quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Após molecagem de Musk, Moraes multa X e Starlink em R$ 5 milhões

 

Moraes multa X e Starlink em R$ 5 milhões por manobra que fez rede funcionar no Brasil

Alexandre de Moraes (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

(Reuters) - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou o X suspender o que afirmou ser uma "burla" de proibição ao acesso à rede social no Brasil, e impôs uma multa diária de 5 milhões de reais à plataforma e solidariamente à Starlink, ambas empresas do bilionário Elon Musk.

Na decisão, tomada na quarta-feira e divulgada pela assessoria de imprensa do STF nesta quinta, o ministro disse que o X atuou de forma dolosa, ilícita e com persistente insistência em descumprir as ordens judiciais do Brasil.

"Não há, portanto, dúvidas de que a plataforma X -- sob o comando direto de Elon Musk --, novamente, pretende desrespeitar o Poder Judiciário brasileiro, pois a Anatel identificou a estratégia utilizada para desobedecer a ordem judicial proferida nos autos, inclusive com a sugestão das providências a serem adotadas para a manutenção da suspensão", disse o magistrado.

O Supremo informou que a multa à plataforma vale a partir desta quinta. A multa será aplicada diariamente no valor de 5 milhões de reais.

Procurado, o X não respondeu de imediato a pedido de comentário.

Segundo reportagem da CNN Brasil, advogados contratados pela empresa disseram que vão cumprir as decisões do Supremo para voltar a atuar no Brasil. A reportagem da Reuters não conseguiu confirmar esta informação de forma independente.

O escritório de advocacia Pinheiro Neto Advogados, que diz estar novamente representando o X no Supremo, se recusou a comentar o caso.

Uma fonte do Supremo, contudo, disse que o X do Brasil não existe e, por isso, ninguém poderia dar qualquer tipo de procuração para advogados. Uma empresa, para atuar no país, pelas leis brasileiras, precisa ter representante legal. Ou seja, o escritório não representaria uma empresa que não existe mais.

O ponto é, acrescentou a fonte, Moraes não deve permitir que o escritório Pinheiro Neto advogue no caso sem haver representante legal do X no Brasil.

Em despacho no início da tarde, o ministro do STF deu 24 horas para que advogados do Pinheiro Neto -- que na véspera peticionaram no Supremo -- comprovem que a empresa voltou a ter representação legal no Brasil.

"Não há nenhuma comprovação do retorno das atividades da X Brasil Internet Ltda., nem tampouco da regularidade da constituição de seus novos representantes legais ou mesmo de seus novos advogados, conforme demonstram as sucessivas alterações de patronos narradas no relatório anterior", disse.

"Não há, portanto, qualquer prova da regularidade da representação da X Brasil Internet Ltda. em território brasileiro, bem como na licitude da constituição de novos advogados", ressaltou ele, na decisão.

Em publicação na véspera, o próprio X disse que continua os esforços com o governo brasileiro para retornar as atividades muito em breve. Sobre a questão da volta ao ar no país, a empresa justificou que a mudança na infraestrutura "resultou em uma restauração inadvertida e temporária do serviço para usuários brasileiros".

"Embora esperemos que a plataforma fique inacessível novamente em breve, continuamos os esforços para trabalhar com o governo brasileiro para retornar muito em breve para o povo do Brasil", ressaltou.

INTENÇÃO DELIBERADA

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) afirmou em nota que, ao longo da quarta-feira, constatou que o X estava acessível a usuários, em desrespeito à decisão judicial do STF. Segundo o órgão fiscalizador, houve "intenção deliberada" de descumprir a ordem.

"A conduta da rede X demonstra intenção deliberada de descumprir a ordem do STF. Eventuais novas tentativas de burla ao bloqueio merecerão da Agência as providências cabíveis", acrescentou.

Segundo uma fonte da agência com conhecimento direto do caso, o órgão trabalha para garantir o bloqueio por meio da rede Cloudflare provavelmente até o final desta quinta. Outras plataformas, entre elas Fastly e Edgeuno, também podem ter sido aproveitadas pela X para desrespeitar a lei, de acordo com a fonte.

A Anatel está entrando em contato com a Fastly, em San Francisco, nos Estados Unidos, e a Edgeuno, no Brasil, para confirmar se essas plataformas estão de fato fornecendo acesso ilegal ao X, disse essa fonte.

A agência já conseguiu entrar em contato com a Cloudfare na quarta-feira, e a empresa concordou imediatamente em colaborar com as autoridades brasileiras, disse essa fonte, acrescentando que a suspensão dos serviços não prejudicaria o acesso a outras redes que podem usar o mesmo serviço de nuvem.

Fonte: Brasil 247

Parlamento Europeu reconhece Edmundo González como presidente eleito da Venezuela

 

A decisão foi tomada cerca de três meses após as eleições presidenciais que reelegeram Nicolás Maduro

Edmundo Gonzalez (Foto: Reuters)

O Parlamento Europeu aprovou, nesta quinta-feira (19), uma resolução que reconhece Edmundo González Urrutia, candidato da oposição venezuelana, como o presidente legítimo da Venezuela. A decisão foi tomada cerca de três meses após as eleições presidenciais que reelegeram o presidente Nicolás Maduro.

A proposta, apresentada pelo Partido Popular Europeu (PPE), ainda destacou María Corina Machado como líder das forças democráticas na Venezuela. A resolução foi aprovada com 309 votos favoráveis, 201 contrários e 12 abstenções.

O texto solicita que a União Europeia e os países do bloco reconheçam González como o presidente democraticamente eleito e instaurem um mandado de prisão internacional contra Maduro, acusado de crimes contra a humanidade.

Atualmente, Edmundo González está em Madri como refugiado, após buscar asilo político na Espanha no início do mês. Ele é alvo de um mandado de prisão emitido pelo Ministério Público venezuelano, que o acusa de conspiração e terrorismo. O opositor nega as acusações.

Fonte: Brasil 247

Pesquisas mostram Kamala e Trump empatados em nível nacional, com disputa acirrada na Pensilvânia

 

Na Pensilvânia, um dos sete Estados decisivos, Kamala Harris manteve sua vantagem de 4 pontos

Donald Trump e Kamala Harris 3/8/2024 e 6/8/2024 (Foto: REUTERS/Umit Bektas/Elizabeth Frantz)

(Reuters) - A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, e o ex-presidente Donald Trump continuam empatados a menos de sete semanas da eleição presidencial norte-americana de 5 de novembro, de acordo com novas pesquisas divulgadas nesta quinta-feira, que também mostram uma disputa acirrada no Estado-chave da Pensilvânia.

Embora as pesquisas tenham revelado que os eleitores prováveis e registrados deram notas mais altas para a democrata Kamala Harris no debate da semana passada com seu oponente republicano, elas mostraram que a disputa - especialmente no Estado decisivo - continua apertada, em linha com outras pesquisas.

Na pesquisa nacional, Kamala e Trump estavam empatados em 47% entre os 2.437 prováveis eleitores entrevistados de 11 a 16 de setembro, de acordo com uma pesquisa do The New York Times, The Philadelphia Inquirer e Siena College. A margem de erro era de 3 pontos percentuais.

Na Pensilvânia, um dos sete Estados decisivos, Kamala Harris manteve sua vantagem de 4 pontos, liderando por 50% a 46% com uma margem de erro de mais ou menos 3,8 pontos percentuais, de acordo com a pesquisa do Times.

Resultados separados do The Washington Post também revelaram uma disputa acirrada entre os candidatos no Estado, que está entre aqueles que, juntamente com Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte e Wisconsin, são vistos como prováveis determinantes do resultado de novembro.

Entre 1.003 eleitores prováveis e registrados da Pensilvânia pesquisados de 12 a 16 de setembro, 48% disseram que votariam em Kamala, enquanto 47% disseram que votariam em Trump - uma diferença de 1 ponto que está dentro da margem de erro da pesquisa de 3,6 pontos percentuais.

A maioria dos entrevistados disse ao Post que estava "extremamente motivada" para votar e que proteger a democracia norte-americana era "extremamente importante". Mas os eleitores ficaram divididos quanto ao candidato que melhor protegeria as liberdades do país, com 48% escolhendo Kamala e 45% optando por Trump.

A questão é importante no momento em que Kamala, ex-promotora, busca manter o controle dos democratas sobre a Casa Branca depois que Biden desistiu de sua candidatura à reeleição em julho. Trump, que enfrenta quatro processos criminais, continuou a alegar falsamente que sua derrota nas eleições de 2020 para Biden foi devido a fraude.

Trump nega qualquer irregularidade.

A pesquisa NYT/Inquirer/Siena também constatou que a democracia dos EUA é uma questão importante para os eleitores, juntamente com economia, aborto e imigração, com as preferências por qualquer um dos candidatos praticamente inalteradas.

Pesquisa Reuters/Ipsos da semana passada mostrou Kamala com uma vantagem de 5 pontos percentuais entre os eleitores registrados, à frente de Trump por 47% a 42%.

Fonte: Brasil 247

Governo da Colômbia suspende negociações de paz com rebeldes do ELN

 

A decisão é mais um golpe devastador na política de paz total do presidente Gustavo Petro

ELN (Foto: REUTERS/Federico Rios/File Photo)

(Reuters) - O governo da Colômbia suspendeu as negociações de paz com o grupo rebelde de esquerda Exército de Libertação Nacional (ELN), informou sua delegação de paz na quarta-feira, após um ataque que matou dois soldados e feriu mais de duas dezenas.

A decisão é mais um golpe devastador na política de paz total do presidente Gustavo Petro, que buscava retirar o ELN da participação nas seis décadas de conflito armado interno do país andino.

"Hoje o processo de paz está suspenso. Sua viabilidade está seriamente diminuída e sua continuação só pode prosseguir com uma demonstração inequívoca de paz por parte do ELN", disse a delegação de paz do governo em um post no X.

O governo reiniciou as negociações com o ELN no final de 2022 e realizou seis rodadas de negociações com o grupo rebelde no México, Cuba e Venezuela.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Com 47 gigawatts instalados no Brasil, fonte solar evitou a emissão de 57 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade

 

De acordo com a Absolar, setor fotovoltaico acumula mais de R$ 217,8 bilhões em investimentos e gerou mais de 1,4 milhão de empregos verdes no País

(Foto: Reuters/Bruno Kelly)

Em meio a crise climática no Brasil, a fonte solar chegou a 47 gigawatts (GW) de potência instalada e, com isso, já evitou a emissão de 57 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade, de acordo com mapeamento da Associação Brasileira de Energia fotovoltaica (Absolar).

Segundo a entidade, o setor fotovoltaico, incluindo a geração própria de pequenos sistemas e as usinas de grande porte, já atraiu mais de R$ 217,8 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 1,4 milhão de empregos verdes no País, desde 2012. Adicionalmente, os negócios no setor garantiram mais de R$ 67,1 bilhões em arrecadação aos cofres públicos. A fonte equivale hoje a 19,8% da matriz elétrica brasileira.

Na avaliação da entidade, a crise climática no Brasil, que já acumula impactos bilionários à sociedade, com alagamentos, secas históricas, queimadas e mais gastos com saúde pública, trouxe um novo capítulo no setor elétrico: aumento na conta de luz com a bandeira vermelha, resultado da falta de chuvas e do uso de usinas emergenciais.   

“Esta situação adversa poderia ser ainda pior, se não fosse o alívio à demanda e aos recursos hídricos promovidos pelas fontes renováveis não-hídricas na matriz, como solar, eólica, biogás e biomassa. Sem elas, as tarifas estariam ainda mais altas, o risco ao abastecimento seria maior e o ar poderia carregar ainda mais poluição pela queima de mais combustíveis”, aponta Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar.  

Fonte: Brasil 247 

Diversão sustentável: marcas lançam guia para transformar festivais de música em plataformas de impacto socioambiental

 

Lançada nesta quarta-feira (18), na Cidade do Rock, a publicação focada em ESG foi cocriada por Rock World, Coca-Cola, PUC-RJ, entre outras marcas

Rock in Rio (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A Cidade do Rock, no Rio de Janeiro, foi palco nesta quarta-feira (18) de um evento de ESG com foco no futuro da inovação e da sustentabilidade na indústria do entretenimento. Especialistas e líderes de mercado se reuniram para debater os desafios e as soluções para ampliar a jornada sustentável e produzir eventos que gerem impactos cada vez mais positivos para a sociedade. Além de conversas sobre o tema, foi lançado o Guia Diretrizes ESG para Festivais de Músicauma publicação com iniciativas de curto, médio e longo prazo para apoiar patrocinadores e organizadores de grandes eventos na implementação de práticas ESG. O documento está disponível no site: www.sustainable-festivals.com.

Validado pela PUC-Rio, o guia é fruto do trabalho integrado entre diversas empresas e especialistas em sustentabilidade, e fornece indicadores, iniciativas e estratégias organizadas por segmento como uso da água, energia e gestão de resíduos, a fim de que os pilares de ESG sejam materializados em todos o contexto do evento. As diretrizes apresentadas também estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS).

Celebrando os 40 anos de Rock in Rio, Roberta Medina, vice-presidente executiva da Rock World, participou do lançamento e da cocriação do guia, destacando a importância de ampliar a agenda ESG e conectar consumidores à pauta em grandes eventos.  “O Guia Diretrizes ESG para Festivais de Música é um convite para toda a indústria de música e entretenimento, Ele visa abrir conversas e compartilhar conhecimento. É fundamental que a toda cadeia produtiva se una para que possamos fazer mudanças mais efetivas e mais rápidas. Juntos e comprometidos, poderemos incentivar desenvolvedores de tecnologia, startups e investidores a trazer soluções que tornem nossos eventos e shows verdadeiramente sustentáveis, sem penalização financeira para os negócios”, destacou Medina.
O evento de lançamento do guia foi realizado no Coke Studio, a plataforma global de música da Coca-Cola, que está instalada na Cidade do Rock. Cocriadora da publicação, a marca investe há anos em uma jornada de sustentabilidade com foco em gerar impactos positivos para a comunidade e ampliar a consciência ambiental dos consumidores.

Para Katielle Haffner, diretora de Sustentabilidade e Relações Corporativas da Coca-Cola Brasil e Cone Sul, o lançamento do guia representa mais um passo na jornada para reunir aliados em prol de um futuro mais sustentável: “Lançar este guia reforça o nosso compromisso corporativo com a agenda ESG e vai além. É um chamado à ação para criarmos um legado sustentável para as próximas gerações. Cultura e entretenimento fazem parte do DNA da Coca-Cola e ficamos honrados em unir nosso propósito à colaboração da iniciativa privada, do poder público, do terceiro setor e da sociedade. Juntos, entregamos hoje um documento sólido que vai nos guiar nesse caminho para festivais cada vez mais sustentáveis e com maior impacto positivo".

Líder no apoio a festivais musicais no Brasil, entre as empresas do setor elétrico, a Neoenergia uniu esforços com a Coca-Cola para levar soluções em energia limpa ao Coke Studio e conscientizar o público sobre a importância da descarbonização. “Não há outro caminho: a descarbonização é imprescindível para a sustentabilidade do nosso planeta, temos de alcançar emissões zero até 2050 para limitar o aumento da temperatura em até 2 graus centígrados acima dos níveis pré-industriais. Como uma empresa verde, nós da Neoenergia temos a música como um de nossos vetores de comunicação com a sociedade e por seu enorme poder transformador, especialmente, junto ao público jovem. Música é energia, e energia é ação! É nesse ambiente que a Coca-Cola, a Rock World e a Neoenergia se unem, como empresas líderes em seus segmentos de atuação, em um processo de conscientização e engajamento da sociedade em prol da sustentabilidade”, afirma Hugo Nunes, diretor de Negócios Liberalizados da Neoenergia.

Jornada ESG em Festivais

Além do lançamento do guia, o evento contou com diversos momentos de diálogo sobre a agenda ESG. Entre eles, o painel “Parcerias que Transformam: Colaboração para uma Jornada ESG em Festivais”, com a participação de Katielle Haffner, da Coca-Cola Brasil; Roberta Medina, da Rock World; Hugo Nunes, diretor de Negócios Liberalizados da Neoenergia; e Marcelo Motta, professor da PUC-Rio. Os convidados tiveram ainda a oportunidade de assistir a uma palestra magna do professor John E. Fernandez, especialista em sustentabilidade do MIT (Massachusetts Institute of Technology). Fernandez desempenhou um papel essencial na validação dos esforços sustentáveis da turnê do Coldplay, um exemplo inovador para a indústria de entretenimento.

Coca-Cola no Rock in Rio: Energia limpa, economia circular e muito mais

Neste ano, o Coke Studio é 100% suportado por soluções em energia limpa por meio da combinação de tecnologias energéticas de última geração, denominada Green Power One. Ela engloba um sistema inovador de distribuição de energia limpa, combinando o fornecimento de eletricidade com Certificação I-REC (International Renewable Energy Certificate), um gerador movido a 100% biodiesel e o armazenamento de energia em uma inovadora bateria de lítio 250 kV, solução poucas vezes utilizada no Brasil e mais um investimento exclusivo do Coke Studio no festival, assegurando uma jornada energética sustentável.  Além disso, o Coke Studio conta com uma pista de dança cinética que transforma o movimento e o tempo de dança dos participantes em energia.  A Ecopista é executada com o apoio da Neoenergia, e reflete a jornada e o compromisso de Coca-Cola Brasil para promover práticas cada vez mais sustentáveis em grandes eventos e ampliar a consciência ambiental do público.

Além disso, a economia circular também entra em cena no festival. Em parceria com Heineken, Red Bull e Braskem, pela primeira vez, é realizada uma operação de copos reutilizáveis, incentivando o consumo consciente e o descarte correto dos resíduos. Os fãs também são beneficiados pela parceria, já que recebem um desconto ao realizarem a segunda compra de uma mesma bebida. Com esta medida, o festival prevê evitar a geração de mais de 14 toneladas de resíduos durante seus sete dias de evento, tornando-se uma das maiores operações de copos reutilizáveis no mundo. Para amplificar também a gestão da coleta seletiva, há pontos de troca onde os participantes podem converter resíduos em brindes, com uma dinâmica de gamificação. Ao final do festival, os resíduos serão coletados por cooperativas de catadores da Ancat (Associação Nacional dos Catadores) e Coca-Cola fará a compra do material.

Fonte: Brasil 247

Israel bombardeia Líbano após explosões de rádios e diz ter frustrado plano de assassinato

 

Tel Aviv afirma que seu conflito com o Hezbollah, assim como a guerra em Gaza contra o Hamas, faz parte de um confronto regional mais amplo com o Irã

Bandeiras do Hezbollah e de Israel (Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração)

(Reuters) - Israel bombardeou o sul do Líbano na quinta-feira e disse que havia frustrado um plano de assassinato apoiado pelo Irã, um dia após as explosões de rádios do Hezbollah que vieram na sequência de explosões de pagers com armadilhas, colocando os inimigos em direção à guerra.

Os sofisticados ataques a equipamentos de comunicação usados pelo grupo armado Hezbollah, apoiado pelo Irã, semearam a desordem no Líbano e são cada vez mais vistos como prenúncio de um retorno à guerra total, travada pela última vez há 18 anos.

Rádios portáteis usados pelo Hezbollah foram detonados na quarta-feira no sul do Líbano, no dia mais letal do país desde o início dos combates transfronteiriços entre os militantes e Israel, paralelamente à guerra de Gaza, há quase um ano.

No dia anterior, centenas de pagers - usados pelo Hezbollah para evitar a vigilância por telefone celular - explodiram ao mesmo tempo, matando 12 pessoas, incluindo duas crianças, e ferindo cerca de 3.000.

Israel não comentou diretamente sobre os ataques, mas várias fontes de segurança disseram que foram realizados por sua agência de espionagem Mossad.

Israel afirma que seu conflito com o Hezbollah, assim como a guerra em Gaza contra o Hamas, faz parte de um confronto regional mais amplo com o Irã, que patrocina ambos os grupos, bem como movimentos armados na Síria, no Iêmen e no Iraque.

Na quinta-feira, as forças de segurança israelenses anunciaram que um empresário israelense foi preso no mês passado após participar de pelo menos duas reuniões no Irã, onde discutiu o assassinato do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, do ministro da defesa ou do chefe da agência de espionagem Shin Bet. Na semana passada, a Shin Bet descobriu o que, segundo ela, era um plano do Hezbollah para assassinar o ex-ministro da Defesa Moshe Ya'alon.

Israel foi acusado de assassinatos, incluindo explosões em Teerã que mataram o líder do Hamas e em um subúrbio de Beirute que matou um comandante sênior do Hezbollah com poucas horas de diferença, em julho.

Apesar dos acontecimentos dos últimos dias, um porta-voz da missão de manutenção da paz da ONU no sul do Líbano disse que a situação ao longo da fronteira "não mudou muito em termos de troca de disparos entre as partes".

"Houve uma intensificação na semana passada. Esta semana está mais ou menos na mesma. Ainda há troca de fogo. Ainda é preocupante, ainda é preocupante, e a retórica é alta", afirmou o porta-voz, Andrea Tenenti, à Reuters.

Israel e o Hezbollah têm trocado disparos na fronteira entre Israel e Líbano, paralelamente à guerra que Israel tem travado em Gaza contra o Hamas, o grupo militante palestino cujos combatentes atacaram Israel em 7 de outubro.

Dezenas de milhares de pessoas tiveram que fugir da área de fronteira entre Israel e Líbano em ambos os lados. Netanyahu prometeu na quarta-feira devolver os israelenses retirados "com segurança para suas casas".

Durante a noite, jatos e artilharia israelenses atingiram vários alvos no sul do Líbano, informaram os militares de Israel.

Os militares disseram que os ataques aéreos atingiram alvos do Hezbollah em Chihine, Tayibe, Blida, Meiss El Jabal, Aitaroun e Kfarkela no sul do Líbano, além de uma instalação de armazenamento de armas do Hezbollah na região de Khiam.

A mídia israelense informou que vários civis israelenses foram feridos por mísseis antitanque disparados do Líbano, mas não houve confirmação oficial.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Milei ameaça privatizar Aerolíneas Argentinas em meio a greves sindicais

 

Governo argentino busca empresas privadas latino-americanas para assumir operações domésticas, caso greves continuem

Presidente da Argentina, Javier Milei (Foto: REUTERS/Denis Balibouse/Pool)

O governo de Javier Milei deu um passo audacioso na crise envolvendo a Aerolíneas Argentinas, estatal de aviação do país. Nesta quinta-feira (19), o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, anunciou que o governo iniciou negociações com "várias empresas privadas latino-americanas" para a possível privatização das operações da Aerolíneas Argentinas. A medida foi apresentada como uma resposta à série de greves organizadas por sindicatos ligados à companhia, que exigem melhores condições salariais. A notícia foi divulgada pela Rede Argentina.

Adorni foi enfático em suas declarações, chamando os movimentos sindicais de "extorsão". "Gostaríamos de informá-los que, em vista das greves persistentes que afetaram cerca de 40 mil passageiros, o governo nacional iniciou conversações com várias empresas privadas latino-americanas para finalmente assumir a operação da Aerolíneas Argentinas, caso, é claro, a extorsão que os argentinos estão sofrendo com esse tipo de medidas continue", declarou o porta-voz em coletiva de imprensa.

A crise entre o governo e os sindicatos da Aerolíneas Argentinas vem se intensificando, com greves frequentes que prejudicam tanto as operações da companhia quanto milhares de passageiros. Na coletiva, Adorni deixou claro que a intenção do governo é privatizar as operações domésticas da companhia aérea, mantendo uma estrutura de voos internacionais sob controle estatal, caso as negociações com os sindicatos não avancem.

Histórico de privatizações

A Aerolíneas Argentinas já passou por um processo de privatização nos anos 1990, durante o governo de Carlos Menem, quando foi vendida à espanhola Iberia. Contudo, em 2008, a empresa voltou a ser controlada pelo Estado, em um movimento promovido pela então presidente Cristina Fernández de Kirchner. Esse retorno ao setor público gerou controvérsias e se tornou alvo de um litígio internacional, que segue até hoje.

Fonte: Brasil 247 com informações da Rede Argentina

Lula deve adiar decisão sobre horário de verão para depois das eleições municipais

 

Após pedido do TSE, presidente considera postergar a medida, exceto em caso de crise energética grave

Torre de transmissão de energia elétrica perto de Brasília (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O governo Lula (PT) planeja adiar a decisão sobre a reimplementação do horário de verão até, pelo menos, após as eleições municipais de outubro. A iniciativa surgiu após um pedido da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, que expressou preocupações sobre o impacto da mudança nos preparativos eleitorais. A informação foi inicialmente divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pela Folha de S. Paulo.

Cármen Lúcia demonstrou sua apreensão ao governo federal, destacando que a adoção do horário de verão neste ano poderia prejudicar a logística da votação. A ministra procurou os ministros da Defesa, José Mucio Monteiro, e da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para alertá-los sobre os potenciais desafios, enfatizando ainda que os estados com fusos horários distintos ao de Brasília seriam os mais impactados. Nessas regiões, os mesários teriam que iniciar os preparativos durante a madrugada, em horários ainda mais críticos.

A resposta do governo, segundo fontes, foi que a decisão sobre o horário de verão será adiada, a menos que o Brasil enfrente uma crise energética severa antes das eleições — cenário improvável, segundo especialistas do setor. A Casa Civil também foi informada das preocupações do TSE, reforçando que a preservação da integridade do processo eleitoral é uma prioridade.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Legista descarta fratura em Pablo Marçal após cadeirada em debate

 

Exame de corpo de delito aponta apenas uma lesão corporal leve

Datena dá cadeirada em Pablo Marçal (Foto: Reprodução)

Na última segunda-feira (16), o exame de corpo de delito realizado no candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) descartou qualquer fratura decorrente da agressão sofrida durante um debate televisivo, informa a Folha de S. Paulo. O médico legista concluiu que Marçal sofreu apenas uma lesão leve, sem sinais de fratura, após ser atingido por uma cadeirada desferida pelo apresentador José Luiz Datena (PSDB) durante o evento transmitido pela TV Cultura. A informação foi divulgada pela equipe médica do Instituto Médico Legal (IML) e encaminhada ao 78º Distrito Policial (Jardins), onde o caso segue em investigação. As informações iniciais foram reportadas pela equipe de Marçal e confirmadas por laudo médico.

A agressão ocorreu durante um momento acalorado do debate e rapidamente se transformou em um incidente de repercussão nacional. Após ser atingido, Marçal foi levado de ambulância para o hospital Sírio-Libanês, localizado na região central de São Paulo. No hospital, exames foram realizados e ele passou a madrugada de segunda-feira internado para observação. Segundo o boletim médico divulgado pela unidade, o candidato sofreu "traumatismo na região do tórax à direita e no punho direito, sem maiores complicações associadas".

Durante sua internação, uma foto de Marçal deitado no leito do hospital, utilizando uma pulseira verde, foi divulgada por sua equipe. O uso do acessório indicava, segundo o protocolo de Manchester, que seu quadro de saúde não era grave, caracterizando-se como de baixo risco. Em vídeo publicado por seus apoiadores, o médico que o atendeu chegou a mencionar uma "linhazinha de fratura" no sexto arco costal, mas essa avaliação não foi corroborada pelo laudo oficial. Marçal chegou a fazer alarde com a suposta fratura na costela, mas foi agora desmentido pelo legista.

A defesa do candidato registrou boletim de ocorrência contra Datena por lesão corporal e injúria.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

TSE e governo proíbem PRF de realizar bloqueios para barrar eleitores

 

Em 2022, ações da PRF impediram o deslocamento de eleitores em regiões onde Lula tinha vantagem sobre Bolsonaro

Policial Rodoviário Federal (Foto: PRF / Divulgação)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Ministério da Justiça e Segurança Público assinaram portaria nesta quinta-feira (19) para impedir que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realize bloqueios que impeçam a circulação de eleitores no dia das eleições, informa a Folha de S. Paulo. O texto afirma que o patrulhamento “não poderá constituir obstáculo livre à circulação de pessoas eleitoras” e proíbe a realização de bloqueios em rodovias federais “para fins meramente administrativos" .

A medida é uma reação ao que aconteceu nas eleições de 2022, quando a PRF realizou blitze em regiões onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha vantagem sobre o então presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-diretor-geral do órgão, Silvinei Vasques, ficou preso preventivamente por um ano por tentativa de interferir nas eleições presidenciais.

A portaria afirma que só serão legítimas as ações da PRF para impedir o tráfego de veículos que comprovadamente tenham cometido infração de trânsito e "que coloquem em risco as pessoas no momento da realização da operação". Os bloqueios de rodovias nos dias 6 e 27 de outubro deverão ser comunicados ao Tribunal Regional Eleitoral acompanhada da justificativa e da indicação de rotas alternativas.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Fábrica que originou dívida e despejo de bolsonarista Mário Gomes foi alvo de investigação


A empresa enfrentava dificuldades financeiras, acumulando três meses de salários atrasados para os cerca de 70 funcionários

(Foto: Reprodução Instagram/ AirBnb)

Em 1999, o Ministério Público do Paraná iniciou uma investigação sobre os incentivos concedidos pela prefeitura de Entre Rios do Oeste à empresa Mário Gomes Indústria e Comércio de Confecções, de propriedade do ator Mário Gomes e de sua sócia Márcia Mendes. A investigação teve origem após denúncias de que a administração municipal teria favorecido a empresa de forma irregular, ao oferecer benefícios sem precedentes para a instalação da fábrica na cidade em 1997. As informações são do potal Extra.

A prefeitura teria investido R$ 489 mil na estruturação da fábrica, fornecendo terreno, construindo um galpão, instalando redes elétrica e telefônica, além de adquirir maquinário para a operação. Também foi oferecido treinamento remunerado aos funcionários durante seis meses. O processo de seleção da empresa foi feito por meio de uma concorrência pública, vencida pela Mário Gomes Indústria e Comércio de Confecções.

Entretanto, dois anos após a inauguração, a empresa enfrentava dificuldades financeiras, acumulando três meses de salários atrasados para os cerca de 70 funcionários. O MP acusou a empresa de exploração de mão de obra e solicitou a quebra de sigilo bancário dos sócios e o bloqueio de seus bens, além dos bens do ex-prefeito João Natálio Stein. No entanto, a Justiça negou a quebra de sigilo, e a defesa apresentou garantias para a continuidade do negócio.

A fábrica encerrou suas atividades em 2005, deixando uma dívida trabalhista de aproximadamente R$ 1 milhão.

Fonte: Brasil 247 com informações do portal Extra

Operação contra pirataria tira do ar 675 sites e 14 aplicativos de streaming

 

Operação 404 tem o objetivo de combater crimes praticados contra a propriedade intelectual na internet e faz parte de uma mobilização internacional

(Foto: Pixabay)

Reuters - Um operação contra a pirataria realizada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e com a participação de órgãos e associações de outros países nesta quinta-feira tirou do ar 675 sites e 14 aplicativos de streaming ilegais.

Trata-se da sétima fase da Operação 404, que tem o objetivo de combater crimes praticados contra a propriedade intelectual na internet e faz parte de uma mobilização internacional.

De acordo com o MJSP, conteúdos em áudio e vídeo, como jogos e músicas, foram removidos e houve a desindexação de conteúdo em mecanismos de busca e remoção de perfis e páginas em redes sociais.

Também foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão. E diversos materiais relacionados aos crimes foram apreendidos em decorrência das ordens judiciais.

A ação foi coordenada pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) e pelas Polícias Civis de Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo e os Ministérios Públicos de São Paulo e Santa Catarina.

Também estiveram envolvidos órgãos de aplicação da lei e associações de proteção à propriedade intelectual de países como Argentina, Estados Unidos, Paraguai, Peru e Reino Unido.

O nome da operação (404) faz referência ao código de resposta do protocolo HTTP que indica quando uma página não é encontrada ou está indisponível.

Fonte: Brasil 247

Vereadora de João Pessoa é presa pela PF por suspeita de aliciamento violento de eleitores

 

Raíssa Lacerda (PSB), candidata à reeleição, é aliada do prefeito Cícero Lucena (PP), com quem já atuou como secretária de Cidadania e Direitos Humanos

Vereadora de João Pessoa Raissa Lacerda (Foto: Reprodução)

A vereadora Raíssa Lacerda (PSB) foi presa pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (19), durante nova fase da operação Território Livre. A operação investiga o envolvimento de facções criminosas na eleição de João Pessoa e o aliciamento violento de eleitores. Raíssa, candidata à reeleição, é aliada do prefeito Cícero Lucena (PP), com quem já atuou como secretária de Cidadania e Direitos Humanos, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. A Justiça determinou a prisão de seis pessoas, sendo quatro já cumpridas, incluindo outras figuras associadas à campanha e ao tráfico de influência em bairros periféricos.

As investigações revelam o controle de votos por facções em comunidades específicas, como São José, com Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos sendo uma das articuladoras. Taciana Batista e Kaline Neres também são apontadas como facilitadoras no esquema. Em etapas anteriores, a operação apreendeu R$ 35 mil e documentos de funcionários municipais.

A prisão de Raíssa intensificou o debate eleitoral em João Pessoa, com opositores acusando a gestão de Lucena de ter vínculos com o crime organizado. Alguns candidatos chegaram a solicitar a presença de tropas federais nas eleições.

Mensagens sugerem acordo entre facção e filha do prefeito de João Pessoa

Uma troca de mensagens entre um líder da facção criminosa Nova Okaida e Janine Lucena, filha do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), indica que eles firmaram um acordo de troca de cargos por acesso a comunidades comandadas pelo crime. Janine é a atual secretária da Saúde do Município e seu pai é candidato à reeleição nas eleições municipais de outubro.

De acordo com reportagem do UOL, as mensagens foram interceptadas durante uma investigação de um suspeito de tráfico de drogas em julho de 2022, período de pré-campanha eleitoral, pela força-tarefa formada por Ministério Público e as polícias Militar, Civil e Federal da Paraíba. No documento, são transcritas mensagens de um número atribuído à Janine com Jossiênio Silva dos Santos, o Ênio Chinês, conselheiro da Nova Okaida, maior facção da Paraíba.

No diálogo, Ênio reclama que quer melhores salários para sua esposa e filha e cobra uma ajuda de custo. Ele afirma ser “dono” de comunidades e avisa Janine que pessoas estariam barradas de entrar em algumas localidades até que ela resolvesse a situação. A filha do prefeito responde que “cumpriu o acordo” e estava tratando da nova reivindicação com Patrícia, esposa de Ênio e irmã de outros dois membros da facção.

De acordo com a investigação, Patrícia tinha um cargo de auxiliar de sala de aula e recebia um salário de R$ 1.679,13. Já a filha tinha cargo de auxiliar administrativo com salário de R$ 2.658,17 no mesmo período. Nenhuma das duas segue nos cargos. 

fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Governo já "precifica" nova negociação com Congresso sobre desonerações em 2025

 

Integrantes da equipe econômica celebram precedente formado com acordo, mas avaliam que conta das compensações não cobre todo o período de transição

Simone Tebet, Fernando Haddad e Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Por Marcos Mortari, Infomoney O acordo celebrado entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Congresso Nacional que culminou na aprovação de projeto de lei (PL 1847/2024) da reoneração gradual da folha de salários tem sido tratado por integrantes da equipe econômica como o entendimento “possível”.

Internamente, a avaliação é de que a sanção com vetos das novas regras, com medidas de compensação para a renúncia de receitas, não evitará a necessidade de novas negociações em um futuro próximo

Por outro lado, acredita-se que o movimento fortalece o Poder Executivo para as próximas discussões e abre precedente importante para o equilíbrio das contas públicas.

Segundo uma fonte, as medidas de compensação aprovadas pelos parlamentares não representam o “pacote dos sonhos” da equipe econômica, que entende que o nível de arrecadação não responderá como espera o Congresso Nacional em 2025 e 2026.

A avaliação é de que há grandes chances de frustração de receitas com medidas como a nova rodada de repatriação de recursos mantidos no exterior e a própria regularização de bens imobiliários.

Por isso, a insistência em tentar manter algum gatilho automático em caso de nova frustração, como a previsão de aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e da alíquota de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) cobrada sobre Juros sobre o Capital Próprio (JCP) ─ o que foi recusado pelos congressistas.

O ceticismo já foi compartilhado pelo próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Em entrevista ao programa “Bom dia, ministro”, do canal EBC, na semana passada, ele disse acreditar que a solução encaminhada pelos parlamentares resolva o desequilíbrio gerado pelas desonerações em 2024, mas foi muito mais cauteloso em relação aos anos subsequentes.

Para compensar a perda de arrecadação durante o “fase out”, os parlamentares aprovaram a captura de depósitos esquecidos em contas judiciais por mais de 5 anos, a abertura de novo prazo de repatriação de recursos no exterior com taxas menores e um programa de descontos para empresas com multas vencidas em agências reguladoras (“Desenrola Agências Reguladoras”). Além da possibilidade de atualização nos valores declarados com bens imóveis mediante antecipação de pagamento de alíquota reduzida.

“Há uma expectativa no Senado de que a arrecadação desse programa venha a suprir as necessidades da compensação. Vamos ver. Nós estamos torcendo para tudo dar certo para não ter que revisitar o assunto”, afirmou Haddad na entrevista.

Na ocasião, o ministro disse que a regulamentação das medidas deverá sair em até 60 dias e, caso se verifique falta de recursos na compensação, ” disse torcer para tudo dar certo, mas que, “na falta da compensação, “vamos voltar à mesa de negociação”.

Mesmo assim, os membros do governo federal esperam que, no geral, o acordo costurado gere um legado positivo de respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que determina que novas despesas ou renúncias de receitas devem ser acompanhadas de fontes compensatórias. E que a regra vale para os Três Poderes.

Para uma fonte, o episódio vira a página de um ciclo vicioso em que “[Congresso] aprova, [governo] veta, [parlamento] derruba o veto e está tudo bem”. Além de indicar uma luz no fim do túnel para 10 anos de desonerações sobre a folha de pagamentos a 17 setores econômicos (e um benefício recém-concedido a municípios com até 156 mil habitantes) ─ medidas que respondem por fatia significativa dos gastos tributários vigentes.

“Nós não podíamos perder essa discussão judicial sobre a necessidade de compensação, ela deixa um legado gigantesco para frente”, justificou sob a condição de anonimato. “Ela consolidou o precedente de que não se pode renunciar receita sem compensação. Ter isso materializado no STF é um marco que consolida a LRF.”

“Chegamos a um momento em que tínhamos que fazer uma escolha”, disse. “É o ideal? Não. É o acordo do possível”, sintetizou a fonte.

Na equipe econômica, existe uma compreensão de que a inclusão nos cálculos de “recursos esquecidos” em contas bancárias que não forem reclamados pelos titulares gerou ruídos entre agentes do mercado financeiro, apesar de a redação final ter preservado estatísticas fiscais do Banco Central dos efeitos das mudanças.

A versão aprovada pelo Senado Federal dizia que, decorrido o prazo de 30 dias da publicação da lei, os saldos não reclamados remanescentes junto às instituições depositárias passariam ao domínio da União e seriam apropriados pelo Tesouro Nacional como receita orçamentária primária para todos os fins das estatísticas fiscais e da apuração do resultado primário (o que inclui as próprias bases de dados do BC).

Depois de reação negativa da autoridade monetária, o texto foi ajustado pela Câmara dos Deputados, que apenas permitiu a apropriação pelo Tesouro Nacional dos recursos como receita orçamentária primária e sua consideração para fins de verificação do cumprimento da meta de resultado primário, sem referência a outros fins estatísticos.

Apesar dos ruídos, integrantes da equipe econômica sinalizam que o montante oriundo dos “recursos esquecidos” não deverá ser usado para fazer a diferença no cumprimento da meta de déficit zero.

Quanto à esperada retomada de negociações com o Congresso Nacional caso as medidas de compensação se provem insuficientes nos próximos dois anos, as fontes evitam apontar as alternativas, mas lembram que já estão sobre a mesa mudanças na tributação de JCP e aumento na alíquota da CSLL, conforme projeto em tramitação.

Nos bastidores, também foi ventilada a possibilidade de mudanças em alíquotas cobradas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Mas, como a própria cúpula do parlamento já sinalizou durante o debate da reoneração, há baixa disposição em discutir qualquer aumento de impostos. Cenas para um próximo imbróglio.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney