sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Emissões de jatos particulares disparam quase 50% em quatro anos e geram alerta climático

Alta no uso de aviões privados expõe desigualdade na pegada de carbono e reforça apelo por regulação

(Foto: Embraer)

 Um estudo recente revelou que as emissões de dióxido de carbono dos jatos particulares aumentaram quase 50% em quatro anos, impulsionadas por uma mudança nos hábitos de viagem de elites globais no pós-pandemia, e especialmente por uma série de voos para eventos de grande escala, como cúpulas e fóruns econômicos. A pesquisa, publicada na revista Communications Earth & Environment, destaca o impacto ambiental das viagens de luxo, expondo uma “negligência fundamental” com a crise climática entre as camadas mais ricas da sociedade. As informações foram publicadas pela Folha de S. Paulo.

O estudo avaliou dados de 18,6 milhões de voos de 25 mil aeronaves entre 2019 e 2023, apontando um crescimento significativo no uso de jatos particulares após a pandemia, principalmente entre indivíduos de alta renda que preferem aviões privados por questões de privacidade e conveniência. “Aeronaves particulares são usadas como táxis em muitos casos, sem se importar com a implicação climática”, criticou Stefan Gössling, professor da Universidade Linnaeus e autor principal da pesquisa.

Com base em taxas de consumo de combustível, o estudo estima que os voos de jatos particulares emitiram 15,6 milhões de toneladas de CO2 em 2023 — um salto de 46% em comparação a 2019. Para Gössling, a falta de regulamentação adequada e a predominância de combustível não tributado na aviação privada refletem uma desconexão entre os discursos de sustentabilidade e as práticas de consumo da elite: “A população em geral não entenderá por que deve reduzir as emissões se o topo não for regulado — ou não der o exemplo”.

A pesquisa também destaca o impacto de eventos globais no aumento das emissões. A Copa do Mundo de 2022, por exemplo, gerou 1.846 voos, enquanto o Fórum Econômico Mundial na Suíça atraiu 660 voos privados. Para especialistas, essas viagens representam uma pequena parte de um problema maior, mas chamam atenção para a urgência de regulamentações mais robustas.

Mesmo com algumas iniciativas de sustentabilidade, como o uso de combustíveis de aviação alternativos ou ofertas de compensação de carbono, o setor continua sendo alvo de críticas de ambientalistas. No Reino Unido, um aumento nas taxas para voos de jatos particulares foi recentemente anunciado, mas a indústria acredita que a medida terá pouco efeito prático na redução da demanda.

Felix Creutzig, pesquisador do Instituto Mercator, alerta para a necessidade de medidas mais amplas e profundas, sugerindo que “indivíduos super-ricos são modelos e suas escolhas importam além de sua pegada individual”. Ele observa que as emissões de gases de efeito estufa do setor podem ser até três vezes maiores se outros poluentes forem considerados, evidenciando o impacto desproporcional da aviação privada no aquecimento global.

Fonte: Brasil 247 com informaçõeas da Folha de S. Paulo

Havana começa a restaurar energia após passagem do Furacão Rafael

Rede elétrica caiu na quarta-feira, depois que a tempestade atravessou Cuba com ventos de até 185 quilômetros por hora

Pessoas caminham em rua sem energia de Havana, Cuba, após passagem do furacão Rafael 06/11/2024 REUTERS/Norlys Perez (Foto: REUTERS/Norlys Perez)

Reuters - Autoridades de Cuba informaram, nessa quinta-feira (7), que começaram a restabelecer a energia elétrica no lado leste da ilha, um dia depois de o Furacão Rafael derrubar a rede do país, deixando 10 milhões de pessoas no escuro.

A rede caiu na quarta-feira, depois que a tempestade atravessou Cuba com ventos de até 185 quilômetros por hora, danificando casas, derrubando árvores e postes telefônicos.

O furacão se dirigiu ao Golfo do México e não é mais uma ameaça a qualquer região, disse o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, que tem sede em Miami.

O Furacão Rafael foi o mais recente problema enfrentado pela precária rede elétrica da ilha. O sistema já havia caído várias vezes há duas semanas, deixando muitos habitantes sem eletricidade por dias, o que causou protestos.

O Ministério das Minas e Energia disse que está restaurando a eletricidade em regiões do centro e do leste de Cuba, mas alertou que o processo será mais lento em outras regiões da ilha, que foram atingidas de forma mais dura pela tempestade.

Havana, capital do país e que tem 2 milhões de habitantes, continuava ontem sem energia elétrica. As obsoletas usinas a petróleo lutam há décadas para manter as luzes acesas na ilha, mas neste ano o sistema entrou em crise depois que caíram as importações do produto procedente da Venezuela, Rússia e do México.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

'Que cada um tome seu rumo', diz Caiado sobre rompimento com Bolsonaro

"Meu foco é claro: eu sou candidato a presidente da República. Eu vou trabalhar pra isso, e cada um que tome seu rumo", disse o governador de Goiás

Jair Bolsonaro (mais destaque) e Ronaldo Caiado (Foto: Divulgação I Agência Brasil)

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), ainda não engoliu a intromissão de Jair Bolsonaro (PL) na eleição em Goiânia (GO), onde o ex-mandatário fez campanha para o adversário, Fred Rodrigues (PL), destaca a jornalista Malu Gaspar em sua coluna no jornal O Globo. “Não procurei, nem fui procurado. Não vou desviar meu foco de 2026, e meu foco é claro: eu sou candidato a presidente da República. Eu vou trabalhar pra isso, e cada um que tome seu rumo”, disse Caiado quando perguntado se, passada a eleição, ele consideraria fazer as pazes com Bolsonaro.

O empenho de Bolsonaro na campanha foi tão grande que ele chegou a acompanhar a votação junto com Rodrigues, e ao longo do período eleiotral só chamou o candidato de Caiado, Sandro Mabel, de “rosquinha”, além de acusar o governador de se aliar ao PT. Caiado entrou na briga com todo o seu capital político e conseguiu eleger Mabel para a prefeitura no segundo turno com 55,53% dos votos válidos, contra 44,47% de Rodrigues. Seu partido, o União Brasil, elegeu 93 dos 246 prefeitos do estado. O PL de Bolsonaro, 25 prefeitos.

Apesar da vitória, o governador admite que o processo eleitoral em Goiás deixou mágoas que ele ainda não superou. “Todos nós temos mágoa. Quer dizer que eu não tenho sentimentos? Tenho! Por que motivo foi fazer isso lá em Goiás? Quer dizer que se eu fosse lá no Rio de Janeiro apoiar o Eduardo Paes eu estaria tendo um comportamento correto? Não!”, disse. Ainda segundo ele, Bolsonaro foi desrespeitoso sem motivo. “Pelo amor de Deus, eu fui vítima”, desabafa.

Caiado contou, ainda que, antes do início da campanha, procurou Bolsonaro para buscar um “ entendimento” em torno da distribuição de seus candidatos competitivos nas cidades mais importantes, de modo que não precisassem disputar.“Fui até Brasília encontrar com ele, estive com ele na Paulista em fevereiro, sempre fomos aliados. E de repente ele alega que não concordou comigo na pandemia de Covid. Lembrou disso agora?”, disparou.

O plano de Caiado para o futuro envolve viagens pelo país em busca de apoio para sua candidatura à presidência pelo União Brasil, representando a direita no cenário político. A intenção é clara: deixar a discussão sobre Bolsonaro para trás. “Para essas coisas tem que dar tempo ao tempo”, concluiu.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

ONU revela que quase 70% dos palestinos mortos em Gaza entre novembro de 2023 e abril são mulheres e crianças

Ofensiva israelense em Gaza já causou pelo menos 43.469 mortes, a maioria civis

Criança em Gaza/UNICEF (Foto: UNICEF)

Quase 70% das pessoas que perderam a vida na Faixa de Gaza entre novembro de 2023 e abril de 2024 eram mulheres e crianças, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). O dado é parte de uma contagem parcial das vítimas da guerra que envolve Israel e o movimento palestino Hamas, e foi apresentado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, diz o UOL, citando a AFP.

De acordo com o relatório, que verificou 8.119 das mais de 34.500 mortes registradas durante os primeiros seis meses do conflito, a proporção de vítimas é alarmante. Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado, declarou que “quase 70% eram crianças e mulheres”, ressaltando que essa proporção é representativa do total de mortos, similar aos números informados pelas autoridades de Gaza.

O número de vítimas e sua natureza têm gerado intensos debates desde o início da guerra, que foi desencadeada pelos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023. Enquanto muitos países e a ONU consideram o balanço diário de vítimas do Ministério da Saúde de Gaza como confiável, Israel tem contestado esses números desde o início do conflito.

O relatório da ONU aponta que a elevada proporção de mulheres e crianças entre os mortos indica uma "violação sistemática dos princípios fundamentais do direito internacional humanitário, em particular a distinção e a proporcionalidade". Os dados verificam que, entre as mortes contabilizadas, 3.588 eram crianças e 2.036 mulheres. Até o momento, a ofensiva israelense em Gaza já causou pelo menos 43.469 mortes, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde palestino.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Trump escolhe Susie Wiles, “mulher durona” e “inteligente” como chefe de gabinete da Casa Branca

A nomeação foi a primeira de uma série de anúncios que devem ocorrer enquanto Trump se prepara para retornar à Casa Branca em 20 de janeiro

Susie Wiles (Foto: Reprodução/Twitter)

Reuters - O presidente eleito Donald Trump anunciou na quinta-feira que Susie Wiles, uma de suas duas chefes de campanha, será sua chefe de gabinete na Casa Branca, confiando um alto cargo a um agente político que ajudou o republicano a vencer a eleição.

A nomeação foi a primeira de uma série de anúncios que devem ocorrer enquanto Trump se prepara para retornar à Casa Branca em 20 de janeiro.

Como guardião do presidente, o chefe de gabinete normalmente exerce grande influência. A pessoa gerencia a equipe da Casa Branca, organiza o tempo e a agenda do presidente e mantém contato com outros departamentos governamentais e legisladores.

“Susie é durona, inteligente, inovadora e é universalmente admirada e respeitada", disse Trump em uma declaração. "Não tenho dúvidas de que ela deixará nosso país orgulhoso."

Trump está isolado em seu clube Mar-a-Lago em Palm Beach, Flórida, desde que derrotou a democrata Kamala Harris na eleição de terça-feira.

Ele está considerando uma ampla gama de pessoas para cargos importantes em sua administração , muitas delas figuras conhecidas de sua presidência de 2017-2021, disseram quatro fontes.

Wiles, uma estrategista política de longa data baseada na Flórida, e sua colega gerente de campanha Chris LaCivita são creditadas por conduzir uma operação mais disciplinada para a terceira candidatura presidencial de Trump em comparação com suas campanhas anteriores.

Trump agradeceu a ambos durante seu discurso de vitória na manhã de quarta-feira.

"Susie gosta de ficar no fundo, deixa eu te contar", disse Trump, enquanto ela estava no fundo do palco. "Nós a chamamos de donzela de gelo."

Várias pessoas que trabalharam com Wiles disseram em entrevistas na quinta-feira (7) que ela daria estabilidade e conselhos sábios a Trump na Casa Branca.

"Susie é uma mulher forte e uma verdadeira líder com um histórico comprovado de realização de objetivos", disse o estrategista republicano Ford O'Connell.

Wiles trabalhou anteriormente na campanha presidencial de Ronald Reagan em 1980 e ajudou o governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, a vencer a eleição em 2018. Ela atuou como consultora sênior nas candidaturas de Trump em 2016 e 2020.

