sábado, 16 de novembro de 2024

Bomba no STF é resultado da cultura de ódio e intolerância estimulada pela extrema direita, diz Padilha

Ministro Alexandre Padilha destacou a importância do diálogo e do debate civilizado para proteger a democracia

Alexandre Padilha (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Em entrevista ao programa Brasil em Dia, do Canal Gov, nesta sexta-feira (15), o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fez duras críticas à escalada de violência e intolerância política no Brasil, destacando o recente atentado a bomba na Praça dos Três Poderes, que resultou na morte do terrorista Francisco Wanderley Luiz. “A gente está vivendo hoje um momento de ataques permanentes à democracia”, afirmou Padilha.

O ministro vinculou o incidente ao crescente discurso de ódio alimentado por figuras de extrema direita, que, segundo ele, têm instigado comportamentos violentos. “Aqui no Brasil mesmo, nós vimos essa semana, como essa cultura do ódio, da intolerância, do estímulo à violência faz com que as pessoas cometam crimes, inclusive uma pessoa perdeu a vida lá no STF”, disse ele. O ataque ocorreu no contexto de ações terroristas direcionadas a minar a estabilidade democrática do país, ressaltando a necessidade de vigilância e de ações para conter esse tipo de ameaça. “O ataque à democracia é permanente, tem que estar sempre alerta”, pontuou.

Padilha também enfatizou a importância de iniciativas que promovam o diálogo e a construção de consensos, como o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, recriado pelo presidente Lula. O espaço reúne representantes de diversos setores da sociedade, incluindo empresários, trabalhadores, acadêmicos e ativistas, para debater políticas públicas de forma pacífica e colaborativa. “Espaços como estes que a gente reúne no Conselhão, empresários, trabalhadores, ativistas sociais, gente que é da academia, gente do Brasil inteiro com posições diferentes, mas para discutir com diálogo, com consenso, não com violência, são muito importantes para afirmar a democracia”, destacou Padilha.

Descarbonização da economia e o papel do Brasil

Durante a entrevista, Padilha também abordou temas econômicos e ambientais, destacando o potencial do Brasil no cenário global de combate às mudanças climáticas. Segundo o ministro, o país tem condições de assumir uma posição de liderança mundial na descarbonização da economia. “O Brasil tem tudo para ser um dos protagonistas mundiais (na descarbonização econômica). Nós estamos falando em como as atividades econômicas das empresas (podem reduzir) as emissões de gás carbônico, contribuindo para a redução dos impactos das mudanças climáticas do mundo”, disse.

O comentário foi feito em referência à recente aprovação pelo Senado do novo marco regulatório para a criação do mercado de crédito de carbono, que agora segue para nova análise da Câmara dos Deputados. O projeto de lei 182/2024 visa incentivar a redução das emissões de gases poluentes e fortalecer a economia sustentável, permitindo que empresas e países compensem suas emissões através da compra de créditos ambientais.

Fonte: Brasil 247

“Tiu França” deixou última mensagem para Donald Trump, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira

Veja o que o homem-bomba postou em suas redes sociais antes do atentado

Francisco Wanderley Luiz, o "Tiu França" (Foto: DivulgaCand/TSE)

Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, de 59 anos, que morreu após se explodir em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (13), deixou uma série de mensagens enigmáticas e ameaçadoras em suas redes sociais. A jornalista Daniela Santos, do Metrópoles, reportou que as publicações incluíam recados direcionados ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Na mensagem endereçada a Trump, Tiü França fez um apelo que misturava acusações e pedidos por ações drásticas. “Donald Trump, se você ama e respeita as crianças, acelera a operação Storm. Mande o FBI aqui para a Ilha de Marajó. No Brasil, não temos Justiça, nem Polícia Federal. O que temos é Gestapo, mas não serve para nada. Aliás, serve sim: prender velhinhas inocentes”, escreveu ele.

Aos líderes do Congresso Nacional, Pacheco e Lira, Francisco Wanderley recorreu à música para transmitir sua mensagem. A canção escolhida foi "Senta Aqui", interpretada por Moacyr Franco, que carrega um tom de desafio e confronto. “Vou cantar uma música para vocês dormirem bem: senta aqui neste banco pertinho de mim, vamos conversar. Será que você tem coragem de olhar nos meus olhos e me encarar? Agora, chegou a sua hora, chegou a sua vez. Você vai pagar”, escreveu o homem.

O contexto do atentado e suas implicações

O atentado perpetrado por Tiü França chocou o país e reacendeu discussões sobre a radicalização política e o extremismo. Autoridades de segurança pública investigam possíveis vínculos entre o homem e grupos extremistas ou redes de desinformação bolsonaristas que fomentam discursos de ódio e incitam a violência. Francisco Wanderley Luiz era conhecido por suas opiniões políticas extremas e pela participação em atos contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência.

Mensagens como as deixadas por Tiü França antes do ataque refletem uma crescente onda de intolerância e discursos de ódio alimentados por retóricas radicais. O episódio levanta questões sobre a segurança em torno das instituições democráticas e a eficácia das estratégias de monitoramento de potenciais ameaças.

