quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Putin não planeja parabenizar Trump pela vitória nas eleições presidenciais dos EUA

“Não vamos esquecer que estamos falando de um país hostil que está direta e indiretamente envolvido na guerra contra nosso estado”, afirmou

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante reunião de cúpula do Brics na cidade russa de Kazan 23/10/2024 ALEXANDER NEMENOV/Pool via REUTERS (Foto: ALEXANDER NEMENOV/Pool via REUTERS)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não tem a intenção de parabenizar Donald Trump pela vitória nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, informou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Em declaração dada nesta quarta-feira (6), Peskov destacou que a Rússia não esquece o histórico de hostilidade do governo norte-americano em relação ao país.

“Não vamos esquecer que estamos falando de um país hostil que está direta e indiretamente envolvido na guerra contra nosso estado”, afirmou.

Segundo o porta-voz, a Rússia tem monitorado de perto dados sobre a eleição dos EUA.

“À medida que ele se prepara para entrar, ou quando já entrou no Salão Oval, reconhecemos que às vezes as declarações assumem um tom diferente. Portanto, estamos analisando tudo cuidadosamente, observando e tiraremos conclusões com base em palavras e ações específicas”, disse.

Questionado sobre a possibilidade de as relações entre os dois países piorarem por causa da decisão do Kremlin em relação a vitória de Trump, Peskov afirmou que seria “praticamente impossível”. Para ele, “as relações estão atualmente em seu ponto histórico mais baixo”.

Fonte: Brasil 247

Kamala parabeniza Trump pela vitória nas eleições dos EUA e pede transição de poder pacífica

Presidente Joe Biden também ligará para o republicano, que venceu as eleições presidenciais dos EUA

Kamala Harris cumprimenta Donald Trump (Foto: Reuters/Mike Segar)

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, ligou para o presidente eleito, Donald Trump, para parabenizá-lo pela vitória nas eleições, informou a Associated Press nesta quarta-feira (6), citando um assessor sênior de Harris.

Durante a ligação, a vice-presidente discutiu com Trump a importância de uma transferência pacífica de poder, afirmou o relatório.

Espera-se que Harris faça seu discurso de concessão para seus apoiadores ainda nesta quarta-feira. Na noite desta terça-feira (5), ela não apareceu para seus apoiadores na Universidade Howard após a publicação dos dados preliminares que projetavam a vitória de Trump na corrida eleitoral.

O presidente dos EUA, Joe Biden, também planeja conversar por telefone com Trump nesta quarta-feira e se dirigir à nação nesta quinta-feira (7), informou a ABC News, citando um funcionário da administração americana. Biden pretende parabenizar Trump por sua vitória na eleição.

A eleição presidencial dos EUA foi realizada nesta terça-feira. Apesar das expectativas de uma disputa longa e difícil, Trump foi declarado o vencedor projetado da eleição presidencial americana por analistas eleitorais e redes de televisão na madrugada de quarta-feira. Segundo as projeções, ele garantiu a vitória em todos os estados decisivos. Trump discursou para apoiadores na Flórida e declarou sua vitória. 

Fonte: Brasil 247 com informações da RIA Novosti

Celso Amorim prevê relação “pragmática” com Trump e diz que Lula estará aberto ao diálogo

Assessor de Lula ainda disse ser “cedo para falar que Trump terá postura protecionista” e, para ele, vitória do republicano ‘não fortalece o bolsonarismo’

Lula e Celso Amorim (Foto: Fabio Pozzebom / Agência Brasil)

O ex-chanceler e assessor especial do presidente Lula (PT) para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que o governo brasileiro terá uma relação “pragmática” com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo Amorim, é comum que candidatos falem muito durante as campanhas eleitorais, mas sejam mais comedidos na hora de agir, o que pode ocorrer no novo mandato de Trump.

“É cedo para falar que ele vai ter uma postura protecionista. Candidato fala muita coisa, depois tem que pensar direitinho como vai fazer. Somos contra o protecionismo, somos a favor da OMC (Organização Mundial do Comércio). A verdade é que o protecionismo não foi restabelecido totalmente, nem parcialmente, nos últimos anos. É preciso ter calma”, disse.

O ex-chanceler comparou a situação atual com os primeiros mandatos de Lula como presidente, quando George Bush era o presidente dos EUA. “Vamos manter o pragmatismo como mantivemos com Bush. Ele (Lula) demonstrou simpatia à Kamala (Harris), mas muito mais grave foram as críticas que o Brasil fez ao Bush no ataque ao Iraque. Isso não nos impediu de ter boas relações. O Brasil fez críticas muito fortes ao Bush, não aprovou a Alca, e o Bush veio aqui duas vezes, colocou o capacete da Petrobras”, lembrou Amorim.

Celso Amorim afirmou que Lula está aberto ao diálogo com Trump, mas ainda não sabe se haverão encontros ou conversas entre os dois antes da posse. “Acabamos de ter a notícia hoje, é cedo para falar se vamos dialogar antes da posse. Por enquanto, temos a nota (de parabenização).

Sobre a relação de Trump com Jair Bolsonaro (PL), Amorim minimizou um possível crescimento da extrema direita influenciada pelas eleições americanas. “Acho que o bolsonarismo não se fortalece, cada país é um país. A economia brasileira está se fortalecendo. Lula está sabendo conduzir de modo a não radicalizar com os adversários”.Claro que se formos procurados, reagiremos positivamente”, defendeu.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

STF não é 'vassalo do poder estrangeiro' e resistirá ao bolsonarismo, mesmo sob Trump, afirma Celso de Mello

Ministro aposentado defende independência da Corte diante de especulações sobre influência política de Trump para favorecer Bolsonaro

Ministro Celso de Mello e Jair Bolsonaro (Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF | REUTERS/Adriano Machado)

 A vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos trouxe nova esperança aos aliados de Jair Bolsonaro (PL), acendendo uma expectativa entre seus apoiadores de que o retorno de Trump ao poder poderá impulsionar Bolsonaro a se tornar elegível para as eleições presidenciais de 2026. Segundo fontes próximas ao ex-mandatário ouvidas pela jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, interlocutores veem uma onda de alento capaz de modificar o cenário desfavorável que Bolsonaro enfrenta atualmente no Brasil, inclusive com pressões políticas sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) e sua atuação.

Diante desse contexto, o ministro aposentado do STF Celso de Mello pronunciou-se com firmeza sobre o compromisso da Corte Suprema com a preservação do regime democrático e a soberania nacional, rechaçando qualquer insinuação de que o STF pudesse ceder a pressões de caráter político ou ideológico vindas do exterior. Em tom categórico, Mello declarou, segundo o jornal GGN: “essa notícia certamente não procede, pois, se verdadeira fosse, representaria nódoa estigmatizante na história do STF!”.

O ex-ministro destacou que o STF, como "expressão legítima da soberania nacional", não se submete a influências ou pressões, nem "serve a governos, a pessoas ou a grupos ideológicos". Para Mello, a Corte está "longe de curvar-se aos desígnios do poder político, econômico ou corporativo" e é essencialmente fiel à sua missão constitucional. O ministro aposentado afirmou que "o STF, longe de curvar-se aos desígnios do poder político, econômico ou corporativo, jamais será infiel aos seus graves compromissos instituídos pela Lei Fundamental da República, pois tem a percepção superior de sua irrenunciável missão de velar pela supremacia da ordem constitucional, de defender a preservação do regime democrático e de proteger a intangibilidade dos valores inerentes à soberania do Estado brasileiro!”.

Essas declarações reagem diretamente à expectativa ventilada por apoiadores de Bolsonaro de que a conjuntura política estadunidense possa influenciar decisões internas da Corte.

Durante o governo de Joe Biden, também houve pressões sobre o STF e tentativas de interferência, mas sem maiores avanços. No entanto, com a nova correlação de forças nos Estados Unidos, especula-se que o cenário poderá se modificar, com imposições de sanções econômicas ao Brasil e possíveis dificuldades para autoridades como Moraes em visitas aos EUA. Essas pressões, de acordo com os apoiadores de Bolsonaro, poderiam ainda facilitar a aprovação de uma anistia para o ex-presidente no Congresso brasileiro, removendo os impedimentos à sua elegibilidade em 2026.

Celso de Mello reitera, no entanto, que a atuação do STF se manterá inabalável e independente de qualquer influência política externa. Para o ministro aposentado, o Supremo jamais "se curva à onipotência do poder ou aos desejos daqueles que o exercem". Ele considera a independência do STF como essencial à preservação dos "valores inerentes à soberania do Estado brasileiro". Nas palavras de Mello, “o Supremo Tribunal Federal, expressão legítima da soberania nacional, não é vassalo de potestades estrangeiras nem instrumento servil de pretensões contestáveis, especialmente quando fundadas em pressões (ou em sutis ameaças) conflitantes com o espírito democrático que rege o Estado de Direito em nosso País!”.

Com esse posicionamento, Celso de Mello reafirma o papel do STF como uma instituição que, acima de pressões ideológicas e interesses políticos, se mantém fiel aos princípios constitucionais e ao compromisso com o Estado Democrático de Direito. As declarações do ex-ministro refletem uma postura de resistência diante de especulações sobre o poder de influências externas sobre a Justiça brasileira, sugerindo que a integridade e independência da Corte permanecem inabaláveis, mesmo diante de possíveis novas configurações internacionais que possam tentar influenciar o futuro político do país.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Trump volta à presidência e enriquece em mais de R$ 6 bilhões em poucas horas

Fortuna do republicano aumentou em decorrência da valorização de sua empresa de mídia social, o Trump Media & Technology Group

(Foto: Reuters)

O candidato republicano Donald Trump fez história ao vencer as eleições nos Estados Unido e viu sua fortuna aumentar em mais de R$ 6 bilhões, impulsionada pela valorização de sua empresa de mídia social, o Trump Media & Technology Group, informa o jornal O Globo.

Após a projeção de vitória na disputa com a democrata Kamala Harris, as ações da Trump Media, que opera a plataforma Truth Social, dispararam em valor de mercado. No pré-mercado, as ações, identificadas pelo símbolo “DJT”, subiram 35%, elevando a avaliação da empresa para cerca de US$ 9 bilhões. Trump, que é o acionista majoritário da empresa conservadora, possui um investimento que representa cerca de US$ 3,9 bilhões (aproximadamente R$ 22,23 bilhões) de sua fortuna total, estimada em US$ 6 bilhões (cerca de R$ 34,2 bilhões).

De acordo com a CNN, as 114,75 milhões de ações do presidente eleito estavam avaliadas em aproximadamente US$ 5,3 bilhões nas negociações de pré-mercado, um aumento significativo em comparação com os US$ 3,9 bilhões registrados ao fim das negociações no dia da eleição. Entre 23 de setembro e o final de outubro, o valor da Trump Media mais que triplicou, impulsionado por expectativas de que Trump venceria a Casa Branca.

Embora a Trump Media & Technology Group ainda enfrente desafios financeiros, com receitas escassas e prejuízos, as ações da empresa-mãe da Truth Social acumulam uma alta de cerca de 85% no último mês. Com essa valorização, Trump se posiciona como a 540ª pessoa mais rica do mundo, segundo estimativas da Forbes.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Quando e como será a posse de Trump como presidente dos EUA?

Processo eleitoral será finalizado apenas no início de janeiro

Donald Trump (Foto: Reuters/Carlos Barria)

Por Camille Bocanegra, InfoMoney - A eleição de Donald Trump à Presidência foi sacramentada na manhã desta quarta-feira, com a vitória do candidato republicano contra Kamala Harris. O fim do processo eleitoral, no entanto, ainda está longe, ainda há um longo ritual a ser cumprido até a data da posse, em 20 de janeiro de 2025.

A vitória de Trump foi projetada pela agência Associated Press (AP) pela manhã, após vitória em Wisconsin. Com o estado, o candidato republicano superou a contagem de 270 delegados, tornando-o matematicamente eleito. Agora, no entanto, há um processo de formalização dos votos dos eleitores americanos por meio do voto dos delegados.

Como é o processo? - Os 538 delegados que compõem o Colégio Eleitoral votarão em 17 de dezembro. Esses delegados são eleitos por meio dos votos em cada estado e representam a vontade dos eleitores. Cada estado tem um número de delegados proporcional à sua população.

Com os votos dos delegados, ocorre a contagem oficial pelo Congresso americano no Capitólio, em Washington. O processo costuma ocorrer no início de janeiro. Na última contagem oficial, em 6 de janeiro de 2021, houve a invasão ao Capitólio por apoiadores de Trump. A intenção dos invasores era interromper a contagem e, por consequência, a formalização da eleição de Joe Biden.

Quando acontece a posse? - A posse acontece em 20 de janeiro, com uma cerimônia tradicional em Washington. A ocasião é chamada de “Inauguration Day” (Dia da Inauguração, em tradução livre). A cerimônia ocorre no edifício do Capitólio. O vice-presidente eleito, no caso J.D. Vance, é empossado primeiro e faz o juramento, afirmando defender a Constituição dos Estados Unidos e desempenhar bem os deveres do cargo que assume.

Na sequência, é a vez do presidente eleito realizar o juramento, também afirmando defender a Constituição e executar fielmente o cargo de presidente. Há também previsão de um discurso inaugural e, à noite, de um baile.

É possível comprar ingresso? - De acordo com o site oficial do governo dos EUA, o Comitê Conjunto do Congresso sobre Cerimônias Inaugurais (JCCIC), que organiza a posse, disponibiliza um número limitado de ingressos para o público através de membros do Congresso. Os ingressos são gratuitos e permitem que o público acompanhe a posse nas proximidades do Capitólio.

Os ingressos estarão disponíveis algumas semanas antes da posse, embora seja comum que alguns membros do Congresso aceitem pedidos de ingresso antes.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

Vitória de Trump amplia desafios do Brasil com inflação e juros globais maiores, avalia equipe econômica

Avaliação é de que o Brasil deverá lidar com ampliação de medidas protecionistas, pressões inflacionárias mais fortes e níveis mais altos de juros no mundo

Prédio do Ministério da Fazenda em Brasília 14/02/2023 REUTERS/Adriano Machado (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Reuters - A eleição do republicano Donald Trump para retornar à presidência dos Estados Unidos a partir de 2025 indica um cenário econômico mais difícil para o Brasil, que deverá lidar com ampliação de medidas protecionistas, pressões inflacionárias mais fortes e níveis mais altos de juros no mundo, avaliaram três autoridades do Ministério da Fazenda.

Em meio a reação de aliados políticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra medidas de ajuste fiscal, especialmente diante desse novo cenário, uma das fontes ponderou que o governo precisará enfrentar reformas estruturais com ainda mais afinco para evitar que o ambiente desafiador para o Brasil após a eleição de Trump fique ainda pior.

“Se não fizer os ajustes o dólar vai estabilizar nos 6 reais, a inflação vai para 5% ou mais e juros passam dos 13%, ficando lá até a eleição (presidencial de 2026). Não creio que alguém que queira se reeleger vai gostar de um cenário desses”, disse uma das fontes sob anonimato.

Na manhã desta quarta, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, afirmou que a eleição de Trump demanda um fortalecimento da democracia no Brasil, “mas principalmente respostas concretas às necessidades e expectativas do povo, que não cabem na receita neoliberal que o mercado quer impor”. Na terça, ela havia se posicionado contra medidas de ajuste em Saúde, Educação, seguro-desemprego, benefícios assistenciais e aposentadorias.

IMPACTOS - Trump venceu a democrata Kamala Harris nas eleições de terça-feira após propor durante a campanha iniciativas que incluem aumento de tarifas de importação, maiores restrições a produtos chineses e corte de impostos para empresas e cidadãos norte-americanos.

Avaliação apresentada nas últimas semanas pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mostra que as promessas de campanha feitas por Trump tendem a gerar déficits fiscais maiores do que em um governo Kamala. O conjunto de medidas, para ele, se traduzirá em maior pressão inflacionária nos EUA.

Um cenário de inflação mais alta tende a dificultar o trabalho do banco central dos EUA, exigindo doses maiores de juros, o que gera como efeito uma ampliação do fluxo de recursos para o país norte-americano e fortalecimento do dólar. Um movimento desse tipo reprime investimentos e eleva custos em economias emergentes.

Outra autoridade da Fazenda destacou que a possível ampliação de força dos republicanos na Câmara e a conquista do controle do Senado pelo partido indica que Trump terá condições de realmente emplacar sua agenda de campanha.

“Tendo a achar que ele vai avançar em vários temas e esse custo vai aparecer ao longo do mandato dele. E provavelmente vai impactar comércio global se ele levar à frente a ideia protecionista e isolacionista”, disse, vendo também dificuldades no andamento da agenda ambiental, um tema caro ao Brasil.

Para uma terceira fonte da Fazenda, uma nova rodada protecionista nos EUA naturalmente seria replicada por outros países, gerando maior inflação global. Ela avaliou, no entanto, que o mundo deve se acomodar à nova realidade sem grandes choques.

“Não é o cenário ideal para emergentes no curto prazo, mas não vejo cenário de crises fortes por conta disso. O mundo terá de se acostumar com o cenário de inflação maior, juros provavelmente maiores também”, afirmou.

Uma quarta fonte, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), também demonstrou preocupação com as políticas de protecionismo, considerando que o cenário atual já é de maior fragmentação entre os países.

“Pode ter uma tendência a maior defesa da indústria nacional, fortalecendo as políticas de localização de produção. Além do mais, um acirramento da disputa geopolítica, principalmente contra a China. A escalada de protecionismo pode se elevar mais ainda”.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

União Europeia se prepara para guerra comercial após eleição de Trump

Autoridades da UE temem que o segundo mandato de Trump traga maiores dificuldades comerciais

(Foto: REUTERS/Yves Herman)

A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos levou líderes da União Europeia a colocarem em prática um plano emergencial para enfrentar possíveis sanções comerciais, informa o Politico. O triunfo de Trump em estados-chave encerrou as aspirações de Kamala Harris à presidência e trouxe à tona lembranças de sua política protecionista em 2018, quando impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, citando preocupações de segurança nacional.

Durante a campanha, Trump prometeu trazer empregos de volta aos EUA e aplicar tarifas abrangentes de até 20%, além de uma taxa de 60% sobre produtos da China. Diante da ameaça, a UE já se prepara para retaliar de forma rápida e contundente, visando levá-lo à mesa de negociações. No entanto, a resposta inicial dos líderes europeus foi de apelo à cooperação. “Vamos trabalhar juntos em uma parceria transatlântica que continue a entregar resultados para nossos cidadãos. Milhões de empregos e bilhões em comércio e investimento dos dois lados do Atlântico dependem do dinamismo e da estabilidade de nossa relação econômica,” declarou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em mensagem parabenizando Trump.

Privadamente, no entanto, autoridades da UE temem que o segundo mandato de Trump traga maiores dificuldades. A Europa está agora mais dependente do gás natural liquefeito dos EUA, enquanto a guerra da Rússia na Ucrânia continua e o presidente Joe Biden, defensor das alianças, deixa o cenário. “Devemos nos preparar para um tom mais agressivo e possíveis tentativas de coerção nas relações comerciais diplomáticas transatlânticas,” afirmou David Kleimann, especialista sênior em comércio do think tank ODI.

A preocupação ficou evidente na declaração do presidente francês Emmanuel Macron, que, em conversa com o chanceler alemão Olaf Scholz, enfatizou a importância de uma Europa mais unida e soberana. "Trabalharemos por uma Europa mais forte e soberana nesse novo contexto, cooperando com os Estados Unidos e defendendo nossos interesses e valores", afirmou Macron.

O embate com a Alemanha - A Alemanha, com suas grandes exportadoras de automóveis, foi destaque nas críticas comerciais de Trump, que se intensificaram após dados indicarem que o déficit comercial dos EUA com a UE está prestes a atingir um recorde. O impacto foi tão grande que a Federação das Indústrias Alemãs (BDI) divulgou, em um erro, uma nota atribuindo a presidência da federação ao próprio “Donald Trump”.

O retorno de Trump pode significar um novo golpe no sistema global de comércio baseado em regras e no papel da Organização Mundial do Comércio (OMC). Economistas comerciais preveem que uma guerra tarifária entre EUA e UE poderia trazer “perdas econômicas profundas”, com estimativas do Instituto Kiel para a Economia Mundial indicando uma possível queda de 0,5% no PIB da UE e uma redução de 3,2% na produção da Alemanha.

Reação e preparação da UE - Apesar dos riscos, autoridades da UE veem oportunidade de consolidar estratégias para reduzir a dependência externa e fortalecer setores-chave. “Esses resultados reforçam que, como UE, precisamos focar em nossos próprios interesses e ter clareza sobre nossos objetivos,” comentou um diplomata europeu. Ambos, Trump e Von der Leyen, têm posturas críticas em relação à China, o que pode levar a uma aliança comercial para conter as importações chinesas.

Dessa vez, a UE acredita estar mais preparada para lidar com as políticas de Trump. Nos últimos anos, o bloco europeu construiu um arsenal de defesa comercial para responder a tarifas injustificadas. Bernd Lange, veterano do Parlamento Europeu e presidente do comitê de comércio internacional, declarou: “Se o lado americano impuser tarifas injustas, estamos preparados para reagir e trazê-lo de volta à realidade”.

Fonte: Brasil 247 com site Politico

Nada muda com o retorno de Trump à Casa Branca, dizem ministros do STF

Magistrados reconhecem que haverá um aumento da pressão sobre a Corte, mas garantem independência e avaliam que Trump tem outras prioridades

Ex-presidente Donald Trump em evento de campanha em Freeland, Michigan, EUA (Foto: REUTERS/Brendan McDermid)

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmam que a eleição de Donald Trump não vai influenciar o trabalho da Corte, mesmo com o possível aumento das pressões sobre os processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informa a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo. Segundo os magistrados ouvidos, o STF não se deixará influenciar por questões externas e que “não é possível baixar a guarda”.

Na avaliação dos ministros, Trump deve ter outras prioridades na agenda internacional em seu mandato, como os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. O ministro Alexandre de Moraes, principal alvo da extrema-direita, tem dito a interlocutores que nada muda com o retorno de Trump à Casa Branca. No entanto, eles reconhecem que a pressão deve aumentar.

Os magistrados acreditam que essa pressão recairá principalmente sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em especial na área econômica, campo em que os países precisam dialogar. A tentativa de Trump de interferir nas decisões do STF é vista mais como um desejo dos bolsonaristas do que uma realidade. Os ministros também avaliam que possíveis sanções, como o cancelamento de vistos que permite a entrada nos EUA, não devem avançar.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Plano de corte de gastos provoca divisão interna no governo e debates acalorados

Divergências expõem rachaduras na equipe de Lula enquanto PT teme impacto eleitoral de ajuste fiscal em áreas sociais

Marinho, Haddad (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

As reuniões realizadas nos últimos dias no Palácio do Planalto, com o objetivo de definir o pacote de corte de gastos do governo, foram marcadas por momentos de tensão entre ministros de áreas-chave. Em um dos encontros, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), teriam discutido de maneira mais acalorada na presença do presidente Lula (PT), segundo a Coluna do Estadão. Marinho teria se mostrado descontente com a falta de diálogo em relação às mudanças nos programas de abono salarial e seguro-desemprego.

O embate reflete não só divergências entre as pastas, mas também um receio crescente entre petistas sobre o impacto dessas medidas nas eleições de 2026. Setores do PT temem que a redução de despesas em áreas como saúde, educação e previdência possa comprometer a identidade social do governo Lula. Nos bastidores, a insatisfação com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), também se intensifica. Ex-governador da Bahia e responsável pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Costa vem sendo criticado por sua postura direta e supostamente pelo pouco diálogo com colegas de Esplanada, como Haddad e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Na mesma reunião, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), também expressou preocupações quanto a mudanças no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). A postura de Camilo reflete as tensões dentro do partido, que se vê dividido entre uma política fiscal mais rígida, encabeçada por Haddad, e uma ala que defende maior investimento estatal, representada pela ministra da Gestão, Esther Dweck.

Em São Paulo, em um debate organizado pela Fundação Perseu Abramo, o professor de História Contemporânea da USP, Lincoln Secco, vocalizou as inquietações da ala mais à esquerda do PT. “Com todo nosso respeito a Haddad, mas quero um governo com mais Esther Dweck e menos Haddad,” afirmou Secco. Ele criticou a falta de mobilização do governo em políticas de neoindustrialização e defendeu uma maior pressão dos grupos de esquerda sobre o próprio governo.

Outras figuras de relevância no partido, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também alertaram para a necessidade de uma abordagem cuidadosa ao modernizar o discurso da legenda. Em discurso virtual, Hoffmann trouxe uma metáfora sobre cautela: “minha avó sempre dizia: ‘Temos de ter muito cuidado para não jogar a água da bacia com a criança dentro’”. A presidente do PT já havia se manifestado anteriormente contra propostas de desvinculação do salário mínimo dos benefícios previdenciários, defendendo que o governo revisite o arcabouço fiscal antes de considerar cortes que impactem os mais vulneráveis.

Em meio a um cenário de incerteza econômica e de avanço da direita tanto no Brasil quanto em outros países, a recente vitória de Donald Trump nas eleições americanas adiciona uma camada de preocupação ao Planalto. No Brasil, o receio é de que o fortalecimento de políticas conservadoras no exterior estimule a oposição interna e dificulte as manobras do governo para flexibilizar o orçamento sem desagradar a base aliada.

No entanto, a equipe econômica enfrenta pressão do mercado para reduzir despesas e consolidar o arcabouço fiscal aprovado há pouco mais de um ano. A dúvida que paira entre os quadros do PT é sobre como o governo lidará com esse "bode na sala" — se o partido aceitará ou não o ajuste fiscal como inevitável, ainda que ele traga consigo um desgaste eleitoral iminente.

Fonte: Brasil 247 com informações da Coluna do Estadão

Brasil atravessa expansão econômica impulsionada pelo saldo comercial e reformas, diz Mansueto Almeida, do BTG Pactual

Brasil tem saldo comercial recorde e pode fechar 2024 com superávit de US$ 75 bilhões, destaca o economista-chefe do BTG Pactual

Mansueto fala durante entrevista à Reuters em Brasília (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O Brasil atravessa uma fase de expansão econômica impulsionada pelo recorde no saldo comercial e por reformas estruturais que fomentaram a atração de investimentos privados. Em evento promovido pela empresa de pagamentos Adyen em São Paulo, o economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, destacou a relevância desse novo cenário, que reflete uma conjuntura mais favorável ao crescimento sustentável. Segundo ele, o país está no "melhor momento de saldo comercial" em décadas e deve encerrar 2024 com um superávit de aproximadamente US$ 75 bilhões. As informações foram inicialmente divulgadas pelo Broadcast.

Mansueto ressaltou que o desempenho da balança comercial tem sido um pilar essencial para a recuperação e estabilização econômica, mesmo após os desafios impostos pela pandemia e as flutuações no preço das commodities. "Antes da pandemia de 2020, o saldo da balança comercial no nosso melhor ano tinha sido de US$ 57 bilhões", recordou. Em 2022, o superávit atingiu um pico histórico de US$ 98,8 bilhões. Para este ano, embora os preços de commodities tenham recuado, a expectativa é de que o saldo positivo se mantenha robusto, com projeções de US$ 75 bilhões.

O economista destacou ainda o impacto positivo das reformas que permitiram a expansão dos investimentos em setores fundamentais, como infraestrutura e saneamento básico. Ele elogiou a continuidade dos leilões de concessão pelo governo Lula (PT), que reforçam a presença do setor privado no desenvolvimento do país e reduzem a dependência do orçamento público para investimentos estruturais.

A manutenção de um saldo comercial elevado e o avanço das concessões no setor privado, segundo Mansueto, indicam uma perspectiva de estabilidade econômica a longo prazo. Ele acredita que o cenário atual afasta o risco de uma nova crise como a de 2015 e 2016, que foi, segundo ele, resultado de "erros sucessivos de política econômica". As reformas implementadas desde então, tanto no campo macroeconômico quanto no microeconômico, foram, para ele, essenciais para corrigir a rota e garantir uma maior segurança no ambiente econômico.

Fonte: Brasil 247 com Broadcast

Trump se tornará o presidente mais velho da história dos EUA em novo mandato

Aos 78 anos e sete meses, ele ultrapassará o recorde anterior de Joe Biden

(Foto: AP Photo)

Donald Trump, que acaba de vencer as eleições presidenciais nos Estados Unidos, entrará para a história ao tomar posse em 20 de janeiro de 2025 como o presidente mais velho a assumir o cargo. Aos 78 anos e sete meses, ele ultrapassará o recorde anterior de Joe Biden, que assumiu o posto aos 78 anos e dois meses em 2021, informa a CNN.

Ao final de seu mandato, em janeiro de 2029, Trump terá 83 anos, mantendo-se como o presidente mais velho da história dos Estados Unidos, superando novamente Biden, que encerrará seu ciclo aos 82 anos. Este novo marco, além de abrir discussões sobre idade e saúde dos líderes, coloca o país em um momento histórico de governança com mandatários mais experientes, refletindo uma mudança de perspectiva do eleitorado americano.

Trump foi eleito ao derrotar a vice-presidente Kamala Harris, candidata do Partido Democrata, após conquistar vitórias fundamentais nos chamados estados-pêndulo, que determinaram o desfecho apertado da disputa no Colégio Eleitoral. Com os delegados suficientes, o republicano, agora com um legado consolidado, deve enfrentar desafios novos e conhecidos ao reassumir o Salão Oval.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN 

STF torna bolsonarista Gustavo Gayer réu em processo de violência política e por crime contra o Estado Democrático de Direito

Decisão foi tomada de forma unânime pela primeira turma do STF
Gustavo Gayer (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, acolher uma queixa-crime contra o deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO), transformando-o em réu em um processo que investiga supostos crimes contra o Estado Democrático de Direito e violência política. A ação, movida pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), também menciona práticas de difamação, calúnia e injúria atribuídas ao parlamentar.

Segundo a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que compõem a primeira turma do STF, tomaram a decisão em um contexto em que Vanderlan argumenta que Gayer tem usado sua posição como ““como biombo protetivo, supostamente valendo-se da imunidade parlamentar que acredita lhe proteger” de maneira a evitar consequências de suas declarações.

O senador solicita, ainda, a suspensão do exercício da função pública de Gayer, ressaltando que suas publicações nas redes sociais denotam uma postura de deslegitimação da democracia.

Entre os diversos conteúdos apresentados por Vanderlan, Gayer critica abertamente o funcionamento do Brasil como uma democracia, expressando descontentamento com o que considera uma perseguição do STF a senadores de oposição. Em um vídeo, ele desqualifica o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chamando-o de “frouxo” por não se opor ao que considera como excessos do Supremo.

“Em Goiás, Vanderlan Cardoso e Kajuru, dois vagabundos que viraram as costas pro povo em troca de comissão. (…) É um absurdo o que está acontecendo. Quando você tem a interferência do jurídico [Judiciário] na escolha da presidência do Senado”, disparou Gayer em uma de suas falas.

A situação do deputado se agravou no dia 25 de outubro, quando ele e seus assessores foram alvo da Operação Discalculia, deflagrada pela (PF) com o objetivo de desmantelar uma suposta organização criminosa envolvida no desvio de cotas parlamentares e na falsificação de documentos para criar Organizações de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).

Gayer negou qualquer irregularidade e atribuiu a responsabilidade pela busca e apreensão ao ministro do STF Alexandre de Moraes, além de qualificar a PF como “jagunço de ditador”, em referência ao cumprimento do mandado judicial expedido contra ele.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Taxa de juros elevada segura consumidores em inadimplência, diz CNC

Pagamento de 29,3% de dívidas tinha atraso de mais de 1 mês em outubro

Cédulas de real (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Agência Brasil - A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou que a taxa de juros elevada no país está encarecendo as dívidas e segurando as famílias em situação de inadimplência.

O levantamento mostra que, em outubro, 29,3% dos consumidores estavam com dívidas em atraso de 30 dias ou mais, ante 29,0% em setembro. Em outubro de 2023 eram 29,7% os consumidores com dívidas em atraso de mais de um mês.

Já o percentual de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias atingiu 50,4% do total de endividados em outubro deste ano, o maior desde fevereiro de 2018, mostrando que os atrasos estão permanecendo por mais tempo. “Isso porque o aumento das taxas de juros leva a um encarecimento das dívidas”, diz a pesquisa.

Segundo o levantamento, a alta de juros está fazendo com que as famílias precisem de prazos mais longos para quitá-las. “O percentual de comprometimento da renda mais desafiador ajuda a explicar o aumento do percentual de famílias que não terão condições de pagar as contas atrasadas, mostrando que os prazos mais longos das dívidas e o menor endividamento não estão sendo suficientes para compensar a alta do nível de juros”, diz a pesquisa.

Baixa renda

Conforme o levantamento, a inadimplência entre as famílias de menor renda (até três salários mínimos) alcançou 37,7% em outubro, “refletindo o impacto dos juros elevados e das condições de crédito mais restritivas sobre o orçamento dos mais vulneráveis”. Esse aumento ocorreu apesar da redução geral do endividamento, que recuou para 76,9%, nível semelhante ao registrado em outubro do ano passado, indicando mais cautela das famílias com o uso de crédito.

“A dependência de crédito em um cenário de juros elevados torna a quitação de dívidas um desafio ainda maior para as famílias mais pobres”, disse o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. “Acreditamos que, com medidas voltadas para a redução de gastos públicos, é possível abrir espaço para uma possível queda dos juros, o que traria um alívio significativo para os consumidores e para a economia como um todo”, afirmou.

A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos estados e no Distrito Federal, com aproximadamente 18 mil consumidores.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Reconhecimento imediato de Lula à vitória de Trump reflete maturidade, avaliam diplomatas

Postura de Lula difere da adotada por Jair Bolsonaro, que aguardou 38 dias após a eleição de Joe Biden, em 2020, para enviar cumprimentos formais

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 07/09/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Diplomatas brasileiros de carreira consideram o reconhecimento imediato da vitória de Donald Trump como uma demonstração de acerto e maturidade por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em contraste a postura de Jair Bolsonaro (PL), que aguardou 38 dias após a eleição de Joe Biden em 2020 para enviar cumprimentos formais.

Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, três diplomatas de alto escalão do Itamaraty, que preferiram não ser identificados, destacam que o gesto de Lula é um sinal político e diplomático positivo.

Ainda de acordo com a reportagem, os diplomatas acreditam que as diferenças ideológicas entre Lula e Trump não representarão um obstáculo para a continuidade das relações entre Brasil e Estados Unidos, semelhante ao que se observa nas interações com a China, uma importante parceira comercial do Brasil.

Um dos embaixadores consultados afirmou que o presidente Lula “fez o que se espera de um chefe de Estado, de um governo democrático, também eleito pelo povo.”

Contudo, um dos diplomatas expressou que o apoio público de Lula à campanha da vice-presidente Kamala Harris teria sido “desnecessário” e “evitável”. Apesar disso, ele disse que não ver risco de que as relações bilaterais possam ser comprometidas. “Ficaria mais preocupado se o Elon Musk fosse ministro”, brincou em referência referindo-se à promessa de Trump de considerar o empresário dono da rede social X (antigo Twitter) em seu governo.

Entre os possíveis desdobramentos dessa nova relação, os diplomatas preveem impactos nas decisões do governo de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, além de influências no já complicado conflito entre Rússia e Ucrânia. Outra preocupação gira em torno da postura de Trump em relação à agenda ambiental, da qual o republicano tende a se distanciar, especialmente com a COP30 se aproximando e marcada para ocorrer no Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Fronteiras fechadas e deportação em massa: entenda o pacote anti-imigração de Trump

"Se a coisa piorar, vamos ter que fechar nossas fronteiras e impedir que esse pessoal continue a entrar", disse o presidente eleito dos EUA em comício

(Foto: Reuters)

InfoMoney - Donald Trump foi eleito novamente para a presidência dos Estados Unidos com uma promessa clara: endurecer a política de imigração. Em seu discurso de vitória na Flórida, Trump afirmou que “não vai descansar” até devolver aos americanos uma “era de ouro”, que, segundo ele, passa pelo fechamento das fronteiras e por uma ampla política de deportação em massa. “Se a coisa piorar, vamos ter que fechar nossas fronteiras e impedir que esse pessoal continue a entrar”, disse o novo presidente eleito dos EUA.

Apoiado pelo futuro vice-presidente JD Vance e por aliados no Partido Republicano, que retomaram o controle do Senado, Trump reafirmou seu compromisso com a agenda “América em primeiro lugar”, e defendeu que seu “mandato poderoso” lhe dá carta branca para adotar ações drásticas contra a imigração ilegal.

Entenda a seguir os principais pontos das propostas de Trump para a questão migratória.

◆ Uma nova fase de deportações em massa - O novo governo de Trump planeja mobilizar diversas agências para implementar a promessa de deportar milhões de imigrantes, incluindo o uso de militares e diplomatas para reforçar essa agenda. O vice JD Vance estima que a operação pode remover até 1 milhão de pessoas por ano, visando estabelecer um recorde de deportações. Segundo aliados de Trump, ele conta com a experiência de seu primeiro mandato para pressionar estados e cidades que resistem à cooperação com a política federal.

Para cumprir essa meta ambiciosa, o novo governo pretende aumentar a alocação de recursos, expandir centros de detenção e contratar mais juízes de imigração. Apesar de Trump e seus apoiadores defendam que essa política trará segurança aos americanos, críticos, como o Conselho Americano de Imigração, alertam para o custo social e econômico dessa abordagem, calculado em cerca de US$ 968 bilhões para deportar todos os imigrantes ilegais ao longo de uma década.

Leis antigas e táticas militares para garantir deportações - Trump planeja usar a “Lei dos Inimigos Estrangeiros”, um estatuto de 1798 que permite ações rígidas contra estrangeiros em situações de guerra, para facilitar as deportações de supostos membros de gangues. Essa legislação foi aplicada pela última vez na Segunda Guerra Mundial para justificar o internamento de pessoas de ascendência japonesa, alemã e italiana. O uso dessa lei pode provocar batalhas judiciais, com grupos de direitos civis como a União Americana das Liberdades Civis (ACLU) já se preparando para contestar a constitucionalidade da medida.

Stephen Miller, arquiteto da política de imigração do primeiro mandato de Trump, sugeriu que tropas da Guarda Nacional podem ser enviadas para apoiar as deportações em estados que se recusarem a cooperar, elevando a tensão entre estados e o governo federal.

◆ Alavancas diplomáticas e ‘drible’ em autoridades - Desta vez, Trump também está determinado a superar obstáculos no Departamento de Estado, um ponto de resistência enfrentado em seu primeiro mandato. O ex-embaixador Christopher Landau expressou frustração com a falta de comprometimento dos diplomatas com as políticas de imigração de Trump, indicando que nomeações agressivas serão prioritárias para garantir a obediência da agência. O governo planeja utilizar o financiamento federal como pressão sobre estados e cidades “santuários” que rejeitam colaborar nas operações de deportação.

Para implementar a política, será fundamental garantir que países de origem aceitem de volta seus cidadãos deportados. Esse foi um desafio significativo para Trump no primeiro mandato, especialmente em relação ao México e a países da América Central. Agora, ele e seus aliados prometem adotar uma postura mais firme com esses governos.

◆ Efeitos no sistema judicial - Organizações como a ACLU estão prontas para se opor ao pacote anti-imigração de Trump, alertando que as políticas propostas podem levar à separação de famílias e à destruição de comunidades de imigrantes. “Precisamos estar coordenados e com mais recursos”, afirmou Lee Gelernt, advogado da ACLU que liderou batalhas legais contra o governo Trump no passado.

Os aliados de Trump reconhecem que a operação dependerá de um aumento substancial do orçamento. Tom Homan, ex-diretor do ICE e cotado para integrar o novo governo, afirma que a escala de deportações “depende do orçamento disponível”. A intenção de Trump em alocar mais recursos ao ICE e ampliar a atuação da unidade de Investigação de Segurança Interna (HSI) para priorizar a fiscalização da imigração pode redirecionar o foco dessa agência, que tem evitado se envolver diretamente em operações de deportação para manter a confiança das comunidades.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Senac completa 14 anos de prestação de educação profissional em Apucarana



Funcionando em uma moderna sede, na região do Lago Jaboti, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) completa 14 anos na prestação de educação profissional em Apucarana. Com capacidade de atender 1,2 mil alunos por dia, a regional da instituição, além de Apucarana, atende outros 14 municípios: Bom Sucesso, Borrazópolis, Califórnia, Cambira, Faxinal, Jandaia Do Sul, Kaloré, Mandaguari, Marilândia Do Sul, Marumbi, Mauá Da Serra, Novo Itacolomi, Ortigueira e Rio Bom.

No evento comemorativo a data, ontem (5) na sede da instituição, o prefeito Junior da Femac destacou a abrangência de atuação na formação profissional. “A unidade do Senac em Apucarana é a sexta melhor em negócios no Paraná, graças a sua qualificada equipe de profissionais da instituição e a parceria da prefeitura”, avalia Junior da Femac.

De acordo com o gerente-executivo do Senac Apucarana, Lucas Salvalaggio da Silva , “a parceria com a Prefeitura de Apucarana é fundamental para a solidez da unidade do Senac. Temos ações conjuntas como no Programa Portas Abertas, pelo qual o município nos contrata para a capacitação da mão de obra para o comércio. Somos muito gratos pela confiança em nosso trabalho”.

No Senac Apucarana em 2024, informa Salvalaggio, foram capacitados cerca 2,5 mil alunos cumprindo uma carga horária expressiva nas áreas de Gastronomia, Beleza, Saúde, Comércio, Gestão, Idiomas, Comunicação, Hospitalidade, Turismo, Tecnologia da informação, Artes e produção de alimentos. Hoje a unidade do Senac Apucarana, possui com 32 colaboradores.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Apucarana inicia nos próximos dias a instalação da decoração natalina


A Prefeitura de Apucarana definiu, por meio de licitação, a empresa que irá executar a instalação da decoração natalina. Conforme cronograma previsto no contrato com a Guimarães Materiais Elétricos Ltda, os trabalhos de montagem deverão iniciar na segunda-feira (11/11). As novidades deste ano serão o trem elétrico e uma árvore de Natal tecnológica, que completarão o cenário composto por túnel de luz, bola, caixa e
sino com passagem, bolas de Natal, taças comemorativas, letreiros, chafariz de LED e arcos luminosos nas ruas.

De acordo com o prefeito Junior da Femac, a montagem acontecerá no período de 11 a 29 de novembro. “Se tudo ocorrer dentro do esperado, poderemos até antecipar o início
dos trabalhos. O acionamento da iluminação está programado para ocorrer entre os dias 25 de novembro e 30 de novembro e os enfeites permanecem ativos até o dia 7 de janeiro, levando uma mensagem de paz, de amor e de alegria na simbologia da chegada do menino Jesus”, pontua Junior da Femac.

A decoração de Natal será instalada nas praças Rui Barbosa, Semiramis Braga (28 de Janeiro) e Interventor Manoel Ribas (Redondo). “Os enfeites estarão também na área central, abrangendo as ruas Oswaldo Cruz, João Cândido Ferreira, Ponta Grossa, Rio Branco, Osório Ribas de Paula e Avenida Curitiba. Vamos preparar uma experiência muito bonita, com cenários natalinos especiais, buscando encantar principalmente as nossas crianças”, reitera Junior da Femac.

A decoração será levada ainda para outros locais, como o Parque Jaboti. “Assim como ocorreu no ano passado, serão instaladas três vitórias régias grandes e outras 15 menores, todas iluminadas em meio ao lago e proporcionando um visual lindíssimo”, detalha Junior da Femac, acrescentando que no local também serão instalados arcos no formato de cometa, além de uma decoração especial na rotatória. “As festividades de final de ano são sempre um momento especial, abrangendo o aspecto cultural, religioso, o acolhimento de visitantes e o congraçamento entre as famílias”, frisa Junior da Femac.

O Espaço das Feiras contará com decoração especial, com chafariz e árvores com LED, além de bolas espanholas revestidas com mangueira LED e efeito de pisca. Os enfeites
também serão levados até as principais rotatórias, como as situadas próximas aos supermercados Canção e Muffato, Igreja Cristo Profeta, Vila Regina, Avenida Central do Paraná e Colégio São José. “Além de criar o ambiente natalino, a decoração acaba atraindo também pessoas de outras cidades, fomentando o comércio local”, ressalta o secretário municipal de Indústria, Comércio e Emprego, Edson Peres Estrope.

De acordo com o superintendente da pasta, Joaquim Rosina, uma das novidades neste ano será a retomada do tradicional trenzinho na Praça Rui Barbosa. “O trenzinho voltará mais moderno, feito em fibra de vidro, movido a bateria elétrica e com capacidade para 24 pessoas. O trenzinho não circulará pelas ruas, mas somente no perímetro da praça”, explica Rosina, que também deixa um ar de mistério em torno da árvore tecnológica de Natal. “Vai surpreender e encantar a todos”, garante Rosina.

Conforme dados da associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (ACIA), somente com as 150 empresas que aderiram à campanha de natal no comércio local em 2023, foram registradas vendas de aproximadamente R$10 milhões. A Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Emprego estima que, no total, o faturamento do comércio de Apucarana, no Natal de 2023, foi superior a R$30 milhões.

Para o secretário Edison Peres Estrope, os atrativos que começam a ser instalados em praças, ruas, avenidas e rotatórias na área central da cidade atraem mais consumidores
locais e de toda a região. “A cidade decorada e iluminada para o Natal, certamente agrega mais vendas no comércio e mais consumo no setor de serviços, tais como restaurantes, lanchonetes, pizzarias, cafeterias e outros”, avalia Estrope.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Em depoimento à PF, Ramagem diz 'não lembrar' de articulações golpistas para impedir posse de Lula

Deputado federal e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem depôs por quase duas horas no âmbito do inquérito que apura a suposta articulação golpista

Alexandre Ramagem (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), afirmou em seu depoimento à Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (5), não se lembrar de detalhes relacionados à suposta articulação golpista que teria ocorrido nos últimos dias do governo Jair Bolsonaro (PL) em 2022, destaca o jornal O Globo.

O depoimento de Ramagem se insere na fase final do inquérito que busca esclarecer a suposta trama golpista que envolveu ações de membros do então governo Bolsonaro para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a PF, o depoimento foi considerado pouco útil para as investigações. Ramagem, ex-delegado da PF e candidato a prefeito do Rio de Janeiro, sempre foi um dos principais aliados de Bolsonaro, tendo sido nomeado por ele para liderar a Polícia Federal.

Ramagem pode ser indiciado ao lado de Jair Bolsonaro e outros ministros de seu governo por sua suposta participação na trama. Além disso, ele enfrenta outra investigação sobre o uso da Abin para monitorar ilegalmente adversários políticos e críticos do governo. As informações de ambos os casos foram interligadas pela PF.

As investigações apontam, ainda, que diversos setores do governo anterior foram mobilizados para evitar a posse de Lula, envolvendo a Abin, a Polícia Rodoviária Federal, o Palácio do Planalto, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e as Forças Armadas.

Uma das evidências citadas inclui a discussão de um plano golpista em reuniões ocorridas nos Palácios do Planalto e da Alvorada, que culminaram em tentativas de invocar um ação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), bem como estados de defesa e sítio, ações que visavam obstruir a transmissão de cargo ao presidente Lula, eleito naquele ano.

De acordo com os relatos, Bolsonaro convocou os comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha para debater essas medidas, mas os líderes das forças se opuseram ao plano. Além disso, um grupo de inteligência sob a gestão de Bolsonaro teria monitorado o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, com o intuito de prendê-lo após a assinatura de um decreto que declararia um golpe de Estado. Informações sobre a vigilância ilegal foram fornecidas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Planalto vê Trump mais forte no retorno à Casa Branca e ameaça à democracia brasileira

Trump terá, desta vez, Legislativo e Judiciário a seu favor. Para conselheiros de Lula, Brasil deve focar no BRICS e Mercosul

Trump na convenção republicana 2024 (Foto: Andrew Kelly/REUTERS)

Aliados do presidente Lula (PT) avaliam que o novo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos terá mais força e deve pressionar a democracia brasileira, informa a jornalista Daniela Lima, do G1. Trump conseguiu vencer Kamala Harris no voto popular e deve construir maioria na Câmara e no Senado que, aliados a uma Suprema Corte conservadora, darão mais poder ao novo presidente.

"Ao contrário de 2016, ele agora teve também a maioria do voto popular. Deve fazer a maioria na Câmara, já tem a do Senado e, mesmo antes de sair, tinha moldado uma suprema corte conservadora", avalia um conselheiro de Lula. Nesse sentido, Trump pode ter mais força para implementar políticas mais extremas, como uma possível deportação em massa, além de revanches contra adversários políticos. "Algumas propostas precisam de maioria absoluta no congresso americano, mas sem dúvida ele terá mais espaço para manobra", explica o aliado do presidente brasileiro.

Diante desse cenário, o amplo poder trumpista nos Estados Unidos pode ter implicações diretas na política brasileira. Comissões na Câmara e no Senado americanos podem dar espaço para questionamentos à democracia brasileira, à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e à inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), aliado de Trump.

Com a radicalização da política externa dos Estados Unidos, com possíveis políticas protecionistas, a China deve ganhar importância estratégica para o Brasil, avaliam conselheiros de Lula. "Nesse cenário, BRICS e Mercosul precisam ser analisados como mercados estratégicos para o Brasil", defendem.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1