segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Planejamento contra seca e queimadas "não foi suficiente", reconhece Marina Silva

 

“Ter essa clareza e essa responsabilidade de não querer mascarar a realidade faz parte de uma postura republicana diante da sociedade", diz a ministra

Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, admitiu que, apesar dos esforços do governo Lula (PT) para enfrentar a grave crise de seca e incêndios que assola o Brasil, as medidas adotadas não foram suficientes. "O que nós estamos descobrindo agora é que [o planejado] não foi suficiente. E ter essa clareza e essa responsabilidade de não querer mascarar a realidade ou minimizar a realidade faz parte de uma postura republicana diante da sociedade", afirmou a ministra em entrevista ao podcast Café da Manhã, da Folha de S. Paulo.

O Brasil vive a pior seca já registrada, e outros países, como Peru, Bolívia e Portugal, também declararam estado de emergência devido às queimadas. A crise se estende além das fronteiras da América do Sul, com o sul da África enfrentando escassez alimentar provocada pela estiagem. Enquanto isso, a Amazônia segue em chamas, com incêndios florestais de grandes proporções. Para Marina, o cenário global revela a falta de preparo da humanidade para enfrentar a crise climática. "A humanidade tem que chegar à conclusão de que não está preparada e que não está preparada porque não ouviu os reclames da ciência", destacou a ministra.

No Brasil, a oposição tem usado a insuficiência das ações governamentais como munição política, pressionando o governo Lula a intensificar as respostas às emergências ambientais. Nas últimas semanas, o presidente Lula anunciou que irá concretizar a criação da autoridade climática — órgão proposto por Marina durante a campanha eleitoral — e o Plano de Enfrentamento aos Riscos Climáticos Extremos, além de um novo marco regulatório para emergências ambientais.

Essas ações, que também incluem o aumento das multas por incêndios florestais e a flexibilização de repasses aos estados para o combate a queimadas, surgem às vésperas da Semana do Clima da ONU, em Nova York, onde Lula e Marina participarão de eventos. Marina, que reduziu sua agenda nos Estados Unidos para retornar ao Brasil, argumenta que, longe de desmoralizar o país internacionalmente, a atual situação reforça a urgência da pauta ambiental brasileira. "O Brasil é vítima da mudança do clima. O Brasil é um país vulnerável", ressaltou a ministra.

Segundo autoridades do governo, grande parte dos incêndios que atingem o Brasil tem origem criminosa, e Marina Silva aponta indícios de que alguns desses atos podem ter motivações políticas. Ela relatou que, durante uma recente visita do presidente Lula a comunidades da Amazônia, incêndios propositalmente foram provocados pouco após a passagem da comitiva presidencial. "Houve ali uma tentativa, no meu entendimento, de fazer uma afronta. Estavam passando o presidente, o ministro da Defesa, as autoridades da República", afirmou Marina.

A ministra também cobrou que esses incêndios sejam investigados e os responsáveis, punidos, algo que não ocorreu em casos anteriores. No entanto, Marina reconhece que a aprovação de propostas ambientais no Congresso, como a criação da autoridade climática, será desafiadora, especialmente se o órgão estiver vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. O cenário político ainda é incerto, com um Congresso que já impôs derrotas à agenda ambiental do governo e é crítico à atuação de Marina.

Com a previsão de que o ano de 2025 possa enfrentar ainda mais eventos extremos do que 2024, aumenta a pressão para que o governo invista mais em prevenção e adaptação às mudanças climáticas. "É um processo, é dinâmico, né? Acho que ninguém consegue, com alguma responsabilidade, dizer que um país, qualquer que seja, estará 100% preparado para enfrentar essas situações [nos próximos anos]. Talvez estivéssemos, se tivéssemos começado [a nos preparar] em 1992", ponderou Marina Silva, em referência à conferência Rio-92.

O reconhecimento da insuficiência das medidas até aqui adotadas, aliado ao comprometimento em seguir avançando, faz parte de uma postura que a ministra define como republicana: a transparência com a sociedade frente à crise ambiental crescente.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Lula se reúne nesta segunda-feira com Von der Leyen para discutir acordo Mercosul-União Europeia

 

Lula também terá um encontro com o chanceler alemão Olaf Scholz, com quem deve discutir o avanço da extrema direita no mundo e as ameaças à democracia

(Foto: PR)

ANSA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne nesta segunda-feira (23), em Nova York, com a chefe da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, com quem deve discutir os entraves nas negociações para um acordo de livre comércio entre UE e Mercosul.

O encontro acontece em meio a preocupações brasileiras sobre a iminente entrada em vigor da Lei Antidesmatamento da União Europeia (EUDR), prevista para 1º de janeiro de 2025 e que pode gerar um prejuízo de US$ 15 bilhões às exportações de produtos como soja, café, cacau e itens florestais.

Recentemente, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), publicaram uma carta pedindo o adiamento da medida, cobrança que encontra eco em Estados-membros da UE como Alemanha e Itália.

Lula também terá um encontro nesta segunda-feira com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, com quem deve discutir o avanço da extrema direita no mundo e as ameaças à democracia.

Fonte: Brasil 247 com ANSA

Cabo da Marinha envolvido com drones do Comando Vermelho adotava táticas usadas na Ucrânia

 

Investigação revela que Rian Maurício Tavares, militar da Marinha, ajudava facção criminosa a aprimorar ataques com drones no Rio de Janeiro

Rian Maurício Tavares (Foto: Reprodução/TV Globo)

O cabo da Marinha Rian Maurício Tavares, preso no dia 16 de setembro, foi identificado como peça-chave em uma operação criminosa envolvendo o uso de drones armados com granadas, utilizados pela facção carioca Comando Vermelho (CV). De acordo com informações reveladas pelo Fantástico, da TV Globo, e corroboradas pela investigação da Polícia Federal (PF), Tavares teria encomendado dispositivos específicos para adaptar os drones para ataques. O método utilizado se assemelhava a táticas vistas em conflitos militares na Ucrânia, relata o Metrópoles, sugerindo uma sofisticação crescente nas ações das facções criminosas no Rio de Janeiro.

Em julho deste ano, uma imagem capturada em uma comunidade da Zona Norte do Rio de Janeiro revelou um artefato explosivo preso a um drone. O explosivo foi utilizado por traficantes da Favela do Quitungo, em uma tentativa de atacar rivais do Complexo de Israel, outro reduto do tráfico. O caso, embora isolado, trouxe à tona a estratégia cada vez mais avançada dos grupos criminosos na região, que têm se aproveitado de novas tecnologias para intensificar suas disputas territoriais. 

A Polícia Federal, por meio de escutas autorizadas, registrou diálogos que demonstram a complexidade da operação. Em uma dessas conversas, um criminoso identificado como Edgar Alves de Andrade, conhecido como "Doca", um dos chefes do Comando Vermelho, detalha a necessidade de adquirir equipamentos específicos para os drones. “Nós precisamos comprar o dispensador, chefe. É um dispositivo que bota no drone, que ele libera a granada, entendeu? Sendo que vem um cabinho segurando no pino, né? Bota o pino no drone e a granada nesse dispositivo", explica Doca. 

Rian Tavares, segundo as investigações, não apenas participava da operacionalização dos drones, como também ocupava uma posição de comando dentro da facção. Sua formação militar e o acesso a equipamentos especializados permitiram que ele monitorasse o movimento de inimigos e desse ordens para membros da organização criminosa. O curso de especialização que ele realizou, custeado pelo Estado, focava em treinamento de mergulho e tiro de longa distância, o que pode ter contribuído para o aperfeiçoamento de suas atividades criminosas.

O uso de drones armados por facções no Brasil não é uma novidade completa, mas o envolvimento de um militar da Marinha, com treinamento especializado, marca uma nova fase de sofisticação nas disputas territoriais do tráfico no Rio de Janeiro. Além disso, a adoção de táticas militares usadas em conflitos internacionais, como na guerra da Ucrânia, acende um alerta para as autoridades sobre o potencial de escalada na violência e na capacidade técnica das facções criminosas no país.

A prisão de Rian Maurício Tavares representa um duro golpe para o Comando Vermelho, mas também levanta questionamentos sobre o nível de infiltração de membros das Forças Armadas em organizações criminosas. As investigações da PF continuam, e outros militares podem estar sob vigilância por possível envolvimento com o crime organizado.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Prazo para conferir “dinheiro esquecido” está acabando; saiba como acessar

 

Brasileiros que têm dinheiro esquecido no sistema do BC (Banco Central) terão até podem recuperar o valor

Banco Central (Foto: Divulgação)

Brasileiros que têm dinheiro esquecido no sistema do BC (Banco Central) terão até 16 de outubro para recuperar o valor antes que ele vá para os cofres do Tesouro Nacional, no Sistema de Valores a Receber (SVR), segundo o Ministério da Fazenda.

O SVR permite que tanto pessoas físicas quanto empresas consultem se possuem valores não reclamados. No caso de pessoas falecidas, os herdeiros também podem verificar se há quantias disponíveis. A consulta e o pedido de devolução dos valores podem ser feitos exclusivamente pelo site oficial do Banco Central, no endereço https://valoresareceber.bcb.gov.br.

Fonte: Brasil 247

Brasil contabiliza 22 novas farmácias por dia em 2024. Saiba como se destacar no segmento

 

De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o setor movimentou R$ 58,3 bilhões entre janeiro e julho deste ano

(Foto: ABr)

Agência Sebrae - Rafael Niemeyer, de 37 anos, já foi proprietário de uma loja de produtos esportivos, passou pela agricultura e decidiu, há quatro meses, investir na abertura de uma franquia da farmácia de manipulação: a Biomagistral, na região do Jardim Botânico, no Distrito Federal. A loja se soma a outras mais de 5,4 mil unidades que foram abertas neste ano em todo o país – para a venda de remédios manipulados ou não. Em média, foram 22 novas unidades registradas por dia neste ano.

Em 2023, reunindo as farmácias convencionais e as de manipulação, foram criadas 8,1 mil lojas – quantidade aproximada ao ano anterior (2022), que contabilizou 8,7 mil empreendimentos. Independentemente do volume de unidades, o faturamento do setor não para de crescer. De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o setor movimentou R$ 58,3 bilhões entre janeiro e julho deste ano, um aumento de 14% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

“É um excelente nicho para investir, especialmente porque está ligado à saúde. A pandemia veio para nos mostrar que, não importa o que aconteça, as pessoas vão precisar cuidar da saúde. É uma atividade que vai estar sempre em alta”, avalia o empresário. “Atualmente, estamos com seis colaboradores, mas tenho projeção pra dobrar essa equipe em um período de tempo bem curto”, projeta.

De acordo com o Sebrae, para se destacar no cenário das pequenas farmácias é necessário oferecer um serviço de qualidade, com bom atendimento e que impacte positivamente na experiência dos clientes com o estabelecimento. “Quem tiver com as melhores empresas, mais estruturadas, com melhores preços e um serviço de qualidade, vai permanecer no mercado”, concorda Rafael.

Fique atento

Para oferecer um melhor atendimento, o Sebrae preparou algumas dicas para os donos de pequenos negócios do setor:

1) Escute o cliente: Esteja atento ao cliente para estabelecer um sentimento de confiança, garantindo que ele retorne. O primeiro passo nessa direção é avaliar como os consumidores estão sendo tratados e se estão encontrando aquilo que procuram. Ter um espaço para avaliação do serviço também é importante.

2) Treinamento: Diante do retorno dos clientes, pode ser necessário investir no treinamento de farmacêuticos e atendentes. O objetivo da iniciativa é garantir as melhores práticas e posturas profissionais.

3) Abordagem empática: Colocar-se no lugar do outro é essencial para proporcionar uma boa experiência aos consumidores. Isto porque boa parte das pessoas que procuram as farmácias está em busca de medicamentos para tratamentos de saúde ou convive com pessoas que têm comorbidades.

4) Layout da loja: O ambiente é estratégico para obter sucesso nesse mercado. Isso vai desde o cuidado com a comunicação externa até a utilização dos mobiliários, das prateleiras e iluminação, entre outros aspectos.

Fonte: Brasil 247 com Agência Sebrae

Polícia Federal vai rastrear quem burlou suspensão do X e enviar lista a Moraes

 

A PF vai mapear usuários brasileiros que continuaram a postar na plataforma de Elon Musk, mesmo após decisão judicial, e não poupará veículos de imprensa

Logo da rede social X exibida em celular com reflexo do prédio do STF em Brasília (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)

A Polícia Federal (PF) está prestes a iniciar um processo minucioso de investigação para identificar usuários brasileiros da plataforma X, antigo Twitter, que desrespeitaram a ordem de suspensão imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), informa Malu Gaspar, do jornal O Globo. A decisão judicial, emitida há mais de 20 dias, bloqueou o uso da rede social em território brasileiro, após uma série de descumprimentos de decisões judiciais e pela ausência de um representante legal da empresa de Elon Musk no Brasil. 

O bloqueio da plataforma foi referendado pela Primeira Turma do STF, e a empresa já indicou a advogada Rachel de Oliveira Villa como representante legal, o que pode abrir caminho para a reversão da suspensão. No entanto, enquanto o caso segue em análise, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou que a PF atue para identificar os usuários que driblaram a ordem de suspensão, incluindo figuras públicas e políticos que continuam utilizando a rede social.

De acordo com fontes próximas ao caso, os agentes federais terão carta branca para conduzir um monitoramento amplo na rede, sem distinção prévia entre conteúdos críticos à democracia ou outras postagens. Se for residente no Brasil e estiver fazendo postagens, será incluído na lista a ser enviada por Moraes, afirmam interlocutores ligados à PF. Mesmo veículos de imprensa que utilizam avisos de que as postagens são feitas a partir de outros países poderão entrar no radar da investigação.

Na decisão que suspendeu a plataforma, Moraes também determinou a aplicação de multas diárias de R$ 50 mil para quem utilizasse "subterfúgios tecnológicos", como VPN, para acessar o X. Apesar da ameaça de sanções, até o momento, nenhum usuário foi multado. Isso se deve, em parte, à dificuldade do STF e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em rastrear efetivamente os acessos feitos por meio de redes privadas virtuais (VPNs).

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Medo de gafes: Bolsonaro proíbe que Jair Renan, candidato a vereador, discurse em atos

 

Jair Renan foi desautorizado publicamente pelo pai

Jair Renan Bolsonaro (Foto: Reprodução/Youtube/Leo Dias)

Jair Renan Bolsonaro, candidato a vereador em Balneário Camboriú (SC) pelo Partido Liberal (PL), foi orientado a não discursar durante eventos de campanha. A decisão partiu do ex-presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de evitar possíveis gafes que poderiam prejudicar a candidatura, considerada uma aposta certa pelo partido.

De acordo com UOL, durante um comício na cidade na última quinta-feira, Jair Renan foi desautorizado publicamente pelo pai. Ao ser chamado pelo locutor para falar, Jair Bolsonaro sinalizou negativamente para a organização, impedindo que o filho se pronunciasse. O clima tenso foi disfarçado por autoridades e eleitores presentes no evento, enquanto Jair Renan permaneceu em silêncio durante todo o comício, posicionando-se na segunda fileira do palco, atrás do pai e do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Enchentes no Rio Grande do Sul causam prejuízo de R$ 87 bilhões, estima BID

 

Impacto econômico que representa 1,8% do PIB brasileiro

Enchentes no Rio Grande do Sul (Foto: Agência Brasil)

As enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024, deixando um rastro de destruição e 182 mortos, causaram um prejuízo estimado em R$ 87 bilhões, segundo uma análise divulgada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O impacto econômico, que representa 1,8% do PIB brasileiro previsto para o próximo ano, foi avaliado por uma missão conjunta do BID, Banco Mundial, Cepal, e pelos governos federal e estadual.

Em coletiva de imprensa realizada no último domingo (22), em Nova York, Ilan Goldfajn, presidente do BID, compartilhou as conclusões da missão técnica. "Foi a pior enchente já registrada no estado. Não apenas ceifou vidas, mas deixou muitas pessoas desabrigadas, desprovidas de seus meios de subsistência e profundamente impactadas", declarou Goldfajn. O anúncio ocorreu pouco antes de sua participação em um evento promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a New York University, onde o impacto da crise climática na América Latina também foi abordado.

Segundo Goldfajn, os danos causados pela tragédia no Rio Grande do Sul são um alerta urgente para os desafios colocados pelas mudanças climáticas. "Estamos vendo crises climáticas não só na Amazônia, mas em várias regiões. A seca na Amazônia é a pior já registrada, e os focos de incêndio aumentaram 60% em 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Esse é o maior crescimento em uma década”, destacou.

Goldfajn também revelou que, apenas nos quatro países que compartilham a floresta amazônica (Brasil, Bolívia, Peru e Colômbia), a área queimada em 2024 é equivalente ao tamanho do estado americano do Colorado. Ele mencionou ainda os impactos ambientais nas grandes cidades brasileiras, como São Paulo, que por cinco dias consecutivos teve a pior qualidade do ar do mundo, com níveis de poluição 40 vezes acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

Fonte: Brasil 247

Qual é o guia alimentar para a população em situação de vulnerabilidade social?

 


O Guia Alimentar para a População Brasileira é um documento que oferece orientações sobre alimentação saudável

(Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Os guias alimentares são instrumentos que definem as diretrizes oficiais sobre alimentação saudável para a população. O Guia Alimentar para a População Brasileira é um documento que oferece orientações sobre alimentação saudável para toda a população brasileira. Ele foi elaborado por especialistas em nutrição e saúde e tem como objetivo promover hábitos alimentares que contribuam para a prevenção de doenças e a melhoria da qualidade de vida. A primeira versão foi publicada em 2006 e a versão revisada foi publicada em 2014, apresentando informações, análises, recomendações e orientações baseadas nas evidências mais atuais e robustas sobre escolha, combinação, preparo e consumo de alimentos, além de sugerir possibilidades de superação de obstáculos. Ele oferece informações claras e concisas sobre quais alimentos são mais saudáveis e como combiná-los para uma alimentação equilibrada e ajuda a combater problemas como a desnutrição e a obesidade, que são cada vez mais comuns na população brasileira.

Principais recomendações do Guia são: 

- Basear a alimentação em alimentos in natura: Frutas, legumes, verduras, carnes, ovos, leguminosas e grãos integrais devem ser a base da alimentação.

- Limitar o consumo de alimentos ultraprocessados: Alimentos industrializados, como refrigerantes, biscoitos recheados e salgadinhos, devem ser consumidos com moderação ou evitados.

- Cozinhar em casa: Preparar os alimentos em casa permite controlar a quantidade de sal, açúcar e gordura adicionados.

- Comer com atenção: Mastigar bem os alimentos e comer em um ambiente tranquilo favorece a digestão e a saciedade.

- Fazer refeições regulares: Manter horários regulares para as refeições ajuda a controlar a fome e a evitar picotar alimentos entre as refeições.

Vou continuar batendo na mesma tecla: três quartos da nossa população não consegue seguir essas recomendações: A capacidade da população brasileira de comprar alimentos in natura é um tema complexo e multifacetado, com diversas variáveis em jogo, em linhas gerais, a resposta não é simples e varia significativamente entre diferentes grupos populacionais e regiões do país.

Não há como seguir as recomendações do Guia Alimentar quando:  

-Pessoas com menor renda geralmente têm mais dificuldade em adquirir alimentos in natura, pois estes tendem a ser mais caros do que os ultraprocessados.

- A localização limita o acesso a alimentos saudáveis que varia muito entre áreas urbanas e rurais, e entre regiões mais e menos desenvolvidas do país. Em áreas mais carentes, a oferta de frutas, legumes e verduras fresca é totalmente limitada.

- A falta de informação sobre a importância de uma alimentação saudável e sobre como preparar alimentos in natura pode dificultar a escolha por estes produtos.

- Mesmo em áreas urbanas, a disponibilidade de alimentos in natura pode ser limitada em alguns bairros, especialmente em áreas mais periféricas.

- O preço dos alimentos in natura tem aumentado nos últimos anos, o que os torna menos acessíveis para muitas famílias.

- Marketing: A indústria de alimentos processados investe muito em marketing, o que torna esses produtos mais atrativos para os consumidores. 

- A carga horária de trabalho exaustiva não permite o preparo de refeições usando alimentos in natura pelos motivos já citados e portanto essa população de maioria mulheres pretas e periféricas acabam consumindo: salsicha, linguiça e macarrão instantâneos. Na grande maioria dessas casas as crianças e adolescentes se reponsabilizam pelo preparo ou finalização dessas refeições. Segundo informações do Ministério da Saúde, foram 109.988 internações por decorrência de acidentes domésticos desses 20% são queimaduras, segundo levantamento da organização Aldeias Infantis SOS a partir da última pesquisa DataSUS.

E essas mesmas pessoas não conseguem ter horários fixos para cada refeição (que geralmente é composta por alimentos ultraprocessados), quem dirá comer com atenção plena. 

O custo de uma cesta básica composta apenas por alimentos in natura varia significativamente dependendo de diversos fatores:

- Região: Os preços dos alimentos podem variar muito entre as diferentes regiões do Brasil, influenciados por fatores como clima, logística e produção local.

- Época do ano: A sazonalidade dos produtos influencia diretamente nos preços. Frutas e legumes da estação costumam ser mais baratos.

- Cidade: Mesmo dentro de uma mesma região, os preços podem variar entre as cidades, dependendo da oferta e da demanda.

- Qualidade dos produtos: Alimentos orgânicos ou provenientes de agricultura familiar, por exemplo, geralmente têm preços mais elevados.

- Composição da cesta: O valor da cesta vai depender dos alimentos escolhidos. Uma cesta com maior variedade de frutas e legumes, por exemplo, pode ser mais cara do que uma com menos variedade.Por que é difícil determinar um valor exato?

Os preços dos alimentos estão em constante mudança, influenciados por diversos fatores como clima, custos de produção e demanda.Dificuldade em padronizar a cesta: Não existe um padrão único para a composição de uma cesta básica com alimentos in natura. Cada família pode ter suas próprias preferências e necessidades.

Em julho de 2020,  logo no início da pandemia de Covid19, a musa do veneno, ex ministra do ex Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), pediu ao Ministério da Saúde uma “revisão urgente” do Guia Alimentar para a População Brasileira para que fossem retiradas recomendações contrárias a alimentos industrializados. A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos e Bebidas (Abia) também afirmou que não há alimento bom ou ruim, e que todos os produtos alimentícios podem ter alta ou baixa densidade de nutrientes. (2)

Na nota técnica, destinatada ao ex ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que deveria estar empenhado na criação de políticas de enfrentamento no combate da Covid19, foram feitas críticas à classificação de alimentos utilizada no guia, que separa os produtos em quatro grupos de acordo com seu nível de processamento. 

Apesar de vários estudos científicos já terem comprovado esses riscos, a nota técnica do Mapa argumentou que “pesquisas demonstram que não existem evidências de que o valor nutricional e a saudabilidade de um alimento estejam relacionados aos níveis de processamento”. A extinta pasta ainda argumentou que a classificação de alimentos ultraprocessados como nutricionalmente desbalanceados é “uma incoerência”, contrariando especialistas em nutrição e saúde pública, o Mapa teve a coragem de criticar os alimentos in natura e as preparações culinárias feitas em casa, afirmando que a “regra de ouro” trazida pelo guia alimentar (de preferir alimentos in natura aos ultraprocessados) não alerta que uma alimentação que utiliza “sempre alimentos in natura ou minimamente processados e preparações culinárias é perigosa”. Para o extinto Mapa, o guia “não orienta que o uso apenas desses alimentos em consumo excessivo está associado a doenças do coração, obesidade e outras doenças crônicas, de forma semelhante as outras categorias de alimentos”.

O  ex Ministério da Agricultura afirmou também que a classificação “apenas confunde” a população, diminuindo “a autonomia das escolhas alimentares” e solicitou ao Ministério da Saúde a “imediata retirada” do guia das menções à classificação dos alimentos por nível de processamento, o que implicaria na remoção das menções aos riscos dos alimentos industrializados. na remoção das menções aos riscos dos alimentos industrializados. critérios previamente estipulados quanto à promoção da saúde humana, do meio ambiente, da economia e da vida política e sociocultural”.

Em nota divulgada, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde, órgão da Universidade de São Paulo (USP) (Nupens/USP) classificou os argumentos do Mapa como frágeis e inconsistentes, destacando que a classificação de alimentos por nível de processamento já foi utilizada em mais de 400 estudos científicos. Os pesquisadores ressaltaram ainda que cinco revisões sistemáticas (pesquisas que reúnem evidências de vários estudos) “demonstraram a associação inequívoca do consumo dos alimentos ultraprocessados com o risco de doenças crônicas de grande importância epidemiológica no Brasil e na maior parte dos países, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais”. (3)

O Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região, que representa os profissionais de São Paulo e Mato Grosso do Sul, também saiu em defesa do guia alimentar, ressaltando que o documento é “fundamentado em inúmeras evidências científicas” e “aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e saudável no âmbito individual e coletivo, configurando-se como um instrumento de promoção e proteção ao direito humano à alimentação adequada”. (4)

No pano de fundo dessa tentativa de nutricídio, um termo adotado pelo médico Llaila O. Afrika, usado para definir a degradação da saúde das pessoas pretas pela falta de alimentação. No Brasil, o nutricídio está cada dia mais presente no nosso cotidiano, intensificado pela pandemia e diminuição de investimentos em políticas públicas sociais no que se refere à dificuldade ou falta de acesso a alimentos saudáveis e que deveriam fazer parte da cultura alimentar, incluindo as consequências que isso traz à saúde, vimos o então Ministro do Meio Ambiente foi visto comprando alimentos de origem orgânica enquanto a boiada passava. 

E mesmo com toda a pressão exercida pela antiga pasta querendo favorecer a indústria de alimentos ultraprocessados, isenta do Imposto Seletivo, também conhecido como "Imposto do Pecado”, não houve nenhuma mudança no nosso reconhecido mundialmente Guia Alimentar para a População Brasileira. 

Mas nossa luta ainda é muito grande, apesar de  o presidente Luiz Inácio Lula da Silva definir, em decreto publicado em seis de março desse ano, a nova composição da cesta básica de alimentos do país, assinado no dia anterior  durante a reunião plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e toda a mudança da tributação dos alimentos da cesta básica na Reforma Tributária, os alimentos in natura ainda estão muito longe da mesa da maior parte da nossa população brasileira. 

Conheça o nosso Guia Alimentar para a População Brasileira: 

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf

Fontes: 

1 - https://lunetas.com.br/acidentes-domesticos-matam-mais-de-8-mil-criancas-por-ano/ Acesso em: 22 set. 2024.

2 - ZOCCHIO, Guilherme. Ministério da Agricultura reforça ofensiva para derrubar Guia Alimentar, referência internacional, O Joio e O Trigo, São Paulo, 17 set. 2020. Disponível em: https://ojoioeotrigo.com.br/2020/09/ministerio-da-agricultura-reforca-ofensiva-para-derrubar-guia-alimentar-referencia-internacional/. Acesso em: 22 set. 2024.

  1. https://www.fsp.usp.br/nupens/nota-oficial/ Acesso em: 22 set. 2024.
  2. https://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2020/09/NOTA_GUIA.pdf Acesso em: 22 set. 2024.
Fonte: Brasil 247

Efeito Lula: indústria de eletrônicos está fortemente otimista para as vendas de fim de ano

 

Expectativa é impulsionada pelo crescimento nas vendas, impulsionado por políticas econômicas e o 13º salário

Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

Com a melhora no emprego e a implementação de políticas como o Desenrola pelo governo Lula, que aliviou o endividamento de muitas famílias, a indústria de eletrodomésticos e aparelhos eletroportáteis está otimista quanto ao fim de ano, com a chegada da Black Friday e do Natal. O setor vem de um período de vendas históricas entre janeiro e agosto de 2024, com 71 milhões de unidades comercializadas — um crescimento de 31,5% em comparação com 2023, de acordo com dados da Eletros, a associação dos fabricantes, reportados pelo jornal O Globo.

De olho no 13º salário dos trabalhadores formais, a expectativa é de que o setor encerre 2024 com um avanço de 15% nas vendas. Para alcançar essa meta, fabricantes como Samsung, LG, Philips Walita, Whirlpool e Semp TCL aumentaram seus estoques em até 50% em relação ao segundo semestre de 2023 e reforçaram os investimentos em logística. A estratégia inclui também a ampliação das condições de parcelamento em parceria com redes varejistas.

"O setor tem crescido em torno de 3% nos últimos anos, mas chegou a fechar negativo em alguns períodos. Este ano, estamos recuperando perdas", afirma Jorge Nascimento, presidente executivo da Eletros, destacando o impacto positivo das políticas públicas e da melhora nas condições econômicas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Restituição do Imposto de Renda: Receita libera consulta ao quinto lote

 

Mais de 500 mil contribuintes, entre prioritários e não prioritários, serão contemplados, com valor total superior a R$ 1 bilhão

Quem já paga o Imposto de Renda terá que desembolsar mais dinheiro (Foto: ABR)

A Receita Federal do Brasil (RFB) anunciou que, a partir das 10h desta segunda-feira (23/9), estará disponível para consulta o quinto lote de restituições do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) 2024. De acordo com a Receita, esse lote inclui 511.025 restituições, totalizando R$ 1.032.907.305,12, valor que será depositado no dia 30 de setembro. As informações foram obtidas diretamente da Receita Federal.

Este lote inclui tanto restituições referentes a 2024 quanto restituições residuais de exercícios anteriores, ou seja, declarações de anos passados que ainda não haviam sido restituídas. Do valor total, R$ 435.272.217,34 serão destinados a contribuintes com prioridade legal, como idosos, pessoas com deficiência ou moléstia grave, e professores.

Segundo a Receita, "11.188 restituições serão pagas a contribuintes com mais de 80 anos; 75.686 para aqueles entre 60 e 79 anos; 6.731 para pessoas com deficiência física ou mental ou moléstia grave; e 23.180 restituições para contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério." Além disso, 201.381 contribuintes que não possuem prioridade legal, mas utilizaram a Declaração Pré-preenchida ou optaram por receber a restituição via PIX, também serão contemplados.

Um destaque importante neste lote é a inclusão de 86.570 restituições para contribuintes que residem no Rio Grande do Sul, priorizados em razão do estado de calamidade decretado no estado. Esta ação da Receita faz parte de um esforço para aliviar a situação dos contribuintes afetados pelas tragédias recentes na região.

Fonte: Brasil 247

Empresa global de navegação compra maior terminal de contêineres do Brasil

 

CMA CGM adquiriu o controle da Santos Brasil

Porto de Santos (Foto: Divulgação)

O grupo Opportunity anunciou a venda de sua participação de 48% na Santos Brasil, operadora do maior terminal de contêineres do país, para a gigante francesa de navegação CMA CGM. A transação, que movimentou R$ 6,33 bilhões, foi inicialmente revelada pelo Valor Pro, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico.

A Santos Brasil, responsável pela gestão do Tecon Santos, um dos principais terminais de contêineres do Porto de Santos, teve suas ações negociadas na sexta-feira (20) a R$ 12,71. Contudo, o acordo com a CMA CGM incluiu um prêmio significativo, com os papéis negociados a R$ 15,30, segundo comunicado oficial divulgado no domingo (22). O mercado já aguardava ansiosamente por esta operação, que fortalece a presença global do terminal, agora vinculado a um dos maiores grupos de navegação do mundo.

“A entrada da CMA CGM representa uma transformação estratégica para a Santos Brasil, alinhando o terminal às principais tendências do setor”, comentou um analista do mercado. Com a aquisição, a CMA CGM, que opera em mais de 420 portos e possui uma frota de 620 navios, reforça seu papel de liderança no comércio marítimo global.

Além do negócio de contêineres, a Santos Brasil tem expandido suas operações no segmento de granéis líquidos, com terminais em Itaqui (MA), mostrando a diversificação de sua atuação no mercado portuário brasileiro.

Fonte: Brasil 247

Dino estuda expropriação de terras em áreas afetadas por incêndios dolosos

 

Ministro do STF quer aplicar artigo da Constituição para penalizar propriedades responsáveis por fogo criminoso

Flávio Dino (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um passo decisivo ao propor a expropriação de terras e a aplicação de restrições a propriedades em que sejam identificados incêndios intencionais com o objetivo de promover desmatamento ilegal. Dino determinou que o governo federal, partidos políticos, organizações da sociedade civil e a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentem suas posições sobre a proposta, em um prazo de 15 dias. A iniciativa foi divulgada pelo blog do jornalista Fausto Macedo, que destacou as medidas anunciadas pelo ministro após uma audiência de conciliação sobre emergências climáticas.

Flávio Dino pretende que seja avaliada a aplicação do artigo 243 da Constituição Federal, que prevê a expropriação de propriedades rurais e urbanas onde forem detectadas atividades ilegais, como o cultivo de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo. Segundo o artigo, essas terras podem ser destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem indenização aos proprietários. Dino acredita que essa regra pode ser estendida para casos de incêndios dolosos e desmatamento ilegal, como forma de intensificar a proteção ambiental no Brasil.

"Estamos vivenciando uma autêntica pandemia de incêndios florestais", declarou Dino, comparando a atual situação na Amazônia e no Pantanal à emergência global de saúde pública causada pela Covid-19. Ele defendeu a criação de medidas excepcionais, incluindo a abertura de crédito extraordinário fora do arcabouço fiscal, para financiar o combate a queimadas em todo o país, com foco especial nas regiões da Amazônia e do Cerrado.

Na mesma audiência, o ministro autorizou a convocação de bombeiros de estados que não estão sendo atingidos pelos incêndios, para reforçar o contingente da Força Nacional, que tem atuado na linha de frente do combate às chamas que consomem vastas áreas do território nacional.

Sistema único de proteção ambiental e fiscalização rigorosa

Flávio Dino também sugeriu a criação de um Sistema Único de Proteção Ambiental, cujo objetivo seria unificar esforços entre União, estados e municípios para combater crimes ambientais com mais eficácia. A proposta, no entanto, ainda está em fase de debate e deverá passar por novas avaliações.

O ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi designado para coordenar um grupo de trabalho que deverá elaborar propostas de mudanças na legislação ambiental, especialmente no que diz respeito às penas para os responsáveis por incêndios florestais. Essas sugestões legislativas serão levadas ao Congresso Nacional, visando o endurecimento das sanções para crimes ambientais.

Fonte: Brasil 247 com informações do blog do jornalista Fausto Macedo

Haddad defende criação de "orçamento próprio" para enfrentamento de desastres climáticos

 

Ministro da Fazenda ressalta necessidade de prever recursos específicos no orçamento federal

Fernando Haddad (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Em declaração neste domingo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou a importância de um orçamento próprio destinado ao enfrentamento de desastres climáticos no Brasil, caso eventos extremos, como a tragédia recente no Rio Grande do Sul, tornem-se mais frequentes. "Se esses eventos começarem a ficar recorrentes, você vai ter de ter um orçamento próprio para um enfrentamento que vai ser mais frequente", afirmou Haddad em entrevista durante sua agenda oficial nos Estados Unidos, reportada pelo Metrópoles.

O ministro falou com exclusividade à imprensa durante sua participação em um jantar do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, em Nova York. Ele detalhou que, embora ainda não seja necessário prever uma dotação específica para desastres climáticos no orçamento atual, essa necessidade poderá surgir a depender da evolução das mudanças climáticas. "Você vai ter de prever no orçamento uma dotação específica, que, hoje, talvez não se faça necessária, mas que, amanhã, dependendo da evolução da mudança climática, pode se fazer", completou Haddad.

Orçamento emergencial para combater queimadas

O governo brasileiro já havia demonstrado preocupação com a questão climática ao liberar, na semana passada, um crédito extraordinário de R$ 514 milhões para o combate às queimadas que atingem diversas regiões do país. O recurso foi aprovado com aval do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitindo que essas despesas não fossem contabilizadas no cálculo da meta fiscal de déficit zero.

A pressão para que países desenvolvidos assumam uma parcela maior do financiamento ambiental também foi um tema abordado por Haddad durante a entrevista. "Isso é uma necessidade", afirmou o ministro, ressaltando que as nações mais ricas têm a obrigação de contribuir mais, dado o elevado nível de endividamento de muitas nações em desenvolvimento, especialmente na África. "Os países mais ricos sabem que vão ter de dar uma contribuição maior do que os países pobres, até porque tem países que estão muito endividados", explicou.

Iniciativas climáticas globais e papel do Brasil

Durante sua estadia em Nova York, Haddad também discutiu iniciativas globais de combate às mudanças climáticas e apresentou os esforços do Brasil na liderança do G20, que o país presidirá em 2024. Um dos principais pontos de destaque foi a preparação para a Conferência do Clima da ONU, a COP30, que ocorrerá em Belém, no Pará, em 2025.

Entre as ações a serem implementadas até a COP30 está o lançamento oficial do Tropical Forest Finance Facility (TFFF), um mecanismo que prevê a remuneração pelos serviços ambientais prestados pelas florestas tropicais. "Esses instrumentos também têm o objetivo de resolver não apenas a questão ambiental, mas também a questão social", concluiu Haddad, referindo-se à interconexão entre as políticas climáticas e o desenvolvimento econômico sustentável.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles