sábado, 27 de julho de 2024

Extrema direita francesa critica celebração da diversidade na abertura das Olimpíadas de Paris

 

Comentários de cunho homofóbico e racista foram feitos sobre a performance de artistas negros ou representantes da comunidade LGBTQIA+

Abertura das Olimpíadas de Paris (Foto: Reuters)

RFI - Mal a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris chegou ao fim e representantes da extrema direita francesa se manifestaram contra momentos do evento que celebravam a diversidade. Comentários de cunho homofóbico e racista foram feitos sobre a performance de artistas negros ou representantes da comunidade LGBTQIA+.

Coreografia com figurinos nas cores do arco-íris, dois homens se beijando, desfile de drag queens, modelos trans, cantores de todos os horizontes musicais. A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris mostrou uma França diversa da contemporânea. No entanto, isso não agradou algumas alas mais conservadoras da classe política francesa.

“Sr. Presidente, estamos todos felizes com esses jogos #Paris2024. Eu quero falar de tudo menos de política esta noite. Mas isso era realmente necessário?”, perguntou nas redes sociais Laure Lavalette, deputada do Reunião Nacional, partido da extrema direita francesa, dirigido por Marine Le Pen.

“Para todos os cristãos do mundo que estão assistindo à cerimônia de abertura e foram insultados por essa paródia drag queen da Última Ceia, não é a França que está falando, mas uma minoria de esquerda pronta para qualquer provocação”, acrescentou Marion Maréchal, sobrinha de Marine e também membro da extrema direita. Ela fazia alusão a uma das etapas da cerimônia na qual drags, modelos – entre eles trans – e personalidades do mundo da moda desfilavam em uma passarela em uma composição que lembrava a emblemática imagem religiosa.

Racismo velado - Marion Maréchal foi além, dizendo que a Guarda Republicana foi “humilhada” por ter sido “obrigada a dançar ao ritmo de Aya Nakamura”, cantora negra, franco-maliana, cuja participação já havia suscitado comentários dos mais conservadores, que consideravam que a jovem, a artista francesa mais ouvida no mundo, não representa a França.

Julien Aubert, vice-presidente do partido Os Republicanos, da direita tradicional, disse que a cerimônia foi “um desfile woke, no qual o esporte ficou invisível por mensagens políticas e sociais que não tinham espaço” no evento, segundo ele.

"Procuramos desesperadamente a celebração dos valores do esporte e da beleza da França em meio a uma propaganda woke tão grosseira", acrescentou Marion Maréchal.

Fonte: Brasil 247 com RFI

Chuvas provocam adiamento das provas de skate street masculino nas Olimpíadas de Paris

 

Prova marcada para este sábado foi adiada para a próxima segunda-feira. Brasil tem três atletas na disputa por uma medalha

Skatista Kevin Hoefler (Foto: Divulgação)

A prova de skate street masculino, inicialmente programada para este sábado (27/7) nas Olimpíadas de Paris, foi adiada devido ao tempo chuvoso na capital francesa. Segundo o Metrópoles, Kevin Hoefler, Giovanni Viana e Felipe Gustavo, os três representantes do Time Brasil na modalidade, anunciaram a nova data da competição nas redes sociais. A prova está marcada para às 7h (horário de Brasília) da próxima segunda-feira (29).

O skate street masculino nos Jogos Olímpicos é realizado em um parque urbano a céu aberto. Devido às condições climáticas e às características das instalações, a competição precisou ser reagendada. A fase preliminar e a rodada final ocorrerão no mesmo dia.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Brasil apresenta ao G20 projeto para Fundo de Preservação de Florestas que pode render até R$ 8 bi ao país

 

Projeto "Fundo Florestas Tropicais Para Sempre" incentiva países ricos a investirem em conservação ambiental por meio de investimentos em títulos públicos

Floresta Amazônica (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em busca de formas inovadoras de financiar a preservação da biodiversidade, o Brasil apresentou nesta sexta-feira (26) o projeto "Fundo Florestas Tropicais Para Sempre" (TFFF) a dez delegações do G20. Segundo a Folha de S. Paulo, do governo federal apontam que, caso o país consiga preservar suas florestas tropicais, o mecanismo poderá gerar R$ 8 bilhões anuais aos cofres públicos.

