sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Lula lança Minha Casa, Minha Vida com biblioteca e "zona viva" e quer replicar modelo no resto do país

"Saio daqui com a ideia de que é possível a gente fazer cada vez mais coisas de qualidade para o povo”, disse o presidente

Lula em entrega de unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida no Residencial Cidade Jardim I Módulo IV, no Residencial Cidade Jardim – Conjunto José Walter. Fortaleza - CE (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na manhã desta sexta-feira (11) da entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida em Fortaleza, no Ceará. O empreendimento foi entregue com biblioteca, uma sugestão de Lula, além de uma “zona viva”. Ao todo, são 1.296 apartamentos divididos em 81 blocos de quatro andares, com quatro unidades por pavimento.

Lula comemorou a entrega das unidades com a biblioteca, que segundo ele, prova que é possível trazer cada vez mais qualidade de vida para a população beneficiada. “O que eu vi hoje aqui nesta zona viva e nesta biblioteca é o mínimo de respeito que os governantes têm que ter para com as pessoas mais necessitadas. Tudo aquilo, todos aqueles brinquedos para as crianças, a biblioteca, a área de computação, tudo, custou apenas R$500 mil. Portanto, é plenamente possível que todo conjunto habitacional tenha não apenas as quatro paredes para as pessoas morarem, mas tenha também área de lazer e conforto fora de casa para vocês poderem morar e serem tratados com decência e respeito. Saio daqui com a ideia de que é possível a gente fazer cada vez mais coisas de qualidade para o povo”, disse.

“Eu tenho noção da alegria e da emoção quando vocês recebem as chaves de uma casa e passam a ter consciência de que finalmente vocês bão ter um teto seguro, que é de vocês. Ali vocês vão criar os filhos de vocês, eles vão fazer amizades com os vizinhos, vão criar sua turma e nós aprendemos a fazer uma coisa a mais: a biblioteca, para que as crianças não desaprendam a ler e para que as crianças aprendam a ler e viajar pelo mundo dos livros, que aumentam nosso conhecimento e nossa cultura. Mas aqui foi feito mais: uma zona viva, que é para criar espaço para as crianças brincarem. Brincar não é coisa só para criança rica. O Estado tem que garantir a cada criança deste país o direito de ser feliz, de brincar, de estudar. É o mínimo que a gente pode fazer”, completou o presidente.

Lula também destacou o compromisso assumido pelo governo de construir 2 milhões de unidades habitacionais até 2026, e disse que essa marca pode ser superada. “Nós assumimos o compromisso de construir 2 milhões de casas, e só faltam dois anos e três meses para terminar o meu mandato, Jader [Filho]. Você trate de trabalhar, porque nós queremos fazer mais do que as 2 milhões que nós prometemos. E agora é casa com zona viva, é casa com biblioteca e eu estou dizendo para ele: está chegando o dia que a gente vai fazer uma piscininha, para os filhos dos pobres terem o prazer de nadar. Essas coisas não custam muito caro”, afirmou.

Por fim, o presidente voltou a destacar a reconstrução do país após os desmontes promovidos pelas gestões anteriores. “Historicamente quem governou esse país ao longo de 500 anos acha que a gente gosta de ser pobre. Eles acham que ser pobre é bonito. E é preciso a gente dizer para eles que ninguém gosta de ser pobre, de ganhar pouco, de morar mal, de comer marmita gelada como eu comia. A gente quer viver bem, quer se vestir bem, comer bem, quer ganhar bem, quer morar bem, quer que o filho da gente viva com alegria, brincando sem medo de uma bala perdida, sem medo da violência. E esse país pode ser construído. E nós estamos há um ano e nove meses reconstruindo a ‘desgraceira’ que uma praga de gafanhotos que passou deixou nesse país”, criticou.

Fonte: Brasil 247

Celso de Mello condena pacote anti-STF que tramita na Câmara: 'esdrúxulo', 'retrocesso'

Chamado de "eterno decano do STF", o ministro aposentado afirma que as propostas violam a separação de Poderes, princípio fundamental da Constituição

Ministro Celso de Mello preside sessão da 2ª turma do STF. (28/05/2019) (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

Chamado por seus pares de "eterno decano do STF", o ministro aposentado Celso de Mello criticou duramente as propostas aprovadas pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Em declaração enviada ao apresentador Marcelo Cosme, da GloboNews, Celso de Mello afirmou que tais iniciativas “encontram clara e lamentável inspiração em cláusula de nítido perfil autoritário”, relata o blog do Camarotti, do g1. O ex-ministro argumenta que, se aprovadas pelo Congresso Nacional, essas propostas violariam os limites estabelecidos pela separação de Poderes, um princípio fundamental da Constituição brasileira.

A polêmica em questão envolve a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 28/2024, que permite ao Congresso Nacional revisar e suspender decisões do Supremo Tribunal Federal em matérias de controle de constitucionalidade. Segundo Celso de Mello, essa medida seria um grave retrocesso democrático e um atentado à ordem constitucional vigente. O ex-ministro comparou a proposta à Carta ditatorial imposta por Getúlio Vargas em 1937, durante o Estado Novo, destacando que a PEC tenta replicar um modelo autocrático já condenado pela história brasileira. “A PEC não oculta o intuito arbitrário e profundamente lesivo à ordem democrática, revelado por parcela da Câmara dos Deputados, de replicar uma esdrúxula experiência de retrocesso à Carta ditatorial imposta ao País por Getúlio Vargas, em 10 de novembro de 1937, que implantou, entre nós, o regime autocrático do Estado Novo”, declarou Celso de Mello.

Para o ex-ministro, a PEC institui um "recall" judicial, algo que ele considera absurdo e incompatível com o constitucionalismo brasileiro. De acordo com ele, atribuir ao Congresso Nacional a competência para suspender julgamentos do STF em controle de constitucionalidade é uma clara violação ao princípio da separação de poderes, um dos pilares da Constituição Federal.

Celso de Mello ainda destacou que, caso tal proposta seja promulgada, o Congresso estará transgredindo um dos limites materiais protegidos por cláusulas pétreas, ou seja, aqueles temas que não podem ser alterados nem mesmo por emendas constitucionais. Ele citou precedentes do STF que reforçam a inconstitucionalidade de iniciativas que ultrapassam esses limites.

Além da PEC, Celso de Mello criticou outros projetos de lei que visam facilitar o impeachment de ministros do STF, aumentando os tipos de crimes de responsabilidade. Para ele, essa é uma tentativa autoritária de punir os juízes da Suprema Corte por suas interpretações e decisões, algo que vai contra a independência e a liberdade judicial.

Leia a declaração na íntegra:

A CCJ da Câmara dos Deputados, ao manifestar-se favorável às propostas que apreciou sobre limitação de poderes do STF, revelou manifesto desapreço e total desrespeito ao postulado da separação de poderes , consagrado pela Constituição da República!

