terça-feira, 13 de agosto de 2024

Queiroz declara como bens dois imóveis e carro antigo em candidatura a vereador por Saquarema

 Ele foi apontado pelo Ministério Público como o operador de um esquema de desvio de salários de assessores no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro

Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e figura central no caso das “rachadinhas”, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) possuir R$ 674,7 mil em bens ao registrar sua candidatura a vereador na cidade de Saquarema, pelo PL.


Na declaração, Queiroz listou dois apartamentos na Zona Oeste do Rio de Janeiro, um localizado na Taquara, avaliado em R$ 420 mil, e outro na Praça Seca, avaliado em R$ 229 mil. Além desses imóveis, ele incluiu um carro Volkswagen Voyage, no valor de R$ 19,9 mil, um plano de previdência privada de R$ 3.398,05, R$ 1.900 em uma conta poupança, e R$ 416,53 em uma conta corrente.


Comparando com a declaração de 2022, quando concorreu ao cargo de deputado estadual pelo PTB, Queiroz apresentou uma redução de R$ 15 mil em seu patrimônio, que antes era de R$ 690 mil.


Queiroz foi apontado pelo Ministério Público como o operador de um esquema de desvio de salários de assessores no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), conhecido como o caso das “rachadinhas”.


A investigação contra ele foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O caso teve início após um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas de Queiroz. À época, o ex-assessor de Flávio argumentou que fazia “rolos” com venda de carros.


Na plataforma DivulgaCand, do TSE, que disponibiliza para consulta os dados dos candidatos, Queiroz se declara pardo e informa à Justiça que é divorciado. Em 2022, obteve 6,7 mil votos, e não se elegeu.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo.  

Efeito Lula: setor de serviços cresce 1,7% em junho, maior alta desde dezembro de 2022

 

No acumulado do primeiro semestre de 2024, segundo dados do IBGE, o volume de serviços teve alta de 1,6% frente ao mesmo período de 2023

(Foto: REUTERS/Sergio Moraes)

Roberto de Lira, Infomoney - O volume do setor de serviços do Brasil cresceu 1,7% em junho ante maio, após uma queda de 0,4% no mês anterior, informou nesta terça-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a maior expansão desde dezembro de 2022, quando o setor avançou 2,7%.

Em junho, o setor estava 14,3% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Na comparação com junho de 2023, o crescimento foi de 1,3%.

Já no acumulado do primeiro semestre de 2024, o volume de serviços teve alta de 1,6% frente ao mesmo período de 2023. Porém, na leitura dos últimos 12 meses, o setor mostrou perda de dinamismo, passando de 1,2% em maio para 1,0% em junho.

Os dados do mês vieram bem acima que o esperado pelo consenso LSEG de analistas, que estimava uma alta de 0,8% no volume do setor na comparação mensal. Na medição anual, a estimativa também era de crescimento de 0,8%.

O crescimento foi disseminado entre as cinco atividades pesquisadas, já que todas apresentaram expansão. O principal destaque em junho foi a evolução no setor de transportes, que mostrou expansão de 1,8%, recuperando a perda de 1,5% de maio.

“Esse resultado vem muito em função do transporte aéreo, impulsionado pela queda dos preços das passagens áreas. Mas também contribuiu o transporte dutoviário e a navegação de apoio marítimo, atividades relacionadas com as indústrias extrativas, como a de gás e a de óleos brutos de petróleo”, afirmou em nota Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.

Transportes - O volume de transporte de passageiros no Brasil teve crescimento de 6,2% na passagem de maio para junho, após ter recuado 6,7% em maio. O setor se encontrava no mês 1,9% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 21,2% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

No acumulado do primeiro semestre de 2024, porém, a atividade caiu 2,6% frente a igual período de 2023.

Por sua vez, o volume do transporte de cargas assinalou variação positiva de 0,4%, em junho, frente ao mês anterior, após queda de 0,5% em maio.

Com isso, a atividade opera 6,8% abaixo do ponto mais alto de sua série (julho de 2023) e 33,7% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020).

No primeiro semestre de 2024, o transporte de cargas acumula recuo de 1,3%.

Turismo - O índice de atividades turísticas teve crescimento de 3,4% em junho ante maio, após ter recuado 0,9% na passagem de abril para maio.

O segmento de turismo se encontrava 7,7% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e apenas 0,1% abaixo do ponto mais alto da série (fevereiro de 2014).

Na análise regional, todos os 12 locais pesquisados tiveram alta, com destaque para São Paulo (4,0%) e Rio de Janeiro (8,2%), seguidos por Bahia (5,5%), Rio Grande do Sul (8,5%) e Minas Gerais (1,6%).

“O estado gaúcho teve uma queda relevante no indicador em maio (-32,5%). Com a base depreciada, a alta de junho recupera apenas parcialmente as perdas do mês anterior”, explicou o gerente da PMS.

No acumulado do primeiro semestre de 2024, o turismo teve expansão de 1,3% frente ao primeiro semestre de 2023, com sete dos 12 locais registrando taxas positivas, com destaque para Minas Gerais (9,0%) e Rio de Janeiro (5,0%), seguidos por Bahia (9,1%), Paraná (5,0%) e Santa Catarina (6,1%).

Neste indicador o Rio Grande do Sul teve a principal influência negativa (-16,0%), seguido por Distrito Federal (-5,4%), Espírito Santo (-8,8%) e Goiás (-4,9%).

A partir do mês de setembro, na Pesquisa Mensal de Serviços que divulgará o resultado de julho de 2024, o índice de atividades turísticas será ampliado dos atuais 12 para 17 locais pesquisados, com o acréscimo dos dados do Amazonas (AM), Pará (PA), Rio Grande do Norte (RN), Alagoas (AL) e Mato Grosso (MT).

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

Embraer recebe encomenda da Virgin Australia para 8 jatos E190-E2

 

As entregas, de acordo com a fabricante brasileira de aeronaves, estão previstas para começar no segundo semestre de 2025

(Foto: REUTERS/Denis Balibouse)

Reuters - A Embraer informou que recebeu uma encomenda da Virgin Australia para oito aviões modelo E190-E2, que será adicionada à sua carteira de pedidos do terceiro trimestre, conforme comunicado divulgado nesta segunda-feira.

Mais cedo, a Reuters noticiou que a fabricante brasileira de aeronaves estava prestes a receber uma encomenda da companhia aérea australiana, após vencer uma disputa contra o A220, o menor modelo da Airbus, segundo fontes da indústria.

A aeronave de corredor único irá complementar a frota de jatos "narrowbodies" maiores da Virgin Australia, disse a Embraer, substituindo os modelos Fokker atualmente em serviço.

As entregas, de acordo com a fabricante brasileira de aeronaves, estão previstas para começar no segundo semestre de 2025.

A Embraer não relevou o valor do pedido, mas com base nos preços estimados de entrega da Cirium Ascend, uma encomenda como essa teria um valor de quase 300 milhões de dólares, após aplicados os descontos habituais do setor.

"Quando o E190-E2 entrar em serviço, em outubro de 2025, ele se tornará a primeira aeronave nova no mercado de charter da Austrália Ocidental neste século", afirmou o presidente-executivo do Virgin Australia Group, Jayne Hrdlicka, no comunicado da Embraer.

A frota de E190-E2 da Virgin Australia terá como base a cidade de Perth, na Austrália, e será operada pela Virgin Australia Regional Airlines.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Pablo Marçal omite empresa e mais de R$ 22 milhões em declaração de bens

 

Em sua declaração ao TSE, o bolsonarista omitiu uma empresa e declarou outras duas por valores abaixo dos registrados na Receita Federal

Pablo Marçal (Foto: Reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

Pablo Marçal (PRTB), coach de extrema-direita que concorre à Prefeitura de São Paulo, omitiu uma empresa e reduziu em pelo menos R$ 22 milhões o valor de seu patrimônio em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, conforme revela uma reportagem do UOL.

Na declaração apresentada ao TSE, Marçal omitiu a existência de uma empresa e declarou outras duas por valores inferiores aos registrados na Receita Federal. Na última quarta-feira (7), ele informou possuir um patrimônio de R$ 193,5 milhões, mas, ao considerar as omissões, o valor real de seu patrimônio seria superior a R$ 215 milhões.

Saiba mais: O PSB, partido da candidata à Prefeitura de São Paulo Tabata Amaral, solicitou à Justiça Eleitoral a impugnação da candidatura de Pablo Marçal, informou a Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (12). A ação alega que Marçal, que se filiou ao PRTB em abril, não cumpriu o prazo mínimo de seis meses de filiação exigido pelo estatuto do partido. Esse descumprimento teria ocorrido antes da convenção que oficializou sua candidatura, violando as normas partidárias.

Além da questão técnica, a candidatura de Marçal tem sido marcada por ataques descontrolados e demonstrações de despreparo durante a campanha. Em debates recentes, ele foi criticado por sua postura agressiva e falta de clareza em suas propostas.

Os advogados do PSB paulista, presidido pela deputada federal Tabata Amaral, argumentam que, considerando as regras específicas do estatuto do PRTB, a candidatura de Marçal deveria ser indeferida. A decisão sobre a impugnação ainda está nas mãos da Justiça Eleitoral, mas o pedido já intensificou o debate sobre a viabilidade e legitimidade da candidatura do influenciador, que já vinha sendo contestada por seu comportamento errático e falta de experiência política.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

TSE julga ação que pode cassar governador bolsonarista em Roraima

 

Antonio Denarium teria criado programa sociais em ano eleitoral, o que é proibido pela Lei das Eleições

Jair Bolsonaro e Antonio Denarium (Foto: Marcos Corrêa/PR/Agência Brasil)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve julgar nesta terça-feira (13) uma ação que pode resultar na cassação do governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), informa O Globo. Denarium é acusado de turbinar gastos com programas sociais e utilizar a máquina pública do Estado para garantir a sua reeleição, por meio da distribuição de cestas básicas e da reforma da casa de eleitores.

