'Diferentemente de outros países, já temos uma matriz energética muito limpa', afirmou Luís Navarro
Aloizio Mercadante (Foto: Vinicius Martins/BNDES)
O Brasil dispõe de todas as condições para ser o primeiro país do G20 a alcançar a neutralidade em carbono, afirmou o Banco Nacional de Desenvolvimento, Econômico e Social, presidido por Aloizio Mercadante. Diretor de Compliance e Riscos da instituição bancária, Luís Augusto Navarro afirmou nesta terça-feira (12), na COP29, Azerbaijão, que, na proposta do Arco da Restauração, o BNDES trabalha no sentido de mobilizar recursos para restaurar 24 milhões de hectares até 2050.
“Se conseguirmos deter ou até reverter a devastação da floresta, o Brasil pode ser o primeiro país do G20 a alcançar a neutralidade em carbono. Diferentemente de outros países, já temos uma matriz energética muito limpa, então temos condições de reverter as razões que nos incluem nessa lista desagradável”, disse Navarro na COP29, em Baku, no Azerbaijão, durante painel no qual foram apresentadas as primeiras conclusões do Climate Scanner, um monitoramento global sobre políticas públicas de enfrentamento às mudanças climáticas liderado pelo TCU e apoiado pelo Banco.
Os números estão disponíveis no preliminares do Climate Scannerm uma ferramenta, viabilizada por apoio de até US$ 1 milhão do BNDES, por meio de acordo entre o Banco e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). É a principal entrega da presidência do Brasil na Intosai, organização das entidades fiscalizadoras superiores do mundo, que está sendo exercida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por dois anos encerrados neste mês de dezembro.
De acordo com o diretor, apesar de ser, atualmente, o quinto maior emissor de CO2 do mundo, a maior parte das emissões do Brasil vem da devastação da floresta e do uso intensivo da agricultura.
Durante o painel, o auditor do TCU Hugo Freire apresentou as primeiras conclusões do Climate Scanner, uma plataforma global que reúne mais 140 países, parametrizados sob uma mesma régua, para avaliar de forma padronizada as políticas governamentais no enfrentamento das emergências climáticas.
Os dados apresentados por Freire mostram que 77% dos países abrangidos têm planos setoriais alinhados com as estratégias nacionais de mitigação, mas seu monitoramento precisa ser aprimorado, na medida em que 73% dos governos nacionais não sabem o quanto gastam efetivamente em ações climáticas, de acordo com os levantamentos preliminares do Climate Scanner.
A ferramenta, viabilizada por apoio de até US$ 1 milhão do BNDES, por meio de acordo entre o Banco e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é a principal entrega da presidência do Brasil na Intosai, organização das entidades fiscalizadoras superiores do mundo, que está sendo exercida pelo TCU por dois anos encerrados neste mês de dezembro.
Seus resultados iniciais apontam ainda que as mudanças do clima vão afetar sobretudo os países mais vulneráveis (justamente aqueles que têm mais dificuldade em obter financiamento) e que o processo decisório, por sua vez, não inclui os grupos mais vulneráveis. Quarenta e seis por cento dos países falham em mecanismos para incluir esses grupos no desenho das políticas públicas, e, em 40% deles, poucas dessas políticas levam em conta as necessidades desses grupos.
O painel contou ainda com a jovem negociadora do clima Marcelle oliveira e o Diretor de Articulação e Fomento de Programas e Projetos de Juventude da Secretaria Geral da Presidência, Guilherme Barbosa. Confira, abaixo, o restante da programação do BNDES para na COP29, que segue até o próximo dia 22.
Confira a agenda:
TERÇA-FEIRA, 12/11
13h, horário local (6h de Brasília)
Painel Adensamento Tecnológico e Renovação de Frotas, de CNT e Anfavea
Leonardo Botelho
Pavilhão CNI (Green Zone)
14h, horário local (9h de Brasília)
Painel adaptação e papel dos bancos de desenvolvimento, do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustável (CDESS)
Pedro Iootty Paiva, assessor da Diretoria Socioambiental
Pavilhão Brasil (Blue Zone)
17h, horário local (11h de Brasília)
Painel Living up to the Paris Agreement
Ana Raquel Paiva, chefe do Departamento de Risco Social, Ambiental e Climático do BNDES
I4CE - Pavilhão IDFC (Blue Zone)
QUARTA-FEIRA, 13/11
12h, horário local (5h de Brasília)
Apresentação da Plataforma de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica do Brasil - Brazil Investment Platform (BIP), Vice-Presidência da República e Ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas
Luiz Augusto Navarro, diretor de Compliance e Riscos
Pavilhão Brasil (Blue Zone)
13h, horário local (6h de Brasília)
Nature Finance - From Cali to Belem
Nabil Kadri, superintendente da Área de Meio Ambiente
Pavilhão UNFCCC
QUINTA-FEIRA, 14/11
11h, horário local (4h de Brasília)
UN Global Compact
Nabil Kadri, superintendente da Área de Meio Ambiente
Pavilhão Portugal
16h, horário local (9h de Brasília)
Painel Brasil – Estados Unidos, da Amcham e do Conselho Estados Unidos Brasil
Pedro Iootty Paiva, assessor da Diretoria Socioambiental
Pavilhão Brasil
16h30, horário local (9h30 de Brasília)
Apresentação do Green Guarantee Group
Nabil Kadri, superintendente da Área de Meio Ambiente
Pavilhão Alemanha
SEXTA-FEIRA, 15/11
10h, horário local (3h de Brasília)
Painel Empowering Energy Transition, da Inogen Alliance
Ana Raquel Paiva, chefe do Departamento de Risco Social, Ambiental e Climático do BNDES
Green Zone, Energy Room
11h30, horário local (4h30 de Brasília)
Reunião Jovens Negociadores Clima
SÁBADO, 16/11
13h45, horário local (5h45 de Brasília)
Painel Plano de Transformação Ecológica, do Ministério da Fazenda
Nabil Kadri, superintendente da Área de Meio Ambiente
Pavilhão Brasil (Blue Zone)
TERÇA-FEIRA, 19/11
11h, horário local (4h de Brasília)
Painel Greening Financial Institutions, do Islamic Development Bank (ISDB)
Nabil Kadri, superintendente da Área de Meio Ambiente
Pavilhão ISDB (Blue Zone)
13h45, horário local (6h45 de Brasília)
Painel sobre cooperativismo, da Organização das Cooperativas de Crédito do Brasil (OCB)
Eduardo Pinho, administrador no Departamento de Operações
Pavilhão Brasil
QUARTA-FEIRA, 20/11
13h45, horário local (6h45 de Brasília)
Painel sobre Bioetanol, do Ministério das Relações Exteriores (MRE)
André Sant'Anna gerente no Departamento de Clima
Pavilhão Brasil
15h30, horário local (8h30 de Brasília)
The Nacional Development Banks Urban Climate Action Programme (NUCA Programme), do International Development Financial Club (IDFC)
André Sant'Anna gerente no Departamento de Clima
Pavilhão IDFC
QUINTA-FEIRA, 21/11
13h45, horário local (6h45 de Brasília)
Painel sobre Restauração Florestal, do BNDES
Nabil Kadri, superintendente da Área de Meio Ambiente
Pavilhão Brasil
Fonte: Brasil 247