quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Na Cúpula do BRICS, Lula condena "insensatez" de Israel e defende "negociações de paz" entre Ucrânia e Rússia

Presidente destacou que os conflitos no Oriente Médio e a guerra entre Rússia e Ucrânia têm "potencial de se tornarem globais"

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução/YouTube/Lula)

Durante a Sessão Plenária Aberta da XVI Cúpula do BRICS, que ocorre em Kazan, na Rússia, o presidente Lula (PT) fez, por videoconferência, um discurso enfático, no qual condenou a escalada da violência na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e no Líbano, provocada pelos conflitos entre Israel e grupos locais. Lula descreveu a situação como uma "insensatez", citando a frase do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, que afirmou na Assembleia Geral da ONU que Gaza se tornou "o maior cemitério de crianças e mulheres do mundo".

Na presença do presidente russo, Vladimir Putin,Lula aproveitou o momento para também destacar a urgência de negociações de paz no conflito entre Ucrânia e Rússia. "Evitar uma escalada e iniciar negociações de paz também é crucial no conflito entre Ucrânia e Rússia", disse o presidente, que enfatizou a necessidade de cooperação internacional diante de guerras que podem alcançar proporções globais.

O discurso de Lula enfatizou que o foco das nações deveria estar em garantir os direitos básicos da população, como alimentação, educação e saúde. "Os mais vulneráveis não estão interessados em dicotomias simplistas. O que eles querem é comida farta, trabalho digno e escolas e hospitais públicos de acesso universal e de qualidade", afirmou o presidente.

Lula ainda destacou que seu governo está comprometido com a promoção de uma governança global mais inclusiva e sustentável, ressaltando que este será o lema de sua presidência no BRICS: "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável".

O presidente brasileiro encerrou sua fala agradecendo ao anfitrião Vladimir Putin e a todos os líderes presentes na Cúpula, demonstrando seu desejo de continuar fortalecendo as relações entre os países membros do BRICS e avançar em objetivos comuns que favoreçam o desenvolvimento do Sul Global.

Leia o discurso de Lula na íntegra:

Mesmo sem estar pessoalmente em Kazan, quero registrar minha satisfação em me dirigir aos companheiros do BRICS. Quero agradecer o apoio que os membros do grupo têm estendido à presidência brasileira do G20.

Seu respaldo foi fundamental para avançar em iniciativas que são cruciais para a redução das desigualdades, como a taxação de super-ricos.

Nossos países implementaram nas últimas décadas políticas sociais exitosas que podem servir de exemplo para o resto do mundo.

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza já está em fase avançada de adesões.

Convido todos a se somarem à iniciativa, que nasceu no G20, mas está aberta a outros participantes.

O BRICS é ator incontornável no enfrentamento da mudança do clima.

Não há dúvida de que a maior responsabilidade recai sobre os países ricos, cujo histórico de emissões culminou na crise climática que nos aflige hoje.

É preciso ir além dos 100 bilhões anuais prometidos e não cumpridos, e fortalecer medidas de monitoramento dos compromissos assumidos.

Os dados da ciência exprimem um sentido de urgência sem precedentes.

O planeta é um só e seu futuro depende da ação coletiva.

Também cabe aos países emergentes fazer sua parte para limitar o aumento da temperatura global a um grau e meio.

Na COP 30, em Belém, vamos juntos mostrar que é possível conciliar maior ambição em nossas Contribuições Nacionalmente Determinadas com o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas.

Na presidência brasileira do BRICS, queremos reafirmar a vocação do bloco na luta por um mundo multipolar e por relações menos assimétricas entre os países.

Não podemos aceitar a imposição de “apartheids” no acesso a vacinas e medicamentos, como ocorreu na pandemia, nem no desenvolvimento da Inteligência Artificial, que caminha para tornar-se privilégio de poucos.

Precisamos fortalecer nossas capacidades tecnológicas e favorecer a adoção de marcos multilaterais não excludentes, em que a voz dos governos prepondere sobre interesses privados.

O BRICS foi responsável por parcela significativa do crescimento econômico mundial nas últimas décadas.

Juntos, somos mais de 3,6 bilhões de pessoas, que integram mercados dinâmicos com elevada mobilidade social.

Representamos 36% do PIB global por paridade de poder de compra. Contamos com 72% das terras raras do planeta, 75% do manganês e 50% do grafite.

Entretanto, os fluxos financeiros continuam seguindo para nações ricas.

É um Plano Marshall às avessas, em que as economias emergentes e em desenvolvimento financiam o mundo desenvolvido.

As iniciativas e instituições do BRICS rompem com essa lógica.

A atuação do Conselho Empresarial contribuiu para ampliar o comércio entre nós.

As exportações brasileiras para os países do BRICS cresceram doze vezes entre 2003 e 2023.

O BRICS é hoje a origem de quase um terço das importações do Brasil.

A Aliança Empresarial de Mulheres está criando redes para fomentar o empoderamento econômico feminino e combater as desigualdades de gênero que persistem.

Por meio do Mecanismo de Cooperação Interbancária, nossos bancos nacionais de desenvolvimento vão estabelecer linhas de crédito em moedas locais, que reduzirão os custos de transação de pequenas e médias empresas.

O Novo Banco de Desenvolvimento (o NDB), que neste ano completa dez anos, tem investido na infraestrutura necessária para fortalecer nossas economias e promover uma transição justa e soberana.

