segunda-feira, 23 de setembro de 2024

ELEIÇÕES 2024: Faltando 13 dias para a eleição saiba como está a movimentação financeira das quatro coligações que concorrem à prefeitura de Apucarana

A coligação do candidato Rodrigo Recife (MDB) já consumiu 99% das receitas obtidas e ainda tem margem de arrecadação de R$ 151.652,17. A coligação foi a que menos arrecadou até agora.

Faltando 13 dias para a eleição de 6 de outubro as quatro coligações que concorrem à prefeitura de Apucarana já gastaram mais de 50% do limite de gastos estabelecidos pelo TSE que é de R$ 377.972,17. É o que mostra os dados disponíveis no sistema DivulgaCand do Tribunal. Rodolfo Mota (União) já gastou 95% do limite; Paulo Vital (PL), 82%; Rodrigo Recife (MDB), 59% e Jane Reis (PT), 54%. 

As coligações do canditado Rodrigo Recife (MDB) e de Jane Reis (PT) arrecadaram valores inferiores ao limite de gastos do TSE e ainda tem margem para arrecadação.  Rodrigo Recife arrecadou R$ 226.320,00 e ainda pode arrecadar cerca de R$ 151 mil enquanto Jane Reis arrecadou R$ 315 mil e ainda pode arrecadar pouco mais de R$ 62 mil. 

Até as 10 horas desta segunda-feira (23), a coligação "Pé no Chão, Deus no Coração" do candidato Rodolfo Mota (União) é a que mais contratou despesas. De acordo com a Prestação de Contas informada no sistema, a coligação contratou despesas de R$ 358.812,30. O volume representa 95% do limite de gastos estabelecidos pelo TSE e 86% das receitas obtidas pela coligação.  Do montante contratado, R$ 90.901,90 já foi pago, o que representa 25% da conta. A coligação arrecadou recursos acima do limite de gastos estabelecidos pelo TSE. As doações feitas à candidatura, somam R$ 418.120,00 e o limite de gastos é de R$ 377.972,17.

A coligação do candidato Rodolfo Mota (União) já contratou despesas na ordem de R$ 358.812,30. O volume representa 95% do limite de gastos estabelecidos pelo TSE e 86% das receitas obtidas pela coligação.

A coligação "Vamos em Frente" do candidato Paulo Vital, foi a segunda que mais contratou despesas e a que menos pagou. De acordo com a Prestação de Contas informada no sistema, a coligação contratou despesas de R$ 309.929,90 e pagou R$ 12.580,00. O volume de despesas contratadas pela coligação representa 82% do limite de gastos estabelecido pelo TSE e o valor pago corresponde a apenas 4% da conta. O valor de despesas contratadas equivale a 79% da arrecadação. A coligação arrecadou R$ 390 mil. O montante é acima do limite de gastos do TSE.
A coligação do candidato Paulo Vital (PL) contratou despesas de R$ 309.929,90. O montante corresponde a 82% do limite de gastos estabelecidos pelo TSE e 79% da arrecadação obtidas pela coligação.

A coligação "Apucarana Forte, Grande e no Caminho Certo" do candidato Rodrigo Recife (MDB) contratou despesas de R$ 224.643,88 e pagou R$ 188.053,88 da conta. O volume de despesas contratadas corresponde a 59% do limite de gastos do TSE e 99% da arrecadação obtida. O valor quitado representa 84% da conta. A coligação arrecadou R$ 226.320,00, 60% do limite de gastos do TSE.
A coligação do candidato Rodrigo Recife (MDB) contratou despesas de R$ 224.643,88. O valor representa 59% do limite de gastos do TSE e 99% das receitas da coligação.

A coligação "Apucarana da Esperança" da candidata Jane Reis (PT) é a única que contratou e pagou 100% da conta e a que menos contratou despesas até agora.  A coligação contratou despesas de R$ 169.988,30 e pagou R$ 169.988,30. O volume de despesas contratadas representa 54% do limite de gasto do tribunal e 45% das receitas da coligação.  As doações feitas à coligação até agora é de R$ 315 mil. O valor representa 83% do limite de gastos do TSE. 

A coligação da candidata Jane Reis (PT) contratou despesas de R$ 169.988,30. O valor equivale a 54% do limite de gastos do TSE e 45% da arrecadação da coligação.




 

Brasil Mais Produtivo avança e transforma pequenas empresas em "fábricas inteligentes"

 

Programa do governo visa aumentar a produtividade de MPEs industriais por meio da digitalização e da adoção de tecnologias da Indústria 4.0

Indústria (Foto: Reuters/Jorge Adorno)

O programa Brasil Mais Produtivo (B+P) inicia uma nova fase focada na transformação digital de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) industriais. Alinhado à Missão 4 da Nova Indústria Brasil, o projeto será oficialmente lançado nesta segunda-feira (23), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em evento que contará com a presença do presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), além de empresários e autoridades. O principal objetivo é aumentar a produtividade dessas empresas por meio da implementação de tecnologias digitais avançadas.

Para Alckmin, "o Brasil Mais Produtivo vai fazer diferença. Primeiro, porque trabalha com micro, pequenas e médias empresas, que são a maioria das empresas brasileiras e as que mais precisam. Depois, porque ele promove a transformação digital, o aumento de produtividade e a conquista de mercados e de boas parcerias". A iniciativa visa beneficiar mais de 8,4 mil MPMEs por meio de 360 projetos de inovação, com um aporte financeiro de R$ 160 milhões, em uma parceria entre a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O Brasil Mais Produtivo tem como foco transformar essas empresas em "fábricas inteligentes" através da implementação de tecnologias da Indústria 4.0, como Internet das Coisas (IoT), Big Data, inteligência artificial, impressão 3D e computação em nuvem. Esses recursos permitirão a digitalização das linhas de produção, o que trará melhorias significativas na eficiência e competitividade das MPMEs.

Apoio técnico e financiamento

Cada projeto aprovado receberá suporte técnico e financeiro, com envolvimento direto de parceiros como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Além disso, as empresas participantes terão a oportunidade de capacitar seus funcionários por meio de cursos de pós-graduação focados em transformação digital, com descontos especiais oferecidos pelo SENAI.

Outro ponto de destaque desta etapa é o lançamento de uma linha de consultorias em transformação digital, direcionada às empresas de médio porte, com 70% do custo subsidiado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Utilizando a ferramenta SIRI (Smart Industry Readiness Index), as consultorias começarão a ser oferecidas ainda em 2024 e devem beneficiar cerca de 1,2 mil empresas até 2027, com avaliações detalhadas da maturidade digital das participantes.

Incentivos e impacto nas empresas

O programa visa reduzir as desigualdades tecnológicas entre as grandes corporações e as MPMEs, proporcionando a essas últimas o acesso a tecnologias que já são amplamente utilizadas por empresas maiores. Com essa aproximação, a expectativa é que pequenas e médias empresas possam competir em pé de igualdade no mercado, além de contribuir para a criação de novos postos de trabalho especializados e para o desenvolvimento de novas tecnologias no país.

Os participantes do programa terão acesso facilitado a linhas de financiamento com condições especiais, fornecidas pelo BNDES e pela FINEP, o que possibilitará a implementação de soluções digitais de maneira mais acessível. Além disso, a digitalização das indústrias promoverá um ambiente mais equilibrado, gerando uma economia mais inclusiva e fortalecendo a competitividade da indústria nacional.

Parcerias estratégicas

Coordenado pelo MDIC, o Brasil Mais Produtivo reúne uma série de parceiros estratégicos, como o BNDES, FINEP, Embrapii, ABDI, Sebrae e Senai. O programa integra a Nova Indústria Brasil, uma política industrial lançada em janeiro de 2024 com a ambição de transformar cerca de 200 mil indústrias brasileiras até 2027, das quais 93 mil receberão atendimentos presenciais.

Com um investimento total de mais de R$ 2 bilhões, a expectativa é que o Brasil Mais Produtivo se consolide como uma das principais políticas de fomento à inovação e à digitalização no país, ampliando a competitividade das MPMEs e posicionando o Brasil em um patamar mais elevado no cenário industrial global.

Fonte: Brasil 247

PT lança série de vídeos com evangélicos para fortalecer candidaturas municipais

 

Projeto “Testemunhos de Fé e Luta” conecta a religião às bandeiras do partido

Lula e evangélicos (Foto: Reprodução/Facebook Templo de Salomão | Ricardo Stuckert)

O PT preparou uma série de vídeos em que integrantes da comunidade evangélica relatam como o exercício de sua fé se relaciona com as bandeiras sociais e políticas do partido. Segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a ideia é que o material sirva de apoio para as 32 mil candidaturas petistas que disputam as eleições municipais deste ano.

Entre os entrevistados estão o advogado-geral da União, Jorge Messias, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e o pastor Oliver Goiano, da Igreja Batista da Lagoa. Intitulado “Testemunhos de Fé e Luta”, o projeto é encabeçado pela Fundação Perseu Abramo, braço do PT dedicado à pesquisa e à educação política do partido, e que também desenvolveu a “Cartilha Evangélica – Diálogo nas Eleições”.

Ainda conforme a reportagem, uma leva de oito vídeos, cada um com cerca de cinco minutos de duração, foi preparada para divulgação. Em seu depoimento, o ministro Jorge Messias, que frequenta a Igreja Batista Cristã e diz professar sua fé há 40 anos, dedicou parte de sua exposição a desmentir o boato de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende fechar igrejas.

“Tentaram usar isso na campanha de 1989, tentaram usar isso na campanha de 2002, 2006 e por aí vai. Fizeram isso também contra a presidenta Dilma. E a verdade é que desde que o presidente Lula foi eleito, no primeiro mandato em 2002, nunca houve na história desse país um aumento tão significativo de igrejas como nós temos presenciado nos últimos 20 anos”, diz o chefe da Advocacia-Geral da União (AGU).

Messias ainda afirma que, graças à Lei de Liberdade Religiosa sancionada por Lula, igrejas protestantes criadas nos últimos anos tiveram mais facilidade para regularizar sua situação jurídica e financeira. “Eu, como caminho com Deus há 40 anos, posso ver e pude testemunhar o avanço de novas denominações. Isso é resultado de uma lei aprovada pelo presidente Lula”, diz o ministro, que também atribui a governos petistas a expansão internacional de igrejas evangélicas brasileiras.

O chefe da AGU também compara a existência de fake news à passagem bíblica que versa sobre a presença da serpente no Jardim do Éden. “Muitas mentiras são produzidas para serem penetradas nos meios evangélicos como o único propósito de causar temor e intranquilidade nos nossos irmãos. E isso tem, infelizmente, fins eleitorais”, diz.

A deputada Benedita da Silva, por sua vez, brinca que é chamada de “PTcostal”. Adepta da Igreja Presbiteriana Betânia de Niterói, a parlamentar diz não ser verdade a afirmação de que evangélicos não votam no PT e compara pautas defendidas pelo partido a ensinamentos cristãos.

“Meus irmãos e minhas irmãs, o PT cuida das pessoas, e elas podem estar em qualquer condição. Ela pode ser, no sentido bíblico, a prostituta que está conversando com Jesus, ela pode ser aquele que está na cadeia, ela pode ser aquele que está sem casa, no meio da rua. Podem ser aquelas criancinhas abandonadas, pode ser o trabalhador desempregado”, afirma a parlamentar.

“Nós [evangélicos] temos muito mais em comum com o PT do que nós possamos imaginar”, segue a deputada, que em determinado momento da gravação se dirige especificamente às mulheres evangélicas. “Queria chamar a atenção dessas mulheres [para falar] que esse governo tem muito a ver com a nossa prática cotidiana. A gente que limpa igreja, a gente que faz quentinha para doar. O governo tem cozinha solidária”, afirma Benedita.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo

Planejamento contra seca e queimadas "não foi suficiente", reconhece Marina Silva

 

“Ter essa clareza e essa responsabilidade de não querer mascarar a realidade faz parte de uma postura republicana diante da sociedade", diz a ministra

Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, admitiu que, apesar dos esforços do governo Lula (PT) para enfrentar a grave crise de seca e incêndios que assola o Brasil, as medidas adotadas não foram suficientes. "O que nós estamos descobrindo agora é que [o planejado] não foi suficiente. E ter essa clareza e essa responsabilidade de não querer mascarar a realidade ou minimizar a realidade faz parte de uma postura republicana diante da sociedade", afirmou a ministra em entrevista ao podcast Café da Manhã, da Folha de S. Paulo.

O Brasil vive a pior seca já registrada, e outros países, como Peru, Bolívia e Portugal, também declararam estado de emergência devido às queimadas. A crise se estende além das fronteiras da América do Sul, com o sul da África enfrentando escassez alimentar provocada pela estiagem. Enquanto isso, a Amazônia segue em chamas, com incêndios florestais de grandes proporções. Para Marina, o cenário global revela a falta de preparo da humanidade para enfrentar a crise climática. "A humanidade tem que chegar à conclusão de que não está preparada e que não está preparada porque não ouviu os reclames da ciência", destacou a ministra.

No Brasil, a oposição tem usado a insuficiência das ações governamentais como munição política, pressionando o governo Lula a intensificar as respostas às emergências ambientais. Nas últimas semanas, o presidente Lula anunciou que irá concretizar a criação da autoridade climática — órgão proposto por Marina durante a campanha eleitoral — e o Plano de Enfrentamento aos Riscos Climáticos Extremos, além de um novo marco regulatório para emergências ambientais.

Essas ações, que também incluem o aumento das multas por incêndios florestais e a flexibilização de repasses aos estados para o combate a queimadas, surgem às vésperas da Semana do Clima da ONU, em Nova York, onde Lula e Marina participarão de eventos. Marina, que reduziu sua agenda nos Estados Unidos para retornar ao Brasil, argumenta que, longe de desmoralizar o país internacionalmente, a atual situação reforça a urgência da pauta ambiental brasileira. "O Brasil é vítima da mudança do clima. O Brasil é um país vulnerável", ressaltou a ministra.

Segundo autoridades do governo, grande parte dos incêndios que atingem o Brasil tem origem criminosa, e Marina Silva aponta indícios de que alguns desses atos podem ter motivações políticas. Ela relatou que, durante uma recente visita do presidente Lula a comunidades da Amazônia, incêndios propositalmente foram provocados pouco após a passagem da comitiva presidencial. "Houve ali uma tentativa, no meu entendimento, de fazer uma afronta. Estavam passando o presidente, o ministro da Defesa, as autoridades da República", afirmou Marina.

A ministra também cobrou que esses incêndios sejam investigados e os responsáveis, punidos, algo que não ocorreu em casos anteriores. No entanto, Marina reconhece que a aprovação de propostas ambientais no Congresso, como a criação da autoridade climática, será desafiadora, especialmente se o órgão estiver vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. O cenário político ainda é incerto, com um Congresso que já impôs derrotas à agenda ambiental do governo e é crítico à atuação de Marina.

Com a previsão de que o ano de 2025 possa enfrentar ainda mais eventos extremos do que 2024, aumenta a pressão para que o governo invista mais em prevenção e adaptação às mudanças climáticas. "É um processo, é dinâmico, né? Acho que ninguém consegue, com alguma responsabilidade, dizer que um país, qualquer que seja, estará 100% preparado para enfrentar essas situações [nos próximos anos]. Talvez estivéssemos, se tivéssemos começado [a nos preparar] em 1992", ponderou Marina Silva, em referência à conferência Rio-92.

O reconhecimento da insuficiência das medidas até aqui adotadas, aliado ao comprometimento em seguir avançando, faz parte de uma postura que a ministra define como republicana: a transparência com a sociedade frente à crise ambiental crescente.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Lula se reúne nesta segunda-feira com Von der Leyen para discutir acordo Mercosul-União Europeia

 

Lula também terá um encontro com o chanceler alemão Olaf Scholz, com quem deve discutir o avanço da extrema direita no mundo e as ameaças à democracia

(Foto: PR)

ANSA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta segunda-feira (23), em Nova York, com a chefe da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, com quem deve discutir os entraves nas negociações para um acordo de livre comércio entre UE e Mercosul.

O encontro acontece em meio a preocupações brasileiras sobre a iminente entrada em vigor da Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), prevista para 1º de janeiro de 2025 e que pode gerar um prejuízo de US$ 15 bilhões às exportações de produtos como soja, café, cacau e itens florestais.

Recentemente, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), publicaram uma carta pedindo o adiamento da medida, cobrança que encontra eco em Estados-membros da UE como Alemanha e Itália.

Lula também terá um encontro nesta segunda-feira com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, com quem deve discutir o avanço da extrema direita no mundo e as ameaças à democracia.

Fonte: Brasil 247 com ANSA

Cabo da Marinha envolvido com drones do Comando Vermelho adotava táticas usadas na Ucrânia

 

Investigação revela que Rian Maurício Tavares, militar da Marinha, ajudava facção criminosa a aprimorar ataques com drones no Rio de Janeiro

Rian Maurício Tavares (Foto: Reprodução/TV Globo)

O cabo da Marinha Rian Maurício Tavares, preso no dia 16 de setembro, foi identificado como peça-chave em uma operação criminosa envolvendo o uso de drones armados com granadas, utilizados pela facção carioca Comando Vermelho (CV). De acordo com informações reveladas pelo Fantástico, da TV Globo, e corroboradas pela investigação da Polícia Federal (PF), Tavares teria encomendado dispositivos específicos para adaptar os drones para ataques. O método utilizado se assemelhava a táticas vistas em conflitos militares na Ucrânia, relata o Metrópoles, sugerindo uma sofisticação crescente nas ações das facções criminosas no Rio de Janeiro.

Em julho deste ano, uma imagem capturada em uma comunidade da Zona Norte do Rio de Janeiro revelou um artefato explosivo preso a um drone. O explosivo foi utilizado por traficantes da Favela do Quitungo, em uma tentativa de atacar rivais do Complexo de Israel, outro reduto do tráfico. O caso, embora isolado, trouxe à tona a estratégia cada vez mais avançada dos grupos criminosos na região, que têm se aproveitado de novas tecnologias para intensificar suas disputas territoriais. 

A Polícia Federal, por meio de escutas autorizadas, registrou diálogos que demonstram a complexidade da operação. Em uma dessas conversas, um criminoso identificado como Edgar Alves de Andrade, conhecido como "Doca", um dos chefes do Comando Vermelho, detalha a necessidade de adquirir equipamentos específicos para os drones. “Nós precisamos comprar o dispensador, chefe. É um dispositivo que bota no drone, que ele libera a granada, entendeu? Sendo que vem um cabinho segurando no pino, né? Bota o pino no drone e a granada nesse dispositivo", explica Doca. 

Rian Tavares, segundo as investigações, não apenas participava da operacionalização dos drones, como também ocupava uma posição de comando dentro da facção. Sua formação militar e o acesso a equipamentos especializados permitiram que ele monitorasse o movimento de inimigos e desse ordens para membros da organização criminosa. O curso de especialização que ele realizou, custeado pelo Estado, focava em treinamento de mergulho e tiro de longa distância, o que pode ter contribuído para o aperfeiçoamento de suas atividades criminosas.

O uso de drones armados por facções no Brasil não é uma novidade completa, mas o envolvimento de um militar da Marinha, com treinamento especializado, marca uma nova fase de sofisticação nas disputas territoriais do tráfico no Rio de Janeiro. Além disso, a adoção de táticas militares usadas em conflitos internacionais, como na guerra da Ucrânia, acende um alerta para as autoridades sobre o potencial de escalada na violência e na capacidade técnica das facções criminosas no país.

A prisão de Rian Maurício Tavares representa um duro golpe para o Comando Vermelho, mas também levanta questionamentos sobre o nível de infiltração de membros das Forças Armadas em organizações criminosas. As investigações da PF continuam, e outros militares podem estar sob vigilância por possível envolvimento com o crime organizado.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Prazo para conferir “dinheiro esquecido” está acabando; saiba como acessar

 

Brasileiros que têm dinheiro esquecido no sistema do BC (Banco Central) terão até podem recuperar o valor

Banco Central (Foto: Divulgação)

Brasileiros que têm dinheiro esquecido no sistema do BC (Banco Central) terão até 16 de outubro para recuperar o valor antes que ele vá para os cofres do Tesouro Nacional, no Sistema de Valores a Receber (SVR), segundo o Ministério da Fazenda.

O SVR permite que tanto pessoas físicas quanto empresas consultem se possuem valores não reclamados. No caso de pessoas falecidas, os herdeiros também podem verificar se há quantias disponíveis. A consulta e o pedido de devolução dos valores podem ser feitos exclusivamente pelo site oficial do Banco Central, no endereço https://valoresareceber.bcb.gov.br.

Fonte: Brasil 247

Brasil contabiliza 22 novas farmácias por dia em 2024. Saiba como se destacar no segmento

 

De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o setor movimentou R$ 58,3 bilhões entre janeiro e julho deste ano

(Foto: ABr)

Agência Sebrae - Rafael Niemeyer, de 37 anos, já foi proprietário de uma loja de produtos esportivos, passou pela agricultura e decidiu, há quatro meses, investir na abertura de uma franquia da farmácia de manipulação: a Biomagistral, na região do Jardim Botânico, no Distrito Federal. A loja se soma a outras mais de 5,4 mil unidades que foram abertas neste ano em todo o país – para a venda de remédios manipulados ou não. Em média, foram 22 novas unidades registradas por dia neste ano.

Em 2023, reunindo as farmácias convencionais e as de manipulação, foram criadas 8,1 mil lojas – quantidade aproximada ao ano anterior (2022), que contabilizou 8,7 mil empreendimentos. Independentemente do volume de unidades, o faturamento do setor não para de crescer. De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o setor movimentou R$ 58,3 bilhões entre janeiro e julho deste ano, um aumento de 14% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

“É um excelente nicho para investir, especialmente porque está ligado à saúde. A pandemia veio para nos mostrar que, não importa o que aconteça, as pessoas vão precisar cuidar da saúde. É uma atividade que vai estar sempre em alta”, avalia o empresário. “Atualmente, estamos com seis colaboradores, mas tenho projeção pra dobrar essa equipe em um período de tempo bem curto”, projeta.

De acordo com o Sebrae, para se destacar no cenário das pequenas farmácias é necessário oferecer um serviço de qualidade, com bom atendimento e que impacte positivamente na experiência dos clientes com o estabelecimento. “Quem tiver com as melhores empresas, mais estruturadas, com melhores preços e um serviço de qualidade, vai permanecer no mercado”, concorda Rafael.

Fique atento

Para oferecer um melhor atendimento, o Sebrae preparou algumas dicas para os donos de pequenos negócios do setor:

1) Escute o cliente: Esteja atento ao cliente para estabelecer um sentimento de confiança, garantindo que ele retorne. O primeiro passo nessa direção é avaliar como os consumidores estão sendo tratados e se estão encontrando aquilo que procuram. Ter um espaço para avaliação do serviço também é importante.

2) Treinamento: Diante do retorno dos clientes, pode ser necessário investir no treinamento de farmacêuticos e atendentes. O objetivo da iniciativa é garantir as melhores práticas e posturas profissionais.

3) Abordagem empática: Colocar-se no lugar do outro é essencial para proporcionar uma boa experiência aos consumidores. Isto porque boa parte das pessoas que procuram as farmácias está em busca de medicamentos para tratamentos de saúde ou convive com pessoas que têm comorbidades.

4) Layout da loja: O ambiente é estratégico para obter sucesso nesse mercado. Isso vai desde o cuidado com a comunicação externa até a utilização dos mobiliários, das prateleiras e iluminação, entre outros aspectos.

Fonte: Brasil 247 com Agência Sebrae

Polícia Federal vai rastrear quem burlou suspensão do X e enviar lista a Moraes

 

A PF vai mapear usuários brasileiros que continuaram a postar na plataforma de Elon Musk, mesmo após decisão judicial, e não poupará veículos de imprensa

Logo da rede social X exibida em celular com reflexo do prédio do STF em Brasília (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)

A Polícia Federal (PF) está prestes a iniciar um processo minucioso de investigação para identificar usuários brasileiros da plataforma X, antigo Twitter, que desrespeitaram a ordem de suspensão imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), informa Malu Gaspar, do jornal O Globo. A decisão judicial, emitida há mais de 20 dias, bloqueou o uso da rede social em território brasileiro, após uma série de descumprimentos de decisões judiciais e pela ausência de um representante legal da empresa de Elon Musk no Brasil. 

O bloqueio da plataforma foi referendado pela Primeira Turma do STF, e a empresa já indicou a advogada Rachel de Oliveira Villa como representante legal, o que pode abrir caminho para a reversão da suspensão. No entanto, enquanto o caso segue em análise, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou que a PF atue para identificar os usuários que driblaram a ordem de suspensão, incluindo figuras públicas e políticos que continuam utilizando a rede social.

De acordo com fontes próximas ao caso, os agentes federais terão carta branca para conduzir um monitoramento amplo na rede, sem distinção prévia entre conteúdos críticos à democracia ou outras postagens. Se for residente no Brasil e estiver fazendo postagens, será incluído na lista a ser enviada por Moraes, afirmam interlocutores ligados à PF. Mesmo veículos de imprensa que utilizam avisos de que as postagens são feitas a partir de outros países poderão entrar no radar da investigação.

Na decisão que suspendeu a plataforma, Moraes também determinou a aplicação de multas diárias de R$ 50 mil para quem utilizasse "subterfúgios tecnológicos", como VPN, para acessar o X. Apesar da ameaça de sanções, até o momento, nenhum usuário foi multado. Isso se deve, em parte, à dificuldade do STF e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em rastrear efetivamente os acessos feitos por meio de redes privadas virtuais (VPNs).

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Medo de gafes: Bolsonaro proíbe que Jair Renan, candidato a vereador, discurse em atos

 

Jair Renan foi desautorizado publicamente pelo pai

Jair Renan Bolsonaro (Foto: Reprodução/Youtube/Leo Dias)

Jair Renan Bolsonaro, candidato a vereador em Balneário Camboriú (SC) pelo Partido Liberal (PL), foi orientado a não discursar durante eventos de campanha. A decisão partiu do ex-presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de evitar possíveis gafes que poderiam prejudicar a candidatura, considerada uma aposta certa pelo partido.

De acordo com UOL, durante um comício na cidade na última quinta-feira, Jair Renan foi desautorizado publicamente pelo pai. Ao ser chamado pelo locutor para falar, Jair Bolsonaro sinalizou negativamente para a organização, impedindo que o filho se pronunciasse. O clima tenso foi disfarçado por autoridades e eleitores presentes no evento, enquanto Jair Renan permaneceu em silêncio durante todo o comício, posicionando-se na segunda fileira do palco, atrás do pai e do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Enchentes no Rio Grande do Sul causam prejuízo de R$ 87 bilhões, estima BID

 

Impacto econômico que representa 1,8% do PIB brasileiro

Enchentes no Rio Grande do Sul (Foto: Agência Brasil)

As enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024, deixando um rastro de destruição e 182 mortos, causaram um prejuízo estimado em R$ 87 bilhões, segundo uma análise divulgada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O impacto econômico, que representa 1,8% do PIB brasileiro previsto para o próximo ano, foi avaliado por uma missão conjunta do BID, Banco Mundial, Cepal, e pelos governos federal e estadual.

Em coletiva de imprensa realizada no último domingo (22), em Nova York, Ilan Goldfajn, presidente do BID, compartilhou as conclusões da missão técnica. "Foi a pior enchente já registrada no estado. Não apenas ceifou vidas, mas deixou muitas pessoas desabrigadas, desprovidas de seus meios de subsistência e profundamente impactadas", declarou Goldfajn. O anúncio ocorreu pouco antes de sua participação em um evento promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a New York University, onde o impacto da crise climática na América Latina também foi abordado.

Segundo Goldfajn, os danos causados pela tragédia no Rio Grande do Sul são um alerta urgente para os desafios colocados pelas mudanças climáticas. "Estamos vendo crises climáticas não só na Amazônia, mas em várias regiões. A seca na Amazônia é a pior já registrada, e os focos de incêndio aumentaram 60% em 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Esse é o maior crescimento em uma década”, destacou.

Goldfajn também revelou que, apenas nos quatro países que compartilham a floresta amazônica (Brasil, Bolívia, Peru e Colômbia), a área queimada em 2024 é equivalente ao tamanho do estado americano do Colorado. Ele mencionou ainda os impactos ambientais nas grandes cidades brasileiras, como São Paulo, que por cinco dias consecutivos teve a pior qualidade do ar do mundo, com níveis de poluição 40 vezes acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

Fonte: Brasil 247

Qual é o guia alimentar para a população em situação de vulnerabilidade social?

 


O Guia Alimentar para a População Brasileira é um documento que oferece orientações sobre alimentação saudável

(Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Os guias alimentares são instrumentos que definem as diretrizes oficiais sobre alimentação saudável para a população. O Guia Alimentar para a População Brasileira é um documento que oferece orientações sobre alimentação saudável para toda a população brasileira. Ele foi elaborado por especialistas em nutrição e saúde e tem como objetivo promover hábitos alimentares que contribuam para a prevenção de doenças e a melhoria da qualidade de vida. A primeira versão foi publicada em 2006 e a versão revisada foi publicada em 2014, apresentando informações, análises, recomendações e orientações baseadas nas evidências mais atuais e robustas sobre escolha, combinação, preparo e consumo de alimentos, além de sugerir possibilidades de superação de obstáculos. Ele oferece informações claras e concisas sobre quais alimentos são mais saudáveis e como combiná-los para uma alimentação equilibrada e ajuda a combater problemas como a desnutrição e a obesidade, que são cada vez mais comuns na população brasileira.

Principais recomendações do Guia são: 

- Basear a alimentação em alimentos in natura: Frutas, legumes, verduras, carnes, ovos, leguminosas e grãos integrais devem ser a base da alimentação.

- Limitar o consumo de alimentos ultraprocessados: Alimentos industrializados, como refrigerantes, biscoitos recheados e salgadinhos, devem ser consumidos com moderação ou evitados.

- Cozinhar em casa: Preparar os alimentos em casa permite controlar a quantidade de sal, açúcar e gordura adicionados.

- Comer com atenção: Mastigar bem os alimentos e comer em um ambiente tranquilo favorece a digestão e a saciedade.

- Fazer refeições regulares: Manter horários regulares para as refeições ajuda a controlar a fome e a evitar picotar alimentos entre as refeições.

Vou continuar batendo na mesma tecla: três quartos da nossa população não consegue seguir essas recomendações: A capacidade da população brasileira de comprar alimentos in natura é um tema complexo e multifacetado, com diversas variáveis em jogo, em linhas gerais, a resposta não é simples e varia significativamente entre diferentes grupos populacionais e regiões do país.

Não há como seguir as recomendações do Guia Alimentar quando:  

-Pessoas com menor renda geralmente têm mais dificuldade em adquirir alimentos in natura, pois estes tendem a ser mais caros do que os ultraprocessados.

- A localização limita o acesso a alimentos saudáveis que varia muito entre áreas urbanas e rurais, e entre regiões mais e menos desenvolvidas do país. Em áreas mais carentes, a oferta de frutas, legumes e verduras fresca é totalmente limitada.

- A falta de informação sobre a importância de uma alimentação saudável e sobre como preparar alimentos in natura pode dificultar a escolha por estes produtos.

- Mesmo em áreas urbanas, a disponibilidade de alimentos in natura pode ser limitada em alguns bairros, especialmente em áreas mais periféricas.

- O preço dos alimentos in natura tem aumentado nos últimos anos, o que os torna menos acessíveis para muitas famílias.

- Marketing: A indústria de alimentos processados investe muito em marketing, o que torna esses produtos mais atrativos para os consumidores. 

- A carga horária de trabalho exaustiva não permite o preparo de refeições usando alimentos in natura pelos motivos já citados e portanto essa população de maioria mulheres pretas e periféricas acabam consumindo: salsicha, linguiça e macarrão instantâneos. Na grande maioria dessas casas as crianças e adolescentes se reponsabilizam pelo preparo ou finalização dessas refeições. Segundo informações do Ministério da Saúde, foram 109.988 internações por decorrência de acidentes domésticos desses 20% são queimaduras, segundo levantamento da organização Aldeias Infantis SOS a partir da última pesquisa DataSUS.

E essas mesmas pessoas não conseguem ter horários fixos para cada refeição (que geralmente é composta por alimentos ultraprocessados), quem dirá comer com atenção plena. 

O custo de uma cesta básica composta apenas por alimentos in natura varia significativamente dependendo de diversos fatores:

- Região: Os preços dos alimentos podem variar muito entre as diferentes regiões do Brasil, influenciados por fatores como clima, logística e produção local.

- Época do ano: A sazonalidade dos produtos influencia diretamente nos preços. Frutas e legumes da estação costumam ser mais baratos.

- Cidade: Mesmo dentro de uma mesma região, os preços podem variar entre as cidades, dependendo da oferta e da demanda.

- Qualidade dos produtos: Alimentos orgânicos ou provenientes de agricultura familiar, por exemplo, geralmente têm preços mais elevados.

- Composição da cesta: O valor da cesta vai depender dos alimentos escolhidos. Uma cesta com maior variedade de frutas e legumes, por exemplo, pode ser mais cara do que uma com menos variedade.Por que é difícil determinar um valor exato?

Os preços dos alimentos estão em constante mudança, influenciados por diversos fatores como clima, custos de produção e demanda.Dificuldade em padronizar a cesta: Não existe um padrão único para a composição de uma cesta básica com alimentos in natura. Cada família pode ter suas próprias preferências e necessidades.

Em julho de 2020,  logo no início da pandemia de Covid19, a musa do veneno, ex ministra do ex Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), pediu ao Ministério da Saúde uma “revisão urgente” do Guia Alimentar para a População Brasileira para que fossem retiradas recomendações contrárias a alimentos industrializados. A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos e Bebidas (Abia) também afirmou que não há alimento bom ou ruim, e que todos os produtos alimentícios podem ter alta ou baixa densidade de nutrientes. (2)

Na nota técnica, destinatada ao ex ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que deveria estar empenhado na criação de políticas de enfrentamento no combate da Covid19, foram feitas críticas à classificação de alimentos utilizada no guia, que separa os produtos em quatro grupos de acordo com seu nível de processamento. 

Apesar de vários estudos científicos já terem comprovado esses riscos, a nota técnica do Mapa argumentou que “pesquisas demonstram que não existem evidências de que o valor nutricional e a saudabilidade de um alimento estejam relacionados aos níveis de processamento”. A extinta pasta ainda argumentou que a classificação de alimentos ultraprocessados como nutricionalmente desbalanceados é “uma incoerência”, contrariando especialistas em nutrição e saúde pública, o Mapa teve a coragem de criticar os alimentos in natura e as preparações culinárias feitas em casa, afirmando que a “regra de ouro” trazida pelo guia alimentar (de preferir alimentos in natura aos ultraprocessados) não alerta que uma alimentação que utiliza “sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias é perigosa”. Para o extinto Mapa, o guia “não orienta que o uso apenas desses alimentos em consumo excessivo está associado a doenças do coração, obesidade e outras doenças crônicas, de forma semelhante as outras categorias de alimentos”.

O  ex Ministério da Agricultura afirmou também que a classificação “apenas confunde” a população, diminuindo “a autonomia das escolhas alimentares” e solicitou ao Ministério da Saúde a “imediata retirada” do guia das menções à classificação dos alimentos por nível de processamento, o que implicaria na remoção das menções aos riscos dos alimentos industrializados. na remoção das menções aos riscos dos alimentos industrializados. critérios previamente estipulados quanto à promoção da saúde humana, do meio ambiente, da economia e da vida política e sociocultural”.

Em nota divulgada, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde, órgão da Universidade de São Paulo (USP) (Nupens/USP) classificou os argumentos do Mapa como frágeis e inconsistentes, destacando que a classificação de alimentos por nível de processamento já foi utilizada em mais de 400 estudos científicos. Os pesquisadores ressaltaram ainda que cinco revisões sistemáticas (pesquisas que reúnem evidências de vários estudos) “demonstraram a associação inequívoca do consumo dos alimentos ultraprocessados com o risco de doenças crônicas de grande importância epidemiológica no Brasil e na maior parte dos países, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais”. (3)

O Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região, que representa os profissionais de São Paulo e Mato Grosso do Sul, também saiu em defesa do guia alimentar, ressaltando que o documento é “fundamentado em inúmeras evidências científicas” e “aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e saudável no âmbito individual e coletivo, configurando-se como um instrumento de promoção e proteção ao direito humano à alimentação adequada”. (4)

No pano de fundo dessa tentativa de nutricídio, um termo adotado pelo médico Llaila O. Afrika, usado para definir a degradação da saúde das pessoas pretas pela falta de alimentação. No Brasil, o nutricídio está cada dia mais presente no nosso cotidiano, intensificado pela pandemia e diminuição de investimentos em políticas públicas sociais no que se refere à dificuldade ou falta de acesso a alimentos saudáveis e que deveriam fazer parte da cultura alimentar, incluindo as consequências que isso traz à saúde, vimos o então Ministro do Meio Ambiente foi visto comprando alimentos de origem orgânica enquanto a boiada passava. 

E mesmo com toda a pressão exercida pela antiga pasta querendo favorecer a indústria de alimentos ultraprocessados, isenta do Imposto Seletivo, também conhecido como "Imposto do Pecado”, não houve nenhuma mudança no nosso reconhecido mundialmente Guia Alimentar para a População Brasileira. 

Mas nossa luta ainda é muito grande, apesar de  o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definir, em decreto publicado em seis de março desse ano, a nova composição da cesta básica de alimentos do país, assinado no dia anterior  durante a reunião plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e toda a mudança da tributação dos alimentos da cesta básica na Reforma Tributária, os alimentos in natura ainda estão muito longe da mesa da maior parte da nossa população brasileira. 

Conheça o nosso Guia Alimentar para a População Brasileira: 

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf

Fontes: 

1 - https://lunetas.com.br/acidentes-domesticos-matam-mais-de-8-mil-criancas-por-ano/ Acesso em: 22 set. 2024.

2 - ZOCCHIO, Guilherme. Ministério da Agricultura reforça ofensiva para derrubar Guia Alimentar, referência internacional, O Joio e O Trigo, São Paulo, 17 set. 2020. Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2020/09/ministerio-da-agricultura-reforca-ofensiva-para-derrubar-guia-alimentar-referencia-internacional/. Acesso em: 22 set. 2024.

  1. https://www.fsp.usp.br/nupens/nota-oficial/ Acesso em: 22 set. 2024.
  2. https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2020/09/NOTA_GUIA.pdf Acesso em: 22 set. 2024.
Fonte: Brasil 247