terça-feira, 13 de agosto de 2024

Polícia combate lavagem de dinheiro de máfia italiana no Brasil

 

Valor dos ativos investidos pode superar R$ 3 bilhões.

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), com apoio do Ministério Público e da Guardia di Finanza de Palermo, na Itália, deflagraram nesta terça-feira (13) a Operação Arancia.

Em nota, a PF informou que as investigações começaram em 2022 e têm como alvo uma organização criminosa suspeita de lavar dinheiro para a máfia italiana no Rio Grande do Norte, onde a corporação acredita que os mafiosos atuem há quase uma década.

“As evidências coletadas até o momento indicam que a máfia italiana utilizou empresas fantasmas e laranjas para facilitar a movimentação e a ocultação de fundos ilícitos, provenientes de atividades criminosas internacionais,” disse a Polícia Federal.

“Estima-se que o esquema tenha investido não menos que R$ 300 milhões (cerca de € 55 milhões) no Brasil, utilizando esses recursos para adquirir propriedades e infiltrar-se no mercado imobiliário e financeiro brasileiro”, completou a PF.

Entretanto, de acordo com autoridades italianas, o valor total dos ativos investidos pode superar € 500 milhões em valores atuais – mais de R$ 3 bilhões.

Ainda segundo a corporação, a operação resultou em um mandado de prisão preventiva “de um mafioso” e cinco mandados de busca e apreensão em três estados: Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Piauí.

Ação conjunta

“Simultaneamente, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo, na Itália, coordenou 21 buscas em várias regiões da Itália e na Suíça. Mais de 100 agentes financeiros italianos foram mobilizados, alguns dos quais encontram-se no Brasil, auxiliando o cumprimento dos mandados em Natal,” informou a PF.

Os crimes investigados incluem associação mafiosa, extorsão, lavagem de dinheiro e transferência fraudulenta de valores, com agravante de apoio a famílias mafiosas.

De acordo com a Polícia Federal, como parte das medidas para desarticular o esquema e recuperar ativos financeiros, a Justiça Federal autorizou o sequestro de imóveis e o bloqueio de contas bancárias associadas aos suspeitos e às empresas fantasmas envolvidas.

“Essas ações visam a garantir a reparação dos danos causados pelas atividades ilícitas e impedir a continuação das operações criminosas”, concluiu a PF.

Edição: Kleber Sampaio

Fonte: Agência Brasil

Campos Neto vê setor financeiro mais otimista do que o produtivo

 

Presidente do BC participou de audiência na Câmara dos Deputados

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que, ao contrário do que pensa o senso comum, o setor financeiro é mais otimista do que o não financeiro com relação às expectativas inflacionárias do país.

A declaração, feita nesta terça-feira (13) durante audiência pública na Câmara dos Deputados, tem por base as conclusões iniciais da pesquisa Firmus divulgada esta semana pelo BC após consulta a 92 empresários de setores não financeiros. Segundo a autoridade monetária, o levantamento ainda se encontra em sua fase piloto

O setor não financeiro compreende basicamente empresas e atividades econômicas que não estão diretamente ligadas à prestação de serviços financeiros e têm foco principalmente na produção de bens e serviços. É o caso, por exemplo, dos setores industrial, de comércio, serviços e agricultura.

Campos Neto disse que o levantamento feito pelo BC responde a críticas contra as outras pesquisas, como o Boletim Focus, nas quais são consultadas 120 empresas financeiras que, supostamente, lucrariam com a alta dos juros, medida adotada sob a justificativa de evitar alta da inflação.

“A gente vê [a crítica de que] essa expectativa de inflação que é feita nas pesquisas é uma expectativa de mercado financeiro; que são pessoas no mercado financeiro que têm interesse de ter juros altos. Diante disso, a gente realizou a Pesquisa Firmus, que não é feita com o mercado financeiro, mas com firmas [empresas do setor não financeiro]”, explicou Campos Neto.

“O que a gente vê, quando a gente compara a pesquisa do setor real com a pesquisa do setor financeiro, é o contrário do que a gente escuta. As firmas acham, em termos de [projeção da] inflação, que ela é mais alta do que [projeta] o sistema financeiro”, acrescentou.

Durante sua apresentação na audiência conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico e de Finanças e Tributação, o presidente do BC comparou os resultados obtidos na pesquisa Firmes com o boletim Focus.

Em maio de 2024, a expectativa predominante de inflação para o ano era de 4%, segundo a Firmus, e de 3,89%, segundo o boletim Focus – que sonda expectativas de agentes de mercado. Para 2025, a expectativa das duas pesquisas estava em 4% e 3,77%, respectivamente.

“A gente vê que é exatamente o contrário do que a gente lê por aí. Na verdade, as firmas têm sido mais pessimistas em relação à inflação do que o mercado financeiro”, complementou Campos Neto.

Críticas

Alguns parlamentares aproveitaram a audiência com Campos Neto para criticar a forma como ele vem conduzindo a política monetária do BC. Uma delas, relativa ao não uso das reservas cambiais para desestimular a valorização do dólar e, consequentemente, a alta dos juros, uma vez que, valorizada, a moeda norte-americana tende a gerar aumento de preços (inflação) no Brasil.

Em resposta, Campos Neto disse que o BC faz esse tipo de intervenção no câmbio apenas em momentos de estresse no mercado, e que, se não o fez, é por entender que não havia disfuncionalidade que justificasse esse tipo de ação

O presidente do BC se recusou a responder perguntas sobre supostas empresas offshore (localizadas no exterior) que seriam ligadas a ele e teriam lucrado com a alta de juros no Brasil.

“Vou fazer uma pergunta direta: quanto o senhor tinha em offshores antes e quanto tem agora, após ser presidente do BC?”, perguntou o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). Campos Neto disse que não responderia questionamentos do ponto de vista pessoal e que já prestou contas ao Comitê de Ética do Banco Central.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: Agência Brasil

Web pede “Do Val na Papuda” após Moraes bloquear R$ 50 milhões do senador

 

O senador Marcos do Val (Podemos-ES). Foto: reprodução

Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenar o bloqueio de R$ 50 milhões das contas pessoais do senador Marcos do Val (Podemos-ES), internautas estão pedindo a prisão do parlamentar. A tag “Do Val na Papuda” ganhou destaque nas redes sociais.

O senador alegou que a quantia bloqueada “nunca existiu” e afirmou que o saldo atual em sua conta é de “apenas mil reais”. Ele ressaltou a importância de recursos para cobrir despesas essenciais, como o plano de saúde de sua mãe, que está em tratamento contra o câncer.

A decisão de Moraes pode ser interpretada como uma tentativa de reforçar o cumprimento das normas e garantir a responsabilidade financeira dos parlamentares. Além disso, Do Val teve suas redes sociais bloqueadas, uma medida que Moraes considera necessária para evitar a propagação de informações que possam comprometer a ordem pública.

Confira a repercussão:


Fonte: DCM


Moraes manda bloquear R$ 50 milhões de Marcos do Val e suspende senador do Instagram


Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de 50 milhões de Marcos do Val. Fotomontagem

 Na última quinta-feira, 8, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio de R$ 50 milhões das contas pessoais do senador Marcos do Val (Podemos-ES).  Em resposta, o senador manifestou sua insatisfação nas redes sociais, alegando que a quantia bloqueada “nunca existiu” em suas contas bancárias.

Marcos do Val afirmou que o saldo atual em sua conta é de “apenas mil reais” e destacou a importância de recursos para cobrir despesas essenciais, como o plano de saúde de sua mãe, que está em tratamento contra o câncer.

O senador criticou a decisão, alegando que a medida foi tomada sem a devida comunicação ao Senado Federal e ao seu presidente, Rodrigo Pacheco. Ele ressaltou as dificuldades que enfrentará para desempenhar suas funções, como locomoção para Brasília e pagamentos relacionados ao seu trabalho parlamentar.

No entanto, a medida do ministro Moraes pode ser vista como uma tentativa de reforçar o cumprimento das normas e assegurar a responsabilidade financeira dos parlamentares. Marcos do Val também teve suas redes sociais bloqueadas, um passo que Moraes considera necessário para evitar a propagação de informações que possam comprometer a ordem pública.

Enquanto o perfil de Marcos do Val no Twitter/X permanece ativo, sua página no Instagram está fora do ar. O senador argumenta que essas ações violam sua imunidade parlamentar e censuram sua atuação. Ele solicita a intervenção do Senado Federal e do Congresso Nacional para reverter a situação.

Perfil de Marcos do Val bloqueado no Instagram. Reprodução

Fonte: DCM

As chances de prisão de Bolsonaro após Moraes soltar seus aliados, segundo ministros do STF

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

A decisão de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), de ordenar a soltura de dois aliados de Jair Bolsonaro (PL) na semana passada, não foi interpretada pelos outros ministros da corte como um sinal de leniência em relação ao ex-presidente, tampouco sugere que uma eventual prisão esteja descartada.

Alguns magistrados avaliam que a revogação das prisões do ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, e do ex-assessor da Presidência, Filipe Martins, ocorreu porque as detenções preventivas já não se justificavam ou não tinham mais fundamento.

Os ministros do STF destacam que a ação de Moraes não deve ser entendida como um gesto amigável em direção a Bolsonaro. Eles acreditam que a situação do ex-capitão continua a mesma desde que ele começou a responder a processos criminais no STF, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.

Bolsonaro será preso? Especialistas analisamBolsonaro. Foto: reprodução

Em outras palavras, a possibilidade de Bolsonaro ser preso ainda é significativa, mas isso só aconteceria após uma condenação definitiva, quando todos os recursos judiciais tiverem sido esgotados.

Vale destacar que o processo considerado mais “perigoso” para o ex-mandatário é o que investiga a tentativa de golpe de Estado. A Polícia Federal (PF) está prevista para apresentar o relatório final com o indiciamento de Bolsonaro no próximo mês.

Além disso, o ex-chefe do Executivo já foi indiciado em outras investigações, como a falsificação do cartão de vacina contra a Covid-19 e o recebimento de joias ilegais da ditadura da Arábia Saudita.

Fonte: DCM

Investigações da polícia mostram ameaça do PCC aos partidos e candidatos nas eleições de 2024

 Facção pretende investir dinheiro do tráfico para eleger vereadores e aumentar sua influência

“Anderson Lacerda Pereira, o Gordão, teve uma grande ideia em 2016, como muitas que ele registrava em cadernos, com uma caligrafia clara: financiar a chapa de um candidato a prefeito na cidade de Arujá, na Grande São Paulo. Deu certo.
Em pouco tempo, o megatraficante de drogas que sonhava seguir os passos do colombiano Pablo Escobar, apoderou-se da coleta de lixo e da Secretaria da Saúde do município.

Aos poucos, além de empregar em hospitais do municípios os apadrinhados da facção, Gordão passou a desviar fentanil dos hospitais. O desaparecimento de um antigo funcionário de Anderson – a polícia suspeita que seu corpo tenha servido de alimento para jacarés que Anderson mantinha em um sítio – levou a polícia a descobrir o esquema durante a Operação Soldo Sporchi (dinheiro sujo).


De 2016 para cá a ameaça se multiplicou. Quatro anos depois, candidatos tucanos foram impedidos de fazer campanha em comunidades dominadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em Campinas, em Santos e na Praia Grande. Áudios com ameaças a candidatos foram encontrados pela polícia, que passou a acompanhar carreatas e atos de campanha dos tucanos em Santos.


Desta vez, a campanha mal começou e a sombra do PCC já ameaça partidos e candidatos. Não apenas como alvos de ameaças dos criminosos, mas também como alvos de um esquema de infiltração nas eleições patrocinado por pessoas investigadas por supostos vínculos com a facção. É o que mostrou a Operação Decurio, deflagrada pela Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes.


juiz Paulo Fernando Deroma de Mello, da 2.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, decretou o bloqueio de R$ 8,1 bilhões de bens relacionados ao PCC e decretou medidas restritivas de direito contra dois candidatos a vereador – um pelo União Brasil, em Mogi das Cruzes, e outro pelo PSD, em Santo André –, proibindo-os de se ausentarem das comarcas e de sairem de casa no período noturno, além de não poderem exercer cargo, emprego, função pública ou mandato eletivo.


Foi também de Mogi que saíra, pouco tempo antes, a primeira notícia de envolvimento de um líder partidário com a facção. Reportagem de Heitor Mazzoco no Estadão mostrou que o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) teve como presidente um homem – Tarcísio Escobar de Almeida – indiciado por associação para o tráfico e organização criminosa: o PCC. Trata-se do partido do empresário e coach Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de São Paulo.


Três dias depois de ser nomeado, Escobar foi desligado oficialmente. Apesar disso, ele continua a participar de encontros políticos nos quais ainda se apresenta como presidente da legenda. Agora é a vez do presidente nacional do partido, Leonardo Avalanche, ser flagrado em áudio afirmando ter ligações com a facção. O PRTB e os citados rejeitaram as denúncias. Já o União Brasil decidiu cancelar a candidatura a vereadora de Marie Sassaki Obam, atingida pela Operação Decurio. Sua defesa também alega inocência.


Mas não é só isso. Neste ano, o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Fim da Linha, a maior feita até agora contra a captura do transporte público pelo crime organizado. Além de obter o bloqueio de R$ 684 milhões em bens, a operação obteve da Justiça a intervenção nas empresas de ônibus UPBus e Transwolff porque o capital social delas teria sido constituído com dinheiro do tráfico de drogas de integrantes da facção.


Entre os acionistas da UPBus, por exemplo, estão lideranças do PCC e seus parentes. Esse era um fato conhecido desde 2022, quando foi feita a primeira operação policial contra a presença da facção na empresa. Apesar disso, a UPBus continuou a receber milhões em repasses da Prefeitura e novos contratos foram assinados por Ubiratan Antonio da Cunha, preso recentemente por ameaçar testemunhas do caso. A Prefeitura alega que apurava o caso, mas a verdade é que a farra do PCC só acabou após a ação do Gaeco.


Já o inquérito sobre as ligações da Transwolff com o crime organizado atingiu o presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), que teve os sigilos bancário e fiscal quebrados pela Justiça em razão de sua suposta ligação com os chefes da empresa. O vereador repudiou as suspeitas, mas a investigação permanece em andamento.


A situação em São Paulo se estende da periferia, onde atuam as empresas de ônibus suspeitas, ao centro, onde a Operação Salus et Dignitas, surpreendeu um ecossistema criminoso que unia guardas-civis e policiais militares a bandidos do PCC na exploração de oportunidades e negócios criminosos que iam da venda de proteção a comerciante ao tráfico de armas e drogas. Foi ali na região da chamada Cracolândia que o PCC estabeleceu seu domínio no coração da cidade, sob as ordens de Leonardo Monteiro Moja, o Leo do Moinho.


E no grupo de Leo do Moinho, mais uma vez, apareceu a sombra do PCC na política. É que entre os presos da Operação Salus et Dignitas estava Janaína da Conceição Cerqueira Xavier, acusada de estar entre os responsáveis pelo esquema de vigilância das comunicações policiais montado na Favela do Moinho. Janaína foi candidata a vereadora pelo PT em 2020, quando obteve 283 votos. O partido de imediato procurou se desvencilhar da história de Janaína, afirmando que quando ela se candidatou a acusação contra ela não existia.


Todos esses fatos mostram como os partidos em geral devem estar com medo dessa sombra. Do PT aos bolsonaristas do PRTB de Marçal, passando pelo MDB do prefeito Ricardo Nunes e pelo União de Milton Leite. A cada operação das autoridades contra o crime organizado, uma nova ligação do submundo mafioso com a política é descoberta, o que demonstra cada vez mais para os partidos a necessidade de criar mecanismos contra a infiltração das facções e ao Poder Público a necessidade de enfrentar essa ameaça de forma rápida e eficiente.


E sobretudo, é necessário que o mundo político tenha coragem, aquela mesma que acompanhou o juiz italiano Giovanni Falcone em sua luta contra Cosa Nostra. Não se trata de nenhum esforço inumano. Falcone assim o explicava: “O importante não é estabelecer se alguém tem mais ou menos medo, mas saber conviver com o próprio medo e não se deixar condicionar por ele. Coragem é isso; de outra foram não seria mais coragem, mas inconsequência”.


Fonte: Agenda do Poder com informações de reportagem do jornal Estado de São Paulo, Estadão

Datafolha: Marçal cresce entre eleitores de Bolsonaro e de Tarcísio e ameaça Nunes

 Ex-coach ainda oscilou positivamente entre eleitores de Lula e Haddad


As intenções de voto em Pablo Marçal (PRTB) cresceram entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL) e de Tarcísio de Freitas (Republicanos), padrinhos políticos do prefeito e pré-candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), segundo o Datafolha.


Marçal conquistou, até agora, 29% das preferências entre os que escolheram o ex-presidente em 2022, ante 22% no levantamento anterior, de julho. Ele também chega a 25% das intenções de voto entre os que elegeram o governador, ante 19% registrados no mês passado.


A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos. No caso de diferenças no limite da margem (no caso seis pontos), uma situação de estabilidade é tida como improvável.

Nunes, por outro lado, oscilou negativamente entre os apoiadores de Bolsonaro, passando de 42% para 38% nesta rodada. Entre os eleitores de Tarcísio, ele foi de 40% para 42% das intenções de voto.


Com isso, a diferença entre o prefeito e o ex-coach caiu de 20 para 9 pontos no caso dos eleitores do ex-presidente, e oscilou de 21 pontos para 17 entre os do governador.


Os resultados evidenciam a dificuldade que o candidato do PRTB impõe ao atual ocupante do edifício Matarazzo para captar os votos obtidos por seus padrinhos políticos no pleito passado.


Apesar de querer os votos de Bolsonaro, Nunes tem priorizado até o momento eventos com o governador de São Paulo, já que o ex-presidente tem rejeição elevada na capital paulista —segundo o Datafolha, 65% dizem não votar de jeito nenhum em um candidato apoiado por ele. Já o apoio de Tarcísio levaria à rejeição de 48% dos entrevistados.


A pesquisa de julho mostrou ainda que mais da metade dos eleitores da cidade de São Paulo (56%) admitia mudar o voto para prefeito se o candidato fosse apoiado por um político rejeitado por eles.


O pré-candidato pelo PRTB oscilou positivamente, mas dentro da margem de erro, entre os eleitores de Lula (PT) e Fernando Haddad (PT), que apoiam Guilherme Boulos (PSOL). Ele foi de 2% em julho para 5% entre os que votaram no atual presidente, repetindo os percentuais entre os que apoiaram o hoje ministro da Fazenda.


Boulos, por sua vez, ficou estagnado entre os eleitores de seus padrinhos políticos. Manteve 41% das intenções de voto dos que escolheram Lula em 2022 e oscilou negativamente, de 48% para 46%, entre os que optaram por Haddad.


Os números sugerem uma limitação à atual estratégia do congressista do PSOL, que tem dado destaque a Lula na campanha e aparecido com o petista em uma série de eventos.


O petista apareceu na convenção de confirmação da candidatura de Boulos e chegou a dizer que a vitória seria certa na capital paulista. Afirmou ainda que o deputado é a única possibilidade dessas eleições para garantir dignidade e respeito para os paulistanos.


Lula também foi condenado a pagamento de multa por campanha antecipada, junto a Boulos, após pedir votos para o deputado federal durante ato do 1º de Maio. Cabe recurso.


Ao todo, em São Paulo, 45% dos eleitores dizem que não votariam de jeito nenhum em um candidato apoiado pelo petista, segundo o Datafolha.


À medida que se consolida a tendência de menos da metade dos votos dados em 2022 a Lula, Bolsonaro, Haddad e Tarcísio irem para seus afilhados políticos, confirma-se a ideia de que a transferência de votos não é automática.


No caso de José Luiz Datena (PSDB), por sua vez, o cenário é de estabilidade em relação ao eleitorado de Lula e Bolsonaro.


Ele passou de 11% para 12% entre os que escolheram o presidente em 2022, e de 11% para 13% entre os que optaram pelo nome do ex-presidente em 2022.


Apesar de a movimentação estar dentro da margem de erro, ela indica uma consolidação do potencial de a candidatura do tucano dificultar o avanço de Boulos e Nunes sobre o eleitorado de seus padrinhos políticos.


Não sabem quem o petista apoiará neste ano em São Paulo 25% dos entrevistados, ante 27% em julho. Da mesma forma, são 34% os que dizem desconhecer o apoio de Bolsonaro, contra 40% no mês passado.


O Datafolha entrevistou presencialmente 1.092 eleitores de São Paulo na terça-feira (6) e na quarta-feira (7). A pesquisa foi contratada pela Folha e registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-03279/2024.


Fonte: Agenda do Poder