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Presidente norte-americano queria ouvir de Lula a posição do governo brasileiro sobre a crise política venezuelana
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone por cerca de meia hora nesta terça-feira (30) com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre o impasse eleitoral na Venezuela. A conversa foi marcada a pedido do governo norte-americano, pois Biden queria ouvir de Lula a posição do governo brasileiro sobre a crise política venezuelana.
O Palácio do Planalto e a Casa Branca ainda não se manifestaram oficialmente sobre o teor da conversa entre os dois presidentes. A eleição presidencial na Venezuela foi realizada neste domingo (28) e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, órgão eleitoral ligado ao governo, apontou a vitória do atual presidente, Nicolás Maduro, com 51,2% dos votos. O oposicionista Edmundo Gonzalez teria ficado em segundo lugar.
A oposição, no entanto, alega que a eleição foi fraudada e que Edmundo foi o verdadeiro vencedor. Maduro está no poder desde 2013 e já ganhou duas eleições, ambas acusadas pela oposição e por organismos internacionais de não respeitarem regras de transparência e princípios democráticos. A falta de divulgação das atas eleitorais, boletins que registram os votos em cada urna, tem sido um dos principais pontos de desconfiança em relação ao resultado das eleições.
O Brasil já pediu à Venezuela que apresente as atas. Esse impasse afeta o Brasil não só porque a Venezuela faz fronteira com o país ao norte, mas também porque Lula, no início do seu mandato, tentou reintegrar Maduro à política do continente e buscou influenciar o presidente venezuelano a realizar eleições democráticas na Venezuela.
Nas últimas semanas, Maduro radicalizou o discurso, e o próprio Lula se disse “assustado”. Agora, o governo brasileiro tem que decidir que ações tomará. Por enquanto, de forma cautelosa, o Brasil está cobrando pela divulgação das atas. Outros vizinhos e parceiros, como o Uruguai, o Chile e a Argentina, já contestaram o resultado eleitoral na Venezuela.
Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.
“Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial, mas não tem nada de anormal”, disse o presidente
O presidente Lula afirmou estar convencido de que as eleições na Venezuela, que vêm despertando críticas na comunidade internacional, ocorreu normalmente. No entanto, cobrou que as autoridades do país vizinho apresentem as atas de votação para “resolver a briga”;
A oposição a Nicolás Maduro, alega que o pleito foi fraudado. Manifestações eclodiram pelo país desde domingo (28) e mais de 700 pessoas foram presos e pelo menos quatro morreram.
Lula deu essas declarações à TV Centro América, afiliada da TV Globo no Mato Grosso.
“É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar “, disse o presidente.
Maduro foi anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela vencedor do pleito e apto a exercer seu terceiro mandato, no período de 2025 a 2030. Ele foi proclamado vitorioso, segundo o CNE, com 51,21% dos votos contra 44% de Edmundo González, o segundo colocado. Mas a oposição alega que teve 70% dos votos e cobra a divulgação das atas de votação.
O Brasil e outros países ainda não reconheceram o resultado. Lula chamou as eleições no país de “processo normal”:
“Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo, o que precisa é que as pessoas que não concordam tenham o direito de provar que não concordam e o governo tem o direito de provar que está certo”.
“O Tribunal Eleitoral reconheceu o Maduro como vitorioso, e a oposição ainda não. Então, tem um processo. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial, mas não tem nada de anormal” disse Lula. “Não tem nada de grave, não tem nada de assustador. Tem uma eleição, tem uma pessoa que disse que teve 41%, teve outra pessoa que disse que teve 50%, entra na Justiça e a Justiça faz.”
Lula disse que é “obrigação” reconhecer o resultado das eleições após a divulgação das atas.
“Na hora que forem apresentadas as atas e for consagrado que as atas são verdadeiras, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral na Venezuela. Maduro sabe perfeitamente bem que quanto mais transparência houver, mais chance de tranquilidade para governar a Venezuela ele terá”, disse.
Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo