domingo, 15 de setembro de 2024

Suspeito da tentativa de assassinato de Trump é identificado nos EUA

 

O The New York Times e o canal Fox News identificaram o suspeito como Ryan Wesley Routh, de 58 anos, do Havaí, citando autoridades policiais anônimas

Donald Trump (Foto: Reuters/Brendan McDermid)

REUTERS - O candidato republicano à presidência Donald Trump está seguro após o que o FBI descreveu como uma aparente tentativa de assassinato neste domingo (15), enquanto ele jogava golfe em seu campo em West Palm Beach, Flórida. Autoridades policiais disseram que agentes do Serviço Secreto dos EUA avistaram e dispararam contra um homem armado em alguns arbustos perto da linha de propriedade, com um rifle de assalto estilo AK-47.

O The New York Times e o canal Fox News identificaram o suspeito como Ryan Wesley Routh, de 58 anos, do Havaí, citando autoridades policiais anônimas. A Reuters não conseguiu verificar os relatos.

Após avistarem o cano do rifle a cerca de 400 a 500 jardas (365 a 457 metros) de distância de Trump enquanto limpavam os buracos de possíveis ameaças antes do jogo, os agentes enfrentaram o atirador e dispararam pelo menos quatro tiros por volta de 13h30 (1730 GMT), disse o xerife do condado de Palm Beach, Ric Bradshaw, em uma coletiva de imprensa. O atirador então largou seu rifle, duas mochilas e outros itens, fugindo em um carro Nissan preto. Uma testemunha, segundo o xerife, viu o atirador e conseguiu tirar fotos de seu carro e da placa.

"O Serviço Secreto fez exatamente o que deveria ser feito", acrescentou Bradshaw. Após o suspeito fugir da cena, as autoridades disseram que enviaram um alerta para agências estaduais com informações sobre o veículo, o que levou os delegados do condado vizinho de Martin a prenderem o suspeito na rodovia I-95. "Temos alguém sob custódia agora", disse Bradshaw, que não identificou o suspeito nem forneceu detalhes sobre um possível motivo.

Trump enviou um e-mail à sua lista de arrecadação de fundos dizendo que houve "disparos nas proximidades, mas antes que os rumores comecem a sair do controle, quero que você ouça isso primeiro: ESTOU SEGURO E BEM!", de acordo com um e-mail visto pela Reuters.

Trump foi ferido em uma tentativa de assassinato na Pensilvânia em 13 de julho, levantando questões sobre a proteção dos candidatos a poucos meses de uma eleição, marcada para 5 de novembro, que provavelmente será muito disputada, na qual ele enfrentará a vice-presidente democrata Kamala Harris.

A Casa Branca disse em um comunicado que o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris foram informados sobre o incidente e ficaram aliviados ao saber que ele está seguro. "A violência não tem lugar na América", disse Harris em um post na rede social X. O companheiro de chapa de Trump na eleição presidencial, o senador dos EUA JD Vance, disse que conversou com Trump após o tiroteio e que o ex-presidente estava de bom humor.

O primeiro tiroteio contra um presidente dos EUA ou candidato presidencial de um grande partido em mais de quatro décadas foi uma falha de segurança gritante que forçou Kimberly Cheatle a renunciar ao cargo de diretora do Serviço Secreto sob pressão bipartidária do Congresso. Trump foi atingido de raspão na orelha direita e um participante do comício foi morto a tiros. O atirador, identificado como Thomas Crooks, de 20 anos, foi morto por um franco-atirador do Serviço Secreto.

O novo diretor interino do Serviço Secreto dos EUA disse em agosto que estava "envergonhado" da falha de segurança que levou à tentativa de assassinato.

Fonte: Brasil 247

Ato por liberdade religiosa é 1ª agenda pública de Macaé como ministra

 

Objetivo é pedir paz e denunciar casos de intolerância e racismo

Macaé Evaristo (Foto: Luiz Santana/ALMG)

Agência Brasil - A Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, realizada anualmente no Rio de Janeiro, foi a primeira agenda pública da ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo. Nomeada na semana passada, ela compareceu à 17ª edição do ato, que aconteceu neste domingo (15).

Como tradicionalmente ocorre no terceiro fim de semana do mês de setembro, praticantes das mais variadas religiões caminharam juntos ao longo da orla da Praia de Copacabana, na zona sul da capital fluminense. A mobilização tem como objetivo pedir paz e denunciar casos de intolerância e de racismo.

"O grande desafio hoje no nosso país é a redução das desigualdades. Para mim, é muito importante estar presente nessa caminhada porque, além do direito à liberdade religiosa, toda essa gente também luta por muitas coisas: contra a fome, pelo trabalho decente e por uma política de cuidado, que talvez seja a principal pauta das nossas comunidades. Cuidar das crianças, que muitas vezes estão no trabalho infantil. Cuidar do direito da população idosa. Cuidar de quem cuida. E, na maioria das vezes, quem cuida são as mulheres", disse Macaé Evaristo.

A nova ministra é deputada estadual da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e foi nomeada para substituir Silvio Almeida. Até então titular do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, ele foi exonerado no início do mês em meio a denúncias de assédio sexual. Investigações foram abertas para apurar os fatos e ele terá direito a ampla defesa.

