quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Por 15 votos a 1, Conselho de Ética da Câmara aprova cassação do mandato de Chiquinho Brazão

 

Decisão seguirá para votação em plenário. Cassação necessita ser aprovada por, no mínimo, 257 dos 513 deputados

Chiquinho Brazão (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Agência Câmara - O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados aprovou o relatório da deputada Jack Rocha (PT-ES) que recomenda a perda do mandato do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). Ele é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em 2018, no Rio de Janeiro.

Foram 15 votos favoráveis ao parecer, um voto contrário e uma abstenção. O conselho é composto por 21 membros titulares (e igual número de suplentes).

Brazão, que nega a participação no crime, ainda poderá recorrer da decisão na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), sob alegação de descumprimento de atos regimentais, legais ou constitucionais. A comissão tem prazo de cinco dias úteis para analisar um eventual recurso.

A decisão final pela perda do mandato ou não caberá ao Plenário, após a CCJ. Para cassar o mandato, são necessários os votos de pelo menos 257 deputados (maioria absoluta) em votação aberta e nominal.

Relembre

Brazão está preso desde março por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto envolvimento no assassinato. Ele e o irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão, que também está preso, são apontados pela Polícia Federal como mandantes do crime.

De acordo com a Polícia Federal, a morte de Marielle seria uma reação à atuação da vereadora contra um esquema de loteamentos de terra em áreas de milícia em um reduto eleitoral dos irmãos Brazão. Em abril o Plenário da Câmara decidiu manter a prisão do deputado.


Prova

Em seu parecer, a deputada Jack Rocha afirmou que as provas criminais já apuradas mostram pela Polícia Federal que o deputado “tem um modo de vida inclinado para a prática de condutas não condizentes com aquilo que se espera de um representante do povo”. Ela afirmou que a perda de mandato é uma medida imperativa para manter a “integridade e a honra do Parlamento”.

Para a relatora, o assassinato de Marielle é um exemplo de violência política de gênero. “O caso Marielle Franco é emblemático ao destacar a intersecção entre a violência de gênero e a violência política, onde a sua atuação como mulher na política foi alvo de ataques mortais”, afirmou.

Em breve pronunciamento no Conselho de Ética, antes da leitura do relatório, Brazão voltou a negar qualquer envolvimento na execução de Marielle e Anderson.

Defesa

Em breve pronunciamento no Conselho de Ética, antes da leitura do relatório, Chiquinho Brazão negou qualquer envolvimento no crime, e disse que sempre foi amigo de Marielle. “A vereadora era minha amiga, não teria qualquer motivo [para assassiná-la], porque nós sempre fomos parceiros”, disse.

Seu advogado, Cleber Lopes, também falou aos deputados. Ele criticou as conclusões da investigação Polícia Federal e disse que o deputado não pode ser julgado, na comissão, por um suposto delito ocorrido antes de tomar posse como deputado federal – o atentado à Marielle e Anderson ocorreu quando Brazão era vereador no Rio. Segundo ele, o conselho tem jurisprudência sobre isso. “Deve-se aplicar ao deputado Chiquinho Brazão a mesma regra”, disse.

A relatora contestou o argumento. Segundo Jack Rocha, a Câmara já definiu, em precedente específico, que os parlamentares podem ser punidos por atos anteriores ao mandato se o fato era de desconhecimento do Parlamento à época em que cometido e seja capaz, quando descoberto, de atingir a honra e a imagem da instituição.

Apoio

Durante os debates, os membros do Conselho de Ética apoiaram a decisão da relatora de pedir a perda do mandato. Para o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), a dimensão ética é intrínseca ao mandato parlamentar. “Precisamos ser força de exemplo para essa sociedade, que está atenta a tudo o que fazemos”, disse.

O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) elogiou o relatório da deputada Jack Rocha. Apesar de contestar a prisão de Chiquinho Brazão, que segundo ele é inconstitucional, Silva disse que a Câmara estava certa em aprovar a cassação.

Já o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) afirmou que não havia motivo para manter o mandato de Brazão, ou suspendê-lo por seis meses, como pediu a defesa. “A perda do mandato é absolutamente necessária para a honra desse Parlamento”, afirmou Alencar, que é do mesmo partido do qual fazia parte Marielle Franco.

Fonte: Brasil 247 com Agência Câmara

Associação de juristas brasileiros que observou eleições da Venezuela pede respeito ao resultado e diz não ter elementos para alegar fraude

Quatro juristas enviados para o pleito afirmaram não ter provas que contradigam a vitória de Nicolás Maduro

O CNE tem 30 dias para publicar os resultados a partir da proclamação dos candidatos, realizada em 29 de julho - Federico PARRA / AFP

Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) publicou documento relatando como foram as eleições na Venezuela e pedindo “respeito aos resultados” divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral do país (CNE). Segundo o texto, não há elementos até o momento para questionar a reeleição do presidente Nicolás Maduro.

A ABJD enviou quatro juristas ligados à Secretaria de Relações Internacionais da instituição para acompanhar o pleito. Segundo o relatório elaborado por eles e divulgado no domingo (25), as eleições aconteceram em “clima ordeiro e de completa liberdade”. Eles visitaram 23 centros eleitorais de Caracas e conversaram com os fiscais eleitorais tanto do governo quanto da oposição que relataram não ter “nada a reclamar sobre o processo e o sistema eleitoral”. 

Cada partido pode ter uma testemunha eleitoral acompanhando o pleito em uma mesa de votação e recolher uma cópia da ata eleitoral impressa ao final da votação. Mais de 1.200 observadores e observadoras internacionais acompanharam as eleições venezuelanas.

O grupo descreveu como funciona o processo de votação nas urnas venezuelanas e indicou que, até o momento, a divulgação dos resultados está de acordo com o que determina a regulamentação eleitoral da Venezuela para a publicação dos resultados na Gazeta Eleitoral. O CNE tem 30 dias para isso a partir da proclamação dos candidatos, realizada em 29 de julho.

De acordo com o documento, tanto os eleitores como as organizações políticas participantes puderam “verificar a manifestação do eleitor diversas vezes durante o ato eleitoral, tornando os resultados eleitorais difíceis de serem manipulados”. Por isso, segundo a ABJD, é possível concluir que “inexistiu comprovação objetiva legal de qualquer ato, elemento ou fato que pudesse levantar dúvida sobre a integridade do processo e do sistema de votação eleitorais”, assim como também não é possível ter qualquer comprovação de qualquer elemento que possa “levantar dúvidas sobre a autoridade do CNE”. 

O grupo cita também o ataque hacker sofrido pelo sistema eleitoral no dia do pleito e menciona a análise do site estadunidense Netscout. De acordo com a plataforma criada em 1984 que avalia o desempenho de páginas na internet, houve um “aumento incomum” no número de ataques de negação de serviço na Venezuela no dia das eleições, que se estenderam também no dia seguinte ao pleito. De acordo com a Netscout, o número de ataques por segundo foi 690 vezes maior em 28 de julho do que no dia anterior. 

Os ataques de negação de serviço - ou DDoS, como é chamado - é forma de congestionar um sistema com um volume muito grande de pedidos de acesso, forçando a sua queda. Ou seja, muitos computadores tentam, ao mesmo tempo, entrar no mesmo site e fazer os mesmos pedidos, criando um fluxo insuportável para uma determinada página online.

A ABJD afirma que o Conselho Nacional Eleitoral demorou para finalizar a votação além do previsto e do que “normalmente ocorreu em outras eleições” por causa dos ataques. Essa denúncia foi avaliada pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que confirmou a veracidade dos ataques. O site do CNE, no entanto, continua fora do ar mesmo depois de 30 dias dos ataques.

O texto termina afirmando que os integrantes da delegação da ABJD constataram que o processo eletrônico de votação da Venezuela é “suficientemente confiável, uma vez que auditável em todas as suas fases”, e cumpre todos os requisitos implementados na lei eleitoral venezuelana. A organização fala também sobre os atos de perturbação à ordem pública contra as eleições e seu resultado” promovidos pela oposição no dia seguinte ao pleito. 

Martonio Mont’Alverne Barreto foi um dos representantes da ABJD nas eleições venezuelanas. Segundo ele, um dos pontos observados que podem ser melhores para as próximas eleições do país é justamente a segurança do sistema eletrônico. 

“O voto eletrônico na Venezuela é um voto seguro. O que poderia ser feito é ter um sistema de segurança maior, para limitar a possibilidade de ataques e responder de forma mais rápida”, afirmou ao Brasil de Fato

A oposição contestou o resultado do pleito e questiona os dados divulgados pelo CNE até agora, alegando ter mais de 80% das atas que supostamente indicam a vitória de Edmundo González Urrutia. Antes mesmo da divulgação dos resultados, a ex-deputada ultraliberal María Corina Machado já havia dito que "González Urrutia teve 70% dos votos e Nicolás Maduro 30%”.

Outros países pedem a divulgação das atas eleitorais. Segundo a lei eleitoral venezuelana, o CNE não tem o dever de publicar as atas. O site do CNE é usado justamente para divulgar o resultado detalhado de cada mesa de votação, mas sem uma cópia do documento oficial e apresenta o histórico dos dados desagregados de todas as eleições realizadas no país.

Barreto diz que, até agora, não é possível alegar que houve fraude. A oposição divulgou em dois sites as supostas atas recolhidas, mas o governo aponta inconsistências nesses documentos. Para o jurista, a publicação dos resultados na Gazeta Eleitoral dará um norte de como caminhará esse processo.

“Eu não tenho elemento objetivo nesse sentido como jurista. Se o CNE não publicar essa documentação em 30 dias eu imagino que vão dar alguma justificativa. Se o CNE publicar atas que sejam contrárias ao que tem a oposição, tem que dar crédito ao governo que é a autoridade eleitoral que tem competência para fazer a apuração. A oposição não tem essa competência. Se a oposição e o governo dizem ter as atas verdadeiras, eu tenho que dar crédito ao órgão eleitoral, a não ser que se apresente provas”, afirmou.

Judicialização 

O processo eleitoral venezuelano passou por uma disputa judicial. A oposição contestou a eleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato. Isso, somado à denúncia de ataque hacker pelo CNE, levou Maduro a pedir uma investigação pela Justiça. O TSJ investigou os supostos ataques, recolheu todo o material eleitoral do órgão e ouviu nove dos dez candidatos que disputaram o pleito. Só o opositor Edmundo González Urrutia não compareceu.

Depois de comparar as atas eleitorais com o resultado coletado pelo sistema eletrônico, a Justiça validou a vitória de Nicolás Maduro e confirmou a existência dos ataques hackers, mas exigiu que o CNE publicasse os resultados desagregados. O órgão eleitoral respondeu em comunicado nesta segunda-feira (26) afirmando que vai publicar dentro do prazo de 30 dias depois das eleições, que foram realizadas em 28 de julho.

O grupo liderado pela ex-deputada ultraliberal María Corina Machado afirma ter recolhido mais de 80% das atas eleitorais e que a soma desses resultados daria a vitória a Edmundo González Urrutia. Mas eles não enviaram a relação completa das atas à Justiça venezuelana e nem entraram com processo pedindo a revisão ou a impugnação dos resultados eleitorais.

Edmundo González Urrutia não se apresentou ao TSJ e enviou como representante o governador de Zulia, Manuel Rosales. Em discurso depois da oitiva, Rosales disse que a oposição "não precisa entregar nada" e exigiu a apresentação das atas eleitorais pelo CNE.

O jurista da ABJD Alexandre Guedes também acompanhou o pleito e afirma que todo esse contexto também limita a capacidade de contestação da oposição. 

“Legalmente é uma questão que já está resolvida, já que o TSJ deu o veredito depois de fazer a peritagem técnica. O problema é que a oposição fala muito e age pouco, dentro da legislação interna da Venezuela. Eles usam uma ferramenta que não está prevista na lei eleitoral venezuelana. Essa parcela da oposição sequer participou do processo judicial das eleições. Mesmo que participe das eleições, essa oposição precisa formalizar a contestação desse resultado, e não questionar só em declarações”, afirmou ao Brasil de Fato.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

Fonte: Brasil de Fato

Salvador: 44% gostariam que prefeito fosse aliado de Lula, diz pesquisa Quaest

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Uma recente pesquisa Quaest, divulgada na terça-feira (27), revelou as preferências dos eleitores de Salvador em relação às alianças políticas para a eleição municipal. De acordo com o levantamento, 44% dos entrevistados preferem que o próximo prefeito seja aliado do presidente Lula (PT), enquanto 12% desejam uma aliança com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Outros 39% indicaram preferência por um prefeito independente, e 5% não souberam ou não responderam.

O levantamento também destacou a intenção de voto entre os eleitores de diferentes grupos políticos. Bruno Reis (União Brasil) lidera entre os que preferem uma aliança com Lula, com 61% das intenções, e domina entre aqueles que preferem uma aliança com Bolsonaro, com 87%. Entre os eleitores que desejam um prefeito independente, Bruno Reis também aparece como favorito, com 71%. A margem de erro varia de 5% a 11%, dependendo do grupo político.

Com um nível de confiança de 95%, a pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BA-07361/2024. O levantamento foi realizado com 900 pessoas, entre os dias 24 e 26 de agosto, por meio de entrevistas presenciais e domiciliares. Os resultados mostram uma clara preferência por um prefeito alinhado ao presidente Lula.

Fonte: DCM

Além de Michelle, direita testa outra mulher em pesquisa para Presidência; saiba quem

 

A senadora Tereza Cristina (PP-MS). Foto: reprodução

A senadora Tereza Cristina (PP-MS) foi incluída em um levantamento realizado pela Paraná Pesquisas, contratada pelo PP, seu partido, para avaliar possíveis candidatos da direita à presidência em agosto.

No cenário de primeiro turno contra o presidente Lula (PT), Tereza Cristina obteve 7,4% das intenções de voto, posicionando-se em quarto lugar. O petista lidera com 37,4%, seguido por Ciro Gomes com 12% e Simone Tebet com 8,5%.

Além disso, Tereza Cristina também foi avaliada em um cenário de segundo turno contra Lula. Nesse cenário, o presidente aparece com 45,6% das intenções de voto, enquanto a senadora, que conta com o apoio de Jair Bolsonaro (PL), soma 31,7%.

O levantamento foi apresentado durante um almoço na residência do presidente do PP, Ciro Nogueira, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.

Fonte: DCM

ONG financiada por George Soros encomendou pesquisa Vox Populi anti-Maduro

 


A Action for Democracy é uma ONG fundada em fevereiro de 2022 e sediada nos Estados Unidos

George Soros (Foto: REUTERS/Luke Macgregor)

Segundo pesquisa do instituto Vox Populi, 63% dos brasileiros acham que o presidente Nicolás Maduro perdeu para o opositor Edmundo González nas eleições realizadas em 28 de julho na Venezuela. O levantamento foi publicado na sexta-feira (23) pelo blogueiro Leonardo Sakamoto, do UOL, e foi encomendado pela ONG Action for Democracy.

O instituto difundiu um corte ideológico, que indicou que 62% dos entrevistados de esquerda acreditam que Maduro fraudou as eleições, opinião que é compartilhada por 64% dos entrevistados de centro e 77% dos de direita. A mesma pesquisa também aponta que a maioria dos entrevistados (inclusive de esquerda) acha que o presidente Lula não deveria apoiar Maduro, não acredita nos argumentos do governo venezuelano para comprovar sua vitória nas urnas e apoiaria uma pressão mais forte de Lula contra Maduro.

Não há nada de estranho se esse for o verdadeiro pensamento da maioria dos brasileiros. Desde a semana anterior ao dia das eleições há um bombardeio desinformativo do monopólio de meios de comunicação sobre a Venezuela, na tentativa de deslegitimar a vitória de Maduro. Mesmo a esquerda, da qual uma parcela significativa é absolutamente alienada da realidade e acredita em tudo o que diz a burguesia, tem entrado na onda.

Mas se nos atentarmos para quem encomendou (ou seja, pagou) essa pesquisa, vamos descobrir uma organização que faz oposição pública a Maduro e ao chavismo.

A Action for Democracy é uma ONG fundada em fevereiro de 2022 e sediada nos Estados Unidos. Um dia após a eleição venezuelana, a A4D publicou um comunicado acusando Maduro de fraudar as eleições e chamando a Venezuela de “ditadura” – assim como Rússia, China e Irã (“curiosamente”, os principais rivais do governo dos EUA).

Isso não é nenhum absurdo, vindo de uma organização que reconheceu que financia a oposição golpista da Venezuela – chamada de “movimento democrático venezuelano” por seu presidente e diretor executivo, David Koranyi. Nestas eleições, esse “movimento democrático” foi representado por González, ex-diplomata envolvido com os esquadrões da morte da ditadura de El Salvador nos anos 80, e María Corina Machado, a mais destacada agente do governo dos EUA na Venezuela.

Apesar disso, a ONG “rejeita fortemente qualquer acusação [contra ela] de interferência estrangeira em qualquer eleição”. Porque não é só na Venezuela onde ela tem interferido. Aliás, o trabalho da ONG na Venezuela não é público. Foi revelado em uma conversa vazada de Koranyi.

A A4D apoia publicamente apenas 12 organizações, distribuídas por quatro “Estados-campo de batalha”, segundo sua própria definição: Hungria, Itália, Ucrânia e Brasil. Todos eles, quando da fundação da ONG, eram governados pela extrema-direita.

O principal “campo de batalha” da ONG é a Hungria. Koranyi é húngaro. O tesoureiro da organização, Chris Maroshegyi, também tem origem húngara. Kati Marton, membro do conselho consultivo, também é húngara.

Húngaro também é o especulador financeiro multimilionário George Soros, que é o principal financiador da Action for Democracy, segundo o diário Magyar Nemzet, um dos maiores jornais da Hungria. A A4D não divulga quem a financia, ao contrário da mínima transparência que tem sido consenso entre as principais ONGs internacionais.

Assim como combate a “ditadura” venezuelana, a A4D combate também a “autocracia” de Viktor Orbán, primeiro-ministro desde 2010. Orbán é representante de um setor da burguesia húngara que tem lutado, em determinada medida, contra o domínio do grande capital internacional, seu rival. E Soros, que se naturalizou americano e vive nos Estados Unidos desde meados do século passado, é o principal oponente de Orbán – principalmente à recusa de Budapeste de se aliar com o Ocidente contra a Rússia.

Soros talvez seja a maior personificação do capitalismo contemporâneo – ou seja, o imperialismo neoliberal, onde os monopólios controlam a economia mundial. Magnata do capital financeiro, utiliza parte dos lucros que arrecadou com a exploração dos países mundo afora nas últimas décadas para financiar golpes de Estado a partir de suas ONGs “filantrópicas”. Foi assim na antiga “Cortina de Ferro” do leste europeu, na Ucrânia, na Venezuela e em muitos outros lugares.

E continua sendo.

O discurso das ONGs de Soros é exatamente o mesmo da CIA e de todo o Deep State dos EUA. É o mesmo do FMI, do Banco Mundial e das Nações Unidas. Porque são todos órgãos centrais do sistema imperialista. É o discurso que ouvimos 24h por dia na TV Globo, ou lemos nas páginas da Folha de S.Paulo, que são sucursais da imprensa dos EUA. Para neutralizar a luta de classe dos trabalhadores, que precisa do apoio dos outros setores populares como camponeses, juventude, mulheres e negros, espalham uma ideologia que se pretende reformista e progressista (o identitarismo) a fim de dividir esses setores e cortar seu apoio ao proletariado e às ideias revolucionárias (marxistas e anti-imperialistas). O “empoderamento” das “minorias” a partir das instituições “democráticas” (ou seja, do Estado burguês) é a fórmula ideal de alienação de todos esses setores da luta real por transformações sociais. Muitas organizações e indivíduos de esquerda, que são liderados ou influenciados por lideranças pequeno-burguesas (cuja classe social tende a seguir essas ideias), também foram atraídos por esse canto de sereia e acreditam que tanto esse discurso quanto os seus criadores realmente se importam com a sua luta. Por isso, seja ingenuamente ou conscientemente, prestam serviço a essas organizações.

Como esse discurso não agrada aos setores culturalmente conservadores, geralmente de direita, e como a ânsia de dominação imperialista afeta até mesmo a burguesia nacional dos países pequenos – como a Hungria –, que pode se virar à direita mesmo tendo contradições com o imperialismo, então essas ONGs e seus financiadores são equivocadamente considerados de esquerda. Nos EUA, "esquerdista" é sinônimo de "liberal", tal é o reacionarismo do sistema – Donald Trump está chamando Kamala Harris pejorativamente de "camarada". A Hungria foi tão colonizada pelos EUA que se transformou em um regime no qual defender as políticas da União Europeia é "ser de esquerda". Mas quem recebe dinheiro de grandes capitalistas para derrubar governos – geralmente de esquerda, como o da Venezuela – jamais poderia ser considerado de esquerda.

Voltando à Action for Democracy, essa organização tem negado sistematicamente sua relação com Soros. Mas o histórico de Koranyi não o ajuda. Ele também é membro do Conselho Europeu de Relações Exteriores, um think tank financiado, entre outros, pela Open Society Foundations de George Soros (conferir p. 31), e tem ligações com os governos de França e Alemanha e com a OTAN. Também é ligado ao Atlantic Council, um dos principais think tanks dos EUA e que recebe financiamento do governo americano. Chris Maroshegyi trabalhou com ele no Conselho Europeu. Já Kati Marton foi membro de organizações que também são financiadas pela Open Society, como o Comitê de Proteção aos Jornalistas (conferir p. 11) e a New America Foundation.

Não é só com George Soros que a A4D tem relações. Seu conselho consultivo está infestado de membros que trabalham ou trabalharam para o governo dos Estados Unidos, do Reino Unido ou para a OTAN. É o caso do general Wesley K. Clark, comandante da OTAN durante os bombardeios à Iugoslávia, em 1999. Clark e Marton foram filmados admitindo que sua atuação também envolve mudanças de regime na Polônia (agora já governada pela direita neoliberal totalmente alinhada com o imperialismo, ou seja, conseguiram seu objetivo) e na Turquia de Recep Erdogan.

“O que nós temos tentado fazer”, disse Koranyi ao Liberal Europe Podcast, “é ser uma instituição que capta o apoio [dos compatriotas que vivem no exterior] e o canaliza para seus países-natais. Não é apenas a diáspora húngara, mas também a polonesa, a brasileira, a cambojana e a venezuelana”.

O governo da Ucrânia, que também é de extrema-direita (com forte apoio institucional ao nazismo), contudo, não sofre nenhum tipo de ameaça da A4D. Pelo contrário: as ONGs que ela apoia no país são aliadas do governo Zelensky, precisamente porque este serve como bucha de canhão na guerra do imperialismo contra a Rússia. A suposta defesa da democracia e o combate ao extremismo de direita, logo se vê, não passam de conversa fiada para enganar trouxas.

Outro membro proeminente do conselho consultivo da Action for Democracy é Francis Fukuyama, famoso intelectual do establishment norte-americano por sua famigerada teoria do “fim da história”. Esse conselho inclui também, por exemplo, a vice-governadora da Califórnia e ex-embaixadora americana na Hungria, Eleni Kounalakis; um ex-funcionário do Conselho de Segurança Nacional e dos departamentos de Estado e Tesouro dos EUA, Robert Boorstin; um membro do Conselho de Relações Exteriores dos EUA, Timothy Snyder; o ex-parlamentar e ex-secretário do Exterior britânico David Miliband; e Simon Cheng, ex-funcionário do consulado britânico em Hong Kong e “perseguido” pelo governo chinês devido ao seu “ativismo”.

Segundo o relatório anual de 2022 da A4D (o único disponibilizado em seu site), ela enviou mais de 10 milhões de dólares às 12 organizações que financia. Três delas são brasileiras. O Quid, “um laboratório de comunicação e mobilização para causas” recebeu mais de um milhão de dólares em 2022; o Washington Brazil Office (WBO), sediado nos EUA e que engloba desde organizações de fachada do NED, USAID e Open Society até CUT e MST, que recebeu 130 mil dólares; e o Atlantic Council Brazil Workshop and Report, pertencente ao Atlantic Council, que recebeu 40,8 mil dólares.

Como se vê, se até mesmo a esquerda está contra a Venezuela, isso se deve em grande parte ao dinheiro das fundações imperialistas.

Fonte: Brasil 247

Pablo Marçal e Boulos empatam na liderança da disputa pela Prefeitura de São Paulo, aponta pesquisa Futura Inteligência

 

O ex-coach, no entanto, aparece numericamente à frente, com 25,2% das intenções de voto, contra 23,3% de Guilherme Boulos

Guilherme Boulos e Pablo Marçal (Foto: Reprodução/YouTube/Estadão)

Pesquisa eleitoral realizada pelo instituto Futura Inteligência, em parceria com a empresa 100% Cidades, divulgada nesta quarta-feira (28), mostra o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) com 25,2% das intenções de voto na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O deputado federal Guilherme Boulos (Psol) aparece logo atrás, com 23,3%, configurando um empate técnico entre os dois candidatos, devido à margem de erro de 3,1 pontos percentuais, informa a revista Exame.

O atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), está em terceiro lugar, com 17,9% das intenções de voto, também tecnicamente empatado com Boulos. 

  • Pablo Marçal: 25,2%
  • Guilherme Boulos: 23,3%
  • Ricardo Nunes: 17,9%
  • Datena: 9,6%
  • Tabata Amaral: 6,2%
  • Marina Helena: 2,3%
  • Ricardo Senese: 0,4%
  • Altino Prazeres: 0,3%
  • Bebeto Haddad: 0,0%
  • João Pimenta: 0,0%
  • Ninguém/Branco/Nulo: 5,9%
  • NS/NR/Indeciso: 8,8%

No levantamento anterior, realizado em 7 de agosto, Nunes liderava a corrida eleitoral. A pesquisa ainda considerava Kim Kataguiri, que desistiu da disputa e optou por apoiar Nunes. 

Segundo turno e rejeição

As simulações de segundo turno mostram um equilíbrio entre os principais candidatos. Boulos aparece com 39,4% contra 39,3% de Marçal, configurando um empate técnico. Em um cenário hipotético contra o atual prefeito, Marçal seria derrotado por 45,3% a 29,9%. Nunes também venceria Boulos por 46,7% a 30,9% e superaria tanto Datena quanto Tabata em possíveis embates.

O índice de rejeição dos candidatos é outro fator relevante para a análise. Boulos lidera a lista, com 41,2% dos entrevistados afirmando que não votariam nele de forma alguma. Marçal vem em seguida, com 30,9% de rejeição, e Datena aparece logo depois, com 27,7%. Nunes e Tabata têm índices de rejeição menores, de 15,8% e 15,3%, respectivamente.

A pesquisa também revela a polarização em torno dos apoios de líderes políticos nacionais. Entre os eleitores entrevistados, 54,4% afirmam que não votariam em um candidato apoiado por Jair Bolsonaro (PL) de jeito nenhum, enquanto 43,5% rejeitariam um nome indicado pelo presidente Lula (PT). No entanto, Lula possui um número maior de eleitores que votariam com certeza em um candidato por ele apoiado (23,3%), em comparação com Bolsonaro (15,6%).

A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-04229/2024 e contou com 1.000 entrevistas realizadas entre os dias 20 e 24 de agosto, utilizando a metodologia de entrevistas telefônicas assistidas por computador (CATI). A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%.

Fonte: Brasil 247 com informações da revista Exame

STJ indefere pedido de impeachment de Domingos Brazão, do TCE-RJ, suspeito de mandar matar Marielle Franco

 

Decisão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça que indeferiu o pedido de impeachment de Domingos Brazão foi tomada de forma unânime

Ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) e Domingos Brazão (MDB), ex-deputado estadual no Rio (Foto: ABR | Reprodução)

Danilo Vital, Conjur A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça indeferiu o pedido de impeachment de Domingos Brazão do cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ).

Conselheiro do TCE-RJ, Domingos Brazão, é acusado de ser o mandante da morte da vereadora Marielle Franco

A decisão foi tomada por unanimidade de votos, na sessão de 21 de agosto. O caso, que corre em segredo de Justiça, foi julgado de passagem, sem leitura do voto ou debates.

O pedido de impeachment, protocolado por deputados e vereadores do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) do Rio de Janeiro, em março de 2024, tem como base a acusação de que Domingos Brazão é mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, que ocorreu em 2018.

Segundo os parlamentares, a participação do conselheiro no episódio configura crime de responsabilidade. Domingos é réu em ação penal pela morte de Marielle ao lado do irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido), e será julgado no Supremo Tribunal Federal.

Relator, o ministro Raul Araújo indeferiu a petição inicial por entender que a suposta autoria intelectual de crime de homicídio não configura crime de responsabilidade.

Conforme a Súmula 46 do Supremo Tribunal Federal, “a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de competência legislativa privativa da União”.

A norma que está em vigor é a Lei 1.079/1950, segundo a qual constituem crimes de responsabilidade uma série de condutas previstas no artigo 10 — todas relacionadas a comportamentos contrários a regras orçamentárias.

Mesmo essa norma não se aplicaria ao caso de Domingos Brazão. O artigo 39-A restringe sua aplicação aos presidentes dos Tribunais de Contas, cargo que o conselheiro não ocupava. A votação na Corte Especial foi unânime.

Dessa forma, a Corte afirmou que tem competência para julgar conselheiro de tribunal de contas por crime de responsabilidade, mas não pode fazê-lo no caso porque a suposta autoria intelectual de homicídio não se qualifica como tal.

Caso Marielle - Domingos e Chiquinho Brazão estão presos desde 24 de março, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Eles foram delatados pelo ex-policial militar Ronnie Lessa, que confessou que executou o crime e também está preso.

Os Brazão negam a participação no crime. Segundo a denúncia, o assassinato da vereadora está relacionado à expansão da milícia na capital fluminense, em questões relacionadas a novos loteamentos na zona oeste do Rio.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República, os irmãos tinham forte ligação com milícias nessas localidades e ordenaram a morte de Marielle porque ela se tornou a principal opositora e o mais ativo símbolo da resistência aos interesses econômicos dos milicianos.

Também foi preso o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, empossado como chefe da corporação um dia depois dos assassinatos. Ele teria utilizado a posição para  obstruir as investigações do caso em favor dos mandantes do crime.

Fonte: Brasil 247 cpom informações do Conjur

Justiça Eleitoral rejeita recursos de Marçal e mantém direito de resposta a Guilherme Boulos

 

Decisão foi tomada de forma unânime após o ex-coach de extrema direita ter associado, sem provas, o deputado federal ao uso de cocaína

Pablo Marçal (Foto: Reprodução)

Em decisão unânime, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) rejeitou dois recursos apresentados por Pablo Marçal (PRTB) contra o direito de resposta concedido a Guilherme Boulos (Psol), informa o Metrópoles. A decisão foi tomada após Marçal ter associado, sem provas, o deputado federal ao uso de cocaína.

Na semana passada, a Justiça Eleitoral determinou que Marçal publicasse vídeos com a resposta de Boulos às acusações em suas redes sociais, incluindo Instagram, TikTok e YouTube. Ambos são candidatos à Prefeitura de São Paulo.

Ainda segundo a reportagem, a defesa de Marçal argumentou que o vídeo-resposta de 1 minuto e 26 segundos produzido pela campanha de Boulos era desproporcional ao conteúdo original, excedendo em 11 segundos e promovendo a campanha do psolista. Com isso, a Justiça suspendeu temporariamente a publicação do material até o julgamento final dos recursos, que ocorreu nesta terça-feira.

Anteriormente, Marçal foi obrigado a retirar do ar os vídeos que associavam Boulos ao consumo de cocaína. Segundo o desembargador Encinas Manfré, as acusações de Marçal atingem a “honra e imagem” de Boulos e têm potencial para “induzir o eleitorado em erro”.

“É razoável considerar que as expressões ‘aspirador de pó’ e ‘cheirador’ não correspondem meramente a pessoas com quem esse autor possa ter relações no âmbito da política, mas, sim, que tenha dependência em relação a drogas ilícitas”, disse Manfré em sua decisão.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

“Vou jogar a partida da minha vida”, disse Izquierdo antes da partida contra o São Paulo

 

Zagueiro do Nacional faleceu na noite da última terça-feira após cinco dias na UTI

(Foto: Reprodução-Nacional)

O jogador uruguaio Diego Hernandez revelou que conversou com o zagueiro Juan Izquierdo, que faleceu na noite da última terça-feira (27), antes da partida contra o São Paulo, válida pela Copa Libertadores, informa o Extra. Segundo Hernandez, o zagueiro do Nacional, do Uruguai, teria dito que aquela seria a “partida de sua vida”. Durante o confronto, Izquierdo desmaiou em campo e sofreu uma parada cardíaca enquanto era transportado para o hospital.

Diego Hernandez, que pertence ao Botafogo e está emprestado no León, do México, atuou com Izquierdo no Montevideo Wanderers, do Uruguai. Em publicação no Instagram, ele afirmou que o zagueiro teve grande importância no início de sua trajetória profissional.

“Como você me disse antes da partida. ‘Baraja, vou jogar a partida da minha vida, olhe para mim’. E foi o que você fez. Você colocou sua vida em risco no jogo que queria jogar tão bem. Hoje você me deixa um vazio muito grande, só eu, você e minha família sabemos o que você foi para mim naquela época em que eu estava subindo para jogar na primeira divisão. Quando eu estava dando meus primeiros passos, você me agarrou, me colocou debaixo do braço e me guiou, me deu força, me incentivou, confiou em mim, mas, acima de tudo, nunca deixou aquele garoto com quem você se sentia tão identificado cair. Hoje tenho que me despedir de uma pessoa que não sei se existem muitas neste esporte, hoje me despeço de você com lágrimas nos olhos e um coração partido. Obrigado por tudo, do fundo do meu coração, e como sempre dizíamos “venha, aproveite, dance e brinque comigo, aaaa que repiqueeee”. Negro Juan, eu sempre me lembrarei de você. E só morre quem esquece, e aqui nós não esquecemos os que estiveram aqui. QUE DESCANSE EM PAZ" , escreveu Hernandez.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Extra