quarta-feira, 6 de novembro de 2024

União Europeia se prepara para guerra comercial após eleição de Trump

Autoridades da UE temem que o segundo mandato de Trump traga maiores dificuldades comerciais

(Foto: REUTERS/Yves Herman)

A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos levou líderes da União Europeia a colocarem em prática um plano emergencial para enfrentar possíveis sanções comerciais, informa o Politico. O triunfo de Trump em estados-chave encerrou as aspirações de Kamala Harris à presidência e trouxe à tona lembranças de sua política protecionista em 2018, quando impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, citando preocupações de segurança nacional.

Durante a campanha, Trump prometeu trazer empregos de volta aos EUA e aplicar tarifas abrangentes de até 20%, além de uma taxa de 60% sobre produtos da China. Diante da ameaça, a UE já se prepara para retaliar de forma rápida e contundente, visando levá-lo à mesa de negociações. No entanto, a resposta inicial dos líderes europeus foi de apelo à cooperação. “Vamos trabalhar juntos em uma parceria transatlântica que continue a entregar resultados para nossos cidadãos. Milhões de empregos e bilhões em comércio e investimento dos dois lados do Atlântico dependem do dinamismo e da estabilidade de nossa relação econômica,” declarou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em mensagem parabenizando Trump.

Privadamente, no entanto, autoridades da UE temem que o segundo mandato de Trump traga maiores dificuldades. A Europa está agora mais dependente do gás natural liquefeito dos EUA, enquanto a guerra da Rússia na Ucrânia continua e o presidente Joe Biden, defensor das alianças, deixa o cenário. “Devemos nos preparar para um tom mais agressivo e possíveis tentativas de coerção nas relações comerciais diplomáticas transatlânticas,” afirmou David Kleimann, especialista sênior em comércio do think tank ODI.

A preocupação ficou evidente na declaração do presidente francês Emmanuel Macron, que, em conversa com o chanceler alemão Olaf Scholz, enfatizou a importância de uma Europa mais unida e soberana. "Trabalharemos por uma Europa mais forte e soberana nesse novo contexto, cooperando com os Estados Unidos e defendendo nossos interesses e valores", afirmou Macron.

O embate com a Alemanha - A Alemanha, com suas grandes exportadoras de automóveis, foi destaque nas críticas comerciais de Trump, que se intensificaram após dados indicarem que o déficit comercial dos EUA com a UE está prestes a atingir um recorde. O impacto foi tão grande que a Federação das Indústrias Alemãs (BDI) divulgou, em um erro, uma nota atribuindo a presidência da federação ao próprio “Donald Trump”.

O retorno de Trump pode significar um novo golpe no sistema global de comércio baseado em regras e no papel da Organização Mundial do Comércio (OMC). Economistas comerciais preveem que uma guerra tarifária entre EUA e UE poderia trazer “perdas econômicas profundas”, com estimativas do Instituto Kiel para a Economia Mundial indicando uma possível queda de 0,5% no PIB da UE e uma redução de 3,2% na produção da Alemanha.

Reação e preparação da UE - Apesar dos riscos, autoridades da UE veem oportunidade de consolidar estratégias para reduzir a dependência externa e fortalecer setores-chave. “Esses resultados reforçam que, como UE, precisamos focar em nossos próprios interesses e ter clareza sobre nossos objetivos,” comentou um diplomata europeu. Ambos, Trump e Von der Leyen, têm posturas críticas em relação à China, o que pode levar a uma aliança comercial para conter as importações chinesas.

Dessa vez, a UE acredita estar mais preparada para lidar com as políticas de Trump. Nos últimos anos, o bloco europeu construiu um arsenal de defesa comercial para responder a tarifas injustificadas. Bernd Lange, veterano do Parlamento Europeu e presidente do comitê de comércio internacional, declarou: “Se o lado americano impuser tarifas injustas, estamos preparados para reagir e trazê-lo de volta à realidade”.

Fonte: Brasil 247 com site Politico

Nada muda com o retorno de Trump à Casa Branca, dizem ministros do STF

Magistrados reconhecem que haverá um aumento da pressão sobre a Corte, mas garantem independência e avaliam que Trump tem outras prioridades

Ex-presidente Donald Trump em evento de campanha em Freeland, Michigan, EUA (Foto: REUTERS/Brendan McDermid)

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmam que a eleição de Donald Trump não vai influenciar o trabalho da Corte, mesmo com o possível aumento das pressões sobre os processos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informa a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo. Segundo os magistrados ouvidos, o STF não se deixará influenciar por questões externas e que “não é possível baixar a guarda”.

Na avaliação dos ministros, Trump deve ter outras prioridades na agenda internacional em seu mandato, como os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. O ministro Alexandre de Moraes, principal alvo da extrema-direita, tem dito a interlocutores que nada muda com o retorno de Trump à Casa Branca. No entanto, eles reconhecem que a pressão deve aumentar.

Os magistrados acreditam que essa pressão recairá principalmente sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em especial na área econômica, campo em que os países precisam dialogar. A tentativa de Trump de interferir nas decisões do STF é vista mais como um desejo dos bolsonaristas do que uma realidade. Os ministros também avaliam que possíveis sanções, como o cancelamento de vistos que permite a entrada nos EUA, não devem avançar.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Plano de corte de gastos provoca divisão interna no governo e debates acalorados

Divergências expõem rachaduras na equipe de Lula enquanto PT teme impacto eleitoral de ajuste fiscal em áreas sociais

Marinho, Haddad (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

As reuniões realizadas nos últimos dias no Palácio do Planalto, com o objetivo de definir o pacote de corte de gastos do governo, foram marcadas por momentos de tensão entre ministros de áreas-chave. Em um dos encontros, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), teriam discutido de maneira mais acalorada na presença do presidente Lula (PT), segundo a Coluna do Estadão. Marinho teria se mostrado descontente com a falta de diálogo em relação às mudanças nos programas de abono salarial e seguro-desemprego.

O embate reflete não só divergências entre as pastas, mas também um receio crescente entre petistas sobre o impacto dessas medidas nas eleições de 2026. Setores do PT temem que a redução de despesas em áreas como saúde, educação e previdência possa comprometer a identidade social do governo Lula. Nos bastidores, a insatisfação com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), também se intensifica. Ex-governador da Bahia e responsável pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Costa vem sendo criticado por sua postura direta e supostamente pelo pouco diálogo com colegas de Esplanada, como Haddad e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Na mesma reunião, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), também expressou preocupações quanto a mudanças no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). A postura de Camilo reflete as tensões dentro do partido, que se vê dividido entre uma política fiscal mais rígida, encabeçada por Haddad, e uma ala que defende maior investimento estatal, representada pela ministra da Gestão, Esther Dweck.

Em São Paulo, em um debate organizado pela Fundação Perseu Abramo, o professor de História Contemporânea da USP, Lincoln Secco, vocalizou as inquietações da ala mais à esquerda do PT. “Com todo nosso respeito a Haddad, mas quero um governo com mais Esther Dweck e menos Haddad,” afirmou Secco. Ele criticou a falta de mobilização do governo em políticas de neoindustrialização e defendeu uma maior pressão dos grupos de esquerda sobre o próprio governo.

Outras figuras de relevância no partido, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também alertaram para a necessidade de uma abordagem cuidadosa ao modernizar o discurso da legenda. Em discurso virtual, Hoffmann trouxe uma metáfora sobre cautela: “minha avó sempre dizia: ‘Temos de ter muito cuidado para não jogar a água da bacia com a criança dentro’”. A presidente do PT já havia se manifestado anteriormente contra propostas de desvinculação do salário mínimo dos benefícios previdenciários, defendendo que o governo revisite o arcabouço fiscal antes de considerar cortes que impactem os mais vulneráveis.

Em meio a um cenário de incerteza econômica e de avanço da direita tanto no Brasil quanto em outros países, a recente vitória de Donald Trump nas eleições americanas adiciona uma camada de preocupação ao Planalto. No Brasil, o receio é de que o fortalecimento de políticas conservadoras no exterior estimule a oposição interna e dificulte as manobras do governo para flexibilizar o orçamento sem desagradar a base aliada.

No entanto, a equipe econômica enfrenta pressão do mercado para reduzir despesas e consolidar o arcabouço fiscal aprovado há pouco mais de um ano. A dúvida que paira entre os quadros do PT é sobre como o governo lidará com esse "bode na sala" — se o partido aceitará ou não o ajuste fiscal como inevitável, ainda que ele traga consigo um desgaste eleitoral iminente.

Fonte: Brasil 247 com informações da Coluna do Estadão

Brasil atravessa expansão econômica impulsionada pelo saldo comercial e reformas, diz Mansueto Almeida, do BTG Pactual

Brasil tem saldo comercial recorde e pode fechar 2024 com superávit de US$ 75 bilhões, destaca o economista-chefe do BTG Pactual

Mansueto fala durante entrevista à Reuters em Brasília (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O Brasil atravessa uma fase de expansão econômica impulsionada pelo recorde no saldo comercial e por reformas estruturais que fomentaram a atração de investimentos privados. Em evento promovido pela empresa de pagamentos Adyen em São Paulo, o economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, destacou a relevância desse novo cenário, que reflete uma conjuntura mais favorável ao crescimento sustentável. Segundo ele, o país está no "melhor momento de saldo comercial" em décadas e deve encerrar 2024 com um superávit de aproximadamente US$ 75 bilhões. As informações foram inicialmente divulgadas pelo Broadcast.

Mansueto ressaltou que o desempenho da balança comercial tem sido um pilar essencial para a recuperação e estabilização econômica, mesmo após os desafios impostos pela pandemia e as flutuações no preço das commodities. "Antes da pandemia de 2020, o saldo da balança comercial no nosso melhor ano tinha sido de US$ 57 bilhões", recordou. Em 2022, o superávit atingiu um pico histórico de US$ 98,8 bilhões. Para este ano, embora os preços de commodities tenham recuado, a expectativa é de que o saldo positivo se mantenha robusto, com projeções de US$ 75 bilhões.

O economista destacou ainda o impacto positivo das reformas que permitiram a expansão dos investimentos em setores fundamentais, como infraestrutura e saneamento básico. Ele elogiou a continuidade dos leilões de concessão pelo governo Lula (PT), que reforçam a presença do setor privado no desenvolvimento do país e reduzem a dependência do orçamento público para investimentos estruturais.

A manutenção de um saldo comercial elevado e o avanço das concessões no setor privado, segundo Mansueto, indicam uma perspectiva de estabilidade econômica a longo prazo. Ele acredita que o cenário atual afasta o risco de uma nova crise como a de 2015 e 2016, que foi, segundo ele, resultado de "erros sucessivos de política econômica". As reformas implementadas desde então, tanto no campo macroeconômico quanto no microeconômico, foram, para ele, essenciais para corrigir a rota e garantir uma maior segurança no ambiente econômico.

Fonte: Brasil 247 com Broadcast

Trump se tornará o presidente mais velho da história dos EUA em novo mandato

Aos 78 anos e sete meses, ele ultrapassará o recorde anterior de Joe Biden

(Foto: AP Photo)

Donald Trump, que acaba de vencer as eleições presidenciais nos Estados Unidos, entrará para a história ao tomar posse em 20 de janeiro de 2025 como o presidente mais velho a assumir o cargo. Aos 78 anos e sete meses, ele ultrapassará o recorde anterior de Joe Biden, que assumiu o posto aos 78 anos e dois meses em 2021, informa a CNN.

Ao final de seu mandato, em janeiro de 2029, Trump terá 83 anos, mantendo-se como o presidente mais velho da história dos Estados Unidos, superando novamente Biden, que encerrará seu ciclo aos 82 anos. Este novo marco, além de abrir discussões sobre idade e saúde dos líderes, coloca o país em um momento histórico de governança com mandatários mais experientes, refletindo uma mudança de perspectiva do eleitorado americano.

Trump foi eleito ao derrotar a vice-presidente Kamala Harris, candidata do Partido Democrata, após conquistar vitórias fundamentais nos chamados estados-pêndulo, que determinaram o desfecho apertado da disputa no Colégio Eleitoral. Com os delegados suficientes, o republicano, agora com um legado consolidado, deve enfrentar desafios novos e conhecidos ao reassumir o Salão Oval.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN 

STF torna bolsonarista Gustavo Gayer réu em processo de violência política e por crime contra o Estado Democrático de Direito

Decisão foi tomada de forma unânime pela primeira turma do STF
Gustavo Gayer (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, acolher uma queixa-crime contra o deputado federal bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO), transformando-o em réu em um processo que investiga supostos crimes contra o Estado Democrático de Direito e violência política. A ação, movida pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), também menciona práticas de difamação, calúnia e injúria atribuídas ao parlamentar.

Segundo a coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles, os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que compõem a primeira turma do STF, tomaram a decisão em um contexto em que Vanderlan argumenta que Gayer tem usado sua posição como ““como biombo protetivo, supostamente valendo-se da imunidade parlamentar que acredita lhe proteger” de maneira a evitar consequências de suas declarações.

O senador solicita, ainda, a suspensão do exercício da função pública de Gayer, ressaltando que suas publicações nas redes sociais denotam uma postura de deslegitimação da democracia.

Entre os diversos conteúdos apresentados por Vanderlan, Gayer critica abertamente o funcionamento do Brasil como uma democracia, expressando descontentamento com o que considera uma perseguição do STF a senadores de oposição. Em um vídeo, ele desqualifica o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chamando-o de “frouxo” por não se opor ao que considera como excessos do Supremo.

“Em Goiás, Vanderlan Cardoso e Kajuru, dois vagabundos que viraram as costas pro povo em troca de comissão. (…) É um absurdo o que está acontecendo. Quando você tem a interferência do jurídico [Judiciário] na escolha da presidência do Senado”, disparou Gayer em uma de suas falas.

A situação do deputado se agravou no dia 25 de outubro, quando ele e seus assessores foram alvo da Operação Discalculia, deflagrada pela (PF) com o objetivo de desmantelar uma suposta organização criminosa envolvida no desvio de cotas parlamentares e na falsificação de documentos para criar Organizações de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).

Gayer negou qualquer irregularidade e atribuiu a responsabilidade pela busca e apreensão ao ministro do STF Alexandre de Moraes, além de qualificar a PF como “jagunço de ditador”, em referência ao cumprimento do mandado judicial expedido contra ele.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Taxa de juros elevada segura consumidores em inadimplência, diz CNC

Pagamento de 29,3% de dívidas tinha atraso de mais de 1 mês em outubro

Cédulas de real (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Agência Brasil - A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou que a taxa de juros elevada no país está encarecendo as dívidas e segurando as famílias em situação de inadimplência.

O levantamento mostra que, em outubro, 29,3% dos consumidores estavam com dívidas em atraso de 30 dias ou mais, ante 29,0% em setembro. Em outubro de 2023 eram 29,7% os consumidores com dívidas em atraso de mais de um mês.

Já o percentual de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias atingiu 50,4% do total de endividados em outubro deste ano, o maior desde fevereiro de 2018, mostrando que os atrasos estão permanecendo por mais tempo. “Isso porque o aumento das taxas de juros leva a um encarecimento das dívidas”, diz a pesquisa.

Segundo o levantamento, a alta de juros está fazendo com que as famílias precisem de prazos mais longos para quitá-las. “O percentual de comprometimento da renda mais desafiador ajuda a explicar o aumento do percentual de famílias que não terão condições de pagar as contas atrasadas, mostrando que os prazos mais longos das dívidas e o menor endividamento não estão sendo suficientes para compensar a alta do nível de juros”, diz a pesquisa.

Baixa renda

Conforme o levantamento, a inadimplência entre as famílias de menor renda (até três salários mínimos) alcançou 37,7% em outubro, “refletindo o impacto dos juros elevados e das condições de crédito mais restritivas sobre o orçamento dos mais vulneráveis”. Esse aumento ocorreu apesar da redução geral do endividamento, que recuou para 76,9%, nível semelhante ao registrado em outubro do ano passado, indicando mais cautela das famílias com o uso de crédito.

“A dependência de crédito em um cenário de juros elevados torna a quitação de dívidas um desafio ainda maior para as famílias mais pobres”, disse o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. “Acreditamos que, com medidas voltadas para a redução de gastos públicos, é possível abrir espaço para uma possível queda dos juros, o que traria um alívio significativo para os consumidores e para a economia como um todo”, afirmou.

A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos estados e no Distrito Federal, com aproximadamente 18 mil consumidores.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Reconhecimento imediato de Lula à vitória de Trump reflete maturidade, avaliam diplomatas

Postura de Lula difere da adotada por Jair Bolsonaro, que aguardou 38 dias após a eleição de Joe Biden, em 2020, para enviar cumprimentos formais

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 07/09/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Diplomatas brasileiros de carreira consideram o reconhecimento imediato da vitória de Donald Trump como uma demonstração de acerto e maturidade por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em contraste a postura de Jair Bolsonaro (PL), que aguardou 38 dias após a eleição de Joe Biden em 2020 para enviar cumprimentos formais.

Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, três diplomatas de alto escalão do Itamaraty, que preferiram não ser identificados, destacam que o gesto de Lula é um sinal político e diplomático positivo.

Ainda de acordo com a reportagem, os diplomatas acreditam que as diferenças ideológicas entre Lula e Trump não representarão um obstáculo para a continuidade das relações entre Brasil e Estados Unidos, semelhante ao que se observa nas interações com a China, uma importante parceira comercial do Brasil.

Um dos embaixadores consultados afirmou que o presidente Lula “fez o que se espera de um chefe de Estado, de um governo democrático, também eleito pelo povo.”

Contudo, um dos diplomatas expressou que o apoio público de Lula à campanha da vice-presidente Kamala Harris teria sido “desnecessário” e “evitável”. Apesar disso, ele disse que não ver risco de que as relações bilaterais possam ser comprometidas. “Ficaria mais preocupado se o Elon Musk fosse ministro”, brincou em referência referindo-se à promessa de Trump de considerar o empresário dono da rede social X (antigo Twitter) em seu governo.

Entre os possíveis desdobramentos dessa nova relação, os diplomatas preveem impactos nas decisões do governo de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, além de influências no já complicado conflito entre Rússia e Ucrânia. Outra preocupação gira em torno da postura de Trump em relação à agenda ambiental, da qual o republicano tende a se distanciar, especialmente com a COP30 se aproximando e marcada para ocorrer no Brasil.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Fronteiras fechadas e deportação em massa: entenda o pacote anti-imigração de Trump

"Se a coisa piorar, vamos ter que fechar nossas fronteiras e impedir que esse pessoal continue a entrar", disse o presidente eleito dos EUA em comício

(Foto: Reuters)

InfoMoney - Donald Trump foi eleito novamente para a presidência dos Estados Unidos com uma promessa clara: endurecer a política de imigração. Em seu discurso de vitória na Flórida, Trump afirmou que “não vai descansar” até devolver aos americanos uma “era de ouro”, que, segundo ele, passa pelo fechamento das fronteiras e por uma ampla política de deportação em massa. “Se a coisa piorar, vamos ter que fechar nossas fronteiras e impedir que esse pessoal continue a entrar”, disse o novo presidente eleito dos EUA.

Apoiado pelo futuro vice-presidente JD Vance e por aliados no Partido Republicano, que retomaram o controle do Senado, Trump reafirmou seu compromisso com a agenda “América em primeiro lugar”, e defendeu que seu “mandato poderoso” lhe dá carta branca para adotar ações drásticas contra a imigração ilegal.

Entenda a seguir os principais pontos das propostas de Trump para a questão migratória.

◆ Uma nova fase de deportações em massa - O novo governo de Trump planeja mobilizar diversas agências para implementar a promessa de deportar milhões de imigrantes, incluindo o uso de militares e diplomatas para reforçar essa agenda. O vice JD Vance estima que a operação pode remover até 1 milhão de pessoas por ano, visando estabelecer um recorde de deportações. Segundo aliados de Trump, ele conta com a experiência de seu primeiro mandato para pressionar estados e cidades que resistem à cooperação com a política federal.

Para cumprir essa meta ambiciosa, o novo governo pretende aumentar a alocação de recursos, expandir centros de detenção e contratar mais juízes de imigração. Apesar de Trump e seus apoiadores defendam que essa política trará segurança aos americanos, críticos, como o Conselho Americano de Imigração, alertam para o custo social e econômico dessa abordagem, calculado em cerca de US$ 968 bilhões para deportar todos os imigrantes ilegais ao longo de uma década.

Leis antigas e táticas militares para garantir deportações - Trump planeja usar a “Lei dos Inimigos Estrangeiros”, um estatuto de 1798 que permite ações rígidas contra estrangeiros em situações de guerra, para facilitar as deportações de supostos membros de gangues. Essa legislação foi aplicada pela última vez na Segunda Guerra Mundial para justificar o internamento de pessoas de ascendência japonesa, alemã e italiana. O uso dessa lei pode provocar batalhas judiciais, com grupos de direitos civis como a União Americana das Liberdades Civis (ACLU) já se preparando para contestar a constitucionalidade da medida.

Stephen Miller, arquiteto da política de imigração do primeiro mandato de Trump, sugeriu que tropas da Guarda Nacional podem ser enviadas para apoiar as deportações em estados que se recusarem a cooperar, elevando a tensão entre estados e o governo federal.

◆ Alavancas diplomáticas e ‘drible’ em autoridades - Desta vez, Trump também está determinado a superar obstáculos no Departamento de Estado, um ponto de resistência enfrentado em seu primeiro mandato. O ex-embaixador Christopher Landau expressou frustração com a falta de comprometimento dos diplomatas com as políticas de imigração de Trump, indicando que nomeações agressivas serão prioritárias para garantir a obediência da agência. O governo planeja utilizar o financiamento federal como pressão sobre estados e cidades “santuários” que rejeitam colaborar nas operações de deportação.

Para implementar a política, será fundamental garantir que países de origem aceitem de volta seus cidadãos deportados. Esse foi um desafio significativo para Trump no primeiro mandato, especialmente em relação ao México e a países da América Central. Agora, ele e seus aliados prometem adotar uma postura mais firme com esses governos.

◆ Efeitos no sistema judicial - Organizações como a ACLU estão prontas para se opor ao pacote anti-imigração de Trump, alertando que as políticas propostas podem levar à separação de famílias e à destruição de comunidades de imigrantes. “Precisamos estar coordenados e com mais recursos”, afirmou Lee Gelernt, advogado da ACLU que liderou batalhas legais contra o governo Trump no passado.

Os aliados de Trump reconhecem que a operação dependerá de um aumento substancial do orçamento. Tom Homan, ex-diretor do ICE e cotado para integrar o novo governo, afirma que a escala de deportações “depende do orçamento disponível”. A intenção de Trump em alocar mais recursos ao ICE e ampliar a atuação da unidade de Investigação de Segurança Interna (HSI) para priorizar a fiscalização da imigração pode redirecionar o foco dessa agência, que tem evitado se envolver diretamente em operações de deportação para manter a confiança das comunidades.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Senac completa 14 anos de prestação de educação profissional em Apucarana



Funcionando em uma moderna sede, na região do Lago Jaboti, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) completa 14 anos na prestação de educação profissional em Apucarana. Com capacidade de atender 1,2 mil alunos por dia, a regional da instituição, além de Apucarana, atende outros 14 municípios: Bom Sucesso, Borrazópolis, Califórnia, Cambira, Faxinal, Jandaia Do Sul, Kaloré, Mandaguari, Marilândia Do Sul, Marumbi, Mauá Da Serra, Novo Itacolomi, Ortigueira e Rio Bom.

No evento comemorativo a data, ontem (5) na sede da instituição, o prefeito Junior da Femac destacou a abrangência de atuação na formação profissional. “A unidade do Senac em Apucarana é a sexta melhor em negócios no Paraná, graças a sua qualificada equipe de profissionais da instituição e a parceria da prefeitura”, avalia Junior da Femac.

De acordo com o gerente-executivo do Senac Apucarana, Lucas Salvalaggio da Silva , “a parceria com a Prefeitura de Apucarana é fundamental para a solidez da unidade do Senac. Temos ações conjuntas como no Programa Portas Abertas, pelo qual o município nos contrata para a capacitação da mão de obra para o comércio. Somos muito gratos pela confiança em nosso trabalho”.

No Senac Apucarana em 2024, informa Salvalaggio, foram capacitados cerca 2,5 mil alunos cumprindo uma carga horária expressiva nas áreas de Gastronomia, Beleza, Saúde, Comércio, Gestão, Idiomas, Comunicação, Hospitalidade, Turismo, Tecnologia da informação, Artes e produção de alimentos. Hoje a unidade do Senac Apucarana, possui com 32 colaboradores.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Apucarana inicia nos próximos dias a instalação da decoração natalina


A Prefeitura de Apucarana definiu, por meio de licitação, a empresa que irá executar a instalação da decoração natalina. Conforme cronograma previsto no contrato com a Guimarães Materiais Elétricos Ltda, os trabalhos de montagem deverão iniciar na segunda-feira (11/11). As novidades deste ano serão o trem elétrico e uma árvore de Natal tecnológica, que completarão o cenário composto por túnel de luz, bola, caixa e
sino com passagem, bolas de Natal, taças comemorativas, letreiros, chafariz de LED e arcos luminosos nas ruas.

De acordo com o prefeito Junior da Femac, a montagem acontecerá no período de 11 a 29 de novembro. “Se tudo ocorrer dentro do esperado, poderemos até antecipar o início
dos trabalhos. O acionamento da iluminação está programado para ocorrer entre os dias 25 de novembro e 30 de novembro e os enfeites permanecem ativos até o dia 7 de janeiro, levando uma mensagem de paz, de amor e de alegria na simbologia da chegada do menino Jesus”, pontua Junior da Femac.

A decoração de Natal será instalada nas praças Rui Barbosa, Semiramis Braga (28 de Janeiro) e Interventor Manoel Ribas (Redondo). “Os enfeites estarão também na área central, abrangendo as ruas Oswaldo Cruz, João Cândido Ferreira, Ponta Grossa, Rio Branco, Osório Ribas de Paula e Avenida Curitiba. Vamos preparar uma experiência muito bonita, com cenários natalinos especiais, buscando encantar principalmente as nossas crianças”, reitera Junior da Femac.

A decoração será levada ainda para outros locais, como o Parque Jaboti. “Assim como ocorreu no ano passado, serão instaladas três vitórias régias grandes e outras 15 menores, todas iluminadas em meio ao lago e proporcionando um visual lindíssimo”, detalha Junior da Femac, acrescentando que no local também serão instalados arcos no formato de cometa, além de uma decoração especial na rotatória. “As festividades de final de ano são sempre um momento especial, abrangendo o aspecto cultural, religioso, o acolhimento de visitantes e o congraçamento entre as famílias”, frisa Junior da Femac.

O Espaço das Feiras contará com decoração especial, com chafariz e árvores com LED, além de bolas espanholas revestidas com mangueira LED e efeito de pisca. Os enfeites
também serão levados até as principais rotatórias, como as situadas próximas aos supermercados Canção e Muffato, Igreja Cristo Profeta, Vila Regina, Avenida Central do Paraná e Colégio São José. “Além de criar o ambiente natalino, a decoração acaba atraindo também pessoas de outras cidades, fomentando o comércio local”, ressalta o secretário municipal de Indústria, Comércio e Emprego, Edson Peres Estrope.

De acordo com o superintendente da pasta, Joaquim Rosina, uma das novidades neste ano será a retomada do tradicional trenzinho na Praça Rui Barbosa. “O trenzinho voltará mais moderno, feito em fibra de vidro, movido a bateria elétrica e com capacidade para 24 pessoas. O trenzinho não circulará pelas ruas, mas somente no perímetro da praça”, explica Rosina, que também deixa um ar de mistério em torno da árvore tecnológica de Natal. “Vai surpreender e encantar a todos”, garante Rosina.

Conforme dados da associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (ACIA), somente com as 150 empresas que aderiram à campanha de natal no comércio local em 2023, foram registradas vendas de aproximadamente R$10 milhões. A Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Emprego estima que, no total, o faturamento do comércio de Apucarana, no Natal de 2023, foi superior a R$30 milhões.

Para o secretário Edison Peres Estrope, os atrativos que começam a ser instalados em praças, ruas, avenidas e rotatórias na área central da cidade atraem mais consumidores
locais e de toda a região. “A cidade decorada e iluminada para o Natal, certamente agrega mais vendas no comércio e mais consumo no setor de serviços, tais como restaurantes, lanchonetes, pizzarias, cafeterias e outros”, avalia Estrope.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Em depoimento à PF, Ramagem diz 'não lembrar' de articulações golpistas para impedir posse de Lula

Deputado federal e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem depôs por quase duas horas no âmbito do inquérito que apura a suposta articulação golpista

Alexandre Ramagem (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), afirmou em seu depoimento à Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (5), não se lembrar de detalhes relacionados à suposta articulação golpista que teria ocorrido nos últimos dias do governo Jair Bolsonaro (PL) em 2022, destaca o jornal O Globo.

O depoimento de Ramagem se insere na fase final do inquérito que busca esclarecer a suposta trama golpista que envolveu ações de membros do então governo Bolsonaro para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a PF, o depoimento foi considerado pouco útil para as investigações. Ramagem, ex-delegado da PF e candidato a prefeito do Rio de Janeiro, sempre foi um dos principais aliados de Bolsonaro, tendo sido nomeado por ele para liderar a Polícia Federal.

Ramagem pode ser indiciado ao lado de Jair Bolsonaro e outros ministros de seu governo por sua suposta participação na trama. Além disso, ele enfrenta outra investigação sobre o uso da Abin para monitorar ilegalmente adversários políticos e críticos do governo. As informações de ambos os casos foram interligadas pela PF.

As investigações apontam, ainda, que diversos setores do governo anterior foram mobilizados para evitar a posse de Lula, envolvendo a Abin, a Polícia Rodoviária Federal, o Palácio do Planalto, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e as Forças Armadas.

Uma das evidências citadas inclui a discussão de um plano golpista em reuniões ocorridas nos Palácios do Planalto e da Alvorada, que culminaram em tentativas de invocar um ação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), bem como estados de defesa e sítio, ações que visavam obstruir a transmissão de cargo ao presidente Lula, eleito naquele ano.

De acordo com os relatos, Bolsonaro convocou os comandantes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha para debater essas medidas, mas os líderes das forças se opuseram ao plano. Além disso, um grupo de inteligência sob a gestão de Bolsonaro teria monitorado o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, com o intuito de prendê-lo após a assinatura de um decreto que declararia um golpe de Estado. Informações sobre a vigilância ilegal foram fornecidas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Planalto vê Trump mais forte no retorno à Casa Branca e ameaça à democracia brasileira

Trump terá, desta vez, Legislativo e Judiciário a seu favor. Para conselheiros de Lula, Brasil deve focar no BRICS e Mercosul

Trump na convenção republicana 2024 (Foto: Andrew Kelly/REUTERS)

Aliados do presidente Lula (PT) avaliam que o novo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos terá mais força e deve pressionar a democracia brasileira, informa a jornalista Daniela Lima, do G1. Trump conseguiu vencer Kamala Harris no voto popular e deve construir maioria na Câmara e no Senado que, aliados a uma Suprema Corte conservadora, darão mais poder ao novo presidente.

"Ao contrário de 2016, ele agora teve também a maioria do voto popular. Deve fazer a maioria na Câmara, já tem a do Senado e, mesmo antes de sair, tinha moldado uma suprema corte conservadora", avalia um conselheiro de Lula. Nesse sentido, Trump pode ter mais força para implementar políticas mais extremas, como uma possível deportação em massa, além de revanches contra adversários políticos. "Algumas propostas precisam de maioria absoluta no congresso americano, mas sem dúvida ele terá mais espaço para manobra", explica o aliado do presidente brasileiro.

Diante desse cenário, o amplo poder trumpista nos Estados Unidos pode ter implicações diretas na política brasileira. Comissões na Câmara e no Senado americanos podem dar espaço para questionamentos à democracia brasileira, à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e à inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), aliado de Trump.

Com a radicalização da política externa dos Estados Unidos, com possíveis políticas protecionistas, a China deve ganhar importância estratégica para o Brasil, avaliam conselheiros de Lula. "Nesse cenário, BRICS e Mercosul precisam ser analisados como mercados estratégicos para o Brasil", defendem.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Com Trump no horizonte, ministros avaliam que governo deve "fazer o dever de casa" e acionar o "modo pragmatismo"

Mudança no cenário político internacional também intensifica a necessidade de aprovar um robusto pacote de cortes de gastos no país

Lula e Fernando Haddad (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos já está gerando reflexões dentro do governo brasileiro. Em meio a um cenário de acusações de crimes e impeachment enfrentados por ele, ministros ouvidos pela coluna a jornalista Renata Agostini, de O Globo, afirmam que sua volta à Casa Branca pressiona a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a se comprometer com um ajuste nas contas públicas e a realizar seu “dever de casa”.

Um auxiliar do presidente avalia que a ascensão de Trump exige que o governo brasileiro esteja “na ponta dos cascos”, ou seja, pronto para lidar com uma administração americana que pode não ver o Brasil como um aliado. Essa mudança no cenário político também intensifica a necessidade de aprovar um robusto pacote de cortes de gastos no país.

Ainda conforme um outro integrante do governo ouvido pela reportagem, a eleição de Trump é um problema interno dos Estados Unidos, e o Brasil deve focar em “comer em real”, o que significa que resolver as questões internas é essencial para o futuro próximo. A análise feita por ministros nesta quarta-feira (6) sugere que, do ponto de vista econômico, será necessário lidar com as instabilidades da economia global, reforçando a necessidade de um foco nas contas internas.

Outro auxiliar presidencial compartilha essa visão, enfatizando a necessidade de o governo se conectar mais com pautas populares, em vez de se restringir a um pequeno grupo de influenciadores. Nesta linha, o objetivo não é ignorar pautas minoritárias, mas priorizar aquelas que promovem a união do país, como empreendedorismo, emprego, renda, crédito e oportunidades no ensino superior.

A conquista de Trump também serve como um alerta sobre os riscos que uma comunicação inadequada pode trazer para um mandatário. Um auxiliar de Lula observa que o atual presidente dos EUA, Joe Biden, cometeu diversos erros de comunicação e “perdeu a narrativa”, mesmo apresentando uma economia em crescimento e com baixa taxa de desemprego.

Em relação ao apoio de Lula à eleição de Kamala Harris, um ministro ressaltou que essa escolha não deve ser encarada como um erro, pois “não havia espaço para neutralidade” nem possibilidade de apoio a Trump. A prioridade agora deve ser acionar o “modo pragmatismo” e buscar convergências.

Por fim, outro ministro menciona que o gesto de Lula em relação a Kamala não deve interditar as relações com os Estados Unidos. Historicamente, a América Latina sempre foi de pouco interesse para os americanos, e ele alerta que um possível gesto de Trump em direção à Argentina, sob a liderança de Javier Milei, pode ter impactos positivos para o Mercosul.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Dólar hoje salta quase 2%, a R$ 5,86, impulsionado pela vitória de Trump nos EUA

Moeda americana se fortaleceu em relação a outras grandes moedas globais nesta quarta-feira

Notas de dólar (Foto: Reuters/Sukree Sukplang)

Por Felipe Moreira, InfoMoney - O dólar comercial operava com forte alta em relação ao real nas primeiras negociações desta quarta-feira (6), com investidores repercutindo a vitória do republicano Donald Trump na corrida pela Casa Branca.

Trump reconquistou a Casa Branca nesta quarta-feira ao garantir mais do que os 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para ganhar a Presidência, segundo projeção da Edison Research, após uma campanha de retórica sombria que aprofundou a polarização no país.

Qual a cotação do dólar hoje? - Às 9h22, o dólar à vista operava com alta de 1,66%, cotado a R$ 5,841 na compra e R$ 5,842 na venda. Na máxima, chegou a bater R$ 5,862. Na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,86%, a 5.873 pontos.

Na terça-feira, o dólar à vista fechou o dia em baixa de 0,62%, cotado a 5,7472 reais.

O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 14.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.

Dólar comercial:
• Compra: R$ 5,841
• Venda: R$ 5,842

Dólar turismo
• Compra: R$ 5,853
• Venda: R$ 6,033

O que aconteceu com o dólar hoje? - A divisa americana também se fortaleceu em relação a outras grandes moedas globais nesta quarta-feira, quando o ex-presidente Donald Trump reconquistou a Casa Branca, tornando-se apenas o segundo presidente na história a retornar para ganhar dois mandatos não consecutivos na Casa Branca.

As propostas de Trump para aumentar tarifas contra os principais parceiros comerciais dos EUA resultariam, em tese, em um dólar mais forte.

Por aqui, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira que todos os ministros do governo estão “muito conscientes” da tarefa de reforçar o arcabouço fiscal, acrescentando que a rodada de reuniões pedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se discutir medidas fiscais foi concluída.

Falando a jornalistas, Haddad apontou que o próximo passo do presidente provavelmente será pedir uma conversa com os presidentes das duas Casas do Congresso para que se discuta o envio das medidas fiscais para análise dos parlamentares.

Ainda na seara nacional, os destaques ficam por conta da decisão de política monetária do Banco Central e balanços corporativos.

(Com Reuters)

Tarcísio busca apoio em Brasília após TRE-SP levantar possível inelegibilidade

Governador de São Paulo recorre a nomes do Judiciário para discutir cenário após afirmações do presidente do TRE-SP

Tarcísio de Freitas (Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, procurou apoio em Brasília após o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), desembargador Silmar Fernandes, sugerir que ele pode enfrentar inelegibilidade. Segundo o Metrópoles, Tarcísio realizou ligações a figuras importantes do Judiciário para discutir a situação, buscando opiniões sobre o possível desdobramento do caso.

A ação movida pelo PSol visa contestar a declaração feita por Tarcísio logo após a vitória de Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, que derrotou Guilherme Boulos, candidato do PSol. Em meio a esse contexto, o governador demonstrou "alguma preocupação", mas frisou que não acredita que o processo culminará em sua inelegibilidade, conforme destacou ao consultar suas fontes em Brasília.

A movimentação de Tarcísio ocorre em um cenário onde ele possui ampla rede de contatos, tanto no Supremo Tribunal Federal (STF) quanto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com planos para concorrer à reeleição em 2026, o governador é visto por aliados como improvável de ser penalizado pela Justiça Eleitoral. Fontes políticas ligadas ao governo afirmam que ele está "bem relacionado" e contam com um cenário de estabilidade para a candidatura futura.

Nos bastidores, muitos analistas e figuras políticas avaliam que as chances de uma sanção severa são baixas, ainda que a ação siga tramitando. "A aposta é que o governador não sofrerá punição grave pela declaração dada no dia da vitória do aliado Ricardo Nunes", afirmam fontes próximas.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Haddad diz acreditar que rodada de reuniões com ministros sobre medidas fiscais está concluída

Ministro da Fazenda avalia que Lula deverá pedir uma conversa com os presidentes das duas Casas do Congresso para discutir o envio do pacote fiscal

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília 17/09/2024 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Reuters - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira que todos os ministros do governo estão "muito conscientes" da tarefa de reforçar o arcabouço fiscal, acrescentando que a rodada de reuniões pedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se discutir medidas fiscais foi concluída.

Falando a jornalistas, Haddad apontou que o próximo passo do presidente provavelmente será pedir uma conversa com os presidentes das duas Casas do Congresso para que se discuta o envio das medidas fiscais para análise dos parlamentares.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Com passaporte retido, Bolsonaro não poderá ir à posse de Trump

O passaporte de Bolsonaro foi apreendido pela Polícia Federal após ordem do STF no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022
Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não poderá comparecer à posse do seu aliado Donald Trump, marcada para janeiro do próximo ano, nos Estados Unidos, porque está com o passaporte retido e proibido de deixar o país, informa a Folha de S. Paulo. O passaporte de Bolsonaro foi apreendido pela Polícia Federal após ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022.

Os advogados do ex-presidente podem recorrer da decisão no STF com pedido de revogação da medida. No entanto, em outras ocasiões, a revogação foi negada. Em março, Moraes rejeitou o pedido do ex-presidente para que tivesse o passaporte devolvido a fim de viajar a Israel. Os advogados do ex-mandatário haviam solicitado ao magistrado a autorização para que ele pudesse ir a Israel a convite do primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.

A devolução do passaporte depende de uma decisão individual de Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre a tentativa de golpe, ou de uma votação na Primeira Turma do STF. Nesta quarta-feira (6), Bolsonaro publicou um vídeo com Trump em suas redes sociais, acompanhado de uma passagem bíblica: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã."

Caso seja processado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente pode ser condenado a uma pena de 23 anos de prisão e inelegibilidade de mais de 30 anos.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Com Trump eleito, aliados de Bolsonaro veem nova chance para reverter sua inelegibilidade e concorrer em 2026

Avaliação é de que o STF não conseguirá resistir ao "vento contra" que poderá emergir dos Estados Unidos

Trump e Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)

A vitória de Donald Trump nas eleições nos Estados Unidos resultou em uma onda de alento entre os aliados de Jair Bolsonaro (PL).. Segundo informações de interlocutores próximos ao ex-mandatário ouvidos pela coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, essa nova dinâmica pode revitalizar os esforços para torná-lo elegível para as eleições presidenciais de 2026, algo que parecia distante após ele ser declarado inelegível pela Justiça.

A avaliação é que o Supremo Tribunal Federal (STF), que detém o poder de decidir sobre os direitos políticos de Bolsonaro e eventuais anistias, não conseguirá resistir ao que chamam de "vento contra" que poderá emergir dos Estados Unidos. Ainda segundo a reportagem, dentro do STF há uma percepção crescente de que as pressões sobre a Corte devem aumentar, alimentadas por figuras influentes, como o próprio Trump e Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), aliados do estadunidense.

Musk, conhecido por suas críticas ao ministro do STF Alexandre de Moraes, se fortaleceu após o pleito, tendo participado de um jantar organizado por Trump na Flórida na última terça-feira (5), onde o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também estava presente. Essa aproximação pode influenciar as estratégias políticas no Brasil, especialmente agora que os Republicanos assumem a maioria no Congresso dos EUA.

Durante o governo de Joe Biden, houve tentativas de pressão sobre o STF, mas estas não resultaram em avanços significativos. No entanto, a atual correlação de forças pode alterar esse cenário, levando a medidas que poderiam dificultar a presença de Moraes nos Estados Unidos e até a possível implementação de sanções econômicas ao Brasil. Essa nova conjuntura poderia facilitar a aprovação de uma anistia para Bolsonaro no Congresso, permitindo que o STF não impusesse barreiras para sua elegibilidade já em 2026.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Lula parabeniza Trump e diz que "democracia deve ser sempre respeitada"

"O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade", afirmou o presidente

Lula e Donald Trump (Foto: Ricardo Stuckert/PR | REUTERS/Brendan McDermid)

O presidente Lula (PT) publicou uma mensagem nas redes sociais nesta quarta-feira (6) parabenizando Donald Trump pela vitória eleitoral sobre Kamala Harris. O líder brasileiro pregou respeito à democracia e apelou pela "paz, desenvolvimento e prosperidade". "Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo".

O presidente Lula é um crítico antigo de Trump, visto por ele como uma espécie de inspiração para Jair Bolsonaro (PL) e seu modus operandi, baseado em fake news e discurso de ódio visando a manutenção do poder. No último dia 1, Lula reconheceu que estava torcendo pela vitória da candidata democrata Kamala Harris: “eu acho que com Kamala Harris é muito mais seguro para a gente fortalecer a democracia, é muito mais seguro. Nós vimos o que foi o presidente Trump no final do seu mandato fazendo aquele ataque ao Capitólio”.

“Como eu sou amante da democracia, acho a democracia a coisa mais sagrada que nós conseguimos construir para bem governar os nossos países, eu, obviamente, fico torcendo para a Kamala ganhar as eleições”, completou.

Fonte: Brasil 247

Lula se prepara para reconhecer vitória de Trump nas eleições de 2024

Expectativa é de que o presidente divulgue uma mensagem reconhecendo a vitória do candidato republicano sobre Kamala Harris ainda nesta quarta-feira

Lula e Donald Trump (Foto: Ricardo Stuckert/PR | REUTERS/Brendan McDermid)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá reconhecer a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2024, de acordo com informações de ministros ouvidos pela coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles. A expectativa é de que Lula divulgue uma mensagem reconhecendo a vitória do candidato republicano sobre Kamala Harris ainda nesta quarta-feira (6),

Apesar disso, os auxiliares do Palácio do Planalto afirmam que não há planos para uma ligação direta de Lula para Trump, uma vez que o presidente brasileiro não costuma contatar candidatos vitoriosos após eleições, algo considerado raro em sua atuação.

Durante a campanha eleitoral, Lula manifestou torcer pela vitória de Kamala Harris, afirmando que sua vitória seria mais benéfica para a democracia.

“Sou amante da democracia. Acho que é o melhor sistema de governo que a sociedade construiu no mundo. Ela permite aos contrários, os antagônicos, uma disputa civilizada na discussão de ideias, sem violência. Acho que, a Kamala ganhando as eleições, é muito mais seguro para fortalecer a democracia nos Estados Unidos”, disse Lula no dia 1 de novembro.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Irã minimiza importância das eleições nos EUA e se diz pronto para confronto

"As eleições nos EUA não são realmente da nossa conta. Nossas políticas são estáveis e não mudam com base em indivíduos", disse uma porta-voz do governo

Trump em campanha para as eleições presidenciais de 2024 (Foto: SAM WOLFE/REUTERS)

Reuters - Os meios de subsistência dos iranianos não serão afetados pelas eleições nos Estados Unidos, disse a porta-voz do governo, Fatemeh Mohajerani, nesta quarta-feira, depois que Donald Trump declarou vitória na votação presidencial.

Autoridades árabes e ocidentais disseram à Reuters que Trump pode reimpor sua "política de pressão máxima" por meio de sanções mais severas contra a indústria petrolífera do Irã e dar poder a Israel para atacar suas instalações nucleares e realizar assassinatos.

"As eleições nos EUA não são realmente da nossa conta. Nossas políticas são estáveis e não mudam com base em indivíduos. Fizemos as previsões necessárias anteriormente e não haverá mudanças no modo de vida das pessoas", disse Mohajerani, de acordo com a agência de notícias semioficial Tasnim.

A Guarda Revolucionária não reagiu diretamente à vitória eleitoral de Trump, mas disse que Teerã e seus grupos armados aliados na região estão prontos para o confronto com Israel.

"Os sionistas não têm o poder de nos confrontar e devem esperar por nossa resposta... nossos depósitos têm armas suficientes para isso", disse o vice-chefe da Guarda, Ali Fadavi, na quarta-feira, quando se espera que Teerã responda aos ataques de Israel em 25 de outubro em seu território que mataram quatro soldados.

Em seu primeiro mandato, Trump reaplicou as sanções ao Irã depois que se retirou de um pacto nuclear de 2015 entre o Irã e as potências mundiais que havia restringido o programa nuclear de Teerã em troca de benefícios econômicos.

Fonte: Brasil 247 com Reuters