terça-feira, 6 de agosto de 2024

Lula e Macron concordam na necessidade de evitar cenário ‘Guaidó 2’ na Venezuela

 Lula informou que pretende realizar uma comunicação com Nicolás Maduro na quarta

Em avaliação da crise política na Venezuela, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Emmanuel Macron, concordaram em vários pontos, confirmaram ao GLOBO fontes diplomáticas, entre eles na necessidade de impedir um cenário similar ao que se instalou no país com a autoproclamação de Juan Guaidó, em 23 de janeiro de 2019, ou seja, uma situação na qual a Venezuela tenha dois presidentes, um chavista e um opositor, reconhecidos por diferentes países (no caso de Guaidó, pelos Estados Unidos e Brasil, entre outros)


No telefonema desta segunda-feira, explicaram as fontes, Macron expressou seu apoio à tentativa do Brasil de, junto aos governos da Colômbia e México, buscar espaços de diálogo que possam levar a uma eventual negociação entre o governo de Nicolás Maduro e seus opositores.


Na mesma conversa, o presidente brasileiro informou ao francês da possibilidade de uma conversa telefônica com Maduro nesta quarta, da qual também participariam os presidentes colombiano e mexicano, Gustavo Petro e Andrés Manuel López Obrador, respectivamente. O telefonema, assegurou uma fonte do governo brasileiro, “dependerá do impacto interno que terão as últimas ações da oposição”.


Uma dessas ações foi a divulgação de uma carta destinada a policiais e militares, na qual a líder opositora María Corina Machado e o candidato presidencial Edmundo González Urrutia afirmam que no último dia 28 de julho ocorreu no país “uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora nos corresponde a todos fazer respeitar a voz do povo. Procede, de imediato, a proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República”. O recado enviado pela oposição aos quartéis, frisou a fonte, poderia alterar o planejamento do governo brasileiro, que tem previsto o telefonema a quatro assim que Lula retornar de sua viagem ao Chile.


O temor de que a Venezuela passe a ter, a partir de 10 de janeiro de 2025 (dia das posses presidenciais no país), dois chefes de Estado, o que alguns já chamam de “Guaidó 2”, vem crescendo entre representantes de governos da região. Para o Brasil, afirmaram fontes oficiais, “seria um cenário catastrófico”, e a estratégia é aproveitar as próximas semanas e meses para “encontrar caminhos que permitam estabelecer um espaço de diálogo e negociação entre as partes”. Em 23 de janeiro de 2019, Guaidó autoproclamou-se presidente numa praça de Caracas, com a presença de membros da Assembleia Nacional eleita em 2015, de maioria opositora.


Essa autoproclamação esteve baseada num suposto vazio de poder que, de acordo com a oposição, existia no país pela ilegitimidade da reeleição de Maduro no pleito de maio de 2018. Essa reeleição não foi reconhecida por seus opositores, que questionaram o resultado de uma eleição na qual não participaram, e tampouco por mais de 50 governos do mundo inteiro. Guaidó manteve um governo paralelo, com representantes diplomáticos em vários países e organismos internacionais, até janeiro de 2023.


O panorama na Venezuela é extremamente volátil e vertiginoso. Em Santiago, assessores do presidente Lula confirmaram que a intenção é realizar o telefonema a quatro na quarta-feira, quando a delegação retornar a Brasília. Mas as mesmas fontes admitiram que “estamos trabalhando com esse horizonte, mas teremos de ver como os últimos tuítes da oposição podem afetar [o planejamento]”.


Aproximação com Boric

Nesta segunda-feira, 33 ex-presidentes da América Latina e da Espanha pediram ao presidente que tenha uma posição mais enfática em defesa da democracia. Em carta enviada ao Palácio do Planalto, os ex-chefes de Estado afirmaram que Lyla deve declarar seu “inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade”. Os ex-líderes fazem parte da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA). Integram a lista os ex-presidentes Maurício Macri, da Argentina; Mario Abdo, do Paraguai; Felipe Calderón, do México; e André Pastrana, da Colômbia. Nenhum brasileiro está no grupo.


A visita oficial ao Chile foi avaliada pelas fontes como muito positivas, e houve alívio pela fala mais suave do presidente chileno, Gabriel Boric, quando referiu-se à crise venezuelana. O chefe de Estado chileno não falou sobre o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), nem fez questionamentos ao processo eleitoral venezuelano. O objetivo de Lula é que Boric se una ao grupo de países que trabalham para abrir um canal de diálogo entre Maduro e seus opositores. No caso do Chile, é complexo, porque as primeiras declarações do presidente chileno foram duras e levaram o governo da Venezuela a expulsar de Caracas todo o corpo diplomático do país.


Agora, o Brasil de Lula busca suavizar a posição do Chile, e diminuir o grupo de países em pé de guerra com a Venezuela de Maduro. O Palácio Miraflores também expulsou os representantes de Argentina, Peru, Uruguai, Paraguai, Equador e Panamá. Brasil já assumiu oficialmente a representação da Argentina e do Peru no país.


— O respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes ao dialogo e promover o entendimento entre governo e oposição — afirmou Lula, no Palácio de la Moneda.


Pressionado por outros governos, e enfrentando críticas internas a seus posicionamentos sobre Venezuela e, também, pelo polêmico comunicado do Partido dos Trabalhadores sobre a eleição venezuelana, o presidente tentou minimizar os questionamentos:


— A gente não pode querer que todo mundo fale a mesma coisa, pense a mesma coisa, nós não somos iguais. Nós somos diferentes e isso é extraordinário porque a diferença permite que a gente procure encontrar nossas similaridades, as coisas que nos ajudam.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo

Consumo de carne no Centro-Sul do Brasil é a principal causa do desmatamento na Amazônia, aponta estudo

 Demanda nacional por produtos agropecuários está no centro do problema e supera até mesmo a exportação de commodities


Estudo revela que a demanda por produtos agropecuários, especialmente a carne consumida no Centro-Sul, é a principal causa do desflorestamento – superando até mesmo a exportação de commodities. O desmatamento da Amazônia provoca impactos no mundo, como a redução de chuvas em algumas regiões e o aquecimento global. Geralmente, a perda de cobertura vegetal é associada à exportação de commodities. Um estudo mostrou, no entanto, que o consumo no Brasil, principalmente de produtos da agropecuária no Centro-Sul, é o motor da destruição do bioma.


O Centro-Sul compreende os estados do Sul e Sudeste, além de Goiás, Mato Grosso do Sul, DF e fatias do Tocantins e Mato Grosso.


O artigo Economic drivers of deforestation in the Brazilian Legal Amazon (“Pressões econômicas do desmatamento na Amazônia Legal Brasileira”, na tradução livre para o português), publicado no fim de junho na revista Nature Sustainability, relacionou a supressão da floresta ao consumo. A pesquisa mostrou que 83,17% do desmatamento foi provocado por demandas de fora da região, sendo 59,68% do restante do Brasil e 23,49% do exterior.


A Amazônia Legal se estende por nove estados brasileiros: Amazonas, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.


“A principal mensagem do trabalho é que as relações da Amazônia com o restante do país geram um potencial para o desmatamento”, afirma Eduardo Amaral Haddad, professor titular da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e autor principal do estudo.


“Até então grande parte da literatura tinha focado nas relações comerciais com outros países. Mas havia algum indício de que o comércio com o restante do Brasil, principalmente com o Centro-Sul, a parte mais rica do país, pudesse exercer algum tipo de pressão econômica sobre o desmatamento”, explica o professor. Segundo Haddad, essa relação foi quantificada pela primeira vez.


Uma fotografia de 2015

A metodologia da pesquisa foi baseada em uma grande quantidade de dados de oferta e demanda de produtos em diversos setores, que estavam documentados em sua totalidade apenas até 2015. Por isso, Haddad salientou que os resultados são uma espécie de “fotografia de 2015”, embora a estrutura econômica brasileira tenha mudado muito pouco desde então.


Naquele ano, foram desmatados 1,54 milhão de hectares na Amazônia Legal, representando mais de 60% da supressão de florestas no Brasil. A principal causa do desflorestamento na região foi a pecuária (93,4%), seguida pela agricultura (6,4%) e mineração (0,2%).


Com os dados do desmatamento, os pesquisadores tinham a informação de qual setor estava associado à mudança do uso da terra. Determinada área de floresta havia virado pasto, outra fora transformada em cultivo, enquanto algumas passaram a ser usadas pela mineração.


“Só que quando é produzido soja ou gado, tem que ter uma demanda, alguém precisa consumir. Com esta técnica, conseguimos definir a origem da demanda, seja direta ou indireta”, informou o professor da FEA-USP.


Atualmente, a Amazônia Legal atua fornecendo bens e serviços intensivos em uso da terra e de baixo valor agregado para economias nacionais e internacionais, ao mesmo tempo em que compra bens e serviços com maior valor agregado.


Rafael Feltran-Barbieri, economista sênior, pesquisador do World Resources Institute (WRI) e um dos autores do estudo, chamou a atenção para o peso do consumo de carne e seus derivados no resultado para o mercado interno. “A pecuária (carne, couro e laticínios) responde por mais de 90% do desmatamento na Amazônia. E mais de 80% do mercado de bovinos da pecuária da Amazônia é consumida no Brasil.”


Responsabilidade internacional

Embora o mercado interno tenha um peso maior no desmatamento da Amazônia, a responsabilidade internacional é tão importante quanto a nacional. “Primeiro, porque parte significativa dos grandes frigoríficos e varejistas no Brasil tem de 30 a 40% de recurso estrangeiro. Então o fato de o mercado doméstico ter este grande impacto não significa que não exista uma responsabilidade internacional pelo investimento nesses produtos e nesses setores sem preocupação com o que as pessoas do Brasil estão consumindo”, analisou Feltran-Barbieri.


O segundo ponto, continuou o pesquisador, é que o mercado internacional gera uma intensidade maior no desmatamento. “Para cada dólar exportado há mais desmatamento do que cada dólar consumido no Brasil. Porque a Amazônia Legal também interage comercialmente com o Brasil através de outros produtos que não estão relacionados com o desmatamento. Já Europa, Estados Unidos, China e Japão compram puramente commodities, que são mais intensivas em desmatamento.”


O estudo mostra, de acordo com Feltran-Barbieri, que a rastreabilidade dos produtos da região, ou seja, a possibilidade de saber de onde é determinado produto, é muito frágil. E além do impacto no meio ambiente, essa fragilidade tem implicações sanitárias e fiscais.


“Se não tem rastreabilidade da produção que circula no Brasil, você perde a capacidade de ter segurança sanitária, porque na mesma fronteira interestadual em que passa o boi que desmatou pode estar passando o boi que não está sendo tratado de forma correta nos parâmetros do saneamento. E esse mesmo boi pode estar sonegando imposto. Dessa forma o Estado perde a capacidade de angariar impostos”, defende.


Políticas públicas

O resultado do estudo, para o professor Eduardo Amaral Haddad, pode trazer uma consciência para os consumidores brasileiros. “Temos que olhar para dentro também. Somos parte desse complexo problema.” Hoje, no entanto, há pouca possibilidade de saber a origem dos produtos e, principalmente, sua ligação com o desmatamento.


Além disso, a pesquisa pode ajudar a pensar políticas públicas voltadas para diminuir o desmatamento da Amazônia. A reforma tributária, no entanto, cuja regulamentação está sendo discutida no Congresso, tem o potencial de gerar ainda mais pressão sobre o meio ambiente, avaliou Haddad.


Isso porque muitos produtos da agropecuária, como a carne e seus derivados, devem ter isenções de impostos, mesmo que sejam os maiores causadores do desmatamento e os maiores emissores de gases do efeito estufa – e, consequentemente, do aquecimento global.


Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

GSI exonera seguranças de Lula que fizeram PIX para Bolsonaro

 Embora as doações não sejam ilegais, a iniciativa seria “incompatível” com a função de zelar pela segurança do atual presidente da República, dada a grande rivalidade entre ele e seu antecessor

O governo Lula adotou discrição ao exonerar, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, militares que fizeram doações via Pix para Bolsonaro, informa o colunista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles. Não há, afinal, nenhuma irregularidade jurídica ou administrativa nas transferências bancárias.


A cúpula do GSI, contudo, ficou surpresa ao saber que oficiais das Forças Armadas doaram para Bolsonaro mesmo quando já ocupavam cargos estratégicos na segurança de Lula. A avaliação é que, dada a rivalidade entre os dois políticos mais populares do Brasil, a iniciativa seria “incompatível” com a função de zelar pela segurança do atual presidente da República.


E, aí, pesou o critério da discricionariedade. O GSI de Lula decidiu que, se o cargo é de livre nomeação, que esses militares fossem devolvidos aos quartéis de origem e substituídos por outros nomes.


Ou seja: as doações a Bolsonaro estão dentro da legalidade, assim como as exonerações promovidas pelo governo. A dispensas, contudo, reforçam o sentimento de polarização que se mantém desde a última eleição presidencial.


A função do GSI

O Gabinete de Segurança Institucional é um órgão da Presidência da República. Ele é responsável pela assistência direta ao presidente no desempenho de suas atribuições, especialmente quanto a assuntos militares e de segurança.


A estrutura é composta majoritariamente por militares, mas também conta com civis.


O GSI zela pela segurança pessoal do presidente e do vice-presidente, dos seus familiares, quando solicitado pela respectiva autoridade, e pela segurança dos palácios presidenciais e das residências oficiais.


Além disso, quando determinado pelo presidente, zela pela segurança de outras autoridades federais.


O órgão planeja e coordena eventos em que haja a presença do presidente da república no Brasil, em articulação com o gabinete pessoal do presidente, e no exterior, em articulação com o Ministério das Relações Exteriores. E também cuida dos deslocamentos presidenciais no país e no exterior.


O GSI acompanha questões com potencial de risco, prevenindo crises e articulando seu gerenciamento, em caso de grave e iminente ameaça à estabilidade institucional. O órgão planeja, coordena e supervisiona a atividade de segurança da informação na administração pública federal, incluindo segurança cibernética.


E atua, ainda, na gestão de incidentes computacionais, proteção de dados, credenciamento de segurança e tratamento de informações sigilosas.


Além disso, coordena as atividades do Programa Nuclear Brasileiro e do Programa Espacial Brasileiro, acompanha assuntos relacionados ao terrorismo e às ações destinadas à sua prevenção e neutralização, além de temas pertinentes às infraestruturas críticas, com prioridade às avaliações de riscos.


Fonte: Agenda do Poder com informações do Metrópoles

Operação na cracolândia mira hotéis, pensões e ferros-velhos usados pelo PCC para lavar dinheiro e distribuir drogas

 Investigações trazem indícios de que facção tem uma rede de exploração sexual de pessoas dependentes químicas e em situação de vulnerabilidade


As polícia Civil, Militar e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) cumprem sete mandados de prisão, 117 de busca e apreensão e 44 de interdição de imóveis na região da cracolândia, no centro da capital, na manhã desta terça-feira (6). A operação mira sobretudo hotéis, pensões e ferros-velhos que seriam usados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para lavagem de dinheiro e distribuição de drogas, além de uma espécie de “milícia” formada por agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que segundo as investigações estaria cobrando para fazer a segurança de estabelecimentos na área.


A operação Operação Salus et Dignitas conta com mais de mil agentes das forças de segurança, e tem como objetivo atingir “um ecossistema de atividades ilícitas”, segundo o MPSP. Ainda de acordo com promotores do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o tráfico de entorpecente “é apenas uma das atividades dentro do repertório criminoso dessa região, que envolve profusas atividades ilícitas, como o comércio ilegal e receptação de peças veiculares, armas e celulares, contaminação do solo com a reciclagem e ferro-velho, exploração da prostituição, captação ilegal de rádios transmissores da polícia, submissão de pessoas a trabalho análogo a escravo, entre outras graves violações a direitos humanos”.


Durante as investigações, os promotores apuraram que o PCC “vem atuando de maneira estratégica” na cracolândia e em outras regiões do centro para aumentar seus lucros e lavar dinheiro. Segundo as apurações, a receita da facção não está restrita ao tráfico, mas também se dá com o comércio ilegal de peças de motos e carros, a receptação dos celulares roubados e furtados e a venda de armas. Também há indícios de que dependentes químicos e pessoas em situação de vulnerabilidade, incluindo crianças, são cooptadas para exploração sexual na região.


Também participam da ação, que começou por volta das 9h, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público do Trabalho (MPT-SP). Segundo a Secretaria de Segurança Pública, imóveis que são usados para venda e consumo de drogas serão lacrados e uma estrutura para o acolhimento social foi montada em parceria com a prefeitura, com uma equipe formada por profissionais de saúde e da assistência social.


Fonte: Agenda do Poder com informações do GLOBO.

Congresso cumpre apenas um terço da agenda prioritária do Governo e pautas “não econômicas” viram desafio

 Planalto terminou julho com 18 projetos aprovados por Câmara e Senado

O Congresso retoma suas atividades nesta semana com o Palácio do Planalto pressionado por um calendário apertado diante das eleições municipais e um número grande de projetos de interesse à espera de definição. No total, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem 38 iniciativas que haviam sido elencadas como prioritárias no início do ano e ainda precisam avançar no Legislativo.


O Planalto terminou julho com 18 projetos aprovados por Câmara e Senado e sancionados pelo presidente, o que foi comemorado pela articulação política diante de batalhas que abalaram a relação com os parlamentares, como a derrubada de vetos presidenciais, e negociações complexas, como a primeira etapa da regulamentação da reforma tributária.


O número é maior do que o alcançado em todo o ano passado, quando 17 projetos foram aprovados. Ainda assim, levantamento feito pela própria equipe de articulação política mostra que o Planalto terá de acelerar o passo nas negociações. Faltam percorrer o caminho legislativo dois terços da chamada “agenda estratégica” do governo.


Segundo a análise, 63% dos projetos encontram-se na fase inicial de tramitação, ou seja, foram apenas apresentados à Câmara, a quem cabe receber medidas de iniciativa do Executivo, ou começaram a ser analisados por comissão.


É nessa etapa que está, por exemplo, o Acredita, programa lançado em abril por meio de medida provisória para instituir linhas de crédito a juros mais baixos para pequenos empreendedores. Trata-se de uma das grandes apostas do terceiro mandato de Lula.


Também estão nessa fase temas considerados sensíveis, como a prorrogação do benefício sobre a folha de pagamentos, além da Proposta de Emenda à Constituição que estabelece regras para a participação de militares na política e o Marco Legal da Inteligência Artificial. Todos os três aguardam apreciação do Senado.


O ritmo do andamento de um projeto depende da atenção dada por cada Casa. A regulamentação da reforma tributária, por exemplo, hoje se encontra em fase intermediária de tramitação. Aprovada pela Câmara, a medida ainda tem de superar o Senado e, possivelmente, precisará ser novamente analisada pelos deputados. O projeto encabeçará, no entanto, os esforços do Planalto no segundo semestre, segundo o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.


— A agenda estratégica apresentada no começo do ano agora continua. Vamos continuar perseguindo essa agenda até o final deste governo — afirmou o ministro.


Segundo ele, algumas das medidas previstas na lista de prioridades devem ficar para o ano que vem ou até mesmo para 2026. A articulação política do governo admite dificuldades para fazer a agenda avançar no segundo semestre, quando as eleições municipais esvaziarão o Congresso. O Senado ainda não definiu um calendário para os trabalhos, mas o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometeu que irá estabelecer períodos específicos para a atividade dos senadores. Na Câmara, até outubro, serão somente três semanas de trabalho. É o chamado “esforço concentrado”, definido para que no restante do tempo os parlamentares possam se ausentar de Brasília e se dedicar à campanha de aliados em seus redutos eleitorais.


Para esses 15 dias de trabalho, só há uma pauta definida até o momento por Arthur Lira (PP-AL): a votação do projeto que define o comitê gestor do imposto criado pela reforma tributária. Antes de novembro, portanto, o espaço para debate de qualquer matéria pelos deputados será extremamente reduzido. Por isso, para o restante do ano, a agenda mínima envolverá a tributária, o Acredita e as novas normas para seguros privados, afirma o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).


Além do calendário espremido pela disputa eleitoral, alguns fatores impõem dificuldade adicional à articulação política de Lula. No primeiro semestre, quando teve bom desempenho em aprovações, o Palácio do Planalto também acabou gastando boa parte de sua munição: foram liberados R$ 34 bilhões em emendas, um recorde para o período.


Para o pós-eleição, antecipa-se ainda um debate intenso em torno do Orçamento, com a já conhecida queda de braço em torno do valor das emendas para o próximo ano. As discussões consumirão parte da atividade legislativa no tempo que restar.


Tudo isso fez o Palácio do Planalto delinear um grupo de projetos que terão atenção especial após as definições eleitorais nos estados. Ao lado da regulamentação da reforma tributária, entrarão nesse grupo o programa de crédito aos pequenos empreendedores, as novas regras para o mercado de crédito de carbono e o projeto do combustível do futuro.


Para emplacar essa agenda essencial, o governo terá de concorrer ainda com iniciativas que os parlamentares colocaram em sua lista própria de prioridades. É o caso do projeto de anistia a partidos políticos, já aprovado na Câmara e que não consta da agenda estratégica do Planalto.


Nesse cenário, uma série de medidas caras à gestão Lula devem ficar para o ano que vem, quando Câmara e Senado estarão sob novo comando.


É o caso da revisão da lei de cotas raciais em concursos públicos, que passou pelo Senado a poucos dias de perder a validade e agora precisa tramitar na Câmara. Uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu a manutenção da regra até que haja definição pelo Congresso. Em situação similar, também dependendo da Casa revisora, há o projeto de segurança nas escolas. Enviado pelo governo em 2023, passou pela Câmara em junho, mas ainda aguarda para ser apreciado por uma comissão no Senado.


Em situação mais complexa, estão iniciativas como a que propõe aumentar a pena em caso de crimes contra o Estado Democrático de Direito e o PL das Redes Sociais, que enfrentam resistência do bolsonarismo no Congresso.


Há também a possibilidade de outros projetos chegaram ao Congresso. A Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública vem sendo debatida dentro do governo e já conta com boa vontade de senadores, que se mostram interessados no tema.


Fonte: Agenda do Poder com informações do GLOBO.

Kamala Harris escolhe Tim Walz como candidato a vice-presidente em sua chapa

 

O nome de Walz se tornou o favorito dos progressistas e dos grupos de jovens que gostam de seus ataques a Trump

Vice-presidente e provável candidata democrata à Presidência dos EUA, Kamala Harris, em Houston 01/08/2024 REUTERS/Kevin Lamarque (Foto: REUTERS/Kevin Lamarque)

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, decidiu que o governador de Minnesota, Tim Walz, será o candidato a vice da sua chapa na disputa presidencial, informa O Globo. A informação foi confirmada por fontes do Partido Democrata à CNN. No domingo, Harris entrevistou os três favoritos ao cargo: o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, o senador Mark Kelly, além de Walz.

A candidata à Casa Branca debateu a sua escolha com assessores por três dias consecutivos, e a campanha pelos candidatos a vice dividiu o partido. Nas últimas semanas, a campanha democrata emplacou uma sequência positiva com o aumento no número de doações e o crescimento de Kamala Harris nas pesquisas, que a mostram empatada com Donald Trump. Na sexta-feira (2), o Comitê Nacional Democrata anunciou que Kamala conquistou votos suficientes para ser nomeada como candidata oficial do partido.

O nome de Tim Walz se tornou o favorito dos progressistas e dos grupos de jovens que gostam de seus ataques a Trump. Além disso, ele pode ajudar a campanha a angariar votos no centro-oeste dos Estados Unidos. Walz é um veterano militar e apoiador sindical que implementou uma agenda progressista em seu estado, incluindo proteções abrangentes aos direitos ao aborto e ajuda generosa às famílias.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo