Ataque está sob investigação das autoridades iranianas
Ismail Haniyeh (Foto: AZIZ TAHER/REUTERS)
O chefe do Bureau Político do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto em um ataque em Teerã, informou a emissora estatal iraniana PressTV nesta terça-feira (30).
"Ismail Haniyeh e seu guarda-costas foram martirizados após o ataque à sua residência em Teerã", relatou a emissora, acrescentando que a Guarda Revolucionária Iraniana "expressa condolências aos palestinos, à ummah islâmica e à nação iraniana pelo martírio de Ismail Haniyeh".
O comunicado da guarda disse que o ataque está sob investigação e os resultados serão anunciados nesta quarta-feira (31).
O Hamas afirmou nesta quarta-feira que o ataque que matou o chefe do Bureau Político do movimento foi lançado por Israel. "O Movimento de Resistência Islâmica Hamas expressa condolências aos filhos de nosso grande povo palestino... Ismail Haniyeh, o líder do movimento... foi morto como resultado de um traiçoeiro ataque sionista em sua residência em Teerã, após participar da cerimônia de posse do novo presidente do Irã", disse o movimento no Telegram.
O líder da resistência palestina esteve em Teerã para assistir à cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, nesta terça-feira. Após prestar juramento, Pezeshkian reiterou o seu apoio à causa palestina ao levantar a mão de Haniyeh.
Mais cedo nesta terça-feira, Haniyeh também esteve reunido com o líder da Revolução Islâmica, o aiatolá Seyed Ali Khamenei.
Ele vinha pressionando os mediadores internacionais por um cessar-fogo na guerra de Israel na Faixa de Gaza, que já dura mais de 9 meses. E alertou repetidamente que os contínuos ataques israelenses em Gaza levariam o processo de negociação do cessar-fogo ao ponto zero.
No final de maio, o presidente dos Estados Undios, Joe Biden, anunciou um novo plano para resolver o conflito. A primeira parte do acordo proposto por Washington, que é o principal apoiador internacional de Israel, deveria incluir um cessar-fogo de seis semanas na Faixa de Gaza em troca da libertação de vários reféns mantidos pelo Hamas. No entanto, o governo de extrema-direita de Israel, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, vem rejeitando os pedidos e ampliando seus ataques ao enclave sitiado e à região mais amplamente.
Ainda em maio, a Corte Internacional de Justiça da ONU ordenou que Israel suspendesse a sua operação militar em Rafah. Anteriormente, o procurador Karim Khan do Tribunal Penal Internacional apresentou pedidos de mandados de prisão para Haniyeh e outros líderes da resistência palestina, bem como para Netanyahu de Israel e para o ministro da Defesa Yoav Gallant, sobre alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos desde outubro de 2023, com base em provas recolhidas e examinadas pelo seu gabinete.
Em 7 de outubro de 2023, as forças da resistência lançaram um ataque de foguetes em grande escala contra Israel e romperam a fronteira, atacando tanto bairros civis quanto bases militares. Quase 1.200 pessoas em Israel foram mortas e cerca de 240 outras foram sequestradas durante o ataque, segundo Tel Aviv.
Israel lançou ataques de retaliação, ordenou um bloqueio completo de Gaza e iniciou uma incursão terrestre no enclave palestino sitiado com o objetivo declarado de eliminar os combatentes do Hamas e resgatar os reféns. O Ministério da Saúde de Gaza afirma que o número de mortos na ofensiva israelense ultrapassou 39 mil, com mais de 90 mil feridos.
Fonte: Brasil 247