Em 2022, o governador teria repaginado o programa “Cesta da Família”, com distribuição de cestas básicas ou de um cartão com crédito mensal de R$200. Na prática, ele criou um programa social em meio ao calendário eleitoral, o que é proibido pela Lei das Eleições. O governo também teria lançado o programa “Morar Melhor”, que tinha o objetivo de reformar 10.000 casas em 2022, mesmo sem ter uma lei específica para a criação da iniciativa.

Denarium é alvo de três ações que pedem a cassação de seu mandato. Em todas elas, o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) decidiu contra o governador, o que fez com que ele recorresse ao TSE para se manter no cargo. A relatora do caso, ministra Isabel Gallotti, decidiu levar a julgamento apenas a ação movida pela coligação da ex-prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB).

O caso é considerado grave devido às provas apresentadas, que confirmam o abuso de poder político e econômico.  Os três processos que tramitam no TSE contra o governador têm pareceres do Ministério Público Eleitoral a favor da cassação.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Lula recebe governador argentino Axel Kicillof, principal opositor de Javier Milei

 

Governador da província de Buenos Aires também deverá se encontrar com ministros do governo Lula para discutir investimentos e projetos produtivos

Presidente Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá nesta terça-feira (13) com o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof. O peronista foi ministro do governo da presidente Cristina Kirchner e a conversa entre eles acontece em meio a ausência de encontros oficiais entre Lula e o presidente argentino de extrema direita, Javier Milei. Kicillof é considerado um dos principais opositores do atual mandatário da Argentina.

Segundo a CNN Brasil, Kicillof também terá agendas desde o período da manhã em Brasília com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que  acumula o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad; e com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Ainda segundo a reportagem, o governador de Buenos Aires, que foi ministro da Economia do governo Cristina Kirchner e se reelegeu para o cargo no ano passado em primeiro turno, pretende tratar de “avanços em ações de cooperação econômica em matéria de investimentos e projetos produtivos”, como anunciado pelo  ministro de Governo da província, Carlos Blanco, nesta segunda-feira (12).

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Debate sobre nova tributação põe bilionários na mira

 

Tributação sobre bilionários corresponde a um princípio de justiça social

Reunião do G20 no Brasil (Foto: RICARDO STUCKERT)

Por Sergio Ferrari - A proposta de um imposto mais alto sobre bilionários tornou-se um tema quente na recente reunião ministerial do G20 (Grupo dos 20), no Rio de Janeiro. E será um item da agenda da próxima cúpula de alto nível a ser realizada em novembro deste ano, novamente no Brasil, país que ocupa a presidência desse grupo.

O site oficial Brasil 2024 do G20 (Grupo das 20 nações e regiões mais desenvolvidas do planeta) menciona a aprovação no final de julho "de um documento sobre cooperação para a tributação internacional" e explica que "o Brasil está promovendo, pela primeira vez no G20, a adoção de medidas para intensificar a cooperação para a justiça tributária, que [também] inclui a tributação de bilionários". De acordo com Fernando Haddad, ministro da Fazenda do Brasil, um imposto global de 2% sobre os super-ricos arrecadaria um mínimo de US$ 250 bilhões por ano.

Na última segunda-feira de julho, Haddad lembrou que a reunião dos ministros da Fazenda e dos presidentes de Bancos Centrais do G20, realizada no Rio de Janeiro, aprovou por aclamação uma Declaração Ministerial sobre Cooperação Tributária Internacional. Esse evento foi encerrado com aplausos pela declaração que, entre outras considerações, contempla uma em particular: a proposta brasileira de começar a definir a tributação internacional de pessoas físicas super-ricas (https://www.g20.org/es/noticias/boletin-de-radio-del-g20/boletin-g20-ed-98-el-g20-aprueba-un-documento-sobre-cooperacion-para-la-tributacion-internacional).

Um princípio de justiça social

Um dos especialistas mais militantes a favor dessa proposta de um novo sistema tributário internacional é o economista francês Gabriel Zucman, a quem várias fontes atribuem a coautoria da iniciativa em andamento.

Em um artigo recente publicado pela mídia alemã Deutsche Welle, Zucman se refere a um grupo relativamente pequeno "de cerca de 3.000 bilionários que até agora pagam impostos abaixo da média, em comparação com suas possibilidades: aproximadamente apenas 0,3% de suas fortunas". O economista francês garante que, se toda a carga tributária for considerada, cada um desses super-ricos pode pagar no máximo 20% de seus ganhos. Por outro lado, uma pessoa de classe média na Alemanha ou na França paga mais que o dobro. E ele argumenta que "Esta é uma injustiça fundamental: os mais ricos, que poderiam contribuir mais, têm a menor carga tributária efetiva".

Sua proposta de um imposto mínimo individual de 2% sobre a renda do patrimônio dos bilionários garantiria que eles não pagassem menos e fossem equiparados em termos percentuais a seus motoristas ou trabalhadores domésticos, ou ao resto da população. "Ninguém pode pensar que está tudo bem quando os bilionários pagam menos do que os outros", disse Zucman (https://www.dw.com/es/brasil-quiere-entusiasmar-al-g20-con-la-idea-de-un-impuesto-a-los-superricos/a-69834124).

A sociedade civil reage positivamente

Assim que a resolução do Rio de Janeiro foi anunciada, Susana Ruiz, responsável pela Política Fiscal da Organização Não Governamental (ONG) Oxfam International, reconheceu que "Este é um importante avanço global: pela primeira vez na história, as maiores economias do mundo concordaram em cooperar para taxar os super-ricos. Finalmente, os mais ricos estão sendo informados de que não podem manipular o sistema tributário ou evitar pagar sua parte justa”.

De acordo com a OXFAM, durante a próxima etapa, a Cúpula do G20, em novembro deste ano, será importante chegar a um acordo sobre um novo padrão global que tribute os super-ricos a uma taxa alta o suficiente para fechar a brecha existente entre eles e o resto da população mundial.

Um elemento metodológico crucial na proposta de vários atores da sociedade civil internacional: é essencial que a liderança da reflexão e das decisões seja assumida pelas Nações Unidas e que um processo verdadeiramente democrático seja executado para estabelecer normas globais sobre o novo tipo de tributação. Argumentam que não seria apropriado ou suficiente confiar essa tarefa à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as nações mais ricas do mundo.

No dia 24 de julho, diversas organizações e redes internacionais entregaram ao Governo do Brasil uma petição com mais de 1,5 milhão de assinaturas de todo o mundo solicitando que o G20 defina e imponha impostos especiais aos bilionários. Entre os promotores da iniciativa estão a própria Oxfam, bem como Avaaz, Patriotic Millionaires, TaxMeNow, 350.org, Fight Inequality Alliance e WeMoveEurope.

Dias antes, em 11 de julho, cerca de vinte ex-chefes de Estado e de governo (vários deles de países do G20) enviaram uma carta aberta aos atuais líderes do Grupo para pedir-lhes que apoiem um "novo acordo global para taxar os indivíduos super-ricos do mundo". A carta, coordenada pelo Clube de Madrid e pela Oxfam, adverte que a renda do 1% mais rico do mundo aumentou 45% em quatro décadas, enquanto os impostos máximos sobre sua renda foram reduzidos em um terço (https://clubmadrid.org/former-heads-state-government-call-president-biden-fellow-g20-leaders-back-global-deal-tax-ultra-rich/).

Prioridade na agenda internacional

Mais uma vez, a questão da tributação fiscal internacional fará parte da agenda do G20 em sua próxima cúpula, nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. Até lá, durante os próximos 90 dias, espera-se uma reflexão em vários pontos e em diferentes espaços, especialmente no âmbito das Nações Unidas e da sociedade civil internacional.

A Alliance Sud (Aliança Sul), a plataforma das mais importantes ONGs suíças de cooperação para o desenvolvimento, antecipa que esta questão "será um tema quente neste verão [no continente norte]" e que, em meados de agosto, "o Comitê Ad Hoc encarregado de redigir os termos de referência para uma Convenção Marco das Nações Unidas sobre Cooperação Tributária Internacional se esforçará para definir o alcance político e os procedimentos de tomada de decisão" que integrarão esse convênio.

Para a Alliance Sud, essa problemática, aparentemente extremamente técnica, é fundamentalmente política. Em curto prazo, os negociadores terão que determinar quanto poder tem a OCDE, órgão que domina a agenda multilateral sobre política tributária internacional desde a década de 1970. Se a ONU assumir o papel de tomada de decisão sobre esta questão no futuro, os Estados do Norte –que continuam a dominar a política econômica global apesar da ascensão da China– perderiam a supremacia que agora têm nessa área.

É por isso que a União Europeia, os Estados Unidos e os principais beneficiários do sistema tributário internacional sob os auspícios da OCDE, ou seja, os países que são fiscalmente lenientes com as multinacionais e com os grandes centros financeiros, se opõem firmemente a uma convenção fiscal forte da ONU. Quando as questões tributárias multilaterais são negociadas na ONU, e não na OCDE, as proporções da maioria mudam e os países do Sul adquirem um peso decisivo.

A Alliance Sud argumenta que a proposta atualmente em discussão estabelece um vínculo direto entre o tratado tributário e o financiamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e, em particular, formula como horizonte o estabelecimento de um sistema tributário internacional inclusivo, justo, transparente, equitativo e eficaz para o desenvolvimento sustentável.

Para isso, devem ser alcançados acordos e obrigações dos Estados signatários em vários pontos. Isso inclui a distribuição equitativa dos direitos fiscais das multinacionais; a tributação efetiva dos ricos; a garantia de que as medidas fiscais contribuam para a solução de problemas ambientais e a transparência e o efetivo intercâmbio de informações para fins tributários, bem como a prevenção e a efetiva resolução de conflitos tributários. (https://www.alliancesud.ch/fr/convention-fiscale-de-onu-Bale-Ville-Zoug).

O Fórum Independente de Especialistas em Políticas - GPF (Global Policy Forum, por sua sigla em inglês) assegura que o impacto da nova Convenção Tributária poderia gerar repercussões como a produzida pela Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. E se mostra otimista porque os membros da ONU, bem como as organizações da sociedade civil, já estão abordando o processo com grande determinação.

Salienta ainda que a Convenção procura abordar um vasto leque de questões de política fiscal, muitas das quais têm um enorme potencial de receitas para financiar, entre outros setores, o desenvolvimento sustentável e a proteção do clima. Os cálculos do GPF são mais amplos do que os do próprio ministro brasileiro Fernando Haddad, como se pode apreciar em seu comentário de que "um sistema tributário corporativo internacional justo, por si só, poderia gerar US$ 500 bilhões adicionais por ano em receitas públicas, incluindo US$ 200 bilhões para países em desenvolvimento. Considerando que um imposto global sobre o patrimônio dos bilionários poderia gerar um adicional de US$ 200 bilhões a US$ 250 bilhões por ano. Além disso, de acordo com o GPF, a introdução coordenada globalmente de impostos ambientais progressivos poderia não apenas gerar receitas adicionais, mas também ter fortes efeitos positivos na promoção do desenvolvimento sustentável em todo o mundo" (https://www.globalpolicy.org/de/publication/die-neue-steuerrahmenkonvention-der-vereinten-nationen).

O Fórum GPF, com seus escritórios em Nova York e em Bonn, conclui: "A Convenção Tributária das Nações Unidas tem um potencial considerável para fechar as lacunas que existem no que diz respeito ao financiamento do desenvolvimento sustentável, tanto no Norte quanto no Sul". E ele olha em perspectiva para a contribuição positiva que tal imposto sobre os super-ricos pode trazer para a população menos rica do mundo: "As receitas fiscais [também] permitiriam que os governos fornecessem mais serviços públicos para implementar suas obrigações em matéria de direitos humanos".

Tradução: Rose Lima

Fonte: Brasil 247

Exportação de café do Brasil cresce quase 26% em julho

 

Conforme números do Cecafé, a exportação total (incluindo o produto industrializado) somou 3,77 milhões de sacas em julho

Grãos de café de Minas Gerais (Foto: Roosevelt Cassio)

SÃO PAULO (Reuters) – A exportação de café verde do Brasil somou 3,39 milhões de sacas de 60 kg em julho, aumento de 25,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado, com os embarques de grãos da variedade canéfora (robusta e conilon) mantendo a força registrada nos últimos meses, informou nesta segunda-feira o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).

Conforme números do Cecafé, a exportação total (incluindo o produto industrializado) somou 3,77 milhões de sacas em julho, também uma alta de quase 26%.

Em julho, os embarques de cafés canéforas aumentaram 82,2% na comparação anual para 900.818 sacas, segundo maior volume para um mês na história, atrás apenas das 902.266 sacas de novembro de 2023.

A exportação de grãos arábica cresceu 13%, para 2,49 milhões de sacas; o solúvel, com 376.524 sacas, evoluiu 26%; e o segmento de torrado e torrado e moído embarcou 5.552 sacas, com incremento de 47%.

Com as exportações de julho, os totais de arábica e canéfora somaram recordes no acumulado dos sete primeiros meses do ano, segundo o Cecafé.

De janeiro a julho, a exportação total de café do Brasil saltou 46,3%, para 28,15 milhões de sacas, com impulso dos grãos verdes canéforas, que avançaram 313,7%, para 5,18 milhões de sacas, em momento em que o Brasil ocupa espaço de outros exportadores da Ásia.

"Nossos cafés conilon e robusta permanecem em destaque no acumulado deste ano, ocupando os espaços deixados pela menor oferta dos principais concorrentes, como Vietnã e Indonésia, e favorecidos pela boa safra de 2023 e pelos volumes já colhidos neste ano", disse o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, em nota.

"Assim, os canéforas brasileiros são importados, inclusive, por vietnamitas e indonésios", destacou.

Segundo o Cecafé, os dez principais compradores dos cafés do Brasil elevaram suas aquisições nos primeiros sete meses de 2024. Os Estados Unidos encabeçam o ranking, importando 4,516 milhões de sacas, ou 31,1% a mais, o que equivale a 16% das exportações totais.

A Alemanha, com representatividade de 14,3%, adquiriu 4,027 milhões de sacas (+77%) e ocupa o segundo lugar no ranking. 

Bélgica, com a compra de 2,711 milhões de sacas (+156,3%); Itália, com 2,218 milhões de sacas (+48,6%); e Japão, com 1,311 milhão de sacas (+6%), fecham os cinco maiores destinos.

Fonte: Brasil 247

Indústria fará diferença no desempenho da economia, prevê Alckmin


Vice-presidente afirmou que o setor industrial terá peso maior no crescimento econômico

Geraldo Alckmin (Foto: Júlio César Silva/MDIC)

No 2º Warren Institutional Day, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, enfatizou a importância do setor industrial para a economia brasileira em 2024. "A indústria está crescendo. Vai fazer diferença este ano. Há um esforço grande de recuperar o setor", declarou Alckmin durante o evento, que ocorreu em 12 de agosto e reuniu especialistas para discutir os impactos políticos e econômicos no mercado.

O ministro destacou o aumento na produção industrial, citando dados da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE: "a produção industrial cresceu 4,1% em junho, em comparação a maio, e 3,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, superando as expectativas do mercado". Alckmin atribuiu esse crescimento a um cenário econômico favorável, marcado por queda de inflação, redução do risco-país e aumento da renda da população.

Alckmin também celebrou os investimentos anunciados no âmbito da Nova Indústria Brasil, iniciativa lançada em janeiro pelo presidente Lula. "Indústria de automóveis anunciou R$ 130 bilhões; indústria de alimentos, R$ 120 bilhões; indústria siderúrgica, R$ 100 bilhões. Quando se tem confiança, você vai ter investimento", afirmou.

O vice-presidente mencionou ainda diversas iniciativas governamentais que impulsionam esse cenário otimista, como a criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento (LCD), a depreciação acelerada para renovação do parque fabril, e o programa Mover, que visa à inovação e descarbonização da frota automotiva. Sobre a reforma tributária, Alckmin destacou sua essencialidade para aumentar a competitividade da indústria brasileira.

Fonte: Brasil 247

Trump diz que Kamala Harris é “mais incompetente que Joe Biden”

 

A conversa do ex-presidente com o dono da rede social X foi transmitida ao vivo, embora tenha começado com problemas

Trump na convenção republicana 2024 (Foto: Andrew Kelly/REUTERS)

O atentado a que sobreviveu há apenas um mês, a crise migratória, o complicado panorama internacional e o questionamento do mandato de Joe Biden e da sua vice-presidente Kamala Harris marcaram a entrevista que o candidato presidencial Donald Trump concedeu ao empresário Elon Musk na rede social X, informa o Russia Today.

Relembrando o atentado, o ex-presidente disse que ficou surpreendido com a rápida reação dos agentes do Serviço Secreto dos EUA, que o cercaram depois de ter sido ferido na orelha, embora, ao mesmo tempo, tenha imediatamente se questionado sobre a razão do telhado onde o atirador estava não estar coberto pela segurança.

Da mesma forma, Trump destacou o fato de os seus seguidores que participaram no comício naquele dia terem permanecido no local apesar de terem testemunhado o ataque. “Não havia ninguém fugindo, não havia ninguém em debandada”, lembrou. 

Trump também anunciou que planeja retornar ao local onde tentaram assassiná-lo para realizar um comício em outubro. " Já estamos preparados e o pessoal da Butler é fantástico", disse ele.

Sobre os seus rivais democratas, o republicano destacou que a vice-presidente e candidata Kamala Harris  “é mais incompetente” do que o atual ocupante da Casa Branca, Joe Biden, que desistiu da corrida em 21 de julho. 

“Francamente, acho que ela é mais incompetente do que ele. E isso quer dizer muito, porque ele não é muito bom”, disse Trump.

O ex-presidente destacou que na última semana do seu mandato, o país apresentou os níveis mais baixos de imigração ilegal. “Fiquei muito orgulhoso desses números. Kamala e Joe, vejam o que aconteceu, eles revelaram tudo ”, lamentou. 

Ele também lembrou que Harris foi incumbido da tarefa central de resolver o problema dos migrantes ilegais na fronteira dos EUA. “Deram-lhe o nome de czarina da fronteira [...] e ela nem foi lá. Foi para um local que não tinha nada a ver com onde está o problema”, disse.

Segundo Trump, Harris “estava totalmente no comando” e “poderia ter fechado a fronteira”. 

Consequentemente, afirmou, os EUA vão ter a “maior deportação da história”, sublinhando que não há outra opção se quisermos evitar níveis extremamente elevados de criminalidade. 

Num dos seus ataques ao atual presidente, o ex-presidente disse que “Biden tinha o QI mais baixo há 30 anos”, embora – disse ele – “agora ele possa não ter qualquer QI”, porque “não há nada no quadro”. " ".

A Rússia “nunca aceitaria isso”

Da mesma forma, o republicano criticou a forma como Biden abordou a crise entre a Ucrânia e a Rússia, destacando o fato de que quando era presidente não houve oportunidade para o presidente Putin lançar uma operação contra Kiev. 

"Mas depois que saí, eles começaram a construir grandes exércitos na fronteira com a Ucrânia. Certo? Eu olhei para isso e pensei que Putin estava fazendo isso, porque ele é um bom negociador [...]. Mas então Biden começou a dizer coisas estúpidas. Por exemplo, ele disse que a Ucrânia poderia se tornar um país [membro] da Ogtan”, lembrou, enfatizando que isso é algo que a Rússia “nunca aceitaria”.

O ex-presidente sublinhou que se deu bem com a Rússia e com o seu presidente enquanto permaneceu no comando do seu país. "Eu amava a Rússia. Eu era amigo de Putin e amava a Rússia. Na verdade, ele me disse uma vez, ele disse, se você é meu amigo, eu odiaria vê-lo como um inimigo", lembrou ele. 

Musk se oferece à futura administração

O proprietário do X ofereceu sua ajuda ao futuro governo nos cortes de gastos públicos caso Trump ganhe as eleições de novembro. 

"Acho que seria ótimo ter uma comissão governamental de eficiência para garantir que o dinheiro suado dos contribuintes fosse gasto de forma inteligente. Ficaria feliz em ajudar nessa comissão . Adoraria vê-la criada."

Trump respondeu que “adoraria” que Musk participasse e elogiou a sua eficácia na redução de custos na X, Tesla, SpaceX e Neuralink, as empresas que gere.

“A maior ameaça”

Por outro lado, o ex-presidente dos EUA destacou que as alterações climáticas não serão o maior problema dos próximos séculos, mas sim o “aquecimento nuclear”. “A maior ameaça é o aquecimento nuclear , porque agora temos cinco países que possuem energia nuclear significativa e não temos que permitir que nada aconteça com pessoas estúpidas como Biden”, disse Trump durante a entrevista.

Perante o contra-argumento do fundador da Tesla e da SpaceX de que a energia nuclear “não é tão assustadora como as pessoas pensam”, o ex-presidente mostrou-se inclinado a retificar a sua posição e defendeu a geração de eletricidade através de centrais nucleares, admitindo que a questão da sua a segurança é muitas vezes mal compreendida. 

Em relação às armas nucleares, Musk disse que as pessoas subestimam o risco de uma Terceira Guerra Mundial, o que significaria a eclosão de  um conflito termonuclear global que poria fim à humanidade . O bilionário enfatizou que, após o fim da Guerra Fria, as pessoas tornaram-se complacentes, esquecendo-se de que existem atualmente muitos mísseis nucleares com parâmetros de alvo para os Estados Unidos e outros países. 

"Uma das coisas que vamos fazer é construir uma Cúpula de Ferro sobre nós. Israel a tem. Teremos a melhor Cúpula de Ferro do mundo . Precisamos disso e vamos fabricar tudo nos Estados Unidos, mas teremos proteção, porque basta um maníaco para começar alguma coisa", reiterou o candidato republicano na sua resposta. "Por que não deveríamos ter uma Cúpula de Ferro? Israel tem uma. Alguns outros lugares têm uma que ninguém conhece, francamente, mas Israel a tem", insistiu Trump. 

Irã e Israel

Sobre o momento que atravessa o Oriente Médio , quando “todos em Israel estão à espera de um ataque iraniano”, Trump garantiu que, se fosse presidente, não estaríamos enfrentando uma situação como esta agora. O candidato republicano afirmou que durante o seu mandato presidencial “ o Irã estava falido ” porque, supostamente, instou Pequim a não comprar petróleo iraniano. 

“Eu disse à China que se comprasse petróleo ao Irã – tudo gira em torno do petróleo, é aí que está o dinheiro – não poderia fazer qualquer negócio com os EUA”, disse o ex-presidente. Por isso, segundo ele, as autoridades da República Islâmica “ não tinham dinheiro para o Hamas, não tinham dinheiro para o Hezbollah [...] e foi incrível”.

Trump garantiu que durante a sua presidência outros países respeitaram os Estados Unidos, ao contrário do que acontece agora. “Pensem bem, há quatro anos éramos tão respeitados que quando eu disse para não comprar petróleo, eles não compraram; [o Irão] não tinha dinheiro e Israel nunca teria sido atacado , hipótese zero”, reiterou.

'Tornar a Argentina grande novamente'

Trump e Musk também abordaram a questão da política de cortes de gastos do presidente argentino Javier Milei. 

“O novo líder de um lugar chamado Argentina é ótimo e é um grande fã do MAGA, você sabe. Ele fez sua campanha com o MAGA e […] ouvi dizer que ele está fazendo um trabalho muito legal. Torne a Argentina grande novamente', em espanhol]", disse o candidato republicano, o que - estimou - "funcionou perfeitamente". 

"Ele está fazendo um ótimo trabalho. Ele realmente reduziu. E estou ouvindo que isso está começando a funcionar muito bem: a inflação está caindo ", observou Trump, depois de apontar que o país latino-americano tinha "cerca de 2.000%" de inflação. , algo que ele descreveu como “fora do comum”.

“Mas vamos ter isso muito em breve”, alertou o ex-presidente, em relação aos Estados Unidos, que, notou, tem “a pior inflação em 100 anos”. “Dizem que são 48 anos, não acredito”, disse Trump, argumentando que “não incluem muitos dos elementos que deveriam incluir” para refletir objetivamente a inflação nos Estados Unidos.

A transmissão no X começou tarde devido a problemas técnicos que Musk atribuiu a um ataque massivo contra a rede social.

“Estamos trabalhando para resolver isso”, afirmou o dono da rede social. Da mesma forma, Musk indicou que nesta segunda-feira testaram o sistema “com 8 milhões de ouvintes simultâneos”.

Fonte: Brasil 247

Brasília ganha restaurante-escola focado na formação de pessoas periféricas e alimentação sustentável

 

Localizado na sede do sindicato dos bancários, espaço valoriza formação gastronômica de mulheres

Restaurante recebe o nome “Via Satélite” porque as vias são a forma de interligação entre o plano piloto e as cidades satélites, de onde vem a maior força de trabalho do DF (Foto: Rafaela Ferreira/Brasil de Fato DF)

Por Rafaela Ferreira (Brasil de Fato) - O Sindicato dos Bancários do Distrito Federal inaugurou nesta quinta-feira (8) o Via Satélite, um restaurante-escola criado em parceria com o Gastronomia Periférica, um negócio social dentro do seu espaço que busca transformar vidas através da gastronomia. De acordo com os idealizadores, o espaço visa celebrar a educação de pessoas periféricas e promover sua inserção no universo gastronômico de forma justa e sustentável.

O restaurante recebe o nome “Via Satélite” porque as vias são a forma de interligação entre o Plano Piloto e as cidades satélites, de onde vem a maior força de trabalho do Distrito Federal. O presidente do Sindicato, Eduardo Araújo de Souza, conta que a ideia de criar o restaurante começou, em 2023, a partir do interesse do Sindicato em oferecer alimentação e qualidade para os sindicalizados e para a população de Brasília que costuma acessar o Teatro dos Bancários.

“Estávamos precisando aqui [no Sindicato] de um apoio logística para atender as pessoas que visitam o Teatro dos Bancários, e com essa ideia de formação de restaurante escola que pudesse atender mulheres da periferia, a gente trouxe essa ideia e construiu o restaurante”, explica o presidente do Sindicato sobre o Via Satélite.

Em São Paulo, Eduardo Araújo conheceu a escola da Gastronomia Periférica, o Da Quebrada, e entendeu que antes de um restaurante, era necessário investir em educação, criando o espaço educativo que começou a funcionar em Ceilândia, uma das maiores periferias do Brasil.

Com capacidade para 70 lugares, localizado na Asa Sul, o espaço funcionará de segunda a sexta-feira a partir o dia 12, das 8h às 16h30, com café da manhã e da tarde, com 3 itens, sendo 1 bebida, por até R$25,00. Além do almoço, com entrada, prato principal e sobremesa por até R$50,00. O cardápio é focado nos biomas brasileiros: Amazônia, Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga, Pampas e Cerrado, de maneira sazonal, respeitando o fluxo da natureza.

A co-criadora e gestora pedagógica da Gastronomia Periférica, Adélia Rodrigues, explica que a expectativa é valorizar a gastronomia em uma região construída por pessoas de outros estados. "Como Brasília é composta por pessoas que vieram de outros estados, quisemos exaltar não apenas uma única gastronomia, mas uma que abraçasse todos os biomas. Assim, o Via Satélite é pautado em biomas brasileiros", informa.

Gastronomia Periférica

Das 14 pessoas que compõem a equipe do restaurante escola, 12 são estagiários formados pela Gastronomia Periférica, liderados pela chef educadora Geane Cabral, também ex-aluna. A iniciativa é um negócio de impacto social, que tem como intuito causar transformação por meio da gastronomia com sede em São Paulo.

Adélia conta que o objetivo do Gastronomia Periférica é ser uma formação de cozinha que olhe para aproveitamento total do alimento, para pequeno produtor, e também para quem são os trabalhadores de dentro dessa cozinha. “A oferta dos cursos gratuitos é para mulheres pretas periféricas, a galera que está em situação de vulnerabilidade social, para que assim seja gerado uma autonomia financeira, que através da educação, ela consiga ali construir um outro caminho de projeto de vida”, explica.

Agora, por meio da parceria com o Sindicato, foi possível trazer o restaurante para o DF. Adélia conta que, primeiro, houve uma formação em Ceilândia, um lugar estratégico para concentrar de outras “cidades satélites”. “Essa formação deu super certo, a gente está com alunos estagiando no restaurante Via Satélite”, diz a co-criadora.

Fonte: Brasil 247