Desenvolvido pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e da Fazenda, o projeto foi inicialmente introduzido na COP28 em dezembro de 2023. Nesta sexta-feira, a proposta foi formalmente apresentada a países ricos, como os Estados Unidos, e a instituições financeiras, como o Banco Mundial, durante um evento paralelo ao G20. O Brasil espera que os países ricos apoiem a ideia, permitindo que o fundo seja lançado oficialmente na COP30, prevista para ocorrer em Belém em 2025.

Segundo o esboço inicial, o TFFF funcionaria como um fundo de renda fixa internacional, alocando recursos de investidores em títulos públicos de diversos países, incluindo o Brasil, com um retorno anual em dólares estimado entre 7,5% e 8%. A maior parte dessa rentabilidade seria distribuída aos investidores, enquanto o restante seria destinado a países de renda média e baixa que protegem suas florestas.

Ainda de acordo com a reportagem, a proposta brasileira calcula um pagamento de US$ 4 por hectare preservado anualmente e monitorado por satélite. Com base nas florestas preservadas no Brasil, o país poderia receber cerca de US$ 1,3 bilhão por ano, equivalente a quase R$ 8 bilhões na cotação atual.

Para o funcionamento do TFFF, seriam necessários US$ 125 bilhões iniciais, dos quais US$ 25 bilhões viriam de países e instituições apoiadoras como garantidores, e US$ 100 bilhões de entidades privadas. "A parte mais difícil são os US$ 25 bilhões porque [esses investidores] assumem uma posição de subordinação e recebem depois que todo o resto. Portanto, é preciso que os países façam um sacrifício nesse sentido, de correr um pouquinho mais de risco, mas ainda ser remunerado", afirma João Paulo de Resende.

Agora que o projeto foi apresentado, os países interessados em apoiá-lo indicarão técnicos para colaborar na construção do fundo. Garo Batmanian, diretor geral de serviço florestal brasileiro, destaca que 67 países não desenvolvidos com biomas tropicais podem se candidatar ao ressarcimento do TFFF. Contudo, para receberem os recursos, esses países precisam já ter o desmatamento sob controle. "Esse fundo não substitui as outras iniciativas. Esses países vão ter que continuar recebendo dinheiro de doações", afirma Batmanian.

O TFFF complementaria iniciativas de remuneração pela preservação, como o Fundo Amazônia, o ETF Amazônia Para Todos, e créditos de carbono.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

AliExpress e Shopee iniciam cobrança da 'taxa das blusinhas' para compras internacionais de até US$ 50

 

A "taxa das blusinhas" não é um novo imposto, mas a eliminação de um benefício fiscal

(Foto: Reprodução | Freepik)

A partir de 1º de agosto, o Governo Federal implementará a cobrança do imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50. Entretanto, plataformas como AliExpress e Shopee decidiram antecipar essa cobrança para este sábado (27) devido à necessidade de ajustes nas declarações de importação.  

Segundo o g1, o AliExpress declarou que todos os pedidos realizados a partir de 27 de julho incluirão as novas regras tributárias, e garantiu que informações adicionais serão comunicadas por seus canais oficiais. A Shopee também anunciou que a taxa será aplicada a partir deste sábado, destacando que manterá a transparência nas comunicações, com valores detalhados no fechamento da compra. Para os compradores de vendedores brasileiros, nenhuma alteração ocorrerá.

Ainda conforme a reportagem, a Shein confirmou que a nova alíquota será aplicada a partir das 0h de 1º de agosto, enquanto a Amazon informou que a taxação começará em 31 de julho de 2024.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto de lei que introduz essa medida, conhecida como "taxa das blusinhas", no final de junho, após aprovação pelo Congresso Nacional. A taxação, contudo, não se aplica a medicamentos. Além do imposto de importação, permanece vigente o ICMS de 17% sobre esses produtos. A "taxa das blusinhas" não é um novo imposto, mas a eliminação de um benefício fiscal.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

G20 concorda em tratar de tributação de super-ricos, mas diverge sobre melhor fórum

 

"Buscaremos um engajamento cooperativo para garantir que indivíduos com patrimônio líquido ultra-alto sejam efetivamente tributados", diz o texto

Logotipo do G20 é exibido em reunião do grupo no Rio de Janeiro (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

Reuters - A primeira declaração conjunta dos líderes financeiros do G20 prometendo cooperar na tributação efetiva das maiores fortunas do mundo encobriu nesta sexta-feira um desacordo mais profundo sobre o fórum certo para promover a agenda.

Ministros das Finanças e banqueiros centrais do Grupo das 20 principais economias concordaram em fazer referência à tributação justa de "indivíduos com patrimônio líquido ultra-alto", tanto em seu comunicado conjunto quanto em uma declaração separada sobre cooperação tributária internacional nesta sexta-feira.

"Buscaremos um engajamento cooperativo para garantir que indivíduos com patrimônio líquido ultra-alto sejam efetivamente tributados", disse o texto final da declaração ministerial do G20 no Rio de Janeiro.

No entanto, já surgiram divergências sobre se isso deve ser feito em negociações nas Nações Unidas ou por meio da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um grupo de democracias mais ricas fundado por aliados dos EUA e da Europa.

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse à Reuters, à margem da reunião do G20, que acredita que a OCDE, que liderou as negociações para um acordo global de imposto corporativo em duas partes nos últimos três anos, está em melhor posição para lidar com essas negociações.

"Não queremos ver isso transferido para a ONU", disse Yellen, acrescentando que a OCDE "é uma organização baseada em consenso". "Fizemos um enorme progresso, e a ONU não tem a expertise técnica para fazer isso", disse.

Grandes nações em desenvolvimento já se irritaram com essa abordagem, de acordo com uma autoridade familiarizada com o assunto, que disse que o Brasil deve usar sua presidência do G20 para promover a discussão tanto na ONU quanto na OCDE.

Alguns dos maiores defensores de um imposto mínimo global para bilionários, incluindo o ganhador do Prêmio Nobel Joseph Stiglitz, insistiram que a ONU era o fórum adequado para a cooperação tributária global.

"Pedimos aos líderes do G20 que se alinhem com o progresso feito na ONU e estabeleçam um processo verdadeiramente democrático para definir padrões globais sobre tributação dos ultra-ricos", disse a líder de política tributária da Oxfam Internacional, Susana Ruiz.

"Confiar essa tarefa à OCDE -- o clube formado principalmente por países ricos -- simplesmente não seria bom o suficiente", acrescentou.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda do Brasil, Guilherme Mello, disse que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Cooperação Tributária Internacional representou uma vitória para as nações em desenvolvimento do "Sul Global", que buscam um local onde sejam mais bem representadas, já que a maioria dos países não é membro da OCDE.

Ainda assim, Mello reconheceu tanto a OCDE quanto a ONU como fóruns legítimos e disse que uma discussão contínua sobre como tributar efetivamente os super-ricos é um progresso, qualquer que seja o fórum.

"A forma que isso tomará dependerá de muitos diálogos que serão realizados", acrescentou.

Alguns observadores permaneceram céticos sobre as chances de um "imposto bilionário" global visando as maiores fortunas do mundo.

Autoridades europeias apontaram que nem mesmo a União Europeia, com 27 nações, tem poder de tributação como um bloco. Embora a França tenha dado apoio inicial a um imposto global mínimo sobre riqueza, os alemães ofereceram forte resistência.

"Parece que pode ser muito difícil levar isso adiante", disse uma autoridade europeia nas reuniões do G20.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

"Isto é a França", diz Macron, ao celebrar a abertura woke dos Jogos Olímpicos

 

Presidente francês foi alvo de intensas críticas nas redes pelo quadro que teria insultado o cristianismo

Emmanuel Macron 07/07/2024 MOHAMMED BADRA/Pool via REUTERS (Foto: MOHAMMED BADRA / POOL)

Durante a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris 2024, uma performance envolvendo drag queens e dançarinos, que reinterpretou a 'Última Ceia', desencadeou uma onda de críticas nas redes sociais. A apresentação foi descrita pelo Comitê Olímpico, segundo o The New York Post, como uma “interpretação do deus grego Dionísio”, visando destacar "o absurdo da violência entre humanos".

A atuação contou com 18 artistas, incluindo três drag queens do programa Drag Race France, posicionados atrás de uma mesa alongada com o Rio Sena e a Torre Eiffel ao fundo. Uma mulher no centro, ornada com uma tiara que lembrava um halo, liderava o grupo, sorrindo e formando um coração com as mãos enquanto os demais fixavam o olhar na câmera antes de iniciar uma dança coreografada. Um elemento inusitado foi a inclusão de um homem pouco vestido e coberto de tinta azul brilhante, apresentado em uma bandeja no palco.


A reação nas redes sociais incluiu diversas críticas, levando o presidente Emmanuel Macron a defender a apresentação com a declaração: "Isto é França". Clint Russel, do podcast Liberty Lockdown, criticou duramente: “Abrir o evento substituindo Jesus e os discípulos por homens em drag é uma loucura". Marion Maréchal, católica praticante, ressaltou que a paródia não representa a França, mas sim "uma minoria de esquerda pronta para provocar".

Eli David, empresário e pesquisador, expressou sua indignação, mesmo não sendo cristão, chamando a paródia de "insulto ultrajante a Jesus e ao cristianismo". Niall Boylan, radialista premiado, condenou a representação como desrespeitosa e incitadora, questionando a ausência de uma sátira similar ao Islã.

Entenda o que é a cultura woke e por que ele é tão criticada

A cultura "woke", termo derivado do inglês que significa "acordado", refere-se a uma consciência social sobre questões que envolvem justiça e igualdade racial, de gênero, e outros tipos de discriminação e injustiça social. Inicialmente, o termo "woke" era usado dentro da comunidade afro-americana para indicar uma vigilância sobre questões raciais, especialmente nos Estados Unidos, mas gradualmente se expandiu para incluir uma variedade de questões de justiça social.

O termo ganhou destaque no vocabulário popular em meio aos movimentos sociais americanos, particularmente com o Movimento Black Lives Matter, que destacou a injustiça racial e a brutalidade policial. "Stay woke" tornou-se um chamado para estar ciente das práticas institucionais e sociais que perpetuam a desigualdade e a opressão.

Com o tempo, o conceito de "woke" foi adotado e adaptado por uma variedade mais ampla de grupos ativistas, incluindo aqueles que lutam por direitos LGBTQ+, feminismo, e justiça ambiental, entre outros. O termo também tem sido usado para descrever uma abordagem mais inclusiva e consciente em negócios, entretenimento e outras esferas, enfatizando a importância da representação e do reconhecimento de diversas identidades e experiências.

Críticas ao Movimento Woke

A cultura woke, enquanto celebrada por muitos como um passo em direção a uma sociedade mais justa e igualitária, também enfrenta críticas significativas de diferentes ângulos:

Superficialidade e Performismo: Críticos argumentam que algumas manifestações do movimento woke são superficiais e mais focadas em performar virtude ou correção política do que em promover mudanças sociais reais e profundas.

Limitação ao Debate: Há preocupações de que a cultura woke às vezes pode limitar a liberdade de expressão, com a imposição de censura ou autocensura sobre quem discorda ou não segue certas normas progressistas consideradas politicamente corretas.

Polarização: A cultura woke é frequentemente vista como um fator de divisão, polarizando ainda mais as discussões políticas e sociais, especialmente em sociedades multiculturais como os Estados Unidos.

Comercialização: A adoção de slogans e simbolismos associados ao movimento woke por grandes corporações é vista por alguns como uma estratégia de marketing que dilui o verdadeiro significado e a eficácia das lutas sociais.

Acusações de Hipocrisia: Algumas figuras e instituições que promovem ideais woke são criticadas por não viverem de acordo com os padrões que promovem, resultando em acusações de hipocrisia.

A cultura woke continua a ser um tema de intensos debates, com defensores argumentando que é essencial para o progresso social e críticos alertando sobre seus potenciais excessos e efeitos colaterais. Confira a postagem de Macron e as reações:

 

 


Fonte: Brasil 247

Jornalistas negras contam como enfrentaram racismo na carreira

 

Profissionais relataram suas histórias no Festival Latinidades

Rio de Janeiro (RJ), 18/07/2024 - A jornalista da TV Brasil Luciana Barreto é uma das 10 semifinalistas da primeira edição do Prêmio Jabuti Acadêmico, com a obra "Discursos de ódio contra negros nas redes sociais" (Pallas), que é fruto de sua dissertação de mestrado em relações étnico-raciais. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Por Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil – Jornalistas profissionais negras que hoje estão em posição de destaque na mídia contaram nesta sexta-feira (26) como é enfrentar o racismo da sociedade para ocupar espaços onde são minoritárias.

A apresentadora Luciana Barreto, que já atuou nos canais Futura, GNT, BandNews e na TV Bandeirantes, e atualmente é âncora do Repórter Brasil, jornal da TV Brasil, contou como foi enfrentar a pobreza e o preconceito para se firmar na carreira.

“Eu vivi várias situações e várias barreiras para chegar até aqui. Como chegar numa maquiagem de uma emissora e não ter maquiagem para pele preta. Para conseguir vaga de apresentadora, eu ouvi de uma amiga minha, que também estava concorrendo comigo, branca, dizendo quando eu passei: ‘Nossa, que legal que agora eles querem apresentadora negra”, relatou.

Luciana contou sua experiência no debate “Mulheres Negras na Mídia: Inovação e Impacto na Comunicação Pública” no Festival Latinidades 2024, que ocorre em Brasília. De acordo com a jornalista, foi na televisão que ela entendeu o problema com sua autoestima.

“Na televisão eu fui entender o quanto nossos sonhos são podados e violados. O quanto as crianças da década de 70, 80 e 90 sofreram profundamente com a sua autoestima, quanto elas foram impedidas de sonhar por conta da televisão brasileira”, completou, lembrando da falta de pessoas negras nas emissoras.

Também participou do encontro a jornalista Joyce Ribeiro, que hoje apresenta o Jornal da Tarde na TV Cultura e já trabalhou nos principais telejornais do SBT e da TV Record. Joyce foi ainda a primeira mulher negra a apresentar um debate presidencial, em 2018.

“Essa caminhada não foi recheada de facilidades. Muito pelo contrário. Ouvi falas muito duras, muito difíceis ao longo da carreira. Uma vez uma colega me deu uma sugestão, porque era muito minha amiga, dizendo que eu precisava pedir para sair [do trabalho] porque a gente trilhou um caminho grande para estar aqui e, para me preservar, eu tinha que pedir para sair, entre tantas outras coisas”, relembrou.

A jornalista colombiana Mabel Lorena Lara também contou sua experiência na televisão do país caribenho, destacando que alisava o cabelo e tentava esconder a própria personalidade na tentativa de ser aceita em um meio majoritariamente branco.

“Depois de muito tempo e de prêmios e reconhecimentos e de sair na televisão eu disse: 'Essa mulher que vocês estão premiando como a melhor nas notícias, além disso, tem cabelo encaracolado'”, contou.

Lana acrescentou que decidiu soltar o cabelo depois que uma garota a questionou em Cartagena, na Colômbia. “Uma garota com seu cabelo natural perguntou: 'Se você é a negra das notícias por que não se parece conosco?'”, completou. 

Mabel Lorena Lara foi premiada, em 2016, como líder inspiradora pelas Nações Unidas e pelo governo da Suécia. Ela foi ainda negociadora no processo de paz com guerrilhas colombianas.

“Essas experiências de racismo e machismo são amplificadas quando estamos na televisão. As pessoas têm um olhar muito específico em relação a gente, ao nosso corpo, ao nosso cabelo e a nossa bunda”, acrescentou.

O início

As três profissionais tiveram em comum a insegurança no começo da carreira. As três imaginavam que a mídia não era um espaço para elas. Segundo Luciana Barreto, a comunicação entrou em sua vida porque ela percebeu que o meio era uma ferramenta poderosa de transformação.

“Nós éramos muito periféricos e era um bairro até sem asfalto, sem saneamento básico nessa época, quando eu decidi fazer comunicação. Eu via que o jornalismo era uma ferramenta poderosa, mas era uma ferramenta utilizada para poucos”, explicou.

Segundo a apresentadora da TV Cultura, Joyce Ribeiro, o universo da comunicação lhe atraia muito, mas pensava que era algo distante de sua realidade.

“Não fazia parte do que eu achava que poderia sonhar. Isso já me colocava um certo receio em seguir essa carreira. A gente se arrisca em todas as profissões, mas no universo da comunicação, que sempre teve tão fechada à nossa presença, não me via”, contou.

Para a colombiana Mabel Lorena Lara, foi preciso construir uma autoestima e entender que a mídia é um local onde as mulheres negras também merecem estar.

“Em vários momentos eu pensei que não era um lugar para mim. No meu país, por décadas, as mulheres afros representam a servidão, um pouco de exotismo, a utilização dos corpos das mulheres como atraentes e pouco se falava nos meios de comunicação”, destacou.

Negras na mídia

Além do debate sobre a participação de mulheres negras na mídia, o Festival Latinidades 2024 e o Instituto Commbne criaram o Prêmio Jacira da Silva, em homenagem à jornalista que foi a primeira negra a assumir a presidência do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, entre 1995 e 1998, e fundou a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira/DF).

Na categoria Jornalistas Negras, a gerente da Agência Brasil, Juliana Cézar Nunes, recebeu o prêmio ao lado de nomes como Maju Coutinho, da Rede Globo, e Basília Rodrigues, da CNN

Na categoria Mídias Negras, foram premiadas a Revista Afirmativa, a agência de notícias Alma Preta, o Instituto Cultne, o Mundo Negro e o Africanize, veículos de comunicação que priorizam e dão visibilidade às pautas ligadas à população negra brasileira.

Fonte: Brasil 247

"Nunca houve na história um presidente tão otimista quanto eu", diz Lula

 

Presidente também se disse um "cidadão pleno", com confiança total na retomada econômica

Lula em anúncio do PAC (Foto: RICARDO STUCKERT)

Nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a colaboração entre o governo federal, estados e municípios para a execução de projetos do PAC Seleções, destacando que essas ações são fundamentadas nas necessidades das populações locais, independentemente de afinidades políticas. A declaração foi dada durante o anúncio de novos investimentos. Também no dia de ontem, Lula aproveitou o momento para expressar seu otimismo em relação ao futuro do Brasil. "Estamos completando 1 ano e 7 meses de governo. Acho que o Brasil nunca teve em sua história um presidente tão otimista quanto eu. Estou convencido de que vamos recuperar este país, de que o emprego vai crescer, os salários vão aumentar e a inflação vai cair. Pela primeira vez, aos 78 anos de idade, eu me considero um cidadão pleno. E penso em como seremos felizes neste país quando conseguirmos erradicar a fome e oferecer condições para todos viverem de maneira mais digna", disse ele.

O presidente também criticou a antiga prática de governantes que priorizam deixar marcas pessoais em obras, ao invés de garantir a continuidade de projetos eficazes. Lula reforçou que o PAC Seleções prioriza projetos de infraestrutura que são enviados pelos próprios estados e municípios, baseando-se na urgência de cada localidade. Ele conclamou prefeitos e governadores a contratarem mão-de-obra local, para impulsionar a economia e atenuar as dificuldades dos trabalhadores, enfatizando que as políticas de seu governo visam a um desenvolvimento social mais amplo e justo.

Fonte: Brasil 247

Analista geopolítico aponta decadência cultural francesa na abertura dos Jogos Olímpicos

 

Glenn Diesen destaca contradições da cerimônia de abertura e seu significado político

Reinterpretação da Santa Ceia em Paris (Foto: Reprodução X)

O professor e analista geopolítico Glenn Diesen, em uma postagem no X, discutiu o impacto cultural da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, caracterizando-a como uma "decadência cultural". Segundo o analista, embora a França seja conhecida por seu longo histórico de cosmopolitismo, a performance olímpica foi globalmente interpretada de maneira negativa. Diesen argumenta que "a performance tinha a intenção de demonstrar tolerância, um componente vital do liberalismo", mas acabou sendo criticada por sua falta de adequação ao evento.

O analista critica o liberalismo por suas contradições internas, especialmente a tensão entre "tolerância e a suposição de universalismo", que leva a uma falta de tolerância para com as divergências sobre progressismo e universalismo. Ele sugere que tais contradições são evidentes quando "formam-se consensos culturais através de intolerância e intimidação".

Diesen também observa uma disparidade na representação cultural, apontando que, enquanto "uma ampla gama de orientações sexuais é exibida com tolerância", a proibição de hijabs para atletas muçulmanas revela uma "tolerância para mim, mas não para ti". Essa abordagem contraditória reflete um debate mais amplo sobre os valores aceitos na sociedade contemporânea e suas manifestações públicas durante eventos de grande visibilidade como os Jogos Olímpicos. 

Confira sua postagem:


Fonte: Brasil 247

Venezuela confirma restrições nas fronteiras durante as eleições

 

No entanto, algumas operações aéreas decorrem normalmente no momento

Venezuela (Foto: Reuters)

Autoridades da Venezuela confirmaram nesta sexta-feira (26) que, apesar das operações aéreas estarem normais, as fronteiras terrestres, aéreas e marítimas estarão restritas até segunda-feira (29) devido às eleições presidenciais. Em mensagem no X, o Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (INAC) da Venezuela esclareceu que as operações aéreas estão sendo realizadas normalmente.

"A Autoridade Aeronáutica Venezuelana confirma que as operações aéreas estão sendo realizadas normalmente. Atualmente, o Flight Radar mostra todos os três voos da Copa Airlines operando no espaço aéreo da Venezuela", disse o INAC.

No entanto, na semana passada, a Venezuela emitiu um decreto ordenando o fechamento das fronteiras para pessoas e veículos, a partir da meia-noite desta sexta até as 8h de segunda-feira (29), devido à eleição presidencial de 28 de julho de 2024.

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, havia informado mais cedo nesta sexta-feira que um avião indo para a Venezuela foi impedido de decolar com ex-presidentes de Panamá, Colômbia, México, Costa Rica e Bolívia a bordo.

Segundo a Telesur, em 18 de julho, os Ministérios da Defesa, Assuntos Internos, Justiça e Paz emitiram uma resolução conjunta para fechar as fronteiras e proteger a segurança da Venezuela durante as eleições de domingo (28).

Embora as operações aéreas estejam normais, o bloqueio das fronteiras permanece conforme o decreto, o que significa que as restrições temporárias ainda estão em vigor até segunda-feira (29).

Fonte: Brasil 247

Trump mantém pequena vantagem sobre Kamala, mostram pesquisas

 

Pesquisa do Wall Street Journal contou com 1.000 eleitores registrados

Kamala Harris e Donald Trump (Foto: Reuters)

O republicano Donald Trump tem uma vantagem de 2 pontos percentuais sobre a vice-presidente democrata dos EUA, Kamala Harris, de acordo com uma pesquisa do Wall Street Journal publicada nesta sexta-feira, mais estreita do que a vantagem de 6 pontos em uma pesquisa no início deste mês sobre o presidente norte-americano, Joe Biden, que depois se retirou da disputa presidencial.

Trump tem 49% contra 47% de Kamala, de acordo com a pesquisa com 1.000 eleitores registrados, que teve uma margem de erro de mais ou menos 3,1 pontos percentuais.

Trump também está numericamente à frente da vice-presidente democrata por 48% a 46%, mostrou uma pesquisa New York Times/Siena College com eleitores registrados realizada de 22 a 24 de julho e publicada nesta quinta-feira.

A pesquisa com 1.142 eleitores registrados em todo o país teve uma margem de erro de 3,3 pontos percentuais. 

Fonte: Brasil 247 com informações da Reuters