Macaé falou sobre sua trajetória que a credenciou a assumir a pasta. "Eu sou professora de escola pública. Trabalhei 20 anos dentro de escolas nas comunidades mais vulneráveis de Belo Horizonte. Comecei no território de menor IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] de Belo Horizonte. Depois fui para o Aglomerado da Serra, na década de 1990, em um momento onde a comunidade tinha sua maior taxa de homicídios. Creio que temos muito trabalho a fazer. Precisamos conectar agendas, construir objetivos e metas muito claros, pra que seja possível, nesse curto espaço de tempo de dois anos, fazer diferença para cada um e cada uma nas comunidades", afirmou.

A Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa é convocada anualmente por duas entidades. Uma delas é o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), que desde 1989 atua na promoção da cultura negra como forma de combate ao racismo e à intolerância religiosa. A outra é a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro (CCIR), fundada em 2008 inicialmente por umbandistas e candomblecistas, mas que agrega atualmente representantes das mais variadas crenças.

"A intolerância cresce baseada no racismo, na homofobia, na misoginia, no antissemitismo. Temos que dar um basta nisso. E ter a ministra logo na sua primeira semana reafirma o caminho que queremos, o diálogo que queremos. No passado, ela já veio à caminhada como cidadã e militante. Veio de ônibus com o pessoal de Minas Gerais. E hoje ela está na condição de ministra. Ela recebeu o convite e confirmou antes de ser nomeada ministra", disse o babalawô Ivanir dos Santos, interlocutor da CCIR.

Segundo ele, desde a primeira edição, a caminhada tem como mote a defesa da democracia, da liberdade religiosa com equidade, da diversidade, do Estado laico e dos direitos humanos. "A fé une. Aquilo que desune não é fé. É outra coisa. E a fé está baseada no respeito, na liberdade e na equidade. A liberdade não pode ser só para um grupo, a liberdade tem que ser para todos. Equidade quer dizer o quê? Quer dizer justamente que a minha liberdade deve ser garantida e a dos outros também. Equidade é proteger aqueles mais perseguidos, aqueles que não têm esses direitos respeitados pela sociedade", acrescentou.

Homenagens

Os participantes começaram a se concentrar às 10h no posto 5 de Copacabana e, por volta das 13h, iniciaram a caminhada pela orla. Houve homenagens à professora Darci da Penha, integrante dos Agentes de Pastoral Negros (APNs), entidade com raízes na Igreja Católica. Ela morreu em maio deste ano. A homenagem póstuma a lideranças religiosas que se engajaram na luta pela paz é algo que ocorre em todas as edições. No ano passado, por exemplo, houve um tributo à líder quilombola Mãe Bernadete: tratou-se simultaneamente de resgatar o seu legado e de cobrar justiça, já que ela havia sido assassinada um mês antes, aos 72 anos.

Apesar da presença de praticantes de diferentes crenças, a maioria dos participantes era vinculada a religiões de matriz africana. No carro de som, a diversidade pautou a programação: houve apresentações de grupos culturais umbandistas, candomblecistas, católicos, evangélicos, entre outros.

Caravanas de outros estados também contribuíram para engrossar o número de manifestantes. O ato contou ainda com a presença de representantes de credos com menos expressão no país, ainda que diversos deles tenham longa tradição no mundo como o budismo, o judaísmo, o islamismo e a religião Wicca.

A evangélica Andressa Oliveira afirmou que a caminhada é uma aula de harmonia, de respeito e de convivência. Liderança do Movimento Negro Evangélico, ela explica as origens da entidade. "Por meio do conhecimento, ampliamos nossa visão e aprendemos a combater o racismo a partir do olhar de evangélicos. No Brasil, sabemos que a intolerância religiosa é muito forte contra praticantes das religiões de matriz africana. E nós temos uma conexão com eles, afinal de contas somos negros".

Ela considera que a Bíblia foi "embranquecida" no período colonial. "A história bíblica é a história de um povo africano oprimido e de um Deus que se levanta para ajudá-los. Essa história sempre esteve ao nosso lado e nos foi negada pela colonização. Então, buscamos fortalecer a negritude do cristianismo e a atualidade dessa mensagem para quem luta contra o racismo".

Fonte: Brasil 247

"Não tem lobby de pobre em Brasília", diz Haddad

Ministro defende fim de privilégios fiscais para grandes empresas e reitera a importância de um ajuste fiscal criterioso e inclusivo

Fernando Haddad (Foto: Diogo Zacarias/MF)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez duras críticas à atuação de lobbies empresariais em Brasília e defendeu uma reforma fiscal mais justa, durante uma entrevista divulgada pelo canal "Cortes 247" no YouTube. Segundo Haddad, grandes empresas têm sido favorecidas há mais de uma década com isenções fiscais, enquanto as classes menos favorecidas arcam com o peso do ajuste nas contas públicas.

"Deixa uma grande empresa 10 anos sem pagar imposto e, para fazer o ajuste fiscal, o foco acaba sendo no salário mínimo, no Bolsa Família. Alguém tem que pagar a conta, e é isso que estamos tentando corrigir", desabafou o ministro. Ele enfatizou que o desequilíbrio fiscal no Brasil, presente desde 2015, prejudicou o crescimento econômico do país, levando-o a perder posições no ranking mundial das maiores economias. "O Brasil era a sexta maior economia do mundo e caiu para a 12ª. Agora estamos subindo novamente e já somos a oitava", disse Haddad.

Ao destacar a necessidade de uma gestão fiscal equilibrada, Haddad apontou que é essencial manter uma postura criteriosa na revisão de contas públicas, para garantir que a população mais vulnerável, que depende das oportunidades oferecidas pelo Estado, não seja prejudicada. Ele ressaltou que grandes corporações que não têm contribuído adequadamente precisam voltar a pagar seus impostos. "Não tem lobby de pobre em Brasília. O que existe é lobby de empresas, de escritórios de advocacia. Isso precisa acabar", declarou o ministro.

Ajuste fiscal com justiça social

Haddad afirmou que a equipe econômica do governo está empenhada em encerrar o ciclo de desorganização fiscal que marcou a última década, muitas vezes alimentado por pressões empresariais. "Nós estamos conversando com o Congresso para colocar um fim nos 'jabutis' e na 'pauta-bomba'. Isso precisa acabar. Precisamos de mais transparência e de apoio a quem realmente precisa", argumentou.

O ministro reconheceu que algumas áreas da economia, como indústrias nascentes e setores estratégicos, ainda precisam de incentivos, mas destacou que o país também precisa encontrar um caminho de equilíbrio. Ele elogiou o desempenho do agronegócio brasileiro, que recentemente se consolidou como o maior exportador mundial de produtos alimentícios industrializados. "O Brasil se tornou um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Agora, precisamos equilibrar nossas contas e continuar gerando empregos", afirmou.

Expectativa otimista para a economia brasileira

Fernando Haddad demonstrou otimismo quanto ao futuro da economia brasileira, mencionando os números positivos da geração de empregos nos primeiros sete meses do ano. "Geramos 1,5 milhão de empregos em sete meses, um recorde. Hoje, nosso problema não é demanda, mas oferta de mão de obra. Empresários de diversos setores estão com dificuldades para contratar, e isso mostra que estamos no caminho certo", disse.

Com uma projeção de crescimento econômico superior a 3% para o ano, Haddad acredita que o Brasil está em um momento propício para realizar as correções necessárias na política econômica. Ele reforçou que é crucial manter o foco na redução das taxas de juros, a fim de garantir a sustentabilidade da dívida interna e permitir que o país volte a crescer acima da média mundial. "Nós já acumulamos reservas cambiais desde o período do presidente Lula, não temos dívida externa, e agora precisamos controlar nossa dívida interna", comentou.

Ao final da entrevista, Haddad destacou que, apesar dos desafios, está confiante de que o país vai superar as dificuldades. "Estou otimista com a economia brasileira. Temos tudo para voltar a crescer, sem subestimar os problemas e desafios que enfrentamos", concluiu. Assista:


Fonte: Brasil 247

 

Jane Fonda diz que Trump representa risco para a Humanidade e que ricos também serão afetados pela catástrofe climática

 

"Não podemos perder mais quatro anos para a crise climática", disse a atriz de 87 anos

Jane Fonda (Foto: Reprodução Youtube)

Em uma entrevista concedida ao apresentador Jimmy Kimmel, a atriz Jane Fonda, ativista de direitos humanos, falou sobre suas preocupações com a crise climática, as eleições presidenciais americanas e o ex-presidente Donald Trump. Aos 87 anos, com duas estatuetas do Oscar e décadas de ativismo nas costas, Fonda não poupou palavras ao destacar o que acredita ser um dos maiores desafios de nosso tempo: a crise ambiental. "Não podemos perder mais quatro anos para a crise climática. O outro candidato [Trump] representa 'perfurar, perfurar, perfurar', e isso vai nos queimar", declarou.

Fonda se mostrou otimista com o desempenho de Kamala Harris no debate presidencial, afirmando que a vice-presidente demonstrou empatia e preocupação com os problemas cotidianos dos americanos, como as questões ambientais. "Acho que ela tocou em assuntos essenciais, especialmente sobre o meio ambiente. Precisamos de alguém que esteja disposto a agir rapidamente", enfatizou. A atriz também criticou o fato de que, no debate, demorou-se "uma hora e meia para se falar sobre o clima", tema que considera crucial.

Além de expressar suas opiniões sobre a corrida eleitoral, Fonda também compartilhou memórias de seu passado com Trump. Ela lembrou de uma promessa feita por ele durante o tempo em que ela era casada com Ted Turner, ex-marido de Marla Maples, então esposa de Trump. "Ele prometeu ajudar uma organização que eu havia criado para jovens em Atlanta, mas nunca cumpriu", disse Fonda, mostrando que sua relação com o ex-presidente foi, no mínimo, conturbada.

O tom mais leve da entrevista ficou por conta de uma anedota envolvendo a ingestão de animais de estimação em Ohio, que, de forma sarcástica, Fonda atribuiu a Robert Kennedy Jr., o qual, segundo ela, teria sido contratado por Trump para lidar com essa "crise". "Se eu fosse republicana, isso já estaria em todos os canais da Fox News", brincou, arrancando risadas da plateia.

No entanto, a leveza do momento rapidamente deu lugar a um alerta sério. Fonda enfatizou que o aquecimento global é uma ameaça que afeta a todos, independentemente da classe social. "Os ricos também serão afetados. Não é algo que eles ou seus netos poderão evitar. Isso é algo que todos deveríamos estar focados", disse a ativista, destacando que muitos políticos, tanto democratas quanto republicanos, estão comprometidos com a indústria de combustíveis fósseis, o que impede avanços na legislação ambiental.

Sobre seu legado, Fonda deixou claro que sua luta pelo clima é uma questão pessoal e intergeracional. "Quando votamos em um presidente, não estamos nos casando com eles, nem namorando. Eles não são perfeitos. Mas precisamos votar com o clima em nossos corações. Façam isso pelos seus filhos, netos, sobrinhos e sobrinhas, porque o outro cara vai nos queimar", advertiu.

Além da crise climática, a atriz também falou sobre a possibilidade de Trump, caso reeleito, punir seus críticos. "Ele vai atrás dos críticos dele. Eu e você talvez fiquemos na mesma cela", comentou, em tom bem-humorado, com o entrevistador. No entanto, Fonda não demonstrou medo, mesmo ao relembrar suas experiências com o ex-presidente Richard Nixon, que chegou a ter sua casa invadida e seus telefonemas grampeados. "Trump é muito mais perigoso", afirmou categoricamente.

Aos 87 anos, Fonda se mostrou destemida diante da ideia de enfrentar mais uma luta. "Quando você fica mais velho, pensa muito sobre a morte e sobre como quer se sentir nos seus últimos dias. Eu sei que quero ter feito a diferença, quero que meus filhos saibam que lutei por eles", afirmou. Segundo ela, se precisar escolher entre ir para a prisão ou deixar de lutar pelo que acredita, ela não hesitaria: "Eu iria para a prisão."

Fonda encerrou a entrevista com um pedido ao público: "Quando votarem, votem com o coração no clima. O futuro dos nossos filhos depende disso." Com a firmeza de quem dedicou grande parte de sua vida à luta por um mundo mais justo, Jane Fonda se reafirma, mais uma vez, como uma das vozes mais apaixonadas e influentes da atualidade no combate à crise climática. Assista:

Fonte: Brasil 247

Fernando Horta: bolsonaristas estão enfraquecidos e buscam anistia para ganhar tempo

 

Analista político alerta para manobras da extrema direita e reforça a necessidade de enfrentar a estrutura fascista no Brasil

Fernando Horta e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação | Reuters/Carla Carniel)

Em recente entrevista à TV 247, o historiador e analista político Fernando Horta trouxe à tona uma análise crítica e detalhada sobre os desafios que o Brasil enfrenta em relação ao bolsonarismo e às transformações climáticas. Segundo Horta, o bolsonarismo, embora enfraquecido politicamente, busca se reorganizar nos bastidores, utilizando o Congresso como palco para manobras que envolvem negociações perigosas, como a tentativa de aprovação de uma anistia aos participantes e financiadores dos atos antidemocráticos. "Quando eles estão enfraquecidos, pedem anistia e pacificação", afirmou o analista, ressaltando que esses movimentos têm como objetivo dar tempo para a reestruturação do grupo.

Horta também fez uma análise profunda sobre o cenário político no Congresso Nacional. Ele destacou o papel de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, que, segundo o historiador, continua a usar sua influência para negociar acordos que favorecem o bolsonarismo. A corrida pela sucessão de Lira e os movimentos para eleger um novo presidente da Câmara colocam o governo Lula em uma posição delicada.

Para Horta, a maior falha do governo atual foi combater os fascistas, mas não a estrutura do fascismo que ainda se mantém viva. Ele alertou que, embora os movimentos bolsonaristas tenham sido desacreditados após o 8 de janeiro, as manobras políticas continuam a ser uma ameaça. “O que está acontecendo no parlamento é um saco de todos os medos”, afirmou Horta, sugerindo que a extrema direita está tentando ampliar seu poder de barganha a partir do medo e da violência.

O Papel do STF e a Impeachment de Ministros

Um dos temas centrais da entrevista foi a crescente pressão da extrema direita sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente sobre o ministro Alexandre de Moraes. Horta comentou sobre os pedidos de impeachment contra Moraes, promovidos por parlamentares bolsonaristas, e ressaltou que essa movimentação visa desestabilizar o STF e, consequentemente, o sistema democrático brasileiro. “É uma tentativa de coagir e tentar tirar algum proveito”, analisou Horta, referindo-se ao pedido de impeachment. Para ele, o Senado precisa agir com zelo e responsabilidade, mas os riscos de essa pressão política gerar instabilidade são altos.

Anistia: Perigo para a Democracia

Horta foi contundente ao criticar a tentativa de anistia para os responsáveis pelos atos de 8 de janeiro. Ele argumentou que a anistia seria um erro gravíssimo e que o fascismo só busca a pacificação temporária quando está enfraquecido, com o intuito de se reorganizar e voltar mais forte no futuro. “Foi necessária uma Segunda Guerra Mundial para derrotar o fascismo. Aqui no Brasil, não será diferente”, declarou.

O historiador alertou ainda que, caso o bolsonarismo retome forças, o Brasil poderá enfrentar uma nova onda de ataques às instituições democráticas. Ele destacou a importância de manter vigilância e fortalecer as instituições que garantem a democracia no país. Assista:

Fonte: Brasil 247

Vice de Nunes sobre motociata de Marçal: 'Imita, tenta ser ídolo mas seu público são os robôs da internet'

 

Indicado por Bolsonaro, coronel da Rota Mello Araújo sugeriu que o candidato do PRTB pagou pela presença do público

Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo (Foto: Reprodução)

O vice-prefeito na chapa de Ricardo Nunes (MDB), o ex-comandante da Rota Ricardo Mello Araújo (PL) foi às redes sociais para criticar a motociata realizada neste domingo (15) pelo candidato Pablo Marçal (PRTB). Segundo Mello, Marçal tenta imitar Jair Bolsonaro.

"Quer ser a pessoa que nunca será, imita, tenta ser ídolo mas seu público são os robôs da internet, kkkk." [sic], escreve

"Você querendo ser uma pessoa que nunca será!", completou

"Aliás quem é você de verdade? Sem sua armadura, sem os implantes, sem a dieta que em breve vai largar, quem é você de verdade? Nem você sabe." [sic], escreveu ainda o ex-comandante da Rota.

Apesar de Bolsonaro ser campeão de multas em motociatas, o ex-comandante da Rota fez uma lista das possíveis infrações cometidas por Marçal, que também foram cometidas nas motociatas pelo próprio Bolsonaro quando presidente, como transitar na ciclovia e a falta de capacete. 

Mello Araújo ainda questionou qual o valor estava sendo pago para "encher de gente!" a motociata. 

De acordo com notas fiscais que descrevem gastos com o cartão corporativo da Presidência da República, toda vez que Jair Bolsonaro decidia viajar a lazer ou passear de moto por capitais do País ele era acompanhado por até 300 militares ao custo médio de R$ 100 mil para os cofres públicos.

Fonte: Brasil 247

"O neofascismo é contra pretos, judeus, gays, velhos que não servem para o objetivo deles”, diz Betty Faria

 

Com 83 anos de idade, a atriz ressaltou a importância da representatividade nos projetos

Dois meses após acidente, Betty Faria volta à TV (Foto: Divulgação)

A atriz Betty Faria destacou a importância de estar de volta à televisão na novela Volta Por Cima. Com 83 anos de idade, a atriz acredita que o projeto respeita os artistas mais velhos com um elenco diverso.

“Quando o André [Câmara] me convidou para fazer essa personagem, a Beliza, e me expôs a história, eu vi a importância dessa novela nesse momento”, disse.

“Porque com a extrema direita, neofascista, entrando no mundo da maneira que está entrando, e o neofascismo é contra pretos, é contra judeus, contra gays, contra velhos que não servem para o objetivo deles”, afirmou a atriz.

Fonte: Brasil 247

Crescimento de empregos formais em 2023 foi puxado por pessoas acima de 40 anos

 

Dados da Rais divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que a distribuição de vagas formais foi maior entre os mais experientes

(Foto: Agência Brasil)

Agência Gov - A Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2023 indica que pessoas acima de 40 anos compõem os três segmentos em que o emprego formal cresceu, na comparação com 2022.  O relatório completo da Rais foi divulgado na quinta (12) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Como um todo, o número de empregos celetistas ou estatutários no dia 31 de dezembro do ano passado era de 44 milhões e 469 mil, o que representou um crescimento de 3,5% frente ao mesmo período do ano anterior, ou 1 milhão e 511 mil novos empregos formais. 

As três faixas que concentraram o aumento de vagas preenchidas foram as de 40 a 49 anos, com crescimento de 0,5 pontos percentuais (p.p.), de 50 a 59 anos, com variação positiva de 0,4 p.p., e a de 60 anos ou mais, com 0,3 p.p. As demais tiveram pequenas oscilações para baixo. Segundo o Censo 2022, a população entre 40 anos e 69 anos representa 35,3% dos brasileiros.

Uma das pessoas que faz parte desse universo é o seu Elias, 60 anos, trabalhador da AEC, na Paraíba. Em recente visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma nova unidade da empresa de call center, em João Pessoa, seu Elias lembrou que foi admitido pela companhia quanto já tinha 49 anos. "Eu não tinha mais expectativa de encontrar um emprego formal, mas fui acolhido e isso resgatou a minha dignidade" disse. Sobre a experiência de trabalhar na companhia de colegas que são, em sua maioria, mais jovens, Elias afirmou que a troca é vantajosa para os dois lados: "Eu recebo as novidades deles e devolvo minha experiência".

Setores e salário médio

Entre outros dados relativos a 2023, destaca-se o avanço da indústria, cujo estoque de emprego em 2023 foi 1,4% maior (mais 121,3 mil vagas) e onde se pagaram os maiores salários médios, no valor de R$ 4.181, um crescimento de 4,4% na comparação com o ano anterior. 

O salário médio de todos os setores de atividade em 2023 foi de R$ 3,514, variação de 3,6% na comparação com os R$ 3.390 registrados no ano anterior.

Em termos absolutos, o setor de serviços foi o maior empregador, com acréscimo de 962,8 mil novos postos de trabalho, crescimento de 4,8%.  

Em termos percentuais, os maiores incrementos se deram na construção, com 6,8%, seguido de perto pelo setor de “Outros Serviços”, que inclui os segmentos de artes, cultura e esportes, com 6,5%.

Este relatório mais recente da Rais excluiu temporariamente trabalhadores contratados em regime jurídico especial no setor público das três esferas. O MTE adiantou a publicação dos dados do setor privado para poder consolidar o 2º Relatório Nacional de Igualdade Salarial, a ser divulgado em breve. A pesquisa de igualdade salarial entre homens e mulheres depende dos dados da Rais sobre o setor privado para ser concluída.

A Rais é preenchida e entregue ao Governo Federal por empresas e instituições que têm em seus quadros celetistas, estatutários e trabalhadores avulsos, temporários, aprendizes e contratados por prazos determinados e indeterminados. Portanto, não representa a totalidade dos empregos existentes, não contabilizando informais e os que trabalham por conta própria, por exemplo. Desde 2019, o preenchimento e envio dos dados para a Rais é feito digitalmente, pelo eSocial.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Seis candidatos à prefeitura de SP participam de debate na TV Cultura neste domingo (15)

 

Para evitar manipulações e embiente bélico, candidatos podem ser expulsos caso violem as regras do debate

(Foto: Reprodução YouTube)

Neste domingo (15), às 22 horas, acontece mais um debate entre os candidatos que disputam a prefeitura de São Paulo, na TV Cultura.

As campanhas fizeram uma série de exigências para endurecer as regras e evitar um "ringue" diante do clima bélico em encontros anteriores.

A emissora prevê sanções aos participantes, como advertência e perda de tempo na resposta seguinte. Na terceira infração, o candidato e/ou seus assessores poderão ser expulsos. 

Além disso, o debate não terá plateia, e cada candidato terá direito a três assessores, sendo que apenas um pode ter acesso ao palco. Os postulantes estão proibidos de manusear o celular, usar acessórios como bonés e adesivos, exibir objetos e falar palavrões. Já os assessores não podem fazer filmagens. Os candidatos devem permanecer em seus lugares durante todo o debate.

A última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (12), aponta a liderança de Ricardo Nunes (MDB), com 27%, e Guilherme Boulos (PSOL), com 25%.

Com o resultado das pesquisas, auxiliares da campanha de Nunes avaliam que não cabe ao líder dar início aos bate-bocas. No último debate, realizado por TV Gazeta e MyNews, Nunes foi mais duro com os adversários do que nas primeiras rodadas, quando ainda não estava pressionado pelo crescimento de Pablo Marçal (PRTB).

Boulos, por sua vez, manterá a associação de Nunes e Marçal com Jair Bolsonaro (PL), e exporá aspectos negativos de ambos.

Tabata Amaral (PSB) afirma que a falta de debates nas últimas semanas foi a causa da oscilação para baixo nas pesquisas. Segundo a campanha da candidata, ela vai manter a postura de combate contra Marçal e Nunes.

Datena, quinto colocado nas pesquisas, pretende utilizar seu tempo para insistir em suas propostas, sobretudo direcionadas ao eleitorado de baixa renda.

A candidata do partido Novo, Marina Helena, que aparece com 3% nas pesquisas, também está confirmada para o debate.

Fonte: Brasil 247

Gleisi Hoffman saúda decisão de Dino: "governo vai usar mais rapidamente os recursos para enfrentar a emergência climática"

 

Para a parlamentar, medida também vai ajudar a enfrentar "os terroristas incendiários"

Flávio Dino e Gleisi Hoffmann (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil | Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

A deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann classificou como "importante" a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou o governo federal a emitir créditos extraordinários fora da meta fiscal para combater os incêndios que afetam 60% do território nacional.

"Importante decisão do ministro Flávio Dino, que permitirá ao governo do presidente Lula usar mais e mais rapidamente os recursos financeiros, técnicos e humanos para enfrentar a emergência climática, além do enfrentamento aos terroristas incendiários", escreveu a parlamentar em suas redes sociais.

Na decisão, o ministro Flávio Dino diz que "não podemos negar o máximo e efetivo socorro a mais da metade do nosso território, suas respectivas populações e toda a flora e fauna da Amazônia e Pantanal, sob a justificativa de cumprimento de uma regra contábil não constante na Carta Magna, e sim do universo infraconstitucional".

Fonte: Brasil 247

Democracia restaurada: obras vandalizadas no 8/1 são recuperadas

 

Parceria entre Iphan e UFPel devolve patrimônio público e cultural

Era tarde de domingo quando o celular de Andréa Lacerda Bachettini começou a ser inundado por mensagens e vídeos postados nas redes sociais mostrando, quase em tempo real, os atos de vandalismo e destruição promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na Praça dos Três Poderes, em Brasília, naquele 8 de janeiro de 2023, quando tentaram depor o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, empossado exatamente uma semana antes. 

Professora e pesquisadora do Departamento de Museologia, Conservação e Restauro da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, Andréa conta a dor que sentiu ao ver as imagens das pessoas rasgando, quebrando e arremessando obras de arte e mobiliário de valor inestimável dentro do Palácio do Planalto.

Brasilia 07/02/2023 - Manifestantes invadem predios publicos na praca dos Tres Poderes, na foto manifestantes arrastam grades que ficam na frente do Palacio do Planalto
Brasilia 07/02/2023 - Manifestantes arrastam grades que ficam na frente do Palácio do Planalto - Foto Joédson Alves/Agência Brasil

"Meus colegas e eu, ligados à área patrimônio cultural da universidade, estávamos em Pelotas horrorizados, assistindo pelas redes sociais. Foi muito triste e revoltante ver aquilo. A gente se questionava: 'temos que fazer alguma coisa!'. Foi um choque muito grande. Lembro que logo redigimos um documento e encaminhamos para a nossa reitora [Isabela Fernandes Andrade], que é arquiteta e muito sensível ao tema do patrimônio. Na carta, que ela reencaminhou em nome da universidade, a gente colocou o nosso departamento todo à disposição do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], do governo", relata à Agência Brasil.

No contato inicial, o Iphan respondeu que ainda estava fazendo o levantamento dos danos aos prédios e no interior dos palácios da República, todos eles tombados como Patrimônio Mundial da Humanidade. Mas a semente foi plantada ali. Alguns meses depois, a UFPel foi procurada pelo Iphan, que propôs a parceria.

"Em um primeiro momento, a gente imaginava que era possível contratar uma empresa, mas no segundo momento a gente lembrou dos nossos parceiros, que são as universidades públicas, os laboratórios de conservação. Nós temos alguns na Bahia, em Minas Gerais e tem o da UFPel, que é um dos melhores do país e está atrelado ao curso de conservação, tem pós-graduação, e aí propusemos essa parceria", relata o presidente do Iphan, Leandro Grass. A parceria foi firmada por meio de Termo de Execução Descentralizada (TED), em que o instituto repassou R$ 2,2 milhões à UFPel, para a aquisição de equipamentos, contratação de bolsistas e gastos logísticos.

Brasília, (DF), 13/09/2024 -  Presidente do Iphan, Leandro Grass , fala sobre a Exposição “8/1: Democracia e Restauração”, mostra processos de restauração das obras vandalizadas nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.
Brasília - Presidente do Iphan, Leandro Grass, mostra processos de restauração das obras vandalizadas nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Foto Valter Campanato/Agência Brasil

Uma inédita estrutura laboratorial de restauração foi montada no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, por meio da Diretoria Curatorial dos Palácios Presidenciais e da Coordenação-Geral de Administração das Residências Oficiais. Ao todo, cerca de 30 pessoas, entre professores, pesquisadores, estudantes e servidores estão trabalhando no projeto, cujo principal objetivo é a restauração completa das 20 obras de arte (veja a lista completa a seguir) pertencentes ao Palácio do Planalto danificadas no ataque de 8 de janeiro do ano passado.

Cerca de um ano e meio após o início do projeto, até este domingo (15), em que se celebra o Dia Internacional da Democracia, praticamente todas as obras e peças estão com o restauro finalizado. Os trabalhos seguem até dezembro, e incluem a produção de um livro, de um documentário e a realização de ações educativas de promoção do patrimônio cultural em escolas públicas do Distrito Federal.

Trabalho minucioso

Outro momento emocionante dessa jornada, lembra Andréa, foi quando ela veio a Brasília pela primeira vez já como coordenadora do projeto, batizado de "Lacorpi - Ação Patrimônio Cultural dos Palácios Presidenciais: valorização e promoção da democracia a partir da conservação-restauração dos bens culturais vandalizados do Palácio do Planalto".

"Foi um momento de muita emoção, eu sempre tenho vontade de chorar quando me lembro", conta a professora, com a voz embargada. "A primeira obra que vi foi a tela do Di Cavalcanti, conhecida como 'As Mulatas à mesa'. A tela é um tecido, mas tem toda uma estrutura de madeira e travas que a sustenta. Essas travas de madeira estavam todas rompidas. Naquele momento, percebi de perto o tamanho do ato de brutalidade daquela tentativa de golpe", descreve. Com cerca de 3,5 metros de largura por 1,20 metro de altura, essa obra do grande pintor modernista brasileiro é uma das mais importantes do acervo dos palácios presidenciais. Ela foi rasgada em sete pontos diferentes, não se sabe ao certo se por uma faca ou punhal usado pelos golpistas que invadiram o Planalto naquele domingo fatídico.  

O trabalho sobre a tela de Di Cavalcanti foi minucioso. A obra já tinha um reentelamento (cobertura protetora no verso da tela) com tecido de linho, que foi rompido pelos rasgos e não era possível emendar com fibras originais. A opção foi utilizar um poliéster, que é um tecido sintético, comumente usado em velas de barco. Na parte frontal da tela, onde a obra está pintada, técnicas de justaposição das texturas dos fios, reproduzindo as pinceladas do artista, disfarçaram completamente os rasgos, que não são mais visíveis. Já na parte de trás da tela, os rasgos foram mantidos.

"Foi um opção da equipe, um opção política, para mostrar que essa tela sofreu esse processo, que foi perfurada sete vezes. Essa memória estará registrada", explicou Leandro Grass.

Uma das agressões mais chocantes foi sobre a escultura em bronze O Flautista, do também brasileiro Bruno Giorgi, que tem mais de 1,6 metro de altura. Ela foi rompida em quatro partes. Em outra atitude de brutalidade e estupidez, outra escultura em bronze, a "Vênus Apocalíptica", da artista argentina Marta Minujín, foi simplesmente arremessada do quarto andar do Palácio do Planalto, caindo sobre o gramado na área externa.

Uma das cenas reproduzidas à exaustão, no contexto da selvageria do 8 de janeiro, foi o momento em que um dos invasores, Antônio Cláudio Alves Ferreira, destruiu um relógio do século 17, que estava exposto no Palácio do Planalto.

Construído pelo relojoeiro Balthazar Martinot Boulle, a peça havia sido um presente da corte francesa ao imperador Dom João VI, em 1808. Tanto o relógio quanto a caixa de André Boulle, destruídos durante os atos de vandalismo, estão em processo de revitalização por meio de outro acordo formalizado com a Embaixada da Suíça no Brasil.

- Imagens de câmeras de segurança mostram relógio do século XVII sendo destruído por manifestante golpista.
- Imagens de câmeras de segurança mostram relógio do século XVII sendo destruído por manifestante golpista. - Divulgação

Descobertas importantes

O trabalho de restauração também resultou em descobertas relevantes sobre algumas obras, até mesmo a sua autoria. É o caso da pintura expressionista "Pássaro", de Martin Bradley, pintor inglês. Anteriormente sem título e autoria identificados, agora a tela expressionista pode ser inserida na história da arte. 

O vaso cerâmico branco e azul, que havia sido despedaçado, também teve sua autoria revelada durante o restauro bem-sucedido. Trata-se de uma Idria em Majólica (um tipo de cerâmica) italiana do período do Renascimento (séculos 14 a 16). Todo esse trabalho contou com técnicas avançadas de raio-X das peças e análise microscópica de esmalte e pigmentos.

O processo também vai resultar na produção de um material para orientação de conservação preventiva das obras, que inclui desde informações detalhadas sobre as técnicas de restauro aplicadas até sobre requisitos de temperatura e umidade relativa adequados para exibição das peças.

Brasília (DF), 15/09/2024 - Processo de restauração de obras depredadas no 8/01. Foto: Nauro Júnior/Iphan
Brasília (DF), 15/09/2024 - Processo de restauração de obras depredadas no 8/01. Foto: Nauro Júnior

Os detalhes e bastidores do processo de restauração das obras pode ser conferido em uma exposição temporária na sede nacional do Iphan, em Brasília. Com o título "8 de janeiro: restauração e democracia", a exposição mostra, em fotos em grande formato, e exibição de materiais e ferramentas  utilizadas pelos restauradores, mais detalhes das descobertas e do processo de reconstrução das peças.

"É muito importante devolver essas obras para que elas possam ser vistas pelo público. Essas obras são do povo brasileiro e representam a vitória da democracia e da liberdade", aponta Leandro Grass.  

Lista das obras que estão sendo restauradas na parceria Iphan/UFPel:

1. Tela de Emiliano Di Cavalcanti (artista brasileiro);

2. O Flautista de Bruno Giorgi (artista brasileiro);

3. ⁠Idria (Majolica Italiana);

4. Galhos e Sombras de Frans Krajcberg (artista polonês naturalizado brasileiro);

5. Retrato do Duque de Caxias de Oswaldo Teixeira (artista brasileiro);

6. Rosas e Brancos Suspensos de J. Paulo (José Paulo Moreira da Fonseca) (artista brasileiro);

7. Casarios de Dario Mecatti (artista ítalo-brasileiro);

8. Obra de Dario Mecatti (artista ítalo-brasileiro);

9. Cena de Café de Clóvis Graciano (artista brasileiro);

10. Tela de Armando Viana (artista brasileiro);

11. Matriz e grade no 1º plano de Ivan Marquetti (artista brasileiro);

12. Pintura de Glênio Bianchetti (artista brasileiro);

13. Pintura de Glênio Bianchetti (artista brasileiro);

14. Pintura de Glênio Bianchetti (artista brasileiro);

15. Pintura de Glênio Bianchetti (artista brasileiro);

16. Pintura de Glênio Bianchetti (artista brasileiro);

17. Vênus Apocalíptica Fragmentando-se de Marta Minujín (artista argentina);

18. Cotstwold Town de John Piper (artista inglês);

19. Tela de Grauben do Monte Lima (artista brasileira);

20. Pássaro de Martin Bradley (artista inglês).

Edição: Graça Adjuto

Fonte: Agência Brasil