sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Monitoramento mostra que 99% dos incêndios são por ação humana

 

Pesquisadora alerta para situação crítica em três biomas

Apenas uma parte ínfima dos incêndios florestais que se proliferam pelo país é iniciada por causas naturais. A constatação é da doutora em geociências Renata Libonati, coordenadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

“De todos os incêndios que acontecem no Brasil, cerca de 1% é originado por raio. Todos os outros 99% são de ação humana”, afirma.

A pesquisadora é responsável pelo sistema Alarmes, um monitoramento diário por meio de imagens de satélite e emissão de alertas sobre presença de fogo na vegetação. Ao relacionar os dados com a proibição vigente de colocar fogo em vegetação, ela afirma que “todos esses incêndios, mesmo que não tenham sido intencionais, são de alguma forma criminosos”, disse em entrevista à Agência Brasil

Com base em dados que ficam disponíveis a cada 24h, a professora constata que “a situação é muito crítica” nos três biomas analisados, sendo a pior já registrada na Amazônia. Em relação ao Cerrado e o Pantanal, ela ressalta que a presença das chamas está “muito próxima do máximo histórico”.

Renata Libonati associa o fogo que consome vegetação em diversas regiões brasileiras a atividades econômicas. “A ocorrência dos incêndios no Brasil está intimamente relacionada ao uso da terra”.

Com o olhar de quem acompanha cada vez mais eventos climáticos extremos, a pesquisadora percebe um ultimato: “Nosso estilo de vida atual é incompatível com o bem-estar da nossa sociedade no futuro”.

Acompanhe os principais trechos da entrevista:

Agência Brasil: A partir do monitoramento realizado pelo sistema Alarmes, é possível traçar um retrato de como está a situação no país? 
Renata Libonati: O sistema Alarmes monitora atualmente os três principais biomas do Brasil: Amazônia, Cerrado e o Pantanal. Principais no sentido dos que mais queimam. No Pantanal, do início do ano até 18 de setembro, já teve cerca de 12,8% da sua área queimada. Fazendo um comparativo com 2020, o pior ano já registrado, 2020 queimou no ano todo cerca de 30% do bioma.

A média anual que o Pantanal queima é em torno de 8%. Então, 2020 foi muito acima e 2024 também ultrapassou a média de porcentagem diária atingida. Isso representa cerca de 1,9 milhão de hectares queimados em 2024 [para efeito de comparação, o estado do Sergipe tem quase 2,2 milhão de hectares]. Esse acumulado está abaixo do que queimou em 2020 no mesmo período, mas até o início de setembro, o acumulado era maior que o mesmo período de 2020.    

A Amazônia já teve cerca de 10 milhões de hectares queimados [o que equivale a mais que o estado de Santa Catarina]. Como a Amazônia é muito grande, isso representa em torno de 2,5% da sua área queimada. A situação é muito crítica. Esse é o pior ano já registrado desde que a gente tem medição aqui no nosso sistema, em 2012.

O Cerrado já queimou cerca de 11 milhões de hectares, o que corresponde a quase 6% da sua área. Esse valor está ligeiramente abaixo do ano que mais queimou, que foi em 2012.

De uma forma geral, a situação é muito crítica nos três biomas. A Amazônia no máximo histórico; e nos outros biomas, muito próxima do máximo histórico.

Agência Brasil: Com os dados coletados, notam-se indícios de ações criminosas e/ou coordenadas?
Renata Libonati: O monitoramento por satélite não permite fazer distinção de que tipo de ignição originou determinado incêndio. O que posso dizer é que existem duas formas de iniciarmos um incêndio. A primeira é a forma humana, seja intencional ou criminosa. A segunda é a causa natural, que seriam os raios.

Percebemos um padrão que, de todos os incêndios que acontecem no Brasil, cerca de 1% é originado por raio. Todos os outros 99% são originados de ação humana. Desde maio até agora, não teve nenhuma ocorrência no Pantanal de incêndio começado por raio. Isso monitorado por satélite e com dados de descargas atmosféricas.

Isso nos indica que é fogo humano. Sabendo que existe decreto que tem proibido o uso do fogo em todas essas regiões devido à crise climática que a gente está vivendo esse ano, todos esses incêndios, mesmo que não tenham sido intencionais, são de alguma forma criminosos. Exceto quando é acidental.

Agência Brasil: São ligações com atividades econômicas, mais notadamente a agropecuária?
Renata Libonati: Existem vários fatores que estão relacionados a esses inícios de incêndio. Por exemplo, o desmatamento, um fator que fica muito ligado ao início de incêndio, porque, em geral, utiliza-se o fogo em algumas situações de desmatamento.

A ocorrência dos incêndios no Brasil está intimamente relacionada ao uso da terra, às atividades econômicas, principalmente, ligadas ao desmatamento para abrir áreas de pastagem e agricultura e, quando já está consolidado, muitas vezes se utiliza o fogo por várias razões, e isso causa os grandes incêndios que estamos observando.

Agência Brasil: O fogo, que já foi um grande aliado da humanidade, está cada vez mais se tornando um inimigo? 
Renata Libonati: É muito importante não esquecer que o fogo nem sempre é ruim. Regiões como o Cerrado e parte do Pantanal, que são constituídas basicamente de regiões savânicas, são o que chamamos de dependentes do fogo. Precisam da ocorrência anual do fogo para manter a sua biodiversidade e padrão ecossistêmico. O que ocorre é justamente isso que você comentou, a ação humana alterou completamente o regime de fogo natural dessas regiões para um regime atual que é muito mais agressivo, no sentido que os incêndios são mais intensos, mais extensos e mais duradouros. Isso tem um efeito muito ruim mesmo em regiões que são dependentes do fogo.

É diferente da Amazônia e de qualquer floresta tropical, que a gente chama de ecossistemas sensíveis ao fogo. Quando ocorre, é altamente prejudicial. É sempre bom fazer essa distinção entre o Cerrado, Pantanal e Amazônia, porque as relações que cada ecossistema tem com o fogo são diferentes, e o uso do fogo precisa ou não ser tratado de forma diferente de acordo com o ecossistema.

Rio de Janeiro (RJ), 19/07/2024 – Sistema de alarme de queimadas. Foto: Lasa/Reprodução
Rio de Janeiro (RJ), 19/07/2024 – Sistema de alarme de queimadas. Foto: Lasa/Reprodução - Lasa/Reprodução

Agência Brasil: Como o sistema Alarmes faz o monitoramento?
Renata Libonati: O sistema Alarmes foi lançado em 2020. Até aquela época, o monitoramento de área queimada por satélite era feito com atraso que podia chegar a três meses para a gente ter estimativas de quanto e de onde queimou. O sistema Alarmes veio para trazer uma informação que era muito requerida pelos órgãos de combate e prevenção, que era informação da área queimada de alguma forma rápida, em tempo quase real, para fazer as ações de planejamento do combate.

Nós utilizamos imagens de satélite da Nasa [agência espacial americana], aprendizado de máquina profundo [um método de inteligência artificial] e informações de focos de calor. Isso nos permitiu criar esses alertas rápidos. Enquanto antes nós precisávamos esperar de um a três meses para ter essas localizações do que queimou, nós temos essa informação no dia seguinte que queimou. Ele é atualizado diariamente com novas informações e vem sendo aprimorado através da colaboração com entidades públicas, privadas e até da sociedade. Nos ajudam a validar os nossos alertas e a qualidade dos nossos dados, por exemplo, através do sistema Fogoteca.

Brigadistas que estão combatendo tiram fotografias georreferenciadas e inserem isso no sistema como uma forma de saber que os nossos alertas estão corretos no tempo e no espaço. A Fogoteca vem crescendo desde então, nos auxiliando a melhorar essas estimativas com informação de campo, que é muito importante para validar e verificar a acurácia do monitoramento que fazemos por satélite.

Agência Brasil: Houve uma atualização esta semana no Alarmes, para aumentar a precisão.
Renata Libonati: Essa diferença de dar a área queimada com atraso de três meses ou de um dia vai fazer com que você tenha uma melhor precisão quando tem mais tempo para trabalhar aquelas imagens do que quando você tem que fazer uma coisa muito rápida, quando perde um pouco a precisão. É aquele cobertor curto, quando eu tenho um processamento rápido, eu perco qualidade, mas ganho agilidade. Quando eu tenho um processamento lento, eu perco em agilidade, mas ganho em qualidade.

Os nossos alertas, por terem essa capacidade de identificar rapidamente o que que aconteceu, têm uma qualidade mais restrita que um dado mais lento. O que fizemos para atualizar isso foi juntar os dados mais lentos com os mais rápidos, de forma a diminuir essas imprecisões: efeitos de borda e omissões em casos específicos

Agência Brasil: O sistema Alarmes é uma ferramenta. Para conter a proliferação de incêndios no país são necessárias ações da sociedade e governos. Como especialista no assunto, sugere caminhos? 
Renata Libonati: A gestão do incêndio não passa apenas pelo combate. Muito pelo contrário, o pilar precisa ser a prevenção. Passa, por exemplo, por uma gestão da vegetação antes da época de fogo, fazer aceiros [terreno sem vegetação que serve como barreira para impedir a propagação do fogo], diminuir material combustível seco, muitas vezes através de queimas prescritas, quando se usa o que chamamos de "fogo frio", antes da época de fogo, quando a área ainda está úmida. Fragmentar a paisagem para quando chegar a época de fogo, ele não ter para onde ir porque você já tirou aquela biomassa dali, contendo o incêndio.

Essas técnicas de prevenção também englobam maior conscientização e educação ambiental sobre o uso do fogo. Maior fiscalização. Ações que precisam ser feitas de forma continuada ao longo de vários anos.

Diante das condições climáticas que estamos vivenciando nas últimas décadas e, principalmente, nos últimos anos, observamos que esses eventos extremos, como grandes secas e ondas de calor estão cada vez mais frequentes, duradouros e persistentes e essas são as condições que levam a grandes incêndios. Então qualquer ignição vai se propagar de uma forma muito rápida, muito intensa, e o combate é muito difícil.

Mesmo que tenhamos um empenho muito grande, como está acontecendo este ano por parte dos governos federal e estaduais empenhados no combate, mesmo assim essas condições climáticas são muito desfavoráveis ao combate. É muito difícil combater, por isso que é preciso sempre priorizar a prevenção. O Brasil deu um primeiro passo para isso, que foi a lei do Manejo Integrado do Fogo, aprovada o final de julho, sancionada pelo presidente da República.

Essa lei vai permitir uma mudança de paradigma na forma em que o Brasil realiza a sua gestão de incêndios, permitindo um pilar muito forte na prevenção do que propriamente no combate. Já demos um primeiro passo.

Agência Brasil: Pode se dizer que mudanças climáticas são uma ameaça não para o planeta, e, sim, para a vida humana? 
Renata Libonati: O que estamos vivenciando hoje é um resultado do que a humanidade vem fazendo ao longo de várias décadas. Realmente é preciso fazer uma mudança na forma que a gente utiliza o planeta porque o nosso estilo de vida atual é incompatível com o bem-estar da nossa sociedade no futuro.

Se continuarmos a emitir gases do efeito estufa na mesma faixa que estamos hoje, vamos ter, os modelos climáticos indicam, nos 2050 até 2100, ocorrências muito mais frequentes de ondas de calor, de secas, enchentes como a que a gente viu no Rio Grande do Sul. Isso vai impactar diretamente a vida humana. É importante chamar atenção que sempre as pessoas que vivem em maior vulnerabilidade são aquelas que vão ser as mais impactadas.

Agência Brasil: Voltando ao sistema Alarmes, é uma mostra de que a academia está centrada para as necessidades atuais da sociedade?
Renata Libonati: Essa ideia de que a universidade vive fechada nas suas quatro paredes já não procede. As universidades públicas, há algumas décadas, mudaram a forma de fazer ciência, passando por uma ciência que visa auxiliar na solução dos problemas que a nossa sociedade tem hoje. O Alarmes é, de fato, um bom exemplo de que todo o conhecimento gerado na academia pode ser utilizado na forma de trazer um benefício para a solução desses problemas. No caso, a gestão dos incêndios, que vai levar também a uma melhoria da qualidade do ar.

No caso do Alarmes, o desenvolvimento foi possível por conta de uma aproximação do Prevfogo [Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais] do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], que financiou um edital no CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]. Foi um edital inédito e eles trouxeram os principais problemas que eles tinham. Um desses problemas era o monitoramento mais rápido da área queimada. Então é muito importante que haja investimentos públicos na universidade para que a gente possa ter condições de desenvolver e melhorar cada vez mais a inovação que podemos ter.

Nós tivemos também muitos investimentos de ONGs [organizações não governamentais], como Greenpeace, Wetlands Internacional, WWF, CEPF, Terra Brasilis. Uma série de ONGs preocupadas com a questão ambiental e que fomentaram algumas melhorias no sistema.

Edição: Sabrina Craide

Fonte: Agência Brasil

STF tem 5 votos pela recusa à transfusão por testemunhas de Jeová

 

Faltam seis votos; julgamento será retomado na quarta-feira (25)

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta quinta-feira (19) o julgamento que vai decidir se o grupo religioso de testemunhas de Jeová pode recusar transfusão de sangue em tratamentos realizados pelo Sistema Único da Saúde (SUS). A Corte também decidirá se o Estado deve custear tratamento alternativo que não utilize a transfusão. Por razões religiosas, as testemunhas não realizam o procedimento.

Os ministros iniciaram a votação de recursos protocolados na Corte que motivam o julgamento da questão. O primeiro envolve o caso de uma mulher que se recusou a conceder autorização para transfusão de sangue durante cirurgia cardíaca na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Diante da negativa, o hospital não realizou o procedimento.

No segundo caso, um homem, que também faz parte do grupo religioso, pediu que a Justiça determine ao SUS o custeio de uma cirurgia ortopédica que não realiza a transfusão, além do pagamento dos gastos com o tratamento.

Até o momento, o placar da votação está 5 a 0 a favor da tese defendida pelos religiosos. Faltam seis votos.

Para o ministro Luís Roberto Barroso, relator de uma das ações, o direito de recusa à transfusão e ao tratamento alternativo no SUS está fundamentado nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e de liberdade religiosa.

"Pacientes testemunhas de Jeová fazem jus aos tratamentos alternativos já disponíveis no SUS, ainda que não estejam disponíveis em seu domicílio", afirmou.

O ministro Flávio Dino também votou para validar o direito de recusa à transfusão e defendeu a laicidade do Estado.

"A laicidade não é contra Deus. Isso é um princípio, um postulado que preside esse julgamento. Entre os retrocessos civilizacionais, está a tentativa de imposição de visões teocráticas por intermédio das instituições jurídicas e do discurso político. A laicidade protege a liberdade religiosa. Só é possível existir religião com Estado laico", disse.

Os ministros André Mendonça, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes também seguiram o voto de Barroso. O julgamento será retomado na quarta-feira (25).

Edição: Juliana Andrade

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

VÍDEO – Discussão entre ministros acaba em abandono de sessão do STJ

Ministros Regina Helena Costa e Gurgel de Faria integram a Primeira Turma do STJ. Foto: STJ

 Na última terça-feira (17), o ministro Gurgel de Faria, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), abandonou a sessão de julgamento da Primeira Turma do tribunal, especializada em direito público, após um desentendimento com a ministra Regina Helena Costa. O incidente ocorreu quando a ministra, única mulher da Turma, foi interrompida diversas vezes por Gurgel enquanto tentava ler seu voto sobre um recurso sob sua relatoria.

O ministro Gurgel pediu que Regina deixasse a leitura para outro momento, argumentando que o presidente da Turma, Paulo Sérgio Domingues, havia pedido vista, o que adiaria a votação.

Segundo ele, o posicionamento da ministra já era de conhecimento do colegiado. No entanto, Regina Helena insistiu em ler seu voto publicamente, ressaltando a importância de apresentar o conteúdo ao público, uma vez que a sessão estava sendo transmitida ao vivo. “Gostaria de ler meu voto, porque não vou ler meu voto quando vier o voto vista”, declarou.

Em resposta, Gurgel questionou: “Mas que público, ministra Regina?” e, diante do silêncio dos demais colegas, pediu licença ao presidente da sessão e se retirou do plenário. Após o episódio, o ministro divulgou uma nota pública reconhecendo que agiu de maneira inadequada, lamentou o ocorrido e afirmou ter se desculpado com a colega logo após a sessão.

Fonte: DCM

Sem parafusar cadeiras, SBT terá seguranças em debate entre candidatos de São Paulo

 

Datena batendo com uma cadeira em Pablo Marçal. Foto: Divulgação

O SBT já está com tudo pronto para o debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, que acontecerá nesta sexta-feira (20), em parceria com o portal Terra e a rádio Nova Brasil. Apesar do incidente recente em outro debate, em que Datena desferiu uma “cadeirada” em Pablo Marçal, o SBT decidiu manter os bancos soltos no palco, ao contrário da RedeTV!, que parafusou as cadeiras no evento anterior.

O debate, que será mediado pelo jornalista César Filho, contará com a participação de Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB). O formato será dividido em três blocos, com uma duração total de 1h45.

O debate segue as regras da legislação eleitoral, convidando obrigatoriamente candidatos que tenham representatividade de ao menos cinco cadeiras no Congresso Nacional, conforme tabela divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, candidatos com relevância jornalística também foram incluídos no evento.

César Filho ficará posicionado entre os seis púlpitos, com José Luiz Datena e Pablo Marçal lado a lado, revivendo a tensão do polêmico episódio da “cadeirada”. O evento será transmitido ao vivo a partir das 11h15, simultaneamente nos três meios de comunicação.

Fonte: DCM

Tales Ab'Sáber: “Rede social é uma indústria cultural de propaganda fascista”

 

O professor Tales Ab'Sáber expôs a construção histórica que permitiu a ascensão de figuras como Jair Bolsonaro e Pablo Marçal e a degradação da política

(Foto: Divulgação)

Em entrevista ao programa Brasil Agora, da TV 247, Tales Ab'Sáber, professor do Departamento de Filosofia da Unifesp e autor de O Soldado Antropofágico: Escravidão e Não-Pensamento no Brasil, fez uma profunda análise sobre o cenário político brasileiro dos últimos anos. Com uma visão crítica, Ab'Sáber expôs a construção histórica que permitiu a ascensão de figuras como Jair Bolsonaro e os desdobramentos que levaram ao atual estado de degradação política com Pablo Marçal e outros personagens.

Ab'Sáberafirma que "ainda não foi feita com cuidado uma historiografia consequente do que aconteceu no Brasil nos últimos dez anos". Para ele, o processo que permitiu que "um delinquente desqualificado" ocupasse o espaço da política no Brasil tem raízes profundas, e não é algo recente. Ele remonta a um "complexo processo que tem origem na quebra do circuito institucional" que ocorreu entre 2014 e 2016. Durante esse período, tanto o lavajatismo quanto o antipetismo ganharam força e se articularam em duas frentes: uma institucional e outra popular.

O professor descreve como a grande mídia e a indústria cultural de informação apoiaram e avalizaram ações institucionais como a Lava Jato, que ele classifica como "uma grande armação histórica", além de legitimar o discurso de uma direita radicalmente antidemocrática e autoritária, que emergiu das ruas junto com antigos defensores da ditadura militar. 

"Esse era o mal horroroso que valia a pena todo o movimento", diz Ab'Sáber, referindo-se às críticas aos governos petistas, que, segundo ele, promoveram uma gestão modernizante que inseriu as massas no trabalho e aumentou a renda popular.

Ab'Sáber sublinha que o bolsonarismo foi resultado desse processo de degradação, apoiado por setores liberais e econômicos do país, como a Faria Lima, agronegócio e milicianos. 

"O bolsonarismo reorganizou à direita setores sociais violentos, de muitos modos", afirma, destacando a unificação de grupos sociais violentos que, até então, estavam dispersos. Ele critica duramente o papel de setores do poder político e econômico que "fizeram ouvidos moucos" para a ascensão do neofascismo.

Na pandemia, Tales relembra que Bolsonaro expôs a natureza fascista de seu governo ao dizer que não compraria vacinas e ao incentivar que as pessoas, especialmente os mais pobres, trabalhassem sem proteção. "Esse é o neofascismo", declara, enfatizando a crueldade com que o governo lidou com a crise sanitária, colocando deliberadamente a população em risco. Ele vê essa atitude como parte de uma lógica fascista de violência social, legitimada por um pacto social degradante.

Ab'Sáber destaca o papel das redes sociais nesse contexto, afirmando que elas se tornaram uma indústria cultural de propaganda fascista. Para ele, as redes criam um espaço em que figuras como Bolsonaro e outros se posicionem como mercadoria para consumo e personagens de uma narrativa de choque.

Ao analisar Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB, o professor afirma que "ele é o Hitler, o Goebbels, o Silvio Santos e a própria mercadoria que ele vende: vento para as pessoas". Segundo ele, além de deter o poder de mobilizar e radicalizar discursos autoritários, as redes sociais não apenas substituíram os partidos políticos, mas tornaram-se os novos centros de poder político, desequilibrando o sistema eleitoral e democrático. A força dessas plataformas permitiu que candidatos como Pablo Marçal, com milhões de seguidores, tivessem uma vantagem desproporcional nas disputas políticas, enquanto outros candidatos têm apenas poucos segundos na televisão para se comunicar. Segundo Ab'Sáber, essa nova dinâmica demonstra como a comunicação política se transformou em uma ferramenta controlada por interesses que disseminam o neofascismo.

Tales Ab'Sáber, em sua análise, nos convida a refletir sobre o papel das redes sociais e da mídia na construção de narrativas políticas que favorecem a ascensão de discursos autoritários, enquanto a sociedade enfrenta as consequências de um sistema degradado e fascista.


Fonte: Brasil 247

Moraes ordena que PF identifique pessoas que fazem "uso extremado" do X no Brasil após suspensão da plataforma

 

A decisão prevê a notificação desses usuários

Moraes ganha da Folha o carimbo de 'o grande censor' (Foto: Nelson Jr./SCO/STF )

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) monitore pessoas que fazem "uso extremado" da rede social X no Brasil, após o bloqueio da plataforma no país. Conforme relatou a Folha de S. Paulo, a decisão prevê a identificação e notificação desses usuários, informando que a utilização da rede foi proibida pela Corte.

Caso os notificados continuem a utilizar a plataforma, será aplicada uma multa no valor de R$ 50 mil. Anteriormente, o magistrado já havia estabelecido o pagamento da mesma quantia para quem utilizasse VPNs (redes privadas virtuais) para acessar o X.

Embora a decisão não defina claramente o que caracteriza "uso extremado" da rede, agentes da PF acreditam que o termo se refira ao uso constante do X ou a publicações frequentes na plataforma.

Políticos críticos ao magistrado têm ignorado a determinação de Moraes e continuado a usar o X. Um exemplo é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que fez uma postagem na rede social convocando os seguidores para os atos de 7 de Setembro. "Estou postando no X, escrevendo do Brasil", afirmou o parlamentar na publicação.

Fonte: Brasil 247 com ionformações da Folha de S. Paulo

Flávio Dino se reúne com governadores para tratar sobre queimadas: 'se não reverter, biomas e país estarão ameaçados'

 

O ministro do Supremo também afirmou que os incêndios causam prejuízos à "economia brasileira'

Flávio Dino (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, alertou os governadores nesta quinta-feira (19) que, "se não houver reversão dos fluxos" de incêndios, "o Pantanal, a Amazônia e nosso país estarão ameaçados". "Estamos cuidando da fauna, flora, da vida e da economia brasileira", disse. Os incêndios no Brasil já atingiram 11,39 milhões de hectares do território nacional de janeiro a agosto de 2024, apontou o Monitor do Fogo Mapbiomas. Do total, 5,65 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo apenas no mês de agosto, o que equivale a 49% do total deste ano.

Na Amazônia Legal, mais de 330 mil pessoas enfrentam a pior seca da região em 45 anos. A região é composta por nove estados: Amazonas, Amapá, Acre, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Essa vegetação nas unidades federativas mencionadas representa mais de 5 milhões de quilômetros quadrados (km²), cerca de 60% do território brasileiro. O Pantanal possui 150.000 km², com cerca de 65% de seu território no Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso, dois estados da Região Centro-Oeste.

Na reunião com governadores, o ministro fez uma comparação entre a fumaça causada pelos incêndios e um cenário de guerra. "Fiquei espantado porque parece, nos últimos dias, que eu que inventei o crédito extraordinário. Quem inventou foi a Constituição. Há uma outra falácia sobre o alcance de metas fiscais em razão do crédito extraordinário. Convido a uma reflexão coletiva, porque quando nós analisamos a Constituição, estamos versando sobre crédito extraordinário visando atender guerras, comoção interna e calamidade pública", afirmou.

"Eu nunca vi na história dos povos alguém parar uma guerra por teto fiscal. Ninguém conhece. E quando se trata de evitar a invasão das nossas cidades por fumaça, que pessoas morram, que a fauna e flora pereçam, há essa ideia de que teto extraordinário são jungidos", acrescentou.

Fonte: Brasil 247

Em discurso na ONU, Janja denuncia participação de "terroristas climáticos" na crise ambiental

 

Lula chegará a Nova York no sábado e, a partir de domingo, participará de cúpulas do evento

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja (Foto: Graccho/SGPR)

A primeira-dama Janja Lula da Silva discursou nesta quinta-feira (19) sobre a crise climática, no primeiro dia da reunião do Pacto Global - Rede Brasil, realizada na sede da ONU em Nova York. O evento reúne representantes de empresas brasileiras e estrangeiras, ONGs e movimentos ambientalistas.

"As enchentes, as secas prolongadas e os incêndios estão cada vez mais frequentes e intensos em todas as regiões do mundo. E a resposta global às mudanças climáticas não tem sido rápida o suficiente para diminuir seu impacto sobre nossas vidas e futuros", disse. "Como se não bastasse o desafio premente de nos prepararmos e nos adaptarmos para esses eventos extremos enquanto eles se aceleram, ainda precisamos lidar com ações e interesses criminosos de terroristas climáticos, como bem disse a ministra Marina Silva".

No discurso, Janja também ressaltou a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de uma agenda internacional pautada na cooperação e solidariedade para enfrentar as desigualdades e a crise climática.

Ela destacou ainda a importância da COP 30 em Belém, no Pará. Para a primeira-dama, a conferência será uma "oportunidade para que os países e povos do mundo todo possam avançar nas negociações climáticas a partir de uma compreensão ainda mais concreta da realidade nos territórios impactados".

Lula chegará a Nova York no sábado (21) e, a partir de domingo, participará de cúpulas e encontros com líderes estrangeiros.

Fonte: Brasil 247

Eleitores de Bolsonaro se dividem: Marçal tem 41% e Nunes 40%, aponta Datafolha

 

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) segue como líder isolado entre os eleitores que declararam ter votado no presidente Lula (PT)

Ricardo Nunes e Pablo Marçal (Foto: Reprodução)

A pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (19) mostra que os eleitores de Jair Bolsonaro (PL) estão divididos entre o influenciador de extrema-direita Pablo Marçal (PRTB) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado oficialmente pelo ex-mandatário. Marçal lidera com 41% das intenções de voto entre esse grupo, enquanto Nunes aparece logo atrás com 40%. Na pesquisa anterior, Marçal tinha 42% e Nunes, 39%, dentro da margem de erro de cinco pontos percentuais para mais ou para menos. Entre os eleitores do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), Nunes manteve a liderança, subindo de 42% para 43%, enquanto Marçal variou de 36% para 37%.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) segue como líder isolado entre os eleitores que declararam ter votado no presidente Lula (PT) em 2022, com 48% das intenções de voto, mesmo percentual registrado na semana anterior. 

A pesquisa Datafolha entrevistou 1.204 moradores de São Paulo entre os dias 17 e 19 de setembro, e está registrada no TSE sob o número SP-03842/2024.

Fonte: Brasil 247

Datafolha: Boulos, Nunes e Marçal têm mais de 20% cada entre os homens. Ex-coach marca só 12% entre mulheres

 

No eleitorado feminino, o prefeito Ricardo Nunes e o deputado Guilherme Boulos ficaram praticamente empatados

Ricardo Nunes, Pablo Marçal, Tabata Amaral, Datena e Guilherme Boulos (Foto: Reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) tem 28% das intenções de voto entre os homens. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) obteve 24%, e Guilherme Boulos (Psol), 23%.

Entre as mulheres, Nunes e Boulos ficaram praticamente empatados, com 30% e 29%, respectivamente. O candidato do PRTB atingiu 12% no eleitorado feminino em São Paulo.

Foram entrevistados 1.204 eleitores entre os dias 17 e 19 de setembro. A pesquisa Datafolha foi contratada pela Folha de S.Paulo e registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-03842/2024.

Fonte: Brasil 247

Ex-ministro de Bolsonaro lidera índice de rejeição em Recife, mostra Datafolha

 

O segundo maior percentual de desaprovação foi da candidata Ludmila (UP), seguida por Daniel Coelho (PSD)

Gilson Machado (Foto: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL)

Ministro do Turismo de dezembro de 2020 a 31 de março de 2022, no governo Jair Bolsonaro (PL), Gilson Machado (PL) lidera o índice de rejeição em Recife (PE). De acordo com a pesquisa Datafolha, 43% dos eleitores afirmaram que não votariam no político bolsonarista.

A candidata Ludmila (UP) teve o segundo maior percentual de rejeição na capital pernambucana, com 35%. Daniel Coelho (PSD) apresentou 34%, Tecio Teles (Novo), 30%, e Dani Portela (PSOL), 29%.

Segundo as estatísticas, Victor Assis (PCO) e Simone Fontana (PSTU) têm 27% de rejeição cada. O prefeito do Recife, João Campos (PSB), apareceu com 7%. Os eleitores que afirmaram votar em qualquer candidato ou que não rejeitam nenhum somaram 2%, mesmo percentual daqueles que rejeitam todos. Os entrevistados que não souberam responder representaram 4%.

Foram entrevistados 910 eleitores na capital pernambucana entre terça (17) e quarta (18). Encomendada pela TV Globo e pelo jornal "Folha de S.Paulo", a pesquisa tem um nível de confiança de 95% e foi registrada na Justiça Eleitoral sob o número PE-02953/2024.

Fonte: Brasil 247

Datafolha SP: Nunes cresce entre os mais pobres, enquanto Boulos lidera entre os mais ricos

 

Já entre os mais ricos, com renda acima de cinco salários mínimos, Boulos lidera com 34%, seguido por Marçal com 24% e Nunes com 22%

Guilherme Boulos e Ricardo Nunes (Foto: Editora 247 I Agência Brasil)

A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (19), aponta que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) ampliou sua vantagem entre os eleitores mais pobres de São Paulo, alcançando 31% das intenções de voto na faixa de renda familiar de até dois salários mínimos. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) aparece em segundo lugar nesse segmento com 20%, seguido por Pablo Marçal (PRTB) com 13%, José Luiz Datena (PSDB) com 9% e Tabata Amaral (PSB) com 7%. 

A margem de erro para esse grupo é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos, e a pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 19 de setembro, com 1.204 pessoas, e está registrada no TSE sob o número SP-03842/2024.

Entre os eleitores com renda familiar de dois a cinco salários mínimos, Nunes e Boulos estão tecnicamente empatados com 28% cada, enquanto Marçal aparece com 21%. Nesse grupo, a margem de erro também é de cinco pontos. 

Já entre os mais ricos, com renda acima de cinco salários mínimos, Boulos lidera com 34%, seguido por Marçal com 24% e Nunes com 22%. A margem de erro nesse segmento é de seis pontos.

Fonte: Brasil 247

Athletico x Racing: onde assistir, escalações, retrospecto em Copas e duelo de artilheiros

O atacante Mastriani, do Athletico: 7 gols na Sul-Americana de 2024 (foto: José Tramontin / Athletico.com.br)

 O Athletico recebe o Racing (Argentina) nesta quinta-feira (19), às 21h30, na Ligga Arena. A partida é o primeiro duelo pelas quartas de final da Copa Sul-Americana. O time paranaense tenta manter o bom retrospecto em mata-matas neste ano. Além disso, também é um duelo entre os dois principais artilheiros da competição.

A partida será transmitida pela ESPN e pelo streaming Disney Plus.

O jogo de volta está marcado para a próxima quinta-feira (26), às 21h30, no estádio Presidente Perón, em Avellañeda (Argentina). Quem passar desse confronto vai enfrentar Corinthians ou Fortaleza nas semifinais. No primeiro jogo, na capital cearense, o time paulista venceu por 2 a 0.

Mata-mata

Neste ano, o Athletico tem um retrospecto bastante positivo em confrontos de mata-mata. No Paranaense, venceu as três disputas (contra Londrina, Operário e Maringá e sagrou-se campeão. Na Copa do Brasil, passou por Ypiranga-RS e Bragantino, até cair diante do Vasco – mesmo assim, nos pênaltis. Na Sul-Americana, despachou Cerro Porteño (Paraguai) e Belgrano (Argentina).

Artilheiros

O duelo confronta os dois artilheiros da Sul-Americana de 2024. O argentino Adrian Martinez, do Racing, soma 8 gols em 8 jogos e é o principal goleador. Martinez teve uma passagem pelo Coritiba em 2022, com 4 gols em 24 jogos. No lado do Athletico, o uruguaio Gonzalo Mastriani é o vice-artilheiro da competição, com 7 gols – empatado com Lucero (Fortaleza) e Walter Bou (Lanús).

Mastriani também é o maior artilheiro da história da Copa Sul-Americana, com 19 gols em 31 jogos. Ele divide esse posto com o argentino Hernán Barcos (19 gols em 32 partidas), que está no Alianza Lima (Peru) e não disputa a competição em 2024. Com um gol, o uruguaio se isola nessa lista.

Campanhas

O Athletico soma 10 partidas na Sul-Americana. No grupo E, enfrentou Danubio (Uruguai), Sportivo Ameliano (Paraguai) e Rayo Zuliano (Venezuela). Terminou em segundo lugar ao perder na última rodada para o Ameliano (1 a 0), em casa. Com isso, teve que disputar uma fase eliminatória extra, diante do Cerro Porteño (Paraguai), e passou com um empate em 1 a 1 fora de casa e uma vitória de 2 a 1 em casa. Nas oitavas, eliminou o Belgrano (Argentina) com vitórias de 2 a 1 na Arena e 2 a 0 na cidade de Córdoba.

Assim como o Athletico, o Racing disputou a fase de grupos da Copa Sul-Americana. Estava numa chave com Red Bull Bragantino, Coquimbo Unido (Chile) e Deportivo Luqueño (Paraguai). Classificou-se em primeiro lugar, com cinco vitórias – três delas por 3 a 0, todas em casa – e uma derrota (2 a 1 para o Bragantino). Nas oitavas de final, o time argentino passou fácil pelo Huachipato (Chile), com vitórias de 2 a 0 fora de casa e de 6 a 1 em Avellañeda.

Histórico

O Racing foi campeão da Copa Libertadores de 1967 e também foi o primeiro time argentino a ganhar o título mundial – bateu o Celtic (Escócia) na decisão. Na época, tinha nomes como o goleiro Cejas (que depois atuou no Santos), o zagueiro Perfumo (que virou ídolo no Cruzeiro), o lateral Alfio Basile (que foi treinador da seleção argentina) e o atacante Maschio (que também jogou na seleção italiana). Apesar da tradição, o time não chega a uma semifinal continental desde 1997, quando disputou a semi da Copa Libertadores – perdeu para o Sporting Cristal (Peru), que depois foi derrotado pelo Cruziro na decisão.

Já o Athletico chegou quatro vezes a semifinais continentais desde então: nas Copas Libertadores de 2005 e de 2022 e nas Sul-Americanas de 2018 e de 2021. Nas quatro ocasiões, o time paranaense chegou à decisão.

Escalação do Athletico

O Athletico tem pelo menos três desfalques: o volante Fernandinho (machucado), o lateral-esquerdo Esquivel (suspenso pela expulsão na partida anterior) e o meia-atacante Nikão (afastado por decisão da comissão técnica). Fernandinho está fora de combate há algum tempo e Nikão não era titular, embora fosse opção para o decorrer dos jogos. Mas definir o substituto de Esquivel deu algum trabalho para o técnico Martin Varini. Fernando, que se recuperou de lesão, deve ser o substituto.

Em contrapartida, o zagueiro Thiago Heleno e o meia Christian devem retornar, após terem sido poupados na partida do último sábado, contra o Fortaleza, pelo Brasileirão. Varini deve manter a formação 4-2-3-1 (quando o time defende), que deriva para um 3-2-5 (quando o time ataca).

Escalação do Racing

O técnico do Racing é Gustavo Costas, 61 anos. Ele deve escalar o time com três zagueiros, dois alas, dois meio-campistas, dois pontas e um centroavante (um 3-4-3 quando o time ataca e que vira um 5-4-1 quando o time defende). Nesse caso, o volante Santiago Sosa atuaria como zagueiro central. Essa formação foi utilizada na última partida da equipe – vitória de 2 a 1 sobre o Boca Juniors, em Avellañeda, pelo Campeonato Argentino. Os desfalques são o lateral-esquerdo Rojas (fratura no pé) e o zagueiro Garcia Basso (lesão no braço). Quiros deve entrar na zaga e o lateral-direito Mura jogará pelo lado esquerdo. Há a possibilidade do colombiano Quintero tomar o lugar de Carbonero como atacante pela direita.

Athletico x Racing

Athletico: Mycael; Erick, Kaique Rocha, Thiago Heleno e Fernando; Gabriel e Christian; Cuello, Zapelli e Canobbio; Mastriani. Técnico: Martin Varini

Racing: Arias; Martirena, Di Cesare, Santiago Sosa, Quiros e Mura; Nardoni e Almendra; Carbonero (Quintero), Adriano Martinez e Maximiliano Salas (Roger Martínez). Técnico: Gustavo Costas

Árbitro: Cristian Garay (CHI)

Local: Ligga Arena, em Curitiba quinta-feira, às 21h30

Fonte: Bem Paraná

Moraes dá 24 horas para que X (antigo Twitter) comprove representante legal no Brasil

 Plataforma apresentou os nomes de dois advogados, mas STF diz que documentação necessária ainda não foi fornecida


O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu um prazo de 24 horas para que o X (antigo Twitter) comprove a nomeação de um representante legal no Brasil, incluindo a apresentação de documentos da Junta Comercial.


A decisão foi tomada nesta quinta-feira (19), após a empresa indicar os advogados André Zonaro Giacchetta e Sérgio Rosenthal como seus representantes, sem fornecer a documentação necessária que comprove a regularidade da representação legal no país.


Segundo a determinação de Moraes, a petição apresentada pela X não contém provas de que a empresa esteja devidamente constituída no Brasil, nem confirma a designação de advogados com amplos poderes para representá-la. O ministro destacou, em sua decisão, que não foi comprovado o retorno das atividades da X Brasil Internet Ltda. e que houve múltiplas trocas de advogados ao longo do processo.


Diante da falta de comprovação, Moraes exigiu que os advogados indicados apresentem, no prazo de 24 horas, a documentação necessária que valide a representação legal da empresa no Brasil. O descumprimento dessa determinação poderá acarretar sanções adicionais à plataforma.


A ausência de um representante legal foi uma das razões que levaram Moraes a suspender o X no Brasil, além das multas milionárias aplicadas à empresa.


Fonte: Agenda do Poder com informações de Metrópoles