Debate entre os candidatos a prefeito de Curitiba na Band Paraná (Foto: Franklin de Freitas)
A noite desta segunda-feira (14 de outubro) foi marcada por um debate quente entre os candidatos a prefeito de Curitiba, Cristina Graeml (PMB) e Eduardo Pimentel (PSD). O embate, o primeiro realizado neste segundo turno da eleição municipal, foi promovido pela Band Paraná e acabou sendo marcado, principalmente, pela troca de acusações e farpas entre os dois políticos.
De início, entretanto, a transmissão do debate foi marcada por um problema técnico. Logo após Cristina abrir o embate com seu adversário, um problema técnico acabou interrompendo o programa, cuja transmissão foi retomada minutos depois. E a partir dali, teve início uma verdadeira guerra verbal.
De um lado, Cristina criticava a atual gestão da Prefeitura de Curitiba, o governo do Estado (Ratinho Jr, governador do Paraná, é do mesmo partido de Pimentel, o PSD), as alianças feitas pela campanha de seu adversário, as denúncias de assédio eleitoral no âmbito da Prefeitura e até tentava taxá-lo como alguém de esquerda.
Do outro, Pimentel tratou de recordar as posições de Cristina durante a pandemia e sobre vacinas, os processos contra o seu candidato a vice, Jairo Ferreira Filho, que é investigado por estelionato, as investigações contra a própria candidata acerca duma possível ocultação de bens, a denúncia de que seu plano de governo teria sido escrito por uma inteligência artificial e uma suposta falta de propostas concretas para a cidade.
Cristina Graeml no debate da Band (Foto: Franklin de Freitas)
Proposta de Cristina com passagem de ônibus mais cara para quem mora longe agita o primeiro bloco
Quem teve primeiro a palavra no debate foi Cristina Graeml, que tratou de se apresentar ao eleitor e já criticar o adversário. “Sou a candidata que pela primeira vez tenta entrar na vida pública e é acusada de aventureira. Sou a mulher que está quebrando o sistema podre no meio”, disse ala, acusando ainda a campanha rival de abuso de poder econômico e político antes de questionar Pimentel sobre a denuncia de assédio eleitoral no âmbito da Prefeitura de Curitiba.
Na volta do debate, após um problema técnico derrubar a transmissão, Pimentel respondeu dizendo estar “indignado” com o caso relatado pela adversária e assegurando condenar qualquer forma de assédio contra servidor. Mas Cristina tratou de insistir na questão, detalhando as denúncias feitas pelo jornal Metrópoles.
Foi quando o candidato do PSD rebateu recordando questões que pesam contra a candidatura do PMB, como uma investigação da Justiça Eleitoral sobre uma possível ocultação de bens de Cristina e processos e uma condenação contra o vice dela, Jairo Ferreira Filho.
Um dos momentos mais marcantes, no entanto, foi quando Pimentel entrou no tema do transporte coletivo. Ele citou uma proposta do plano de governo dela, que faria com que moradores de bairros mais distantes (como o Tatuquara) teriam de pagar uma passagem mais cara do que aqueles que moram em bairros mais centrais (como o Batel).
Cristina, então, respondeu que iria estimular os moradores de bairros mais periféricos a empreender e trabalhar nos bairros onde já vivem. “Ela confirma, então, que vai cobrar uma passagem mais cara de quem mora mais longe. Isso não é justo com Curitiba”, criticou Pimentel.
Perguntas, respostas e muitas farpas na segunda parte
No primeiro bloco, os dois candidatos debateram livremente. No segundo, deveriam adotar o formato de perguntas e respostas. Mas basicamente seguiram debatendo livremente, em alguns momentos se atendo mais e em outros menos aos temas das perguntas feitas.
Quem abriu as perguntas no bloco foi Pimentel, dizendo que a candidata do PMB nega a vacina e perguntando quais seriam suas propostas para a Saúde de Curitiba. Cristina respondendo falando em reduzir a fila da saúde, em especial a fila de consultas com especialistas, prometendo fazer isso melhorando “os processos internos” e fazendo parcerias com clínicas particulares que atenderiam os pacientes do SUS.
Pimentel, então, rebateu com uma crítica: “Ela roda, roda, roda, mas não responde com profundidade as questões”.
Cristina, por outro lado, recordou que Pimentel ficou oito anos como vice-prefeito. “Por que não fez tudo o que diz que vai fazer agora?”, ironizou ela.
Na sequência, os candidatos falaram sobre questões ambientais e propostas para os animais de estimação (pets). Até que Cristina questionou Pimentel sobre o governador Ratinho Jr, perguntando se o atual vice-prefeito o considera um político bom ou ruim. “Um dos melhores governador que o Paraná já teve”, respondeu o candidato do PSD, no que Cristina entrou em questões familiares, mandando os espectadores procurarem no Google o nome de Nelson Slaviero, antes de voltar a falar em tom irônico de Ratinho Jr que, segundo ela, só tinha experiência como “sonoplasta do pai dele” quando foi eleito governador.
Foi a deixa para Pimentel afirmar que não deve haver briga entre o governo do Estado a Prefeitura, dizendo que sua candidatura oferece paz política.
Candidatos ficam entre a “falta de propostas” e as “promessas vazias” no terceiro e último bloco
No terceiro e último bloco do debate, os candidatos a prefeito voltaram a debater livremente, com 12 minutos para cada, mais considerações finais.
Pimentel, então, lembrou que a palavra “mulher” não está no plano de Cristina, que é do Partido da Mulher Brasileira (PMB). E citou quais seus planos para a área, como a recriação da Secretaria da Mulher.
Cristina, então, disse ter feito “um plano de governo para os curitibanos” e questionou para quem de sua coligação iria a nova pasta num eventual governo Pimentel, antes de citar propostas que englobariam interesses das mulheres. Nesse aspecto, citou a educação financeira para crianças, algo que foi criticado pelo adversário. “Percebam: nenhuma proposta”, alfinetou Pimentel.
Cristina não deixou barato. Disse que seu adversário “tem tantas propostas”, mas “ficou oito anos no governo e não fez”. Citou ainda a Linha Verde, afirmando que a empresa Terpasul não conseguiu terminar o projeto do trecho norte por erros no projeto da prefeitura. “Essa empresa teve o contrato rescindido de forma unilateral pela prefeitura de Curitiba. Como vocês explicam?”
Pimentel respondeu com uma cutucada. De partida, disse que houve um problema com a empresa contratada, que não teria dado conta de realizar o serviço, e que a Prefeitura e a gestão Greca/Pimentel tomou uma decisão. “A gente toma medida, diferente da senhora, que defende seu vice acusado até agora”.
Fonte: Bem Paraná