As investigações também analisam o possível envolvimento de outros indivíduos ou grupos que possam ter influenciado ou auxiliado Wanderley em suas ações. Até o momento, não há informações oficiais que confirmem se ele agiu totalmente sozinho ou se teve apoio de terceiros.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Saiba quem são os brasileiros capturados na Argentina pelos atos golpistas de de 8/1

Os detidos devem ser extraditados para o Brasil, onde cumprirão suas penas

Estátua do STF 'A Justiça' vandalizada no 8 de Janeiro de 2023 (Foto: Joedson Alves/Agência Brasil)

A Justiça da Argentina emitiu, nesta semana, mandados de prisão contra 61 brasileiros considerados foragidos por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A decisão, assinada pelo juiz Daniel Rafecas, atende a uma solicitação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) do Brasil, conforme reportado pela imprensa argentina e pelo jornal Clarín.

Os mandados foram expedidos após o governo brasileiro identificar a presença de indivíduos condenados pela Justiça entre os que solicitaram asilo político na Argentina. Segundo o Clarín, dois dos 61 brasileiros já foram detidos na província de Buenos Aires.

Quem são os brasileiros detidos?

Entre os capturados está Rodrigo de Freitas Moro Ramalho, de 34 anos, condenado no Brasil a mais de 14 anos de prisão. Ele foi sentenciado por crimes graves, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e danos ao patrimônio público tombado. Rodrigo estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, mas foi considerado foragido em abril de 2024 após o dispositivo perder sinal.

O segundo detido é Joelton Gusmão de Oliveira, de 47 anos, condenado a 17 anos de prisão pelos mesmos crimes, além de associação criminosa armada. Joelton, natural de Vitória da Conquista (BA), foi capturado na cidade de La Plata, a cerca de 60 km de Buenos Aires. Ele havia sido liberado para cumprir medidas cautelares em novembro de 2023, mas fugiu antes de sua condenação definitiva.

Contexto e repercussão

Os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores extremistas de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília, resultaram na responsabilização de centenas de pessoas. Até o momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou 741 envolvidos pelos ataques. A busca por foragidos e a cooperação internacional têm sido uma prioridade das autoridades brasileiras para evitar a impunidade.

Próximos passos

Os detidos devem ser extraditados para o Brasil, onde cumprirão suas penas. Ainda não há informações sobre o andamento das buscas pelos demais 59 brasileiros que seguem foragidos no território argentino.

A captura de Rodrigo e Joelton representa um avanço no combate à impunidade dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, mas também ressalta a complexidade de localizar e processar os responsáveis por crimes dessa magnitude. Autoridades brasileiras e argentinas reforçam que as investigações continuam em ritmo acelerado.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Clarín

Youtuber Jake Paul derrota Mike Tyson em duelo intergeracional em Texas

Paul vence lenda do boxe em combate marcado por frustração do público e números históricos de audiência
Mike Tyson e Jake Paul (Foto: Reuters)

Reuters – O influenciador digital e pugilista Jake Paul venceu a lenda do boxe Mike Tyson por decisão unânime, em uma luta intergeracional que atraiu os olhares do mundo, mas que ficou aquém das expectativas. O evento, realizado na última sexta-feira no AT&T Stadium, em Arlington, Texas, foi transmitido ao vivo pela Netflix para uma audiência global que superou os 120 milhões de espectadores, quebrando recordes de visualização e arrecadação nos Estados Unidos.

A luta entre Paul, de 27 anos, e Tyson, de 58 anos, atraiu um público de 72.300 fãs, lotando a casa do time de futebol americano Dallas Cowboys. Contudo, o embate deixou muitos espectadores desapontados. Tyson, em sua primeira luta profissional em quase duas décadas, não conseguiu gerar uma ofensiva significativa contra o adversário mais jovem, conectando apenas 18 golpes contra 78 de Paul.

“Antes de mais nada, Mike Tyson — é uma honra poder lutar contra ele”, declarou Paul após o combate. “Foi tão difícil e duro quanto eu pensei que seria.”

Tyson, que usava uma joelheira, sofreu para se manter competitivo após ser abalado por golpes de esquerda no terceiro round. No entanto, mostrou habilidade defensiva suficiente para evitar danos mais graves. Ao final, reconheceu estar lutando com uma lesão na perna. “Sim, mas não posso usar isso como desculpa. Se eu fizesse isso, nem estaria aqui”, afirmou o ex-campeão. “Eu sabia que ele era um bom lutador. Ele estava preparado, eu vim para lutar. Não provei nada para ninguém, apenas para mim mesmo. Não sou um daqueles caras que vive para agradar o mundo. Estou feliz com o que posso fazer.”

Durante o auge de sua carreira, no final dos anos 1980 e início dos 1990, Tyson foi um dos campeões mais temidos dos pesos pesados. No entanto, com 58 anos, a capacidade de competir em alto nível foi limitada. Questionado sobre uma possível volta aos ringues, Tyson se mostrou hesitante: “Não sei. Depende da situação.”

Com a vitória, Jake Paul (11-1) afirmou estar preparado para enfrentar qualquer adversário, incluindo possivelmente o mexicano Canelo Alvarez. “Esse foi o maior evento, mais de 120 milhões de pessoas na Netflix. Derrubamos o site. O maior portão de boxe nos EUA, US$ 20 milhões. E todos estão na lista.”

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Delator do PCC viveu 21 dias recluso com a família antes de ser assassinado: "pânico de morrer"

A informação foi registrada em 2022, durante um pedido de soltura do delator

(Foto: Reprodução)

Antônio Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) e acusado de envolvimento em crimes financeiros contra a facção, passou 21 dias sem sair de casa, recluso com sua família, por medo de ser assassinado. A informação foi registrada em 2022, durante um pedido de soltura do delator, e voltou à tona após seu brutal assassinato na última sexta-feira (8), no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. As informações são do g1 São Paulo.

Gritzbach foi morto com dez tiros por dois homens encapuzados armados com fuzis, em plena área de desembarque do Terminal 2. O crime, capturado por câmeras de segurança, chocou pelo nível de planejamento e ousadia. Até o momento, os autores não foram identificados ou presos.

◉ O cárcere doméstico por medo de execução

Segundo a defesa do empresário, que usou o período de reclusão como argumento para sua soltura preventiva, ele e sua família estavam "enclausurados em seu apartamento durante 21 dias, temendo por sua vida e de seus familiares". Durante esse período, eles evitaram até atividades básicas, como sair para comprar alimentos ou levar as crianças à escola. "A todo o momento recebe informações que sua morte está decretada pelo PCC", afirmou a defesa à época.

O motivo das ameaças estava relacionado a uma disputa financeira milionária com Anselmo Becheli Santa, conhecido como Cara Preta, um líder influente do PCC, e seu braço direito, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. Ambos foram assassinados em 2021, crimes pelos quais Gritzbach era acusado de ser o mandante.

◉ Golpe milionário e tribunal do crime

De acordo com investigações e depoimentos de testemunhas protegidas, Gritzbach teria convencido Cara Preta a investir cerca de R$ 200 milhões em criptomoedas, prometendo lucros extraordinários. O dinheiro, no entanto, teria sido desviado para a compra de bens de luxo. A descoberta do golpe gerou um conflito entre os dois, culminando na ordem de execução de Cara Preta e Sem Sangue, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.

Após os assassinatos, Gritzbach tornou-se alvo do "tribunal do crime" do PCC. Em janeiro de 2022, foi chamado para uma suposta conversa com integrantes da facção, incluindo nomes como “Tripa”, “Japonês” e “Didi”. A reunião, descrita pela defesa como um ato de intimidação, reforçou a ameaça à vida do empresário.

◉ O fim trágico

Embora tenha adotado medidas extremas para proteger sua família e a si mesmo, a perseguição chegou ao fim de forma brutal no aeroporto de Guarulhos. A morte de Gritzbach expõe, mais uma vez, o alcance da violência e da organização criminosa do PCC, que opera com métodos implacáveis, mesmo em locais de grande movimento e segurança ostensiva.

O caso segue em investigação pelas autoridades, que buscam esclarecer as circunstâncias do crime e identificar os responsáveis pela execução, que mais uma vez evidencia o poder e a audácia do crime organizado no Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Manoel Ribas é campeão da Série Prata do Futsal Paranaense

Time do centro do estado venceu Itaipulândia no tempo normal, por 3 a 2 e na prorrogação, por 1 a 0

Foto: reprodução

Quando tudo parecia que o campeão seria conhecido nas penalidades, eis que surge um contra ataque fulminante que acaba num golaço de Roni restando apenas 00:04 aos (49:56) para o encerramento da prorrogação. Com 1 a 0 no placar a equipe de Manoel Ribas conquistou o título de campeão da Série Prata do Futsal Paranaense edição de 2024. Como tinha perdido o jogo de ida, em Itaipulândia, no último sábado (9), por 4 a 3, o time precisava vencer em casa para provocar a prorrogação.

No tempo normal Manoel Ribas venceu por 3 a 2, depois de fazer 3 a 0, e, o título só não "escapou" graças à intervenções do goleiro Zé Luiz. Allan (10:59 e 20:46) e Zola (contra aos 15:41)  marcaram os gols do time campeão ao passo que Café (29:14) e Caça (35:40) descontaram para Itaipulândia.

O jogo aconteceu na noite desta sexta-feira (15), no Ginásio Ary Kfouri, na cidade de Manoel Ribas. Penalizado pelo STJD por comportamento inadequado de torcedores, o jogo teve que ser realizado com portões fechados, sem presença de público. A torcida, em grande número se aglomerou do lado de fora e a presença no ginásio só foi permitida após a solenidade de premiação.

Na conquista inédita, o técnico Fernando Silva, de Manoel Ribas utilizou o seguinte elenco:

Rodrigo, Zé Luiz, Walmir Gheller, Emanuel,  Allan, Alisson, Roni, Quevedo, Marlon, Marcelo, Pedro Henrique, Lucas, Mateus, Eric e João Augusto.

As duas equipes vão participar da Série Ouro de 2025. A outra vaga da Série Ouro de 2025 sai do confronto entre Loss ABF e Santa Helena que decidem o terceiro lugar da Série Prata. O jogo acontece neste sábado (16), em Francisco Beltrão. No jogo de ida em Santa Helena, o time da casa venceu por 5 a 4 e joga pelo empate para garantir a vaga.
Confira:



sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Eleição de Trump pressiona juros e eleva tensões comerciais, diz Gabriel Galípolo

Futuro presidente do Banco Central apontou preocupações com o aumento da inflação em decorrência da vitória do republicano nos Estados Unidos

Gabriel Galípolo (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)

Agência Brasil - O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta sexta-feira (15) que o mundo encontra-se em uma "bifurcação" sobre a arquitetura financeira global, o que está sendo debatido no G20, realizado no Rio de Janeiro. Galípolo acrescentou que a globalização chegou a ter sucesso, mas faltou inserir critérios de gestão no que se refere à sustentabilidade e justiça social e ambiental. Desta forma, o cenário internacional tem questionado qual será o futuro da globalização.