Trump escolheu Wiles em vez do ex-presidente da Câmara dos Representantes Kevin McCarthy, um republicano da Califórnia que é próximo de Trump e tem sido um visitante frequente de Mar-a-Lago.

Fontes disseram que McCarthy também estava na disputa, assim como Brooke Rollins, ex-diretora interina do Conselho de Política Interna de Trump.

Uma aliada ferrenha de Trump, a deputada republicana de Nova York Elise Stefanik, está sendo considerada para ser embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, disse uma fonte familiarizada com o assunto.

O ex-embaixador dos EUA na Alemanha, Richard Grenell, que foi chefe interino de inteligência no primeiro mandato de Trump e estava com ele quando se encontrou recentemente com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy em Nova York, está sendo considerado para secretário de Estado.

O senador republicano Bill Hagerty, ex-embaixador dos EUA no Japão, também está sendo considerado para o cargo, disseram as fontes.

Hagerty, questionado pela CNN sobre ser considerado para um papel no governo Trump, disse: "Deixarei a especulação para os especuladores".

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Boulos ataca Tarcísio e Bolsonaro em primeiro discurso público após eleição municipal

Ex-candidato do Psol reúne militância e mantém discurso de luta

Guilherme Boulos (Foto: Reuters/Maira Erlich)

O deputado federal Guilherme Boulos (Psol) afirmou, nesta quinta-feira (7), que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pode botar a "viola no saco porque não será presidente da República em 2026".

Ele também disse que a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos "animou uma turma do lado de lá a dizer que o inelegível tem que se tornar elegível", em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Eles vão ter que passar por cima da gente, porque não vai ser", completou.

O deputado realizou, na quadra do Sindicato dos Bancários, no centro, seu primeiro evento público após ter perdido para o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que foi reeleito por 59,35% a 40,65%, informa a Folha de S.Paulo.

Boulos defendeu ainda a inelegibilidade de Tarcísio e a cassação de Nunes pelo que considerou crime eleitoral —sua campanha entrou com ação nesse sentido.

O deputado criticou indiretamente Bolsonaro ao dizer que houve quem perdesse a eleição sem reconhecer isso e querendo dar golpe.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Governo descarta desvincular benefícios de salário mínimo

Alteração dos pisos de saúde e educação ainda está em debate, mas podem não acontecer

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou, mais uma vez, a decisão sobre pacote de medidas para corte de gastos. Uma nova reunião deve ser realizada na sexta-feira (8) à tarde, com ministros das áreas econômica e social, informa a Folha de S.Paulo.

Um integrante da equipe econômica que participou da reunião com Lula na quinta disse, reservadamente, que algumas medidas ainda precisam ser explicadas.

A desvinculação de benefícios sociais, como o abono e o BPC (Benefício de Prestação Continuada), em relação ao salário mínimo, defendida por economistas e pelo mercado pelo impacto potente que produziria nas contas, está descartado.

Segundo pessoas a par das discussões, o abono salarial (espécie de 13º salário pago a trabalhadores com carteira que ganham até dois salários mínimos) deve ser alvo de um redesenho e há mais de um formato em análise.

O diagnóstico é de que o benefício, que custará R$ 30,7 bilhões em 2025, pode ser mais concentrado nos mais pobres. Sob as regras atuais, a própria política de valorização do salário mínimo tem contribuído para que um número cada vez maior de pessoas tenha direito ao repasse.

Alterar os pisos de saúde e educação ainda é uma opção na mesa, mas, segundo um dos interlocutores, é um "candidato fraco" a figurar no cardápio final das mudanças.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Câmara dos Deputados dará medalha de mérito Legislativo a Donald Trump

Indicação foi feita pelo deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados

Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS)

A Câmara dos Deputados concederá a Medalha de Mérito Legislativo a Donald Trump, eleito nesta semana como o novo presidente dos Estados Unidos. A indicação para receber a honraria foi feita pelo deputado bolsonarista Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), segundo-vice-presidente da Casa, informa o Metrópoles.

Antes de indicar a medalha ao novo presidente norte-americano, Sóstenes conversou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para confirmar a indicação de Trump.

A cerimônia de entrega da medalha está prevista para ocorrer durante a posse do novo presidente dos Estados Unidos em 2025.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

“Só Lula pode evitar a volta da extrema-direita ao poder”, diz Boulos

Deputado do Psol reflete sobre derrota em São Paulo, desafios da esquerda e aponta Lula como única liderança capaz de conter o avanço do bolsonarismo

Guilherme Boulos e Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Em entrevista ao Valor, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), derrotado no segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo, analisou o cenário político brasileiro e destacou a importância do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como peça fundamental para impedir o retorno da extrema-direita ao poder em 2026. “Quem achou que a vitória do presidente Lula há dois anos representaria o fim do bolsonarismo no país e que a extrema-direita não avançaria no mundo estava enganado”, declarou Boulos, enfatizando que o campo progressista precisa se reorganizar para enfrentar os novos desafios.

Boulos sofreu uma derrota expressiva para o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que, apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), venceu por quase 20 pontos percentuais. A campanha, marcada por ataques e disseminação de notícias falsas, foi considerada pelo parlamentar uma das mais agressivas que já enfrentou. “Com Covas foi uma campanha civilizada. Agora foi uma campanha muito baixa e suja, de ataque despropositado. Logicamente reconheci o resultado. Não é do meu lado que vocês vão ver questionamento de urna”, completou Boulos, em uma crítica direta às táticas empregadas por seus adversários.

● As lições da derrota e os sinais para a esquerda

O deputado destacou que a derrota em São Paulo e a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos servem como alertas para a esquerda brasileira. “A esquerda precisa fazer a lição de casa e mudar o discurso para apresentar uma perspectiva de futuro se quiser manter-se no comando da Presidência em 2026 e barrar o avanço da direita no país”, pontuou. Segundo Boulos, a campanha sofreu com o atraso em estabelecer um diálogo mais efetivo com as “novas periferias” — eleitores pobres e de baixa escolaridade que, no passado, votaram em candidatos de esquerda, mas que atualmente se inclinam para opções mais conservadoras.

Essa lacuna foi explorada por rivais como o influenciador digital Pablo Marçal (PRTB), que ficou em terceiro lugar com 28% dos votos e desempenhou um papel decisivo na derrota de Boulos. “Ele foi o responsável por levar o sentimento [dos eleitores] mais à direita, por normalizar Nunes, e sua máquina de internet ajudou a aumentar muito a minha rejeição”, afirmou o parlamentar.

● O papel de Lula e a ameaça de hegemonia da extrema-direita

Para Boulos, Lula é a figura central que pode evitar o retorno da extrema-direita. “O que nos salvou de uma reeleição do Bolsonaro em 2022 foi o Lula, com a força da sua liderança e capilaridade social. Em 2026, ele é o único que pode evitar o retorno da extrema-direita”, afirmou. O deputado destacou que, diferentemente dos EUA, que não têm uma liderança popular capaz de barrar Trump, o Brasil conta com Lula, cuja liderança é vital para manter a esquerda no poder e afastar o país do “fundamentalismo cultural” proposto pelo bolsonarismo.

Boulos também reforçou a necessidade de uma aliança ampla para enfrentar a extrema-direita, algo que Lula já demonstrou ser capaz de fazer em 2022. “A esquerda tem de dialogar com o centro e fazer a aliança mais ampla possível em 2026”, disse. Ele próprio tentou articular uma aliança em São Paulo, mas não obteve sucesso.

● Enfrentando a anistia e a inelegibilidade de Bolsonaro

O deputado prometeu que, no Congresso Nacional, lutará contra as tentativas de anistiar bolsonaristas envolvidos nos atos de 8 de janeiro e de derrubar a inelegibilidade de Bolsonaro. “Seria o maior absurdo político da história recente se isso passasse. Anistiar os participantes do 8 de Janeiro é comprar a visão de que aquilo foi um piquenique de senhoras e não uma tentativa de golpe”, criticou. Para Boulos, normalizar Bolsonaro após tudo o que aconteceu seria um retrocesso inaceitável.

● Reflexões sobre o futuro e a necessidade de renovação

Boulos defende que a esquerda precisa entrar na “disputa de valores” de forma mais incisiva, assim como a extrema-direita tem feito nos últimos anos. “O que a extrema-direita fez nos últimos anos, do ponto de vista de disputa social e cultural, é similar ao que a esquerda fez nos anos 1980 e 1990. A extrema-direita, no mundo todo, se dedicou a fazer uma disputa de horizonte, de visão de mundo, de valores. A esquerda acreditou que as melhorias sociais seriam suficientes e não entrou nessa disputa”, avaliou. Essa negligência, segundo ele, abriu espaço para que setores que antes apoiavam os governos do PT passassem a votar em representantes da extrema-direita.

● Próximos passos

Apesar do revés eleitoral, Boulos mantém otimismo e disposição para continuar na luta política. “Tenho paciência histórica. Você não chega aos objetivos que quer na política construindo atalhos artificiais”, declarou. Sobre uma possível candidatura à prefeitura em 2028 ou ao governo de São Paulo, ele preferiu não dar detalhes, mas ressaltou que continuará buscando caminhos para fortalecer a esquerda.

Horas após a entrevista, Boulos reuniu seus apoiadores em São Paulo para reafirmar o compromisso de continuar mobilizando forças contra o bolsonarismo e motivar a militância, que se mostrou desanimada após a derrota.

Fonte: Brasil 247

Lula e Haddad retomam nesta sexta debate sobre ajuste fiscal

Reunião no Planalto avança em busca de consenso sobre corte de gastos sem comprometer pilares como salário mínimo e educação

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad 03/07/2024 (Foto: REUTERS/Andressa Anholete)

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República informou nesta quinta-feira, 7, que as discussões sobre as medidas para ajuste fiscal serão retomadas às 14h desta sexta-feira, 8, no Palácio do Planalto. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que inicialmente embarcaria para São Paulo, permanecerá em Brasília para participar das negociações.

As deliberações têm como objetivo ajustar o pacote de cortes de despesas a ser enviado ao Congresso como uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Contudo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já determinou que o reajuste do salário mínimo e os investimentos em educação permanecerão inalterados, reforçando compromissos históricos de sua gestão. “Blindar esses pontos das mudanças é crucial para manter o apoio popular e a confiança em sua liderança”, indicam fontes do Planalto.

● Propostas e resistência

Entre as medidas sugeridas pela equipe econômica liderada por Haddad e pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, está a desindexação do reajuste do piso salarial das aposentadorias e de outros benefícios previdenciários e trabalhistas. Essa abordagem visa conter a escalada das despesas obrigatórias, que pressionam o orçamento.

Haddad tem incentivado a análise de estudos como o artigo do economista Bráulio Borges, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Borges detalha os desafios estruturais das contas públicas e aponta a desindexação como um caminho viável para o ajuste fiscal. Entretanto, Lula já deixou claro que mexer em benefícios que atingem a base da pirâmide social é um terreno sensível.

● Educação e saúde sob proteção presidencial

Outro ponto que enfrenta resistência de Lula é a revisão das regras que vinculam os mínimos constitucionais de saúde e educação à receita. Para o presidente, cortes nessas áreas, que ele considera investimentos em vez de despesas, não são uma opção. Essa postura reflete seu compromisso com políticas que visam a redução da desigualdade social e a inclusão educacional.

● Preocupações políticas e de popularidade

O ministro da Fazenda e a ministra do Planejamento enfatizaram que a aprovação de um pacote de cortes de despesas em 2024 seria essencial para criar impactos positivos na economia em 2026, ano eleitoral. Contudo, Lula expressou apreensão com a repercussão dessas medidas em regiões onde sua base eleitoral é mais forte, como o Norte e o Nordeste. Nessas áreas, muitos cidadãos dependem de programas sociais e benefícios trabalhistas.

O mercado financeiro também exerce pressão, observando com ceticismo a postura do governo em relação ao ajuste fiscal. A alta do dólar, a inflação persistente e as taxas de juros elevadas reforçam a urgência de medidas que possam reverter o quadro. De acordo com economistas do governo, a aprovação de um pacote em 2025 poderia ajudar a controlar a inflação e a reduzir o dólar, o que, por sua vez, facilitaria uma queda nos juros e criaria um cenário mais favorável para a economia em 2026.

● Desafios no horizonte político

A ala política do governo está consciente dos desafios de enviar propostas ao Congresso em um momento de queda na popularidade de Lula, mesmo com os recentes indicadores de crescimento econômico de 3% e o aumento na geração de empregos. Manter o equilíbrio entre um ajuste fiscal robusto e a preservação de políticas sociais que sustentam a base eleitoral do presidente será a prova de fogo para a equipe econômica.

A reunião desta sexta-feira será decisiva para definir os próximos passos e ajustar as propostas de forma que sejam palatáveis tanto para a base aliada no Congresso quanto para os setores que apoiam a manutenção das políticas sociais. O resultado dessas negociações será crucial para o governo assegurar um equilíbrio fiscal sem sacrificar seu capital político.

Fonte: Brasil 247

Mega-Sena acumula novamente e prêmio principal vai para R$ 200 milhões

Números sorteados foram: 03 – 09 – 14 – 20 – 28 – 52

(Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil)

Agência Brasil – Nenhum apostador aceitou as seis dezenas do concurso 2.794, que foram sorteadas na noite desta quinta-feira (7) no Espaço da Sorte, em São Paulo. O prêmio da faixa principal acumulou e está estimado em R$ 200 milhões.

Este foi o 11º sorteio consecutivo sem ganhadores do prêmio principal.

Os números sorteados hoje foram: 03 – 09 – 14 – 20 – 28 – 52

A quina teve 160 apostas ganhadoras e cada uma vai receber R$ 51.793,93. Já a quadra registrou 13.197 ganhadores, com prêmio de R$ 897,06 para cada.

O concurso 2.795 será realizado sábado (9). As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet. O jogo simples, com seis dezenas marcadas, custa R$ 5.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Comércio entre Brasil e Rússia atinge novos recordes

Exportações brasileiras para a Rússia dobram em um ano, enquanto importações de produtos russos também crescem significativamente

Presidente Lula e Vladimir Putin (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Sputnik/Alexander Kazakov/Pool via REUTERS)

Em outubro, o comércio entre Brasil e Rússia alcançou números históricos, conforme informações da Sputnik baseadas em dados do Comex Stat. O Brasil exportou para a Rússia mercadorias no valor de US$ 216 milhões (R$ 1,29 bilhão), registrando o maior volume desde fevereiro de 2022. Este aumento representa um crescimento de 100% em comparação com o mesmo mês do ano anterior e 1,4 vez em relação a setembro de 2024.

As exportações brasileiras para a Rússia têm mostrado um forte crescimento em um cenário de crescente cooperação econômica. Este recorde reflete uma retomada e intensificação das relações comerciais entre os dois países, que se mantiveram resilientes mesmo diante de desafios globais e tensões geopolíticas.

● Importações e comércio bilateral em ascensão

No mesmo período, as vendas de produtos russos para o Brasil aumentaram 9% em relação ao mês anterior e 25% comparado ao ano anterior, somando US$ 1,05 bilhão (R$ 6,29 bilhões). Os principais produtos adquiridos pelo Brasil incluem itens energéticos, como produtos petrolíferos, que atingiram valores recordes de importação.

O comércio bilateral total entre os dois países saltou para US$ 1,3 bilhão (R$ 7,7 bilhões) em outubro, superando os US$ 1,1 bilhão de setembro e os US$ 938 milhões de outubro do ano passado. Esse crescimento se destaca após um período de dois meses consecutivos de retração nos negócios.

● Crescimento acumulado no ano

Nos dez primeiros meses de 2024, o volume total de comércio entre Brasil e Rússia somou US$ 10,8 bilhões (R$ 64,7 bilhões), um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2023. Este marco reforça a posição do Brasil como um importante parceiro comercial da Rússia e evidencia uma tendência de ampliação da troca de mercadorias entre os dois países.

● Perspectivas e importância estratégica

O aumento nas exportações brasileiras reflete uma maior demanda russa por produtos do agronegócio e outros bens essenciais que o Brasil oferece. Por outro lado, a elevação das importações de produtos russos, especialmente de combustíveis, destaca a relevância estratégica da Rússia como fornecedor de energia em um momento de oscilações no mercado global.

Especialistas apontam que esse crescimento no comércio bilateral não apenas fortalece os laços econômicos entre Brasil e Rússia, mas também contribui para a diversificação das parcerias comerciais brasileiras, reduzindo a dependência de mercados tradicionais e abrindo espaço para uma colaboração mais profunda em setores estratégicos.

Com a intensificação das trocas comerciais, Brasil e Rússia demonstram uma resiliência significativa em suas relações bilaterais. O crescimento contínuo reflete o potencial de ambas as nações em explorar novas oportunidades econômicas e fortalecer parcerias em um cenário internacional cada vez mais complexo.

Fonte: Brasil 247

Entenda por que Lula não irá à posse de Trump

Presidente brasileiro busca evitar constrangimentos diplomáticos e tradição dos EUA reforça decisão

Lula e Donald Trump (Foto: Ricardo Stuckert/PR | REUTERS/Brendan McDermid)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deverá comparecer à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para 20 de janeiro em Washington, D.C. De acordo com informações da jornalista Malu Gaspar, do Globo, embora o petista tenha expressado apoio à democrata Kamala Harris na disputa eleitoral contra Trump, uma tradição diplomática dos Estados Unidos serve como justificativa para evitar possíveis desconfortos na eventual ida de Lula ao evento.

“Os EUA não recebem enviados estrangeiros, nem chefes de Estado, nem de governo, nem ministros, nem enviados especiais. Os representantes na posse são os embaixadores locais. Nenhum chefe de Estado vai”, explicou um membro do alto escalão do governo ao blog da jornalista. Fontes americanas também confirmaram que esta é uma prática consolidada e que os convidados para a cerimônia de posse ainda serão definidos pela equipe de transição de Trump.

● Bolsonaro e a posse de Trump

Em entrevista ao Globo, o ex-presidente Jair Bolsonaro revelou que há a possibilidade de ser convidado pela nova administração americana para participar da solenidade no Capitólio. No entanto, sua presença dependerá de uma decisão favorável do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já que Bolsonaro teve seu passaporte apreendido em fevereiro deste ano em meio a investigações sobre uma trama golpista que visava impedir a posse de Lula.

Bolsonaro aproveitou a oportunidade para alfinetar Lula, afirmando: “A informação que tenho é que vou ser convidado. Vou fazer uma petição para o Alexandre [de Moraes]. Ele decidirá. Se indeferir, tem alguma alternativa? Eu fico no Brasil e assisto pela TV. Você acha que Trump vai convidar Lula para a posse? A não ser protocolarmente”.

● Mobilização bolsonarista

Apoiadores de Bolsonaro no Congresso, tanto na Câmara quanto no Senado, já começaram a se organizar para viajar a Washington e prestigiar a posse de Trump, em um movimento similar à caravana que esteve presente na posse do presidente argentino Javier Milei em dezembro de 2023.

Um dia após o resultado eleitoral nos Estados Unidos, Lula adotou uma postura protocolar e foi às redes sociais para parabenizar Donald Trump pela vitória, desejando-lhe sucesso no novo mandato. “Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo”, escreveu Lula.

Essa mensagem, contudo, contrastou com o tom crítico que Lula utilizou em uma entrevista ao canal francês TF1, antes do desfecho das eleições. Na ocasião, o presidente brasileiro expressou preocupação com o retorno de figuras como Trump ao poder, mencionando o ataque ao Capitólio em 2021 como um sinal alarmante. “Com Kamala Harris é muito mais seguro para a gente fortalecer a democracia. Nós vimos o que foi o presidente Trump (...), aquele ataque ao Capitólio. Uma coisa que era impensável acontecer nos EUA, porque se apresentavam ao mundo como modelo de democracia. E esse modelo ruiu”, disse Lula.

● Pragmatismo nas relações futuras

Após a vitória expressiva de Trump, que garantiu todos os sete Estados-pêndulo decisivos, a expectativa no Palácio do Planalto é que as relações com a Casa Branca se baseiem em pragmatismo e interesses mútuos, em vez de alinhamentos ideológicos. Essa abordagem visa manter um diálogo aberto e produtivo entre as duas potências, mesmo diante de divergências políticas e de visão.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Aliados de Trump dizem a bolsonaristas que EUA podem ter 'embaixador da liberdade de expressão'

A nova função seria desenhada para combater o que consideram "perseguição" de influenciadores e políticos de direita

Donald Trump em Palm Beach County, na Flórida, 6/11/2024 (Foto: REUTERS/Callaghan O'Hare)

Aliados de Donald Trump estão em tratativas com figuras próximas aJair Bolsonaro para discutir a criação de um cargo inédito: o de "embaixador para a liberdade de expressão", informa o jornal Folha de S.Paulo.

A informação, revelada em primeira mão por auxiliares de Trump, indica que a nova função seria desenhada para combater o que consideram "perseguição" de influenciadores e políticos de direita por redes sociais, governos e até órgãos judiciais em diversos países, incluindo o Brasil, ignorando os atentados contra a democracia brasileira promovidos pelas figuras da extema-direita.

Esse esforço reflete um interesse do grupo de Trump em responder ao que chamam de censura global contra vozes conservadoras. Entre as pautas da iniciativa estaria a garantia de que influenciadores e políticos, especialmente alinhados à direita, possam expressar suas opiniões sem o risco de terem suas contas suspensas ou de enfrentarem sanções legais, fenômenos que ganharam destaque no Brasil durante o governo de Bolsonaro.

Fontes próximas ao presidente eleito dos EUA informaram ao grupo de Bolsonaro que o caso brasileiro tem sido observado como uma das principais prioridades. Desde a vitória eleitoral de Trump, assessores passaram a se comunicar com pessoas próximas a Bolsonaro, mencionando a necessidade de um esforço coordenado para enfrentar essas restrições

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Trump fará 'pressão máxima' sobre Maduro e cobrará apoio de Lula

O objetivo central da nova política externa de Trump para a América Latina é construir uma coalizão regional contra o regime de Nicolás Maduro

Nicolás Maduro e Donald Trump (Foto: Reuters | Reprodução)

O governo de Donald Trump, que se inicia em 20 de janeiro, pretende adotar uma estratégia de "pressão máxima" sobre a Venezuela, segundo informações divulgadas por assessores republicanos ao jornalista Jamil Chade, no portal UOL. O objetivo central da nova política externa de Trump para a América Latina é construir uma coalizão regional contra o regime de Nicolás Maduro. De acordo com os conselheiros, essa abordagem visa a reduzir a influência de potências estrangeiras, como China e Irã, na região, ao mesmo tempo em que impulsiona uma política energética focada em fontes locais de petróleo.

O Projeto 2025, documento elaborado por 140 ex-conselheiros de Trump e coordenado por Kiron Skinner, que atuou como diretora de Planejamento de Políticas no Departamento de Estado em seu primeiro mandato, orienta a nova estratégia republicana para a Venezuela. No texto, Skinner afirma que "a liderança comunista (da Venezuela) se aproximou de alguns dos maiores inimigos internacionais dos Estados Unidos, incluindo a China e o Irã, que há muito tempo buscam uma posição nas Américas".

Com a nova administração, Trump promete revisar a postura adotada por Joe Biden, que tentou alcançar uma solução pacífica com Maduro por meio do acordo de Barbados em outubro de 2023. Esse acordo previa eleições livres em troca da retirada de parte das sanções impostas pelos EUA. No entanto, republicanos afirmam que Biden "foi trapaceado" pelo líder venezuelano, e que agora o tempo para diálogos pacíficos estaria se esgotando.

● Energia como pilar estratégico

A nova política de Trump também pretende focar em uma reestruturação das relações energéticas para reduzir a dependência dos Estados Unidos de regiões distantes. A intenção, segundo os documentos, é concentrar o abastecimento de petróleo e gás no hemisfério, em cooperação com o México e o Canadá. "Os Estados Unidos devem trabalhar com o México, o Canadá e outros países para desenvolver uma política energética focada no hemisfério", detalha o documento, defendendo uma produção integrada que garanta o fluxo de energia na América.

Esse posicionamento, segundo os republicanos, ajudaria a fortalecer os laços econômicos e históricos com a região, evitando que países latino-americanos entrem na "esfera de atores estatais externos antiamericanos". No entendimento de Skinner e outros conselheiros, apenas uma integração energética próxima e segura poderá proteger os interesses econômicos e geopolíticos dos EUA.

● Brasil pressionado a adotar posição mais firme

Para Trump e seus assessores, a postura do Brasil em relação ao governo Maduro também terá que ser revisada, com uma expectativa de um posicionamento mais claro do país. Em setembro, uma missão do governo brasileiro em Washington já havia notado o tom de "forte pressão" dos republicanos sobre a Venezuela. Contudo, a decisão do Brasil de não reconhecer o resultado das eleições de julho em Caracas foi vista como um gesto positivo, facilitando o início de um diálogo entre as administrações.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Treta na extrema direita: Bolsonaro ironiza Ricardo Salles e o chama de "viúvo" e "marçalete"

Bolsonaro critica apoio de seu ex-ministro a Marçal e usa termos como "intergaláctico" e "viúvo" para alfinetar aliados que se afastaram de sua liderança

Ricardo Salles e Jair Bolsonaro (Foto: Marcos Corrêa/PR)

Em declaração recente, Jair Bolsonaro (PL) não poupou críticas ao ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado federal Ricardo Salles, que se afastou de Bolsonaro ao apoiar Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Em uma série de declarações irônicas, Bolsonaro afirmou que Salles estaria "viúvo" após ter se tornado "marçalete" – termo que ele usa para se referir a apoiadores de Marçal, informa a Folha de S. Paulo.

Bolsonaro abordou o afastamento de Salles e de outros antigos aliados, usando o termo "intergalácticos" para se referir àqueles que, segundo ele, tentam "se impor como líderes". Bolsonaro sugeriu que a liderança de fato se conquista com apoio popular, e não com discursos isolados ou alinhamento a figuras que, em suas palavras, "não têm base".

"Tem cara que quer se impor como líder. Liderança você não ganha, você conquista", afirmou Bolsonaro. Ele também relembrou a trajetória política de Salles, destacando sua proximidade com figuras como Geraldo Alckmin (quando ainda estava no PSDB) e João Amoêdo, ex-presidente do partido Novo, de onde Salles se desligou e para onde recentemente retornou. "Logo o Salles, que lá atrás estava assim com o Alckmin, depois com o Amoêdo, que diz que votou no Lula", ironizou.

A relação entre Bolsonaro e Salles começou a se desgastar quando o ex-ministro, que havia se posicionado como uma figura de destaque no entorno bolsonarista, passou a apoiar Marçal e decidiu deixar o PL para retornar ao Novo. Na ocasião, Salles já havia perdido o respaldo de Bolsonaro, que declarou seu apoio à reeleição de Ricardo Nunes (MDB) à prefeitura paulistana. Segundo Bolsonaro, Salles foi eleito em 2022 com votos da "órbita de influência" de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Polêmicas nas redes sociais - Um ponto de especial incômodo para Bolsonaro foi um tuíte de Salles após o anúncio da eleição de Donald Trump. Salles afirmou que Trump é "o maior dos intergalácticos" e que "não se curvou, não negociou, não cedeu". Ao comentar o termo "intergalácticos", Bolsonaro destacou que a expressão se refere àqueles que desafiam sua influência e liderança no campo da direita.

Em resposta, Salles tentou atenuar o impacto da publicação, ressaltando seu respeito pelo "legado" de Bolsonaro e dizendo que "opiniões pontualmente diferentes" são normais entre aliados. "Nossa gratidão, reconhecimento e respeito por ele estão acima disso", escreveu o deputado, buscando desfazer a impressão de rivalidade.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

O recado de Silvio Almeida para a família antes das acusações de assédio

A exoneração de Silvio Almeida ocorreu em 6 de setembro, após denúncias que incluem um relato da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco

Silvio Almeida (Foto: Tatiana Nnahuz/MDHC)

Em um período conturbado, o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, antecipou a familiares a possibilidade de enfrentar graves acusações. Conforme relatado pela coluna de Igor Gadelha, do portal Metrópoles, Almeida se reuniu com mulheres de sua família semanas antes das denúncias de assédio e importunação sexual serem divulgadas, em setembro deste ano, para alertá-las de que poderia ser alvo de uma “acusação grave”. Durante a conversa, Almeida afirmou que estaria sendo “perseguido” por figuras políticas que teriam interesse em sua saída do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Na mesma época, Almeida já expressava a seus aliados, tanto dentro quanto fora da gestão petista, que acreditava estar sendo alvo de uma campanha de desestabilização conduzida por outros ministros.

A exoneração de Silvio Almeida ocorreu em 6 de setembro, após denúncias que incluem um relato da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ela informou que, em uma reunião oficial sobre combate ao racismo, em maio de 2023, Almeida teria passado a mão entre suas pernas por baixo da mesa, enquanto o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também estava presente.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Preparem-se: meteorologistas projetam como será o verão de 2025 no Brasil

Especialistas alertam para a necessidade de preparação, especialmente nas regiões mais vulneráveis

(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

As previsões meteorológicas indicam que o verão de 2025 pode ser um dos mais intensos já registrados no Brasil, com temperaturas elevadas e eventos climáticos extremos. A informação foi divulgada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e destacada em fontes meteorológicas nacionais, que alertam para o impacto das mudanças climáticas globais. O aquecimento do Atlântico Norte, aliado ao fenômeno La Niña, promete desencadear tanto ondas de calor quanto chuvas intensas e secas prolongadas, alterando o clima em várias regiões do país.

O fenômeno La Niña ocorre quando as águas do Oceano Pacífico Equatorial se resfriam, impactando os padrões de chuva e temperatura no Brasil. Em 2025, a La Niña deve trazer chuvas acima da média para o Norte e Nordeste, com destaque para a região do Matopiba, que compreende os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Essa região é uma das maiores produtoras de grãos do país e depende de uma boa distribuição de chuvas para a colheita. O meteorologista explica que “enquanto o Norte e Nordeste tendem a enfrentar chuvas mais abundantes, o Sul deverá ver uma redução significativa na precipitação, o que pode prejudicar áreas agrícolas dependentes de chuva regular.”

Outro ponto de atenção é o aquecimento do Atlântico Norte, que, em 2024, atingiu temperaturas recordes, influenciando diretamente os eventos climáticos no Brasil. Esse aquecimento pode aumentar o risco de secas prolongadas na Amazônia, reduzir a umidade em várias áreas e intensificar tempestades no Sul do país. O efeito do aquecimento global, que em 2023 elevou a média global para 24,92°C no Brasil — acima da histórica de 24,23°C —, é cada vez mais evidente e preocupante, como apontam os dados da OMM.

As mudanças climáticas globais já trouxeram um padrão de verões mais quentes e secos, mas o de 2025 é esperado com grande apreensão, dado o acúmulo de fatores de risco. Com o verão oficialmente se iniciando no Brasil em 21 de dezembro de 2024 e se estendendo até 20 de março de 2025, as altas temperaturas e a forte umidade deverão impactar o dia a dia nas grandes cidades, exigindo cuidados especiais no consumo de água e energia. A sensação térmica, que se intensifica com a combinação de calor e umidade, também deve impactar a saúde pública, com aumento dos casos de desidratação e de doenças respiratórias, principalmente entre idosos e crianças.

Para o Brasil, enfrentar um verão marcado por extremos climáticos já não é mais novidade, mas a intensidade esperada para 2025 levanta preocupações em setores críticos, como a agricultura e o abastecimento de água nas cidades. Especialistas alertam para a necessidade de preparação, especialmente nas regiões mais vulneráveis aos impactos das secas e inundações.

Fonte: Brasil 247

Ambulante é espancado por filho de Maguila em frente a casa de show em São Paulo

Segundo o ambulante, a presença dos dois seguranças vem transformando a rotina dos trabalhadores que dependem das vendas nas ruas

Filho de Maguila agride ambulante

Em São Paulo, a noite de trabalho de um ambulante terminou em violência, após uma suposta agressão envolvendo o filho do ex-boxeador Maguila. De acordo com a vítima, que foi socorrida com ferimentos graves, dois homens contratados por casas de shows estariam intimidando vendedores informais da região. O incidente ocorreu na Rua Tagipuru, no bairro da Barra Funda, e foi relatado pelo ambulante ao portal UOL, onde ele denunciou os abusos e o impacto que tais agressões têm causado no cotidiano dos trabalhadores informais.

Segundo o ambulante, identificado como Osvaldo, a presença dos dois seguranças – que atuam na área há cerca de três meses – vem transformando a rotina dos trabalhadores que dependem das vendas nas ruas. "Eles estão recebendo das casas de show para não deixar a gente trabalhar na rua. Já tem uns três meses isso, são metidos a polícia, oprimem os ambulantes, falam que vão virar os nossos carrinhos, tocam o terror", revelou Osvaldo, explicando como a pressão dos seguranças tem se tornado insuportável.

A situação culminou em um episódio de violência que, segundo Osvaldo, deixou-o gravemente ferido. Após ser agredido, ele foi socorrido e levado ao Pronto-Socorro de Santana. O ambulante detalhou que precisou de pontos na testa e sofreu uma lesão grave no crânio. “Estou todo arrebentado, com a cabeça toda ferida, só estou vivo porque o pessoal tirou ele de cima de mim, mas meu rosto está muito machucado, eu uso aparelho, então a minha boca também está cortada", desabafou.

Uma mudança de vida e de profissão

O episódio de agressão intensifica uma reviravolta na vida de Osvaldo, que perdeu o emprego de motorista executivo em 2023. Ele contou ao UOL que começou a trabalhar como ambulante para sobreviver e que já tinha experiência no ramo, pois costumava fazer "bicos" nos fins de semana para complementar a renda. "Trabalhava para complementar a renda, quando tinha tempo, mas desde que perdi o emprego, ser ambulante se tornou a minha profissão", explicou.

Osvaldo vende água, cerveja e refrigerante em um carrinho e diz que trabalha no local onde ocorreu a agressão há cerca de três anos. Antes disso, segundo ele, sempre conseguiu atuar nas redondezas das casas de shows sem maiores problemas. “Eu sempre consegui trabalhar, nunca aconteceu nada parecido, tem regras de não poder ficar na frente da casa, mas na fila e na rua, a gente sempre trabalhou", afirmou, relatando que respeitava as normas locais para evitar conflitos.

A denúncia de Osvaldo levanta uma discussão sobre a relação conflituosa entre trabalhadores informais e seguranças contratados, refletindo a necessidade de proteção aos direitos dos ambulantes.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL