Bolsonaro e aliados chamaram Moraes de "vagabundo, ditador e psicopata" em ato no sábado. 'Psicopata tem na família Bolsonaro', ironizou Florestan
Florestan Fernandes Jr., Flávio, Jair, Eduardo e Carlos Bolsonaro (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Roberto Jayme/Ascom/TSE)
O jornalista Florestan Fernandes Júnior, em participação no Bom Dia 247, da TV 247, neste domingo (8), reagiu aos xingamentos proferidos por Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em ato na Avenida Paulista no sábado (7).
Para Florestan, os bolsonaristas acusaram Moraes de praticar tudo aquilo que eles mesmos fazem ou defendem. “O Bolsonaro e alguns dos seus falaram que o Alexandre [de Moraes] é vagabundo. De vagabundagem o Bolsonaro é campeão. Não tem ninguém mais vagabundo do que ele. Passou quatro anos andando de jet ski e fazendo motociata, fazendo algazarra, inclusive em viagem internacional, comendo pizza em Nova York em um encontro importante na ONU. Enfim, não precisamos nem lembrar de tudo que ele fez na questão vagabundagem. Não trabalhava, não tinha equipe. O governo dele foi um desastre”.
“Ele também fala que o Alexandre é um ‘ditador’. De ditadura ele [Bolsonaro] conhece bem, porque ele era do grupo dos porões da ditadura. Ele andava com aqueles que torturavam e perseguiam. Ele é aquele que falava antes da eleição, inclusive através da voz do filho, que para fechar o Supremo era [preciso] só um soldado e um cabo. Ele fez de tudo para impedir a eleição do Lula, inclusive armando um golpe de Estado, terminando com aquela cena do 8 de janeiro. Tentou dar um golpe e não conseguiu e fala que o outro é ditador? O outro, ao contrário, conseguiu, de certa maneira, preservar o Estado Democrático de Direito junto com o presidente Lula e junto com o Pacheco, porque foram eles que no dia 8 de janeiro estavam lá vendo a destruição que o grupo dele [Bolsonaro] fez na Praça dos Três Poderes”, lembrou.
Sobre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ter chamado Moraes de “psicopata”, Florestan destacou: “olha, nessa família Bolsonaro o que tem de psicopata é brincadeira”. “Psicopata e genocida, porque ele [Jair Bolsonaro] é genocida. Mais de 700 mil mortes pela Covid e ele falando aquilo tudo era um ‘mimimi’, ficava imitando a pessoa sem ar, foi contra a vacina, não levou oxigênio para os hospitais, aumentou o número de mortes falando que não era para usar máscara, botando criancinha brincando de dar tido. Então o psicopata é o Alexandre?”, questionou.
Sobre a falsa defesa da liberdade, o jornalista pontuou a aliança internacional do bolsonarismo contra o Brasil e sua soberania. “Falam que é uma defesa da liberdade e da democracia mas eles nunca defenderam a liberdade. Ao contrário. Tanto que se aliam a pessoas de fora do Brasil para manter um esquema de submissão do Brasil ao Elon Musk e aos Estados Unidos”.
Para Florestan Fernandes Júnior, o ato de sábado serviu para provar que Bolsonaro “está murchando”. A manifestação reuniu cerca de 45,4 mil pessoas, de acordo com o Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP). Em comparação, protestos semelhantes chegaram a atrair mais de 180 mil pessoas. “Está claro que o Bolsonaro não está tendo mais aquele apelo junto às massas. Esse vazio na Avenida Paulista mostra que ele é descartável. Ao invés de mostrar força para o STF, mostrou fragilidade, mostrou que ele não tem mais condições de grandes mobilizações. Essa manifestação foi péssima para a extrema direita, porque eles foram lá, atacaram o Supremo e fecharam portas para qualquer negociação com grupos políticos. Ficou mais fácil para o ‘Xandão’ e para o [Paulo] Gonet [procurador-geral da República] começarem a fazer o que tem que ser feito”.
Fonte: Brasil 247