sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Anistiar crimes contra democracia é inconstitucional, dizem juristas

 

Proposta está em tramitação na CCJ da Câmara dos Deputados

Os crimes contra o Estado Democrático de Direito, previstos na Lei 14.197/2021 não devem ser anistiados por uma questão de coerência interna da Constituição, que afirma que crimes contra a ordem constitucional e a democracia são inafiançáveis e imprescritíveis. A avaliação é da doutora em direito pela Universidade de São Paulo (USP) Eloísa Machado de Almeida.

Em entrevista à Agência Brasil, a professora da FGV Direito de São Paulo acredita que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve considerar inconstitucional o PL da Anistia, caso ele seja aprovado pelo Congresso Nacional.

projeto de lei em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados perdoa os condenados pelos atos do dia 8 de janeiro de 2023, incluindo os financiadores, incentivadores e organizadores. Se aprovada, a lei pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que também é investigado nos inquéritos que apuram o 8 de janeiro.

Brasília (DF), 12/09/2024 - A professora da FGV Direito de São Paulo (SP), Eloísa Machado de Almeida. Repercussão PL da Anistia. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Professora da FGV Direito de São Paulo Eloísa Machado de Almeida acredita que o STF deve considerar inconstitucional o PL da Anistia - Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação

 

“Apesar de não haver expressa menção sobre vedação desse tipo de anistia na Constituição, há um argumento de que, por coerência interna da Constituição, tais crimes seriam impassíveis de anistia. Assim entendeu o ministro Dias Toffoli [do Supremo Tribunal Federal] ao julgar a inconstitucionalidade da concessão de graça ao ex-deputado Daniel Silveira”, explica a jurista.

O ex-deputado Daniel Silveira foi condenado a mais de 8 anos de prisão por atentar contra o regime democrático. Ao anular a anistia concedida a Daniel Silveira pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022, o ministro Dias Toffoli afirmou na sentença não vislumbrar “coerência interna em ordenamento jurídico-constitucional que, a par de impedir a prescrição de crimes contra a ordem constitucional e o estado democrático de direito, possibilita o perdão constitucional aos que forem condenados por tais crimes. Pergunto: que interesse público haveria em perdoar aquele que foi devidamente condenado por atentar contra a própria existência do estado democrático, de suas instituições e institutos mais caros?”. 

A Constituição, no artigo 5ª, diz que não podem ser objeto de anistia os condenados por tortura, tráfico de drogas, terrorismo e crimes hediondos. O argumento de Dias Toffoli diz que “por coerência interna” da Constituição essa vedação também deve ser atribuída aos crimes contra a ordem democrática.

O PL da Anistia também seria inconstitucional por violar a separação e a independência entre os Poderes uma vez que o Congresso Nacional estaria invadindo uma competência que é do Judiciário, segundo avaliação da jurista Tânia Maria de Oliveira, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).  

“Essas pessoas estão sendo processadas e julgadas no STF. Se o Congresso resolver dar anistia a essas pessoas, ele está claramente fazendo uma invasão de uma competência que é do Supremo”, explicou.



Tânia Oliveira considera que esses parlamentares usam os instrumentos da democracia para uma briga que não é jurídica, mas sim política. “Querem anistia àqueles que atacaram o próprio Parlamento. Virou um debate que é estritamente político, não é um debate jurídico. Eles querem anistiar estritamente por uma posição política”, acrescentou.

Pacificação

No parecer favorável à anistia, o relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Valadares (União/SE), diz que a medida visa a “pacificação” do país e que “a polarização política pode levar um país a uma guerra civil quando as tentativas de apaziguamento são deixadas de lado”.

O cientista político João Feres Júnior, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj), considera que o projeto deve ter o efeito contrário ao anunciado pelo relator.  

“A libertação dos radicais presos não vai causar qualquer pacificação. Muito pelo contrário, vai sinalizar que é possível atacar as instituições de maneira violenta e sair incólume”, diz.

Para o especialista, a tentativa de anistiar os responsáveis pelo 8 de janeiro revela certo desespero dos atores políticos por trás do movimento que questionou, sem provas, o resultado da eleição presidencial de 2022.

“Os parlamentares bolsonaristas estão meio desesperados. Eles estão se aferrando ao que podem. Essa agenda da anistia é bem limitada. Apenas querem livrar a cara de quem se envolveu na tentativa de golpe. Se você não consegue fazer um apelo para um eleitorado maior, então você tem um problema”, analisa.

Crime

Outro argumento usado pelo relator do PL da Anistia, é de que não houve crime contra a democracia, apenas a depredação do patrimônio público e que aquelas pessoas “não souberam naquele momento expressar seu anseio”.

A jurista Eloísa Machado de Almeida acredita que essa é uma tentativa de se reescrever a História e que as investigações em curso no STF são robustas em relação ao que aconteceu antes e durante o dia 8 de janeiro.

“Os argumentos querem fazer crer que não houve crime, mas sim uma mera manifestação de expressão. Isso está em total desacordo com os fatos revelados nas investigações e nas ações penais, onde se viu uma estrutura voltada à prática de crimes contra as instituições democráticas, inclusive com a participação da alta cúpula da Presidência da República, deputados e populares”, afirma.

RETROSPECTIVA_2023 - Atos golpistas de 8 de janeiro. - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Atos golpistas de 8 de janeiro - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No Brasil, é crime tentar depor, por meio da violência ou de grave ameaça, o governo legitimamente constituído ou impedir e restringir o exercício dos poderes constitucionais, conforme define a Lei 14.197/2021. Essa legislação também considera crime incitar, publicamente, a animosidade entre as Forças Armadas e os demais poderes constitucionais. As penas variam e podem chegar a 12 anos de cadeia.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: Agência Brasil

STJ mantém prisão de Deolane Bezerra

 

Defesa havia solicitado a revogação da prisão preventiva ou sua substituição por medidas cautelares, argumentando que Deolane tem uma filha de oito anos

Deolane Bezerra (Foto: Reprodução/Instagram/dra.deolanebezerra)

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a prisão da advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra, informa o jornal O Globo. O pedido de habeas corpus foi negado pelo desembargador convocado Otávio de Almeida Toledo, da Sexta Turma do STJ, por questões processuais. A defesa havia solicitado a revogação da prisão preventiva ou sua substituição por medidas cautelares, como prisão domiciliar, argumentando que Deolane é mãe de uma criança de oito anos.

Deolane foi presa em Recife, na semana passada, durante uma operação da Polícia Civil de Pernambuco que investiga uma organização criminosa suspeita de envolvimento com jogos ilegais e lavagem de dinheiro. Anteriormente, ela havia conseguido a prisão domiciliar mediante habeas corpus, mas com restrições, incluindo proibição de manifestações públicas e contatos com a imprensa.

O relator Otávio de Almeida Toledo, originário do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), está atuando no STJ devido à ausência de um ministro titular na Sexta Turma. O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE) já havia negado outro pedido de habeas corpus e criticado o comportamento da influenciadora, alegando que ela "afrontou" a ordem judicial.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Eleições 2024: hoje (13) é o último dia para envio da prestação parcial de contas eleitorais

 Dados estarão disponíveis na internet, no sistema DivulgaCandContas, a partir de domingo (15)


Partidos políticos, candidatas e candidatos devem apresentar as contas parciais de campanha à Justiça Eleitoral até as 23h59 desta sexta-feira (13). A prestação deve conter informações sobre as movimentações financeiras e estimáveis efetuadas até 8 de setembro, identificar doadores e fornecedores, bem como detalhar receitas e despesas. A entrega deve ser feita por meio do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE).  

Candidatos e órgãos partidários, em todas as suas esferas, têm o dever de prestar contas à Justiça Eleitoral, mesmo se houver ausência de movimentação de recursos de campanha, financeiros ou estimáveis.   

A obrigatoriedade está prevista na Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nº 23.607/2019, conforme disposto na Lei das Eleições, e tem como objetivo impedir distorções no processo eleitoral, abuso de poder econômico e desvios de finalidade na utilização dos recursos recebidos, além de preservar a igualdade de condições na disputa eleitoral.  

Todas as informações financeiras prestadas à Justiça Eleitoral serão divulgadas publicamente a partir de domingo (15), na página de cada candidata ou candidato, por meio do Sistema de Divulgação de Candidaturas e de Prestação de Contas Eleitorais (DivulgaCandContas), observadas as diretrizes para tratamento de dados pessoais.    

Descumprimento  

Deixar de informar a prestação de contas parcial dentro do prazo previsto ou fazer a sua entrega sem comunicar a efetiva movimentação de recursos caracteriza infração grave, que será apurada no julgamento da prestação de contas final pelo respectivo relator do processo.   

A não apresentação da parcial também pode comprometer a regularidade das contas, em eventual manifestação técnica sobre a análise dos dados.

Fonte: TSE   


ELEIÇÕES 2024: PSD é o partido com maior numero de candidatos no Paraná


Dados disponíveis no sistema divulgacand do TSE mostra que o Partido Social Democrático (PSD) é o partido com maior número de candidatos na eleição de outubro, no Paraná. Com 259 candidatos a prefeito, 120 candidatos a vice-prefeito e 3.513 candidatos a vereador totalizando 3.892 candidatos, o partido está à frente de outras agremiações como MDB,  PP, União e PL. 

O PT maior partido de oposição do Paraná é apenas o 6º em quantidade de candidatos. O partido soma 2.090 candidaturas, representadas por 94 candidatos a prefeito, 89 candidatos a vice e outros  1.907 candidatos a vereador. 

No Paraná 33.390 candidatos concorrem na eleição, sendo 1.140 candidatos a prefeito, 1.202 candidatos a vice-prefeito e 31.648 candidatos a vereador. 

Confira a quantidade de candidatos lançados pelos 27 partidos envolvidos na eleição:

Agir: 501 

Candidatos a prefeito           7

Candidatos a vice                14

Candidatos a vereador    480


Avante: 726

Candidatos a prefeito          8

Candidatos a vice                21

Candidatos a vereador     697   

 

Cidadania: 640

Candidatos a prefeito          22

Candidatos a vice                  19

Candidatos a vereador       599  

            

DC: 355

Candidatos a prefeito            6

Candidatos a vice                   7

Candidatos a vereador      342


MDB: 3.053

Candidatos a prefeito         104

Candidatos a vice                 131

Candidatos a vereador    2.818


Mobiliza: 158

Candidatos a prefeito             7

Candidatos a vice                    9

Candidatos a vereador       142


Novo: 716 

Candidatos a prefeito            16

Candidatos a vice                    17

Candidatos a vereador          683


PCdoB: 8

Candidatos a prefeito               1

Candidatos vice                         6

Candidatos a vereador           69


PCO: 4

Candidatos a prefeito                2

Candidatos a vice                       2

Candidatos a vereador              0


PDT: 1.419

Candidatos a prefeito               29

Candidatos a vice                      47

Candidatos a vereador        1.343


PL: 3.150

Candidatos a prefeito              118

Candidatos a vice                     147

Candidatos a vereador        2.885


PMB: 557

Candidatos a prefeito                15

Candidatos a vice                       20

Candidatos a vereador             522


PODE: 1.875

Candidatos a prefeito                44

Candidatos a vice                       63

Candidatos a vereador           1.768


PP: 3.240

Candidatos a prefeito               138

Candidatos a vice                       121

Candidatos a vereador           2.981


PRD: 1.174

Candidatos a prefeito                 13

Candidatos a vice                        27

Candidatos a vereador           1.174


PRTB: 466

Candidatos a prefeito                   7

Candidatos a vice                          9

Candidatos a vereador             450


PSB: 1.818

Candidatos a prefeito                   49

Candidatos a vice                          55

Candidatos a vereador             1.714


PSD: 3.892

Candidatos a prefeito                  259

Candidatos a vice                         120

Candidatos a vereador             3.513


PSDB: 1.206

Candidatos a prefeito                    36

Candidatos a vice                           44

Candidatos a vereador              1.126


PSOL: 138

Candidatos a prefeito                       5

Candidatos a vice                              4

Candidatos a vereador                  129


PSTU: 2

Candidatos a prefeito                        1

Candidatos a vice                               1

Candidatos a vereador                      0  


PT: 2.090

Candidatos a prefeito                       94

Candidatos a vice                              89 

Candidatos a vereador                1.907


PV: 463

Candidatos a prefeito                        14

Candidatos a vice                               15  

Candidatos a vereador                    434 


REDE: 208

Candidatos a prefeito                          4

Candidatos a vice                                 8

Candidatos a vereador                     196


REPUBLICANOS: 2.072

Candidatos a prefeito                          45

Candidatos a vice                                 50

Candidatos a vereador                   1.977


SOLIDARIEDADE: 1.070

Candidatos a prefeito                           19

Candidatos a vice                                  31

Candidatos a vereador                    1.020


UNIÃO: 2.921

Candidatos a prefeito                           77

Candidatos a vice                                 125

Candidatos a vereador                     2.719

                  


 

Jornalistas da Globo elogiam checagem ao vivo em debate nos EUA, enquanto deixam Marçal mentir sossegado


A jornalista Natuza Nery e o candidato à Prefeitura de SP Pablo Marçal – Foto: Reprodução

 Durante o debate presidencial dos Estados Unidos transmitido pela ABC News na terça-feira à noite, os moderadores David Muir e Linsey Davis atuaram com rigor na verificação de fatos em tempo real, uma mudança significativa em relação aos debates anteriores. Diferentemente do confronto inicial da temporada de 2024, organizado pela CNN e onde falsas alegações de Donald Trump e do presidente Joe Biden passaram sem correção imediata, a ABC News escolheu uma abordagem mais interventiva.

Logo após o início do debate em Filadélfia, Muir e Davis corrigiram Trump em múltiplas ocasiões. Um dos momentos notáveis foi quando Trump disse, erroneamente, que os democratas apoiavam o aborto até o nono mês de gravidez e mesmo “após o nascimento”. Linsey Davis interveio prontamente, esclarecendo que não existe nenhum estado nos EUA onde isso seria legal.

Os jornalistas da GloboNews babaram diante da atuação dos americanos. É de se perguntar: por que não tentam fazer o mesmo aqui? Incompetência, covardia ou hipocrisia? Durante uma entrevista e uma sabatina com o picareta Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo, acusações sobre a disseminação de notícias falsas não foram adequadamente confrontadas pelos jornalistas. Marçal chegou a acusar Natuza Nery ao vivo de mentir sobre seu envolvimento na questão das enchentes no Rio Grande do Sul, sem que houvesse uma resposta decente por parte dela. Ficamos com os recortes de Marçal e a omissão de Natuza.


 

Trump também fez alegações patéticas sobre migrantes em Ohio, afirmando que estavam prejudicando e consumindo animais de estimação. Muir, sem demora, esclareceu que contatou o gerente da cidade de Springfield, Ohio, e confirmou que não havia evidências dessas acusações.


Além de correções diretas, os moderadores da ABC também utilizaram métodos sutis para confrontar falsidades. Em um ponto, Muir questionou Trump sobre uma declaração anterior onde ele parecia admitir sua derrota na eleição de 2020, que Trump insistiu ter sido dita sarcasticamente.

Esse debate destacou a evolução na abordagem dos moderadores, contrastando com debates passados onde a verificação de fatos era menos prevalente. Em 2012, a moderação de Candy Crowley na CNN, que corrigiu Mitt Romney ao vivo, gerou controvérsia, e em 2020, moderadores como Chris Wallace e Kristen Welker optaram por uma abordagem menos interventiva.

Daniel Dale, da CNN, reportou que Trump fez pelo menos 33 declarações falsas durante esse debate, evidenciando uma tendência preocupante de desonestidade em suas afirmações. A discussão sobre a adequação da verificação de fatos em tempo real continua, mas a ABC News demonstrou uma postura firme na busca pela verdade durante o evento político.

Fonte: DCM

Candidatos de direita lideram entre evangélicos em dois terços das capitais

 Postulantes de direita largam na frente no segmento em 13 de 21 cidades pesquisadas


Um dos segmentos mais refratários ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os evangélicos mantêm posicionamento oposto ao governo federal nas eleições municipais deste ano. Levantamento do jornal O GLOBO feito a partir dos dados da Quaest nas corridas de 21 capitais aponta que em 13 os postulantes de direita largam na frente no segmento. Em outras seis, nomes do centro lideram e apenas em duas — João Pessoa e Curitiba, onde há empate entre candidatos de cada campo — opções da esquerda surgem em primeiro lugar. Nenhum deles, no entanto, pertence ao PT, sigla do atual presidente.


Segundo pesquisa Quaest de julho, Lula é reprovado por 52% deste eleitorado. A rejeição também era aparente na disputa presidencial: na última pesquisa Datafolha do pleito de 2022, Jair Bolsonaro tinha quase 70% dos votos do grupo.


No entanto, apesar desta adesão ao ex-presidente, os evangélicos não embarcam necessariamente na campanha de candidatos indicados por ele. Apenas metade dos nomes da direita que vão bem entre os religiosos disputam o pleito com a bênção de Bolsonaro.


O caso mais marcante ocorre em São Paulo, onde o empresário Pablo Marçal (PRTB) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) aparecem empatados tecnicamente no eleitorado geral na Quaest da última quarta-feira, mas distantes neste segmento. O ex-coach tem 37% dos evangélicos, enquanto Nunes soma 26%.


Discursos direcionados


Com um discurso muito associado à chamada teologia da prosperidade, que associa a riqueza ao desejo de Deus e é repetida entre pentecostais, Marçal tem uma alta penetração nas bases de igrejas menores, que concentram a maior parte dos fiéis. Apesar disso, ele se identifica apenas como cristão e disse em entrevista, durante as eleições de 2022, que entende o cristianismo enquanto um estilo de vida.


Líder em aprovação no segmento, o prefeito de Macapá, Dr. Furlan (MDB) tem 94% da preferência deste eleitorado, mesmo disputando sem o apoio do ex-presidente. O alto índice acompanha sua intenção de voto entre o restante da população, de 91%.


Outro exemplo é o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), que tem 58% do voto evangélico na capital capixaba e um passado de rusgas com Bolsonaro. Preferido para a reeleição, enfrentará nas urnas o deputado estadual Capitão Assumção, do PL, partido do ex-presidente.


Quando foi eleito há quatro anos, Pazolini teve o apoio do ex-mandatário, mas optou por escondê-lo ao longo da campanha. Com uma postura mais moderada, em 2022, não declarou voto à Presidência, irritando os apoiadores do então candidato à reeleição e consolidando o distanciamento entre os dois.


Em Belo Horizonte, um outro candidato sem padrinhos nacionais tem a preferência dos fiéis, o deputado estadual Mauro Tramonte. Filiado ao Republicanos e apresentador licenciado da Record TV, ambos comandados pela Igreja Universal do Reino de Deus, Tramonte vê sua vantagem se expandir no segmento.


Atual líder da disputa geral, com 27% das intenções de voto, Tramonte tem dez pontos percentuais a mais entre os evangélicos.


Em contrapartida, há nove postulantes apoiados por Bolsonaro que transitam melhor entre os religiosos do que no eleitorado geral. O caso mais significativo ocorre em Cuiabá, onde o deputado federal Abílio Brunini (PL) é o segundo colocado na disputa, mas tem uma vantagem de nove pontos percentuais entre os evangélicos em relação ao líder, o deputado estadual Eduardo Botelho (União Brasil).


A preferência de 35% do segmento se justifica pela defesa dos valores cristãos: Brunini é neto do pastor Sebastião Rodrigues de Souza, que chegou a presidir a Assembleia de Deus no estado e morreu em agosto de 2020, vítima de Covid-19.


Em Maceió, Salvador e Boa Vista, os prefeitos que concorrem com o apoio do ex-presidente também têm melhor performance no grupo. No capital alagoana, João Henrique Caldas, o JHC, alcança 83% entre evangélicos; no eleitorado geral, suas intenções de voto estão em 74%.


Apoiados por Lula


Apenas dois candidatos apoiados por Lula são os preferidos pelos evangélicos: os prefeitos e favoritos à reeleição no Recife e no Rio, João Campos (PSB) e Eduardo Paes (PSD), respectivamente. Com suas gestões bem avaliadas, Campos e Paes têm, nesta ordem, 69% e 54% no segmento — na população geral eles chegam a 76% e 64%.


No Rio, Paes é conhecido por seu bom trânsito com lideranças evangélicas e conseguiu apoios-chaves. O bispo Abner Ferreira, do maior ministério da Assembleia de Deus, em Madureira, liberou o deputado federal Otoni de Paula (MDB) para coordenar a campanha de Paes no segmento.


Nas demais denominações, a postura é de neutralidade. Até mesmo de um dos maiores defensores de Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.


— Sempre fui amigo de Paes, mas com essa guinada para Lula, ficou mais difícil apoiá-lo. Vou seguir o que sempre fiz: neutralidade no primeiro turno e, caso (Alexandre) Ramagem esteja no segundo, o apoiarei — disse Malafaia.


Um eventual segundo turno no Rio, contudo, pode não ocorrer. Segundo a Quaest, Paes tem 64% das intenções de voto e, hoje, ganharia na primeira etapa.


Inicialmente ao lado de Paes, a Igreja Universal do Reino de Deus teve um atrito com o prefeito após perder espaço em seu secretariado. Apesar da desavença, a principal aposta da igreja para a Câmara Municipal, o pastor DeAngeles, faz parte do quadro do partido do prefeito, o PSD, e embarcou em sua campanha.


— A esquerda está percebendo que se ela quiser ganhar as eleições terá que conquistar o setor, mas ainda enfrenta desvantagens. Se os evangélicos continuarem crescendo no ritmo que estão e mantiverem essa ideologia, Lula não ganha em 2026 — avaliou o cientista político Vinicius do Valle, do Observatório dos Evangélicos.


Fonte: Agenda do Poder com informações do GLOBO.


    Conheça Adélia Soares, advogada de Deolane Bezerra indiciada por associação criminosa

     

    A advogada teria se associado a chineses para criar empresas de fachada, entre elas a Playflow, registrada nas Ilhas Virgens Britânicas

    (Foto: Reprodução/Instagram)

    Adélia Soares, advogada da influenciadora Deolane Bezerra e ex-participante do reality show Big Brother Brasil em 2016, foi indiciada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por falsidade ideológica e associação criminosa. O indiciamento, ocorrido nesta quinta-feira (12), está relacionado a investigações que apontam o envolvimento de Adélia com uma rede de exploração ilegal de jogos de azar no Brasil.

    A operação policial que levou ao indiciamento de Adélia Soares é consequência de uma investigação conduzida pela 9ª Delegacia de Polícia do Lago Norte, em Brasília. De acordo com as autoridades, a advogada teria se associado a indivíduos de origem chinesa para criar empresas de fachada, entre elas a Playflow, registrada nas Ilhas Virgens Britânicas. A empresa teria utilizado documentos falsos na junta comercial de Suzano, em São Paulo, para facilitar operações de câmbio e enviar dinheiro ao exterior, envolvidas em esquemas de jogos de azar, revela reportagem do Metrópoles.

    A investigação começou após um colaborador terceirizado da polícia ser vítima de um golpe, transferindo R$ 1,8 mil para um site de jogos fraudulentos. A partir desse episódio, a polícia descobriu um esquema envolvendo instituições financeiras que manipulavam transações utilizando cadastros de pessoas falecidas. O caso foi encaminhado à Justiça Federal, dada a suspeita de crimes financeiros de grande escala.

    Adélia Soares, que também representa a influenciadora Deolane Bezerra — presa no início de setembro em Pernambuco por suspeita de lavagem de dinheiro —, nega as acusações. A defesa da advogada sustenta que ela está colaborando com as investigações e que foi vítima de um golpe perpetrado por terceiros que utilizaram seu nome de maneira fraudulenta.

    A advogada de 44 anos, que construiu uma carreira sólida atuando na defesa de personalidades públicas como MC Mirella e Thomaz Costa, também acumula experiência como diretora do Procon de Suzano e presidente da Comissão de Proteção e Defesa do Consumidor da OAB. Além de sua atuação jurídica, Adélia é conhecida por recuperar bens de luxo para seus clientes, mantendo uma vida de luxo, com residência em Orlando, nos Estados Unidos.

    Fonte: Brasil 247

    Nunes, Boulos e Marçal seguem empatados na disputa pela Prefeitura de São Paulo, indica o Paraná Pesquisas

     

    Nas projeções de segundo turno, Nunes aparece como o candidato mais forte

    Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e Pablo Marçal (Foto: Reprodução)

    Levantamento do Paraná Pesquisas divulgado nesta sexta-feira (13) reforça o cenário de acirramento na disputa pela Prefeitura de São Paulo, com Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (Psol) e Pablo Marçal (PRTB) empatados tecnicamente.
    grafico

    Segundo turno
    As projeções de segundo turno mostram que Ricardo Nunes venceria Boulos por 51,1% a 33,6% e Marçal por 51,4% a 27,3%. Já Boulos venceria Marçal por 43,3% a 37,2%.

    Rejeição

    Guilherme Boulos e Pablo Marçal são os candidatos mais rejeitados pelos eleitores da capital paulista, segundo a pesquisa.
    grafico

    O Paraná Pesquisas ouviu 1,5 mil eleitores entre 9 e 12 de setembro. A margem de erro é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. De acordo com a Resolução-TSE n.º 23.600/2019, a pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o n.º SP00319/2024 para o cargo de Prefeito.

    Fonte: Brasil 247