Sob a liderança da companheira Dilma Rousseff, o NDB conta atualmente com uma carteira de quase 100 projetos e com financiamentos da ordem de 33 bilhões de dólares.

Ele foi pensado para ser bem-sucedido onde as instituições de Bretton Woods continuam falhando.

Em vez de oferecer programas que impõem condicionalidades, o NDB financia projetos alinhados a prioridades nacionais.

Em vez de aprofundar disparidades, sua governança se assenta na igualdade de voto.

Agora é chegada a hora de avançar na criação de meios de pagamento alternativos para transações entre nossos países.

Não se trata de substituir nossas moedas. Mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional.

Essa discussão precisa ser enfrentada com seriedade, cautela e solidez técnica, mas não pode ser mais adiada.

Muitos insistem em dividir o mundo entre amigos e inimigos. Mas os mais vulneráveis não estão interessados em dicotomias simplistas.

O que eles querem é comida farta, trabalho digno e escolas e hospitais públicos de acesso universal e de qualidade.

É um meio ambiente sadio, sem eventos climáticos que ponham em risco sua sobrevivência.

É uma vida de paz, sem armas que vitimam inocentes.

Como disse o presidente Erdogan na Assembleia Geral da ONU, Gaza se tornou “o maior cemitério de crianças e mulheres do mundo”.

Essa insensatez agora se alastra para a Cisjordânia e para o Líbano.

Evitar uma escalada e iniciar negociações de paz também é crucial no conflito entre Ucrânia e Rússia.

No momento em que enfrentamos duas guerras com potencial de se tornarem globais, é fundamental resgatar nossa capacidade de trabalhar juntos em prol de objetivos comuns.

Por isso, o lema da presidência brasileira será “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”.

Companheiros, espero vê-los na próxima Cúpula para construir mais um capítulo da nossa história comum.

Muito obrigado presidente Putin e muito obrigado aos companheiros que estão em Kazan.

Fonte: Brasil 247

Lula destaca poderio econômico do BRICS e defende desdolarização: "essa discussão não pode ser mais adiada"

O presidente criticou a lógica de financiamento internacional que beneficia as nações ricas: “Plano Marshall às avessas"

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da Cúpula do BRICS, ocorrida nesta quarta-feira (23) em Kazan, na Rússia, trouxeram à tona a importância do bloco como um ator econômico relevante no cenário global e reforçaram a necessidade de desdolarização das economias emergentes.

Lula ressaltou que o BRICS, que representa mais de 3,6 bilhões de pessoas e 36% do PIB global em paridade de poder de compra, desempenhou um papel crucial no crescimento econômico mundial nas últimas décadas. “Juntos, somos mais de 3,6 bilhões de pessoas que integram o mercado dinâmico, com elevada mobilidade social”, afirmou. Ele também destacou a riqueza natural dos países membros, que detêm 72% das pedras raras do planeta, 76% do manganês e 50% do grafite.

Contudo, Lula criticou a lógica de financiamento internacional que beneficia as nações ricas em detrimento dos países em desenvolvimento. “É um Plano Marshall às avessas, em que as economias emergentes e em desenvolvimento financiam o mundo desenvolvido”, alertou.

Durante seu discurso, o presidente brasileiro destacou que as iniciativas e instituições do BRICS rompem com essa lógica, promovendo um comércio mais equilibrado. “As exportações brasileiras para os países do BRICS cresceram 12 vezes entre 2003 e 2023. O BRICS é hoje a origem de quase um terço das importações do Brasil”, detalhou. Ele também mencionou a criação da Aliança Empresarial de Mulheres, uma rede que visa fomentar o empoderamento econômico feminino e combater desigualdades de gênero.

O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), sob a liderança de Dilma Rousseff, foi destacado como uma alternativa às instituições tradicionais de financiamento. Com quase 100 projetos em sua carteira e investimentos que somam US$ 33 bilhões, o NBD se propõe a fortalecer as economias locais sem impor condicionais. “Em vez de oferecer programas que impõem condicionalidades, o NBD financia projetos alinhados às prioridades nacionais”, defendeu Lula.

O presidente enfatizou a urgência de discutir meios de pagamentos alternativos para transações entre os países do BRICS, afirmando que a desdolarização é essencial para uma verdadeira ordem multipolar. “Não se trata de substituir nossas moedas, mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional”, destacou, conclamando os líderes a não adiarem essa discussão fundamental.

O presidente Lula participou da Cúpula do BRICS por meio de videoconferência em função do acidente doméstico sofrido no último final de semana, que o impediu de fazer viagens de longa distância.

Leia o discurso de Lula na íntegra:

Mesmo sem estar pessoalmente em Kazan, quero registrar minha satisfação em me dirigir aos companheiros do BRICS. Quero agradecer o apoio que os membros do grupo têm estendido à presidência brasileira do G20.

Seu respaldo foi fundamental para avançar em iniciativas que são cruciais para a redução das desigualdades, como a taxação de super-ricos.

Nossos países implementaram nas últimas décadas políticas sociais exitosas que podem servir de exemplo para o resto do mundo.

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza já está em fase avançada de adesões.

Convido todos a se somarem à iniciativa, que nasceu no G20, mas está aberta a outros participantes.

O BRICS é ator incontornável no enfrentamento da mudança do clima.

Não há dúvida de que a maior responsabilidade recai sobre os países ricos, cujo histórico de emissões culminou na crise climática que nos aflige hoje.

É preciso ir além dos 100 bilhões anuais prometidos e não cumpridos, e fortalecer medidas de monitoramento dos compromissos assumidos.

Os dados da ciência exprimem um sentido de urgência sem precedentes.

O planeta é um só e seu futuro depende da ação coletiva.

Também cabe aos países emergentes fazer sua parte para limitar o aumento da temperatura global a um grau e meio.

Na COP 30, em Belém, vamos juntos mostrar que é possível conciliar maior ambição em nossas Contribuições Nacionalmente Determinadas com o princípio das responsabilidades comuns, mas diferenciadas.

Na presidência brasileira do BRICS, queremos reafirmar a vocação do bloco na luta por um mundo multipolar e por relações menos assimétricas entre os países.

Não podemos aceitar a imposição de “apartheids” no acesso a vacinas e medicamentos, como ocorreu na pandemia, nem no desenvolvimento da Inteligência Artificial, que caminha para tornar-se privilégio de poucos.

Precisamos fortalecer nossas capacidades tecnológicas e favorecer a adoção de marcos multilaterais não excludentes, em que a voz dos governos prepondere sobre interesses privados.

O BRICS foi responsável por parcela significativa do crescimento econômico mundial nas últimas décadas.

Juntos, somos mais de 3,6 bilhões de pessoas, que integram mercados dinâmicos com elevada mobilidade social.

Representamos 36% do PIB global por paridade de poder de compra. Contamos com 72% das terras raras do planeta, 75% do manganês e 50% do grafite.

Entretanto, os fluxos financeiros continuam seguindo para nações ricas.

É um Plano Marshall às avessas, em que as economias emergentes e em desenvolvimento financiam o mundo desenvolvido.

As iniciativas e instituições do BRICS rompem com essa lógica.

A atuação do Conselho Empresarial contribuiu para ampliar o comércio entre nós.

As exportações brasileiras para os países do BRICS cresceram doze vezes entre 2003 e 2023.

O BRICS é hoje a origem de quase um terço das importações do Brasil.

A Aliança Empresarial de Mulheres está criando redes para fomentar o empoderamento econômico feminino e combater as desigualdades de gênero que persistem.

Por meio do Mecanismo de Cooperação Interbancária, nossos bancos nacionais de desenvolvimento vão estabelecer linhas de crédito em moedas locais, que reduzirão os custos de transação de pequenas e médias empresas.

O Novo Banco de Desenvolvimento (o NDB), que neste ano completa dez anos, tem investido na infraestrutura necessária para fortalecer nossas economias e promover uma transição justa e soberana.

Sob a liderança da companheira Dilma Rousseff, o NDB conta atualmente com uma carteira de quase 100 projetos e com financiamentos da ordem de 33 bilhões de dólares.

Ele foi pensado para ser bem-sucedido onde as instituições de Bretton Woods continuam falhando.

Em vez de oferecer programas que impõem condicionalidades, o NDB financia projetos alinhados a prioridades nacionais.

Em vez de aprofundar disparidades, sua governança se assenta na igualdade de voto.

Agora é chegada a hora de avançar na criação de meios de pagamento alternativos para transações entre nossos países.

Não se trata de substituir nossas moedas. Mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional.

Essa discussão precisa ser enfrentada com seriedade, cautela e solidez técnica, mas não pode ser mais adiada.

Muitos insistem em dividir o mundo entre amigos e inimigos. Mas os mais vulneráveis não estão interessados em dicotomias simplistas.

O que eles querem é comida farta, trabalho digno e escolas e hospitais públicos de acesso universal e de qualidade.

É um meio ambiente sadio, sem eventos climáticos que ponham em risco sua sobrevivência.

É uma vida de paz, sem armas que vitimam inocentes.

Como disse o presidente Erdogan na Assembleia Geral da ONU, Gaza se tornou “o maior cemitério de crianças e mulheres do mundo”.

Essa insensatez agora se alastra para a Cisjordânia e para o Líbano.

Evitar uma escalada e iniciar negociações de paz também é crucial no conflito entre Ucrânia e Rússia.

No momento em que enfrentamos duas guerras com potencial de se tornarem globais, é fundamental resgatar nossa capacidade de trabalhar juntos em prol de objetivos comuns.

Por isso, o lema da presidência brasileira será “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”.

Companheiros, espero vê-los na próxima Cúpula para construir mais um capítulo da nossa história comum.

Muito obrigado presidente Putin e muito obrigado aos companheiros que estão em Kazan.

Fonte: Brasil 247

Paolla Oliveira denuncia fã por perseguição; mulher acusada responde às alegações

A mulher acusada, que seria uma ex-figurante da Globo, se manifestou

Paolla Oliveira (Foto: Reprodução/Instagram)

A atriz Paolla Oliveira denunciou uma fã por ameaça e perseguição. O caso foi registrado na 16ª Delegacia de Polícia, localizada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e será investigado pelas autoridades. Segundo informações do portal Splash, do UOL, a Polícia Civil confirmou que "agentes realizam diligências para identificar a autora e ouvir possíveis testemunhas".

A mulher acusada, que seria uma ex-figurante da Globo, se manifestou pela primeira vez em entrevista ao Portal Leo Dias nesta terça-feira (22). Em sua defesa, ela alegou ser vítima de difamação por parte de Paolla, referindo-se a um episódio ocorrido durante as gravações da novela A Dona do Pedaço, em 2019, quando a atriz interpretava a influenciadora digital Vivi Guedes. "Ela [Paolla] apontou o dedo na minha cara e me fez chorar", relatou a mulher, que preferiu manter sua identidade em sigilo.

Ainda na entrevista, a ex-figurante mencionou que, desde o episódio, sofre de crises de ansiedade e traumas emocionais. "Desde 2019 sofro com crises de ansiedade e emocionais muito fortes. Fiquei traumatizada diante das atitudes dela", afirmou. A mulher, de 34 anos, decidiu excluir seus perfis nas redes sociais após a repercussão do caso e, apesar de reconhecer que suas atitudes foram exageradas, manteve suas críticas ao comportamento de Paolla. "Admito que errei muito, mas fui maltratada por muitas vezes, ameaçada e constrangida em público, e nem por isso fui à mídia me expor. Eu sofro porque sempre me dediquei e amei a Paolla", completou.

Fonte: Brasil 247

Pelo sonho da Libertadores, Botafogo recebe o Peñarol no Nilton Santos


Rádio Nacional transmite o jogo a partir das 21h30 desta quarta (23)

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© Vitor Silva/Botafogo/Direitos Reservados

O Botafogo tem mais um desafio na busca pelo inédito título da Copa Libertadores da América. A partir das 21h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira (23), o Alvinegro de General Severiano recebe o Peñarol (Uruguai) no estádio Nilton Santos pela ida das semifinais da competição continental. A Rádio Nacional transmite ao vivo.

Apesar de ocupar a liderança da Série A do Brasileiro, o Botafogo não vive o seu melhor momento na temporada. Isso porque vem tropeçando em alguns jogos da competição nacional (como no empate de 1 a 1 com o Criciúma na última sexta-feira), o que permitiu que o vice-líder Palmeiras diminuísse a diferença para a primeira posição.


Diante da equipe uruguaia o técnico português Artur Jorge espera muitas dificuldades. Em entrevista coletiva após o empate com o Criciúma, o comandante do Alvinegro afirmou que espera um adversário muito dedicado a fechar os espaços na defesa, como visto diante do Flamengo nas quartas de final da Libertadores: “Pelo que vimos, o Peñarol com o Flamengo venceu aqui e empatou lá. Foi na base da equipe que trabalhou muito defensivamente perto da sua grande área, quebrou o ritmo de jogo, com que não se jogasse o jogo. Sei das dificuldades que teremos”.

Para conseguir sair com um resultado positivo atuando em casa, o time de General Severiano terá que mostrar muita disposição, pois enfrentará um adversário que chega descansado após seu técnico, o uruguaio Diego Aguirre, decidir escalar uma escalação alternativa em seu último compromisso pelo Campeonato Uruguaio, um triunfo de 2 a 0 sobre o Boston River no último final de semana.
Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Botafogo e Peñarol com a narração de André Luiz Mendes, comentários de Rodrigo Ricardo e reportagem de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:


Fonte: Agência Brasil

Atlético vence River por 3 a 0 e coloca o pé na final da Libertadores

Atacante Deyverson brilha com dois gols e uma assistência

ATLÉTICO, RIVER PLATE, COPA LIBERTADORES
© Pedro Souza/Atlético/Direitos Reservados

O Atlético-MG fez o dever de casa diante do River Plate (Argentina) na partida de ida das semifinais da Copa Libertadores. Isto porque, jogando em Belo Horizonte na noite desta terça-feira (22), o Galo bateu a equipe argentina por 3 a 0 com dois gols de Deyverson e um de Paulinho.


Com este resultado a equipe comandada pelo técnico argentino Gabriel Milito colocou um pé na decisão da Libertadores, pois chega à final mesmo com um revés por dois gols de diferença no jogo de volta, que será disputado a partir das 21h30 (horário de Brasília) da próxima terça-feira (29) no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires (Argentina).

Deyverson artilheiro

A vitória do Atlético-MG teve um protagonista, o atacante Deyverson, que aos 4 minutos do primeiro tempo chegou a superar o goleiro Armani, mas o lance acabou anulado pelo juiz por causa de posição de impedimento do centroavante. Porém, aos 21 minutos não teve jeito, Lyanco lançou Hulk na ponta direita, o camisa 7 do Galo ganhou dividida com um defensor do River e a bola sobrou para Deyverson, que driblou o goleiro adversário antes de bater para o gol vazio.
Mesmo com a vantagem diante de um adversário tão perigoso, a equipe mineira continuou buscando o ataque. E a postura do time de Gabriel Milito foi premiada aos 24 minutos da etapa final, quando Arana enfiou a bola em profundidade para Deyverson, que bateu cruzado para marcar pela segunda vez no confronto. E o camisa 9 do Galo voltou a brilhar quatro minutos depois, desta vez servindo Paulinho, que bateu da entrada da área para superar Armani e garantir o 3 a 0 do placar final.

Fonte: Agência Brasil

Cano encerra jejum e Fluminense derrota Athletico no Brasileiro



Vitória deixa o Tricolor na 11ª colocação da classificação

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© Marcelo Goncalves/Fluminense F. C./Direitos Reservados

O atacante argentino Germán Cano voltou a marcar um gol após um longo jejum de 5 meses e o Fluminense derrotou o Athletico-PR por 1 a 0, na noite desta terça-feira (22) no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, em jogo atrasado da 17ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.


Com este triunfo o Tricolor das Laranjeiras deu um salto na classificação, assumindo a 11ª colocação com 36 pontos, abrindo uma distância de quatro pontos para a primeira equipe dentro do Z4 (zona do rebaixamento), o Corinthians. Já o Furacão fica na 18ª colocação com 31 pontos.

Apesar de sair com a vitória, o Fluminense não teve facilidades diante de um Athletico-PR que entrou em campo com a clara missão de não oferecer espaços para o adversário. A estratégia do Furacão funcionou bem até os 35 minutos do segundo tempo, quando Cano acabou desviando a bola para o fundo do gol após ela ser levantada na área.

Fonte: Agência Brasil

Marta Suplicy diz que Boulos é o "herdeiro de Lula" para 2026

"Outro dia eu liguei para o Lula e disse: 'pode ficar tranquilo. Você já tem herdeiro'. E ele deu uma risada gostosa", revelou a ex-prefeita

Marta, Lula e Guilherme Boulos (Foto: Ricardo Stuckert)

Durante um evento de campanha na terça-feira (22), a ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), fez uma declaração que gerou repercussão no cenário político nacional ao afirmar que Guilherme Boulos (Psol) é o "herdeiro de Lula". O comentário foi feito em um evento de apoio à candidatura de Boulos à prefeitura da capital paulista, no Teatro Gazeta, região central da cidade, que reuniu figuras públicas, artistas e intelectuais progressistas, informa o Metrópoles.

Marta destacou que Boulos tem o potencial de dar continuidade ao projeto político de Lula, reforçando a importância da aliança entre Psol e PT. "Outro dia eu liguei para o Lula e disse: 'pode ficar tranquilo. Você já tem herdeiro'. E ele deu uma risada gostosa", revelou a ex-prefeita, recebendo aplausos entusiásticos da plateia. A declaração reforça o vínculo político entre o Psol e o PT, fortalecendo a imagem de Boulos como um dos principais representantes da esquerda no Brasil.

Ao final do evento, Boulos tratou de minimizar a questão sucessória, focando sua fala na disputa municipal. "Isso não é uma discussão para ser feita neste momento. O presidente Lula é a maior liderança que esse país produziu, é presidente do país. Meu foco absoluto é trabalhar para ganhar a Prefeitura de São Paulo e fazer da nossa cidade uma cidade mais justa", afirmou.

Boulos e a mobilização no segundo turno - Atrás nas pesquisas, Boulos aproveitou o evento para incentivar a militância e reforçar a necessidade de união. A pesquisa mais recente, realizada pelp Paraná Pesquisas, indica que o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) lidera a disputa com 51,7% das intenções de voto, enquanto Boulos aparece com 39,6%. "Agora é hora de olho no olho", disse o psolista, lembrando viradas históricas nas eleições municipais, como as de Luiza Erundina, em 1988, e Fernando Haddad, em 2012.

Boulos também enfatizou que a extrema direita busca usar São Paulo como trampolim para o retorno ao poder em 2026, alertando para os riscos de retrocessos. Ele reforçou a importância de uma ampla união para derrotar esse campo político.

Alckmin critica gestão Nunes - O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), presente no evento, aproveitou a oportunidade para criticar a gestão do atual prefeito. "Quebrar governo para tentar ganhar eleição é subestimar a inteligência e a capacidade de julgamento das pessoas", disse, referindo-se ao déficit nas contas da prefeitura sob a gestão de Nunes.

Alckmin, que no primeiro turno apoiou a candidatura de Tabata Amaral (PSB), agora se coloca como um forte defensor de Boulos. Em um gesto simbólico, durante o evento, o vice-presidente exibiu um par de meias com o número 50, em alusão ao Psol. "Eu estou convencido de que o Boulos é a mudança, que tem tudo para fazer o governo mais perto da população e quem ouve mais erra menos", declarou.

Por sua vez, Boulos buscou minimizar as diferenças que teve com Alckmin no passado, quando ambos disputaram a presidência em 2018. Ele ressaltou que, diante da ameaça à democracia representada pela extrema direita, antigas divergências políticas se tornaram irrelevantes. "O Brasil mudou, e quando isso aconteceu, nossas diferenças se tornaram convergências para derrotar um campo antidemocrático", afirmou o candidato.

"Ovo da serpente" e a luta contra a extrema direita - O ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), também presente no evento, foi enfático ao comparar a gestão de Ricardo Nunes ao "ovo da serpente". "Aqui em São Paulo está sendo gestado o ovo da serpente, e a gente vai fazer de tudo para evitar que ele nasça de novo", afirmou França.

A corrida pela Prefeitura de São Paulo se intensifica com a aproximação do segundo turno, e a mobilização de Boulos e seu grupo político busca não apenas uma vitória na capital, mas também sinalizar uma possível liderança para 2026. A aposta de Marta Suplicy em Boulos como sucessor de Lula já abre discussões sobre os rumos da esquerda nos próximos anos.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Milei trai Bolsonaro e Argentina vai entregar foragidos do 8/1

Javier Milei e Jair Bolsonaro: Argentina vai entregar foragidos do 8 de janeiro. Foto: reprodução

O governo do presidente Javier Milei traiu Jair Bolsonaro (PL) e anunciou mudanças na legislação sobre o status de refugiado na Argentina, excluindo estrangeiros denunciados ou condenados em seus países de origem de obterem o benefício. A alteração foi oficializada por decreto nesta terça-feira (22).

A medida surge após o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil solicitar a extradição de 37 suspeitos envolvidos nos ataques promovidos por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

Conforme o decreto, “não será reconhecida a condição de refugiado a pessoas estrangeiras (…) quando, antes de serem admitidas como refugiadas na República Argentina, tiverem sido denunciadas e/ou condenadas fora do país por um crime grave”.

Relatórios da imprensa brasileira indicam que o pedido inclui um total de 63 pessoas, supostamente ligadas à tentativa de um “golpe de Estado” contra o recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Essa nova determinação altera a Lei Geral de Reconhecimento e Proteção ao Refugiado. A legislação de 2006 já previa a negativa de refúgio a pessoas que tivessem cometido “crimes graves” ou ações “contrárias aos princípios das Nações Unidas”.

O dia 8 de janeiro é um marco para a segurança pública - Fonte Segura
Bolsonaristas em Brasília no 8 de janeiro: relatório inclui um total de 63 pessoas. Foto: reprodução

Com a atualização, o decreto de Milei torna mais explícito o que constitui esses crimes, abrangendo atividades terroristas, violações graves de direitos humanos e ações que ameacem a paz e a segurança internacionais, de acordo com o Ministério da Segurança.

Em outro movimento recente, no início de outubro, o governo argentino também revogou o status de refugiado do ex-presidente boliviano Evo Morales. Morales havia se refugiado na Argentina após sua renúncia em 2019, sob acusações de fraude eleitoral. Atualmente, ele está em uma disputa política com o presidente da Bolívia, Luis Arce, seu ex-aliado.

Vale destacar que a Argentina abriga a maior comunidade judaica da América Latina, com aproximadamente 250 mil membros, e já sofreu dois grandes atentados: o ataque à embaixada de Israel, em 1992, e o atentado à Associação Mutual Israelita (AMIA), em 1994, resultando em mais de 100 mortes.

Esses acontecimentos contribuem para o endurecimento das políticas de refúgio, que agora buscam garantir maior segurança e prevenir atividades terroristas no território argentino. Além disso, o decreto de Milei pode influenciar outros casos, como a decisão recente da Argentina, em julho, de classificar o Hamas como uma “organização terrorista”.

Fonte: DCM

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Ibaneis critica Moro: 'ditadura da Lava Jato foi pior que as ditaduras militares' (vídeo)

Governador do DF também elogiou a postura do STF e afirmou que, “Graças a Deus, o Supremo descortinou toda aquela farsa”

Ibaneis Rocha e Sergio Moro (Foto: ABr)

O atual senador e ex-juiz suspeito Sergio Moro foi o “maior farsante do Judiciário brasileiro”, afirmou o governador do Distrito Fedreal, Ibaneis Rocha durante a sessão solene de entrega do título de Cidadão Honorário de Brasília ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). A declaração foi citada pelo Metrópoles.

“Humilhava aqueles que estavam como réus e os advogados com as atitudes mais escandalosas e ilegais que nós podemos, como advogados, vivenciar”, afirmou o governador.

Segundo Ibaneis, a “ditadura do código do Paraná, que era exercida pelo Moro, conseguiu ultrapassar” as ditaduras militares do Brasil.

Moro julgava os processos da Lava Jato em primeira instância. Segundo a Vaza Jato, Moro trabalhava como assistente de acusação, ao interferir na elaboração de denúncias feitas por promotores do Ministério Público Federal (MPF-PR). Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão anteriormente proferida pela Segunda Turma da Corte no sentido de declarar a suspeição de Moro nos processos contra o presidente Lula.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Inelegível, Bolsonaro diz que é o candidato da direita à presidência da República em 2026

"Quem é o substituto de Lula na política?", questionou o político da extrema-direita num ato junto com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos)

Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)

 Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (22) que ele será o candidato da direita à Presidência da República, em 2026. De acordo com o político da extrema-direita, a sua inelegibilidade não vai fazê-lo deixar de ser o candidato da direita.

"Quem é o substituto de Lula na política? Não tem. De Bolsonaro? Tem um montão por aí. Eu colaborei a formar lideranças, estou muito feliz com isso", disse Bolsonaro durante entrevista a jornalistas na cidade de São Paulo (SP). "O candidato a presidente é Bolsonaro".

O ex-mandatário esteve na capital paulista, onde participou de um evento com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que terminou o primeiro turno na primeira posição, com 29,48% dos votos. O candidato Guilherme Boulos (Psol) ficou em segundo, com 29,07%.

Em decisão no ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral tornou Bolsonaro inelegível por fake news em 2022, quando ele fez uma acusação sem provas e afirmou a embaixadores, em Brasília (DF), que o sistema eleitoral brasileiro não tem segurança contra fraudes. Partidos de oposição denunciaram tentativa de golpe.

Fonte: Brasil 247

Parte do déficit das estatais federais é materialização de investimentos. Entenda

Dados do BC somam estatais federais, estaduais e municipais e por isso comparações demandam atenção, esclarece Secom após notícia tendenciosa ser divulgada
Moedas de reais (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)


AgênciaGOV - Recentemente, a imprensa começou a falar de um déficit expressivo das empresas estatais. Esse dado, compilado pelo Banco Central e sobre o qual a imprensa está se dedicando, contudo, diz respeito não apenas às empresas estatais federais, mas também às empresas controladas por Estados e municípios.

Além disso, muitas reportagens confundem déficit e prejuízo e desconsideram que, na contabilidade empresarial, o déficit, olhado de forma isolada, não é o resultado mais relevante para a avaliação das companhias, pois ele leva em consideração apenas receita e despesa primária do mesmo ano corrente e ignora os recursos em caixa, disponíveis de receitas de anos anteriores.

Importância das estatais federais para a economia brasileira - Em 2023, o conjunto das 123 empresas estatais federais produziu uma riqueza de R$ 627,1 bilhões (Valor Adicionado Bruto), equivalente a 5,75% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e registrou lucro de R$ 197,9 bilhões. A União controla diretamente 44 estatais federais e, de forma indireta, outras 79 empresas que são subsidiárias das empresas de controle direto. Juntas, essas 123 empresas empregavam 436.283 trabalhadoras e trabalhadores no ano passado.

A estatística fiscal do Banco Central referente às estatais federais considera apenas uma parte das estatais federais não dependentes de recursos do Tesouro. Empresas lucrativas, como é o caso da Petrobras e dos bancos federais (Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia) não entram na conta.

Déficit é diferente de prejuízo - O resultado primário (superávit ou déficit) das empresas estatais federais não dependentes é calculado a partir da diferença entre suas receitas e suas despesas (incluindo investimentos) dentro de um determinado período. Ele não contabiliza os recursos que as empresas já traziam em seus caixas de períodos anteriores, nem eventuais receitas de financiamentos. O resultado primário, nesse sentido, não é uma medida adequada de saúde financeira da companhia. É comum empresas registrarem déficit primário mesmo com aumento do lucro se estiverem acelerando seus investimentos, na expansão/modernização dos negócios.

Como exemplo, com base nos dados da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), a Casa da Moeda do Brasil fechou o ano passado com déficit de R$ 125 milhões, mas registrou lucro líquido de R$ 202 milhões – valor quase nove vezes maior em relação ao lucro líquido de R$ 23,4 milhões de 2022. Já a Serpro, que teve déficit de cerca de R$ 107 milhões, obteve lucro líquido de R$ R$ 450 milhões no mesmo ano.

Apenas estatais federais e sem impacto no fiscal - Nos dados apresentados mensalmente pelo Banco Central, no acumulado de janeiro a agosto, o déficit de todas as estatais alcançou R$ 7,21 bilhões, dos quais R$ 3,37 bilhões, menos da metade, diz respeito às empresas federais. E parte expressiva desse déficit corresponde a investimentos feitos pelas companhias.

No caso do governo federal, essas estatais não dependem de recursos do Tesouro para suas despesas de custeio (como pagamento de salários e conta de luz, por exemplo) e por isso elas não impactam o equilíbrio fiscal com o qual o governo está comprometido. Em casos específicos, contudo, elas recebem aportes do Tesouro para desenvolver projetos de investimentos. Nos anos em que esses recursos saem do Tesouro Nacional e entram no caixa das companhias, eles são contabilizados como receita para as estatais.

Como os projetos de investimentos são normalmente de longo prazo, nos anos seguintes, conforme essa receita de anos anteriores é utilizada, sua materialização pode gerar déficits sucessivos até sua conclusão. É como se um aporte volumoso em um ano “contratasse” déficits nos anos seguintes. Tudo de forma planejada e esperada.

Aportes geram superávit no curto prazo. E déficit nos anos seguintes - Em 2019, por exemplo, as estatais não dependentes que constam da estatística do Banco Central, receberam aportes de R$ 10,1 bilhões para realizar investimentos. Naquele ano, o superávit primário das mesmas estatais foi de R$ 10,4 bilhões. Em contraposição, os déficits de 2023 e 2024 representam, em parte, o início da transformação daqueles aportes em investimentos.

Um exemplo concreto é a Emgepron, que recebeu R$ 2,7 bilhões em 2018 e outros R$ 7,5 bilhões em 2019 para a construção de quatro fragatas da classe Tamandaré para a Marinha Brasileira. Naqueles anos, tais aportes do Tesouro ajudaram a compor os superávits das estatais federais. Agora, em 2024, a empresa já investiu R$ 1 bilhão no programa das fragatas até julho (segundo dados informados pela empresa no Sistema de Informações das Estatais – Siest), despesa que, por ser realizada com recurso obtido em anos anteriores, fica registrada na contabilidade do Banco Central como déficit. Apenas esta operação explica, portanto, parte do déficit acumulado de R$ 3,37 bilhões do conjunto das estatais consideradas na estatística do BC.

Como podemos ver no gráfico abaixo (que utiliza os dados de acompanhamento das empresas estatais feita pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério da Gestão e Inovação – Sest/MGI), considerando uma série histórica mais longa, há forte correlação entre os aportes do tesouro repassado às empresas estatais e o resultado primário dessas empresas.
grafico


No ano em que há o recebimento desses recursos, o resultado primário tende a melhorar substancialmente. No entanto, como os projetos de investimentos são normalmente de longo prazo, eles se distribuem ao longo dos anos subsequentes, gerando déficits sucessivos até a conclusão do projeto em questão.

Nesse contexto, diante do grande volume de aportes realizados durante o governo anterior, os resultados atuais são esperados e inclusive previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que fixou limite de déficit para as empresas que compõem este cálculo. Tais limites estão sendo acompanhados e vêm sendo cumpridos, com folga, tanto em 2023 quanto em 2024. Deve-se ressaltar, no entanto, que como parcela dos déficits representa aumento dos investimentos, no curto e longo prazo eles estimulam o crescimento econômico e geram receitas futuras, em muitos casos, suficientes para cobrir o investimento inicial.

Nota explicativa - Embora o MGI, por meio do acompanhamento da SEST, mantenha uma contabilidade das empresas estatais pelo critério acima da linha (receitas e despesas primárias), essa nota considerou os valores de resultado primário das estatais federais na estatística do Banco Central, que utiliza o critério abaixo da linha (variação do endividamento), porque esse é o cálculo oficial do resultado fiscal e é ele que tem sido utilizado pela imprensa.

Fonte: Brasil 247

PSB anuncia Ricardo Cappelli para disputa ao governo do Distrito Federal

A presidência nacional da legenda confirmou o anúncio
Ricardo Cappelli (Foto: Felipe Gonçalves / Brasil 247)

 O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, anunciou nesta terça-feira (22) a pré-candidatura de Ricardo Cappelli ao governo do Distrito Federal. "Firmamos a pré-candidatura de Ricardo Cappelli ao governo (do DF) em 2026, ressaltando a importância de fortalecer alianças e consolidar um projeto sólido para o futuro do DF", destacou.

"As qualidades de Cappelli reforçam sua habilidade de lidar com desafios complexos e sua visão de desenvolvimento a longo prazo. Sua experiência como interventor federal, aliada à sua vasta atuação em gestão pública, o prepara para assumir responsabilidades ainda maiores", afirmou Siqueira.

Com 25 anos de gestão pública na capital, Cappelli foi nomeado pelo governo Lula como interventor do Executivo federal na segurança pública do DF durante os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro. Atualmente é presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Também foi ministro interino do GSI (2023), secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública do Governo Lula (2023) e secretário de diferentes pastas no Governo do Maranhão durante a gestão de Flávio Dino.
PSB, que questionou nomeação de Lula, não vai questionar a de Moreira
Carlos Siqueira. Foto: Divulgação 
Fonte: Brasil 247

André Mendonça acata ADI sobre o caso Ternium e determina que a CVM se manifeste em 10 dias

Associação dos Exportadores do Brasil provocou o STF sobre uma disputa bilionária que envolve a controladora da Usiminas e a CSN

Ministro do STF André Mendonça (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, aceitou, nesta terça-feira 22, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pela Associação dos Exportadores do Brasil (AEB) e determinou que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) se manifeste sobre a obrigatoriedade de uma oferta pública de aquisição (OPA) aos acionistas minoritários no caso envolvendo a Ternium e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Mendonça concedeu um prazo de 10 dias para que a CVM apresente suas considerações a respeito da disputa judicial que envolve o controle da Usiminas.

A questão, que se arrasta há mais de uma década, ganhou relevância após uma recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que beneficiou a CSN, de Benjamin Steinbruch. A decisão do STJ surpreendeu o mercado ao questionar a ausência de uma oferta de tag along – direito dos acionistas minoritários de vender suas ações nas mesmas condições dos controladores – por parte da Ternium, que assumiu o controle da Usiminas.

Em instâncias inferiores, a CVM já havia se manifestado no sentido de que a Ternium, ao adquirir ações do bloco de controle da Usiminas, não estaria obrigada a realizar o tag along para os acionistas minoritários, diferentemente da interpretação defendida pela CSN. Agora, com o caso sendo elevado ao STF, a expectativa é que a manifestação da CVM traga mais clareza sobre a aplicação das regras de oferta pública de aquisição, especialmente em disputas de controle societário como essa.

A disputa chamou a atenção do governo italiano, que tem acompanhado o caso de perto devido ao envolvimento da Ternium, uma empresa ítalo-argentina. Na última quarta-feira, 9 de outubro, o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, reuniu-se com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, na sede da Fiesp, em São Paulo, para discutir o tema. Segundo Tajani, "o encontro durou 35 minutos, e ele novamente demonstrou espanto pela mudança de entendimento do STJ".

Tajani reiterou a insatisfação do governo italiano com o desfecho mais recente da disputa, afirmando que "esperamos uma análise justa e transparente". Ele também destacou que a reviravolta no STJ trouxe "lances inéditos" e inesperados. A disputa, agora no Supremo, deve ser acompanhada com atenção pelos governos italiano e brasileiro, bem como pelos investidores de ambos os países.

O caso Ternium, que envolve questões bilionárias, tem movimentado grandes escritórios de advocacia. A recente reviravolta no STJ que favoreceu a CSN reacendeu o debate sobre a segurança jurídica e os direitos dos minoritários, e a decisão de André Mendonça de incluir a CVM no processo pode ser um divisor de águas no desfecho dessa disputa.

Fonte: Brasil 247