quinta-feira, 24 de outubro de 2024

"O Sul Global é uma força positiva para a paz", diz Mauro Vieira na Cúpula do Brics

Chanceler brasileiro destacou as iniciativas do Sul Global para tentar frear o "genocídio" do povo palestino, enquanto o Ocidente age com "conivência"

Mauro Vieira (Foto: Reprodução/Canal Gov)

Durante a reunião ampliada da Cúpula do BRICS nesta quinta-feira (24), o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, proferiu um discurso enfático, destacando o papel do Sul Global como força motriz para a paz mundial e criticando a atuação do Ocidente na crise palestina. Vieira exaltou a trajetória do BRICS como muito mais do que uma simples sigla, afirmando que o grupo representa "uma realidade palpável construída ao longo de décadas de esforço por um mundo mais equânime".

Vieira frisou que as economias emergentes, como as dos países do BRICS, são os "vetores dinâmicos do crescimento econômico" do século XXI e que, mais do que isso, o Sul Global é uma peça central nos esforços pela paz. Ele lembrou iniciativas passadas e atuais de países árabes e africanos para tentar pôr fim ao conflito entre Israel e Palestina, mencionando o Egito e o Catar como mediadores cruciais na atualidade.

No centro de seu discurso, Mauro Vieira destacou o papel de países do Sul Global em frear o que chamou de "genocídio" contra o povo palestino. O chanceler lembrou que foi o Brasil, na presidência do Conselho de Segurança da ONU, que propôs uma resolução sobre a situação atual, rejeitada por um único veto. Vieira mencionou também a atuação corajosa da África do Sul ao recorrer à Corte Internacional de Justiça para tentar barrar as atrocidades em Gaza, e destacou que os países do Sul Global votaram a favor de uma resolução da Assembleia Geral da ONU pedindo a cessação imediata das hostilidades.

"Os que se arrogam defensores dos direitos humanos fecham os olhos diante da maior atrocidade da história recente", criticou Vieira, referindo-se à postura de países ocidentais, que, segundo ele, têm sido "no mínimo, coniventes" com as ações de Israel. Ele destacou que, embora não haja justificativa para os "atos terroristas" do Hamas, a resposta israelense tem sido uma "punição coletiva" ao povo palestino, com bombardeios em Gaza que, conforme observou, já superam a intensidade dos ataques às cidades europeias durante a Segunda Guerra Mundial.

Vieira também expressou preocupação com a escalada da violência para o Líbano e ressaltou a necessidade de máxima cautela para que o conflito não se transforme em uma guerra de maiores proporções. Ele mencionou ainda a importância do diálogo para evitar que o conflito entre Rússia e Ucrânia também não avance, reafirmando o compromisso do Brasil com a busca por soluções pacíficas e o respeito ao Direito Internacional.

Em outro ponto do discurso, o chanceler brasileiro criticou as sanções unilaterais contra Cuba, classificando-as como "irracionais" e renovou o apelo para que essas medidas sejam flexibilizadas, destacando o impacto devastador na economia e no bem-estar da população cubana.

Leia a íntegra do discurso de Mauro Vieira na Sessão Plenária da Cúpula do BRICS com países convidados:

É um prazer estar ao lado de países amigos do BRICS.

O interesse que despertamos é ao mesmo tempo um motivo de orgulho e um lembrete da nossa responsabilidade.

O BRICS não é uma simples sigla inventada por um economista.

Por trás dessas cinco letras, há uma realidade palpável construída ao longo de décadas de esforços por um mundo mais equânime.

O BRICS deve muito ao G77 e ao Movimento Não-Alinhado.

Somos herdeiros dos que lutaram por uma Nova Ordem Econômica Internacional e dos que conceberam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Somos os vetores dinâmicos do crescimento econômico que o mundo vem experimentando neste século.

O Sul Global também é uma força positiva para a paz.

No passado, a Liga Árabe capitaneou uma Iniciativa pela Paz que representava uma opção equilibrada e realista para a resolução do conflito entre Israel e Palestina.

Hoje, o Egito tem sido imprescindível para que a ajuda humanitária chegue a quem precisa em Gaza, enquanto o Catar atua como ponte entre o Hamas e as autoridades israelenses.

Foi o Brasil quem, na presidência do Conselho de Segurança, em outubro passado, primeiro propôs uma resolução sobre a atual situação, rejeitada pelo veto de um único país.

Foi a África do Sul quem, com coragem, recorreu à Corte Internacional de Justiça para dar um basta no genocídio que vem sendo perpetrado contra o povo palestino.

Foram os países do Sul Global que votaram a favor da resolução da Assembleia Geral da ONU que pede a cessação das hostilidades.

Enquanto isso, o papel desempenhado por outros países tem sido, no mínimo, decepcionante, para não dizer conivente.

Os que se arrogam defensores dos direitos humanos fecham os olhos diante da maior atrocidade da história recente.

Deixam, assim, desmoronar a autoridade do Conselho de Segurança e a integridade do Direito Internacional Humanitário.

Não haverá paz enquanto não houver um Estado palestino independente.

A decisão sobre sua existência foi tomada há 75 anos pelas Nações Unidas.

Mas a mesma ONU que criou o Estado de Israel hoje se vê de mãos atadas.

Não há justificativa para atos terroristas como os praticados pelo Hamas.

Mas a reação desproporcional de Israel tornou-se punição coletiva ao povo palestino.

Já foram lançados sobre Gaza mais explosivos do que os que atingiram Dresden, Hamburgo e Londres na Segunda Guerra Mundial.

À medida que a violência se alastra para o Líbano, será necessária máxima cautela para que esse conflito não se transforme em uma guerra total.

Evitar uma escalada também é crucial no conflito na Ucrânia.

Essa é a mensagem que o entendimento Brasil-China busca promover, junto com mais onze países.

Formamos um clube da paz para fomentar o diálogo e buscar uma solução duradoura.

Essa solução duradoura só virá com o respeito ao direito internacional, incluindo os propósitos e princípios consagrados na Carta da ONU, e o papel central das Nações Unidas no sistema internacional.

Precisamos de paz para voltar a nos concentrar nos maiores desafios do nosso tempo.

O Brasil é, por princípio, contrário às sanções coercitivas unilaterais, que violam o direito internacional e causam danos ilegítimos às populações dos países afetados. O caso de Cuba é emblemático da irracionalidade dessas medidas, que há mais de seis décadas afetam o desenvolvimento econômico do país e, nos tempos recentes, contribuem para agravar a situação energética, alimentar e de saúde do país caribenho.

Renovamos nossa solidariedade com o povo cubano e fazemos um apelo para que sejam imediatamente flexibilizadas essas medidas e, sobretudo, para que Cuba seja retirada da lista unilateral de Estados que patrocinam o terrorismo, o que, como sabemos, é injusto e injustificado.

O Brasil escolheu a inclusão social, o enfrentamento da mudança do clima e a reforma da governança global como prioridades na sua presidência do G20.

Convidamos todos a aderirem à Aliança Global contra Fome e a Pobreza, que vai mobilizar recursos para a implementação de polícias de eficácia comprovada contra esses flagelos.

Também conclamamos a todos a elevarem o grau de ambição de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas para conter o aquecimento global.

No caminho até a COP30, em Belém, podemos ser mais ousados sem abrir mão do princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas.

Temos de unir forças para não ficar para trás na transição energética e na revolução digital.

Não podemos nos limitar à posição de meros fornecedores de recursos naturais, reproduzindo a lógica extrativista de séculos atrás.

Tampouco nos convém a condição de expectadores da evolução da Inteligência Artificial, sem participar de sua regulação, nem ser remunerados pelo uso de nossos dados.

Neste ano, a presidência do G20 aprovou um importante “Chamado à Ação sobre a Reforma da Governança Global”, que contou com o endosso de muitos dos países aqui presentes.

O Brasil considera apresentar à Assembleia Geral proposta de convocação de uma Conferência de Revisão da Carta da ONU, com base no seu artigo 109.

Queremos explorar esses temas ao longo de nossa presidência do BRICS, no ano que vem, que terá como lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”.

Muito obrigado.

Fonte: Brasil 247

Ao lado de Campos Neto, Haddad defende fortalecimento do arcabouço fiscal

"Se há necessidade de reforçar parâmetros para que o arcabouço fiscal se sustente, esse é o caminho que trilharemos", disse o ministro da Fazenda

Roberto Campos Neto e Fernando Haddad (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Reuters - "Se há necessidade de reforçar parâmetros para que o arcabouço fiscal se sustente, esse é o caminho que trilharemos", disse nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em entrevista à imprensa sobre a trilha de finanças do G20, ao lado do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Haddad afirmou que acredita nos parâmetros definidos para o arcabouço fiscal, não sendo necessário reformular o regramento, mas mostrar que ele é crível a médio e longo prazo.

O tema fiscal tem sido abordado de maneira recorrente pelo Banco Central como fator de influência na política monetária, com Campos Neto defendendo em declarações recentes que o Brasil precisará de um choque fiscal positivo se quiser conviver com juros mais baixos.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Haddad defende taxação dos super-ricos para combater a desigualdade

Ministro da Fazenda tem defendido a medida no âmbito do G20, mas alguns países resistem à proposta

Fernando Haddad (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender, nesta quinta-feira (24), a taxação de super-ricos no âmbito do G20 como forma de combater as desigualdades sociais.

“A desigualdade aumentou dramaticamente em vários países. O Brasil considera esse um tópico particularmente importante. Por isso, defendemos que o G20 assuma uma nova e ambiciosa agenda de tributação", disse Haddad em sessão da trilha de finanças do G20. A declaração foi citada pelo Valor Econômico.

"Devemos agir juntos para garantir que os super-ricos paguem sua cota justa em impostos de modo a combater a desigualdade”, disse.

A taxação dos super-ricos foi uma pauta prioritária para a presidência brasileira do G20. O Brasil defende que os países coordenem a adoção de um imposto mínimo de 2%. No entanto, há resistências. A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, por exemplo, tem dito que não vê necessidade de um pacto global e que cada governo deve tratar da questão internamente.

Fonte: Brasil 247 com Valor Econômico

Domingos Brazão interrompe audiência sobre Marielle para "comemorar" vitória do Botafogo

Réu celebrou goleada de 5 a 0 do time carioca durante videoconferência no STF

Marielle Franco e Domingos Brazão (Foto: Câmara Municipal I Reprodução )

Durante uma audiência promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (24), que apura o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, o réu Domingos Inácio Brazão protagonizou um momento inesperado de ‘comemoração’. Em meio à videoconferência, Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), celebrou a vitória do Botafogo sobre o Peñarol por 5 a 0, resultado que colocou o time carioca próximo da final da Copa Libertadores, destaca o Metrópoles. Ao avistar seu filho na audiência, Brazão exclamou: "Filho, Botafogo ganhou de 5 a 0", e foi respondido com entusiasmo pela família: "Botafogo vai ser campeão da Libertadores, pai".

A interação, que contou com gritos de "Fogão campeão" de familiares presentes na audiência virtual. Domingos Brazão, que está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). A comemoração durou poucos minutos antes de o juiz auxiliar Aiton Vieira retomar os trabalhos, chamando o delegado Rivaldo Barbosa para depor.

As audiências, que começaram em 21 de outubro, fazem parte do processo conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no STF. Até o momento, já foram ouvidos réus como João Francisco Inácio Brazão, irmão de Domingos, e o policial militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos são acusados de serem os mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, e também respondem por tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves, que sobreviveu ao ataque em 2018.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Governo federal aprova o Plano Alimento no Prato e dá incentivo para agricultores familiares

O programa “Arroz da Gente” prevê um investimento de cerca de R$ 1 bilhão para a compra de até 500 mil toneladas do produto

(Foto: REUTERS/Adriano Machado | Tânia Rêgo/Agência Brasil | Freepik)

 O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em parceria com a pasta de Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), aprovou o Primeiro Plano Nacional de Abastecimento Alimentar – Alimento no Prato, para o período de 2025 a 2028, e estabeleceu a Política Nacional de Abastecimento Alimentar (PNAAB). O plano foi formulado conjuntamente pelo governo, movimentos ligados à agricultura familiar e a iniciativa privada.

Uma das ações do Alimento no Prato incentiva produtores da agricultura familiar a plantarem arroz, com garantia de compra da produção pelo governo federal a preço definido. O programa “Arroz da Gente” prevê um investimento de cerca de R$ 1 bilhão para a compra de até 500 mil toneladas de arroz. A medida permitirá reforçar os estoques públicos do grão. As iniciativas foram oficializadas com a publicação, na última segunda-feira (21), no Diário Oficial da União, da Resolução Caisan/MDS Nº 8.

O Brasil havia saído do “Mapa da Fome” em 2014 e sustentou essa posição até 2018. Entre 2019 e 2022, houve aumento da pobreza e da extrema pobreza, o que resultou em crescimento da insegurança alimentar e nutricional. O país voltou ao Mapa da Fome no triênio 2019-2021 e se manteve no triênio 2020-2022.

A edição 2024 do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024) mostrou que a insegurança alimentar severa caiu 85% no Brasil em 2023. Em números absolutos, 14,7 milhões de brasileiros deixaram de passar fome no país. A insegurança alimentar severa, que afligia 17,2 milhões de brasileiros em 2022, caiu para 2,5 milhões. Percentualmente, a queda foi de 8% para 1,2% da população.

Os dados da ONU, que utilizam metodologia diferente, confirmam resultados apontados recentemente pelo IBGE, que indicam que mais de 24 milhões de brasileiros saíram da condição de fome entre 2022 e 2023.

Segundo o governo, o Plano Alimento no Prato baseia-se em seis objetivos principais. Entre eles estão o estabelecimento de um sistema de abastecimento alimentar que viabilize o acesso a alimentos saudáveis de maneira sustentável, inclusiva e justa, e a ampliação da disponibilidade dos alimentos que compõem a Cesta Básica, de modo a mitigar a volatilidade de preços, considerando os critérios de regionalidade e a retomada da formação dos estoques públicos.

O plano também visa expandir o acesso ao crédito rural e à assistência técnica para incentivar a transição agroecológica, a produção e o abastecimento de alimentos básicos, saudáveis e sustentáveis, bem como construir fluxos de abastecimento alimentar que operem junto aos equipamentos de Segurança Alimentar e Nutricional, para assegurar o atendimento à população em situação de vulnerabilidade social ou de emergências climáticas, entre outros.

O Plano Alimento no Prato também tem como meta a produção de alimentos saudáveis, em consonância com as políticas de acesso à terra, aos territórios e à água, com atenção às especificidades de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.

São beneficiários do Plano Alimento no Prato 2025-2028 toda a população brasileira, especialmente aquela em situação de vulnerabilidade alimentar e nutricional; os agricultores e agricultoras familiares, incluindo a juventude rural e as mulheres do campo, das águas e das florestas; os assentados da reforma agrária; e os povos indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades tradicionais produtores de alimentos. Também são beneficiários as entidades, organizações e movimentos sociais que produzem alimentos saudáveis ou que realizam ações voltadas à promoção do abastecimento alimentar.

PNAAB

Criada por meio do Decreto Nº 11.820, de 12 de dezembro de 2023, a Política Nacional de Abastecimento Alimentar (PNAAB) compõe o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) e está apoiada em diversas diretrizes. Entre elas estão a promoção de um sistema integrado de abastecimento alimentar que engloba produção, beneficiamento, armazenagem, transporte, distribuição, comercialização e consumo, com vistas a promover a soberania e a segurança alimentar e nutricional 

Fonte: Brasil 247 com informações do governo federal

Vereador bolsonarista que já atirou em foto de Lula ameaça candidato do PT em Fortaleza

Ameaças foram feitas durante uma carreata em apoio ao candidato bolsonarista André Fernandes, que disputa o segundo turno contra Evandro Leitão
(Foto: Reprodução/X/@thiagocafardo )

O vereador de Fortaleza Inspetor Alberto (PL), que já foi condenado a pagar uma multa de R$ 5 mil por atirar contra uma foto do presidente Lula (PT) em 2019, gerou nova controvérsia ao publicar um vídeo nas redes sociais ameaçando o candidato do PT à prefeitura da capital cearense, Evandro Leitão. Segundo a coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles. As ameaças foram feitas durante uma carreata em apoio ao também candidato bolsonarista André Fernandes (PL), que disputa o segundo turno contra Leitão.

“Leitão, filho da p***, tu vai para churrasqueira. Prepara teu caixão, vagabundo”, disparou o vereador em um tom agressivo, gerando repercussão imediata nas redes sociais e na imprensa. Em resposta, a campanha de Evandro Leitão afirmou que registrará um boletim de ocorrência contra o parlamentar por ameaça.

A disputa entre Leitão e Fernandes é acirrada, com ambos empatados nas pesquisas eleitorais, o que intensifica ainda mais a rivalidade entre os candidatos. Segundo pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (23) e contratada pela TV Verdes Mares, mostra um cenário de disputa acirrada no segundo turno das eleições para a prefeitura de Fortaleza. De acordo com os números, o candidato Evandro Leitão (PT) lidera com 44% das intenções de voto, enquanto André Fernandes (PL) segue logo atrás com 42%.

A pesquisa foi realizada de forma presencial com 900 eleitores de Fortaleza e possui um nível de confiança de 95%, o que significa que os resultados têm 95% de chance de representar a realidade eleitoral. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo CE-04417/2024.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Conselho Nacional de Direitos Humanos cobra PGR por investigação contra Bolsonaro por crimes na pandemia

Órgão acusa Bolsonaro, Pazuello, Braga Netto e Queiroga de crimes na pandemia, apontando-os como responsáveis por centenas de milhares de mortes

(Foto: Chico Batata/Divulgação | Marcos Corrêa/PR)

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) entrou, nesta quinta-feira (24), com uma representação criminal na Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a responsabilização de Jair Bolsonaro (PL) e de seus ex-ministros Eduardo Pazuello, Walter Braga Netto e Marcelo Queiroga. A iniciativa visa apurar crimes supostamente cometidos durante a gestão da pandemia de Covid-19 no Brasil. A ação, conforme destaca o CNDH, busca justiça para as vítimas da crise sanitária, argumentando que o governo federal “sabotou” as políticas de combate à doença ao adotar posturas contrárias às orientações científicas, informa a CartaCapital.

De acordo com informações do CNDH, o governo Bolsonaro resistiu em adotar medidas de proteção como o uso de máscaras e o distanciamento social, e ainda teria incentivado a população a descumprir as restrições sanitárias impostas. A estratégia de “imunidade de rebanho por contágio”, defendida pelo governo, foi apontada como um dos principais fatores que contribuíram para a alta mortalidade no país, que registrou mais de 36 milhões de casos de Covid-19 entre 2020 e 2022.

“O número exorbitante de casos e óbitos por Covid-19 notificados, sem contar aqueles que não o foram, é notoriamente o resultado da política sanitária adotada pelo governo do ex-Presidente da República Jair Messias Bolsonaro”, cita o documento, reforçando que as ações e omissões do governo resultaram na morte de centenas de milhares de brasileiros. O conselho também afirma que o governo se posicionou contra as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da comunidade científica.

A representação apresentada pelo CNDH solicita que Bolsonaro e seus ministros sejam investigados por infração de medida sanitária preventiva, crime de epidemia, charlatanismo e incitação ao crime. A ação também destaca a preocupação com a "impunidade" pelos atos cometidos durante a crise da pandemia, afirmando que essa falta de responsabilização pode comprometer a saúde pública em futuras emergências.

Em 2022, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid já havia apresentado dez petições criminais contra integrantes do governo Bolsonaro, acusando o ex-presidente de nove crimes durante a pandemia. No entanto, a Procuradoria-Geral da República arquivou todas as petições, sob a justificativa de que não havia indícios suficientes para abrir inquéritos.

O CNDH, órgão paritário composto por 11 membros da sociedade civil e 11 do Poder Público, reforçou a importância de que essa nova representação seja levada adiante, destacando que a responsabilização dos gestores da pandemia é essencial para que tragédias como essa não se repitam.

Fonte: Brasil 247 com informações da Carta Capital

Alckmin cobra apoio de países ricos para o desenvolvimento sustentável em reunião do G20

O vice-presidente destacou a necessidade de um comércio equilibrado, sem barreiras e inclusivo para reduzir as desigualdades em todos os continentes

Geraldo Alckmin (Foto: Julio Cesar Silva (MDIC))

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), ao abrir a reunião de ministros de Comércio e Investimento do G20, realizada em Brasília, cobrou apoio técnico e financeiro dos países ricos para que as nações em desenvolvimento se adequem a um ‘momento de transições’, informa O Globo. Segundo Alckmin, o desenvolvimento econômico deve ser sustentável e inclusivo.

"A promoção do desenvolvimento sustentável não é apenas uma prioridade, mas uma responsabilidade coletiva que transcende fronteiras e gerações. A responsabilidade é o novo imperativo categórico do nosso tempo. É fundamental que as economias mais avançadas colaborem com apoio técnico e financeiro, para que os países em desenvolvimento possam acompanhar as transições que o momento exige", afirmou.

Alckmin destacou a necessidade de um comércio equilibrado, sem barreiras e inclusivo para impulsionar transformações e reduzir as desigualdades em todos os continentes. Na opinião dele, o G20 tem uma "oportunidade única" de liderar as discussões sobre o desenvolvimento econômico com foco na sustentabilidade social e ambiental. "A cooperação internacional é a chave para garantir que nenhum país seja deixado para trás", enfatizou.

O Brasil, que preside o G20 até o próximo mês, quando sediará a cúpula de líderes do bloco no Rio de Janeiro, tem como prioridade alinhar comércio e investimentos ao desenvolvimento sustentável. O país também defende a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) e o aumento da participação de mulheres no comércio global.

"Precisamos avançar em questões vitais, não apenas para o crescimento econômico, mas para a construção de um mundo mais justo e sustentável", concluiu Alckmin.

Durante o evento, o vice-presidente participou de diversas reuniões bilaterais, incluindo um encontro com a representante de Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tay, nesta manhã.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Após acordo, emendas parlamentares serão liberadas conforme etapas cumpridas pelo Congresso

STF condiciona a liberação de recursos à aprovação de novas regras pelo Legislativo. Orçamento secreto e emendas PIX seguem sob escrutínio

Rodrigo Pacheco e Arthur Lira (Foto: Agência Senado)

Em reunião realizada nesta quarta-feira (24), ficou estabelecido que as emendas parlamentares suspensas só serão liberadas à medida que o Congresso Nacional cumprir etapas específicas estabelecidas em conjunto com o Supremo Tribunal Federal (STF). O acordo foi firmado entre os presidentes do STF, Luís Roberto Barroso, do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), além do ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, e o ministro da Justiça, Flávio Dino.

De acordo com ministros do STF, a aprovação de um projeto de lei pelo Congresso com novas regras para as emendas é esperada até a próxima semana, informa Valdo Cruz, do g1. Após essa aprovação, o texto passará por análise do Supremo, que liberará os recursos das emendas em conformidade com princípios de transparência e rastreabilidade. O que não estiver em acordo com essas diretrizes seguirá suspenso, afirmaram assessores da corte.

No entanto, a decisão não significa a liberação de todas as emendas que foram suspensas anteriormente. Emendas ligadas ao chamado "orçamento secreto" de anos anteriores, especialmente entre 2020 e 2022, e as chamadas emendas PIX, marcadas por baixa transparência e ainda sem detalhamento completo de seus autores, continuam em uma situação delicada. Essas categorias permanecem sob análise criteriosa e correm o risco de serem canceladas permanentemente, conforme o andamento do processo.

A lógica do novo modelo foi explicada durante a reunião: aprovado o projeto, todas as emendas que estiverem dentro das novas regras serão liberadas, segundo fontes do STF. A expectativa é de que o Congresso e o Executivo elaborem um novo relatório esclarecendo as emendas ainda pendentes, que serão submetidas à avaliação do STF. Caso essas emendas cumpram os critérios exigidos, os recursos serão liberados gradualmente. O restante poderá ser cortado definitivamente.

Apesar da relevância do tema, o clima da reunião foi descrito como "cordial" pelos participantes, em contraste com encontros anteriores, quando houve desentendimentos entre o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro Flávio Dino. Segundo fontes, o objetivo agora é evitar novos embates e encontrar uma solução viável que atenda tanto às demandas do Congresso quanto aos critérios de transparência defendidos pelo STF.

O processo envolvendo as emendas parlamentares, especialmente as de origem controversa como o orçamento secreto e as emendas PIX, continua sendo um ponto de tensão no relacionamento entre os poderes. Entretanto, com o novo acordo em andamento, há expectativa de que as discussões possam evoluir para uma solução mais equilibrada, evitando um novo desgaste entre o Judiciário e o Legislativo.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Polícia espanhola prende torcedores suspeitos de comandar campanha de ódio contra Vini Jr.

Em um comunicado, as autoridades disseram que “os quatro principais responsáveis ​​por uma campanha de ódio contra um jogador de futebol foram presos”

Vini Jr. (Foto: Pablo Morano/Reuters)

A polícia espanhola anunciou nesta quinta-feira (24) a prisão de quatro torcedores do Atlético de Madrid, acusados de racismo contra o jogador do Real Madrid, Vinícius Júnior. Segundo a CNN, os torcedores detidos foram acusados de crimes de ódio em relação ao jogador, especialmente antes do jogo que aconteceu no dia 29 de setembro, que terminou em um empate de 1 a 1.

Em um comunicado, as autoridades afirmaram que “os quatro principais responsáveis ​​por uma campanha de ódio contra um jogador de futebol foram presos”. A investigação começou após três denúncias apresentadas pela La Liga, que indicaram que os torcedores incitaram outros a proferir insultos racistas durante o jogo, utilizando as redes sociais para organizar a ação.

Os presos, com idades entre 25 e 26 anos, foram detidos entre 14 e 15 de outubro, mas a divulgação das prisões foi feita apenas recentemente. Antes do dérbi, a liga já havia anunciado que solicitariam a prisão de indivíduos envolvidos em atos de racismo, demonstrando um esforço contínuo para combater a discriminação no futebol espanhol.

Um aspecto alarmante dessa situação é a campanha promovida por torcedores que incentivaram o uso de máscaras no estádio, com o intuito de esconder suas identidades enquanto insultavam Vinícius Júnior. A justiça espanhola, junto com representantes do futebol, tem trabalhado para condenar esses ataques, reforçando a mensagem de que comportamentos racistas não serão tolerados.

A história de Vinícius Júnior em relação ao racismo no futebol não é nova. Em janeiro de 2023, um boneco enforcado que representava o jogador foi pendurado em uma ponte por torcedores do Atlético, um ato que gerou revolta e repúdio em toda a sociedade.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN 

Governo deve calcular PIB potencial do Brasil em meio a debate sobre aquecimento da economia e alta de juros, diz Tebet

"Se o FMI está falando em 2,5%, quem sabe não é 2,8%", disse a ministra do Planejamento e Orçamento

(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Reuters - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta quarta-feira que o governo vai calcular o crescimento potencial do país para apresentar um número próprio, defendendo ser plausível que a expansão da atividade na maior economia da América Latina esteja num patamar robusto, mas mais próximo de não provocar pressões inflacionárias.

Em entrevista à Reuters às margens das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial, Tebet afirmou que as taxas de juros do país não podem ser elevadas somente com base na percepção de que a economia já passou do ponto em que cresce sem pressionar os preços, num contexto em que as próprias projeções dos economistas para a atividade têm se mostrado erradas há três anos.

"Nosso ministério, junto com a Ipea, vamos pedir parcerias, inclusive o BNDES diz que é parceiro para isso, para a gente achar pela ótica oficial do Brasil qual é o PIB potencial que ele tem. Se o FMI está falando em 2,5%, quem sabe não é 2,8%", disse.

"Isso reflete em nós termos discurso para debater de forma equilibrada, saudável, respeitando a autonomia do Banco Central, a questão de juros no Brasil, que é um assunto complexo, mas é o que mais importa, porque é ele que permite que o pequeno possa ter crédito, possa investir, possa gerar emprego, aquecer a economia."

O banco central chamou forte atenção para o crescimento acima do esperado ao iniciar um ciclo de aperto monetário no mês passado com uma elevação de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, a 10,75%. O BC não divulga uma estimativa de PIB potencial, mas o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, tem chamado atenção para o possível aumento do indicador, atribuindo o movimento ao impacto de reformas estruturais.

Na terça-feira, o FMI revisou o avanço econômico previsto para o Brasil este ano a 3,0%, de 2,1% antes, no maior ajuste que fez para cima em perspectivas das grandes economias este ano.

No relatório sobre o Brasil publicado em julho, o FMI havia calculado que a expansão econômica esperada para o país seria de 2,5% no médio prazo, um aumento de 0,5 ponto percentual sobre o patamar que havia calculado em 2023.

"O PIB potencial do Brasil não é mais o 1,5% que falavam lá atrás, o FMI já está falando em 2,5%, se ele está falando 2,5% e sempre errou para baixo, será que não é 3%? Essa pergunta nós temos que nos fazer," disse Tebet.

A projeção oficial do governo é de um aumento do PIB de 3,2% este ano.

CORTE DE GASTOS - Sobre o controle das contas públicas, Tebet afirmou que o arcabouço fiscal "só para em pé com revisão estrutural das despesas obrigatórias" e que o governo está debruçado sobre a questão, com a missão de apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma série de alternativas para que ele tenha a opção de escolher.

"Sem essa revisão, nós não conseguimos cumprir a meta fiscal em 26, sem ela, nós não conseguimos estabilizar a dívida," ela disse.

"Se nós tivermos que retirar direito, e às vezes vai acontecer, é tirar direito de quem não está precisando, que precisava no passado e não está precisando. Então a modernização das políticas públicas é o nosso problema," ela completou.

Segundo Tebet, essa mudança se verifica por vezes por conta da transformação nas relações entre sociedade e estado ao longo do tempo, ressaltando que uma política que fazia sentido para quem ganha até dois salários mínimos pode não se justificar no mundo atual.

Questionada se as medidas de ajuste afetariam então o abono salarial, com o qual o governo estima gastar mais de 30 bilhões de reais no projeto do Orçamento do ano que vem, Tebet afirmou que nenhuma das medidas será apresentada antes da hora para não haver interdição do debate num contexto em que o Presidente Lula ainda baterá o martelo.

Criado em 1990, o abono representa o pagamento anual de um salário mínimo para os trabalhadores formais que recebem até dois salários mínimos mensais.

"Agora é importante lembrar que essa conta da vontade política e do timing tem que ser dividida com o Congresso Nacional. A gente tem que entender que não é uma questão assim de falta vontade do presidente Lula. A pergunta é: há vontade da classe política de sair do discurso e aceitar na prática enfrentar essa questão?", afirmou.

Segundo a ministra, é possível que as reformas mais estruturantes e profundas, que são também vistas como as mais difíceis politicamente, fiquem para uma segunda etapa de revisão das despesas.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Governo Lula libera R$150 milhões em crédito para empresários prejudicados por apagão em SP

O Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa será o responsável pela linha de crédito por meio do Pronampe

Estabelecimento comercial sem energia elétrica (Foto: Reuters/Carlos Garcia Rawlins)

O governo federal publicou nesta quinta-feira (24) uma medida provisória que libera uma linha de crédito que vai disponibilizar R$150 milhões em linhas de crédito para empresários atingidos pelo apagão em São Paulo neste mês, informa O Globo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciaram a medida na última sexta-feira (18).

“Estamos pegando 150 milhões de reais do FGO aberto para o Rio Grande do Sul, e foi reservado, para quem foi comprovadamente afetado pelo apagão”, disse Haddad.

O Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa será o responsável pela linha de crédito por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). A MP consta no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta.

Para acessar o crédito, as pessoas jurídicas precisarão comprovar domicílio ou estabelecimento situado na Região Metropolitana de São Paulo e apresentar uma declaração de que tiveram prejuízos causados pleo apagão entre 10 e 20 de outubro de 2024. A medida vai permitir a contratação de até R$ 150 mil em créditos para empresas. O montante será limitado a até 60% da receita bruta anual do ano anterior à contratação do empréstimo.

Para empresas com menos de um ano de funcionamento, o limite de crédito é estipulado em até 50% do capital social ou 60% de doze vezes a média da receita bruta mensal desde o início das operações. Já para profissionais liberais, as regras são diferentes. O crédito disponível é de até R$ 100 mil, com um limite de até 50% do total anual dos rendimentos do trabalho declarados no ano anterior à contratação da linha de crédito. De acordo com a MP, empresários que apresentarem declarações falsas terão que devolver o valor dos empréstimos.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Esteves, do BTG, elogia Haddad e esforço do governo Lula na política fiscal

Chairman do BTG Pactual disse que os mercados estão mais pessimistas do que a situação real do país justifica. Ele espera que o PIB cresça 3,1% neste ano

Haddad com Lula e André Esteves (Foto: Diogo Zacarias | REUTERS/Tuane Fernandes)

André Esteves, chairman do BTG Pactual, teceu elogios à política econômica conduzida pelo governo Lula (PT), com destaque para os esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em estabilizar as contas públicas. Durante um evento recente, Esteves ressaltou que o Brasil tem avançado na criação de um arcabouço fiscal sólido, o que contrasta, segundo ele, com a situação dos Estados Unidos, onde o tema pouco aparece nas campanhas presidenciais.

Em sua análise, segundo o Valor Econômico, Esteves destacou que tanto Brasil quanto Estados Unidos enfrentam desafios fiscais semelhantes, incluindo déficits nominais em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, ele apontou uma diferença fundamental: "nós não temos uma impressora de dólares, então precisamos ser mais rigorosos e disciplinados", afirmou o banqueiro. Para ele, o fato de que o tema é amplamente discutido no Brasil já é um indicativo de que o país está no caminho certo. “O primeiro passo para resolver um problema é identificá-lo. Nos EUA, vocês não estão nem discutindo o assunto”, completou.

Esteves também fez uma defesa da economia brasileira, afirmando que os mercados estão mais pessimistas do que a situação real do país justifica. Ele mencionou que o PIB deve crescer 3,1% este ano, sem grandes problemas no balanço externo, e reconheceu que a inflação está um pouco acima da meta. Ainda assim, ele admitiu que falta confiança dos investidores nos resultados fiscais de longo prazo, embora tenha elogiado o trabalho de Haddad em criar uma estrutura que possa trazer estabilidade.

“A boa notícia é que o Brasil tem passado por importantes reformas estruturais nos últimos anos”, comentou Esteves, referindo-se às reformas trabalhista, previdenciária e tributária aprovadas. Ele ponderou que ainda é cedo para apontar erros do atual governo e evitou fazer críticas diretas. "Honestamente, acho que o governo está fazendo um bom trabalho para o fiscal", afirmou.

Embora tenha elogiado o trabalho do governo no campo fiscal, Esteves expressou preferência por uma política fiscal mais rígida em detrimento de uma política monetária restritiva. Segundo ele, com o desemprego em níveis historicamente baixos, o Brasil pode começar a rever algumas medidas de proteção social para incentivar o retorno das pessoas ao mercado de trabalho.

O banqueiro também comentou sobre a transição no comando do Banco Central, prevendo uma passagem tranquila de Roberto Campos Neto para Gabriel Galípolo. Ele destacou que a credibilidade da instituição vai além de seu presidente, sendo fruto de uma tradição de quase três décadas de independência prática do BC. O próximo presidente deve manter essa tradição e tomar decisões técnicas, declarou.

Quando questionado sobre o ambiente de negócios no Brasil, Esteves reconheceu avanços, mas afirmou que ainda há muito a ser feito. O Brasil foi um dos cinco maiores destinos de investimento direto no mundo nos últimos 20 anos, destacou ele, apontando que o país está no caminho certo. “Lógico que está longe do ideal, poderíamos ter menos impostos, um regime mais simples. Mas a reforma tributária é um passo nessa direção”, comentou.

Fonte: Brasil 247 com Valor Econômico

Prévia da inflação, IPCA-15 acelera para 0,54% em outubro, por alta de energia e gás de cozinha

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,71%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,47%

Torre de transmissão de energia elétrica perto de Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Por Roberto de Lira, Infomoney - O IPCA-15, prévia da inflação oficial do país, acelerou para 0,54% em outubro, após mostrar variação de 0,13% em setembro, informou nesta quinta-feira (24) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,71%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,47%, acima dos 4,12% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Em outubro de 2023, o IPCA-15 tinha ficado em 0,21%, acumulando alta de 5,05% em 12 meses.

Os dados de outubro vieram acima do consenso LSEG de analistas, que previam inflação mensal acelerando para 0,50% e taxa anualizada de 4,43%.


Habitação - Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em outubro, com destaque para Habitação.

O aumento de 5,29% nos preços da energia elétrica residencial contribuiu para a alta apresentada pelo grupo. A entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha no patamar 2, a partir de 1º de outubro, influenciou o comportamento do subitem na passagem de setembro (0,84%) para outubro.

A subida de preços do gás de botijão (2,17%) também contribuiu positivamente para o resultado do grupo.

Alimentação - No grupo Alimentação e bebidas, que subiu 0,87% em outubro, houve forte pressão da alimentação no domicílio, que teve aumento de 0,95% no mês, após três meses consecutivos de redução de preços.

Os aumentos do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%), e do leite longa vida (2,00%) impactaram o desempenho do grupo. No sentido oposto, destacaram-se a cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%).

A alimentação fora do domicílio, por sua vez, passou de uma variação de 0,22% em setembro para 0,66% em outubro, o que pode ser explicado pelos aumentos nos preços da refeição (de 0,22% em setembro para 0,70% em outubro) e do lanche (de 0,20% para 0,76%).

Saúde - Em Saúde e cuidados pessoais (0,49%), o subitem plano de saúde subiu 0,53%. Houve aplicação de reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, com vigência retroativa a partir de julho.

“Desse modo, no IPCA-15 de outubro foram apropriadas as frações mensais dos planos antigos relativas aos meses de julho, agosto, setembro e outubro”, explica o IBGE.

Transportes - Único grupo a apresentar queda em outubro foi o de Transportes (-0,33%), que foi impactado sobretudo pelas passagens aéreas (com queda de 11,40%).

Ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%) também contribuíram para o resultado negativo do grupo, em decorrência da gratuidade nas passagens concedidas à população no dia das eleições municipais, em 6 de outubro.

Quanto aos combustíveis (com queda de -0,01%), o gás veicular (-0,71%) e o óleo diesel (-0,23%) apresentaram quedas, enquanto o etanol subiu 0,02% e a gasolina mostrou estabilidade de preço (0,00%).

Capitais - Em relação aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas tiveram alta em outubro. Goiânia foi a cidade com maior variação (+1,07%), consequência da alta da energia elétrica residencial (+6,51%) e da gasolina (+5,94%).

Já o menor resultado foi observado em Porto Alegre (0,17%), influenciado pela queda nos preços das passagens aéreas (-17,16%).

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

Quem são os desembargadores de Mato Grosso do Sul afastados por venda de sentenças

Os magistrados ficarão afastados por pelo menos 180 dias e serão monitorados por tornozeleiras eletrônicas

Agentes da Polícia Federal (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) foram afastados de suas funções após o avanço das investigações da Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (24). A operação investiga crimes de corrupção, venda de sentenças, lavagem de dinheiro, extorsão, falsificação de documentos públicos e organização criminosa.

Segundo o Metrópoles, os magistrados afastados, por um período inicial de 180 dias, são: Sérgio Fernandes Martins, presidente do TJMS, Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Marco José de Brito Rodrigues. Além de perderem temporariamente suas funções, eles serão monitorados por tornozeleiras eletrônicas e estão proibidos de acessar repartições públicas e de se comunicar com outros investigados no caso.

A operação envolveu o cumprimento de 44 mandados de busca e apreensão em diversas localidades, como Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá (MT). Além dos desembargadores, outros servidores públicos, nove advogados e empresários, que teriam se beneficiado do esquema, também são investigados.

Afastamento de membros do Tribunal de Contas - O conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, Osmar Domingues Jeronymo, e seu sobrinho, Danillo Moya Jeronymo, servidor do TJMS, também foram afastados e são alvos das investigações. As apurações atingem ainda um juiz de primeira instância, dois desembargadores aposentados e um procurador de Justiça.

As ações da Polícia Federal, que tiveram início em 2021, apontam uma rede complexa de corrupção dentro do sistema judiciário sul-mato-grossense. A operação Ultima Ratio, cujo nome faz alusão ao princípio de que a Justiça é o último recurso do Estado no combate ao crime, tem como objetivo desarticular essa organização criminosa e restaurar a integridade das decisões judiciais.

O impacto das investigações - A operação lança luz sobre as fragilidades dentro do Judiciário, expondo um esquema de venda de decisões judiciais que envolvia diversos magistrados e profissionais do direito. O afastamento dos desembargadores e a abrangência das investigações reforçam a gravidade das acusações, impactando diretamente a credibilidade do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

As investigações continuam, e novos desdobramentos são esperados nas próximas semanas, à medida que as provas colhidas sejam analisadas e a rede de corrupção seja desmantelada.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

G20 aprova plano de reforma de bancos de desenvolvimento

Mudanças pretendem estimular investimentos sustentáveis

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião no Palácio do Planalto, em Brasília 17/09/2024 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Por Wellton Máximo, repórter da Agência Brasil - Os bancos multilaterais de desenvolvimento terão à disposição mais ferramentas para ampliar os investimentos em projetos sustentáveis e estimular o desenvolvimento global. O G20, grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Africana e União Europeia, aprovou na noite desta quarta-feira (23) um roteiro de reformas para essas instituições financeiras.

Entre os principais bancos multilaterais de desenvolvimento estão o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Novo Banco de Desenvolvimento (chamado de Banco do Brics). Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o plano está baseado em três pilares: aprimoramento da eficiência operacional, aumento da capacidade financeira e fortalecimento da coesão e da eficácia dessas instituições financeiras.

“Os bancos precisam continuar refinando seus processos para se adaptar às dinâmicas em constante transformação no cenário global de desenvolvimento. Isso envolve, entre outras ações, fortalecer o apoio a plataformas de financiamento lideradas pelos países, agilizar os fluxos de projetos e fomentar a inovação”, afirmou Haddad em discurso durante jantar dos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20, em Washington. Até novembro, o Brasil preside o G20.

O ministro da Fazenda ressaltou que o documento foi aprovado por consenso e resulta de um trabalho iniciado pela Índia, que ocupou a presidência anterior do grupo. “Em linha com o mandato dos líderes do G20 em Nova Déli [capital da Índia], a presidência brasileira entende a aprovação do Roteiro do G20 para bancos multilaterais de Desenvolvimento como um passo decisivo para transformar os bancos multilaterais em instituições capazes de endereçar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [das Nações Unidas]”, declarou.

Fonte: Brasil 247

Ex-funcionária acusa Guilherme Freire de assédio e manipulação na Brasil Paralelo

Processo aponta comportamentos invasivos, manipulação e pressão psicológica; outras três mulheres também podem ter sido vítimas

(Foto: Divulgação)

O influenciador conservador Guilherme Freire, ex-diretor de conteúdo da produtora Brasil Paralelo, está sendo acusado de assédio moral e sexual por uma ex-colega de trabalho, Catarina Torres, que protocolou uma ação indenizatória na Justiça de São Paulo no último dia 2. Os episódios teriam ocorrido no final de 2021, quando Catarina, então com 18 anos, começou a trabalhar na empresa, relata reportagem da Folha. A denúncia relata comportamentos invasivos e manipuladores por parte de Freire, que teria feito comentários sobre sua aparência e tentado se aproximar de forma indevida. Áudios e conversas de WhatsApp anexados ao processo sugerem que outras três mulheres também podem ter sido vítimas.

Segundo Catarina, a pressão psicológica e o assédio moral incluíam ameaças de demissão caso ela não atendesse aos pedidos de Freire, além de tentativas de controle e sedução. Ela alega que, em um dos episódios, o influenciador tentou segurar sua mão e insistiu para que ela confiasse nele como um mentor. O advogado de Freire, Miguel Vidigal, negou as acusações, afirmando que o processo é "baseado em calúnias" e que a inocência será provada na justiça. A produtora Brasil Paralelo também se manifestou, afirmando que está cooperando com as investigações e cumprindo suas responsabilidades legais.

Além das acusações de Catarina, o processo cita conversas com outras mulheres que relatam experiências semelhantes. Uma delas afirmou que Freire tentou beijá-la sem consentimento e que a direção da Brasil Paralelo tomou conhecimento dos abusos e decidiu demitir o influenciador em agosto de 2022. Até o momento, essas outras mulheres não formalizaram processos contra Freire.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo