sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Sobre Ernesto Geisel: os méritos do general e algumas comparações com Lula

 


"Os méritos do governo Geisel na área econômica me parecem inegáveis", diz Paulo Nogueira Batista Jr.

Ernesto Geisel (Foto: Reprodução)

Na minha longa experiência como colunista, aprendi que não é recomendável publicar artigos em sequência. Entre um e outro artigo, acontecem mil coisas, vem uma torrente de outros artigos e notícias, e o leitor do texto inicial já nem lembra dele ou perdeu o interesse pelo tema. Mesmo assim, é exatamente o que vou fazer hoje  – retomar um aspecto do artigo que publiquei recentemente em homenagem aos 70 anos do suicídio de Vargas (“70 anos da morte de Getúlio Vargas, agosto de 2024). A razão é que nesse artigo um ponto causou surpresa, quando não repulsa: a referência ao general Ernesto Geisel como um dos quatro grandes Presidentes da República da nossa história, junto com Getúlio, Lula e Juscelino Kubitschek.

Prometi explicar um pouco melhor a inclusão de Geisel nessa pequena lista, pois sabia que ela seria controvertida. Estou aqui cumprindo a promessa. O tema é vasto e o tempo do leitor, curto. Vou abordar apenas três aspectos do seu governo – economia, política interna e relações internacionais. Os méritos da sua presidência, que foi de março de 1974 a março de 1979, são muitos e me parecem inegáveis, mas não deixarei de apontar erros e pontos fracos. Vou mesclar leituras e estudos com lembranças pessoais dessa época. Farei comparações com o governo Lula e outros governos posteriores a Geisel. Mas será uma apertada síntese, como dizem os advogados. Em todo caso, “alerta de textão”, como diz a gurizada.

Nacional-desenvolvimentismo no governo Geisel 

Geisel foi um presidente desenvolvimentista e nacionalista, mais do que qualquer outro da ditadura militar. E mais do que qualquer outro dos presidentes da República que vieram depois – com as exceções de Lula e Dilma. Geisel retomou, assim, a tradição de Getúlio e JK – não só em economia, mas também nas relações internacionais do Brasil. 

Sobre política econômica e muitos outros aspectos da atuação de Geisel recomendo vivamente ao leitor ou leitora que consulte o livro “Ernesto Geisel”, editado pelo Centro de Pesquisa e Documentação (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas – um trabalho primoroso, baseado em longo depoimento do ex-presidente, tomado em 1993 e 1994, e cuidadosamente revisto por ele. Nessa revisão, Geisel acrescentou, em especial, longo trecho em defesa da intervenção do Estado na economia.

No seu período de governo, destaca-se o II Plano Nacional de Desenvolvimento, baseado na ampliação e diversificação do parque industrial brasileiro, especialmente o setor de bens de capital. O meu primeiro emprego, menciono en passant, foi como estagiário do II PND e dou meu modesto testemunho do dinamismo do Ministério do Planejamento na época, sob comando de João Paulo dos Reis Velloso. 

Era um Brasil que confiava em si mesmo e no seu potencial de desenvolvimento. Havia muitos problemas não resolvidos e que sequer foram realmente enfrentados – em especial a péssima distribuição de renda e riqueza –,  mas a economia crescia rapidamente e gerava empregos. O PIB cresceu 7% ano em média, resultado não igualado nos governos posteriores. O II  PND se baseava no chamado tripé – o Estado, o setor privado nacional e o setor privado estrangeiro. Uma economia mista, portanto, com forte presença das empresas estatais, mas aberta ao capital estrangeiro. Incluía-se, também, um apoio à indústria privada nacional, por meio do BNDE e outros instrumentos. O meu segundo emprego, aliás, foi como estagiário do BNDE e pude ver como o banco com entusiasmo no cumprimento da missão de apoiar o desenvolvimento de setores estratégicos da economia nacional privada. E ressalto: o apoio era a empresas privadas nacionais. Os engenheiros, economistas e advogados sob cuja orientação eu trabalhava resistiam ferozmente a qualquer tentativa de  empresas estrangeiras se travestirem  de nacionais para obter financiamento de longo prazo a taxas favorecidas junto ao BNDE. O argumento, naquele tempo, era o de que filiais e subsidiárias de empresas estrangeiras podiam recorrer ao capital de suas matrizes e tinham acesso mais fácil ao mercado internacional de crédito. Não deviam e nem precisavam, portanto, buscar apoio nos bancos públicos brasileiros.

A essa altura do texto, já se percebe por que economistas nacional-desenvolvimentistas têm razões de sobra para apreciar o que foi feito no período Geisel. Basta comparar com o que aconteceu em governos posteriores em matéria de compromisso com o desenvolvimento, com o último da ditadura militar, o governo Figueiredo, e com o governo Sarney (exceção feita ao breve interregno do ministro da Fazenda Dilson Funaro, do qual também participei, já na condição de economista). Já nem peço  a comparação com os governos antinacionais de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. No Lula II e Dilma I, foi retomada a tradição nacional-desenvolvimentista. E Lula III faz agora nova tentativa, depois do fracasso dos governos imediatamente anteriores. 

A gestação da crise da dívida externa

A bem da verdade, entretanto, é preciso ressaltar que as enormes dificuldades dos governos Figueiredo e Sarney resultaram, em parte, de erros estratégicos cometidos no governo Geisel. Diante do primeiro choque do petróleo em 1973, período em que o Brasil era muito dependente das importações desse produto, Mario Henrique Simonsen, ministro da Fazenda, o já mencionado João Paulo dos Reis Velloso, e Paulo Lira, presidente do Banco Central, resolveram permitir que a perda de termos de troca se refletisse em desequilíbrios perigosos no balanço de pagamentos em conta corrente e um acentuado aumento da dívida externa líquida do país. Os três eram economistas de grande valor, o que não impediu que se dessem conta desses  problemas a tempo. 

Deu-se então  a famosa “reciclagem dos petrodólares”, realizada por bancos comerciais privados americanos, europeus e japoneses. Isso levaria à crise da dívida externa da década de 1980, agravada pela forma como Delfim Neto, no governo Figueiredo, respondeu ao segundo choque do petróleo em 1979 e ao choque de juros promovido pela Reserva Federal dos Estados Unidos a partir de 1980.

Uma questão essencial: o governo Geisel não percebeu a importância de acumular um volume mais expressivo de reservas internacionais como forma de autoproteção. Quando veio o segundo choque do petróleo e a alta das taxas de juro internacionais, houve inesperado aumento das necessidade de financiamento externo da economia brasileira. A liquidez internacional, em especial a  oferta de crédito bancário privado, que muitos supunham infinitamente elástica, secou abruptamente. E o Brasil teve que recorrer ao FMI, perdendo soberania e autonomia de decisão.

Ressalvo que não era tão fácil perceber plenamente esses riscos na época. Ainda me recordo de assistir no Rio de Janeiro, por volta de 1979,  uma interessante palestra do economista John Williamson, que ficou célebre como pai do “Consenso de Washington”. Durante a apresentação e no trabalho escrito que serviu de base a ela, Williamson sustentou que as reservas internacionais do Brasil (cerca de US$ 13 bilhões) estavam altas demais... Na verdade, a  equipe econômica do governo Geisel se deixou seduzir por esse tipo de balela. Quase imediatamente depois das lições ministradas por Williamson, as reservas brasileiras se mostraram dramaticamente insuficientes. O resultado foi o colapso da economia –   “a construção interrompida” a que faria referência Celso Furtado.

Meu encontro com Geisel e algumas comparações com Lula

Mesmo assim, os méritos do governo Geisel na área econômica me parecem inegáveis. O presidente tinha certa sabedoria na condução da política econômica. Tive o privilégio de conhecê-lo por volta de 1979/80. Geisel, já ex-presidente, veio almoçar na casa do meu pai onde ficamos os três conversando. Eu, com 24 ou 25 anos, praticamente não dei um pio, limitando-me a fazer algumas perguntas. Da conversa ficaram duas coisas importantes na minha memória.

Primeira: referindo-se à forma de lidar com o Ministro da Fazenda, Geisel frisou que, em todo governo, todos os ministros querem gastar, e só um, o da Fazenda, quer economizar. E cabe ao Presidente, disse ele, prestigiar esse um – sob pena de colocar o governo a perder. Assim faz o presidente Lula, que sempre apoia o ministro Haddad.

Segundo aspecto da conversa com Geisel, esse não presente no governo atual: é imprescindível, destacou ele, que o Presidente tenha dentro do governo acesso a mais de uma opinião em matéria econômica. Lamentou que o seu sucessor, o general Figueiredo, tenha ficado na mão de um só superministro da economia, Delfim Neto. Geisel lembrou, por contraste, que ele contava com três vozes influentes e independentes entre si: os acima mencionados Simonsen na Fazenda, Velloso no Planejamento, além de Severo Gomes, o Ministro da Indústria e Comércio. Quando havia uma questão econômica importante, ele convocava esses ministros, abria um debate, ouvia os argumentos, as concordâncias e discordâncias – e então tomava ele mesmo as decisões.

Nesse ponto, Lula segue uma abordagem diferente. Só tem Haddad como ministro influente e de confiança para questões econômicas. Talvez ele devesse criar, como sugeriu o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, uma assessoria especial da Presidência, no Palácio do Planalto, semelhante ao Council of Economic Advisors da Presidência dos Estados Unidos. Ela poderia funcionar nos moldes da assessoria especial para assuntos internacionais, comandada pelo ex-ministro Celso Amorim, que conta  com o auxílio de uma equipe de diplomatas e outros assessores.

A dimensão política interna

Volto a Geisel. Ele foi um ditador, um dos cinco presidente do regime estabelecido pelo golpe militar de 1964. E, no entanto, é preciso notar, também, que foi ele o responsável pela “distensão lenta, segura e gradual”, nas suas próprias palavras. Essa “distensão” levaria ao fim da ditadura. Geisel enfrentou, inclusive, resistência feroz à abertura política por parte da “linha dura” das Forças Armadas, como recapitulei no artigo anterior sobre Getúlio Vargas.

Repare, leitor ou leitora, num ponto que me parece crucial, ainda que controvertido: a “distensão” veio, no meu modo de ver, essencialmente de cima para baixo, por iniciativa do presidente Geisel, que teve a percepção de que a ditadura militar não deveria e nem poderia se eternizar. Não veio de baixo para cima, por pressão de setores da sociedade civil. Eu mesmo, como aluno de economia e liderança estudantil, participei dessa pressão de baixo para cima cuja ponta-de-lança era a agitação anti-ditadura em algumas universidades.

Em 1977, esse movimento estudantil, dormente desde 1968, ressurgiu com certa força, sobretudo na USP e na PUC do Rio de Janeiro, onde eu estudava e integrava o grupo de líderes políticos na faculdade. Lembro bem da espionagem espantosamente detalhada do SNI nas nossas reuniões de diretório, da convocação para depoimento de alguns de nós no DOI-CODI (um órgão de repressão), dos helicópteros militares sobrevoando ameaçadoramente o campus da PUC, enquanto uma grande massa de estudantes bradava em coro, em resposta a um de nós que gritava num megafone: “Jornalista Vladimir Herzog” – “Presente!”; “Operário Manoel Fiel Filho” – “Presente!” – em referência que até hoje me emociona a dois “subversivos”, como diziam os militares, que haviam sido assassinados nas dependências do Segundo Exército. Por conta desses assassinatos e outros problemas, aliás, Geisel demitiu em 1976 o general Ednardo D’Ávila, o comandante do Segundo Exército, como lembrei no artigo anterior.  

Mas não me iludo. A pressão dos estudantes e de outros setores não teria sido nem de perto suficiente para levar à democratização. O mérito principal é de Geisel. E não me parece justo, acrescento, atribuir a ele a responsabilidade integral por todas as violências políticas que ocorreram durante o seu governo. Isso não equivaleria, pergunto, atribuir a Lula a responsabilidade por todos os escândalos de corrupção que ocorreram na Petrobrás e outras áreas durante os seus governos?

Também na área política a sabedoria de Geisel parece evidente. No depoimento ao CPDOC, sem que tivesse sido perguntado a respeito, referiu-se a um futuro Presidente da República nos seguintes termos: “Presentemente, o que há de militares no Congresso? Não contemos com Bolsonaro, porque o Bolsonaro é um caso completamente fora do normal, inclusive um mau militar”. E destacou que Bolsonaro, na época deputado federal, era um dos insensatos que queria voltar à ditadura militar.

Nacionalismo e relações internacionais

Na área internacional o governo Geisel também se destacou positivamente, sob a égide do que ele chamou de “pragmatismo responsável”. Com Geisel voltou a política externa independente, uma retomada da tradição de Getúlio e uma antecipação da política que Lula faria de 2003 em diante. 

Alguns exemplos, listados rapidamente para não alongar mais um artigo já extenso demais. 

Embora anticomunista, Geisel reconheceu a China de Mao Tse Tung e abandonou as relações com Taiwan em 1994 – isso anos antes o que os Estados Unidos o fizessem – um “primeiro sinal de que o Brasil teria uma política externa independente”, como notou Celso Amorim em entrevista recente. Geisel reconheceu, além disso, a independência e estabeleceu relações com os regimes marxistas de Angola e Moçambique em 1975. 

E abandonou um acordo militar com os Estados Unidos em 1997, porque o governo Carter passara a condicionar financiamentos à supervisão dos direitos humanos no Brasil. Outro ponto crucial: Geisel não aderiu ao Tratado de Não Proliferação Nuclear, intensamente patrocinado pelos Estados Unidos e pela União Soviética. A adesão só ocorreria durante o governo entreguista de Fernando Henrique Cardoso. 

Ainda mais importante, também na área nuclear: o acordo Brasil/Alemanha Ocidental, realizado no governo Geisel, que resultou no programa nuclear brasileiro e na criação de uma empresa estatal para executá-lo, a Nuclebrás. Meu pai foi o principal negociador desse acordo e o primeiro presidente da Nuclebrás. Esse programa nuclear sofreu, como seria de prever,  forte oposição dos Estados Unidos e dos seus aliados brasileiros, de um lado, e da União Soviética e seus aliados brasileiros, de outro. O governo Geisel  resistiu a essas pressões e tocou o programa nuclear para frente. Ele só viria a ser interrompido no governo Figueiredo como consequência da perda de soberania associada à crise da dívida externa. 

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A questão é polêmica, reconheço, mas concluo com uma pergunta: todas essas considerações econômicas, de política interna e de relações internacionais não seriam suficientes para incluir Geisel no rol dos maiores Presidentes da República da nossa história? 

Uma versão resumida deste texto foi publicada na revista Carta Capital.

Fonte: Brasil 247

Governo avalia medida provisória para combate à grilagem em áreas incendiadas

 

Proposta visa bloquear por dez anos a regularização de terras públicas atingidas por incêndios florestais, coibindo práticas ilegais de apropriação

Incêndio no Pantanal (Foto: Joédson Alves / Agência Brasil)

O governo federal está analisando a criação de uma medida provisória (MP) com o objetivo de barrar a grilagem de terras por meio de queimadas criminosas em áreas da União. A proposta, atualmente em debate no Ministério do Meio Ambiente, impede a regularização fundiária de áreas públicas que foram alvo de incêndios florestais por um período de dez anos, a partir de 2024, destaca a Folha.

De acordo com a pasta, comandada pela ministra Marina Silva, há acusações de que áreas de florestas públicas foram propositalmente incendiadas para facilitar processos de regularização e posterior apropriação privada. A medida provisória prevê o registro obrigatório de dados sobre incêndios no Cadastro Ambiental Rural (CAR), especialmente em propriedades de médio e grande porte, com foco em áreas de floresta ou outras vegetações nativas.

A proposta também exige que os proprietários declarem se o uso do fogo foi autorizado e quais medidas preventivas e de combate aos incêndios foram usadas. Essas mudanças alteram imóveis rurais com áreas superiores a quatro módulos fiscais, que variam de 5 a 110 hectares, dependendo do município.

A MP, caso aprovada pelo presidente Lula (PT), passará a vigorar imediatamente, mas precisará ser ratificada pelo Congresso Nacional para se transformar em lei. Além disso, o Ministério do Meio Ambiente planeja direcionar valores de multas aplicadas pelo Ibama e ICMBio, bem como emendas parlamentares, ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, sem a necessidade de convênios com estados e municípios.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

PF deflagra operação contra incêndios criminosos na região do Pantanal

 

Investigados são suspeitos de atear fogo em área da União para a criação de gado e causar dano de mais de R$ 220 milhões à área explorada

Incêndios no Pantanal já atingem mais de 600 mil hectares em 2024 (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

Nota da Polícia Federal - A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (20/9) a Operação Prometeu para combater os crimes de incêndio, desmatamento, exploração ilegal de terras da União, entre outros, na região de Corumbá/MS.

Policiais federais cumprem sete mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de Corumbá/MS, em conjunto com o Ibama e a IAGRO/MS.

Durante as investigações dos incêndios ocorridos neste ano de 2024, os dados coletados revelaram que a área queimada é alvo reiterado deste tipo de crime ambiental, e posteriormente alvo também de grilagem das áreas com a realização de fraudes junto aos órgãos governamentais.

A ocupação irregular de área, que já totaliza 6.419,72 hectares vem sendo utilizada para exploração econômica por meio da pecuária. Buscas realizadas na região apontam para a existência de pelo menos 2.100 cabeças de gado na área da União, mas estima-se a criação de mais de 7.200 animais em todo período investigado.

Fonte: Brasil 247 com nota da Polícia Federal

Brasil pode economizar R$ 400 milhões com horário de verão, afirma Silveira

 

Ministro de Minas e Energia recebe recomendação do ONS para retomar medida com foco na crise hídrica; decisão deve sair em dez dias

Alexandre Silveira, lançamento da Política Nacional da Transição Energética, 26 de agosto de 2024 (Foto: Tauan Alencar/MME)

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou na última quinta-feira (19) que recebeu uma recomendação formal do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para a retomada do horário de verão, como forma de mitigar o impacto da atual crise hídrica no país. A medida, que já foi avaliada e aprovada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, poderá gerar uma economia estimada em R$ 400 milhões, evitando a necessidade de acionamento de usinas térmicas, que têm custo mais elevado. Segundo reportagem do Valor, a decisão final deve ser tomada dentro de dez dias, após avaliação de outras alternativas de resiliência energética.

Em entrevista coletiva realizada na sede do ONS, no Rio de Janeiro, o ministro destacou que, apesar da recomendação, o governo ainda está em fase de estudo e que "não há risco de crise energética". Ele reforçou que a decisão de implementar ou não o horário de verão está nas mãos do governo federal, mas será fundamentada por análises técnicas do setor elétrico. "A decisão do horário de verão é do governo, mas quem fundamenta é o setor energético", declarou Silveira, ressaltando que ainda precisa dialogar com outros setores envolvidos antes de qualquer anúncio.

O ministro também esclareceu que, mesmo que a medida seja aprovada antes das eleições municipais, o horário de verão não será aplicado antes do segundo turno das eleições. “Ainda não me convenci da necessidade de decretar o horário de verão”, pontuou ele, ao explicar que o cenário energético, apesar da baixa pluviometria, não gera preocupação imediata.

A atual crise hídrica é uma das mais graves em décadas, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). "Hoje temos o menor índice pluviométrico desde que o Cemaden começou a monitorar, há 74 anos", afirmou Silveira. O ministro também aproveitou a oportunidade para criticar a suspensão do horário de verão em 2019, dizendo que a decisão na época não teve base científica adequada, o que agravou a crise energética de 2021.

Fonte: Brasil 247 com informações do Valor

Dino determina que estados da Amazônia expliquem focos de queimadas

 

Os estados deverão enviar ao ministro um diagnóstico sobre os municípios envolvidos

Ministro Flávio Dino durante a sessão da Primeira Turma do STF (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)

Por André Richter – Repórter da Agência Brasil – O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (19) que seis estados da Amazônia expliquem as razões para concentração de 85% dos focos de queimadas em apenas 20 municípios da região. A manifestação deverá ser enviada no prazo de 30 dias. 

A decisão do ministro foi tomada após a realização da segunda audiência de conciliação entre representantes dos estados, do governo federal e o Judiciário no processo que trata de medidas de enfrentamento às queimadas na Amazônia e no Pantanal.

Os estados deverão enviar ao ministro um diagnóstico sobre os municípios envolvidos. O número de focos de calor foi apurado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU) durante a primeira audiência, realizada na semana passada.

Conforme os dados, as queimadas estão concentradas no munícipios de Apuí (AM), Lábrea (AM), Novo Aripuanã (AM), Manicoré (AM), Humaitá (AM), Boca do Acre (AM), São Félix do Xingu (PA), Novo Progresso (PA), Altamira (PA), Itaituba (PA), Jacareacanga (PA), Ourilândia do Norte (PA), Porto Velho (RO), Candeias do Jamari (RO), Nova Mamoré (RO), Colniza (MT), Nova Maringá (MT), Aripuanã (MT), Feijó (AC), Caracaraí (RR), além da Ilha do Bananal (TO).

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Moraes diz que X só existirá no Brasil se tiver representante legal

 

Ministro do STF aplica multa milionária à empresa de Elon Musk e exige cumprimento das determinações judiciais

Alexandre de Moraes (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou a interlocutores próximos que a plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter), controlada por Elon Musk, só será reconhecida formalmente no Brasil se constituir um representante legal no país. A declaração veio em meio a uma disputa judicial, após uma suposta manobra da empresa que permitiu o acesso à rede social no Brasil na quarta-feira (18), desrespeitando a ordem de bloqueio imposta pela Corte.

Em decisão publicada na quinta-feira (19), Moraes aplicou uma multa de R$ 5 milhões por dia à plataforma X e à Starlink, também de propriedade de Musk, por descumprimento das determinações judiciais. Além disso, o ministro ordenou que a Polícia Federal monitore o "uso extremado" da plataforma por brasileiros desde que ela foi bloqueada, em 30 de agosto.

De acordo com informações da Folha de S.Paulo, Moraes teria comentado com interlocutores que, sem um representante legal no Brasil, o X "não existe juridicamente no país". A petição enviada pelos advogados da empresa, indicando que o nome de um representante seria apresentado em até 30 dias, foi considerada insuficiente pelo ministro. Para Moraes, apenas o cumprimento efetivo da multa imposta e a indicação formal de um procurador no Brasil podem reverter sua desconfiança em relação às intenções da empresa.

O escritório Pinheiro Neto Advogados, que voltou a representar o X após ter sido dispensado, recebeu 24 horas para comprovar a regularidade da representação da plataforma na Junta Comercial, sob pena de a empresa continuar enfrentando sanções legais. Moraes deixou claro que não reconhecerá a atuação do escritório enquanto essa questão não for resolvida.

Fonte: Brasil 247

Brasil manterá laços com a Venezuela, mas Lula não deve ir à posse de Maduro, aponta Celso Amorim

 

Assessor especial da presidência para temas internacionais ainda vê a situação venezuelana como delicada

O assessor especial de Lula, Celso Amorim - 5/12/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Em entrevista concedida ao Valor Econômico, Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República e principal articulador do governo brasileiro junto ao regime chavista da Venezuela, declarou que o Brasil não pretende romper laços com o governo de Nicolás Maduro, apesar dos impasses no processo eleitoral do país vizinho. "O Brasil não vai romper relações com a Venezuela. Relações são com o Estado", afirmou Amorim. A declaração vem em um momento em que os esforços brasileiros por um processo eleitoral transparente na Venezuela parecem ter fracassado, culminando com o reconhecimento da vitória de Maduro pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) sem a comprovação das atas eleitorais.

Amorim evitou classificar a situação venezuelana como uma ditadura, preferindo adotar uma postura cautelosa: “Eu prefiro não fazer adjetivos”, disse o assessor. No entanto, ele foi enfático ao declarar que, neste momento, não vê a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparecer à cerimônia de posse de Maduro, marcada para janeiro. “Hoje, eu não vejo o Lula indo à posse de Maduro”, afirmou.

A entrevista também abordou temas como as relações do Brasil com os Estados Unidos e a China, além de questões globais como as queimadas na Amazônia, a guerra na Ucrânia e o conflito no Oriente Médio. Amorim destacou a importância da multipolaridade nas relações internacionais e afirmou que o Brasil buscará uma postura equilibrada entre as grandes potências, reforçando a parceria estratégica com a China, mas sem negligenciar os EUA.

Sobre as eleições americanas, Amorim revelou que o governo brasileiro tem maior afinidade com os democratas, representados pela atual vice-presidente Kamala Harris, mas espera um pragmatismo do lado republicano caso Donald Trump seja eleito. “A identidade [do governo Lula], em matéria de política econômica e de política social, é com os democratas. Agora, em termos internacionais, obviamente EUA e Brasil têm que ter uma boa relação”, pontuou.

A questão climática também foi um dos pontos centrais da entrevista, com Amorim adiantando que o discurso de Lula na próxima Assembleia-Geral da ONU, marcada para terça-feira, deverá ter forte ênfase na agenda ambiental. "Certamente será um tema muito importante, talvez o principal, individualmente", disse, fazendo referência às queimadas que atingem o Brasil neste momento.

Amorim demonstrou ainda preocupação com o avanço do conflito entre Israel e o Hezbollah no Líbano, destacando que, embora condene as ações do Hamas, vê com apreensão a escalada militar na região. Em relação à guerra na Ucrânia, afirmou que o Brasil segue defendendo a paz, mas com uma abordagem que inclui diálogo com a Rússia. "Nós temos interesse na paz. Ao contrário do que a mídia diz, de que o presidente Lula queria ser o mediador, eu nunca vi isso", afirmou Amorim, reforçando que o Brasil nunca buscou mediar diretamente o conflito, mas sim colaborar com iniciativas internacionais pela paz.

Com essas declarações, Celso Amorim reflete o complexo tabuleiro geopolítico em que o Brasil está inserido, equilibrando seus interesses diplomáticos e comerciais em um cenário de tensões globais crescentes. A incerteza sobre a posse de Maduro é apenas uma das muitas questões que o governo Lula deverá enfrentar nos próximos meses, mantendo o compromisso de uma política externa pautada pela soberania e a multipolaridade.

Fonte: Brasil 247 com informações do Valor Econômico

Quem é a ex-prefeita de cidade de Santa Catarina que furtou bolsa em hotel de luxo no Ceará

 

A vítima havia deixado a bolsa pendurada na cadeira ao sair da mesa minutos antes

(Foto: Reprodução)

A ex-prefeita de Catanduvas, Santa Catarina, Gisa Aparecida Giacomin, de 62 anos, foi flagrada por câmeras de segurança furtando uma bolsa durante o café da manhã em um hotel de Fortaleza, Ceará, no dia 12 de setembro. O caso foi registrado na Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur) pela vítima, uma fotógrafa cearense que reside nos Estados Unidos e estava de férias na cidade. Uma câmera de monitoramento flagrou a ação.

No vídeo, Gisa aparece chegando ao local por volta das 9h30, acompanhada de um homem. A vítima havia deixado a bolsa pendurada na cadeira ao sair da mesa minutos antes. A ex-prefeita senta-se na cadeira onde a bolsa estava, examina o conteúdo do objeto e, em seguida, sai do local com o item furtado.

A fotógrafa retornou ao café da manhã para buscar a bolsa que havia esquecido, mas ao perceber que ela não estava mais no local, procurou as autoridades e fez a denúncia.

A ex-prefeita foi identificada e localizada por agentes da Delegacia de Proteção ao Turista do Ceará. Além disso, ela foi indiciada e obrigada a devolver os pertences à vítima.

Fonte: Brasil 247

Lula se reúne com alto escalão do governo no Alvorada

 

Além de Alckmin e dos ministros Haddad, Mauro Vieira e Rui Costa, reunião contará também com Mercadante, Celso Amorim e Dilma, por videoconferência

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Lula (PT) comanda nesta sexta-feira (20) uma reunião de alto nível no Palácio da Alvorada, em Brasília, para discutir temas estratégicos para o país, segundo o jornal O Globo. O encontro conta com a participação de figuras centrais do governo, como o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Rui Costa (Casa Civil).

Além deles, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e o assessor especial Celso Amorim também participam. A ex-presidente Dilma Rousseff, atualmente à frente do Banco dos BRICS, participa da reunião por videoconferência diretamente de Xangai, na China, onde fica a sede da instituição financeira multilateral.

A reunião no Alvorada ocorre em um momento em que o governo brasileiro busca fortalecer laços com os BRICS e outras economias emergentes, além de repensar estratégias para a industrialização e o desenvolvimento econômico do país. As questões ligadas à moeda internacional e ao impacto do dólar no cenário global são temas caros ao governo, especialmente no contexto das negociações e discussões que ocorreram no âmbito do BRICS e do G20.

A presença de Dilma Rousseff, mesmo que à distância, traz um simbolismo forte para o governo Lula, que busca consolidar uma agenda econômica internacional mais independente, com foco no fortalecimento de alianças estratégicas e alternativas ao sistema financeiro global dominado pelo dólar. A atuação de Dilma à frente do Banco dos BRICS também tem sido vista como um fator importante na tentativa de reequilibrar o jogo econômico mundial em favor das economias emergentes.

O encontro é mais um movimento dentro de uma série de articulações que Lula tem feito desde sua reeleição, buscando equilibrar a política doméstica com uma estratégia internacional que fortaleça o papel do Brasil no cenário global. O envolvimento de Dilma Rousseff na condução de discussões sobre o dólar e o papel dos BRICS na economia mundial sinaliza a disposição do governo em repensar algumas estruturas tradicionais e abrir espaço para novas dinâmicas econômicas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo


Flamengo joga mal e perde para o Peñarol no Maracanã

 

Rubro-Negro sai atrás em disputa por vaga na semi da Libertadores

Com uma atuação marcada pela pouca criatividade e pela baixa produtividade ofensiva, o Flamengo foi superado pelo Peñarol (Uruguai) pelo placar de 1 a 0, na noite desta quinta-feira (19) no estádio do Maracanã, em jogo válido pela ida das quartas de final da Copa Libertadores da América.

Após este revés em casa, o Rubro-Negro da Gávea precisa vencer os uruguaios na próxima quinta-feira (26) no estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu. Para avançar ao final do tempo regulamentar, a equipe comandada pelo técnico Tite terá de triunfar por dois ou mais gols de diferença. Um triunfo pelo placar simples leva para as penalidades máximas. Em caso de empate a classificação fica com o Peñarol.

Mesmo empurrado por mais de 64 mil torcedores, o Flamengo não conseguiu se impor a um adversário que tinha uma proposta clara: recuar as linhas permitindo que o Rubro-Negro tivesse mais posse de bola e atacar apenas em saídas rápidas de contra-ataque.

E foi desta forma que a equipe comandada pelo técnico uruguaio Diego Aguirre conseguiu chegar ao gol da vitória logo aos 12 minutos do primeiro tempo: Leo Fernández aproveitou erro de passe de Pulgar para dominar e lançar Báez, que cruzou para Maxi Silveira, que, de primeira, deixou Cabrera livre para finalizar.

A partir daí o Flamengo até tentou igualar o marcador, mas esbarrou na pequena criatividade dos seus meio-campistas e na falta de mira de seus homens de frente.

Edição: Fábio Lisboa

Fonte: Agência Brasil

MPT já registra mais de 300 denúncias de assédio eleitoral

 

Número é quatro vezes superior ao do primeiro turno de 2022

A campanha eleitoral para prefeitos e vereadores registra até esta quinta-feira (19) 319 denúncias de assédio eleitoral. O número supera em mais de quatro vezes o total de 2022, quando 68 acusações foram registradas no primeiro turno das eleições.

Os dados são do Ministério Público do Trabalho (MPT). Das mais de 300 denúncias, 265 são individuais, isto é, não houve repetição da queixa.

Apesar do número de casos superior no primeiro turno, o procurador-geral do Trabalho, José de Lima Ramos Pereira, não acredita que as atuais eleições municipais venham superar o total das eleições gerais de 2022, que após o segundo turno totalizou 3.606 denúncias.

“Temos o primeiro turno com mais denúncias, mas não acredito que o segundo turno terá a mesma velocidade que teve no segundo turno da eleição anterior. Não há o ambiente daquele momento, a polarização não vai aumentar”, avalia o procurador.

Para ele, o que chamava atenção nas eleições de 2022 era o volume de casos e a forma explícita e documentada de assédios. “Tinha vídeos que eu assistia e dizia ‘não acredito que uma pessoa fez isso’. É caso de estudo”, opina Ramos Pereira.

O assédio eleitoral se caracteriza como a prática de coação, intimidação, ameaça, humilhação ou constrangimento associados a um pleito eleitoral, com o objetivo de influenciar ou manipular o voto, apoio, orientação ou manifestação política de trabalhadores no local de trabalho ou em situações relacionadas ao trabalho.

Ocorrências 

Diferentes tipos de assédio foram listados pelo MPT. Há ocorrências em todos os estados, com exceção do Amapá. Os estados da Bahia, São Paulo, Paraíba, Goiás e Minas Gerais  lideram a lista de denúncias de assédio, com respectivamente 45, 40, 22, 20 e 19 casos.

Para o procurador, os números demonstram que nessas regiões as paixões políticas são mais fortes e as disputas podem estar mais apertadas. “O assédio acontece muito em razão da vulnerabilidade social”, acrescenta. 

O MPT repassou à Agência Brasil a descrição de alguns episódios de assédio eleitoral. Por exemplo, há o caso do dono de uma fábrica de vestimenta masculina no município de Jardim de Piranhas, no interior do Rio Grande do Norte, que pediu aos empregados para gravarem vídeo afirmando que iriam votar em determinados candidatos a prefeito e a vereador.

A mais de três mil quilômetros do Rio Grande do Norte, em Indianópolis, no noroeste paranaense, o assédio partiu do próprio prefeito, que ameaçou encerrar contratos de funcionários e de empresários fornecedores do município que não colocassem em seus carros adesivos de sua candidatura.

Em Pedro Leopoldo, a 40 quilômetros de Belo Horizonte (MG), o MPT constatou outro tipo de assédio: um dos sócios de uma empresa que oferece serviços de purificação e regeneração de óleos lubrificantes levou ao ambiente de trabalho, no horário do expediente, um candidato a prefeito para apresentar suas propostas e gravar peça de campanha eleitoral.

Apesar do crime eleitoral estar documentado, a empresa se negou a assinar o termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público. Em razão disso, o MPT ajuizou a denúncia na Justiça do Trabalho, que determinou que a empresa cumprisse as obrigações de “abster-se de promover, nas dependências da empresa e no horário de expediente, qualquer evento político-partidário e eleitoral, sob pena de multa de R$ 20 mil por evento ou violação, acrescidos de R$ 1 mil para cada trabalhador que participar”, descreve nota do MPT.

Legislação 

Conforme a lei, qualquer pessoa acusada de assédio eleitoral no ambiente de trabalho pode ser convocada pelo MPT para apresentar explicações e, havendo procedência, assinar um TAC. Esse termo vai prever um dano social coletivo para ser pago à sociedade, além dos danos morais individuais a serem pagos para os trabalhadores assediados.

O assediador também deverá fazer retratação pelo mesmo meio que assediou empregados, funcionários ou prestadores de serviço. Se a empresa receber algum financiamento público, poderá ter o crédito cancelado.

Além do MPT, o Ministério Público Eleitoral faz a apuração criminal. Nesses casos, a prisão costuma ocorrer quando o acusado descumpre liminar ou sentença judicial.

As denúncias podem ser feitas pelo site do Ministério Público do Trabalho.

Brasília (DF), 13.09.2024 - Arte para a matéria sobre Lista de casos de assédio eleitoral, segundo unidade da Federação. Crédito: Arte/MPT
Lista de casos de assédio eleitoral, por Arte/MPT

Edição: Sabrina Craide

Fonte: Agência Brasil


Vacinas: combate às fake news deve focar em quem tem dúvidas, diz Opas

 

Brasil tem elevado coberturas vacinais como nenhum outro país

O combate às fake news envolvendo vacinação, sobretudo nas redes sociais, deve ter como foco quem tem dúvidas sobre a eficácia e a segurança das doses e não quem espalha boatos e notícias falsas. É o que defende a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross. 

“Temos que trabalhar muito, e temos que trabalhar juntos, contra essas pessoas [que espalham fake news], sabendo que não vão mudar. Mas há um outro grupo de pessoas. E são pessoas com quem ainda podemos falar porque têm dúvidas”, disse Socorro, ao participar da 26ª Jornada Nacional de Imunizações, no Recife. 

“Somos mais os que acreditam que as vacinas dão certo. Alguns dizem que vacinas não são boas. Estes são poucos, mas eles falam muito. E isso chega pelas redes sociais”, destacou Socorro. “Por isso, temos que falar com as pessoas que ainda podemos mudar porque têm dúvidas. Elas precisam de informação que dá certo.”

Para a representante da Opas no Brasil, o país vive o que chamou de “momento de virada” no que diz respeito à vacinação. “Já se mostrou, ao mundo todo, que é possível, quando se tem decisão política e coordenação. Que dá certo”, disse, ao destacar que o Brasil, recentemente, deixou de integrar a lista dos 20 países com mais crianças não vacinadas. 

“O Brasil tem elevado suas coberturas vacinais como nenhum outro país tem feito e mostra, novamente, a força proveniente da união, em meio a adversidades, de instituições que se juntam para cuidar de todos”, concluiu, destacando que a Opas segue como parceira do governo e de instituições brasileiras nesse processo.

*A repórter viajou a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)

Edição: Nádia Franco

Fonte: Agência Brasil