terça-feira, 29 de outubro de 2024

CCJ analisa anistia a golpistas nesta terça; juristas apontam que projeto é "inconstitucional e perigoso"

Especialistas em direito constitucional destacam que proposta enfraquece o Judiciário e legitima atos contra a democracia

Atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados deve votar, nesta terça-feira, a controversa proposta de anistia a participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro. Na ocasião, apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, incluindo o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), em protesto contra a derrota nas eleições de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A votação já havia sido adiada anteriormente, após pedido de vista em sessão realizada no último dia 8. A proposta é alvo de duras críticas de especialistas, que apontam para sua inconstitucionalidade e para os impactos negativos que pode gerar sobre o Estado de Direito.

O projeto, segundo o texto disponível na CCJ, abrange o perdão das penas de prisão, o uso de tornozeleira eletrônica e outras restrições, além de extinguir sanções aplicadas a envolvidos nos atos. O perdão se estende a quem tenha apoiado os eventos de 8 de janeiro por meio de doações, apoio logístico ou publicações nas redes sociais, entre outras formas. A proposta, no entanto, exclui crimes como tortura, tráfico de drogas, terrorismo, e crimes contra a vida. Os juristas Ademar Borges, André Perecmanis, Gustavo Sampaio e Wallace Corbo, ouvidos pelo portal G1, alertam para o caráter inconstitucional e perigoso do projeto.

Segundo o advogado Ademar Borges, doutor em direito constitucional pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), "o STF decidiu que é inconstitucional a anistia dada às pessoas que cometem crimes contra o Estado Democrático de Direito. Sendo assim, o perdão para esse tipo de crime seria inconstitucional." A declaração de Borges ecoa a preocupação de outros especialistas de que o projeto busca legitimar crimes graves contra as instituições democráticas.

A proposta também influencia a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, marcada para fevereiro de 2025. Candidatos apoiados pelo Partido dos Trabalhadores (PT) têm enfrentado dilemas em relação ao tema, já que o apoio a candidatos que favorecem o projeto é rejeitado pela legenda. O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito ao apoio do atual presidente da Câmara, Arthur Lira, posicionou-se a favor da proposta, enquanto seus concorrentes Elmar Nascimento (União-BA) e Antônio Brito (PSD-BA) têm articulado contra a anistia, buscando o apoio petista.

Outro ponto polêmico do texto é a alteração nos critérios para julgar pessoas comuns em processos relacionados a indivíduos com foro privilegiado, como deputados e ministros. Segundo o parecer do relator Rodrigo Valadares (União-SE), processos de pessoas sem foro devem seguir o julgamento dos que o detêm, "evitando que processos de pessoas comuns sejam levados ao Supremo a partir da alegada participação de parlamentares detentores do foro". A mudança proposta reflete, em parte, a preocupação de Valadares com a suposta injustiça de "julgamentos acelerados" para pessoas comuns envolvidas com indivíduos de alto cargo.

Para o advogado André Perecmanis, professor de direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), o projeto é um ataque direto ao equilíbrio entre os poderes: "O Congresso se colocaria acima do Judiciário, outro precedente perigosíssimo. Anistia é um instrumento previsto na Constituição, mas a aplicação nesse caso é inconstitucional." Segundo Perecmanis, a proposta fragiliza o papel do Judiciário ao tentar perdoar crimes cuja gravidade vai além do ato individual, uma vez que envolvem riscos para a democracia e a ordem pública.

O professor de direito constitucional Gustavo Sampaio, da Universidade Federal Fluminense (UFF), concorda, destacando que o Congresso não pode usar a prerrogativa da anistia para favorecer os que atacaram as instituições democráticas. "Pelo inciso 44, interpretado literalmente, o Congresso pode até aprovar um PL de anistia, todavia é absolutamente contraditório imaginar que um projeto de lei conceda anistia a quem agiu contra a própria democracia, fundamento maior da separação de poderes", afirmou Sampaio.

Wallace Corbo, professor de direito constitucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), reforça a crítica à proposta e aponta para as suas consequências perigosas. "O poder Legislativo para burlar a proteção à democracia está anistiando crimes contra a democracia", avaliou. Corbo destaca que, ao anistiar crimes contra a ordem democrática, o projeto sinaliza uma permissividade em relação a atentados às instituições, o que pode criar um precedente preocupante para o país.

Se aprovado na CCJ, o projeto ainda precisará passar por votação no plenário da Câmara e, em seguida, pelo Senado.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Investigação da rachadinha: Procuradoria propõe negociação com André Janones

O relator do caso no STF é o ministro Luiz Fux

André Janones (Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados)

A Procuradoria-Geral da República pediu nesta segunda-feira (28) ao Supremo Tribunal Federal para fechar um acordo com o deputado André Janones (Avante-MG) na investigação do suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete. O relator do caso no STF é o ministro Luiz Fux. O magistrado vai decidir sobre o pedido feito pela PGR.

No acordo de não persecução penal, a pessoa não pode ser julgada por algum crime, mas precisa admitir as ilegalidades e cumprir as condições estabelecidas, como pagamento de multa ou prestação de serviços, por exemplo.

Além de Janones, dois ex-assessores do deputado foram indiciados pelos crimes de peculato, associação criminosa e corrupção passiva. No relatório de indiciamento, a PF disse que houve variação do patrimônio de Janones nos anos de 2019 e 2020, resultando em valores a descoberto de R$ 64,4 mil e R$ 86,1 mil, respectivamente.

Reportagens jornalísticas publicadas e notícias-crime protocoladas na PGR por políticos de oposição informaram que Janones teria enviado áudios, por meio do Whatsapp, a ex-assessores solicitando o repasse de parte dos salários para ajudar em campanhas eleitorais. Os fatos teriam ocorrido a partir de 2019.

O deputado federal André Janones (Avante-MG) negou as acusações, em novembro do ano passado. 

Confira a postagem abaixo:

Primeiro de tudo, eu quero dizer a vocês que eu estou quebrando a minha regra de não responder às fake news, como ensino no meu livro 'Janonismo Cultural' a não responder, por uma razão clara: respeito a vocês. Hoje saiu uma matéria, que está sendo espalhada pela extrema direita, que me acusa de rachadinha, coisa que eu nunca fiz.

Pra isso eles usaram uma gravação clandestina e criminosa, um áudio retirado de contexto e para tentar me imputar um crime que eu jamais cometi. Aproveito para solicitar que o conteúdo criminosamente gravado seja disponibilizado na íntegra e não edições manipuladas, postada quase simultaneamente por todas as lideranças de extrema direita.

É a segunda vez que trazem esse assunto para tentar me ligar a crimes. Em 2022 já fizeram isso durante a campanha, também com áudios fora de contexto. Essas denúncias vazias nunca se tornaram uma ação penal ou qualquer processo, por não haver materialidade. Não são verdade, e sim escândalos fabricados.

No mais, repito, eu NUNCA recebi um único real de assessor, não comprei mansões, nem enriqueci e isso por uma simples razão, EU NUNCA fiz rachadinha 

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Gleisi após o 2° turno das eleições municipais: 'não é a primeira vez que anunciam a morte do PT, mas estamos bem'

'Estamos junto do povo', afirmou a presidente da legenda

Gleisi Hoffmann (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

 A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), sinalizou nesta segunda-feira (28) que o partido mostrou força política nas eleições de 2024. A legenda saiu 183 prefeitos eleitos de 2020 para 252 neste ano.

"Não é a primeira vez que anunciam a morte do PT, mas seguimos bem, com o povo e com o Brasil", disse a petista à CNN, com relatos publicados na coluna de Gustavo Uribe.

Após o segundo turno, 7 partidos (PT, PSB, PDT, PC do B, PV, Rede e Psol) ganharam o comando municipal de 749 cidades neste ano, número inferior ao registrado em todas as disputas eleitorais de 2004 a 2020. O auge da esquerda em eleições municipais foi em 2012 (1.533 prefeitos).

Fonte: Brasil 247

Lula presta solidariedade a Eduardo Suplicy, diagnosticado com câncer: 'você é referência para um Brasil mais justo'

'Estamos com você', afirmou o presidente

Lula e Eduardo Suplicy (Foto: Ricardo Stuckert)

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 79 anos, publicou nesta segunda-feira (28) uma mensagem de apoio ao deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), 83 anos. O parlamentar foi diagnosticado com o linfoma não Hodgkin. Esse tipo de câncer tem origem nas células do sistema linfático, que faz parte do sistema imunológico, que ajuda o corpo a combater doenças.

"Ao companheiro de lutas @eduardosuplicy, desejo pronta recuperação neste momento do tratamento do linfoma. Sua atuação política é referência para todos que acreditam em um Brasil mais justo e solidário e inspira a todos nós. Um abraço carinhoso e muita força. Estamos com você", escreveu Lula no Instagram.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), como o tecido linfático é encontrado em todo o corpo, o linfoma pode começar em qualquer lugar do corpo, em crianças, adolescentes e adultos, mas torna-se mais comum à medida que as pessoas envelhecem.

"Por razões ainda desconhecidas, o número de casos duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos. Entre os linfomas, é o tipo mais incidente na infância. Os homens são mais predispostos do que as mulheres", esclarece o órgão.
Fonte: Brasil 247

Marcelo Freixo: 'resultado da Bola de Ouro 2024 puniu Vini Jr. por enfrentar o racismo' (vídeo)

"Vini é o melhor do mundo", afirmou o presidente da Embratur

Marcelo Freixo (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

O presidente da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, criticou nesta segunda-feira (28) o resultado da Bola de Ouro, que aconteceu em Paris, onde Rodri, meio-campo do Manchester City (Inglaterra), venceu o prêmio. Torcedores e analistas tinham a expectativa de que o atacante do Real Madrid Vini Jr ganhasse a premiação.

De acordo com o dirigente da Embratur, "o prêmio está punindo Vini Jr por ter enfrentado o racismo, por ter de forma tão corajosa colocado o dedo na ferida do preconceito no futebol". "Vini é o melhor do mundo, é um grande cidadão e cabe a todos nós somarmos nossas vozes no repúdio ao racismo", afirmou.

O meio-campista Rodri foi o primeiro meio-campista defensivo a conquista a Bola de Ouro desde Lothar Matthaus em 1990 e o terceiro espanhol a ganhar o prêmio, depois de Alfredo Di Stéfano (1957 e 1959) e Luis Suárez (1960).

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Vini Jr.. Foto: Pablo Morano/Reuters


Fonte: Brasil 247

Vitórias em Olinda e Paulista fortalecem projeto de reeleição de Raquel Lyra em Pernambuco

PSDB da governadora é o partido com mais prefeituras; arco de partidos aliados da tucana também se fortaleceu na eleição

Raquel Lyra (Foto: Reprodução)

Brasil de Fato Pernambuco - Neste domingo (27), a população do Paulista elegeu Ramos Santana (PSDB) para liderar a prefeitura pelos próximos quatro anos. Com a vitória, o PSDB, que nacionalmente vive um processo de decadência, se mantém como a sigla com o maior número de prefeituras em Pernambuco, tendo 32 prefeitos. Em 2020, os tucanos haviam eleito apenas 5 gestores no estado.

O crescimento do PSDB em Pernambuco está diretamente associado à chegada de Raquel Lyra (PSDB) ao Governo do Estado. Também neste 2º turno, sua aliada Mirella Almeida (PSD) também saiu vencedora nas urnas, contra Vinicius Castello (PT).

O petista, assim como o candidato derrotado em Paulista, Junior Matuto (PSB), eram apoiados por João Campos (PSB), prefeito do Recife e potencial candidato ao Governo do Estado em 2026, contra a tucana. O PSB de Campos elegeu 31 prefeitos, sendo a 2ª sigla com mais prefeitos.

O PP, liderado no estado pelo deputado federal Eduardo da Fonte e pelo clã evangélico conservador dos Collins, vem em 3º lugar, com 24 prefeituras. O partido, que por muito tempo integrou o arco de alianças do PSB, está hoje com a governadora Raquel Lyra.

O Republicanos fica em 4º lugar no ranking, com 22 prefeituras. O partido é liderado nacionalmente pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e, no estado, tem como principal liderança Silvio Costa Filho, ministro dos Portos e Aeroportos.

O PSD da futura prefeita de Olinda, Mirella Almeida, terá 19 prefeituras em Pernambuco a partir de 2025. A sigla é liderada no estado por André de Paula, ministro da Pesca e Aquicultura, outro que já integrou o arco de alianças do PSB, mas que hoje está sob as asas da governadora tucana.

O MDB, com 12 prefeituras, vem em 6º lugar. O partido tem relação tanto com João Campos (PSB) como com a governadora Raquel Lyra (PSDB).

O União Brasil, que terá 10 prefeituras em Pernambuco a partir de 2025, é outro partido que está com um pé em cada canoa. Na região metropolitana do Recife tem como principal liderança o deputado federal conservador Mendonça Filho, aliado de Raquel. No interior, o partido é comandado pela família Coelho, de Petrolina, que no momento é aliada de João Campos.

O Podemos, com 8 prefeituras, é mais uma sigla aliada de Raquel Lyra. O Avante, também com 8, é mais próximo de Campos.

O PT aparece apenas em 10º lugar na lista, com 6 prefeituras, sendo a mais importante dela a de Serra Talhada, liderada por Márcia Conrado, reeleita este ano. Conrado, no entanto, contou com a governadora tucana no seu palanque.

O Partido Verde (PV), que até 2026 integra a Federação Brasil da Esperança junto ao PT e ao PCdoB, vem logo em seguida, com 5 prefeituras. O PCdoB reelegeu um prefeito, em Sanharó, município com 18,6 mil habitantes no Agreste do estado. A Federação Brasil da Esperança soma, então, 12 prefeituras, mesmo número do MDB.

O bolsonarista PL tem duas prefeituras: foram reeleitos os prefeitos Mano Medeiros, de Jaboatão dos Guararapes, e Mary Gouveia, de Escada, na zona da mata sul. Enquanto Medeiros é membro do clã familiar-religioso dos Ferreira, Gouveia tem forte aliança com o deputado estadual Sileno Guedes (PSB), dirigente da sigla no estado.

PDT, Solidariedade e PRD, assim como o PCdoB, elegeram apenas um gestor.

fonte: Brasil 247 com Brasil de Fato em Pernambuco

Anielle Franco sobre a Bola de Ouro 2024: 'você é gigante, Vini Jr. O racismo nunca vai nos parar'

'Fazendo história!', escreveu a ministra sobre o jogador

Anielle Franco (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, publicou nesta segunda-feira (28) uma mensagem de solidariedade ao atacante do Real Madrid Vini Jr.após uma temporada 2023/2024 na qual marcou 24 gols, deu 9 assistências em 39 partidas pelo time espanhol. Também conquistou os títulos da Liga dos Campeões, do Campeonato Espanhol e da Supercopa da Espanha.

A titular da pasta destacou a importância do jogador para o combate à discriminação racial. "Você é gigante, Vini! O racismo nunca irá nos parar, vamos pra cima fazendo história! De novo e de novo, até o fim!", escreveu a titular da pasta na rede social X.

Na votação, que tem apenas com votos de jornalistas esportivos, Rodri superou Vinicius Júnior, que aparecia com grande favoritismo. O vencedor também atua no Real Madrid.

Tecnicamente, o prêmio chamado Bola de Ouro foi entregue a 4 brasileiros - Ronaldo (1997 e 2002), Rivaldo (1999), Ronaldinho Gaúcho (2005) e Kaká (2007). Em 1994, Romário foi eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa e ganhou a principal premiação individual que na época tinha outro nome.

Até 1994, somente jogadores de nacionalidades europeias recebiam o prêmio. Desde 1956, a revista esportiva France Football elege a cada ano o melhor jogador de futebol do planeta.

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Vinícius Júnior. Foto: Pablo Morano / Reuters


Fonte: Brasil 247

Gleisi rebate Padilha: "mais respeito com o PT"

Presidente do PT reagiu às declarações do ministro correligionário, que mais cedo disse que o partido entrou na "zona de rebaixamento"

Gleisi Hoffmann (Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados)

O clima parece ter esquentado no PT. A presidente da sigla, deputada Gleisi Hoffmann, foi às redes sociais nesta segunda-feira (28) rebater as declarações recentes do ministro correligionário Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais. Mais cedo nesta segunda, Padilha disse que o partido entrou na "zona do rebaixamento" e pediu uma autoavaliação, após os resultados das eleições municipais.

Segundo Gleisi, o partido pagou o preço por integrar um governo de alianças, das quais Padilha é peça central. "Temos de refrescar a memória do ministro Padilha, o que aconteceu conosco desde 2016 e a base de centro e direita do Congresso, que se reproduz nas eleições municipais, que ele bem conhece. Pagamos o preço, como partido, de estar num governo de ampla coalizão. E estamos numa ofensiva da extrema direita", escreveu Gleisi na rede social X.

A dirigente ainda disse que Padilha ofendeu o partido, e atribuiu ao ministro parte da esponsabilidade pelos resultados: "Ofender o partido, fazendo graça, e diminuir nosso esforço nacional não contribui para alterar essa correlação de forças. Padilha devia focar nas articulações políticas do governo, de sua responsabilidade, que ajudaram a chegar a esses resultados. Mais respeito com o partido que lutou por Lula Livre e Lula Presidente, quando poucos acreditavam".

Nas eleições municipais deste ano, o PT elegeu 252 prefeitos, sendo a penas um em uma capital: Fortaleza (CE). Os resultados representam um crescimento em relação a 2020, quando fez 183. Ao mesmo tempo, o PT ficou aquém das expectativas em muitas cidades, gerando críticas também do ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.

Fonte: Brasil 247

Elmano de Freitas vê processo de "recuperação do PT" após vitória de Evandro Leitão em Fortaleza

O partido saiu de 183 prefeitos em 2020 para 252 neste ano
Elmano de Freitas (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), afirmou nesta segunda-feira (28) o resultado das urnas em Fortaleza (CE), onde Evandro Leitão (PT) ganhou de André Fernandes (PL). O chefe do Executivo cearense mencionou políticos como o prefeito José Sarto (PDT), o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), o secretário municipal de Saúde em Maracanaú (CE), Capitão Wagner (União Brasil), e o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB). De acordo com o chefe do Executivo estadual, houve um processo de “recuperação do PT”. Foi de 183 prefeitos eleitos de 2020 para 252 neste ano.

"A primeira leitura é de que saímos do primeiro turno num desafio muito grande. Quero, de antemão, agradecer ao povo de Fortaleza pela confiança em nosso projeto, possibilitando que nós, de mãos dadas, Estado, Prefeitura e governo Federal, possamos desenvolver políticas públicas na saúde, segurança, educação. Do ponto de vista político, temos que analisar que enfrentamos no 2° turno uma aliança", afirmou durante entrevista concedida à Rádio O POVO CBN.

"Não foi apenas a candidatura do André (que enfrentamos), disputamos com uma candidatura apoiada pela Prefeitura de Fortaleza, apoiado na prática pelo governo do prefeito Sarto e somos testemunha de perseguição a pessoas do governo que apoiaram Evandro (...) foi uma candidatura com apoio do Roberto Cláudio; do Ciro Gomes atuando nos bastidores; com apoio do Tasso (Jereissati) e do (Capitão) Wagner".

Fonte: Brasil 247

Psol encerra segundo turno das eleições sem conquistar prefeituras

O resultado interrompe o crescimento obtido nas eleições de 2020, quando a legenda conquistou cinco prefeituras
Bandeira do Psol (Foto: Psol/Divulgação)

O Partido Socialismo e Liberdade (Psol) encerrou o segundo turno das eleições municipais, realizado no domingo (27), sem conseguir eleger prefeitos nos municípios onde disputava: São Paulo (SP) e Petrópolis (RJ).

O resultado interrompe o crescimento obtido nas eleições de 2020, quando a legenda conquistou cinco prefeituras, incluindo a capital Belém (PA).

Em São Paulo, o candidato da sigla, Guilherme Boulos, obteve aproximadamente 40% dos votos, sendo derrotado pelo atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Em Petrópolis, Yuri Moura (Psol) foi superado por Hingo Hammes (PP), que venceu com 74,74% dos votos ante 25,26% do psolista.

Fonte: Brasil 247

Após o 2° turno, esquerda tem o menor número de prefeituras em 20 anos

Em 2024, o Partido dos Trabalhadores teve alguma recuperação, mas deixou de ser a sigla hegemônica no campo progressista

Bandeira do PT (Foto: Alessandro Dantas (Divulgação))

Os partidos de esquerda elegeram o menor número de prefeitos nas eleições de 2024 em comparação a todas as outras disputas municipais nos últimos 20 anos. Após o segundo turno, 7 partidos (PT, PSB, PDT, PC do B, PV, Rede e Psol) ganharam o comando municipal de 749 cidades neste ano, número inferior ao registrado em todas as disputas eleitorais de 2004 a 2020. O auge da esquerda em eleições municipais foi em 2012 (1.533 prefeitos). As estatísticas foram publicadas no Congresso em Foco.

Em 2024, o PT teve alguma recuperação – foi de 183 prefeitos eleitos de 2020 para 252 neste ano – mas não é mais o partido hegemônico. Ficou atrás do PSB, que aumentou seu número de comandos municipais nestas duas eleições: de 252 a 309. O PDT de Ciro Gomes caiu de 314 para 151 eleitos. PCdoB e PV, legendas que estão em federação com o PT, registraram queda novamente.

Leia a íntegra no Congresso em Foco

Jaques Wagner diz que vitória de Caetano em Camaçari foi um "bálsamo" para o grupo político

"A gente assume que perdeu nas outras cidades aqui da região metropolitana e na capital, mas nós ganhamos uma cidade importantíssima", afirmou

Luiz Caetano (Foto: Reprodução/ PT Bahia)

O senador Jaques Wagner destacou a vitória de Luiz Caetano (PT) sobre Flávio Matos (União Brasil) no segundo turno da eleição para a prefeitura de Camaçari, realizado neste domingo (27).

Em publicação na rede social X, o líder do governo no Senado afirmou que o resultado é um "bálsamo" para o grupo político. Wagner também reconheceu a derrota do Partido dos Trabalhadores em outros municípios da região metropolitana, mas ressaltou a conquista da segunda cidade mais rica da Bahia.

“A vitória em Camaçari do nosso grupo político foi um bálsamo. A gente assume que perdeu nas outras cidades aqui da região metropolitana e na capital, mas nós ganhamos uma cidade importantíssima, que é o quinto maior orçamento do Nordeste e a segunda cidade mais rica da Bahia”, escreveu. “Parabéns ao povo de Camaçari, com todo respeito a quem votou no outro candidato. Quando eu faço a crítica, não é ao eleitor do outro candidato, mas a quem conduziu o processo, ao ex-prefeito de Salvador e ao prefeito atual de Camaçari, que perdeu a eleição pelo bem da cidade”.

Caetano venceu o segundo turno com 50,92% dos votos, enquanto Flávio obteve 49,08%.

Fonte: Brasil 247

Valdemar Costa Neto: 'vou pedir para Lira convencer o STF a baixar a pena dos condenados do 8 de janeiro'

O presidente do PL mencionou Jair Bolsonaro como um dos possíveis beneficiados

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)


O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta segunda-feira (28) que tenta negociar com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), um acordo para parlamentares, que vão pautar nesta terça (29) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa Legislativa uma proposta de anistia dos presos pelos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. O aliado de Jair Bolsonaro (PL) defende que deputados federais conversem com ministros do Supremo Tribunal Federal para tentar reduzir as penas. O STF emitiu algo entre 220 e 240 condenações das 1.390 denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República.

"Temos que trabalhar com o projeto de anistia, que está na CCJ. Tenho uma reunião com o Arthur [Lira] hoje ainda para falar sobre isso. Porque precisa ser dentro da lei. Precisamos disso. Mas precisamos saber qual a maneira", disse em entrevista ao Estúdio I, da GloboNews.

"Eles estavam com pedaços de pau e não com metralhadoras. Além de reduzir a pena, ver se eles podem ir para a prisão apenas durante a noite para passar o dia em casa. 17 anos é muito e tem muita gente presa ainda. E tem gente na Argentina, tem gente nos Estados Unidos [que ainda não foram presas]."

Em 8 de outubro, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara adiou a votação de um projeto que anistia os golpistas. O projeto perdoa as condenações dos participantes dos atentados. A matéria vale para todas as medidas de restrição de direitos, como a prisão, o uso de tornozeleira eletrônica e outras que possam limitar o uso de meios de comunicação, plataformas digitais e redes sociais.

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Arthur Lira. Foto: Carlos Moura/SCO/STF

Bolsonaro

O presidente do PL afirmou que trabalha em um projeto de anistia a Bolsonaro, que está inelegível e tem uma investigação que pode condená-lo como autor intelectual dos atentados de 8 de janeiro, mas que este projeto é "outra coisa". "Temos que estudar outra fórmula. Não é nesse projeto de lei que está na Câmara, que é só para o pessoal do 8 de janeiro. [Ainda] não sei qual seria esse outro projeto [para anistiar Bolsonaro]", disse.

"Vamos ver o que temos que fazer para Bolsonaro ser candidato em 26", afirmou. acordo com o dirigente, é possível reverter a ilegibilidade com uma emenda de proposta constitucional. "Sei que não dá para incluir nesse projeto que está na CCJ para ser votado, mas estamos vendo o que vai dar para fazer".

Durante o seu governo, Bolsonaro tentou passar para a população a mensagem de que o Judiciário atrapalhava a gestão dele. O político da extrema-direita também defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado da eleição de 2022.

Em novembro daquele ano, o Tribunal Superior Eleitoral multou o PL em R$ 22,9 milhões após o partido questionar a confiança das urnas eletrônicas. Em 2023, o TSE tornou Bolsonaro inelegível por fazer uma acusação sem provas e afirmou a embaixadores, em Brasília (DF), que o sistema eleitoral brasileiro não tem segurança contra fraudes.

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Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro. Foto: REUTERS

Fonte: Brasil 247

Ministério da Justiça aponta que segundo turno teve 102 crimes eleitorais registrados

Ao todo, 42 pessoas foram detidas no domingo

Eleições municipais no Brasil; 06/10/2024 (Foto: REUTERS/Jorge Silva)

O Brasil encerrou o segundo turno das eleições municipais, neste domingo (27), com o registro de 102 crimes eleitorais, segundo informações do Ministério da Justiça, contabilizadas até as 20h.

Entre os crimes registrados, destacaram-se 32 casos de boca de urna, 19 casos de propaganda eleitoral irregular, 14 de compra de votos ou corrupção eleitoral, 11 ocorrências de violação ou tentativa de violação do sigilo do voto, além de 4 registros de desobediência a ordens da Justiça Eleitoral e mais 4 casos de desordem que prejudica os trabalhos eleitorais. Outros tipos de crime eleitoral somaram 11 registros adicionais.

Ao todo, 42 pessoas foram detidas no domingo, com a maioria das prisões ocorrendo em João Pessoa, onde 15 indivíduos foram encaminhados às autoridades. Niterói registrou 7 detenções, enquanto Manaus, Fortaleza, Porto Velho e São Paulo contabilizaram 3 cada uma. Campo Grande teve 2 prisões, e as cidades de Imperatriz (MA), Paulista (PE), Pelotas (RS) e Aracaju (SE) registraram uma detenção cada.

Durante o segundo turno, as autoridades também apreenderam mais de 4,4 mil materiais de campanha, além de um veículo, duas armas e uma quantia superior a R$ 10 mil em dinheiro vivo.

Fonte: Brasil 247 com informações de Uol

Centro-esquerda cresce no Uruguai, mas vitória no 2º turno é incerta

Votos da direita e centro-direita superam os da Frente Ampla
Eleições no Uruguai (Foto: REUTERS/MARIANA GREIF)

Agência Brasil - A coalizão de partidos de centro-esquerda do Uruguai que formam a Frente Ampla – que governou o país de 2005 a 2019 – teve mais votos na eleição desde domingo (27) do que no pleito de 2019, quando foram derrotados pelo atual presidente de centro-direita Luis Lacalle Pou.

Porém, o cenário segue indefinido para o segundo turno, que será realizado no dia 24 de novembro. Isso porque a soma dos votos obtidos pelos partidos de direita e centro-direita supera a dos conquistados pelo candidato da frente do ex-presidente José Pepe Mujica.

O candidato da Frente Ampla, Yamandú Orsi, teve 43,94% dos votos contra 26,77% de Álvaro Delgado, do Partido Nacional, e apoiado pelo atual governo. Em terceiro lugar, ficou o candidato do Partido Colorado, Andrés Ojeda, com 16,03% dos votos. Os demais oito candidatos presidenciais somaram 8,3% dos votos.

Em 2019, a frente de centro-esquerda teve 39,01% dos votos no primeiro turno. Ou seja, houve um crescimento de quase 5 pontos percentuais neste ano. No Parlamento, a Frente Ampla conseguiu maioria simples no Senado, mas ainda depende da votação no segundo turno para consolidar essa maioria. Na Câmara dos Deputados, nenhum dos dois principais blocos conseguiu a maioria.

O jornalista, doutor em ciência política e professor de relações internacionais Bruno Lima Rocha Beaklini avalia que é grande a chance de, no segundo turno, os votos de direita e centro-direita superarem os da Frente Ampla.

“Se fossem 47% ou 48%, a Frente Ampla ganhava tranquilo, mas não está tranquilo, não. A soma dos votos nos partidos de direita dá uma vitória à direita. Tem um quarto partido que é o que somou a maior parte dos votos dos descontentes. Se esse cara fizer apoio crítico à Frente Ampla pode ser que dê um empate técnico”, comentou Beaklini.

O especialista cita o candidato Gustavo Salle, do partido Identidade Soberana, que teve 2,69% dos votos e arrancou o quarto lugar, à frente do candidato de extrema-direita, Guido Manini Ríos. Guido teve 2,45% dos votos pelo partido Cabildo Abierto, que, de três senadores e 11 deputados em 2019, passou para apenas dois deputados e nenhum senador.

Já o candidato Gustavo Salle é uma espécie de outsider da política uruguaia, e o partido dele conseguiu, pela primeira vez, duas cadeiras na Câmara dos Deputados. Gustavo Salle tem pregado voto nulo no segundo turno.

O cientista político Leandro Gabiati também avalia que o segundo turno não está confortável para a Frente Ampla. “A tendência é que os demais partidos apoiem o candidato do Partido Nacional no segundo turno. Isso faz com que a eleição ainda fique muito indefinida”, avaliou o especialista.

Para Bruno Beaklini, a Frente Ampla precisa melhorar a votação não só na capital Montevidéu, onde sempre venceu as eleições. “Vai precisar ampliar a votação na capital e tentar melhorar em algum departamento do interior, melhorar bastante. Caso contrário, não vai dar”, completou.

Partido Nacional

O Partido Nacional – do atual presidente Luiz Lacalle Pou – caiu no número de votos se comparado com a última eleição, quando teve 28,8% no primeiro turno, contra os atuais 26,7% do seu apadrinhado Álvaro Delgado. Ainda assim, o resultado de Delgado foi ligeiramente superior ao previsto pelas pesquisas eleitorais.

O cientista político Leandro Gabiati avaliou que essa queda é normal para um partido que está no poder. “O Partido Nacional venceu a eleição anterior justamente por ser a mudança. Depois de cinco anos de governo de Lacalle Pou, há um desgaste de quem governa e esse desgaste reflete nesse desempenho menor nesta eleição”, analisou.

Brasil

Para o especialista Gabiati, a vitória de um ou de outro candidato no próximo dia 24 de novembro não deve trazer mudanças importantes para a relação entre o Brasil e o Uruguai.

“O Lula e o Lacalle Pou têm dialogado de forma aberta e franca, apesar de serem de tendências ideológicas opostas. Como o Lacalle Pou se identifica com uma direita democrática de diálogo, isso não tem prejudicado as relações diplomáticas e políticas entre Brasil e Uruguai”, explicou.

O professor de relações internacionais Bruno Beaklini, por sua vez, avalia que a coalização de centro-esquerda traz mais benefícios para integração latino-americana e para o Mercosul.

“A Frente Ampla é entusiasta do Mercosul, assim como o governo brasileiro. A coalizão de direita não é. Dependendo da coalizão de direita, eles assinam o tratado de livre comércio com a China, por exemplo”, avaliou.

Plebiscitos

Além de votar para presidente, deputados e senadores, os uruguaios puderam se manifestar em relação a dois plebiscitos propostos pela sociedade; um que previa uma reforma na previdência social e outra que autorizava batidas policiais noturnas. Nos dois casos, as consultas não conseguiram mais de 50% dos votos e não foram aprovadas.

Em um dos plebiscitos, liderado pelas centrais sindicais do país, foi proposta uma reforma da previdência para limitar a idade de aposentadoria aos 60 anos, fixar o valor mínimo da aposentadoria ao valor do salário mínimo, além de acabar com as firmas de previdência privada. Em 2023, o governo uruguaio elevou de 60 para 65 anos a idade mínima para se aposentar.

Para o professor Bruno Beaklini, a falta de recursos para promover a campanha pela reforma da seguridade social e a falta de apoio da Frente Ampla ao plebiscito explicam a derrota da proposta dos sindicatos.

“Essa campanha foi à míngua. A central sindical bancou a campanha do próprio bolso junto com a esquerda que não é nem eleitoral. Dentro da Frente Ampla, o Partido Comunista bancou a campanha e os demais setores tiraram o pé. O debate não penetrou na sociedade do Uruguai como deveria”, destacou.

Na outra consulta, liderada por partidos de direita, pretendia-se mudar a Constituição para permitir as batidas policiais noturnas. A mudança também não teve apoio da maioria e foi rejeitada. Assim como no Brasil, a polícia só pode entrar na casa de um cidadão com mandado judicial e durante o dia.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Lula manterá agenda no Alvorada pelo menos até nova avaliação médica na quarta-feira

O presidente sofreu uma queda no banheiro no dia 19, quando bateu a cabeça e teve um corte na região da nuca

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia no Palácio do Planalto 25/10/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve manter agenda mais leve e concentrada no Palácio da Alvorada pelo menos até quarta-feira, quando passará por outra avaliação médica após o acidente doméstico sofrido há pouco mais de uma semana, disse nesta segunda-feira o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

"A organização da agenda de despacho, reuniões, está concentrada aqui no Alvorada. De quarta-feira em diante, aí depende também das recomendações médicas. Novas avaliações vão ser feitas pela equipe médica", disse o ministro a jornalistas depois de participar de reunião com Lula na residência oficial da Presidência.

Lula sofreu uma queda no banheiro do Alvorada no dia 19, quando bateu a cabeça e teve um corte na região da nuca. O presidente também teve um pequeno sangramento no cérebro, que vem sendo observado pelos médicos.

Na última avaliação, na sexta-feira, boletim médico informou que o quadro do presidente era estável e ele estaria apto a exercer sua rotina de trabalho em Brasília.

Padilha confirmou que os médicos indicaram a Lula que ele ainda não estaria liberado para viajar. Com isso, o presidente terminou por cancelar a participação na COP da Biodiversidade, na Colômbia, esta semana, e na conferência da ONU sobre mudanças climáticas COP29, no Azerbaijão, a partir de 11 de novembro.

Lula também deixou de ir no fim de semana para São Paulo, onde havia combinado uma caminhada de encerramento de campanha com o seu candidato à prefeito Guilherme Boulos (PSOL), que acabou derrotado na disputa de domingo.

Na última sexta, Lula participou pela primeira vez desde o acidente de um evento no Planalto, a assinatura do acordo judicial de reparação pelo rompimento de barragem de mineração em Mariana (MG). O presidente foi fotografado com pontos na parte posterior da cabeça.

Lula passará por novas avaliações médicas na quarta-feira. O Palácio do Planalto já confirmou a presença dele em evento público no mesmo dia, a assinatura de investimentos em mobilidade urbana. Na quinta, está prevista uma reunião com governadores sobre segurança pública.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Padilha: PT entra na 'zona de rebaixamento' e fará debates internos para recuperar protagonismo

Ministro das Relações Institucionais comentou os resultados das eleições municipais, realizadas no domingo (27)

Alexandre Padilha (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fez um balanço das eleições municipais ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e mencionou um "tsunami" de reeleições, com uma taxa recorde de 82%, destacando que a reeleição foi a grande vencedora do pleito. As informações são da Folha de São Paulo, e foram publicadas nesta segunda-feira (28).

Ele mencionou o caso de Ricardo Nunes (MDB), reeleito em São Paulo, como exemplo de candidatos que aproveitaram o bom momento econômico e o apoio federal.

Padilha reconheceu que, apesar de avanços desde 2020, o PT ainda não saiu da "zona de rebaixamento" em que se encontra desde 2016 nas disputas municipais. O ministro também ressaltou a necessidade de uma autoavaliação do PT para recuperar protagonismo, especialmente em grandes e médias cidades, e destacou a importância de o partido reconectar-se com a classe trabalhadora, notando que muitos trabalhadores entre dois e dez salários mínimos não se sentem representados pela legenda.

Padilha mencionou que o próprio presidente Lula tem defendido essa aproximação com a classe trabalhadora, e a Executiva Nacional do PT deve iniciar esse debate para avaliar os resultados das eleições e definir estratégias de fortalecimento.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Após as eleições, aliados de Bolsonaro se preparam para novas denúncias contra o ex-mandatário

Fim das eleições abre caminho para PGR decidir sobre fraudes em cartões de vacinação e desvio de joias sauditas

(Foto: Marcos Corrêa/PR | José Cruz/Agência Brasil)

Com o fim das eleições municipais, aliados de Jair Bolsonaro (PL) já se mostram preocupados com a possibilidade de que novas denúncias sejam apresentadas contra o ex-mandatário. Segundo a coluna da jornalista Malu Gaspar, de O Globo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) está prestes a decidir sobre duas investigações que envolvem Bolsonaro: a fraude na carteira de vacinação de Covid-19 e o desvio das joias sauditas. Segundo informações de fontes próximas à PGR, a equipe do procurador-geral Paulo Gonet adiou as eventuais denúncias até o fim do pleito de outubro para evitar qualquer contaminação eleitoral.

Ambas as investigações avançaram, com a Polícia Federal já tendo indiciado Bolsonaro. A delação do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, teve um papel fundamental na apuração dos casos. Ainda de acordo com a reportagem, a preocupação maior no círculo bolsonarista, no entanto, recai sobre a trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Sila (PT), que pode levar a um indiciamento por crimes graves como golpe de Estado e associação criminosa, com penas que podem ultrapassar 28 anos de reclusão.

“Se o Supremo Tribunal Federal condenou manifestantes a 17 anos por invadirem a sede dos três poderes, a pena para o Bolsonaro pode chegar a 30 ou 40 anos”, avaliou um interlocutor próximo a Bolsonaro. Aliados acreditam que, mesmo com o Tribunal de Contas da União (TCU) mudando seu entendimento sobre presentes recebidos por chefes de Estado, a PGR deve avançar com a denúncia relacionada às joias sauditas, nas quais Bolsonaro é acusado de peculato e lavagem de dinheiro.

Em julho, a PF indiciou o ex-mandatário, baseando-se em um relatório de 476 páginas que mencionou o parecer do TCU 26 vezes. No entanto, uma mudança de entendimento sobre a natureza dos presentes recebidos pode complicar as investigações. O TCU agora afirma que, sem uma legislação específica, os presentes não podem ser considerados bens públicos. Apesar disso, a PF sustenta que a existência de crime é independente do posicionamento do TCU.

Ainda há uma esperança entre aliados de Bolsonaro de que ele escape de uma acusação formal em relação à fraude na carteira de vacinação. O indiciamento por associação criminosa e inserção de dados falsos, que se baseou majoritariamente na delação de Mauro Cid, é visto como menos grave em comparação ao esquema das joias, que possui evidências mais concretas.

Os aliados também argumentam que a falta de registros das autoridades americanas sobre a vacinação do ex-mandatário na entrada nos Estados Unidos poderia enfraquecer a acusação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo