EUA do que em comprometer-se com a resolução, disse o funcionário, acusando os adversários dos EUA, Rússia e China, de encorajarem esses membros.

'Luz verde'

O embaixador da França, Nicolas de Rivière, disse que a resolução rejeitada pelos EUA "exigia muito firmemente" a libertação de reféns.

"A França ainda tem dois reféns em Gaza, e lamentamos profundamente que o Conselho de Segurança não tenha conseguido formular essa exigência", afirmou.

O embaixador da China na ONU, Fu Cong, disse que cada vez que os Estados Unidos exercem seu veto para proteger Israel, o número de mortos em Gaza aumenta constantemente.

"Quantas mais pessoas precisam morrer antes que eles acordem de seu sono fingido?" perguntou ele.

"A insistência em estabelecer uma condição prévia para o cessar-fogo equivale a dar luz verde para continuar a guerra e a condescender com as mortes contínuas."

O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse antes da votação que o texto não era uma resolução pela paz, mas sim "uma resolução para apaziguar" o Hamas.

"A história lembrará quem ficou ao lado dos reféns e quem os abandonou", afirmou Danon.

Fonte: Brasil 247

“China e Brasil colocam a paz e o diálogo em primeiro lugar”, diz Lula ao lado de Xi Jinping

O presidente destacou a parceria entre os dois países nas relações internacionais e na luta por um mundo menos desigual

20.11.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a 14.07.2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, no Palácio da Alvorada. Brasília - DF. Foto: Ricardo Stuckert/PR (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na manhã desta quarta-feira (20) a visita oficial do presidente da China, Xi Jinping, no Palácio da Alvorada, em Brasília. Os dois assinaram 37 atos de cooperação internacional em diferentes áreas e fizeram uma declaração à imprensa após o evento. Em sua fala, Lula destacou a parceria entre os dois países não apenas no âmbito comercial, mas também nas relações internacionais e na luta por um mundo menos desigual.

“O que China e Brasil fazem juntos reverbera no mundo. Mantemos profícua coordenação na ONU, na OMC e em arranjos como o G20 e o BRICS. Defendemos a reforma da governança global e um sistema internacional mais democrático, justo, equitativo e ambientalmente sustentável. Em um mundo assolado por conflitos armados e tensões geográficas e políticas, China e Brasil colocam a paz e o diálogo em primeiro lugar”, disse.

O presidente brasileiro também destacou o apoio da China à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e voltou a criticar os conflitos armados. “Jamais vencermos o flagelo da fome em meio à insensatez das guerras. A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é uma das iniciativas mais importantes da presidência brasileira no G20. A China foi parceira de primeira hora nessa empreitada para devolver a dignidade a 733 milhões de pessoas que passam fome no mundo em pleno século XXI”, afirmou.

Fonte: Brasil 247

Gleisi Hoffmann e Odair Cunha pedem arquivamento do PL da Anistia

Segundo Gleisi e Cunha, a continuidade da tramitação do projeto é “inoportuna e inconveniente para o processo democrático e paz nacional”

Gleisi Hoffmann (Foto: Lula Marques/ABr)

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, e o líder do partido na Cãmara dos Deputados, Odair Cunha, apresentaram nesta quarta-feira (19) um requerimento ao presidente da Câmara, Arthur Lira, solicitando o arquivamento do projeto de lei 2.858, o PL da Anistia. O texto, apoiado por parlamentares bolsonaristas, propõe a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Segundo Gleisi e Cunha, a continuidade da tramitação do projeto é “inoportuna e inconveniente para o processo democrático e paz nacional”. No documento, os deputados afirmam que o PL não contribui para a reconciliação e pode reforçar o estímulo à radicalização de grupos extremistas.

O requerimento cita como justificativa os recentes ataques à sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e as descobertas feitas pela Polícia Federal durante as investigações do 8 de janeiro. Um dos pontos centrais levantados pelos parlamentares é que a proposta de anistia poderia beneficiar figuras diretamente envolvidas nos ataques e em planos golpistas.

“O recente atentado a bomba contra a sede do STF, bem como as revelações de planos para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, demonstram o caráter gravíssimo dessa trama. A tramitação do projeto é um estímulo à impunidade e à radicalização de grupos extremistas”, afirmam.

O texto do requerimento também destaca os resultados da “Operação Contragolpe”, conduzida pela Polícia Federal, que revelou a existência de um plano intitulado “Punhal Verde e Amarelo”. Elaborado pelo general Mário Fernandes, o plano incluía ações como o uso de armamento pesado e a tentativa de envenenar lideranças políticas.

Entre os presos durante a operação estão cinco militares, além da apreensão de documentos detalhando a execução de um golpe de Estado, que previa a criação de um “gabinete institucional de gestão de crise” liderado pelos generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto.

“Esses indivíduos não podem ser beneficiados por anistias que só reforçam a percepção de impunidade, deslegitimando nossas instituições democráticas”, argumentaram Gleisi e Cunha no requerimento.

Fonte: Brasil 247

Operação Raízes do Cedro: décimo segundo voo chegou hoje no Brasil

Aeronave pousou em Guarulhos com 204 pessoas, incluindo três crianças de colo, e quatro pets


Operação “Raizes do Cedro” em Guarulhos. Foto Paulo Pinto/Agencia Brasil (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Por Flávia Albuquerque, repórter da Agência Brasil - O 12º voo da Operação Raízes do Cedro, montada pelo governo federal para repatriar brasileiros e familiares da zona de conflito no Líbano, pousou às 4h56 (horário de Brasília) desta quarta-feira (20), na Base Aérea de São Paulo (BASP), em Guarulhos (SP), segundo informações da FAB. O KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) deixou o Líbano com 204 pessoas, incluindo três crianças de colo, e quatro pets, às 14h (horário de Brasília) de ontem (19).

Com isso, a operação, iniciada em 5 de outubro, repatriou 2.513 pessoas e 33 pets. Trata-se da maior missão de repatriação de brasileiros de uma zona de conflito da história do Brasil.

Na chegada a Guarulhos, a operação conta com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), do Ministério da Saúde, da Polícia Federal, da Receita Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

Segundo as informações do governo federal, o Itamaraty, por meio da Embaixada do Brasil em Beirute, segue em contato com brasileiros e familiares para prestar assistência consular e verificar a necessidade de promover novos voos de repatriação, a depender da demanda e das condições de segurança no terreno.

“O governo brasileiro reitera o alerta para que todos sigam as orientações de segurança das autoridades locais e, para os que disponham de recursos, que procurem deixar o território libanês por meios próprios”, diz o governo.

De acordo com as informações, o aeroporto de Beirute continua em operação, com a realização de voos diários da companhia libanesa Middle East Airlines. A empresa, após negociações com a Embaixada do Brasil em Beirute, está priorizando passageiros portadores de passaportes brasileiros em seus voos com destino a Madri, Frankfurt, Londres e Roma.

A Operação Raízes do Cedro foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir do confronto entre Israel e o grupo Hezbollah, que atua no Líbano. A logística de repatriação envolve o uso de aeronaves e de servidores da Força Aérea Brasileira e um intenso trabalho de articulação do Itamaraty.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Desigualdade cai, mas pretos e pardos ganham 40% menos que demais trabalhadores no Brasil

Rendimento médio dos negros é de R$ 2.392 por mês, enquanto outros trabalhadores ganham R$ 4.008, mostra Dieese

Desigualdade cai, mas pretos e pardos ganham 40% menos que demais trabalhadores no Brasil (Foto: Marcello Casal Jr / Abr)

Por Vinicius Konchinski, do Brasil de Fato - Os trabalhadores pretos e pardos do Brasil têm um rendimento mensal, em média, 40% menor do que os trabalhadores não negros. A diferença está registrada em um boletim especial elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para o Dia Consciência Negra.

Neste ano, pela primeira vez, o 20 de novembro será celebrada num feriado nacional. Diversas atividades serão realizadas por todo o território brasileiro, como atos e encontros culturais. A discussão das desigualdades no trabalho está na pauta dos atos.

Usando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Dieese apontou que, no segundo trimestre deste ano, o ganho médio mensal dos trabalhadores negros no país era de R$ 2.392. Os demais trabalhadores recebiam R$ 4.008 por mês.

Segundo a entidade, os negros recebem, em média, R$ 899 mil a menos que os não negros ao longo de toda sua vida de trabalho. Considerando somente os trabalhadores com ensino superior, essa diferença chega a R$ 1,1 milhão.

Isso porque negros ocupam cargos de chefia numa proporção menor do que os não negros. Um a cada 48 trabalhadores negro é líder. Entre os demais, um a cada 18.

Também porque os negros são minoria nas profissões mais bem pagas e maioria nas piores remuneradas. Nas 10 ocupações mais bem pagas, os negros representam 27%. Ao mesmo tempo, são 70% dos trabalhadores com piores rendimentos.

“Uma em cada seis mulheres negras trabalha como empregada doméstica”, exemplifica o Dieese. “O rendimento médio das domésticas sem carteira é R$ 461 menos que o salário mínimo [hoje, R$ 1.412].”

“Os negros enfrentam maiores taxas de desemprego, há maior concentração de negros em profissões com baixos rendimentos, além de alta informalidade”, complementa o órgão. “A discriminação que esses trabalhadores sofrem dificulta a ascensão na carreira e faz com que as desigualdades de rendimento cresçam ao longo da vida.”

◉ Maioria prejudicada

O Brasil tem hoje 56,4 milhões de trabalhadores negros, o que representa 55,4% do total – ou seja, mais da metade. O número considera aqueles que se declararam pretos ou pardos em levantamentos do IBGE.

Esses trabalhadores estão em empregos informais mais frequentemente que não negros. Entre as mulheres, 45,6% das negras tinham trabalhos sem carteira assinada e sem garantia de direitos trabalhistas. Entre as brancas, eram 34,1%.

Negros também são os mais afetados pelo desemprego. No segundo trimestre deste ano, ele atingia em média 6,9% dos trabalhadores. Entre os negros, a taxa de desocupação era de 8%. Já entre os brancos, amarelos e indígenas, ele era de 5,5%.

◉ Melhora recente

As diferenças em salários, taxa de desemprego e informalidade, contudo, já foram maiores.

Dados do IBGE compilados pelo Brasil de Fato apontam que, no quarto trimestre de 2019 – durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) - , um preto ganhava em média R$ 2.206. Isso era R$ 842 a menos do que o rendimento médio de um trabalhador brasileiro, R$ 3.048.

Os dados mais recentes disponíveis apontam uma diferença de R$ 794.

Em 2020, a diferença na taxa de desemprego geral do país e a taxa de desemprego entre pretos chegou a 4,5 pontos percentuais: 13,6% contra 18,1%. Hoje, essa diferença é de 1,6 ponto percentual: 6,9% contra 8,5%.

Já a diferença na taxa de informalidade atingiu 3,2 pontos em 2021. Hoje, é de 2,9 pontos.

Entre os pardos, a taxa de informalidade atual é a segunda mais baixa já registrada pelo IBGE, que apura esses dados desde 2015. Está em 43,2%. Ela é 4,6 pontos maior do que a taxa média – a menor diferença já verificada.

Fonte: Brasil 247 com Brasil de Fato

Apesar de divergências, Lula e Meloni mantêm boa relação; premiê italiana pode ser ponte com Trump, avalia diplomata

Ex-embaixador da Itália no Brasil, Michele Valensise elogia o pragmatismo e a ênfase no multilateralismo adotados por Lula

17.11.2024 - Presidente Lula tem reunião com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, Rio de Janeiro-RJ (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Com o Brasil e a Itália em destaque no cenário global devido às presidências do G20 e do G7, respectivamente, o presidente Lula (PT) e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, têm demonstrado que, apesar de divergências ideológicas, os interesses estruturais e complementares de seus países prevalecem. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Michele Valensise, ex-embaixador da Itália no Brasil, avalia que a relação entre os dois países segue sólida e promissora.

Valensise, que atuou como embaixador em Brasília entre 2004 e 2009 e foi secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores italiano, aponta que a postura pragmática de Lula e Meloni reforça a ideia de que afinidades políticas são secundárias em comparação às necessidades bilaterais. "Me parece que nossos dois líderes, Lula e Meloni, têm plena consciência disso", afirmou.

◉ Cúpulas e pragmatismo - A colaboração entre Brasil e Itália se consolidou ao longo de 2023, com encontros estratégicos em eventos como o G20 e o G7. Durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro, Lula e Meloni mantiveram uma reunião bilateral, onde o presidente brasileiro destacou a necessidade de melhorar os serviços da Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica em São Paulo. Apesar das críticas feitas pela premiê italiana no passado, a relação institucional entre os dois líderes tem se mostrado cordial.

A visita de Estado do presidente italiano Sergio Mattarella ao Brasil, em julho, reforçou os laços bilaterais. Valensise destacou que a integração das comunidades italianas e ítalo-descendentes no Brasil, somada ao dinamismo econômico entre os dois países, permanece como um pilar estratégico.

◉ Desafios e oportunidades - Embora Meloni mantenha relações próximas com figuras como Donald Trump e Javier Milei, líderes que se opõem às políticas de Lula, o diplomata acredita que esses alinhamentos não comprometem as relações com o Brasil. Pelo contrário, Meloni pode desempenhar um papel diplomático relevante, caso consiga equilibrar interesses europeus e internacionais.

Sobre a política externa brasileira, Valensise elogiou o pragmatismo e a ênfase no multilateralismo adotados por Lula. Para ele, a postura do Brasil diante de potências globais, como os Estados Unidos, é marcada por equilíbrio. "O Brasil sempre soube manter uma relação equilibrada com os EUA, independentemente da cor política da administração em Washington", observou.

◉ O impacto de Trump no cenário internacional - A eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos pode apresentar desafios para o protagonismo brasileiro na América Latina e para os resultados obtidos no G20. Contudo, Valensise acredita que a história diplomática entre Brasil e EUA, especialmente durante o primeiro mandato de Lula, é um indicativo de que um relacionamento pragmático pode prevalecer.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

PF investiga se Dino também era alvo do plano assassino de militares golpistas bolsonaristas

Codinome ‘Juca’ pode ter sido referência ao ministro Flávio Dino, atual integrante do STF


A repórter Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de São Paulo, revelou que a Polícia Federal (PF) está aprofundando as investigações sobre um plano macabro que envolvia militares com o intuito de assassinar autoridades e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além de Lula, o então vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, estavam entre os alvos. Agora, as investigações se voltam para determinar se Flávio Dino, na época senador eleito e indicado para comandar o Ministério da Justiça, também figurava como um dos objetivos da conspiração, segundo sua coluna na Folha de S. Paulo.

Apelidado de “Juca” em documentos apreendidos, Dino, hoje ministro do STF, pode ter sido considerado uma peça-chave a ser “neutralizada” pela operação. A PF encontrou um detalhamento com três páginas que mencionava os alvos sob codinomes e que teria sido impresso no Palácio do Planalto em novembro de 2022. A suspeita é de que o material, posteriormente, foi levado ao Palácio da Alvorada, onde residia o então presidente Jair Bolsonaro (PL).

O plano atribuía a Lula o codinome “Jeca”, sugerindo um possível envenenamento ou colapso orgânico devido à vulnerabilidade de sua saúde na época. A morte de Lula, segundo os envolvidos, abalaria a chapa vencedora e causaria um forte impacto político. Alckmin, por sua vez, foi identificado como “Joca”, com menção à extinção da chapa e a impossibilidade de um substituto automático que pudesse assumir a presidência.

A ameaça à democracia e a resposta da justiça

Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, revelou em uma decisão tornada pública que a PF havia solicitado a prisão preventiva de cinco suspeitos, incluindo um general da reserva, como parte das investigações sobre o planejamento do golpe. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também deu seu aval, reforçando as evidências de um plano bem articulado e com ameaças concretas ao Estado Democrático de Direito.

Entre os investigados estão militares do Exército com formação em Forças Especiais e um agente da Polícia Federal. O plano, codinome “Copa 2022”, incluía ações como vigilância e possível detenção ou eliminação de figuras estratégicas do novo governo. Conversas obtidas de dispositivos do ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, apontam para a preparação meticulosa das ações, envolvendo também o coronel Marcelo Câmara.

Os detidos, incluindo Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra Azevedo, Mário Fernandes e Wladimir Matos Soares, foram alvo de medidas que vão desde a busca e apreensão de dispositivos eletrônicos até a suspensão de funções públicas e a entrega de passaportes. Moraes destacou que essas ações são “necessárias e adequadas” para garantir a investigação completa e proteger a democracia.

A operação revela uma tentativa audaciosa e altamente organizada de subversão, evidenciando como a ameaça ao sistema democrático foi mais profunda e calculada do que se supunha inicialmente.

Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de São Paulo, via portal Brasil 247

Alexandre de Moraes conduzirá pessoalmente novo depoimento de Mauro Cid no STF nesta quinta-feira, 21

Cid terá de esclarecer contradições entre acordo de delação premiada e descobertas da PF sobre a trama golpista


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assumirá a condução do depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), marcado para a tarde de quinta-feira (21), informa Teo Cury, da CNN Brasil. A audiência, prevista para as 14h, ocorre no contexto de uma investigação sobre uma suposta trama golpista, cujos desdobramentos levaram à prisão de cinco suspeitos nesta terça-feira (19).

Cid foi convocado a prestar esclarecimentos devido a contradições entre seu acordo de delação premiada, firmado em setembro de 2023, e informações levantadas pela Polícia Federal (PF). A corporação encaminhou um relatório ao STF detalhando omissões e inconsistências nos depoimentos recentes do militar, que podem comprometer a validade de sua colaboração com a Justiça.

Em um depoimento de quase três horas à PF na terça-feira, Mauro Cid negou qualquer envolvimento ou conhecimento sobre planos que incluíam a tentativa de um golpe de Estado e o assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e do próprio ministro Alexandre de Moraes. Investigadores, no entanto, apontam indícios de que o militar teria ocultado informações cruciais.

Conexão com a trama golpista – O militar, que já havia sido preso em março de 2023 por envolvimento em outros crimes investigados pela Justiça, ganhou liberdade condicional após fechar o acordo de delação premiada. No entanto, os avanços da investigação colocam sob suspeita sua narrativa, especialmente após ele ter mencionado que Jair Bolsonaro teria sondado comandantes das Forças Armadas sobre a viabilidade de um golpe de Estado. A suposta reunião teria ocorrido no Palácio da Alvorada logo após a derrota do ex-presidente nas eleições de 2022.

A PF acredita que o plano golpista também poderia envolver ataques contra integrantes do Judiciário e membros do governo eleito, incluindo a tentativa de assassinato de figuras centrais da administração. A prisão dos cinco suspeitos nesta semana reforça o avanço das apurações e amplia a pressão sobre Mauro Cid.

Ameaça ao acordo de delação – Caso fique comprovado que o tenente-coronel mentiu ou omitiu informações em seus depoimentos, o acordo de delação premiada firmado com a Justiça pode ser anulado. Isso exporia o militar a penalidades mais severas e colocaria em risco sua estratégia de colaboração com as autoridades.

Fontes ligadas ao caso afirmam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a defesa de Mauro Cid foram notificadas da audiência desta quinta-feira, considerada decisiva para esclarecer pontos obscuros nas investigações.

Fonte: Agenda do Poder com informações da CNN Brasil via portal Brasil 247

PM recupera parte das armas furtadas em batalhão do Paraná

O suspeito não possui antecedentes criminais e não integra o Exército

Revólver (Foto: Divulgação)

Um homem foi preso na noite de terça-feira (19) em Espigão Alto do Iguaçu, no oeste do Paraná, com quatro das nove armas furtadas do 33º Batalhão de Infantaria Mecanizada do Exército, em Cascavel (PR). Conforme relatado pelo g1, o suspeito não possui antecedentes criminais e não integra o Exército.

De acordo com o relatório da PM, o furto ocorreu no sábado (16) e foi descoberto no domingo (17). Durante a operação, além das quatro pistolas Beretta, calibre 9 mm, foram apreendidas 150 munições de 9 mm e 50 cartuchos de calibre 12 na casa do suspeito. A quinta arma foi recuperada em Quedas do Iguaçu, após o suspeito informar a localização dela às autoridades. No local, a polícia também encontrou outras 150 munições de 9 mm.

A PM ainda confirmou que as circunstâncias do furto estão sendo investigadas, incluindo a possibilidade de envolvimento de militares no crime. Até o momento, quatro das nove armas continuam desaparecidas.

Fonte: Brasil 247 cominformações do G1