terça-feira, 24 de setembro de 2024

Leia a íntegra do discurso de Lula na ONU

 

Presidente foi o primeiro a discursar na abertura da 79ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas

Lula na 79ª Assembleia Geral da ONU (Foto: Reuters/Mike Segar)

O presidente Lula (PT) discursou nesta terça-feira (24) na abertura da 79ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Abaixo, a íntegra da declaração do líder brasileiro:

Meus cumprimentos ao presidente da Assembleia Geral, Philemon Yang.

E também quero saudar o secretário-geral António Guterres e cada um dos Chefes de Estado e de Governo e delegadas e delegados presentes.

Dirijo-me em particular à delegação palestina, que integra pela primeira vez esta sessão de abertura, mesmo que ainda na condição de membro observador. E quero saudar a presença do presidente Mahmmoud Abbas.

Senhoras e Senhores,

Adotamos anteontem, aqui neste mesmo plenário, o Pacto para o Futuro.

Sua difícil aprovação demonstra o enfraquecimento de nossa capacidade coletiva de negociação e diálogo.

Seu alcance limitado também é a expressão do paradoxo do nosso tempo: andamos em círculos entre compromissos possíveis que levam a resultados insuficientes.

Nem mesmo com a tragédia da COVID-19, fomos capazes de nos unir em torno de um Tratado sobre Pandemias na Organização Mundial da Saúde.

Precisamos ir muito além e dotar a ONU dos meios necessários para enfrentar as mudanças vertiginosas do panorama internacional.

Vivemos momento de crescentes angústias, frustrações, tensões e medo.

Testemunhamos alarmante escalada de disputas geopolíticas e de rivalidades estratégicas.

2023 ostenta o triste recorde do maior número de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial.

Os gastos militares globais cresceram pelo nono ano consecutivo e atingiram 2,4 trilhões de dólares.

Mais de 90 bilhões de dólares foram mobilizados com arsenais nucleares.

Esses recursos poderiam ter sido utilizados para combater a fome e enfrentar a mudança do clima.

O que se vê é o aumento das capacidades bélicas.

O uso da força, sem amparo no Direito Internacional, está se tornando a regra.

Presenciamos dois conflitos simultâneos com potencial de se tornarem confrontos generalizados.

Na Ucrânia, é com pesar que vemos a guerra se estender sem perspectiva de paz.

O Brasil condenou de maneira firme a invasão do território ucraniano.

Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar.

O recurso a armamentos cada vez mais destrutivos traz à memória os tempos mais sombrios do confronto estéril da Guerra Fria.

Criar condições para a retomada do diálogo direto entre as partes é crucial neste momento.

Essa é a mensagem do entendimento de seis pontos que China e Brasil oferecem para que se instale um processo de diálogo e o fim das hostilidades.

Em Gaza e na Cisjordânia, assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente, e que agora se expande perigosamente para o Líbano.

O que começou como ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes, tornou-se punição coletiva de todo o povo palestino.

São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças.

O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, que impede um acordo para a liberação de reféns e adia o cessar-fogo.

Conflitos esquecidos no Sudão e no Iêmen impõem sofrimento atroz a quase trinta milhões de pessoas.

Este ano, o número dos que necessitam de ajuda humanitária no mundo chegará a 300 milhões.

Em tempos de crescente polarização, expressões como “desglobalização” se tornaram corriqueiras.

Mas é impossível “desplanetizar” nossa vida em comum.

Estamos condenados à interdependência da mudança climática.

O planeta já não espera para cobrar da próxima geração e está farto de acordos climáticos não cumpridos.

Está cansado de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas e do auxílio financeiro aos países pobres que não chega.

O negacionismo sucumbe ante as evidências do aquecimento global.

2024 caminha para ser o ano mais quente da história moderna.

Furacões no Caribe, tufões na Ásia, secas e inundações na África e chuvas torrenciais na Europa deixam um rastro de mortes e de destruição.

No sul do Brasil tivemos a maior enchente desde 1941.

A Amazônia está atravessando a pior estiagem em 45 anos.

Incêndios florestais se alastraram pelo país e já devoraram 5 milhões de hectares apenas no mês de agosto.

O meu governo não terceiriza responsabilidades nem abdica da sua soberania.

Já fizemos muito, mas sabemos que é preciso fazer mais.

Além de enfrentar o desafio da crise climática, lutamos contra quem lucra com a degradação ambiental.

Não transigiremos com ilícitos ambientais, com o garimpo ilegal e com o crime organizado.

Reduzimos o desmatamento na Amazônia em 50% no último ano e vamos erradicá-lo até 2030.

Não é mais admissível pensar em soluções para as florestas tropicais sem ouvir os povos indígenas, comunidades tradicionais e todos aqueles que vivem nelas.

Nossa visão de desenvolvimento sustentável está alicerçada no potencial da bioeconomia.

O Brasil sediará a COP-30, em 2025, convicto de que o multilateralismo é o único caminho para superar a urgência climática.

Nossa Contribuição Nacionalmente Determinada (a NDC) será apresentada ainda este ano, em linha com o objetivo de limitar o aumento da temperatura do planeta a um grau e meio.

O Brasil desponta como celeiro de oportunidades neste mundo revolucionado pela transição energética.

Somos hoje um dos países com a matriz energética mais limpa.

90% da nossa eletricidade provêm de fontes renováveis como a biomassa, a hidrelétrica, a solar e a eólica.

Fizemos a opção pelos biocombustíveis há 50 anos, muito antes que a discussão sobre energias alternativas ganhasse tração.

Estamos na vanguarda em outros nichos importantes como o da produção do hidrogênio verde.

É hora de enfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependente de combustíveis fósseis.

Senhor presidente,

Na América Latina vive-se desde 2014 uma segunda década perdida.

O crescimento médio da região nesse período foi de apenas 0,9%, metade do verificado na década perdida de 1980.

Essa combinação de baixo crescimento e altos níveis de desigualdade resulta em efeitos nefastos sobre a paisagem política.

Tragada por disputas, muitas vezes alheias à região, nossa vocação de cooperação e entendimento se fragiliza.

É injustificado manter Cuba em uma lista unilateral de Estados que supostamente promovem o terrorismo e impor medidas coercitivas unilaterais, que penalizam indevidamente as populações mais vulneráveis.

No Haiti, é inadiável conjugar ações para restaurar a ordem pública e promover o desenvolvimento.

No Brasil, a defesa da democracia implica ação permanente ante investidas extremistas, messiânicas e totalitárias, que espalham o ódio, a intolerância e o ressentimento.

Brasileiras e brasileiros continuarão a derrotar os que tentam solapar as instituições e colocá-las a serviço de interesses reacionários.

A democracia precisa responder às legítimas aspirações dos que não aceitam mais a fome, a desigualdade, o desemprego e a violência.

No mundo globalizado não faz sentido recorrer a falsos patriotas e isolacionistas.

Tampouco há esperança no recurso a experiências ultraliberais que apenas agravam as dificuldades de um continente depauperado.

O futuro de nossa região passa, sobretudo, por construir um Estado sustentável, eficiente, inclusivo e que enfrenta todas as formas de discriminação.

Que não se intimida ante indivíduos, corporações ou plataformas digitais que se julgam acima da lei.

A liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras.

Elementos essenciais da soberania incluem o direito de legislar, julgar disputas e fazer cumprir as regras dentro de seu território, incluindo o ambiente digital.

O Estado que estamos construindo é sensível às necessidades dos mais vulneráveis sem abdicar de fundamentos macroeconômicos sadios.

A falsa oposição entre Estado e mercado foi abandonada pelas nações desenvolvidas, que voltaram a praticar políticas industriais ativas e forte regulação da economia doméstica.

Na área de Inteligência Artificial, vivenciamos a consolidação de assimetrias que levam a um verdadeiro oligopólio do saber.

Avança a concentração sem precedentes nas mãos de um pequeno número de pessoas e de empresas, sediadas em um número ainda menor de países.

Interessa-nos uma Inteligência Artificial emancipadora, que também tenha a cara do Sul Global e que fortaleça a diversidade cultural.

Que respeite os direitos humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação.

E, sobretudo, que seja ferramenta para a paz, não para a guerra.

Necessitamos de uma governança intergovernamental da inteligência artificial, em que todos os Estados tenham assento.

Senhor presidente,

As condições para acesso a recursos financeiros seguem proibitivas para a maioria dos países de renda média e baixa.

O fardo da dívida limita o espaço fiscal para investir em saúde e educação, reduzir as desigualdades e enfrentar a mudança do clima.

Países da África tomam empréstimo a taxas até 8 vezes maiores do que a Alemanha e 4 vezes maior que os Estados Unidos.

É um Plano Marshall às avessas, em que os mais pobres financiam os mais ricos.

Sem maior participação dos países em desenvolvimento na direção do FMI e do Banco Mundial não haverá mudança efetiva.

Enquanto os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ficam para trás, as 150 maiores empresas do mundo obtiveram, juntas, lucro de 1,8 trilhão de dólares nos últimos dois anos.

A fortuna dos 5 principais bilionários mais que dobrou desde o início desta década, ao passo que 60% da humanidade ficou mais pobre.

Os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos do que a classe trabalhadora.

Para corrigir essa anomalia, o Brasil tem insistido na cooperação internacional para desenvolver padrões mínimos de tributação global.

Os dados divulgados há dois meses pela FAO sobre o estado da insegurança alimentar no mundo são estarrecedores.

O número de pessoas passando fome ao redor do planeta aumentou em mais de 152 milhões desde 2019.

Isso significa que 9% da população mundial (733 milhões de pessoas) estão subnutridas.

O problema é especialmente grave na África e na Ásia, mas ele também persiste em partes da América Latina.

Mulheres e meninas são a maioria das pessoas em situação de fome no mundo.

Pandemias, conflitos armados, eventos climáticos e subsídios agrícolas dos países ricos ampliam o alcance desse flagelo.

Mas a fome não é resultado apenas de fatores externos. Ela decorre, sobretudo, de escolhas políticas.

Hoje o mundo produz alimentos mais do que suficientes para erradicá-la.

O que falta é criar condições de acesso aos alimentos.

Este é o compromisso mais urgente do meu governo: acabar com a fome no Brasil, como fizemos em 2014.

Só em 2023, retiramos 24 milhões e 400 mil pessoas da condição de insegurança alimentar severa.

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que lançaremos no Rio de Janeiro em novembro, nasce dessa vontade política e desse espírito de solidariedade.

Ela será um dos principais resultados da presidência brasileira do G20 e está aberta a todos os países do mundo.

Todos os que queiram se somar a esse esforço coletivo são bem-vindos.

Senhor presidente, senhoras e senhores,

Prestes a completar 80 anos, a Carta das Nações Unidas nunca passou por uma reforma abrangente.

Apenas quatro emendas foram aprovadas, todas elas entre 1965 e 1973.

A versão atual da Carta não trata de alguns dos desafios mais prementes da humanidade.

Na fundação da ONU, éramos 51 países. Hoje somos 193.

Várias nações, principalmente no continente africano, estavam sob domínio colonial e não tiveram voz sobre seus objetivos e funcionamento.

Inexiste equilíbrio de gênero no exercício das mais altas funções. O cargo de Secretário-Geral jamais foi ocupado por uma mulher.

Estamos chegando ao final do primeiro quarto do século XXI com as Nações Unidas cada vez mais esvaziada e paralisada.

É hora de reagir com vigor a essa situação, restituindo à Organização as prerrogativas que decorrem da sua condição de foro universal.

Não bastam ajustes pontuais.

Precisamos contemplar uma ampla revisão da Carta.

Sua reforma deve compreender os seguintes objetivos:

  • a transformação do Conselho Econômico e Social no principal foro para o tratamento do desenvolvimento sustentável e do combate à mudança climática, com capacidade real de inspirar as instituições financeiras.
  • a revitalização do papel da Assembleia Geral, inclusive em temas de paz e segurança internacionais.
  • o fortalecimento da Comissão de Consolidação da Paz.
  • a reforma do Conselho de Segurança, com foco em sua composição, métodos de trabalho e direito de veto, de modo a torná-lo mais eficaz e representativo das realidades contemporâneas.

A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação do passado colonial.

Vamos promover essa discussão de forma transparente em consultas no G77, no G20, no BRICS e na CELAC, no CARICOM, entre tantos outros espaços.

Não tenho ilusões sobre a complexidade de uma reforma como essa, que enfrentará interesses cristalizados de manutenção do status quo.

Exigirá enorme esforço de negociação. Mas essa é a nossa responsabilidade.

Não podemos esperar por outra tragédia mundial, como a Segunda Grande Guerra, para só então construir sobre os seus escombros uma nova governança global.

A vontade da maioria pode persuadir os que se apegam às expressões cruas dos mecanismos do poder.

Neste plenário ecoam as aspirações da humanidade.

Aqui travamos os grandes debates do mundo.

Neste foro buscamos as respostas para os problemas que afligem o planeta.

Recai sobre a Assembleia Geral, expressão maior do multilateralismo, a missão de pavimentar o caminho para o futuro.

Muito obrigado.

Fonte: Brasil 247

Sebrae e Shopee assinam acordo de cooperação técnica para capacitar pequenos negócios

 

Mais de três milhões de empreendedores brasileiros estão cadastrados na plataforma

O objetivo da parceria é capacitar pequenos negócios para que tenham acesso, de forma rápida e eficiente, ao universo de vendas on-line. (Foto: Wander Araujo/Divulgação)

Agência Sebrae - Para ajudar os donos de pequenos negócios a prosperar no dinâmico mercado digital, o Sebrae celebrou um acordo de cooperação técnica com a Shopee. A assinatura do termo de parceria aconteceu na segunda-feira (23), na sede do Sebrae em São Paulo (SP). Entre as autoridades presentes estavam o ministro do Empreendedorismo, da Micro Empresa e da Empresa de Pequeno Porte, Marcio França; ministro do Comércio e Indústria da Cultura, Comunidade e Juventude de Singapura, Alvin Tan; diretor superintende do Sebrae-SP, Nelson Hervey Costa; diretor-presidente em exercício do Sebrae Nacional, Bruno Quick; e a head de Relações Governamentais da Shopee, Luciana Hachmann.

"Vamos capacitar os pequenos negócios para uma entrada mais rápida e eficiente no universo das vendas on-line, garantindo também maior sustentabilidade e competitividade ao longo do tempo. Os marketplaces são uma grande vitrine para os pequenos negócios, que devem se apropriar das ferramentas digitais para buscar novos mercados", afirmou Bruno Quick.

“A parceria com o Sebrae fortalece o nosso compromisso com o Brasil e no desenvolvimento do e-commerce local. Estamos dedicados a apoiar o empreendedorismo brasileiro, conectando-os aos consumidores e fornecendo as melhores ferramentas para impulsionar o crescimento de seus negócios. Essa colaboração com o Sebrae nos permitirá expandir ainda mais nossas iniciativas de capacitação e apoio às pequenas e médias empresas em mais regiões do país,” afirma Luciana Hachmann, head de Relações Governamentais da Shopee.

“Este é um acordo importante e muito comemorado fora do Mercosul. Nos ajudou a quebrar esta barreira e viemos acompanhar pela importância que nosso Governo dá para o relacionamento comercial com Singapura, que flui com facilidade”, declarou Marcio França.

Alvin Tan também destacou a importância do relacionamento com o Brasil. “Essa é minha terceira vez no país. Fomos antes a Manaus, Belém e sabemos que o Brasil valoriza nossa presença, é um grande parceiro. Sempre que viemos somos bem recebidos e também temos interesse em ajudar os pequenos negócios a se digitalizarem”.

Nos próximos dois anos, o Sebrae e a Shopee, que se tornou um dos principais marketplaces no Brasil, vão promover capacitações on-line para orientar os interessados a vender na plataforma ou alavancar os seus negócios de forma geral.

Além do acesso gratuito a uma jornada de aprendizagem para vendas em canais digitais, o projeto prevê oficinas e mentorias especializadas. A ideia é que as empresas tenham um espaço diferenciado dentro da plataforma, aumentando a visibilidade de seus produtos.

Impacto da Shopee no Brasil

São mais de 3 milhões de vendedores brasileiros registrados na plataforma, que são responsáveis por 90% das vendas da Shopee no país. O marketplace também tem sido uma porta de entrada para a digitalização e alavanca para o crescimento dos vendedores locais. Em uma pesquisa realizada pela Shopee no segundo trimestre de 2024, 1 em cada 3 vendedores locais entrevistados afirmou que encontrou na plataforma sua primeira oportunidade para vender on-line e 40% deles expandiu a sua operação após começar a vender no app. Suas empresas geram oportunidades de emprego para 1,3 milhão de pessoas no país, sendo que 25% deste total trabalham exclusivamente para atender as vendas na plataforma.

A Shopee é um marketplace que conecta vendedores e consumidores em uma experiência de compra fácil, segura e divertida. Lançada em 2015 em Singapura, a Shopee chegou ao Brasil em 2019 e, atualmente, conta com uma equipe de mais de 15 mil funcionários e dois escritórios na cidade de São Paulo. A empresa possui 11 centros de distribuição e mais de 100 hubs logísticos por todo o país, para atender as vendas dos seus mais de 3 milhões de vendedores brasileiros, que hoje são responsáveis por 90% das transações da plataforma.

A Shopee tem como compromisso ajudar marcas e empreendedores locais a se digitalizarem e terem sucesso no comércio eletrônico, contribuindo para a economia do país. A plataforma faz parte da Sea Limited (NYSE: SE), líder global de internet para consumidores, cuja missão é melhorar a vida dos consumidores e pequenas empresas com tecnologia por meio de seus três negócios principais: Shopee, Garena e SeaMoney.

Fonte: Brasil 247 com Agência Sebrae

Campos Neto alerta para impacto das apostas on-line na inadimplência e qualidade do crédito

 

Segundo o presidente do Banco Central, o valor das transferências via Pix para empresas de apostas aumentou em mais de 200% desde janeiro

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento ReutersNEXT Newsmaker, em Nova York 09/11/2023 REUTERS/Brendan McDermid (Foto: REUTERS/Brendan McDermid)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, levantou preocupações sobre o crescimento das plataformas de apostas e jogos online, durante uma conferência organizada pelo Banco Safra em São Paulo, de acordo com o jornal O Globo. Segundo ele, há uma crescente suspeita de que essas atividades podem estar afetando negativamente a qualidade do crédito no Brasil, com comprometimento significativo da renda dos consumidores, especialmente entre aqueles de baixa renda.

Campos Neto destacou que o valor das transferências via Pix para empresas de apostas aumentou em mais de 200% desde janeiro. Ele também observou uma correlação preocupante entre beneficiários do programa Bolsa Família e o crescimento das apostas. 

“Tá gerando uma percepção de que a gente possa ter uma piora na qualidade do crédito com comprometimento grande [...] Temos tentado ajudar o governo e o Congresso com os dados que a gente tem e o crescimento é muito grande. A correlação entre pessoas que recebem Bolsa Família, pessoas de baixa renda, e o aumento das apostas tem sido bastante grande. A gente consegue mapear o que teve de Pix para essas plataformas e o crescimento de janeiro pra cá foi bastante grande. A gente pega o ticket médio e subiu mais de 200%. É uma coisa que chama atenção e a gente começa a ter a percepção de que vai ter um efeito na inadimplência na ponta”, afirmou. Ele acrescentou que essa tendência pode resultar em aumento da inadimplência, dada a escala do fenômeno.

Além do cenário das apostas, o presidente do Banco Central manifestou preocupação com a inflação, observando que, apesar do crescimento econômico acima do esperado e do aquecimento do mercado de trabalho, a autoridade monetária está atenta aos riscos. “O Banco Central tem um desconforto grande com o que acontece com as expectativas de inflação. As longas ainda bem acima da nossa meta”, disse Campos Neto, referindo-se às expectativas de inflação de longo prazo.

Ele também comentou que o baixo índice de desemprego pode estar contribuindo para manter a inflação em níveis elevados. O Banco Central está avaliando o impacto dessa situação no contexto econômico e projetando uma possível desaceleração dos gastos, influenciada pelo arcabouço fiscal recentemente implementado.

Campos Neto concluiu apontando que o aumento nos prêmios de risco observado recentemente não está necessariamente ligado ao aumento dos gastos públicos, mas sim a preocupações com a transparência dos dados fiscais, reforçando a necessidade de cautela no manejo das expectativas inflacionárias e fiscais do país.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

PSDB rejeita pedidos de expulsão de Datena após episódio de agressão contra Pablo Marçal

 

Executiva municipal concluiu que o candidato à prefeitura de São Paulo agiu em "legítima defesa"

José Luiz Datena (Foto: Reprodução Youtube)

A executiva municipal do PSDB de São Paulo rejeitou por unanimidade, nesta segunda-feira (23), os pedidos de expulsão do candidato do partido à prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena,diz o jornalista Gustavo Uribe em sua coluna na CNN Brasil. A decisão foi tomada após uma análise detalhada das acusações feitas por 42 filiados, que questionavam a conduta do apresentador durante o incidente que envolveu uma cadeirada envolvendo o coach de extrema direita e também candidato Pablo Marçal (PRTB) e mantém Datena como o candidato oficial do PSDB na disputa pela prefeitura da capital paulista.

Os solicitantes argumentaram que Datena teria infringido o estatuto do PSDB, que valoriza o pluralismo de ideias e o respeito ao debate democrático. “A agressão física cometida viola a garantia de respeito às diferentes opiniões e a convivência harmoniosa em um ambiente de debate democrático”, diziam os pedidos. Para os signatários, a atitude de Datena foi classificada como "inadmissível" e "gravemente ofensiva" aos valores democráticos do partido.

No entanto, segundo o advogado do PSDB em São Paulo, Guilherme Ruiz Neto, a executiva concluiu que as acusações eram infundadas. Em declaração à CNN, Ruiz afirmou que o partido entendeu que “Datena agiu em legítima defesa para repelir a injusta agressão perpetrada por Pablo Marçal” e que, dessa forma, não houve violação das normas internas da legenda.

fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Após expulsão e agressão em debate, rejeição deve tirar Marçal do segundo turno, avaliam campanhas

 

O ex-coach ensaiava uma mudança em sua postura para reduzir a rejeição, o que acabou durando pouco tempo

Pablo Marçal (Foto: Reprodução/YT)

A agressão cometida por um assessor do candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, contra um marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB), podem tirar definitivamente o ex-coach do segundo turno, avaliam campanhas rivais. Segundo o G1, assessores das campanhas acreditam que a rejeição de Marçal deve subir ainda mais nas próximas pesquisas.

Nos últimos debates, Pablo Marçal ensaiou uma mudança no seu comportamento para combater o aumento da sua rejeição. No entanto, no final do debate promovido pelo Flow Podcast na última segunda-feira (23), ele foi expulso em sua última fala após fazer provocações a Ricardo Nunes e, segundos depois, ocorreu a agressão ao marqueteiro Duda Lima.

O caso foi parar na delegacia e, na avaliação das campanhas de Guilherme Boulos (Psol), Tabata Amaral (PSB) e Ricardo Nunes, alguma medida deve ser tomada pela Justiça Eleitoral em reação às seguidas agressões verbais e físicas promovidas pelas campanhas de Marçal. O caso deve ser explorado pelas equipes dos rivais na reta final da eleição municipal.

Na penúltima semana de campanha, a equipe de Boulos já se prepara para enfrentar Ricardo Nunes no segundo turno, e deve focar na desconstrução da imagem do adversário. Já Nunes deve reforçar seu apoio no eleitorado de baixa renda para evitar que este migre para a campanha do psolista. 

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Defesa de Gusttavo Lima vira objeto de briga entre advogados

 

Gusttavo Lima teve prisão preventiva decretada pela Justiça de Pernambuco na última segunda-feira

Gusttavo Lima (Foto: Reprodução/Instagram)

A defesa do cantor Gusttavo Lima, que teve prisão preventiva decretada pela Justiça de Pernambuco na última segunda-feira (23), está envolvida em uma disputa entre seus advogados.

De acordo com Igor Gadelha, em sua coluna no Metrópoles, na noite do mesmo dia, o advogado Nelson Willians apresentou um pedido ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para estender ao cantor a decisão que libertou a influenciadora Deolane Bezerra. No entanto, advogados que já representam Gusttavo Lima, incluindo Delmiro Dantas Campos Neto, Matteus Macedo e Cláudio Bessas, emitiram uma nota informando que Willians não foi constituído oficialmente como defensor do sertanejo. Segundo a nota, "nenhum desses profissionais [da equipe de Willians] foram constituídos, substabelecidos ou integram a defesa de Gusttavo Lima".

Por outro lado, Nelson Willians relatou que teve uma chamada de vídeo com Gusttavo Lima por volta das 23h de segunda-feira, na qual o cantor teria ratificado "oralmente" os poderes para sua equipe trabalhar na busca de sua liberdade. Willians também afirmou que mantém contato com o cantor desde a semana anterior, antes mesmo da decretação da prisão.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

"Vamos entrar em uma guerra", diz Marçal após ser expulso e ver assessor sair detido por agressão

 

"Vamos entrar em uma guerra e, se não tiver revolta do povo, não vai ter como resolver isso nesta cidade", afirmou o coach de extrema direita em um vídeo

Pablo Marçal (Foto: Reprodução/YouTube/Roda Viva)

Fábio Matos, Infomoney - Depois de ensaiar um tom mais moderado no debate da semana passada no SBT, o empresário e influenciador Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo (SP), voltou a protagonizar um tumulto generalizado no encerramento do encontro promovido pelo Grupo Flow, na noite de segunda-feira (23).

Depois de ter sido advertido três vezes pelo mediador do programa, o jornalista Carlos Tramontina, em suas considerações finais, Marçal foi expulso do debate. Após a expulsão, houve uma correria e seguranças e assessores invadiram o estúdio.

Nahuel Medina, cinegrafista e sócio de Marçal, agrediu Duda Lima, marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB), com um soco no rosto.

Em suas considerações finais, o empresário e influenciador fez acusações contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e voltou a afirmar que o emedebista será preso. Nunes foi o principal alvo dos adversários

O assessor do candidato do PRTB foi detido pela PM. Cinco viaturas da polícia foram deslocadas até o Esporte Clube Sírio, onde o debate foi realizado, e os envolvidos foram encaminhados para o 16º Distrito Policial (DP), na Vila Clementino, zona sul da capital.

“Nós vamos entrar em uma guerra e, se não tiver revolta do povo, não vai ter como resolver isso nesta cidade”, afirmou Marçal, em um vídeo publicado em suas redes sociais já na madrugada desta terça-feira (24).

Segundo o candidato do PRTB, o soco de Medina em Duda Lima foi motivado por uma agressão anterior do marqueteiro de Nunes.

“Ele avançou e agrediu o integrante da minha equipe. E ele [Medina], na reação, acabou desferindo um soco contra ele”, minimizou Marçal.

“Tem gente agredindo para todo lado”, prosseguiu o influenciador. “Não dá pra lidar de outro jeito com esses bandidos.”

Nas redes sociais, Medina publicou um vídeo mostrando a mão machucada. “Eu só me defendi instintivamente”, escreveu o assessor de Marçal.

O soco desferido contra o marqueteiro de Nunes foi na altura do supercílio. Duda Lima, que deixou o estúdio sangrando, fez um curativo e está em observação. Ainda não há informação se ele será levado ou não ao hospital.

Segundo assessores de Pablo Marçal, o marqueteiro de Nunes teria tentado cobrir a câmera do celular de Medina, que o agrediu.

Fonte: Brasil 247

PF deflagra operação contra grupo criminoso que traficava migrantes bolivianos para fábricas clandestinas

 

A operação conta com o apoio do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego e da Defensoria Pública da União

Agentes da Polícia Federal (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Nota da Polícia Federal - A Polícia Federal deflagrou hoje (22/9) a Operação Libertad, com o objetivo de desarticular um grupo criminoso especializado no contrabando e tráfico de migrantes bolivianos para fábricas clandestinas de confecção em condições análogas à escravidão.

Durante a operação, foram cumpridos 36 mandados de busca e apreensão e 16 medidas cautelares de proibição de deixar o Brasil, além de 26 suspensões de atividades econômicas. Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de São Paulo/SP, Guarulhos/SP, Ribeirão das Neves/MG, Belo Horizonte/MG e Corumbá/MS.

A operação conta com o apoio do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego e da Defensoria Pública da União. As investigações revelaram que o grupo criminoso aliciava migrantes bolivianos por meio de redes sociais e rádios online, promovendo o contrabando e o tráfico de pessoas para trabalho em condições degradantes e com jornadas exaustivas.

Os crimes investigados incluem contrabando de migrantes, tráfico internacional de pessoas e trabalho análogo à escravidão. A operação foi batizada de "Libertad" como um símbolo da luta pela liberdade dos trabalhadores explorados, reafirmando o compromisso da Polícia Federal em combater a exploração humana e proteger os direitos fundamentais.

Fonte: Brasil 247 com Nota da Polícia Federal

Receita Federal regulamenta atualização de imóveis para valor de mercado com alíquotas reduzidas

 

Contribuintes terão até dezembro para regularizar bens imóveis com tributações menores

(Foto: ABr)

A Receita Federal do Brasil (RFB) publicou a Instrução Normativa nº 2.222, de 20 de setembro de 2024, que regulamenta a atualização de bens imóveis para valor de mercado. A medida é válida para pessoas físicas e jurídicas que desejem regularizar seus imóveis e evitar tributações mais altas em caso de alienação futura. A atualização pode ser feita até o dia 16 de dezembro de 2024, através do pagamento de impostos sobre a diferença entre o valor de aquisição e o valor atualizado dos imóveis, com alíquotas reduzidas.

A partir do dia 24 de setembro, os interessados poderão acessar o Centro Virtual de Atendimento (e-CAC) no site da Receita Federal para preencher a Declaração de Opção pela Atualização de Bens Imóveis (Dabim). A principal vantagem é que os contribuintes que optarem pela atualização pagarão uma alíquota inferior ao valor normal: pessoas físicas serão tributadas com 4% de Imposto de Renda (IRPF) sobre a diferença entre o valor de aquisição e o novo valor de mercado dos imóveis, enquanto a alíquota padrão varia de 15% a 22,5%.

Para as pessoas jurídicas, o tributo será dividido entre 6% de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e 4% de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), totalizando uma carga de 10% sobre a diferença do valor atualizado. A alíquota regular para empresas, sem a redução, chega a 34%.

Outra disposição é referente à alienação dos imóveis. Caso o imóvel atualizado seja vendido antes de 15 anos, o cálculo do ganho de capital será ajustado proporcionalmente ao tempo decorrido desde a atualização, começando com 0% nos primeiros três anos e aumentando gradualmente até 100% após 15 anos.

A medida permite que tanto imóveis no Brasil quanto no exterior sejam atualizados. Para aqueles que já realizaram atualizações prévias por meio da Declaração de Opção pela Atualização de Bens e Direitos no Exterior (Abex), há a possibilidade de nova atualização. Imóveis de entidades controladas no exterior e bens de trust também podem ser regularizados, desde que estejam declarados pela pessoa física responsável.

Fonte: Brasil 247

Confiança do consumidor brasileiro tem 4ª alta consecutiva em setembro, mostra FGV

 

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) teve alta de 0,5 ponto em setembro, chegando a 93,7 pontos, após avanço de 0,3 ponto em agosto

Comércio (Foto: Reuters/Pilar Olivares)

Reuters - A confiança dos consumidores brasileiros subiu pela quarta vez consecutiva em setembro devido à melhora nas expectativas para os próximos meses, apesar da queda ligeira na percepção sobre a situação atual, mostraram dados da Fundação Getúlio Vargas divulgados nesta terça-feira.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) teve alta de 0,5 ponto em setembro, chegando a 93,7 pontos, após avanço de 0,3 ponto em agosto.

"A confiança do consumidor sobe gradativamente desde junho deste ano, sendo influenciada, principalmente, pelas expectativas para os próximos meses. Em setembro, houve ligeira piora das percepções sobre a situação atual", disse Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE.

Em setembro, o Índice de Expectativas (IE) avançou 0,8 ponto, para 102,2 pontos, também registrando uma quarta alta consecutiva.

O Índice de Situação Atual (ISA), no entanto, recuou 0,2 ponto no mês, a 81,7 pontos, após quatro meses sem registrar queda.

A alta no ICC se deu principalmente pelo avanço do componente sobre o ímpeto de compras de bens duráveis, que subiu 2,3 pontos, para 90,1 pontos, maior nível desde fevereiro deste ano (95,0 pontos).

Por outro lado, o componente sobre a percepção das finanças pessoais das famílias sofreu queda de 0,8 ponto em setembro, a 69,9 pontos, menor nível desde maio deste ano (69,3 pontos).

"A resiliência da atividade doméstica tem sustentado a tendência de alta na confiança dos consumidores, mas a recuperação em ritmo lento reflete a percepção ainda fragilizada das finanças pessoais", afirmou Gouveia.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Lula abre Assembleia Geral da ONU, destaca compromissos à frente do G20, combate à fome e efeitos do aquecimento global

 Presidente ainda tem reunião com Macron e outros líderes


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nesta terça-feira. Em sua fala, o presidente brasileiro deve destacar os compromissos do Brasil na presidência do G20 , como o combate à fome e ações para mitigar os efeitos do aquecimento global.


Lula volta a pedir a reforma do Conselho de Segurança da ONU e dos organismos multilaterais de crédito, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.


Pressionado pela crise das queimadas no Brasil, Lula deverá cobrar maior engajamento dos países desenvolvidos em ações para mitigar os efeitos do aquecimento global. Lula falará aos líderes sobre as medidas que têm sido tomadas pelo Brasil para combater e prevenir os incêndios que atingem parte do país, incluindo a Amazônia e o Pantanal.


Lula deverá reforçar que o Brasil continuará lutando contra os incêndios, mostrando que parte deles é de origem criminosa. Um ponto que deve ser lembrado é a realização, no ano que vem, em Belém, da conferência mundial sobre o clima, a COP 30.


O presidente brasileiro também deverá tratar do conflito na Faixa de Gaza e a guerra entre Rússia e Ucrânia. Pauta antiga da diplomacia brasileira, Lula falará sobre o desejo do governo brasileiro de ampliar os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU com maior espaço para as nações em desenvolvimento.


Defesa da democracia


À tarde, Lula e o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, organizam um evento paralelo denominado “Em defesa da democracia. Lutando contra extremismos”. A reunião será em formato de mesa redonda.


Lula ainda tem uma série de reuniões ao longo do dia. Converesa com o rei Abdullah II, da Jordânia; tem uma reunião fechada com Sánchez; e se encontra com o presidente da França, Emmanuel Macron. Ele ainda se reúne com o o presidente do Grupo Fitch, Paul Taylor. O governo tenta conquistar de volta o “grau de investimento” de agências de claissificação de risco.


As propostas do G20 voltarão a ser discutidas na quarta-feira, último dia de Lula em Nova York, em uma reunião com líderes do grupo. Outros países que não fazem parte do bloco serão convidados.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

Leão Serva questiona a naturalização de extremistas como Marçal e o compara a Hitler

 

Jornalista critica a forma como a imprensa age diante de figuras como o ex-coach

Leão Serva (Foto: Reprodução Youtube)

Mediador do recente debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, transmitido pela TV Cultura e abruptamente interrompido após José Luiz Datena (PSDB) agredir Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeirada, Leão Serva trouxe à tona uma análise profunda sobre o papel da imprensa na legitimação de figuras que, ao seu ver, representam uma ameaça à democracia. Em artigo contundente, publicado na Folha de S. Paulo, Serva argumenta que a mídia, ao convidar candidatos como Marçal para debates, repete erros históricos, como o que facilitou a ascensão de Adolf Hitler ao poder.

"Com o conhecimento que temos hoje, deveríamos convidar Hitler, caso ele fosse candidato?", questiona Serva logo no início de sua análise, estabelecendo um paralelo entre líderes autocráticos modernos e figuras históricas responsáveis pelo enfraquecimento de sistemas democráticos. Segundo ele, "os maiores perigos à democracia nas últimas décadas vêm de líderes autocráticos que, uma vez eleitos, trabalham para enfraquecer suas bases."

O jornalista, com vasta experiência em mediação de debates e análise política, faz um alerta: "Suas práticas começam já nas campanhas, atacando adversários com insultos, desrespeitando normas básicas e transformando o debate em um espetáculo vulgar." Esse fenômeno, segundo Serva, não é um problema isolado do Brasil, mas um padrão recorrente em democracias consolidadas, como nos Estados Unidos, Israel e França.

Ao longo do texto, Serva também pontua a relação entre o enfraquecimento do jornalismo tradicional e a ascensão das redes sociais como principal palco do debate público. Para ele, a mídia convencional sofre de uma "síndrome de Estocolmo" em relação às novas plataformas digitais, e se vê refém da popularidade instantânea gerada por algoritmos. No entanto, ele adverte que "dois terços das postagens sobre temas de interesse público nas mídias digitais contêm notícias da imprensa convencional", ressaltando a dependência dessas plataformas do jornalismo tradicional.

A crítica mais incisiva, no entanto, recai sobre a normalização de figuras como Pablo Marçal no cenário político. Marçal, que ganhou projeção como ex-coach e influenciador digital, participou do debate mesmo sem representação política relevante, algo que, para Serva, reflete uma decisão editorial equivocada: "Se ele está lá, a responsabilidade é nossa. E, como o escorpião da fábula, ele envenena o espaço por dentro."

Serva não se exime de usar exemplos históricos para ilustrar sua preocupação. Ele relembra o caso de Adolf Hitler, que, após uma tentativa frustrada de golpe, foi solto e passou a atuar como político legítimo, pavimentando seu caminho até o poder. "A democracia deve limitar as ameaças quando surgem. Esse princípio básico, embora delicado, deve ser mantido: quem ataca a democracia precisa ser contido. E isso deve ocorrer também no microcosmo jornalístico."

Fonte: Brasil 247

Ata do Copom: Banco Central fala em "ciclo iniciado" de alta dos juros e cita "desafio" de manter inflação na meta

 

“O ritmo de ajustes e a magnitude total do ciclo serão ditados pelo compromisso de convergência da inflação à meta", diz a ata

Sede do Banco Central, em Brasília 22/02/2022 REUTERS/Adriano Machado (Foto: ADRIANO MACHADO)

Por Roberto de Lira, Infomoney O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil avaliou que o cenário econômico doméstico, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demandava uma política monetária mais contracionista.

A informação está na ata da reunião realizada entre os dias 17 e 18, na qual o Comitê optou por elevar a taxa básica de juros (Selic) em 25 pontos-base, para em 10,75% ao ano.

Para os diretores, sem prejuízo do objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, a decisão de elevar os juros também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

“O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.”

Após a análise do cenário, o Copom julgou que o início do ciclo deveria ser gradual de forma a, por um lado, se beneficiar do acompanhamento diligente dos dados, ainda mais em contexto de incertezas, tanto nos cenários externo como doméstico. Mas, por outro lado, que permitisse que os mecanismos de transmissão da política monetária que possibilitarão a convergência da inflação à meta já comecem a atuar.

Assim, todos os membros do Comitê concordaram em iniciar gradualmente o ciclo de aperto de política monetária.

Na reunião, o Comitê debateu o ritmo e a magnitude do ajuste da taxa de juros, bem como sua comunicação. “Em virtude das incertezas envolvidas, o Comitê preferiu uma comunicação que reforça a importância do acompanhamento dos cenários ao longo do tempo, sem conferir indicação futura de seus próximos passos, insistindo, entretanto, no seu firme compromisso de convergência da inflação à meta.”

“Esse ritmo de crescimento da atividade, em contexto de hiato [a diferença entre o PIB potencial e o momento da atividade econômica] agora avaliado positivo, torna mais desafiador o processo de convergência da inflação à meta”, diz o texto.

Além disso, foi dito na ata que a conjunção de um mercado de trabalho robusto, política fiscal expansionista e vigor nas concessões de crédito às famílias segue indicando um suporte ao consumo e consequentemente à demanda agregada. “Em síntese, à luz da atualização dos dados de atividade do período e dos modelos apresentados, o Comitê concluiu que o hiato está em campo positivo.”

O Comitê observou também que o continuado dinamismo no mercado de trabalho, verificando-se ganhos reais nos salários nos últimos meses. “Como não há evidência de aumento significativo de produtividade, tais ganhos podem refletir pressão no mercado de trabalho”, explicou.

A esse respeito, segundo a ata, alguns membros enfatizaram evidência de falta de oferta de trabalho em alguns setores.

Discutiu-se então o impacto potencial do mercado de trabalho sobre a inflação. Argumentou-se que não há evidência ainda de que pressões salariais estejam impactando preços, mas ressaltou-se que o crescimento real de salários, em se mostrando persistente e acima de ganhos de produtividade, acabará tendo impacto sobre preços. “O Comitê nota, porém, que o momento e a magnitude desse canal de transmissão permanecem incertos.”

Cenário externo melhorando

Se as condições internas da economia se mostram mãos desafiadoras, o Copom disse ver os aspectos externos mais benigno do que na reunião anterior do Comitê, em julho.

Com relação aos Estados Unidos, a avaliação foi que permanece grande incerteza sobre o grau de arrefecimento das pressões no mercado de trabalho e da desaceleração da atividade econômica.

“Nota-se que a economia norte-americana se encontra em um momento de inflexão, em que, naturalmente, há maior dificuldade na extração das tendências subjacentes das variáveis de emprego e atividade. De todo modo, o cenário-base do Comitê é de desaceleração gradual e ordenada da economia norte-americana.”

Sobre a desaceleração econômica chinesa e as variações de preços de commodities, os integrantes do Copom acreditam que o processo desinflacionário tem prosseguido em vários países, mas que permanecem desafios que não devem ser subestimados para o retorno das inflações às metas.

“Nesse aspecto, notou-se que, após um choque inflacionário global, que levou a uma resposta correlacionada dos bancos centrais, as dimensões peculiares de cada economia têm tido maior protagonismo, levando a uma menor correlação dos ciclos de política monetária entre os países.”

Segundo o Copom, a resposta das políticas econômicas dos diferentes países a tal cenário também se mostra desafiadora.

De um lado, o Comitê destacou o papel das políticas fiscais como propulsoras da demanda após a pandemia, mas ressaltou que o espaço de atuação da política fiscal tornou-se mais limitado com o aumento da dívida pública e das preocupações com a sustentabilidade fiscal.

As políticas monetárias, por outro lado, em um ambiente tão incerto, mantêm-se reativas e dependentes dos dados na maior parte dos países, também trazendo inerente volatilidade aos mercados, como observado durante o período recente.

“Ademais, o Comitê reforçou que o compromisso dos bancos centrais com o atingimento das metas é um ingrediente fundamental no processo desinflacionário, corroborado pelas recentes indicações de ciclos cautelosos de política monetária em vários países.”

O Copom destacou ainda que a taxa de câmbio do real apresentou volatilidade no período, refletindo as diversas alterações no cenário doméstico e internacional. Mas o Comitê reiterou que não há relação mecânica entre a condução da política monetária norte-americana e a determinação da taxa básica de juros doméstica, tampouco entre a taxa de câmbio e a determinação doméstica da taxa de juros.

“Como usual, o Comitê focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica inflacionária interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo. Reforçou-se, ademais, que um cenário de maior incerteza global e de movimentos cambiais mais abruptos exige maior cautela na condução da política monetária doméstica.”

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

Caiado diz que mandou investigados saírem de iate de Gusttavo Lima na Grécia

 

Todos estavam hospedados no iate avaliado em R$ 1 bilhão, alugado pelo cantor Gusttavo Lima, nas ilhas gregas

(Foto: Reprodução)

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, tenta se esquivar de uma cena bem negativa para sua carreira: a festa no iate de Gusttavo Lima, na Grécia, que contou com a presença de nomes poderosos como do ministro Kassio Nunes, mas também com donos de bets investigadas na “Operação Integration”, que apura crimes relacionados a jogos de azar, a mesma operação que indicou a prisão de Deolane Bezerra.

No entanto, para a jornalista Bela Megale, em sua coluna no jornal O Globo, ele relata que atuou no iate contra os supostos criminosos. Caiado relatou à coluna que, ao tomar conhecimento de que José André Neto, dono da casa de apostas Vai de Bet, e sua esposa e sócia, Aislla Sabrina Rocha, eram alvos de mandado de prisão, ele mesmo se dirigiu ao empresário e falou para deixarem a embarcação. Todos estavam hospedados no iate avaliado em R$ 1 bilhão, alugado pelo cantor Gusttavo Lima, nas ilhas gregas.  

“Eu disse a ele (José André Neto) que a informação que recebi do meu secretário foi a de que havia sido decretada a prisão dele e de sua esposa. Daí falei: ‘Como tal, vocês não têm ambiente para ficar aqui’. Imediatamente, ele e a esposa desceram e nós seguimos a viagem por mais quatro dias — contou Caiado à coluna, afirmando que foi apoiado por Gusttavo Lima”.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo