quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Marcos Pontes revolta bolsonaristas após chamar ataque em Brasília de “terrorismo”

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ministro Marcos Pontes, atualmente senador pelo PP de São Paulo. Foto: Carolina Antunes/PR

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-ministro de seu governo, o senador Marcos Pontes (PP-SP) chamou as explosões na Praça dos Três Poderes de “terrorismo” e revoltou bolsonaristas. A declaração contraria a narrativa adotada pelo ex-mandatário e políticos próximos, de que o autor do atentado estava fora de suas faculdades mentais e praticou ato isolado.

“O Brasil não pode se tornar um Irã! Esse negócio de terrorismo tem que parar!”, escreveu o parlamentar astronauta. A declaração foi dada em seus stories do Instagram e gerou críticas em grupos de WhatsApp de bolsonaristas.

Um interlocutor do ex-presidente que faz parte de grupo no aplicativo de mensagens afirmou: “O cérebro do astronauta ficou no espaço e não retornou com ele”. Outros afirmam que o senador “enlouqueceu de vez” e questionam: “Terrorismo no Brasil?”.
Marcos Pontes chamou explosões em Brasília de “terrorismo” 
em post nas redes. Foto: Reprodução

Fabio Wajngarten, advogado de Bolsonaro e ex-secretário de Comunicação, afirmou que vai “ligar para o Elon Musk para tentar localizar o cérebro dele, que deve estar perto de Marte e até de Plutão, ou então perdido em algum buraco negro do Universo”.

Bolsonaristas temem que o ataque desta quarta dificulte a aprovação de um projeto no Congresso Nacional que anistia os condenados no 8 de janeiro. Em nota chantagista publicada nesta quinta (14), Bolsonaro atribuiu o atentado a “perturbações na saúde mental” do autor.

Apesar da tentativa de bolsonaristas de emplacar a narrativa, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já afirmou que “não existe a possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”.

Fonte: DCM

VÍDEO – Gilmar diz que terrorista foi “inspirado” por Bolsonaro e aliados

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão plenária nesta quinta (14). Foto: Reprodução/TV Justiça

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes culpou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo ataque terrorista desta quarta (13) em Brasília. Durante sessão plenária nesta quinta (14), o magistrado afirmou que o episódio de ontem “não é um fato isolado”.

“A reconstituição histórica dos últimos acontecimentos nacionais demonstra que o ocorrido na noite de ontem não é um fato isolado”, afirmou Gilmar. Ele aponta que os ataques de ontem e o de 8 de janeiro de 2023 “não surgiram subitamente”, mas foram incentivados pelo ex-mandatário.

“O discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria da desinformação foram largamente estimulados no governo anterior. Fruto de um sectarismo infértil, o radicalismo político grassou nas eleições de 2018 em uma campanha caracterizada pela ampla utilização das redes sociais para difusão de ódio, ataques pessoais e fake news”, prosseguiu.

Gilmar avalia que “símbolos de feriados nacionais foram sequestrados com objetivos eleitorais” e cita o 7 de Setembro de 2021, quando o então presidente fez ataques e ameaças contra ministros da Corte e incitou apoiadores a descumprirem ordens judiciais. O magistrado afirma que essas manifestações golpistas “não foram raras” e eram fomentadas por Bolsonaro ou aliados.

“Nos últimos anos, foram diversos atentados contra as instituições de Estado e os valores centrais da democracia praticados pessoalmente por expoentes da extrema-direita ou por cidadãos, como o de ontem, inspirados por essas lideranças” acrescenta.

Antes do ministro, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, também repudiou o ataque terrorista de ontem e citou o incentivo” dos ex-deputados Daniel Silveira e Roberto Jefferson, e da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP).

Fonte: DCM

Em crise, SBT tira jornal do ar e anuncia “cortes” que podem chegar a 130 funcionários


Marcelo Casagrande, apresentador do agora extinto SBT News. Foto: reprodução
O SBT encerrou a exibição do telejornal “SBT News”, transmitido nas madrugadas, em uma nova reformulação da emissora. De acordo com comunicado oficial, a última edição foi ao ar nesta quarta-feira (13), e, a partir de agora, o horário será ocupado pela “Sessão Madrugada”, um compilado de programas antigos que tem custo zero para o canal.

O fim do telejornal, que estava no ar há quase dois anos, faz parte de uma reestruturação mais ampla no SBT. Fontes próximas ao canal revelaram que cerca de 130 funcionários deverão ser desligados nos próximos dias, o que em redações jornalísticas é conhecido como “passaralho”. A medida é uma tentativa de evitar um prejuízo financeiro no final do ano.

Em nota, a emissora destacou a importância da revisão operacional. “O SBT informa que está passando por uma revisão de seu modelo operacional com foco no desenvolvimento sustentável. […] O SBT expressa sua profunda gratidão aos colaboradores que ajudaram a construir a história da emissora”, declarou o canal.

Marcelo Casagrande, âncora do telejornal, despediu-se emocionado na última edição. “Muito obrigado a você de casa que ficou com a gente nas últimas horas”, disse. “A gente se vê numa próxima. Saúde e paz, Brasil”, concluiu, com a voz embargada, ciente de que o programa não retornaria.

Fonte: DCM

Diretor da PF aponta para relação de atentado em Brasília ao 8/1

Os bolsonaristas durante a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Foto: reprodução

O atentado ocorrido na Praça dos Três Poderes na última quarta-feira (13) reacendeu os alertas de segurança em Brasília e levantou questionamentos sobre a possibilidade de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal (PF), endossou a posição do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao condenar qualquer tipo de anistia a golpistas. Segundo Rodrigues, o ataque representa uma “ação violenta contra o Estado Democrático de Direito”.

Em entrevista concedida na sede da PF, em Brasília, o delegado destacou a seriedade do atentado e reforçou que o episódio não é um caso isolado, mas sim parte de uma série de ações investigadas nos últimos meses pela corporação. “Esses grupos extremistas estão ativos e precisam de uma atuação enérgica. O episódio de ontem se conecta a outras ações recentes”, afirmou Andrei.

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal. Foto: José Cruz/Agência Brasill

Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, conhecido como Tiü França, foi identificado como o autor do ataque. Ele teria tentado, sem sucesso, entrar no prédio do STF antes de dirigir-se à estátua da Justiça, onde seu corpo foi encontrado após a detonação dos artefatos explosivos.

O atentado ocorreu nas proximidades do Congresso Nacional e da sede do Judiciário, locais atingidos também nos atos golpistas de janeiro.

Os explosivos foram acionados de forma remota dentro de um veículo Kia Shuma, encontrado perto de anexos da Câmara dos Deputados. Testemunhas e vídeos de câmeras de segurança estão sendo analisados pela PF para confirmar as circunstâncias do atentado.

A Polícia Federal segue duas linhas de investigação principais: terrorismo e tentativas de abolição do Estado Democrático de Direito. A ação foi descrita como premeditada e planejada para médio e longo prazo, com o envolvimento de artefatos e dispositivos sofisticados.

Embora alguns membros do governo tenham sugerido que Francisco agiu como “lobo solitário”, o diretor-geral da PF tem ressalvas. Segundo Rodrigues, embora a ação possa ter sido individual, há a chance de influência de um grupo ou de ideais radicais.

O terrorista Francisco Wanderley Luiz foi candidato a vereador pelo PL em 2020. Foto: Reprodução

Francisco, que trabalhou como chaveiro e chegou a se candidatar a vereador em Rio do Sul (SC) em 2020 pelo Partido Liberal, o mesmo de Jair Bolsonaro, estava vestido de maneira inusitada no momento do ataque, com roupas estampadas com naipes de cartas, em alusão ao personagem Coringa.

Junto ao corpo, foi encontrado um chapéu branco e mensagens dirigidas a Débora Rodrigues, presa por pichar o Congresso Nacional em janeiro.

Francisco, de acordo com a ex-mulher, esteve em Brasília no início de 2023, embora não se saiba ao certo se antes ou depois dos acampamentos golpistas e do ataque de janeiro. Ele possuía imóveis em Rio do Sul, cuja renda ajudava a custear o aluguel de um trailer e um apartamento em Ceilândia, no Distrito Federal.

Durante as buscas, a polícia encontrou mensagens que expressavam apoio a ideais extremistas e evidências que ligam Francisco a tentativas anteriores de atentar contra membros da Suprema Corte.

Fonte: DCM

Barroso repudia atentado terrorista e critica “incentivo” de bolsonaristas


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, durante sessão plenária desta quinta (14). Foto: Reprodução/TV Justiça

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), iniciou a sessão plenária da Corte nesta quinta (14) repudiando o ataque terrorista desta quarta (13) em Brasília. O magistrado disse que “preferiria não ter que fazer” uma fala institucional, mas alertou que estamos “importando mercadorias espiritualmente defeituosas de outros países”.

“Apesar de ainda estarmos no calor dos acontecimentos e no curso das apurações, nós precisamos, como país e sociedade, fazer uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo entre nós, onde foi que nós perdemos a luz da nossa alma afetuosa, alegre e fraterna para a escuridão do ódio, da agressividade e da violência?”, questionou Barroso.

O ministro afirmou que o atentado se soma a uma série de ações golpistas, como os ataques do ex-deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) a ministros, o uso de granadas e fuzis de Roberto Jefferson contra policiais federais e o episódio em que “uma parlamentar persegue de arma em punho um cidadão que havia se manifestado criticamente”, uma referência à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

O magistrado ainda citou os bloqueios de estrada, os acampamentos em quarteis do Exército e o ataque de 8 de janeiro de 2023 e prosseguiu:

“Querem perdoar sem antes sequer condenar. A gravidade do atentado de ontem nos alerta para a preocupante realidade que persiste no Brasil: a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições, em perspectiva autoritária e não pluralista de exercício do poder inspirada pela intolerância, violência e desinformação”.

Sem citar nomes, Barroso avalia que os episódios mostram que extremistas querem “naturalizar o absurdo e não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes”. “Cabe a pergunta: onde foi que nós nos perdemos nesse mundo de ódio, intolerância e golpismo? Por que subitamente se extraiu o pior das pessoas?”, acrescenta.

Polícia e bombeiros cercam frente do Supremo Tribunal Federal (STF) após explosões.  (Foto: Mateus Coutinho/UOL)

O presidente do Supremo fez um apela para uma “volta à civilidade e respeito mutuo” e condenou “essa crença primitiva de que quem pensa diferente de mim só pode ser um cretino completo a serviço de uma causa escusa”.

“A democracia, como sempre digo, tem lugar para conservadores, liberais e progressistas, somos todos livres e iguais, só não há lugar para quem não respeita as regras da própria democracia, os direitos fundamentais dos outros, para quem pensa que violência é estratégia de ação. Uma causa precisa de ódio, de mentira e violência não pode ser uma causa boa”, apontou.


O magistrado ainda fez uma menção ao feriado desta sexta (15), Dia da Proclamação da República, e afirmou que “é uma boa hora de renovarmos nossos votos e nossas crenças e os valores republicanos, para um novo recomeço, pensando de acordo com suas convicções, mas sem desqualificar ou agredir quem pensa diferente”.

A Corte decidiu manter a sessão plenária desta quinta, mas restringiu o acesso a advogados das partes em ações e profissionais de imprensa previamente credenciados. Os trabalhos do tribunal foram retomados às 13h e todos que entraram no prédio tiveram que passar por procedimentos rigorosos de segurança.

O prédio da Corte passou por vistoria e varredura de agentes da Polícia Federal e do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) da Polícia Militar na manhã de hoje. O programa de visitação pública ao edifício foi suspenso provisoriamente.

Veja o discurso do ministro:

Fonte: DCM

Adélio Bispo e bolsonarista de esquerda: as táticas da extrema-direita para camuflar o atentado ao STF

Francisco Wanderlei está sendo acusado, por bolsonaristas, de agir para a esquerda como Adélio Bispo. Foto: reprodução

Nesta quinta-feira (14), os bolsonaristas, nas redes sociais, resgataram o assunto “Adélio Bispo” para camuflar o ato terrorista praticado por um homem de extrema-direita em Brasília, na noite de quarta-feira (13). Enquanto a Polícia Federal investiga se Francisco Wanderlei Luiz agiu sozinho, como um lobo solitário, mas não descarta uma ação coordenada em grupo, os seguidores de Jair Bolsonaro (PL) fazem comparações desmedidas com o autor da facada no ex-presidente.

A PF concluiu, após anos de investigação, que Adélio agiu sozinho. Já os bolsonaristas exigem que, menos de 24 horas após o crime, o inquérito chegue à mesma conclusão. “Por que Adélio foi considerado um lobo solitário e louco, mas não terrorista pela PF, mas com Francisco, o suicida do STF, diretor da PF vê terrorismo político?”, questionou um perfil de extrema-direita, citando as possibilidades levantadas por Andrei Rodrigues, diretor-geral da corporação.

Outro tópico atacado por bolsonaristas é a tese da “instigação contínua”. Políticos de esquerda apontam para a instabilidade democrática criada pelo ex-presidente nos últimos 10 anos. Desde antes da sua eleição, ele pregou frases como “vamos metralhar a petralhada”.
Em outra falsa equivalência, o advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, questionou nas redes sociais se mais alguém será preso pela facada de 2018. Segundo ele, o crime aconteceu devido ao “processo de desumanização do presidente”.


Bolsonarista de esquerda?

Outra tese levantada pela extrema-direita é de que o autor do atentado seria de esquerda. Reforçando a ideia de que os responsáveis pelo vandalismo no 8 de janeiro seriam militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), uma bolsonarista tentou explicar porque Francisco seria de esquerda.

Na teoria maluca, ela comenta que o terrorista foi filiado ao Partido Liberal (PL), o mesmo de Bolsonaro, em 2020, enquanto o ex-presidente se filiou em 2021, o que é verdade. Mas, enquanto Francisco concorria a vereador em Rio do Sul (SC), o partido se filiou à chapa do PDT pela eleição municipal na ocasião.

Ou seja, o bolsonarista seria de esquerda porque o PL, partido de extrema-direita, supostamente entrou em uma chapa com o PDT, que segundo ela é de esquerda. A influenciadora ignorou, porém, casos como o ocorrido em Fortaleza nas eleições deste ano, quando o Ciro Gomes, principal nome do partido declarou apoio a André Fernandes, candidato a prefeito pelo Partido Liberal.

Veja as reações bolsonaristas:


Fonte: DCM

“Não é um fato isolado”, diz diretor da PF sobre atentado terrorista em Brasília


Terrorista lançou explosivos contra estátua em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, afirmou que o atentado terrorista desta quarta (13) na Praça dos Três Poderes, em Brasília, não foi um caso “isolado”. Ele diz que Francisco Wanderley, o Tiu França, agiu sozinho, mas que há indícios de conexão com outras ações.

“Esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. Não só a Polícia Federal, mas todo o sistema da Justiça Federal. Entendemos que o episódio de ontem não é um fato isolado, mas conectado com várias outras ações”, avalia.

A PF e o Supremo Tribunal Federal (STF) vão assumir as apurações sobre o caso, inicialmente investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal. O diretor da corporação diz que o inquérito trata o caso como ato terrorista e atentado ao Estado Democrático de Direito.

“Determinei a instauração do inquérito policial e o encaminhamento para a Suprema Corte em razão das hipóteses iniciais de atos que atentam contra o Estado Democrático de Direito. E também, de atos terroristas”, prosseguiu.

Fonte: DCM

Assista ao momento exato em que terrorista bolsonarista se explode ao tentar atacar o STF (vídeo)

O conteúdo a seguir contém cenas gráficas que podem ser perturbadoras para alguns leitores. Recomenda-se cautela e discrição

Terrorista bolsonarista se mata na Praça dos Três Poderes, Brasília-DF (Foto: Reprodução/X)

Imagens das câmeras de segurança da Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), registraram o exato momento em que um terrorista bolsonarista tentou explodir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e acabou se explodindo. No vídeo, o homem lança um artefato explosivo contra o edifício e, em seguida, se deita no chão com os materiais detonadores posicionados sob sua cabeça, que explode. O ataque ocorreu no início da noite de quarta-feira (13). Veja:

Os estrondos das explosões foram ouvidos ao final da sessão que ocorria no plenário do STF e os ministros da Corte foram retirados do local em segurança. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava no Palácio do Planalto no momento do ocorrido; ele deixou o local por volta das 17h30.

A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar o caso. Os peritos criminais vão investigar as explosões com estratégia semelhante à reconstrução de cenário na identificação dos crimes de 8 de janeiro do ano passado, quando os prédios do Três Poderes sofreram ataques golpistas por parte de bolsonaristas terroristas. 

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Brasil

'A democracia brasileira não se abala', garante Cármen Lúcia após atentado ao STF


Presidindo o TSE, ministra repercutiu o atentado a bomba ocorrido na noite de quarta-feira em frente ao Supremo

(Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Na abertura da sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (14), a ministra Cármen Lúcia, presidente da Corte Eleitoral, abordou o atentado que abalou a Praça dos Três Poderes na noite anterior, ao reiterar o compromisso das instituições em preservar a estabilidade democrática no Brasil. “Às vésperas da data da comemoração da Proclamação da República, o Brasil foi dormir preocupado com os acontecimentos que tiveram lugar especialmente na Praça dos Três Poderes e nas imediações do Supremo Tribunal Federal. [...] O Brasil foi dormir preocupado. Nós, cidadãs e cidadãos brasileiros, acordarmos ocupados em manter as nossas funções para a garantia de continuidade estável, segura e contínua das instituições democráticas”, declarou a ministra, sublinhando o papel do Judiciário em sustentar a democracia mesmo diante de atos violentos.

O episódio envolveu Francisco Wanderley Luiz, conhecido como "Tiu França" nas redes sociais, que detonou explosivos em duas localidades próximas ao STF e à Câmara dos Deputados. Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador pelo PL em Rio do Sul (SC), teve uma campanha eleitoral sem sucesso em 2020 e foi o responsável por explosões que chocaram Brasília na noite de quarta-feira (13). De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Civil do Distrito Federal, ele utilizou um carro que explodiu próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados, e posteriormente, desencadeou um segundo incidente na Praça dos Três Poderes, onde acabou morto.

Relatos policiais indicam que ele se posicionou em frente ao prédio do STF e, ao exibir objetos suspeitos, incluindo um dispositivo que lembrava um relógio digital, gerou alarme entre os seguranças. Segundo o depoimento registrado no boletim de ocorrência, o homem chegou a deitar no chão e acionou um último artefato, que resultou em sua morte.

Na sequência dos ataques, a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Distrito Federal deram início a investigações para esclarecer as motivações e eventuais conexões com outros grupos ou indivíduos. O atentado, ocorrido próximo a um dos mais importantes símbolos da democracia brasileira, reforçou a necessidade de medidas para conter o extremismo político que tem ganhado espaço no país.

Na fala da ministra Cármen Lúcia, a resposta ao ataque foi clara: a Justiça brasileira permanece comprometida em seu papel, independentemente de ameaças. “A nós, servidoras e servidores do Judiciário, especialmente, compete continuar nos exercícios das nossas funções para que brasileiras e brasileiros continuem a ir dormir sem preocupação”, afirmou. Ela ainda destacou que “graves acontecimentos não comprometem o que é muito mais sério e de nossa responsabilidade, que é trabalhar para que a democracia brasileira se sustente, como vem se sustentando, sem qualquer tipo de adversação que possa, de alguma forma, abalar a sua estrutura e dinâmica”.

“As brasileiras e os brasileiros sabem que eventos como o que aconteceram ontem terão a necessária investigação, os procedimentos necessários, aperfeiçoamentos necessários, mas em nada altera o nosso dia a dia”, concluiu Cármen Lúcia, reafirmando que o trabalho da Justiça seguirá com “tranquilidade, destemor e, principalmente, comprometimento com a democracia brasileira”.

Fonte: Brasil 247

Líder do PCdoB na Câmara condena ataque ao STF e diz que bolsonarismo estimula terrorismo

“Quem todos os dias ataca as instituições e faz pregação de ódio é cúmplice de atos absurdos como o de ontem”, critica Márcio Jerry

Márcio Jerry (Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados)

O líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, deputado federal Márcio Jerry (MA), condenou veementemente o ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) ocorrido na quarta-feira (13), atribuindo o episódio a um clima de violência e ódio promovido por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).

Em sua declaração, o deputado relembrou incidentes recentes que, segundo ele, exemplificam uma escalada de ações terroristas. “Bolsonaristas tentaram explodir um caminhão com combustível próximo ao aeroporto de Brasília em dezembro de 2022; atacaram os prédios do Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023; e agora explodiram bombas em frente ao STF”, afirmou Jerry, ressaltando a continuidade desses ataques às instituições democráticas.

Para o parlamentar, os atos são resultados diretos de um discurso de ódio e hostilidade contra as instituições, algo que o bolsonarismo fomentou em escala nacional nos últimos anos. “Quem todos os dias ataca as instituições e faz pregação de ódio é cúmplice de atos absurdos como o de ontem”, criticou Jerry.

A escalada de violência e as constantes ameaças à democracia, segundo Márcio Jerry, demandam uma resposta firme das autoridades e o fortalecimento das instituições para proteger o Estado Democrático de Direito. Ele foi um dos parlamentares a unirem-se em torno da defesa da democracia logo após o atentado que deixou um morto em Brasília.

Fonte: Brasil 247

"Estão querendo juntar com 8 de janeiro, não tem nada a ver", diz Valdemar Costa Neto sobre atentado em Brasília


Francisco Wanderley Luiz, autor da tentativa de atentado contra o STF, foi candidato a vereador pelo PL, partido liderado por Valdemar Costa Neto

O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto (Foto: Jose Cruz/Agencia Brasil)

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou à CNN Brasil que Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em 2020 e apontado que morreu ao tentar realizar um atentado a bomba contra o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta quarta-feira (13), não era conhecido pela cúpula do partido e que suas ações não têm relação com os atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado.

"Não conhecemos a pessoa. Ele foi candidato nosso em 2020. Estão querendo juntar com 8 de janeiro, não tem nada a ver. O Bolsonaro [Jair Bolsonaro] nem estava em 2020 no PL", declarou Costa Neto. Mais cedo, Bolsonaro também tentou se distanciar do caso e classificou o ataque como um “triste episódio” e um “fato isolado”, além de enfatizar a necessidade de “reflexão” e condenar “o uso de violência como meio de confronto de ideias”.

Além de ser filiado ao PL, Francisco Wanderley Luiz também participou de manifestações golpistas após a derrota de Jair Bolsonaro no pleito de 2022 e usava as redes sociais para manifestar o seu extremismo. Nos dias que antecederam o incidente, publicou mensagens enigmáticas, incluindo alertas à Polícia Federal para "desarmar a bomba" e ameaças a políticos e autoridades.

Ainda conforme a CNN, no dia do ocorrido, Francisco visitou o deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) na Câmara dos Deputados. Goetten, que foi filiado ao PL até o início deste ano, confirmou o encontro, mas não forneceu detalhes adicionais sobre a conversa. O parlamentar disse conhecer o extremista desde a juventude e que ele teria apresentado "sérios problemas mentais" após o divórcio. Goetten é do município de de Rio do Sul (SC), mesma cidade do autor do atentado.

As explosões da noite de quarta-feira ocorreram nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF), levando à evacuação de ministros, servidores e colaboradores por motivos de segurança. A área foi isolada, e equipes especializadas foram acionadas para investigar o incidente.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Nas redes sociais, homem-bomba de Brasília convocava militares para "revolução": "te levanta caserna!"

Francisco Wanderley Luiz incitou militares a dar um golpe de Estado e escolheu data próxima à Proclamação da República para realizar o ataque

(Foto: ABr)

 Francisco Wanderley Luiz, o homem-bomba que morreu ao realizar um atentado na noite desta quarta-feira (13) contra o Supremo Tribunal Federal (STF), incitou militares e escolheu data próxima à Proclamação da República para o ataque. Segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, de O Globo, as mensagens chamam a atenção da Polícia Federal para possíveis conexões golpistas.

Segundo a reportagem, Francisco já vinha manifestando nas redes sociais ideais golpistas e conclamando apoio militar para uma “revolução”o. Nas postagens, ele chamou militares a se unirem a sua “causa”, destacando que “as armas pesadas estão nas mãos das gazelas saltitantes”. Em um dos textos, ainda incitou diretamente: “Soldado, mostra teu valor!”, acrescentando emojis de caveira.

Os investigadores da Polícia Federal analisam as publicações e levantam possíveis vínculos do homem-bomba com grupos de militares e com o movimento que buscou realizar um atentado ao aeroporto de Brasília, além das invasões às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro do ano passado. No texto, Francisco também sugeriu uma “data especial” para o início da “revolução”.

“Sugiro a vocês uma data especial para iniciar uma revolução: 15/11/2024. Após este grande acontecimento, vocês poderão comemorar a verdadeira proclamação da República!!!”, disse o extremista. Mais à frente, ele destacou que “os planos estão na reta final” e que “o jogo acaba em 16/11/2024. Boa sorte!”.

“Generais (Freire Gomes) e (Tomás Paiva). Se por acaso for decretado Estado de Sítio, sugiro a vocês que fiquem do lado do povo; Do contrário, a inteligência vai entrar em ação; E esse caso eu só lamento por vocês”, escreveu o homem-bomba em outra postagem.

Francisco chegou a visitar o STF em agosto deste ano, meses antes do ataque, quando fotografou o plenário e comentou: “Deixaram a raposa entrar dentro do galinheiro… ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo”. Na quarta-feira, ele tentou acessar o STF, mas foi barrado pelos seguranças, o que o levou a acionar os explosivos perto da estátua da Justiça. Após o atentado, que também tirou sua vida, o perfil de Francisco foi retirado do ar pelo Facebook.

A ex-esposa de Francisco relatou que ele participava de acampamentos golpistas em frente a quartéis em Santa Catarina, onde exaltava símbolos nacionais e fantasias militares. Agora, a Polícia Federal intensifica as buscas por dispositivos eletrônicos e por possíveis financiadores da ação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

"Punir os mandantes do 8 de janeiro é a prioridade das prioridades para a paz no Brasil", diz Gleisi após atentado

Presidente do PT ainda alertou contra a tentativa de “normalização” da extrema direita: "com a extrema direita não se brinca, diante dela não se vacila"



Após o atentado que abalou Brasília na noite de quarta-feira (13), Gleisi Hoffmann, presidente do PT, reafirmou a necessidade urgente de processar e punir os responsáveis pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Gleisi ressaltou que essa punição é essencial para preservar a democracia e garantir a paz no país. “O atentado de ontem em Brasília confirma que é imprescindível processar e punir todos os envolvidos no 8 de Janeiro, como disse hoje o ministro Alexandre de Moraes. A começar pelos mandantes e pelo chefe de todos, que é o maior inspirador do terrorismo da extrema direita”, afirmou, em referência a Jair Bolsonaro (PL), apesar de não citá-lo.

A declaração da deputada federal veio em meio à tensão e ao choque causados pelo episódio de terrorismo político. Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”, foi autor de explosões que ocorreram no coração de Brasília, próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados e, posteriormente, na Praça dos Três Poderes.

● Aumento do extremismo e o risco de “normalização” - A fala de Gleisi Hoffmann destaca a gravidade dos riscos de uma "normalização" da extrema direita no Brasil, referindo-se a movimentos que, segundo ela, tentam apagar o impacto e o terror dos atos de janeiro de 2023, entre outros. Para Gleisi, o crescente discurso permissivo em relação a figuras de extrema direita e a falta de punições eficazes para os responsáveis pelas ações terroristas e golpistas abrem caminho para mais ameaças à democracia e à estabilidade nacional. “Quase dois anos depois dos acampamentos nos quartéis, da invasão da Polícia Federal, da bomba plantada no aeroporto de Brasília e da invasão dos Três Poderes, vemos crescer um perigoso movimento para ‘normalizar’ a extrema direita, como se quisessem apagar da memória do país o terror e a violência que perpetraram”, afirmou.

● Apelo por justiça e condenação - Gleisi ainda enfatizou que o Brasil deve manter o foco na justiça e na responsabilização dos líderes envolvidos nos atos do 8 de janeiro. “São os golpistas ainda livres ou foragidos, que mentem, atacam e debocham das instituições na mídia e nas redes; é a tramitação no Congresso do projeto de anistia aos golpistas e seus chefes”, afirmou.

Para Gleisi, a defesa da paz e da democracia passa pela responsabilização completa dos envolvidos: “ou a democracia mostra sua força, com punições pedagógicas no rigor da lei, ou a extrema direita vai continuar nos ameaçando e aterrorizando". Ela também enfatizou que, diante dos atos da extrema direita, não se deve “vacilar” e sim agir com rigor. “Punição para todos os golpistas e seus chefes! Sem anistia!”.

Fonte: Brasil 247

PF aponta "plano de longo prazo" em ataque à sede do STF em Brasília e vê possível relação com grupos extremistas

“O episódio de ontem é conectado a outras ações que a PF tem investigado recentemente”, disse Andrei Rodrigues

Delegado Andrei Passos será o diretor-geral da Polícia Federal (Foto: ABR | Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados)

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, afirmou durante entrevista nesta quinta-feira (14) que “há indícios de planejamento de longo prazo” no atentado conduzido por Francisco Wanderley Luiz em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de quarta-feira (13).

Segundo Rodrigues, o suspeito - que faleceu durante o ataque - já esteve em Brasília em outras ocasiões, inclusive no início de 2023, e embora ainda não se tenha confirmado sua participação nos atos de 8 de janeiro, o caso não é tratado como “um fato isolado”.

A investigação, liderada pela unidade de antiterrorismo da PF, revelou que Francisco alugou uma casa em Ceilândia, no entorno de Brasília, onde foram encontradas mensagens nas paredes e espelhos que faziam menção ao vandalismo ocorrido no dia 8 de janeiro na Estátua da Justiça.

“Esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica”, destacou Rodrigues. “O episódio de ontem é conectado a outras ações que a PF tem investigado recentemente”, observou.

Entre os itens encontrados com o suspeito, estavam explosivos de fabricação artesanal, identificados como “artefatos de fragmentação” que simulavam granadas, com um potencial destrutivo significativo. Além disso, Rodrigues detalhou que Francisco carregava um extintor de incêndio modificado com gasolina, simulando um lança-chamas, e mantinha fogos de artifício no porta-malas do veículo.

Fonte: Brasil 247