Uma das PECs — precisamente aquela que permite ao Congresso Nacional suspender os efeitos de decisão do STF em matéria de controle de constitucionalidade das leis e atos normativos (PEC 28/2024) — não oculta o intuito arbitrário e profundamente lesivo à ordem democrática , revelado por parcela da Câmara dos Deputados, de replicar uma esdrúxula experiência de retrocesso à Carta ditatorial imposta ao País por Getúlio Vargas, em 10 de novembro de 1937, que implantou, entre nós, o regime autocrático do “Estado Novo”!

Essa proposta encontra clara (e lamentável) inspiração em cláusula de nítido perfil autoritário , inscrita no parágrafo único do art. 96 da Carta Constitucional de 1937, que consagrou , em nosso constitucionalismo, a medida inédita de verdadeiro “recall” judicial e que representou, naquele particular momento histórico (1937), grave retrocesso institucional e séria ofensa ao dogma da separação de poderes.

A História parece repetir-se! Desta vez, como farsa! Na verdade, essa PEC, ao atribuir competência anômala e extravagante ao Congresso Nacional, habilitando-o a suspender os efeitos de julgamento do STF em controle de constitucionalidade, institui, em nosso constitucionalismo, verdadeiro e absurdo “recall” judicial , por deliberação parlamentar!

A PEC em questão confere ao Congresso Nacional o poder de superação legislativa (“power of legislative override”) dos julgamentos do STF sobre controvérsias constitucionais , transformando o Parlamento em anômala instância de revisão das decisões proferidas pela Suprema Corte brasileira!

O Congresso Nacional, caso venha a promulgar tal proposta, estará claramente infringindo um dos limites materiais — a separação de poderes — que o poder constituinte originário estabeleceu no catálogo dos temas protegidos por cláusula pétrea (CF, art. 60, $ 4o., n. III).

Não custa relembrar, neste ponto, considerada a essencialidade do princípio constitucional da separação de poderes, a advertência histórica de ALEXANDER HAMILTON (“Publius”), em “O Federalista” (“The Federalist Papers”, no 78), que acentuava a necessidade de proteger-se o Poder Judiciário (“the least dangerous of the branches of government”) contra a inaceitável submissão institucional a outros Poderes do Estado, em situações aptas a comprometer a própria independência orgânica dos corpos judiciários e a liberdade decisória de seus magistrados.

A CCJ da Câmara dos Deputados, ao deliberar como o fez, parece haver ignorado (o que constitui erro grosseiro) que emendas à Constituição também podem ser qualificadas pelo STF como inconstitucionais, se e quando transgredirem, como sucede neste caso, os limites impostos ao poder reformador do Congresso Nacional, na linha de reiterados precedentes firmados há décadas pela nossa Corte Suprema (ADIN 466/DF - ADIN 926/DF - ADIN 939/DF , v.g.).

Cabe não desconhecer que, no sistema institucional fundado no texto de nossa Constituição, o STF foi investido, por soberana deliberação da Assembleia Nacional Constituinte, da condição de guardião e protetor da supremacia da Lei Fundamental da República, o que lhe confere, em matéria de interpretação constitucional, “o monopólio da última palavra” , de que já falava RUI BARBOSA em discurso parlamentar que proferiu, como Senador da República, em 29 de dezembro de 1914, em resposta ao Senador gaúcho Pinheiro Machado, quando, definindo com precisão o poder de nossa Suprema Corte em matéria constitucional (“Obras Completas de Rui Barbosa”, vol. XLI, tomo III, p. 255/261, Fundação Casa de Rui Barbosa), deixou assentadas as seguintes conclusões:

“A Justiça, como a nossa Constituição a criou no art. 59, é quem traça definitivamente aos dois poderes políticos as suas órbitas respectivas. (...)

No art. 59, é categórica a letra constitucional, estatuindo de acordo com a praxe geral (...) que o Supremo Tribunal conhecerá, em última instância, das causas em que se contestar a validade, assim dos atos do Poder Executivo, como do Poder Legislativo perante a Constituição. Por esta disposição constitucional, a nossa justiça suprema é quem define quando os atos do Poder Legislativo estão dentro ou fora da Constituição, isto é, quando os atos de cada um desses dois poderes se acham dentro da órbita que a cada um desses dois poderes a Constituição traçou.

Ele é o poder regulador, não conhecendo do assunto por medida geral, por deliberação ampla, resolvendo apenas dos casos submetidos ao seu julgamento, mediante a ação regular; mas quando aí decide, julgando em última instância, não há, sob qualquer pretexto deste mundo, recurso para para outro qualquer poder constituído.

(…) Bem conheço o pretexto. A evasiva das causas políticas é um princípio verdadeiro, quando entendido como se deve entender. Indubitavelmente a justiça não pode conhecer dos casos que forem exclusivos e absolutamente políticos, mas a autoridade competente para definir quais são os casos políticos e casos não políticos é justamente essa justiça suprema, cujas sentenças agora se contestam.

(…) Em todas as organizações políticas ou judiciais há sempre uma autoridade extrema para errar em último lugar.

Acaso V. Ex.as poderiam convir nessa infalibilidade que agora se arroga de poder qualquer desses ramos da administração pública, o Legislativo ou o Executivo, dizer quando erra e quando acerta o Supremo Tribunal Federal?

O Supremo Tribunal Federal, Senhores, não sendo infalível, pode errar, mas a alguém deve ficar o direito de errar por último, de decidir por último, de dizer alguma cousa que deva ser considerada como erro ou como verdade.”

A interpretação constitucional derivada das decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal – a quem se atribuiu a função eminente de ‘guarda da Constituição’ (CF, art. 102, ‘caput’) – assume papel de fundamental importância na organização institucional do Estado brasileiro, a justificar o reconhecimento de que o modelo político-jurídico vigente em nosso País conferiu, à Suprema Corte, a singular prerrogativa de dispor do monopólio da última palavra em tema de exegese das normas inscritas no texto da Lei Fundamental.

Há, ainda, outro aspecto a considerar!

Um dos projetos de lei que introduz, no artigo 39 da Lei 1.079/1950, um novo tipo definidor de crime de responsabilidade de Ministro do STF, criou a esdrúxula e inconstitucional figura do denominado “crime de hermenêutica” (PL 4754/2016).

Trata-se de clara e autoritária tentativa de criar, por motivo de evidente intolerância institucional e aversão político-ideológica aos Juízes da Suprema Corte, punição pelo ato de julgar e de interpretar o significado da Carta da República, que representa atribuição natural inerente ao exercício da jurisdição!

RUY BARBOSA , em “cause célèbre” por ele submetida em 1896 ao exame do STF, conseguiu que a Corte Suprema ABSOLVESSE o Juiz gaúcho Alcides de Mendonça Lima, da comarca de Rio Grande/RS, absurdamente acusado de “erro de interpretação” do Direito e de rebeldia jurisdicional em face de sua frontal discordância com o entendimento sustentado e desejado por Júlio de Castilhos, então Presidente do Estado do Rio Grande do Sul!

Nenhum magistrado pode ser punido em razão de decisões por ele proferidas que reflitam as suas convicções pessoais ou a sua visão doutrinária do “thema decidendum”, sob pena de afronta aos princípios constitucionais da independência judicial e de sua consequente liberdade decisória!

Esse entendimento registrou-se em histórico precedente absolutório do Supremo Tribunal Federal , firmado em 1897, no julgamento plenário do “recurso de revisão criminal n. 215”, e no qual o STF repudiou, por incompatível com nosso modelo constitucional, a figura que Ruy Barbosa denominara “crime de hermenêutica”!

Em 07/10/1899, a Suprema Corte , reexaminando sua anterior decisão proferida em 1897, REAFIRMOU o juízo ABSOLUTÓRIO proclamado em favor do magistrado gaúcho que havia sido condenado por “crime de responsabilidade” tipificado no Código Penal de 1890, o primeiro Código Penal da República!

“ Vê-se , daí que nem a história judiciária de nosso País nem a pena vigorosa e respeitável de Ruy Barbosa , Patrono dos Advogados brasileiros (e do Senado Federal), dão razão ao projeto de lei em questão, em sua patética investida contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal!

Fonte: Brasil 247

Alexandre de Moraes vota contra recurso de Bolsonaro para ter acesso a depoimento de Mauro Cid

Ministro mantém sigilo sobre delação do tenente-coronel no caso das joias

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira para negar o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para acessar o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, peça central na investigação sobre um suposto esquema de desvio de joias do acervo presidencial, informa O Globo.

Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução | Antonio Augusto/Secom/TSE)

O ex-presidente solicitado acesso a uma série de depoimentos realizados em agosto do ano passado relacionados à investigação sobre as joias, e Alexandre de Moraes havia autorizado o acesso a alguns documentos. No entanto, o ministro decidiu manter em sigilo o depoimento de Cid, justificando que o conteúdo é sensível e está relacionado a desdobramentos ainda em curso. Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, estava em negociação para um acordo de delação premiada, o qual foi homologado pelo próprio Moraes dez dias após o depoimento.

No plenário virtual do STF, onde os ministros registram seus votos de forma eletrônica, o recurso começou a ser analisado pela Primeira Turma. O julgamento, que se estenderá até o dia 18, ainda aguarda os votos dos demais membros do colegiado.

Em seu voto, Alexandre de Moraes argumentou que "não constitui direito do defensor, no interesse dos aqui agravantes, ter acesso imediato ao depoimento prestado por Mauro Cesar Barbosa Cid, especialmente quando considerada a investigação em curso e seus desdobramentos". A decisão reflete a postura do ministro em garantir que informações cruciais sejam preservadas para não comprometer o andamento das apurações.

A investigação sobre o desvio de joias ganhou notoriedade em 31 de agosto do ano passado, quando a Polícia Federal (PF) convocou oito pessoas para depor. Na ocasião, Jair Bolsonaro e Michelle optaram por permanecer em silêncio, enquanto Mauro Cid e seu pai, o general Mauro Cesar Lourena Cid, decidiram colaborar, dando início às negociações para um acordo de delação premiada. O acordo foi fechado e homologado por Moraes no dia 9 de setembro.

Nos depoimentos, Cid teria revelado que Bolsonaro autorizou a venda dos presentes oficiais, além de colaborar em outras investigações envolvendo o ex-presidente, como uma tentativa de golpe de Estado e a fraude no cartão de vacina, informações que agora estão sob análise judicial.

Em julho deste ano, a Polícia Federal indiciou Bolsonaro, Cid e outras 10 pessoas pelo desvio das joias, argumentando que os itens pertenciam ao acervo público e não ao patrimônio pessoal do ex-presidente, como ele alegou. Em resposta, Bolsonaro negou as acusações e reafirmou que os presentes faziam parte de seu acervo pessoal.

O caso agora está nas mãos da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aguarda o envio de documentos adicionais solicitados antes de decidir se formalizará uma denúncia contra Bolsonaro e os demais envolvidos.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

"Grave retrocesso", diz Gleisi sobre retomar financiamento privado a campanhas eleitorais

Cúpula do Congresso e ministros do STF debatem a volta das doações empresariais, proibidas em 2015
Gleisi Hoffmann (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)


Em meio às discussões sobre o futuro do financiamento eleitoral no Brasil, a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), criticou duramente a possibilidade de reverter a proibição de doações empresariais para campanhas eleitorais. Em postagem nas redes sociais, ela afirmou: "trazer de volta as doações de empresas para campanhas eleitorais seria grave retrocesso. Caixa 2 e compra de votos são crimes que devem ser enfrentados e punidos com rigor. Simples assim. O financiamento público é um avanço democrático contra a influência do poder econômico na política".

O debate ganhou força nos bastidores do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme noticiado pela Folha de S. Paulo. Autoridades dessas duas esferas indicaram interesse em discutir uma possível retomada do financiamento privado, proibido em 2015 pelo STF. A justificativa é que o atual modelo, concentrado no financiamento público, não tem sido bem aceito pela sociedade e trouxe novas distorções, como apontam líderes partidários.

Esses parlamentares e ministros argumentam que o financiamento público, além de não ter conseguido impedir o uso de caixa dois, gerou desequilíbrios adicionais. De acordo com a Polícia Federal, cerca de R$ 21,7 milhões em dinheiro vivo foram apreendidos em operações de combate a crimes eleitorais neste ano, o que reforça a visão de que o modelo atual carece de eficácia.

O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, é um dos nomes que defende a volta das doações empresariais. Em entrevista recente também à Folha de S. Paulo, ele afirmou que pretende propor uma alteração no modelo de financiamento, que incluiria a permissão para doações privadas e a redução do fundo eleitoral público, atualmente fixado em R$ 4,96 bilhões para 2024.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Propaganda eleitoral no rádio e na TV retorna nesta sexta-feira

Até 25 de outubro, serão 20 minutos diários de exibição em rede para os candidatos a prefeito, divididos em dois blocos de 10 minutos no rádio e na TV
Urna eletrônica (Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE)

Agência Brasil - As emissoras de rádio e televisão de 52 cidades onde haverá segundo turno, no dia 27 de outubro, recomeçaram nesta sexta-feira (11) a divulgação da propaganda eleitoral.

Até 25 de outubro, serão 20 minutos diários de exibição em rede para os candidatos a prefeito, divididos em dois blocos de 10 minutos no rádio e na TV.

No rádio, será das 7h às 7h10; e das 12h às 12h10. Já na TV, a divulgação será no início da tarde, das 13h às 13h10, e à noite, das 20h30 às 20h40.

Além disso, serão destinados 25 minutos em inserções diárias de 30 e 60 segundos, de segunda a domingo, entre 5h e meia-noite.

O tempo de propaganda em rede e por inserções está dividido de forma igual entre partidos, federações ou coligações dos candidatos. Começa pela candidatura com maior votação no primeiro turno, com a alternância da ordem a cada programa em bloco ou veiculação de inserção.

Mas diversas atividades de propaganda já puderam ser retomadas 24 horas após o encerramento do primeiro turno, como a campanha nas ruas com alto-falantes, comício e propaganda eleitoral na internet, além de divulgação paga na imprensa escrita

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Tarcísio é “o número 1 na fila” da direita para disputar a presidência, diz Valdemar Costa Neto

Apesar de ainda acreditar em uma possível anistia a Jair Bolsonaro, o presidente do PL já trabalha com a possibilidade de apoiar Tarcísio em 2026

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou em entrevista à GloboNews que o seu partido deve apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na corrida presidencial de 2026, informa O Globo. Segundo Costa Neto, Tarcísio é o “melhor nome” para substituir Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030 após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Apesar de ainda acreditar em uma possível anistia a Bolsonaro, o presidente do PL já trabalha com a possibilidade de estar com Tarcísio em 2026. “Eu acho que o Bolsonaro ainda vai ser candidato. Quando o Lula estava preso vocês achavam que ele ia ser candidato? Ninguém achava no Brasil. Mas eu acho que vai ter uma saída (pro Bolsonaro). Acho que vai ter uma saída para isso. A gente vai botar para votar a anistia. O candidato nosso é o Bolsonaro, seria o melhor para nós. Mas (diante da inelegibilidade), o número 1 da fila é o Tarcísio”, declarou.

Outro nome citado por Costa Neto foi o de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que chegou a ser cogitado para assumir a presidência do partido. “O Eduardo é um cara combativo. Estamos estudando para ele defender o partido, e que tenha imunidade (parlamentar). Eu não tenho, o Bolsonaro não tem”, disse.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Lula diz que isenção do Imposto de Renda deve ser compensada por ricos: "questão de justiça"

"Salário não é renda. Renda é o cara que vive de especulação, esse sim deveria pagar imposto", defendeu o presidente

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Reuters - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que a ampliação da faixa de isenção do imposto de renda deve ser compensada pela taxação dos mais ricos por uma "questão de justiça".

"O que nós queremos é isentar aquelas pessoas até 5 mil reais e no futuro isentar mais, porque na minha cabeça a ideia é que salário não é renda. Renda é o cara que vive de especulação, esse sim deveria pagar imposto de renda", disse o presidente em entrevista à rádio O Povo/CBN, de Fortaleza.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na quinta-feira que uma tributação sobre milionários é uma das alternativas em avaliação no governo para compensar perdas na arrecadação com correções adicionais da tabela do imposto de renda visando aumentar a faixa de isenção.

A promessa de Lula é levar a faixa de isenção para renda mensal de até 5 mil reais. Atualmente, a isenção vale para valores equivalentes a dois salários mínimos, ou 2.824 reais por mês.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Grupo japonês de sobreviventes de bombas atômicas ganha Prêmio Nobel da Paz

O Prêmio Nobel da Paz, no valor de 11 milhões de coroas suecas, ou cerca de 1 milhão de dólares, deve ser entregue em Oslo em 10 de dezembro

Nihon Hidankyo (Foto: Kyodo/via REUTERS)

Reuters - A organização japonesa Nihon Hidankyo, um movimento de sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, ganhou o Prêmio Nobel da Paz nesta sexta-feira, em um aviso aos países que possuem armas nucleares para que não as utilizem.

Testemunhas das duas únicas bombas nucleares a serem usadas em um conflito, os membros do grupo, também conhecidos como Hibakusha, dedicaram suas vidas à luta por um mundo livre de armas nucleares.

"O Hibakusha está recebendo o Prêmio da Paz por seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, por meio de testemunhos, que as armas nucleares nunca mais devem ser usadas", disse o Comitê Norueguês do Nobel.

"Os Hibakusha nos ajudam a descrever o indescritível, a pensar o impensável e, de alguma forma, a compreender a dor e o sofrimento incompreensíveis causados pelas armas nucleares", disse o comitê.

"Não posso acreditar que seja real", disse o copresidente do Nihon Hidankyo, Toshiyuki Mimaki, em uma coletiva de imprensa em Hiroshima, local do bombardeio atômico de 6 de agosto de 1945 durante os estágios finais da Segunda Guerra Mundial, enquanto segurava as lágrimas e beliscava a bochecha.

Mimaki, ele próprio um sobrevivente, disse que o prêmio daria um grande impulso aos seus esforços para demonstrar que a abolição das armas nucleares é possível.

"(A vitória) será uma grande força para apelar ao mundo que a abolição das armas nucleares e a paz eterna podem ser alcançadas", disse ele. "As armas nucleares devem ser absolutamente abolidas."

Avertência às nações nucleares - Sem citar países específicos, Joergen Watne Frydnes, presidente do Comitê Norueguês do Nobel, alertou que as nações nucleares não devem pensar em usar armas atômicas.

"As armas nucleares de hoje têm um poder destrutivo muito maior. Elas podem matar milhões de pessoas e causariam um impacto catastrófico no clima", disse ele em uma coletiva de imprensa. "Uma guerra nuclear poderia destruir nossa civilização."

Frydnes elogiou "os esforços extraordinários" da Nihon Hidankyo e de outros representantes dos Hibakusha para contribuir para "o estabelecimento do tabu nuclear".

"Portanto, é alarmante que hoje esse tabu contra o uso de armas nucleares esteja sob pressão", disse ele.

O próximo ano marcará o 80º aniversário do lançamento de bombas nucleares pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945.

Com o prêmio, o comitê estava chamando a atenção para uma "situação muito perigosa" no mundo, com as relações entre a China e os EUA, e entre a Rússia e os EUA, "as mais tóxicas" desde o fim da Guerra Fria, de acordo com Dan Smith, diretor do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo.

"Se houver um conflito militar, há o risco de que ele se transforme em armas nucleares... Eles (Nihon Hidankyo) são realmente uma voz importante para nos lembrar da natureza destrutiva das armas nucleares", disse ele à Reuters.

Smith também disse que o Comitê conseguiu "um golpe triplo" com o prêmio: chamar a atenção para o sofrimento humano dos sobreviventes da bomba nuclear; o perigo das armas nucleares; e que o mundo sobreviveu sem seu uso por quase 80 anos.

O Comitê Norueguês do Nobel tem enfatizado regularmente a questão das armas nucleares, mais recentemente com seu prêmio para a ICAN, a Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares, que ganhou o prêmio em 2017.

O prêmio da Paz é o quinto Nobel concedido nesta semana, depois de Literatura, Química, Física e Medicina.

A iraniana Narges Mohammadi, defensora dos direitos das mulheres, foi a vencedora do Nobel da Paz em 2023.

O Prêmio Nobel da Paz, no valor de 11 milhões de coroas suecas, ou cerca de 1 milhão de dólares, deve ser entregue em Oslo em 10 de dezembro, aniversário da morte do industrial sueco Alfred Nobel, que fundou os prêmios em seu testamento de 1895.

Fonte: Brasil 247

"Brasil só aplicará Horário de Verão em caso de crise energética", indica Alexandre Silveira

Apesar da seca, o ministro de Minas e Energia garantiu que não há risco de apagão no país

Alexandre Silveira (Foto: TAUAN ALENCAR (DIVULGAÇÃO/MME))

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira (11), durante o Fórum Esfera Brasil, em Roma, que o Horário de Verão só será adotado no Brasil em caso de uma crise energética iminente. A declaração foi dada em entrevista coletiva a jornalistas no evento.

Silveira explicou que, apesar da seca que o país enfrenta, não há risco de apagão no momento. "O governo tomou medidas de contenção hídrica", destacou o ministro, assegurando que, no cenário atual, a situação energética está sob controle.

O ministro também ressaltou a importância do Horário de Verão, mencionando que sua principal relevância se dá entre os dias 15 de outubro e 30 de novembro. "Depois desse período, a importância vai diminuindo", disse. Além disso, Silveira alertou que a medida, se fosse implementada, teria que ser anunciada com antecedência para evitar impactos em setores estratégicos, como o da aviação.

Silveira fez questão de frisar que "o Horário de Verão é uma política pública e deve ser tratado como tal". Segundo ele, a questão não pode ser politizada, como ocorreu no governo anterior: "Não pode ser tratada como questão ideológica", concluiu.

Fonte: Brasil 247

Anatel divulga lista de bets que serão bloqueadas a partir desta sexta; confira

Na quinta-feira, a agência notificou as prestadoras de serviço para bloqueio ao acesso aos sites de apostas irregulares

(Foto: Sinclair Maia - 08.out.2007 / Anatel)

Infomoney - A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou nesta sexta-feira (11) uma lista com as empresas de apostas esportivas que sairão do ar nos próximos dias por falta de autorização para operar no Brasil pelo Ministério da Fazenda.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta quinta-feira (10), que cerca de 2.040 sites de apostas on-line irregulares, que não obtiveram autorização do governo federal para operar no Brasil.

Desde ontem (10), a Anatel vem notificando as prestadoras de serviços de telecomunicações a respeito da decisão da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda de impedir seus clientes de acessar o conteúdo de websites e aplicativos de empresas irregulares de apostas on-line, as chamadas bets.

Dessa forma, caberá às prestadoras, tomar as providências técnicas necessárias para implementar essa determinação, a partir dessa sexta-feira (11).

Segundo a Anatel, o tempo para a execução do bloqueio dependerá das medidas empregadas pelas prestadoras, conforme suas especificidades, segundo a agência.

Veja abaixo uma parte da lista e baixe a planilha com os todos os nomes das bets bloqueadas pelo Ministério da Fazenda.
tabela

Fonte: Brasil 247

Lula minimiza críticas de Múcio a 'questões ideológicas' envolvendo compra de blindados de Israel

Presidente também garantiu que o ministro da Defesa não será demitido

José Múcio e Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

Após declarações do ministro da Defesa, José Múcio, durante um evento com empresários nesta semana, o governo se viu novamente em meio a uma polêmica interna. Múcio criticou as "questões ideológicas" que, segundo ele, estariam impedindo o progresso da negociação para a compra de veículos blindados de Israel pelo Exército brasileiro. A informação, divulgada inicialmente pelo jornal Estado de S. Paulo, provocou reações dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), intensificando as pressões pela saída do ministro. No entanto, o próprio presidente Lula (PT) veio a público nesta sexta-feira (11) garantir a permanência do ministro.

Em entrevista à rádio O Povo/CBN de Fortaleza, o presidente ressaltou sua relação pessoal e profissional com o ministro, minimizando o impacto das declarações. “Eu sou muito amigo do José Múcio. Esquece o fato de ele ser ministro. O José Múcio é uma pessoa com quem eu tenho uma amizade profunda e um respeito profundo. Gosto muito dele. Ele me ligou apavorado: ‘acho que eu falei alguma coisa que não devia ter falado’. Eu falei: ‘Múcio, não se preocupe. Aquilo que a gente falou já está falado. Já foi explorado. Esqueça e toque o barco para frente. Se você falou aquilo porque você pensava aquilo, está ótimo. Se você falou porque cometeu um equívoco, está ótimo. Você não vai perder comigo um centímetro de importância por conta daquilo’”, afirmou o presidente.

Lula foi enfático ao afirmar que o episódio não abalou a confiança e o apreço que tem por Múcio. “O José Múcio continua meu amigo, meu ministro da Defesa, uma pessoa em quem eu tenho não apenas muita confiança, mas por quem eu tenho uma estima profunda pela lealdade dele comigo, antes e durante o governo. [...] Portanto, isso não abalou em nada a permanência dele no Ministério da Defesa”.

Fontes do Planalto indicam que Lula e Múcio já discutiram o episódio e que o presidente não foi pego de surpresa pela insatisfação do ministro. Segundo essas fontes, Múcio havia procurado o presidente previamente para propor uma solução intermediária com o objetivo de destravar a compra dos obuseiros 155 mm. Além disso, o ministro discutiu as objeções levantadas pelo Ministério da Defesa ao Tribunal de Contas da União (TCU).

O contrato, vencido pela empresa israelense Elbit Systems em abril, previa a entrega de 36 veículos blindados ao Brasil. Contudo, a negociação esbarrou em resistências internas. Um dos principais opositores foi Celso Amorim, assessor-chefe de Assuntos Internacionais da Presidência, que considera incoerente a aquisição de equipamentos militares de Israel, tendo em vista as críticas de Lula às ações israelenses na Faixa de Gaza e contra o Líbano.

Nos bastidores, surgiram especulações de que a fala pública de Múcio teria como objetivo “provocar” sua própria demissão, sugerindo que ele estaria cansado dos embates que têm marcado sua gestão. Contudo, aliados próximos ao ministro descartam essa hipótese, afirmando que ele não age dessa forma.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Lula anuncia compra de novos aviões para a Presidência da República

Presidente detalhou a pane no avião da Presidência que o fez sobrevoar o aeroporto do México por quatro horas e meia: "momento de muita reflexão"

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (11), em entrevista à rádio O Povo/CBN, de Fortaleza, que o Brasil vai comprar novos aviões para a Presidência da República. O anúncio ocorre após o avião presidencial passar por problemas técnicos durante uma viagem de Lula ao México no início do mês. A falha obrigou o piloto a realizar manobras de segurança no espaço aéreo mexicano por 5 horas.

Durante a entrevista, Lula relatou o episódio com um tom bem-humorado. “Quando levantou voo, aconteceu alguma coisa porque o avião estava com um ronco diferente, uma tremedeira. O avião trepidava muito. E eu logo levantei para ir saber com o piloto o que estava acontecendo. Cheguei lá a porta estava fechada. Eu bati na porta, o piloto abriu. Eles estavam nervosos, porque eles estavam vendo como iam sair daquela situação, e falaram ‘bom, assim que a gente tiver informação nós vamos lhe passar’. E me disseram ‘o avião está seguro. Tem uma turbina com problema, um motor, mas o outro está bem. Já pedimos emergência para o aeroporto e vamos ficar circulando aqui durante duas horas até esvaziar um pouco o tanque, porque está muito cheio e se a gente pousar com o avião pesado poderá acontecer um acidente e até um problema com o trem de pouso’. E aí ficamos lá, duas horas rodando, fazendo um ‘oito’ em cima do aeroporto”, disse.

“Depois das duas horas eu voltei para perguntar ‘e agora?’. E, bom, ‘vamos ficar mais duras horas e meia’. Obviamente que o pessoal fica preocupado. Eu pedi para servir almoço para o pessoal, para o pessoal comer, até fiz uma brincadeira estúpida dizendo que era preciso comer porque a gente não sabia se tinha comida no céu. Graças a Deus o avião pousou normal. Todo mundo teve tempo de repensar sua vida. Foram quatro horas e meia em que eu pensei muito sobre o que eu tinha feito na vida, o que tinha para fazer, e você pensa como ser humano o que você cometeu de erros, de acertos, se você passou pela Terra como um cara bom, como um cara ruim, o que você fez de errado. Foi um momento de muita reflexão de todo mundo”, contou Lula.

O presidente conta que o ocorrido fez com que o governo percebesse a necessidade de adquirir novos aviões. “Desse problema nós tiramos uma lição: nós vamos comprar não apenas um avião, mas é preciso comprar alguns aviões para que o Brasil, um país grande, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, com 360 mil quilômetros de florestas tropicais, com 8 mil quilômetros de fronteira marítima, 5,5 milhões de quilômetros quadrados de água, nós precisamos nos preparar. Não dá para a gente ser pego de surpresa. Eu pedi para que o ministro da Defesa me fizesse uma proposta e nós vamos comprar um avião para o presidente da República, entendendo que a ignorância não pode prevalecer”, afirmou.

Segundo Lula, a compra do avião vai permitir que ministros, autoridades e os próximos presidentes trabalhem em prol do povo com segurança. “Um avião para o presidente da República não é um avião para o Lula ou para o Fernando Henrique Cardoso ou para o Bolsonaro. Um avião para o presidente é um avião para a instituição Presidência da República, quem quer que seja eleito. Nós vamos comprar e vamos comprar alguns outros aviões, porque é preciso os ministros viajarem. Nós não governamos o Brasil com o ministro coçando lá em Brasília. Ministro tem que viajar, tem que fazer entrega, conversar com prefeito, com governador, com o povo”, defendeu.

O presidente também relembrou momentos da campanha de 2006, quando adversários criticavam o uso do avião presidencial. “Eu tive uma lição muito grande. Eu durante muito tempo fui muito comedido. Quando eu comprei esse avião, 309, o menor da Airbus, eu comprei o mais barato e o menor, mesmo assim o Brizola o cunhou de ‘Aerolula’. Você está lembrado que a campanha de 2006 foi feita em cima do ‘Aerolula’, como se o avião fosse do presidente. Eu superei isso. Eu, aos 79 anos, superei isso porque um presidente da República tem que se respeitar, a instituição tem que se respeitar e o Brasil é muito grande. Não precisa o presidente da República correr risco”, explica.

Fonte: Brasil 247

Lula critica "intromissão" dos Estados Unidos na compra de caças suecos pelo Brasil

Presidente afirmou ser "descabido" o pedido de informações dos Estados Unidos sobre a transação entre o Brasil e a empresa sueca Saab

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversa com presidente dos EUA, Joe Biden, durante reunião do G7 na Itália 14/06/2024 (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)

Em entrevista nesta sexta-feira (11) à rádio O Povo/CBN de Fortaleza, o presidente Lula (PT) criticou duramente o pedido de informações feito pelos Estados Unidos sobre a compra dos caças suecos Gripen pelo Brasil. O negócio, firmado em 2014 durante o governo da então presidente Dilma Rousseff, envolveu a aquisição de 36 aeronaves do modelo Gripen, fabricadas pela Saab, como parte do Projeto FX-2, considerado a maior compra militar da história recente do Brasil e da América Latina. Lula, em suas declarações, destacou a soberania do país na decisão e classificou a ação americana como uma "intromissão" injustificada.

"Eu não tenho conhecimento de como foi comprado o avião. O que eu sei é que a companheira Dilma comprou um avião que era acho que mais econômico, me parece que mais barato e a manutenção custava menos. E é um avião de um conjunto de países. É um sueco que tem participação da Inglaterra e de vários outros países. E eu sinceramente acho que um pedido de informação dos Estados Unidos é intromissão dos Estados Unidos em uma coisa de outro país. É descabida essa informação", disse Lula, evidenciando seu desconforto com a postura americana.

A controvérsia emergiu após o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) anunciar uma investigação envolvendo a Saab. O DOJ solicitou à fabricante sueca esclarecimentos sobre o contrato bilionário com o Brasil, o que levanta suspeitas sobre os reais interesses norte-americanos. Em resposta, a Saab garantiu que cooperará com as investigações e reiterou que já foi investigada anteriormente por autoridades brasileiras e suecas, sem que qualquer irregularidade fosse encontrada.

Ação americana levanta suspeitas de lawfare - O uso do termo lawfare para descrever a ação dos Estados Unidos não é por acaso. O conceito, que combina "lei" e "guerra", refere-se ao uso estratégico de processos judiciais como ferramentas para intimidar e constranger adversários econômicos ou políticos. Para analistas, a ofensiva americana contra a Saab reflete uma tentativa de enfraquecer a empresa sueca e, indiretamente, favorecer seus próprios interesses industriais no setor de defesa.

Lula também relembrou suas experiências passadas com a pressão americana: "Os americanos, na verdade, são meio 'hegemonistas'. Quando eu era presidente eu queria comprar um [Dassault] Rafale francês, porque tem mais tradição, mais experiência. Eu não quis comprar porque faltava nove meses para deixar o governo e eu falei ‘bom, é uma dívida muito grande, vou deixar para o próximo presidente escolher’. Mas os americanos não gostaram quando eu disse que ia comprar. Eles queriam que comprasse o avião deles. E certamente não gostaram quando a Dilma disse que ia comprar o sueco".

Repercussão internacional e implicações para o Brasil - Especialistas europeus e brasileiros veem com ceticismo a investigação do DOJ. Na Europa, há um consenso crescente de que as ações judiciais dos Estados Unidos têm se tornado uma forma de manipular o mercado global de defesa, prejudicando empresas que não seguem a cartilha dos interesses americanos. No Brasil, o presidente Lula expressou confiança na decisão de Dilma Rousseff e nas Forças Armadas, que apoiaram a escolha pelo Gripen.

Fonte: Brasil 247

Lula sanciona lei que cria programas de apoio a microempreendedores e amplia crédito

Entre eles, o programa Acredita no Primeiro Passo visa oferecer oportunidades de trabalho e geração de renda em territórios de alta vulnerabilidade

Sancionado pelo presidente lula, Procred 360 oferece condições facilitadas de financiamento e cobertura por meio do Fundo Garantidor de Operações (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quinta-feira, 10 de outubro, a Lei N° 1.725, que institui o Programa Acredita no Primeiro Passo e o Programa de Mobilização de Capital Privado Externo e Proteção Cambial – o Programa Eco Invest Brasil. A nova legislação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. Com a sanção, o Governo Federal formaliza um conjunto de medidas voltadas à inclusão produtiva e à recuperação financeira de microempresários e microempresas no país, incentivando o mercado de crédito e promovendo o desenvolvimento sustentável.

A Lei Nº 1.725 também altera a Lei Nº 13.999/2020, instituindo o Programa de Crédito e Financiamento de Dívidas de Microempreendedores Individuais e Microempresas – o Procred 360. Além disso, cria o Programa de Renegociação de Dívidas de Microempreendedores Individuais, Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e Sociedades Cooperativas – o Desenrola Pequenos Negócios, bem como uma linha de crédito especial para renovar a frota de veículos utilizados por taxistas.

O Procred 360 é destinado à renegociação de dívidas de microempreendedores individuais (MEIs) e microempresas, oferecendo condições facilitadas de financiamento e cobertura por meio do Fundo Garantidor de Operações (FGO), que visa mitigar o risco de inadimplência e facilitar o acesso ao crédito. Trata-se de uma linha de crédito exclusiva para pequenos negócios, com taxas de juros 50% menores que as praticadas pelo mercado atualmente. O programa atende MEIs e empresas com faturamento anual de até R$ 360 mil.

O governo destinará R$ 1,5 bilhão para garantias bancárias, com recursos remanescentes do FGO do programa Desenrola, que já renegociou dívidas de mais de 15 milhões de pessoas físicas. A partir dessa garantia, serão disponibilizados R$ 5 bilhões em crédito, com previsão de alocação de mais recursos no futuro para ampliar essa oferta.

Para o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, o Procred 360 é fundamental para o setor. “Ao criar uma linha de crédito exclusiva para MEIs e microempresas, estabelecemos uma barreira de proteção para os pequenos negócios, que antes competiam pelo mesmo crédito com as grandes empresas. Os bancos, em geral, preferem emprestar para grandes empresas, que são vistas como clientes de menor risco”, explicou o ministro.

ACREDITA NO PRIMEIRO PASSO – Focado em famílias em situação de vulnerabilidade econômica, com ênfase em mulheres, negros, jovens e pessoas com deficiência, o Programa Acredita no Primeiro Passo visa oferecer oportunidades de trabalho e geração de renda, especialmente em territórios de alta vulnerabilidade. Programas como este têm o objetivo de incluir as parcelas mais vulneráveis da população. Esses grupos enfrentam barreiras adicionais para acessar oportunidades de trabalho e crédito, o que perpetua desigualdades. Ao criar condições para a inclusão produtiva, essas iniciativas não apenas geram emprego, mas também ajudam a promover um desenvolvimento mais igualitário, o que fortalece a coesão social.

DESENROLA PEQUENOS NEGÓCIOS – O Programa Desenrola Pequenos Negócios é voltado à renegociação de dívidas de microempresas e cooperativas, e oferece incentivos fiscais para instituições financeiras que participem da reestruturação dessas dívidas até o final de 2024. O Procred 360 e o Desenrola Pequenos Negócios são importantes porque oferecem um alívio direto para microempresários endividados, permitindo que renegociem suas dívidas com condições mais favoráveis.

ECO INVEST BRASIL – O Programa Eco Invest Brasil visa atrair investimentos privados externos para financiar projetos sustentáveis, como transição energética e bioeconomia. A medida inclui proteção cambial para operações de microcrédito e a criação de uma linha de crédito especial para a aquisição de veículos de taxistas. Ao focar em áreas como a transição energética e a bioeconomia, o Brasil pode se posicionar como um líder em práticas sustentáveis, ao mesmo tempo em que diversifica suas fontes de financiamento. Isso pode trazer benefícios de longo prazo, como a criação de empregos verdes e a redução das emissões de carbono, alinhando o país com as tendências globais de sustentabilidade.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Gov

"É inadmissível que a Aneel não cumpra decisões do presidente Lula", diz Alexandre Silveira

Ministro critica falta de alinhamento da Aneel com o governo e cobra solução urgente para transferência da Amazonas Energia para a Âmbar, do grupo J&F

Alexandre Silveira, lançamento da Política Nacional da Transição Energética, 26 de agosto de 2024 (Foto: Tauan Alencar/MME)

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), criticou duramente a atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em discurso no Fórum Esfera, em Roma, nesta sexta-feira (11), ao afirmar que o órgão regulador está em desacordo com as políticas do governo federal. A declaração ocorre em meio a um impasse envolvendo a transferência do controle da distribuidora Amazonas Energia para a Âmbar, empresa do grupo J&F. Silveira, que há meses vem apontando a falta de agilidade da Aneel, destacou: "é inadmissível que a Aneel não cumpra decisões do presidente Lula. A Aneel é um órgão regulador e não formulador de políticas políticas. Quem ganhou a eleição foi o presidente Lula".

A crise se intensificou após a Aneel determinar que a Âmbar assinasse o contrato de transferência até às 12h de quarta-feira (9), mas a empresa recorreu, solicitando que o órgão apresentasse garantias jurídicas e econômicas, o que ainda não foi feito. Sem essas garantias, a Âmbar ameaçou desistir do negócio.

Na terça-feira (8), o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, afirmou que a transferência poderia ser anulada caso a decisão judicial que obrigou a agência a aprovar o negócio fosse revogada. "Em tese, em um fato concreto, se uma decisão judicial determina a assinatura de um contrato, esse contrato é assinado, [e] essa decisão é anulada, aquela assinatura é tornada nula", explicou Feitosa.

O ministro Alexandre Silveira destacou que suas críticas à Aneel não são sobre as decisões técnicas em si, mas sobre a falta de alinhamento do órgão com as diretrizes do governo federal. Em tom firme no último dia 2 de outubro, Silveira afirmou: “vocês nunca viram nem nunca verão o ministro de Estado adentrar no mérito das definições da Aneel. Mesmo quando me levanta dúvidas de tanta falta de sintonia entre os seus diretores e de tanta falta de convergência com a área técnica.”

Impasse e desgaste entre governo e Aneel - Nos últimos meses, a relação entre o Ministério de Minas e Energia e a Aneel tem se deteriorado, com o governo pressionando por mais rapidez e eficiência na implementação de políticas setoriais. Silveira chegou a mencionar a possibilidade de "intervenção" na agência, caso as demandas do governo não fossem atendidas.

A Aneel, por outro lado, se queixa das limitações impostas pelos cortes orçamentários e a redução de seu quadro de servidores, o que tem resultado em atrasos na regulamentação de políticas. Além disso, os servidores da agência estão mobilizados desde maio, em campanha por valorização, o que tem contribuído para a lentidão dos processos.

Entre os casos pendentes, o governo aponta a transferência do controle da Amazonas Energia como um dos mais críticos. O ministro Silveira enfatizou que a concessionária precisa urgentemente de uma recuperação econômico-financeira e operacional, e criticou a Aneel por não oferecer alternativas viáveis para a conclusão do processo de transferência para a Âmbar.

Âmbar pressiona por garantias - A Âmbar, por sua vez, se recusa a prosseguir com o negócio sem as garantias jurídicas e econômicas que considera essenciais. Em nota, a empresa informou que apresentou um recurso à Aneel contra a decisão do diretor Fernando Mosna, que encerrou o processo de transferência na esfera da agência. A Âmbar também solicitou uma reunião extraordinária da diretoria da agência para tratar do assunto nesta quinta-feira (10).

Na semana passada, a Aneel aprovou um plano de transferência para a Âmbar, mas com custos reduzidos para os consumidores, avaliados em R$ 8 bilhões. A empresa, entretanto, discordou dos termos e insiste em um plano de R$ 14 bilhões, conforme determinação judicial. A disputa segue sub judice, e a solução ainda depende de um acordo entre as partes envolvidas.

Enquanto a tensão entre governo e Aneel aumenta, Silveira reforça que a agência precisa encontrar um caminho que concilie as exigências do setor e a vontade política do governo eleito.

Fonte: Brasil 247

Lula diz que "voto não tem dono" e que “Boulos pode ganhar a eleição" em São Paulo

O presidente afirmou que acredita na virada do psolista contra Ricardo Nunes no segundo turno

Lula (de azul), Guilherme Boulos (roupa branca) e outras lideranças (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (11), em entrevista à rádio O Povo/CBN, de Fortaleza, que o candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), pode virar sobre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e vencer a eleição no segundo turno. Uma pesquisa divulgada pelo Datafolha na última quinta (10) mostra que Nunes lidera a disputa com 55% das intenções de voto, contra 33% de Boulos.

Segundo Lula, “o voto não tem dono”, e a campanha do psolista precisa utilizar o tempo de televisão e os debates para conquistar o eleitor. “O voto não tem dono. O votos nós temos que captar, conquistar. Toda vez que eu abrir a boca para falar, eu tenho que ter a noção de que eu tenho que conquistar alguém. Então o Boulos tem duas semanas, tem vários programas de televisão, vários debates para poder convencer as pessoas. E eu, se puder ajudá-lo, vou ajudá-lo a ganhar esta eleição, porque eu acho que ele pode fazer um bem muito grande para a cidade de São Paulo”, opinou.

No segundo turno, Guilherme Boulos deve apostar na sua imagem como o “candidato da mudança” para atrair o eleitorado que votou em Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno e demonstra insatisfação com a atual gestão da capital paulista. No primeiro turno, Boulos obteve 29,07% dos votos, um resultado próximo ao de Ricardo Nunes, que ficou com 29,48%. Pablo Marçal, por sua vez, alcançou 28,14%.

Outro ponto ressaltado por Lula foi a quantidade de pessoas que se confundiram na hora de votar e digitaram 13 na urna. “O Boulos pode ganhar as eleições. O Boulos é uma figura muito preparada. Nós tivemos um problema no primeiro turno. É muito difícil você convencer um petista, que estava habituado a votar no 13 desde 1980, a votar 50, a votar outro número. Tivemos 50 mil pessoas que votaram no 13. Eu inclusive gravei para o Boulos dizendo ‘olha, quem está habituado a votar no 13 tem que votar agora no 50 na cidade de São Paulo’”, disse.

Fonte: Brasil 247

Boulos coloca Marta Suplicy na linha de frente em nova fase da campanha

Estratégia de intensificar a participação da ex-prefeita busca atrair eleitores da periferia e suavizar a imagem de Guilherme Boulos

Lula, Marta Suplicy e Guilherme Boulos (Foto: Ricardo Stuckert)

Marta Suplicy (PT) vai intensificar sua participação na campanha de Guilherme Boulos (Psol) para o segundo turno das eleições em São Paulo. A ex-prefeita, que ocupa a posição de vice na chapa, é vista por aliados como uma peça fundamental para expandir o eleitorado de Boulos nas áreas periféricas da cidade, informa a Folha de S. Paulo. Por isso, a partir de agora, Marta terá uma presença mais constante nas agendas de rua, modificando a estratégia adotada no primeiro turno, quando teve uma atuação discreta, aparecendo majoritariamente na propaganda televisiva.

Até o momento, a participação de Marta foi centrada em sua presença nas peças publicitárias, com o objetivo de suavizar a imagem de Boulos, que ainda enfrenta resistência em alguns segmentos sociais por seu histórico de militância no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Nesta sexta-feira (11), ela foi um dos principais nomes na propaganda de rádio que marcou a estreia de Boulos no segundo turno.

No primeiro turno, Marta chegou a rebater as críticas que associavam Boulos a um "invasor de terras", defendendo sua trajetória como um líder comprometido com causas sociais. No entanto, a candidata a vice concedeu poucas entrevistas, afirmando que apenas Boulos teria a palavra pela chapa. Segundo integrantes da campanha, Marta manteve uma agenda independente, focada no apoio à vereança do PT, já que o partido não lançou um candidato próprio à prefeitura.

A campanha também justificou a discrição de Marta à sua idade — aos 79 anos, seria um desafio acompanhar o ritmo exaustivo das agendas diárias de Boulos. Agora, porém, os esforços se concentram em reverter o quadro eleitoral, já que, segundo a pesquisa mais recente do Datafolha, Boulos aparece com 29% das intenções de voto entre os mais pobres, atrás do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tem 56%. O plano é que Marta, com sua experiência e reconhecimento público, relembre feitos de sua gestão à frente da cidade, como a criação dos Centros Educacionais Unificados (CEUs).

A aproximação entre Marta e Boulos é considerada estratégica pelos aliados do Psol e do PT, que se mostram confiantes na aliança. Para eles, a falta de rejeição ao nome de Marta entre os militantes de esquerda, mesmo com seu histórico recente de rompimentos, é um sinal positivo

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Correios abrem 3,5 mil vagas em concurso público: prazo para isenção termina nesta sexta-feira

Os Correios lançaram um novo concurso público com a oferta de 3.511 vagas; salários chegam a R$ 6.872,48

Correios (Foto: Divulgação/Correios)

Os Correios lançaram um novo concurso público com a oferta de 3.511 vagas, divididas entre cargos de nível médio e superior, e salários que chegam a R$ 6.872,48. Segundo o Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), responsável pela organização do certame, os candidatos interessados em solicitar isenção da taxa de inscrição têm até esta sexta-feira para realizar o pedido, exclusivamente pelo site do instituto.

De acordo com o edital, a taxa de inscrição é de R$ 39,80 para o cargo de agente de Correios (carteiro), que exige apenas o nível médio, e de R$ 42 para os cargos de analista de Correios, de nível superior. No entanto, pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) e doadores de medula óssea podem solicitar a isenção do pagamento.

Para efetuar o pedido de isenção, o candidato deve seguir o procedimento após concluir sua inscrição no site do IBFC. "Quando a tela exibir a mensagem: 'Sua inscrição foi realizada com sucesso', o candidato deve clicar no campo 'Solicitar isenção do valor da inscrição'. Em seguida, selecionar se é inscrito no CadÚnico ou doador de medula óssea", explica o edital.

Candidatos inscritos no CadÚnico devem informar seu Número de Identificação Social (NIS), que será verificado junto ao órgão gestor do programa. Já os doadores de medula óssea precisam anexar documentos, como identidade e um laudo médico emitido por uma entidade reconhecida pelo Ministério da Saúde, comprovando a doação. O resultado dos pedidos será divulgado no dia 18 de outubro, e os candidatos que tiverem a solicitação negada poderão recorrer entre os dias 19 e 20 de outubro.

Fonte: Brasil 247