quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Justiça condena Ronnie Lessa a 78 anos de prisão e Élcio Queiroz a 59 anos pelo assassinato de Marielle

Decisão vem após seis anos de investigações

Família de Marielle Franco durante julgamento dos assassinos da vereadora, 30/10/2024 (Foto: REUTERS/Tita Barros)

Por Vitor Abdala e Rafael Cardoso - Repórteres da Agência Brasil

Assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados nesta quinta-feira (31), pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. Ronnie Lessa foi condenado a 78 anos, 9 meses e 30 dias. Élcio, a 59 anos, 8 meses e 10 dias.

O júri entendeu que eles são culpados de três crimes: duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves (assessora de Marielle) e receptação do veículo usado no crime. Marielle e Anderson foram assassinados em 14 de março de 2018.

Os dois réus também foram condenados a pagar uma pensão para o filho de Anderson, Arthur, até ele completar 24 anos. E pagar, juntos, R$ 706 mil de indenização por dano moral para cada uma das vítimas: Arthur, Ághata, Luyara, Mônica e Marinete.

Na leitura da sentença, a juíza Lúcia Glioche destacou que nenhuma condenação serviria para tranquilizar as famílias, mas era uma resposta importante à perspectiva de impunidade dos criminosos.

"A justiça por vezes é lenta, é cega é burra, é injusta, é errada, é torta. Mas ela chega. Mesmo para acusados que acham que jamais vão ser atingidos. A justiça chega aos culpados e tira o bem mais importante deles, depois da vida, que é a liberdade", disse a juíza.

Ronnie e Élcio estão presos desde 12 de março de 2019. Eles fecharam acordo de delação premiada. Os acusados de serem mandantes dos crimes são os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, respectivamente, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) e deputado federal. O delegado Rivaldo Barbosa, chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro na época do crime, é acusado de ter prejudicado as investigações. Os três estão presos desde 24 de março deste ano.

Por causa do foro, há um processo paralelo no Supremo Tribunal Federal (STF) que julga os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa. Também são réus no processo o ex-policial militar Robson Calixto, ex-assessor de Domingos Brazão, que teria ajudado a se livrar da arma do crime, e o major Ronald Paulo Alves Pereira, que teria monitorado a rotina de Marielle.

A motivação do assassinato de Marielle Franco, segundo os investigadores, envolve questões fundiárias e grupos de milícia. Havia divergência entre Marielle e o grupo político do então vereador Chiquinho Brazão sobre o Projeto de Lei (PL) 174/2016, que buscava formalizar um condomínio na Zona Oeste da capital fluminense.

Segundo dia de julgamento - Antes da decisão, os promotores de Justiça e os advogados dos réus fizeram a sustentacão oral perante o júri.

Os promotores defenderam que Ronnie e Élcio mataram Marielle por dinheiro e que quiseram assassinar também Anderson e Fernanda Chaves para não deixar testemunhas. Eles sustentaram que Élcio, motorista do carro usado no crime, teve a mesma culpa nos homicídios que Ronnie, que efetuou os disparos. De acordo com os promotores, ambos sabiam que a morte de Marielle tinha sido encomendada por ela ser vereadora e em razão de suas causas políticas.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) disse que eles não se arrependeram e só fecharam acordo de delação premiada porque sabiam que seriam condenados. E que a condenação dos dois não foi pedida apenas por causa da delação, mas porque há provas contundentes contra eles.

Na apresentação, o MPRJ mostrou que Ronnie Lessa começou a se preparar desde o ano anterior, ao fazer buscas sobre a arma usada no crime, sobre como não ter sua movimentação rastreada e sobre a vida de Marielle. Segundo as investigações, Élcio também teria feito buscas sobre políticos aliados da vereadora.

Os promotores afirmaram que, apesar do acordo de delação, eles passarão bastante tempo na cadeia. A defensora pública Daniele Silva, que atuou como assistente de acusação, destacou o lado racial do crime, uma vez que Marielle era uma mulher negra que incomodou e "mexeu com as estruturas". Já o MPRJ salientou que, apesar de o júri ser formado por sete homens brancos, e não ter nenhuma mulher negra, bastava o jurado ser uma "pessoa com valores dentro de si".

Defesas - A defesa de Ronnie Lessa disse que, sem a confissão e a colaboração de seu cliente, seria difícil condená-lo apenas com as outras provas. Segundo o advogado Saulo Carvalho, ele colaborou porque quis e não por se sentir "encurralado". Ele pediu a condenação de seu cliente, "mas que fosse justa, no limite da culpabilidade dele", negando a qualificação de motivo torpe e por motivos políticos. Tampouco que o crime tenha sido um assassinato que dificultou a defesa das vítimas, apesar de reconhecer que foi uma emboscada. Além disso, disse que a intenção de Lessa era apenas matar a vereadora e não outros passageiros do carro dela.

A defesa de Élcio Queiroz também pediu uma condenação dentro dos limites da culpabilidade e disse que ele participou do crime, mas não conhecia Marielle nem tinha motivos para matá-la. A advogada Ana Paula Cordeiro afirmou que Élcio participou de uma emboscada, mas que a defesa da vítima não foi dificultada. Além disso, Élcio não sabia que Lessa mataria Anderson nem que acertaria Fernanda, porque acreditava que seu parceiro era um "exímio atirador".

No período da tarde, o Ministério Público fez uso do direito à réplica e reforçou os argumentos para a condenação dos réus por cerca de duas horas. A defesa de Ronnie e de Élcio teve direito à tréplica e usou cerca de 10 minutos das duas horas a que tinha direito.

Fonte: Brasil 247

"Justiça é lenta, é cega, é burra, é injusta, é torta, mas ela chega", diz sentença da condenação de Lessa e Élcio

Os assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foram condenados nesta quinta-feira

Julgamento do caso Marielle, 31/10/2024 (Foto: Brunno Dantas/TJRJ)

Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foram condenados nesta quinta-feira (31). Lessa, autor dos disparos, recebeu uma pena de 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto Queiroz, que dirigiu o veículo utilizado no atentado, foi condenado a 59 anos e 8 meses.

Na sentença, a juíza Lúcia Glioche destacou a dor dos familiares de Marielle e Anderson, afirmando que as “vítimas do crime de homicídio são aqueles que ficam vivos”. A magistrada ainda pontuou que, embora a Justiça possa ser “lenta, cega, burra, injusta, errada e torta”, ela chega para todos.

Confira a sentença na íntegra:

"O júri é uma democracia. Democracia esta que Marielle Franco defendia.

Aqui prevalece a vontade do povo em maioria. Aqueles que atuam como os jurados nada recebem; prestam um serviço voluntário, gratuito, representando a vontade do povo no ato de julgar o semelhante, que é acusado de ter praticado um crime tão grave que é querer tirar a vida da outra pessoa.

Portanto, senhores jurados, obrigada em nome do Poder Judiciário. Obrigada em nome da população da cidade do Rio de Janeiro.

A sentença que será lida, agora, talvez não traga aquilo que se espera da Justiça. Talvez justiça que tanto se falou aqui fosse que o dia de hoje jamais tivesse ocorrido. Talvez justiça fosse Marielle e Anderson presentes. Como se justiça tivesse o condão de trazer o morto de volta.

Então dizemos que vítimas do crime de homicídio são aqueles que ficam vivos, precisando sobreviver no esgoto que é o vazio de permanecer vivo sem a vida daquele que foi arrancado do seu cotidiano.

A sentença não serve para tranquilizar as vítimas, que são Marinete, mãe de Marielle; Anielle, irmã de Marielle; Mônica, esposa de Marielle; Luyara, filha de Marielle; Ágatha, esposa de Anderson, e Arthur, filho de Anderson.

Homicídio é um crime traumatizante — finca no peito uma dor que sangra todo dia, uns dias mais, uns dias menos, mas todos os dias.

A pessoa que é assassinada deixa uma falta, uma carência, um vácuo. Que palavra nenhuma descreve. Toda a minha solidariedade e do Poder Judiciário às vítimas.

A sentença que será dada agora talvez também não responda à pergunta que ecoou pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo: Quem matou Marielle e Anderson?

Talvez ela não responda aos questionamentos dos 46.502 eleitores cariocas que fizeram de Marielle Franco a 5ª vereadora mais votada na cidade do Rio de Janeiro nas eleições municipais de 2016 — e que tiveram seu direito de representação ceifado no dia 14 de março de 2018.

Todavia, a sentença que será lida agora se dirige aos acusados aqui presentes. E mais: ela se dirige aos vários Ronnies e vários Élcios que existem na cidade do Rio de Janeiro — livres por aí.

Eu digo sempre que nesses 31 anos que eu sirvo ao sistema de Justiça, nenhum de nós do povo nunca saberá o que se passou no dia de um crime. Quem não estava na cena do crime, não participou dele, nunca sabe o que aconteceu.

Mesmo assim, o Poder Judiciário e hoje os jurados precisam julgar o crime com as provas que o processo apresenta, e trazer às provas para o processo, para os jurados é árduo.

Porém, com todas as dificuldades e todas as mazelas de investigar um crime, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro denunciou os acusados. Eles foram processados e tiveram garantido o seu direito de defesa — e foram julgados.

Por anos exercendo a plenitude do direito constitucional de autodefesa, os acusados juraram inocência, pondo a todo o tempo em dúvida a prova trazida contra eles. Até que um dia, no ano passado, 2023, por motivos que de verdade a gente jamais vai saber, o acusado Élcio fez a colaboração premiada. Depois o acusado Ronnie a fez também.

Os acusados confessaram a execução e a participação no assassinato da vereadora Marielle Franco.

Por isso, fica aqui para os acusados presentes e serve para os vários Ronnies e vários Élcios que existem por aí, soltos, a seguinte mensagem:

A Justiça por vezes é lenta, é cega, é burra, é injusta, é errada, é torta, mas ela chega.

A Justiça chega mesmo para aqueles que, como os acusados, acham que jamais vão ser atingidos pela Justiça. Com toda dificuldade de ser interpretada e vivida pelas vítimas, a Justiça chega aos culpados e tira deles o bem mais importante depois da vida, que é a liberdade.

A Justiça chegou para os senhores Ronnie Lessa e Elcio de Queiroz. Os senhores foram condenados pelos jurados do 4º tribunal do júri da capital:

a 78 anos e 9 meses de reclusão e 30 dias-multa para o acusado Ronnie;

a 59 anos de prisão e 8 meses de reclusão e 10 dias-multa para o acusado Élcio.

Saem os 2 condenados a pagar até os 24 anos do filho de Anderson, Arthur, uma pensão.

Ficam os 2 condenados a pagar, juntos, R$ 706 mil de indenização por dano moral para cada uma das vítimas — Arthur, Ághata, Luyara, Mônica e Marinete.

Condeno os acusados a pagarem as custas do processo e mantenho a prisão preventiva deles, negando o direito de recorrer em liberdade.

Agradeço as partes, a Defensoria Pública, às defesas dos 2 acusados. Agradeço aos serventuários da Justiça aos policiais militares. Renovo o agradecimento aos jurados.

Encerro a sessão de julgamento e quebro a incomunicabilidade.

Tenham todos uma boa-noite".

Fonte: Brasil 247

VÍDEO – Lessa diz que ter sido contratado por R$ 25 milhões para matar Marielle

O ex-PM Ronnie Lessa durante depoimento em julgamento nesta quinta-feira. Foto: reprodução

No julgamento pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018, o ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso do caso, afirmou ter sido contratado por R$ 25 milhões para executar o crime. Durante seu depoimento por videoconferência ao 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (31) Lessa detalhou o planejamento e execução do duplo homicídio, além de expressar um suposto arrependimento.

“Infelizmente, não podemos voltar no tempo, mas hoje tento fazer o possível para amenizar (…). Fiquei cego, fiquei louco. A minha parte era R$ 25 milhões. Eu reconheço. Não tenho vergonha hoje de falar isso. Tirei um peso das minhas costas confessando o crime. Vou cumprir o meu papel até o final e tenho certeza absoluta que a justiça vai ser feita”, explicou.


O ex-PM também revelou que, antes de receber a proposta para assassinar Marielle, foi abordado entre o fim de 2016 e o início de 2017 com uma oferta milionária para matar o então deputado estadual Marcelo Freixo, atual presidente da Embratur. Na época, Freixo tinha um histórico de enfrentamento às milícias no Rio de Janeiro, sendo o relator da CPI das Milícias na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

“Eu achei inviável, uma loucura isso aí. Houve uma suspensão nessa questão”, afirmou Lessa. Porém, em setembro de 2017, surgiu a proposta para o assassinato de Marielle Franco. Segundo Lessa, ele não sabia inicialmente o nome da vítima. “Não me falaram o nome dela, não sei nem se quem propôs sabia o nome dela”, disse ele, revelando que a vereadora foi descrita apenas como alguém que “entraria no caminho” de um plano lucrativo para as milícias.

No depoimento, Lessa também explicou o contexto que o grupo de milicianos o levou ao planejamento do crime. Marielle era uma forte crítica das práticas milicianas e defensora dos direitos humanos. À época, ela se manifestava contra um projeto que previa flexibilizar exigências legais e urbanísticas na regularização de imóveis na zona oeste do Rio.

Marielle Franco e Anderson Gomes, vítimas da Milícia em 2018. Foto: reprodução

O assassino disse que a vereadora era vista como um obstáculo à venda de loteamentos no bairro Tanque, área controlada por milicianos. “Na época, o que me foi dito é que ela entraria no caminho, seria uma pedra no caminho, da venda de dois loteamentos no Tanque”, declarou.

Durante a sessão, nove testemunhas prestaram depoimento, sendo sete delas indicadas pelo Ministério Público e duas pela defesa de Lessa. Este julgamento inclui também o ex-PM Élcio de Queiroz, outro réu confesso no caso. Ele foi identificado como o motorista do carro que perseguiu e fechou o veículo de Marielle e Anderson na noite do crime.

Fonte: DCM

PEC da Segurança prevê atualização da PRF para se tornar uma polícia ostensiva

A proposta também irá atualizar as atribuições da Polícia Federal

Ministro Ricardo Lewandowski 24/03/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, explicou nesta quinta-feira que a PEC da Segurança proposta pelo governo deve atualizar as competências da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para que ela se torne uma força ostensiva nacional.

De acordo com o ministro, essa polícia da União ficará responsável pelo policiamento de rodovias, ferrovias e hidrovias e prestará auxílio às forças de segurança dos Estados e municípios.

Apresentada nesta quinta-feira em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros e governadores de Estados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) também irá atualizar as atribuições da Polícia Federal, que ficará a cargo também do combate às organizações criminosas e das milícias.

A PEC irá constitucionalizar ainda o Fundo Nacional de Segurança Pública.

Fonte: Brasil 247

Lewandowski diz que PEC da Segurança visa combater crime de ponto de vista nacional

Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro lembrou que a natureza do crime já não é mais local

Ricardo Lewandowski (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que a PEC sobre segurança apresentada pelo governo nesta quinta-feira tem como foco o combate à criminalidade de "um ponto de vista nacional".

Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, outros ministros e governadores de Estado, Lewandowski lembrou que a natureza do crime já não é mais local, como há três décadas, e tornou-se nacional e até transnacional.

Segundo ele, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pretende conferir status constitucional ao sistema único de segurança pública.

Também presente na reunião, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a PEC poderá ser aperfeiçoada pelos governadores, deputados e senadores.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Eliziane Gama informa ao PSD que é pré-candidata à presidência do Senado

A parlamentar já demonstrava interesse pelo cargo desde o ano passado

Eliziane Gama (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputadas)

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) anunciou nesta quinta-feira (31) ao PSD que é pré-candidata à presidência da Casa. Com a decisão, a bancada do partido no Senado marcou uma reunião para a próxima terça-feira (5), às 14h, para discutir a sucessão do atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Eliziane já demonstrava interesse pelo cargo desde o ano passado. A parlamentar foi relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apurou os ataques golpistas de 8 de Janeiro. 

Confira a matéria na íntegra no Congresso em Foco.

Supremo retoma julgamento sobre a linguagem neutra

Relembra como são as propostas elaboradas por defensores da linguagem não-binária

STF (Foto: CARLOS ALVES MOURA / STF)

O Supremo Tribunal Federal inicia às 11h desta sexta-feira (1º) a sessão virtual do Plenário para o período de 1º a 11 de novembro o julgamento sobre a proibição do uso de linguagem neutra, ou não-binária, nas escolas da cidade de Votorantim (SP).

Nesta forma de comunicação, não se usa artigos "a" ou "o" para diferenciar o sexo das pessoas. Essas vogais seriam substituídas por "u" ou "e". Veja o exemplo: as palavras "elu" e "todes" ficam no lugar dos pronomes pessoais "ele" ou "ela", e também substituiriam o pronome indefinido "todos".

A possível proibição da linguagem neutra foi questionada por representantes da Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas, Aliança Nacional LGBTI+ e da . Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgênero -

No Brasil, 3 milhões de pessoas (2% da população adulta, aproximadamente) se identificaram como transgênero ou não-binárias, de acordo com pesquisa feita pela Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (FMB/Unesp).

Os termos "transgênero" e "transexual" podem ser usados para identidades masculinas e femininas. A palavra "travesti" é utilizada apenas para pessoas trans com identidades femininas (nasceram homens, mas se identificam como mulheres). Ao usar artigos ou pronomes, o correto é "ela" ou "a travesti".

Transgênero é quem não se identifica com o gênero que foi atribuído no momento do nascimento. Pessoas não-binárias possuem uma identidade de gênero que não se enquadra no binarismo homem-mulher.

Fonte: Brasil 247

Trump se veste de gari e sobe em caminhão de lixo em resposta a declaração de Biden

O presidente referiu-se aos apoiadores do republicano como “lixo”

Donald Trump (Foto: Brendan McDermid / Reuters)

O ex-presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição, Donald Trump, participou de um evento em um aeroporto em Wisconsin, onde apareceu vestido como gari e subiu em um caminhão de lixo. Wisconsin é considerado um dos estados decisivos para a eleição de 5 de novembro.

A ação foi uma resposta a recente declaração do presidente Joe Biden, que, após um comentário xenofóbico feito por um humorista em um comício de Trump, referiu-se aos apoiadores do ex-presidente como “lixo”.

No evento, Trump, usando um colete de gari, ironizou a situação, fazendo piadas sobre seu “caminhão de lixo” e afirmando que a homenagem era destinada a Biden e à vice-presidente Kamala Harris, candidata democrata à presidência.

Harris tem buscado se afastar da polêmica. Em um cenário eleitoral acirrado, há empate técnico entre os candidatos em estados pêndulos como Michigan, Pensilvânia e o próprio Wisconsin.

Fonte: Brasil 247

Pesquisa Fenae revela insatisfação de empregados da Caixa com acúmulo de funções e falta de perspectivas

Presidente da Fenae, Sergio Takemoto expressou preocupação com os resultados

Caixa Econômica Federal (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Uma pesquisa realizada pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) entre 17 e 24 de outubro revelou a insatisfação de caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor com as condições de trabalho no banco. Composta por 29 perguntas, a pesquisa abordou temas como acúmulo e desvios de função, falta de perspectivas de carreira, impacto das novas tecnologias e o futuro das funções, com 3.980 empregados respondendo ao levantamento.

Entre os dados apurados, destacam-se que 38% dos caixas também acumulam a função de tesoureiro, indicando a necessidade de nomeações efetivas para essa função. Além disso, 17% dos empregados informaram que desempenham suas atividades de maneira temporária devido à ausência de titulares, e 60% dos respondentes relataram exercer tarefas fora de suas atribuições, configurando desvios de função, o que reflete uma carência estrutural na distribuição das funções no banco.

O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, expressou preocupação com os resultados, afirmando que as respostas refletem uma "profunda insatisfação dos empregados com o tratamento dado pela Caixa" e que a falta de perspectivas e o acúmulo de funções dão a impressão de "abandono e descaso" pela direção do banco. Takemoto enfatizou a necessidade de uma negociação que busque soluções para esses problemas e que valorize os empregados, ao passo que a Fenae deve divulgar o relatório completo nos próximos dias.

Fonte: Brasil 247

Residencial Cazarin recebe luminárias LED em Apucarana



A Prefeitura de Apucarana instala nesta semana luminárias em tecnologia LED junto ao Residencial Cazarin, nas imediações do Parque Municipal Jaboti. Os trabalhos, executados por uma empresa terceirizada contratada por licitação, integra o plano de modernização da iluminação pública que já atendeu a cerca de 90% da cidade.

Segundo informa o prefeito Júnior da Femac, os serviços no Residencial Cazarin envolvem a retirada das antigas luminárias de vapor de sódio na potência de 70 watts e colocação de unidades LED, que garantem uma iluminação até cinco vezes maior. “No início deste mês, executamos esta melhoria também no Jardim Florais do Lago, que é a comunidade vizinha ao Cazarin. Iluminação pública é qualidade de vida e maior segurança a moradores e comerciantes, por isso não medimos esforços para literalmente retirar Apucarana do escuro, realizando uma verdadeira transformação nos últimos cinco anos, renovando nosso parque de iluminação pública com luminárias de alta performance, sendo grande parte, cerca de 50%, já em tecnologia LED”, observa o prefeito.

Além do centro e bairros, a modernização realizada pela prefeitura, com recursos municipais, também contempla distritos, comunidades e patrimônios rurais, bem como trechos de rodovias que dão acesso ao município. O engenheiro eletricista Lafayete dos Santos Luz, superintendente da Secretaria de Serviços Públicos, relata que no Residencial Cazarin estão sendo substituídas 94 luminárias de vapor de sódio, aquelas de cor laranja, pelas luminárias de LED de alto rendimento. “Trata-se do último bairro da região centro-sul do município a receber iluminação LED. Esse bairro está numa posição estratégica, de grande circulação, que liga a região do Lago Jaboti aos bairros do entorno da Rua Talita Bresolin, o que implica em dar tanto aos moradores do bairro, quanto aos que por ele passam, uma boa condição de segurança e conforto através dessa ótima iluminação”, relata o superintendente.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Apucarana inscreve para Caminhada da Lua



O patrimônio rural São Sebastião do Barreiro é o destino da Caminhada da Lua, que acontece dia 23 de novembro em Apucarana. Uma realização da prefeitura, através da Secretaria Municipal da Promoção Artística, Cultural e Turística (Promatur), e apoio do Governo do Paraná, através do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), o roteiro de oito quilômetros em meio à zona rural integra o circuito de turismo “Caminhadas na Natureza Paraná”.

As inscrições, que são gratuitas, devem ser feitas até o dia 21 de novembro através da internet, acessando o endereço https://apucarana.caminhadas.info. O coordenador municipal de Turismo, Mário Felipe Rodrigues, observa que o trajeto é considerado de nível moderado e esforço significativo, sendo recomendado para praticantes a partir dos nove anos de idade. “A participação na caminhada é gratuita, mas quem desejar pode aderir a um jantar, com valor de R$40 por pessoa, que terá como cardápio arroz, feijão, farofa, carne de porco, coxa e sobre coxa assada, e três tipos de saladas”, comunica Rodrigues. Ele esclarece que quem optar pela adesão deve fazer o pagamento antecipado via pix. “As orientações gerais estarão disponíveis no link de inscrição”, diz, frisando que na chegada também haverá a presença de agricultores da região comercializando produtos rurais oriundos da agrofamília.

O prefeito Júnior da Femac observa que o turismo rural ganhou novo impulso nos últimos cinco anos em Apucarana. “Hoje temos roteiros que atraem visitantes e novos empreendimentos a cada passo. A Serra de Apucarana (PR-170), a Estrada Bela (Barreiro), o Caminho do Café (ligação Pirapó-Caixa de São Pedro), são destinos certos de quem aprecia o contato com a natureza. São pesque-pagues, restaurantes e lanchonetes rurais, vinícola, pontos religiosos, enfim, uma variedade de atrativos que são geradores de qualidade de vida, lazer, empregos e riquezas”, salienta o prefeito.

Logística – A concentração dos participantes, no dia 23 (um sábado), será na Praça Valmor Santos Giavarina (Praça da Onça), a partir das 18h30. “Estamos mais uma vez preparando tudo com muito esmero para que os caminhantes tenham a melhor experiência. Afinal, o sucesso das caminhadas rurais promovidas pela prefeitura, é uma marca já consolidada”, frisa Mário Rodrigues, coordenado de Turismo de Apucarana.

Após a concentração, o grupo embarca em um ônibus exclusivo do evento até a Fazenda Ubatuba, onde a caminhada terá início a partir da capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Na chegada ao patrimônio rural do Barreiro, junto à capela Nossa Senhora Aparecida, será servido o jantar por adesão. “Com suporte da equipe da Promatur, ambulância durante todo o trajeto, é importante que os caminhantes estejam trajados adequadamente para o percurso em meio à zona rural, kit de hidratação (água) e lanterna”, orienta Mário Felipe, coordenador de Turismo de Apucarana.

Além do link de inscrição, mais informações sobre a Caminhada da Lua, que também conta com apoio do site Ecobooking.com.br (Sistema de Gestão de Turismo), podem ser obtidas pelo número telefônico (43) 99986-4185.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Cinco atletas de Apucarana disputam o Campeonato Brasileiro Sub-16 de Atletismo



Apoiados pelo Conselho Municipal de Esportes, os atletas Yohan Gabriel Brandino de Oliveira, Rômulo Ramos Monteiro, Andrelize Vitória Pereira da Cruz, Nathaly Ramos Monteiro e Vytória Rafaely Roza Cassiano, da equipe da Secretaria de Esportes da Prefeitura de Apucarana, participam de 1º a 3 de novembro, na Vila Olímpica da Paraíba, em João Pessoa, do Campeonato Brasileiro Interclubes Loterias Caixa Sub-16 de Atletismo.

A competição recebeu inscrições de 852 atletas (400 mulheres e 452 homens), de 150 clubes de 19 Estados do Brasil mais o Distrito Federal. Com o comando dos professores José Marcelino da Silva, o Grillo, e Luiz Henrique Pereira, o quinteto apucaranense competirá em várias provas. Yohan disputará as provas de 250m e 300m com barreiras; Rômulo (1.000m e 1.000m com obstáculos), Andrelize (3.000m da marcha atlética e 1.000m com obstáculos); Nathaly (salto em altura e 1.000m) e Vitória (salto em altura). “Os atletas vem de bons resultados nos últimos campeonatos, estão bem treinados e a expectativa é pela conquista de várias medalhas em João Pessoa”, disse Grillo, que também coordena a equipe de atletismo da Secretaria Municipal de Esportes.

O campeonato tem o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), é organizado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e com todas as provas sendo transmitidas ao vivo pela TV Atletismo Brasil, pelo YouTube da CBAt.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Lula critica soltura rápida de bandidos e defende pacto federativo contra o crime

Presidente também defendeu uma maior integração de dados entre os estados

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia em Brasília, 25/10/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta quinta-feira (31), o fato de o sistema judiciário frequentemente liberar criminosos logo após serem presos pelas forças de segurança pública, durante uma discussão com governadores em Brasília sobre propostas para a área de segurança.

“Tem governador que tem muita queixa do poder judiciário, porque muitas vezes a polícia prende o bandido, e no dia seguinte ele está solto. O bandido escolhe inclusive a cadeia que ele quer ficar, e muitas vezes o desembargador no estado manda o bandido para a cadeia que ele quer ficar”, disse Lula na reunião.

O presidente também defendeu um pacto federativo para combater o crime e uma maior integração de dados entre os estados. “Precisamos montar um pacto federativo envolvendo todos os poderes da federação envolvidos, para discutir desde o sistema prisional aos cadastros estaduais. É preciso sistematizar a informação, para não permitir que um criminoso em um estado vá se esconder em outro. Precisamos ter uma coisa muito organizada, para discutir quantas horas forem necessárias para apresentar uma proposta definitiva para combater o crime organizado”, afirmou.

Fonte: Brasil 247

“Não é fácil governar com uma bancada de sessenta e oito deputados em um universo de quinhentos e treze”, diz Zeca Dirceu

Deputado aborda desafios do PT na sucessão na Câmara e comenta tramitação do PL da Anistia

(Foto: Câmara dos Deputados | Agência Brasil)

Em entrevista ao Boa Noite 247, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) compartilhou suas impressões sobre a sucessão na presidência da Câmara e o impacto do Projeto de Lei da Anistia, que busca inocentar envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Dirceu explicou que a bancada do PT está em fase de avaliações internas e destacou os obstáculos de um governo apoiado por uma representação minoritária na Câmara.Na articulação interna do partido, a definição do nome para a sucessão na presidência da Câmara ainda não foi concluída, segundo Dirceu: “A bancada iniciou uma nova etapa da reunião para avaliar se já há segurança para uma decisão agora, ou se ela ficará para daqui a quinze dias, quando retomam os trabalhos. Nada definido ainda, mas com uma grande tendência de se decidir logo.” O deputado não confirmou apoio a Hugo Mota,do partido Republicanos e candidato de Artur Lira. Dirceu considera a presença do PT em espaços-chave da Casa essencial para fortalecer o governo e fazer frente a medidas que avalia como retrocessos: “Esse espaço de mais destaque para a bancada do PT, não só na mesa diretora, mas também em outros espaços importantes, é essencial para resistir a retrocessos.”

O deputado também ressaltou a importância de conciliar rapidez e precisão no processo de sucessão. “Não podemos ser muito apressados nem muito atropelados; não é a pressa ou a procrastinação que vai nos ajudar. Precisamos ter os elementos e as garantias da viabilidade da vitória e dos espaços para fazer aqui a boa luta política,” explicou. E reforçou: “Não é fácil governar com uma bancada de sessenta e oito deputados em um universo de quinhentos e treze.”

Sobre o Projeto de Lei da Anistia, retirado de pauta por Arthur Lira (PP-AL), Dirceu avalia que a criação de uma comissão especial adia o tema, possivelmente para depois das eleições na Câmara, o que tem efeitos práticos. “A retirada do projeto feita por Arthur Lira e a criação de uma comissão especial sugere que o assunto será empurrado para depois da eleição na presidência da Câmara. Não resolveu totalmente, mas dificultou bastante,” comentou.

Assista:

 

Fonte: Brasil 247

Caso Marielle: Promotor contesta arrependimento de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz e pede pena máxima

Os ex-policiais são réus confessos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes
Marielle Franco, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz (Foto: Mídia NINJA | Reprodução)

 O promotor Eduardo Martins contestou nesta quinta-feira (31) a sinceridade do arrependimento expressado pelos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, réus confessos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

"Que arrependimento é esse com algo em troca? Eles pediram algo em troca para falar o que falaram. Até outro dia eles estavam negando todas as imputações", disse o promotor.

Martins destacou ainda que ambos optaram por colaborar com a Justiça somente após serem informados sobre novas provas em posse da Promotoria. Élcio aceitou a colaboração premiada em 2023, depois de saber que foram encontradas evidências contra Lessa. Lessa, por sua vez, firmou o acordo ao tomar conhecimento dos depoimentos de Queiroz.

"Quando eles fizeram a colaboração, eles estavam encurralados. Já sabiam que a condenação era certa. Para esse julgamento, nós não precisávamos dele. Ele esclareceu para outros réus", afirmou.

Em interrogatório na quarta-feira (30), Lessa pediu perdão pelo crime e afirmou que a delação aliviava um "peso nas costas". Já Élcio alegou estar com remorso, justificando que não sabia que seria envolvido em um homicídio ao entrar no carro com Lessa.

Caberá à juíza Lúcia Glioche definir a pena dos réus, que enfrentam acusações de dois homicídios e de tentativa de homicídio. A pena máxima, solicitada pelo MP, é de 84 anos.

Fonte: Brasil 247

"A Lava Jato destruiu o futuro do Brasil", afirma Luís Nassif

Em entrevista a Hildegard Angel, Luís Nassif critica "exibicionismo" do Judiciário e expõe os bastidores que afetaram o Brasil político e econômico

(Foto: Reprodução )

Na entrevista com Hildegard Angel, disponibilizada na TV 247, o jornalista Luís Nassif tece críticas contundentes à operação Lava Jato, abordando o que considera "um dos maiores golpes" contra a economia e a política brasileira. Segundo Nassif, o "exibicionismo judicial" e as manobras de cooperação internacional transformaram a operação numa ferramenta de influência externa que comprometeu seriamente o futuro do país. Para ele, a Lava Jato consolidou um movimento que impactou o setor empresarial nacional e desestruturou a política interna.

Hildegard Angel conduziu a conversa, ressaltando os principais pontos da nova obra de Nassif, "A conspiração Lava Jato", já em destaque entre leitores e críticos. O livro, publicado pela editora Contracorrente, traz detalhes das estratégias que culminaram em um prejuízo de mais de R$ 400 bilhões à economia brasileira, conforme estimativa do ex-procurador-geral da República Augusto Aras. A narrativa propõe que a operação Lava Jato não apenas impactou o setor empresarial, mas também promoveu mudanças profundas e duradouras no sistema de justiça e nas relações entre o Brasil e potências internacionais, especialmente os Estados Unidos.

● O Judiciário como espetáculo e o papel da mídia

Nassif também critica a transformação da imagem dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que segundo ele, passaram de figuras discretas a “popstars”, incentivados pela visibilidade proporcionada pela mídia. Ele afirma que a TV Justiça e as redes sociais contribuíram para esse fenômeno, no qual, além do protagonismo dos ministros, houve o que Nassif chamou de “chantagem e lisonja” para manter certos juízes sob controle ou para incentivá-los a seguir com uma postura punitivista.

Ao longo da entrevista, ele destaca o papel da mídia no apoio à Lava Jato. Para Nassif, a mídia brasileira seguiu o modelo do magnata australiano Rupert Murdoch, buscando alavancar seu poder político para influenciar as decisões nacionais. Segundo ele, esse movimento da imprensa criou o que o jornalista Paulo Henrique Amorim chamava de "Partido da Imprensa Golpista (PIG)", que, com manchetes sensacionalistas, amplificou a narrativa de combate ao crime de maneira unilateral, afastando-se de um jornalismo que contextualiza e aprofunda os fatos.

● Destruição de empresas nacionais e dependência externa

Outro ponto de destaque na entrevista é o dano econômico causado pela operação, que, conforme exposto no livro, impôs sérios obstáculos ao crescimento de empresas nacionais, especialmente nas áreas de engenharia e tecnologia. Nassif detalha como o ataque à Petrobras e a outras grandes empresas nacionais aumentou a vulnerabilidade do país frente aos interesses estrangeiros. “Foi um crime que matou empresas que estavam se desenvolvendo, comprometendo o futuro do Brasil", afirma Nassif.

Ele menciona também a interferência do Departamento de Justiça dos EUA na Lava Jato, além da pressão para que o Brasil optasse por produtos e equipamentos de origem americana, impactando até mesmo decisões estratégicas, como a compra de aeronaves e equipamentos bélicos.

● A indústria das palestras e o compliance

Nassif ainda aborda a "indústria das palestras" e o uso do compliance como novos negócios para figuras da Lava Jato. Ele menciona que juízes e procuradores, como Deltan Dallagnol, lucraram significativamente com palestras e consultorias, e critica o uso do compliance como ferramenta para controlar empresas nacionais em prol dos interesses externos. Segundo ele, escritórios americanos passaram a dominar o compliance de grandes empresas brasileiras, reforçando a dependência do país em relação aos EUA e, por consequência, enfraquecendo a autonomia econômica do Brasil.

● A relação entre a política e o Judiciário: casos emblemáticos

Ao longo da entrevista, Hildegard e Nassif discutem o impacto do sistema judiciário na política nacional, com Nassif tecendo críticas a ministros e figuras proeminentes. Ele cita exemplos de figuras do STF que, inicialmente progressistas, teriam se rendido à pressão midiática e a interesses externos. Para Nassif, o punitivismo judicial e a perseguição a figuras políticas como o ex-presidente Lula foram parte de uma estratégia maior para desestabilizar o país.

● O papel das redes sociais e o futuro do jornalismo

Nassif encerra com uma reflexão sobre o papel do jornalismo na era digital e a importância da formação crítica dos profissionais. Segundo ele, a internet fragmentou o sistema de informações, o que desarticulou o papel de formadores de opinião e trouxe novos desafios para o jornalismo. Com seu livro, ele espera trazer à tona o "ovo da serpente" que gerou a operação Lava Jato, alertando para o papel fundamental da mídia e da justiça na proteção dos interesses nacionais.

● Leitura essencial para entender a Lava Jato

"A conspiração Lava Jato" é recomendada por Hildegard Angel como uma leitura fundamental para compreender os impactos e bastidores da operação. Nassif traz um relato crítico e embasado sobre os mecanismos que, em sua visão, utilizaram a operação como ferramenta política para fragilizar a autonomia do Brasil. O livro já é um sucesso de vendas, e sua mensagem promete reverberar tanto entre leitores quanto nos debates sobre os rumos do país.

 

Fonte: Brasil 247

Fátima Bezerra pede maior cooperação federal contra o crime organizado

Governador do RN também defendeu respeito à autonomia dos estados

Fátima Bezerra (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, defendeu nesta quinta-feira (31) uma maior cooperação, inclusive a nível federal, entre as forças de segurança. Ela está especialmente preocupada com o avanço do crime organizado.

“Esse encontro reforça o compromisso do governo federal em buscar soluções integradas para a segurança pública, um tema que exige urgência e coordenação diante dos complexos desafios que enfrentamos, incluindo o avanço do crime organizado e das facções", disse a governadora a respeito da reunião dos chefes de Executivo estaduais com o presidente Lula para discutir a segurança pública.

A governadora não esteve presente no encontro em Brasília. Ela defendeu ainda que a autonomia dos estados seja preservada durante o combate à criminalidade.

"Integrar o SUSP à Constituição e promover uma atuação conjunta entre forças de segurança estaduais, regionais e federais são passos essenciais para uma resposta eficaz. O momento é de união em prol dos interesses da sociedade, e esperamos que essa reunião seja um marco para fortalecer a sinergia, o respeito à autonomia dos estados e a cooperação entre os entes federados, rumo a uma segurança pública robusta e eficiente para todos", acrescentou.

Fonte: Brasil 247

"Dirceu foi perseguido desde o dia em que Lula tomou posse em 2003", diz Tereza Cruvinel

Jornalista relata perseguição ao ex-ministro José Dirceu e episódios emblemáticos envolvendo ataques ao petista

(Foto: Divulgação | ABR)

Em participação no programa Bom Dia 247, a jornalista Tereza Cruvinel relembrou momentos decisivos da trajetória política de José Dirceu e a intensa pressão exercida sobre o ex-ministro, cuja anulação de condenações foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal na última terça-feira (29). “O Dirceu começou a ser perseguido no dia da posse do Lula em 2003, quando ele subiu a rampa junto com o presidente e fez um discurso que enfureceu parte dos setores liberais e conservadores do Brasil”, afirmou Cruvinel.

Ela relatou que, ao lado de Lula, Dirceu mencionou a memória de “todos os companheiros mortos na resistência à ditadura”, o que, segundo a jornalista, foi visto por alguns setores como uma ameaça de que “a esquerda havia chegado ao poder com o legado da luta armada”. Para Cruvinel, “desde então, ele enfrentou contínuos ataques”.

Entre os episódios que ilustram a perseguição a Dirceu, Cruvinel citou uma festa organizada em 2003 em sua casa, a pedido de Tilden Santiago, então nomeado embaixador em Cuba. “Foi uma festa na qual ofereci comidas e bebidas cubanas, e na ocasião Dirceu declarou ser ‘um brasileiro cubano’. Aquilo gerou muita crítica, até sobrou para mim”, relembrou.

Ao longo do governo Lula, Cruvinel observa que os ataques se intensificaram. “Em 2004, sugeri ao presidente que ele organizasse um jantar com jornalistas para acalmar os ânimos. Ele aceitou e me pediu que realizasse o evento em minha casa. Porém, no dia seguinte, eclodiu o caso Valdomiro”, afirmou, referindo-se ao escândalo que envolveu um assessor de Dirceu, posteriormente exonerado.

A jornalista apontou também o caso do mensalão em 2005 como outro marco no processo de desgaste de Dirceu. “Havia uma campanha para derrubá-lo, e enquanto Dirceu não deixou o governo, não houve sossego. Ele acabou pedindo demissão e voltou para a Câmara, mas sua cassação foi rápida, porque ninguém queria enfrentar a mídia e votar a favor dele”, disse Cruvinel. Segundo ela, o objetivo das forças opositoras ao governo Lula, representadas principalmente pelo PSDB e pelo DEM, era “eliminar dois pilares do governo: Dirceu e Palocci, ministro da Fazenda”.

Para a jornalista, a anulação das condenações de Dirceu pela Lava Jato representa uma oportunidade de reparação histórica. “Ele quer voltar ao Congresso, o que seria uma questão de justiça. Afinal, a acusação para sua cassação foi ofensa ao decoro, mas ele sequer estava no exercício do mandato. As forças conservadoras nunca aceitaram Dirceu como o segundo homem do governo Lula, com potencial para sucedê-lo”.

Assista:

 

Fonte: Brasil 247

MST lança plataforma de investimento para fomentar cooperativas da agricultura familiar

Finapop oferece crédito direto ao pequeno produtor, impulsionando a agroecologia e ampliando o acesso a alimentos saudáveis

(Foto: Agência Brasil)

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) lançou uma nova plataforma de investimento, a Finapop, criada para viabilizar crédito direto aos pequenos produtores rurais que integram cooperativas da agricultura familiar e territórios de reforma agrária. A informação foi divulgada em entrevista à TV 247, que destacou a importância da iniciativa para oferecer crédito a agricultores que historicamente têm dificuldade em obter financiamento bancário.

Na entrevista à jornalista Andrea Trus, Luiz Costa, engenheiro agrônomo e diretor da Finapop, ressaltou o papel transformador da plataforma. Ele mencionou que mais de 70% dos projetos já financiados são de cooperativas e associações que nunca haviam acessado crédito antes. "Com pouco recurso, é possível fazer grandes mudanças. Cooperativas que captaram R$ 50 mil puderam industrializar produtos, como o café e o leite, colocando-os nas prateleiras e gerando renda para as comunidades", afirmou Costa.

A Finapop surgiu em 2020 como resposta à falta de crédito adequado para pequenos produtores, especialmente aqueles que promovem a transição agroecológica. Segundo Costa, “o modelo de crédito tradicional raramente chega ao agricultor familiar”, que enfrenta burocracias e altos juros no mercado financeiro. Em parceria com investidores sociais e entidades de apoio, a Finapop estruturou uma plataforma onde qualquer pessoa pode investir a partir de R$ 1, em projetos sustentáveis e voltados à reforma agrária.

Para viabilizar esse investimento direto, a Finapop desenvolveu um sistema que, com o apoio de empresas como Gaia Securitizadora, transforma os investimentos em títulos de recebíveis, garantindo o retorno financeiro dos investidores. Além do retorno financeiro, Costa aponta que a proposta visa fortalecer uma agricultura diversificada, sustentável e livre de agrotóxicos, que busca combater as práticas predatórias do agronegócio.

“Com a Finapop, o cidadão comum pode direcionar seu capital para algo que gera impacto positivo, ao contrário do financiamento ao agronegócio, que gera desmatamento e compromete terras indígenas”, argumentou Costa. A plataforma permite ao investidor escolher entre diversas cooperativas que necessitam de crédito para melhorar suas operações, como a Cooperativa Copav, conhecida pela produção de cachaça orgânica e que agora ampliará a produção de leite orgânico.

Outro diferencial da Finapop é o acompanhamento do impacto dos investimentos. A plataforma permite que os investidores acompanhem os resultados das cooperativas apoiadas, fortalecendo o vínculo entre o investidor e o pequeno agricultor.

Assista:

 

Fonte: Brasil 247

Polícia Federal prende financiadores do garimpo ilegal na Terra Yanomami

Investigações revelaram indícios de que até mercenários armados estariam atuando na proteção dos garimpos ilegais

(Foto: Divulgação / Polícia Federal)

 A Polícia Federal (PF) realizou uma operação na manhã desta quarta-feira (30), que resultou na prisão de duas pessoas ligadas ao comando de uma organização criminosa dedicada ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, situada às margens do Rio Uraricoera. A ação incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão em imóveis nos municípios de Boa Vista e Alto Alegre, em Roraima, além do sequestro de bens móveis e imóveis e valores.

Durante a operação, as autoridades encontraram um carregamento de suprimentos e equipamentos destinados ao garimpo, levando à prisão em flagrante da responsável pelo imóvel onde os itens estavam armazenados. As investigações revelaram indícios de que mercenários armados estariam atuando na proteção dos garimpos ilegais, evidenciando a complexidade e a periculosidade da organização criminosa.

As ações do grupo têm causado impactos socioambientais estimados em mais de R$ 295 milhões, além da extração ilegal de cerca de 229 kg de ouro, cujo valor é calculado em R$ 68,9 milhões, com base nos preços atuais. Os indivíduos investigados enfrentarão sérias acusações, incluindo usurpação de bens da União, extração ilegal de recursos minerais, organização criminosa, lavagem de dinheiro, porte e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, além de crimes contra a fauna.

Fonte: Brasil 247