"Alguns líderes globais questionam essa arquitetura e querem voltar atrás, no sentido de vamos desglobalizar, vamos nacionalizar, o que tem de errado é culpa do outro que vem de fora. Essa é uma vertente política e existe uma outra, que parece bastante claro que é o que o Brasil vem defendendo, de reglobalizar”, afirmou o diretor no painel Nova Arquitetura Global do G20 Talks, incluído na programação do G20 Social.

“A proposta dessa nova arquitetura global, a qual o Brasil tem se alinhado e defendido, é como é possível a gente não desglobalizar. Não há nenhuma satisfação, da gente enquanto povo, saber que o êxito do meu país e da minha economia está calcado na exploração ou no problema de um outro povo", disse, acrescentando que a nova arquitetura precisa ir além das vantagens comerciais, e buscar sucesso nas áreas social e ambiental.

◉ Taxas de juros e Trump

Quanto à eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, Galípolo afirmou existir tendência de aumento da inflação em decorrência da vitória.

“Se o Trump vai combater a imigração, logo vai ter aumento de mão de obra nos Estados Unidos. Se o Trump vai botar mais tarifa de importação, os preços vão subir. Essa ideia provocou uma elevação também nas taxas de juros”, disse o futuro presidente do BC, completando que as taxas de longo e curto prazo já subiram nos Estados Unidos.

Para a economista alemã, Isabella Weber, a tendência é que o novo governo norte-americano pode acirrar as disputas comerciais, dificultando a cooperação internacional. Durante a campanha, Trump disse que pretende elevar os impostos incidentes em produtos importados e maior proteção à produção nacional.

“A gente precisa de cooperação para passar para uma nova maneira de organização. Os desafios é que estamos ao mesmo tempo nos trilhos de aumentar os confrontos. Depois da eleição dos Estados Unidos, vamos ter mais guerra comercial, mais confrontos, mais tensões, que fazem com seja mais difícil a comunidade internacional se juntar e cooperar”, apontou no encontro.

◉ Gênero e raça

Para a comunicadora digital, Nath Finanças, a nova ordem financeira mundial tem que levar em conta parte da população que desconhece o funcionamento da economia e como evolui, por exemplo, o processo de inflação.

“A educação financeira é importante. Quando escuto que a educação financeira é só para falar de investimentos, digo, não, essa pessoa não vive a realidade brasileira. A educação financeira não é só para quem é rico, para falar de quanto você gasta e quanto ganha. É entender os mecanismos da taxa Selic, da inflação, da Bolsa de Valores, do mercado financeiro em geral e a política que é feita no Comitê de Política Monetária, afetam a nossa vida financeira”, explicou.

Outra preocupação, segundo ela, é a crescente de apostas em bets. “Isso é muito urgente, não é só ter uma conversa com a imprensa. É a gente realmente regularizar da melhor maneira possível, para a pessoa não chegar na bola de neve, que vai afetar diretamente a inflação. Se não tem dinheiro rodando e a pessoa está gastando no Tigrinho ou no aviãozinho, não tem dinheiro girando na economia. É isso que afeta a vida financeira das pessoas. Quando a gente fala de inflação, não adianta falar com palavras difíceis no economês”, observou.

Nath Finanças defendeu a inclusão de dados de gênero e raça entre as mulheres que investem. “Recentemente, a B3 [Bolsa de Valores] comemorou o número de mulheres investindo na Bolsa, mas quem são essas mulheres? São brancas, pretas, ricas, classe C,D e E, como funciona? A gente não tem esses dados. Só fazem o retrato de que temos mulheres”, destacou.

“É preciso entender no que elas investem, para onde estão indo, se têm sucesso no mercado, se estão empreendendo ou não, porque elas querem o negócio, muitas vezes entram por necessidade”, completou.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Estatais apresentam compromissos de sustentabilidade aos líderes do G20

Carta com 32 propostas abrange transição energética, combate à fome e pobreza e reforma da governança global
Líderes de estatais apresentam compromissos de sustentabilidade ao G20 (Foto: Divulgação BNDES)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), juntamente com o Banco do Brasil (BB), a Caixa Econômica Federal (Caixa), a Itaipu Binacional e a Petrobras, apresentaram nesta sexta-feira, 15, uma carta contendo 32 propostas para os líderes do G20. O evento ocorreu no Espaço Kobra, na zona portuária do Rio de Janeiro, onde o documento foi entregue à ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. A iniciativa busca reforçar compromissos em áreas cruciais, como transição energética, combate à fome e à pobreza, e reforma da governança global.

A diretora de Crédito Digital para Micro, Pequenas e Médias Empresas do BNDES, Maria Fernanda, destacou a importância do momento. “Nada melhor do que reafirmar esse compromisso com mais de 30 mil pessoas, num momento extraordinariamente inovador, de trabalhar com os movimentos populares, os movimentos sociais, movimentos organizados”, disse. Ela frisou que as estatais se alinham ao objetivo de uma nova governança global que promova um sistema multipolar, comprometido com a paz e com a justiça social, incluindo a tributação dos mais ricos e a erradicação da pobreza e da fome em escala global.

A ministra Esther Dweck, ao receber a carta, sublinhou a relevância das estatais para reposicionar o Brasil entre as principais economias e na transição para uma economia sustentável. “A Itaipu entrou no livro dos recordes por ser a maior empresa de geração de energia acumulada, a Petrobras lidera a discussão de transição energética para nossas empresas, e os três bancos aqui representados são os grandes financiadores do desenvolvimento brasileiro”, declarou. Ela ressaltou a importância das estatais como formuladoras de políticas públicas, capazes de impulsionar um modelo de desenvolvimento sustentável e socialmente responsável.

A carta será incorporada à Declaração do G20 Social e entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste sábado, 16, ao término do fórum paralelo ao G20. As cinco estatais comprometem-se a trabalhar de forma conjunta para promover uma economia regenerativa e equitativa, com impactos positivos para a população, as cidades e as cadeias produtivas, rumo a uma economia de baixo carbono. Este compromisso inclui parcerias com empresas que adotam práticas social e ambientalmente responsáveis.

Entre as metas do documento está a contribuição para o fortalecimento do acesso da população às políticas públicas e a mitigação das desigualdades. A carta também enfatiza a relevância da troca de experiências e conhecimentos entre nações que enfrentam desafios semelhantes, em contextos geográficos e climáticos análogos, além de reforçar a importância da justiça climática e da valorização da diversidade cultural e étnica.

Participaram do evento de entrega da carta, além da ministra Esther Dweck e da diretora Maria Fernanda, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o presidente da Caixa, Carlos Vieira; a diretora-executiva de Assuntos Corporativos da Petrobras, Clarice Coppetti; o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri; e a presidenta do BB, Tarciana Medeiros.

Fonte: Brasil 247

Venezuela é do Brics, diz Maduro, após veto do Brasil


Relações entre a Venezuela e o Brasil continuam tensas

Presidente venezuelano, Nicolás Maduro 03/08/2024 (Foto: REUTERS/Maxwell Briceno)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, insistiu nesta sexta-feira (15) que a Venezuela faz parte do Brics, apesar do veto brasileiro ao ingresso do país no bloco de nações emergentes.

"Nosso ministro, que é vice-presidente do governo para comunicação e cultura, [esteve] em São Paulo, no Brasil, ratificando que somos do Brics", disse o presidente venezuelano no programa Maduro Live de Repente. "[Foi] no meio de uma reunião de mídia do Sul Global [jargão em referência aos países emergentes], do Brics. Um gesto bonito".

As relações entre a Venezuela e o Brasil continuam tensas depois de o governo do presidente Lula ter apontado que Brasília não reconhece a reeleição de Maduro. Durante a cúpula do Brics em Kazan, Rússia, em outubro, o Brasil vetou a entrada da Venezuela no bloco. Após retornar do evento, Maduro desafiou a decisão e disse que ninguém iria vetar Caracas.

O Brics é uma associação intergovernamental criada em 2006. A Rússia assumiu a presidência rotativa do bloco em 1º de janeiro de 2024. O ano começou com a adesão de novos membros à associação. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, agora fazem parte do grupo o Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, de acordo com o site da presidência russa do Brics 2024. A Arábia Saudita ainda não formalizou oficialmente sua participação, mas tem participado das reuniões do Brics. Pelo menos 13 nações receberam o status de países parceiros do Brics na cúpula de Kazan.

Fonte: Brasil 247

Pacote fiscal deve incluir imposto sobre milionários e cortes em Saúde e Educação, mas Lula ainda não decidiu

O reajuste do salário mínimo também seria limitado, e programas sociais passariam por um pente-fino

Fernando Haddad e Lula (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria informado a líderes do Congresso que o pacote fiscal em elaboração prevê uma economia de R$ 25 a R$ 30 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026, com medidas como limitar o reajuste do salário mínimo, combater supersalários, realizar pente-fino em programas sociais e ajustar regras de benefícios como o abono salarial e seguro-desemprego, segundo O Globo desta sexta-feira (15).

Em relação ao salário mínimo, teria ganho real de no máximo 2,5% e no mínimo de 0,6%. O pacote também inclui o imposto mínimo de 15% para rendas acima de R$ 1 milhão por ano e ajustes na previdência militar, enquanto áreas como Saúde, Educação e Defesa terão cortes orçamentários.

No entanto, o presidente Lula ainda não bateu o martelo, e, segundo o ministro Paulo Pimenta, da Secom, alguns ajustes precisam ser feitos e mais discussões serão estabelecidas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Em nota, PT cobra "punição para os golpistas e contra a ameaça da extrema direita"

Para o PT, "processar e punir os articuladores, mandantes e financiadores do 8 de janeiro é imprescindível para conter a ousadia da extrema direita"

Terrorista bolsonarista se mata na Praça dos Três Poderes, Brasília-DF (Foto: Reprodução/X)

A Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores divulgou nota nesta sexta-feira (15) sobre o atentado contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o que classifica como "riscos à democracia e o ao país a extrema direita e seus métodos violentos".

De acordo com o documento, a ação do homem-bomba na última quarta-feira (13) "confirma dramaticamente os riscos que a extrema direita, seus métodos violentos e seu discurso de ódio e mentiras configuram, em escala crescente, para a democracia e o país".

"Não se trata de fato isolado, como pretendem falsear os chefes políticos e ideológicos dos extremistas. O novo episódio de terror encadeia-se na espiral de violência que eles incitam de forma coordenada e sistemática", destaca a nota.

A executiva da legenta resgata que quando um terrorista plantou uma bomba num caminhão de combustíveis para explodir o aeroporto de Brasília às vésperas do Natal de 2022, também disseram que se tratava da ação de um lobo solitário.

"Mas ficou provado no inquérito que o horror foi planejado e preparado no acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército", frisa.

E acrescenta: "É pela intimidação e pela força bruta que a extrema direita interfere na vida política do país. Isso já estava claro na primeira campanha eleitoral de Jair Bolsonaro, defensor da ditadura, da tortura e dos torturadores, que usava os dedos em forma de arma como símbolo e encenava metralhar petistas nos palanques".

O documento diz ainda que "Bolsonaro foi forjado na escola do general Silvio Frota, que tentou dar um golpe contra o próprio regime militar".

"E quando a ditadura perdia terreno para o movimento de redemocratização do país, essa turma incendiou bancas de jornais, sequestrou o bispo de Nova Iguaçu, lançou a bomba contra a OAB que a matou dona Lyda e fez o atentado do Rio Centro que poderia ter matado centenas de jovens", lembra.

Para a legenda, "processar e punir pedagogicamente os articuladores, mandantes e financiadores do 8 de janeiro é imprescindível para conter a ousadia da extrema direita e impedir novos episódios e até mesmo uma escalada de terror e violência".

"O PT denuncia firmemente todas as tentativas de acobertar os responsáveis pela violência política e desviar o curso das investigações. Denuncia a hipocrisia dos que agora se apresentam como democratas, tendo sido cúmplices do desgoverno de Jair Bolsonaro", reforça.

Fonte: Brasil 247

Kotscho: pacificação só virá “quando os mandantes da tentativa de golpe de 8 de janeiro forem condenados”

Kotscho acretita que as investigações vão mostrar a relação entre as explosões de Brasília e outros atentados contra a democracia

Invasão à Praça dos Três Poderes, em Brasília, e o jornalista Ricardo Kotscho (Foto: ABR | Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

O jornalista Ricardo Kotscho afirmou nesta sexta-feira (15), que o Brasil só retomará a normalidade democrática “quando os mandantes da tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023 forem condenados”.

Durante participação no UOL News, o jornalista afirmou que, depois do atentado na Praça dos Três Poderes, os próprios bolsonaristas já entenderam que não dá para falar em anistia.

“Não é só constrangedor, é absolutamente inútil”, afirmou Kotscho, reforçando que mesmo que a Câmara aprove a proposta de anistia, a medida não passaria no Senado e pelo Supremo Tribunal Federal.

Kotscho disse acreditar que as investigações vão mostrar a relação entre as explosões de Brasília, outros atentados que ocorreram na cidade desde 2022 e os atos golpistas do 8 de janeiro.

“E como não foi até agora ninguém julgado e condenado — os graúdos, só as arraias miúdas que foram condenadas. Os mandantes, os chefões do golpe não foram atingidos até agora. O próximo passo é esse: não há pacificação possível sem que haja punição primeiro”, frisou.

Fonte: Brasil 247

Corpo do homem-bomba será liberado até segunda (18); filho está em Brasília

"Meu irmão ainda se despediu do filho. Inegável que ele premeditou", disse Rogério Luiz, um dos sete irmãos de Tiu França, o homem-bomba

Brasília (DF) 14/11/2024 - Policiais periciam o corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos,. Segundo a Polícia Civil do DF, Francisco foi autor das explosões ocorridas na quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

O filho do homem-bomba Francisco Wanderley Luiz, autor das explosões em Brasília, está em Brasília e aguarda trâmites legais para levar o corpo do pai para Rio do Sul, em Santa Catarina.

O corpo do Tiu França, como era chamado, passa por perícia na Polícia Federal e a previsão é de que seja liberado até segunda-feira (18).

Tiü França causou explosão dentro de um carro no estacionamento do Anexo 4 da Câmara dos Deputados, jogou artefaos explosivos em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF) e morreu, após deitar a cabeça sobre um dos artefatos, no chão, em frente à entrada da Corte.

"Meu irmão ainda se despediu do filho. Inegável que ele premeditou, tinha um plano, ele mandou algumas mensagens pro meu sobrinho e disse que voltaria de Brasília ainda essa semana", disse Rogério Luiz, um dos sete irmãos de Wanderley Luiz em entrevista ao UOL. "Tem minha sobrinha, a outra filha dele, que mora na Tailândia. Ela é missionária, casada com um pastor. Por conta da distância, não chegará a tempo para o enterro do pai", acrescentou.

Fonte: Brasil 247

Atentado: PL divulga nota pública assinada por Eduardo Bolsonaro, que sai em defesa do pai

Texto alega que “narrativas falsas e oportunistas” tentam vincular autor de explosão ao ex-presidente Jair Bolsonaro



O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) divulgou uma nota pública em nome de seu partido para defender o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. No papel de secretário de Relações institucionais da legenda, o parlamentar alega que “repudia as narrativas falsas e oportunistas que buscam, de maneira precipitada e irresponsável, vincular o trágico suicídio ocorrido hoje na Praça dos Três Poderes ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à direita brasileira”.

De acordo com o deputado, associar o episódio ao ex-presidente seria uma tentativa de manipulação que teria como objetivo “atrapalhar o andamento do Projeto de Lei da Anistia”.

“Essa tentativa de manipulação revela não apenas uma distorção inaceitável dos fatos, mas também o propósito malicioso de atrapalhar o andamento do Projeto de Lei da Anistia, um passo essencial para a pacificação nacional e o reestabelecimento da normalidade institucional no país”.

Confira abaixo a íntegra da nota:

“O Partido Liberal (PL), por meio de seu Secretário de Relações Institucionais, Deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), repudia as narrativas falsas e oportunistas que buscam, de maneira precipitada e irresponsável, vincular o trágico suicídio ocorrido hoje na Praça dos Três Poderes ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à direita brasileira.

Essa tentativa de manipulação revela não apenas uma distorção inaceitável dos fatos, mas também o propósito malicioso de atrapalhar o andamento do Projeto de Lei da Anistia, um passo essencial para a pacificação nacional e o reestabelecimento da normalidade institucional no país.

Vamos aos fatos:

1. Conforme o relato de autoridades policiais e de testemunhas presentes, o ocorrido foi um ato de suicídio – não uma tentativa de ataque aos Poderes Constituídos.

2. O responsável pelo incidente teve uma candidatura mal sucedida em 2020, por uma chapa composta pelo PDT e PL, em um período no qual o Presidente Bolsonaro sequer estava filiado ao PL.

3. Além disso, em mensagens publicadas em suas redes sociais, o autor expressou claramente sua rejeição tanto ao Presidente Bolsonaro quanto ao Presidente Lula, e demonstrou profundo descontentamento com a polarização política no país.

A tentativa de instrumentalização de uma tragédia desta magnitude pela esquerda para fins políticos revela uma preocupante falência moral, evidenciando a falta de compaixão daqueles que, mesmo diante de um indivíduo com claros distúrbios mentais que tragicamente tirou a própria vida, optam por explorar o incidente para alcançar seus objetivos políticos e tentar justificar perseguições e abusos contra a oposição.

Esse uso oportunista dessa tragédia, sem qualquer empatia pela dor de uma família que acaba de perder um ente querido e pelo choque de milhões de brasileiros, é um reflexo preocupante de um discurso político que perdeu o contato com o respeito e com a dignidade.

A sociedade brasileira merece um debate verdadeiro, justo e baseado na realidade dos fatos. Manipular eventos trágicos para tentar minar um projeto de reconciliação nacional é um ato de desonestidade que o Partido Liberal condena veementemente.

Em um momento em que o Brasil precisa de união, a verdade deve sempre prevalecer sobre interesses políticos mesquinhos e divisivos.

Deputado EDUARDO BOLSONARO

Secretário de Relações Institucionais e Internacionais do Partido Liberal”

Fonte: Agenda do Poder

Autor do atentado em Brasília trabalhava com entretenimento e teve discotecas até eleição de Bolsonaro, quando radicalizou discurso

Em 2020, se filiou ao PL, atual partido do ex-presidente, para tentar uma vaga de vereador, mas conseguiu apenas 98 votos


Autor do ataque com explosivos direcionado ao Supremo Tribunal Federal (STF), Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, era conhecido em Rio do Sul (SC), cidade de 72 mil habitantes a 200 quilômetros da capital catarinense, como um empresário do ramo do entretenimento. Quem conviveu com ele afirma que seu interesse pela política coincidiu com a chegada de Jair Bolsonaro à Presidência, em 2018. Já o discurso radical, que incluía ameaças a instituições, passou a fazer parte de seu repertório após a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Desde então, bandeiras do Brasil, referências militares e ataques ao comunismo passaram a dominar suas redes sociais.

O Globo ouviu parentes, amigos e vizinhos de Francisco Luiz, conhecido como “França”, sobre o processo de radicalização que o transformou de um empresário bem-sucedido do interior catarinense no “homem-bomba” da Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Francisco é de uma família conhecida de comerciantes da cidade de Rio do Sul. Desde a juventude, empreendia na área de eventos e shows, mas ficou mais conhecido quando inaugurou, na década de 1980, diversas discotecas na cidade.

Um dos frequentadores era o deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC), que se mudou para o município catarinense aos 13 anos. Dono de uma lanchonete na cidade, o parlamentar conta que considerava Francisco “um visionário”, com grande tino empreendedor. Um de seus últimos negócios foi uma casa onde tocava rock.

Amigos e familiares contam que o comerciante nunca foi de falar de política e não tinha interesse pelo que acontecia em Brasília, mas que isso começou a mudar a partir de 2018, com a eleição de Bolsonaro. Em 2020, se filiou ao PL, atual partido do ex-presidente, para tentar uma vaga de vereador, mas conseguiu apenas 98 votos. “Paz, amor, generosidade, sinceridade, perdão e humildade” era uma das mensagens disseminadas por ele durante sua campanha.

— Ele entrou na política, foi candidato a vereador. E com a bandeira do Bolsonaro, sempre. Acredito que (a eleição de Bolsonaro) deva ter desencadeado esse lado político nessa época. Nunca tinha visto envolvimento dele antes — disse Eduardo Marzall, ex-presidente do PL de Rio do Sul.

Marzall contou conhecer Francisco há 40 anos, desde quando começou a frequentar uma discoteca que ele e dois irmãos possuíam na cidade. O ex-dirigente partidário afirma que o amigo nunca demonstrou comportamento que indicasse ser capaz de um ato extremo, como o ataque a bombas ao STF.

— Ele era daqueles caras que tudo o que o Bolsonaro falava era amém. Mas em momento nenhum (demonstrou ser) uma pessoa que faz uma atitude errada como ele fez — contou Marzall.

Familiares ouvidos pela reportagem afirmam que tudo mudou em 2022, após a derrota de Bolsonaro nas urnas. Foi nessa época que, na cidade natal, passou a frequentar manifestações golpistas que antecederam as invasões do 8 de Janeiro.

Em uma declaração gravada em vídeo pela Polícia Federal, a ex-mulher dele, identificada apenas como Daiane, afirmou que desde então Francisco “só falava de política” e estava obcecado com a ideia de matar o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Segundo ela, o plano era assassinar o magistrado e “quem estivesse perto” no momento.

Daiane disse ainda aos agentes da PF em Santa Catarina que Francisco chegou a compartilhar com ela pesquisas no Google para planejar o atentado que tentaria executar na quinta-feira.

Mensagens postadas por Francisco nas redes sociais evidenciavam sua guinada em direção ao extremismo. Ele chegou a visitar o Supremo já com planos para o ataque, em agosto de 2024, quando postou uma foto dentro do plenário da Corte: “Deixaram a raposa entrar dentro do galinheiro (chiqueiro) ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo. Provérbios 16:18 (A soberba precede a queda)”, escreveu na legenda.

Nas redes sociais, publicava prints de mensagens de WhatsApp enviadas por ele mesmo nas quais citava que o Brasil já era “um país socialista e comunista” e que iria “entregar a sua vida” para que “as crianças cresçam com liberdade”. Em uma postagem, reproduziu teoria conspiratória anticomunista ligada ao grupo de extrema direita QAnon.

Desde o ano passado, Francisco passou a viajar com frequência a Brasília. Para se hospedar na cidade, alugou uma quitinete na Ceilândia, região administrativa da capital federal, a cerca de 30 quilômetros da Praça dos Três Poderes. No espelho do banheiro do imóvel de 25 metros quadrados, deixou uma mensagem escrita com batom vermelho: “Debora Rodrigues. Por favor, não desperdice o batom. Isso é para deixar as mulheres bonitas, estátua de merda se usa TNT”, numa referência à golpista presa por pichar a estátua da Justiça durante os atos de 8 de janeiro. Na ocasião, ela pichou “perdeu, mané” na estátua, em referência a uma frase dita pelo ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente do STF.

Além do recado, Francisco deixou duas bombas no local, que foram desativadas pela PM. Vizinha de porta, Gleide Silva diz que conhecia Francisco desde o início do ano passado. Segundo ela, o homem-bomba era uma pessoa “normal, falante e prestativa”.

— Ele veio pela primeira vez e morou quatro meses. Aí ele voltou para Santa Catarina. Ficou lá um ano e pouco. Agora, no mês de agosto, ele veio de novo — relatou ela.

Em uma das visitas a Brasília, Francisco visitou o deputado Jorge Goetten em seu gabinete na Câmara, em agosto de 2023. O parlamentar afirma que na ocasião estranhou o comportamento do amigo.

— Me chamou atenção porque ele falava muito da separação da mulher dele. Eu falei para o pessoal do gabinete: “Esse França não é o França que eu conhecia”. Ele me pareceu com a saúde emocional abalada. Estranhei essa atitude dele — afirmou Goetten.

Imagens do circuito interno da Câmara mostram que Francisco voltou à Câmara na quarta-feira, cerca de 11 horas antes de morrer ao explodir um artefato. A assessoria da Casa confirma que ele entrou no Anexo IV às 8h15, foi ao banheiro, e saiu do local na sequência. Às 19h30, atirou duas bombas em direção à sede do STF e, em seguida, explodiu uma terceira junto à sua cabeça.

Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo.

Polícia Federal vai pedir quebra de sigilos fiscal, bancário e telemático do homem que fez atentado contra STF

Pedido deve ser feito nos próximos dias e depende de aprovação do Supremo Tribunal Federal


A Polícia Federal (PF) vai pedir a quebra do sigilo fiscal, bancário e telemático – de telefone e pesquisas da internet – de Francisco Vanderlei Luiz, autor do atentado na Praça dos Três Poderes na noite de quarta-feira (13).

O pedido deve ser feito nos próximos dias e depende de aprovação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Neste momento, os peritos estão tentando acessar o conteúdo do celular, que foi localizado bloqueado e com senha.

Os investigadores querem saber os detalhes do planejamento do atentado e como Francisco Vanderlei estava sobrevivendo em Brasília sem exercer sua profissão de chaveiro. Em depoimento à PF, um dos filhos contou que ele recebia um salário de R$ 5 mil.

Segundo a Polícia Civil, ele era de Santa Catarina, mas alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, para realizar o ataque às instituições.

A PF também colhe nesta tarde o depoimento de pessoas que tinham contato com Francisco Vanderlei, em Brasília, e segue buscando mais imagens por onde Vanderlei andou no dia do atentado.

Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

Milei dança para Trump, abraça Sylvester Stallone e posa com Elon Musk em agendas nos EUA (vídeos)

Presidente argentino participa de evento da extrema-direita na Flórida

Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC) (Foto: @OPRArgentina/X)

O presidente da Argentina, Javier Milei, participou da cúpula de investidores da Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC), um fórum da extrema-direita global, realizada na mansão de Mar-A-Lago, residência do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na Flórida, EUA.

Durante os eventos desta sexta-feira (15), Milei foi parabenizado por Trump em seu discurso. O presidente argentino também discursou, posou para fotos com o republicano e com o bilionário de extrema-direita Elon Musk, conforme relatado pela conta oficial do Escritório da Presidência Argentina na plataforma X.

Milei ainda teve um breve encontro com o ator hollywoodiano Sylvester Stallone, famoso por interpretar Rocky Balboa nos filmes "Rocky".

Fonte: Brasil 247