quarta-feira, 24 de julho de 2024

Brasil diversifica exportações, ultrapassa US$ 339 bilhões e 'bate recorde' em 2023, diz Jorge Viana

 

Presidente da ApexBrasil diz que o cenário é de "reconquista de espaços perdidos, reaproximação de parceiros comerciais antigos e criação de novos laços"

Navio é carregado em terminal do Porto de Santos (Foto: REUTERS/Carla Carniel)

Sputnik - Destaque como player no comércio internacional, o Brasil começou 2024 como terminou 2023: batendo recordes. Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, falou sobre o trabalho desenvolvido pela agência com a Presidência para impulsionar o país no segmento.

"As exportações brasileiras chegaram a US$ 339,7 bilhões em 2023 [R$ 1,89 trilhão, na cotação atual], e apenas no primeiro semestre deste ano exportamos US$ 167,6 bilhões [R$ 936,62 bilhões, na cotação atual]", conta Viana sobre os valores inéditos alcançados pelo Brasil.

O novo cenário, de "reconquista de espaços perdidos, reaproximação de parceiros comerciais antigos e criação de novos laços, explorando novos mercados no mundo todo", garantiu também à agência uma marca importante: 17.061 companhias foram apoiadas em 2023, um aumento de 21% em relação ao ano anterior.

Além disso, a ApexBrasil participou de mais de mil eventos (média de três por dia) no Brasil e no exterior, "com destaque para os fóruns empresariais no marco de visitas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a outros países", disse Viana.

Conforme divulgado no Impulso das Exportações, o Brasil é um dos principais destinos de investimentos estrangeiros diretos (IED).

"Apenas no primeiro semestre de 2024 foram 186 anúncios de investimentos, que somam um valor de US$ 28,5 bilhões [R$ 159,27 bilhões, na cotação atual]. Esse resultado demonstra um crescimento médio de 29% a cada semestre e já representa 74% dos investimentos anunciados em 2023", conta o presidente da agência.

Os principais setores que receberam anúncios em 2024 foram: automotivo, com US$ 14,2 bilhões (R$ 79,36 bilhões, na cotação atual); de fabricação de papel, US$ 4,6 bilhões (R$ 25,71 bilhões, na cotação atual); de geração de energia elétrica por biomassa, US$ 1,4 bilhão (R$ 7,82 bilhões, na cotação atual); e de serviços de processamento e hospedagem de dados, US$ 1,3 bilhão (R$ 7,26 bilhões, na cotação atual).

Negócios entre Brasil e China superam a casa dos US$ 100 bilhões - As exportações para a China alcançaram em 2023 US$ 105,75 bilhões (R$ 590,97 bilhões, na cotação atual), com aumento de 16,5% em relação a 2022. Esta é a primeira vez na história do comércio exterior brasileiro que as exportações para um único parceiro ultrapassam a casa dos US$ 100 bilhões (R$ 558 bilhões, na cotação atual).

"Desde o início do século existe uma tendência de deslocamento do eixo da economia global para o Leste Asiático. Com o forte crescimento chinês e dos países da ASEAN [acrônimo em inglês para Associação de Nações do Sudeste Asiático], ocorreu naturalmente um forte incremento da corrente de comércio do Brasil com essa região", explica Viana.

De acordo com o presidente da ApexBrasil, a China é atualmente o oitavo maior investidor na economia brasileira, sendo o líder entre os países asiáticos. Entretanto, o número pode estar subestimado.

"Muitos investimentos [chineses] são articulados via Hong Kong. Com isso, algumas análises apontam a China como um dos três maiores investidores no Brasil."

Em queda em 2023, comércio brasileiro com os EUA e a UE voltou a crescer em 2024

Se os negócios com a China alavancaram em 2023, o Brasil viu o comércio com os EUA sofrer queda de 1,5% e com a União Europeia (UE) de 9,1% no mesmo ano.

O primeiro semestre de 2024, porém, aponta para um novo crescimento, comenta Viana.

"Conforme divulgamos no Impulso das Exportações, as vendas brasileiras cresceram 12% para os Estados Unidos e 2,1% para a União Europeia."

Apesar das nuances, o presidente da ApexBrasil ainda destacou que "os parceiros tradicionais permanecem como grandes investidores, com Estados Unidos e países europeus à frente do ranking de países com maior estoque de investimento direto no Brasil".

Brasil foi o 3º principal fornecedor dos países da América Latina e do Caribe em 2023 - Segunda economia da América do Sul, a Argentina segue sendo a principal parceira comercial do Brasil no continente. Mesmo com as tensões políticas e em um cenário de crise econômica e de recuo da demanda, "nossos vizinhos foram o terceiro principal destino de nossas exportações, posição que se manteve no primeiro semestre de 2024", comenta o presidente da ApexBrasil.

"O mercado argentino também é importante por importar do Brasil bens de alto valor agregado, o que evidencia a importância da Argentina para a indústria brasileira; destacadamente, o setor automotivo. Nesse sentido, ao comparar os seis primeiros meses de 2023 e 2024, é observada uma queda nas exportações brasileiras ao país vizinho de 37,6%", acrescenta Viana.

Já com relação aos outros países da América Latina e do Caribe, o Brasil alcançou em 2023 o posto de terceiro principal exportador. Foram US$ 63,9 bilhões (R$ 356,56 bilhões, na cotação atual) exportados, aproximadamente 4,5% da fatia do mercado da região, ficando atrás apenas dos EUA e da China.

"Somos o principal fornecedor de muitos países latino-americanos, como Colômbia (6,4%), Venezuela (10%), Peru (7,2%), Chile (11%) e República Dominicana (3,9%)", informou.

Viana destacou, ainda, que esforços de cooperação para ampliar o comércio na região estão sendo desenvolvidos. Segundo ele, em missões presidenciais ao longo dos últimos meses, com a participação efetiva da ApexBrasil, foram realizados encontros empresariais na Argentina, na Bolívia, na Colômbia e no Uruguai.

Para agosto também há previsão de missões nesta seara para o Chile, onde, conforme o mandatário da agência, haverá discussões sobre temas que envolvem o comércio entre os dois países.

Trocas comerciais entre Brasil e Rússia superaram patamar histórico em 2023 - Os negócios entre Brasil e Rússia ultrapassaram a casa dos US$ 10 bilhões (R$ 55,8 bilhões, na cotação atual) no ano passado. O impulso comercial decorreu, de acordo com Viana, do aumento das importações brasileiras de fertilizantes, óleo diesel e outros derivados de petróleo, insumos indispensáveis para o agronegócio.

Por outro lado, segundo o presidente da ApexBrasil, "as exportações brasileiras para a Rússia diminuíram e estão no seu patamar mais baixo dos últimos 20 anos".

Isso se deve, segundo ele, a dificuldades como a diminuição das opções logísticas para o envio de produtos para a Rússia e opções disponíveis para companhias russas efetuarem pagamentos aos seus fornecedores brasileiros, situações afetadas pelas sanções ligadas ao conflito na Ucrânia.

"São os dados da realidade, mas estamos atentos para, o mais rápido possível, retomar a participação do Brasil nas feiras e nos eventos internacionais na Rússia, por se tratar de um mercado importante para as exportações brasileiras", ressalta.

A Rússia segue, portanto, sendo estratégica para o Brasil. A ApexBrasil, por exemplo, mantém há 15 anos um escritório em Moscou, responsável por atender também outros países da Eurásia.

"Apesar dos desafios dos tempos atuais, o trabalho de promoção segue ativo e focado em todos os países euroasiáticos, não só da parte europeia, mas também das regiões da Ásia Central e do Cáucaso", destaca Viana.

Na região, além do setor agrícola, segundo o presidente, a agência tem trabalhado em projetos ligados a setores de alto valor agregado, como autopeças, equipamentos agrícolas, produtos e soluções agroveterinárias, equipamentos médicos e dispositivos odontológicos.

Outro fator interessante da parceria entre as nações é a possibilidade de atração de investimentos para o Brasil. Nesse quesito, Viana afirma que o governo brasileiro se esforça historicamente para envolver os fabricantes de fertilizantes da Rússia e de Belarus em projetos de infraestrutura no Brasil.

"Sobretudo em instalações portuárias, conexões ferroviárias e estruturas de armazenamento. São setores naturais, inclusive, para a expansão dos negócios dessas empresas no Brasil, que é um mercado promissor e estratégico para a maioria delas."

Expansão do BRICS poderá contribuir para reformar a ordem econômica internacional - A entrada de Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Irã no BRICS pode ajudar "em sua capacidade negociadora para reformar a ordem econômica internacional", diz Viana.

Do ponto de vista do comércio brasileiro com os novos membros, não deve haver impacto imediato, embora crie um ambiente mais favorável para investimento e favoreça a cooperação.

"A expansão do bloco poderá impactar positivamente a capacidade de investimento do Novo Banco de Desenvolvimento [NDB], o 'Banco do BRICS', que poderá ser um vetor para investimentos — em especial da China e de fundos árabes, em infraestrutura e transição energética."

Viana comenta também os esforços do governo brasileiro para um acordo entre o Mercosul e a UE. Segundo ele, o governo entende que há espaço para a parceria, que pode contribuir para o crescimento do produto interno bruto (PIB) nacional e o aumento dos investimentos, mas sublinha que o país também olha para outras direções.

"O acordo com a União Europeia não é a única ação na estratégia brasileira de aumentar sua participação no comércio mundial", afirma, explicando que a diversificação dos destinos das exportações é um objetivo da ApexBrasil.

"O Brasil, por meio do Mercosul, assinou acordo de livre-comércio com Singapura em dezembro de 2023, negocia com Coreia do Sul, Indonésia e Vietnã, além de ter aberto um mandato negociador com os Emirados Árabes Unidos."

'Aprofundamento das relações com o continente africano é uma das prioridades da ApexBrasil' - "Ao Brasil interessa ampliar seu comércio com todas as regiões, exercendo o universalismo tradicional de sua política externa, o que reduz riscos e aumenta a resiliência da economia nacional a eventuais choques externos", explica Viana.

Nesse quesito, ele afirma que o continente africano — onde as exportações brasileiras cresceram 21,4% no primeiro semestre deste ano (aumento de US$ 7,3 bilhões, ou R$ 40,7 bilhões, na cotação atual) — é uma das prioridades da ApexBrasil.

"Com 54 países e 1,4 bilhão de pessoas, a África é o segundo continente mais populoso e tem a maior taxa de crescimento populacional, indicando um mercado consumidor em forte expansão. Tomada em conjunto, a África é o quarto principal destino das exportações brasileiras. Assim, a África não pode estar de fora da estratégia comercial do Brasil", ressalta.

Por essas razões, o presidente da agência conta que, após a ApexBrasil ficar cinco anos afastada de grandes eventos comerciais africanos, volta a marcar presença no continente, principalmente em diferentes encontros que acontecem entre os meses de junho e setembro.

"A agência também volta a promover missões empresariais do outro lado do Atlântico, com a Brasil-Africa Solutions 2024 e a Missão Empresarial à África 2024, que passará por Namíbia, Botsuana, Moçambique e Tanzânia. A Brasil-Africa Solutions movimentou impressionantes R$ 104,8 milhões em negócios para empresas brasileiras, somando as vendas imediatas e as esperadas para os 12 meses subsequentes, o que mostra o pragmatismo do nosso retorno à África", contextualiza.

Brasil trabalha para recuperar imagem de excelência industrial - A ApexBrasil tem como meta, conta Viana, aumentar o número de companhias exportadoras e também apoiar a neoindustrialização.

Em relação à recuperação das exportações de produtos industrializados brasileiros, que perdeu espaço nos últimos anos, o presidente da agência aponta que o Mapa de Oportunidades da instituição identificou 10.269 oportunidades de consolidação para as exportações brasileiras no mundo.

"Alguns dos setores que aparecem com destaque entre as oportunidades são máquinas e equipamentos para a geração de energia, máquinas em geral e equipamentos industriais, veículos rodoviários, calçados, produtos farmacêuticos e medicinais, plásticos, móveis, entre outros", revela.

Para fomentar as exportações nos referidos setores, Viana afirma que a agência vem trabalhando em projetos setoriais e parcerias de cooperação técnica e financeira com mais de 30 setores da indústria brasileira.

Como exemplo, ele aponta a parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que tem o intuito de fortalecer a presença internacional do setor de máquinas e equipamentos.

O projeto, segundo ele, proporciona a participação de empresas brasileiras em eventos internacionais, traz visibilidade ao setor e posiciona o Brasil como um importante player industrial, de tecnologia e qualidade avançadas.

Além desses esforços, Viana imputa enorme importância para a volta da "diplomacia presidencial".

"Um exemplo claro disso é que, no primeiro semestre deste ano, as exportações de aeronaves cresceram 22,3%", argumenta.

Segundo o presidente da ApexBrasil, as ações de promoção comercial complementam iniciativas para cumprir com o que tem sido chamado de neoindustrialização, visando melhorar a competitividade do setor industrial brasileiro.

Nesse quesito interno, o Brasil já apresenta ganhos: "No primeiro trimestre de 2024, o país registrou produção industrial acima da média mundial e saltou 15 posições no ranking global, figurando agora entre os top 50", afirma.

Outro ponto destacado pelo líder da agência foi o recorde batido pelo Brasil, que atingiu seu maior nível de uso da capacidade instalada da indústria em dez anos, conforme levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV).

"As ações de apoio às exportações da indústria são fundamentais para posicionar o Brasil como fornecedor de produtos de alto valor agregado, superando a visão de que o país é apenas um fornecedor de commodities e alimentos e bebidas. Por exemplo, temos o setor de revestimentos cerâmicos, que hoje o Brasil é o terceiro maior produtor mundial e sexto maior exportador, estando entre os principais players internacionais", informa.

Viana destaca ainda que fortalecer a economia brasileira e aumentar sua participação no mercado global passa pela promoção de uma imagem de excelência industrial.

"Com essas estratégias, a ApexBrasil busca expandir e diversificar as exportações brasileiras, garantindo um crescimento sustentável e inovador para a indústria nacional", finaliza.

Fonte: Brasil 247 com Sputnik

Lula celebra diminuição da fome no Brasil e diz que trabalha no G20 "para erradicá-la em todo o mundo"

 

"É possível construirmos um mundo mais justo e menos desigual", declarou o presidente

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)


O presidente Lula (PT) celebrou pelo X, antigo Twitter, nesta quarta-feira (24) os dados do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024) que mostram que a insegurança alimentar severa caiu 85% no Brasil em 2023 e 14,7 milhões deixaram de passar fome no país. "Hoje, estou no Rio de Janeiro para o pré-lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, durante nossa presidência do G20. Voltamos para reduzir a fome no Brasil e queremos trabalhar junto com outros países para erradicá-la em todo o mundo. É possível construirmos um mundo mais justo e menos desigual", publicou Lula.

Saiba mais: A insegurança alimentar severa caiu 85% no Brasil em 2023 e 14,7 milhões deixaram de passar fome no país. A grave questão, que afligia 17,2 milhões de brasileiros em 2022, caiu para 2,5 milhões. Percentualmente, a queda foi de 8% para 1,2% da população. A informação é da edição 2024 do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024), divulgada nesta quarta-feira (24.07), no Rio de Janeiro.

O relatório SOFI destaca avanços importantes no combate à fome no Brasil. Mostra que a insegurança alimentar severa caiu de 8,5%, no triênio 2020-2022, para 6,6%, no período 2021-2023, o que corresponde a uma redução de 18,3 milhões para 14,3 milhões de brasileiros nesse grau de insegurança alimentar. Em números absolutos, quatro milhões saíram da insegurança alimentar severa na comparação entre os dois períodos de três anos. No entanto, como o indicador da FAO é uma média trienal, ele não permite ver claramente o impacto de 2023 na trajetória de superação da fome no país, já que, no seu resultado, ainda pesam dados de 2021 e 2022.

O presidente Lula definiu como sua prioridade principal no mandato o combate à miséria. O Governo Federal promove políticas de valorização do salário mínimo, investimentos em programas de segurança alimentar, incentivos à agricultura familiar e também a valorização do programa Bolsa Família, além das políticas e estratégias de combate à fome que vêm sendo desenhadas pela presidência brasileira no G20, que também visam à integração social e econômica dos mais pobres e de pequenos produtores, de modo que sejam incluídos no mercado nacional e global de alimentos.

A insegurança alimentar severa é uma condição em que pessoas ou famílias não têm acesso consistente e confiável a alimentos suficientes para uma vida ativa e saudável. Esse nível de insegurança alimentar indica uma redução significativa na quantidade ou qualidade dos alimentos consumidos, ou ambas, e pode levar à fome, desnutrição e outros problemas de saúde.

Fonte: Brasil 247

Tarcísio diz estar "muito confortável no Republicanos" e nega que irá para o PL

 

Mudança de partido é desejo do presidente do PL e fonte de pressão de Jair Bolsonaro e seus aliados

Tarcísio de Freitas (Foto: ABR)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que não pretende se filiar ao PL, partido de Jair Bolsonaro. "Não tem nada previsto. Eu estou muito confortável no Republicanos e devo permanecer no Republicanos", disse Tarcísio em entrevista à GloboNews, nesta quarta-feira (24), de acordo com a Folha de S. Paulo.

A declaração do governador contraria as expectativas criadas em maio, quando o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que Tarcísio se filiaria ao partido por volta de junho. Segundo Valdemar, a migração do Republicanos para o PL teria sido discutida em um jantar com Tarcísio em Brasília, a pedido de Bolsonaro.

Aliados de Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, esperavam que a mudança de partido de Tarcísio pudesse fortalecer a candidatura do parlamentar à presidência da Câmara dos Deputados, na sucessão de Arthur Lira (PP-AL). Pereira é um dos pré-candidatos na eleição marcada para fevereiro do próximo ano. No entanto, Valdemar Costa Neto afirmou que a troca de partido não está relacionada às negociações sobre as eleições na Câmara.

Desde o início do ano, especulações sobre a possível mudança de Tarcísio para o PL aumentaram, impulsionadas por pressões públicas de Bolsonaro, sua esposa Michelle e parlamentares do partido. No entanto, Tarcísio e seu entorno nunca confirmaram publicamente o movimento. Em maio, quando questionado sobre a mudança, o governador já havia negado a possibilidade.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Serrano aponta "erro ético e político" de Maduro em ataque ao sistema eleitoral brasileiro

 

"Maduro ataca indevidamente o Brasil" e "acompanha a linha do bolsonarismo mais radical", pontuou o jurista

Nicolás Maduro (Foto: Reuters/Leonardo Fernandez Viloria)

O jurista Pedro Serrano criticou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por colocar em dúvida a lisura do sistema eleitoral brasileiro. Durante um comício na noite de terça-feira (23) em Aragua, Maduro questionou a auditabilidade das urnas eletrônicas, em declaração feita um dia após o presidente Lula (PT) expressar preocupação com comentários anteriores do venezuelano Maduro sobre um possível "banho de sangue" caso ele fosse derrotado nas próximas eleições, previstas para o domingo (28).

Para Serrano, Maduro cometeu um "erro ético e político" e se alinhou ao bolsonarismo ao atacar as eleições brasileiras. "Maduro ataca indevidamente o Brasil dizendo que nossas eleições não são auditadas. Acompanha a linha do Bolsonarismo mais radical levantando dúvidas infundadas sobre a correção de nosso processo eleitoral.Comete assim um erro ético e político e vai indo cada vez mais para o beco do isolamento", publicou o jurista no X, antigo Twitter, nesta quarta-feira (24).

Fonte: Brasil 247

"Venda da Sabesp é a maior negociata dos últimos tempos", diz Gleisi, em crítica a Tarcísio

 

"A maior empresa de saneamento do país foi vendida sem concorrência, por um preço muito menor do que vale", apontou a presidente do PT

Gleisi Hoffmann e Tarcísio de Freitas (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados | Mônica Andrade/Governo do Estado de SP )

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, criticou o processo de privatização da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), concluído pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na última terça-feira (24). A empresa estatal foi entregue ao mercado financeiro por um valor abaixo dos indicadores de mercado.

“A venda da Sabesp, realizada a toque de caixa pelo bolsonarista Tarcísio Freitas, é a maior negociata dos últimos tempos. A maior empresa de saneamento do país foi vendida sem concorrência, por um preço muito menor do que ela vale, abaixo até da cotação em Bolsa, e um acionista com apenas 15% do capital vai comandar o negócio”, criticou Gleisi.

A deputada federal também questionou o fato de não haver nenhuma obrigação contratual para promover a universalização do acesso à água em São Paulo. “Pior ainda: sem nenhuma obrigação contratual de universalizar o acesso à água e esgoto, nem sequer de melhorar o serviço. Países e grandes cidades do mundo inteiro estão reestatizando empresas de saneamento, vendidas na onda liberal do século passado, porque água não é negócio particular, é serviço público. Não existe mesmo bolsonarista moderado: nem na política nem na sede de vender o estado, lamentou.

Na manhã da última terça-feira, Tarcísio de Freitas participou de uma cerimônia que concluiu a venda da companhia para o mercado financeiro. A maior empresa de saneamento do país, que registrou um lucro líquido de R$ 3,1 bilhões em 2023, teve 32% de suas ações vendidas com o preço abaixo da média.

 

Fonte: Brasil 247

MST promove mobilização por reforma agrária e produção de alimentos saudáveis

 

Jornada de luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vai até sábado (27) e tem como lema “Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária Popular”

(Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

Com o lema “Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária Popular”, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está promovendo, entre os dias 23 e 27 de julho, a Jornada Nacional por Alimento Saudável e Reforma Agrária. A iniciativa coincide com o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural e o Dia Internacional da Agricultura Familiar, comemorados em 25 de julho.

A Jornada, que ocorre em 24 estados onde o MST está presente, reafirma a importância da Reforma Agrária como uma política essencial para combater a fome, destacando a necessidade de investimentos públicos. As ações denunciam o orçamento insuficiente destinado à agricultura familiar e camponesa, em contraste com os grandes volumes de investimentos direcionados ao agronegócio. 

Ainda conforme o movimento, o Plano Safra 2024/2025, que liberou R$ 475 bilhões em crédito, destinou R$ 400,58 bilhões para grandes empresários e apenas R$ 74,98 bilhões para pequenos agricultores. Este cenário desigual de investimentos públicos é um dos principais pontos de crítica da Jornada.

Entre as pautas centrais da Jornada está o acesso à terra. O MST exige a garantia de assentamento para todas as famílias acampadas, além do cadastramento até dezembro de 2024 e o acesso a um fomento inicial para a produção de alimentos. Atualmente, mais de 60 mil famílias estão acampadas em todo o país.

Outro foco é o fortalecimento da produção de alimentos saudáveis. O MST cobra a liberação de crédito para garantir o acesso permanente e contínuo das famílias assentadas ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) A, além da ampliação do orçamento para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

No campo dos direitos básicos, a Jornada também exige recursos para a construção de moradias nos assentamentos, destacando um déficit de 100 mil novas casas e 400 mil moradias para reforma. Na área da educação, o MST solicita a liberação de R$ 120 milhões para o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), destinados a 78 cursos já aprovados.

Fonte: Brasil 247

Avião cai logo após a decolagem, explode e deixa 18 mortos no Nepal (vídeo)


A aeronave transportava dois tripulantes e 17 técnicos para a cidade de Pokhara

(Foto: Reprodução)

Pelo menos 18 pessoas morreram após um avião cair logo após a decolagem fracassada e pegar fogo com a queda na capital do Nepal, Katmandu, nesta quarta-feira (24). Apenas o comandante foi resgatado com vida, com graves ferimentos e encaminhado para o hospital.  

De acordo com Metrópoles, a aeronave transportava dois tripulantes e 17 técnicos para a cidade de Pokhara, onde iriam reparar outro avião. A polícia local iniciou as investigações para apurar as causas do acidente. 


Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Credit Saison aporta US$ 100 mi para investimento em crédito no Brasil

 

"Nos próximos, digamos, três a cinco anos, gostaríamos de aumentar esses 100 milhões para 300 milhões, 500 milhões", disse Kosuke Mori

Dólar (Foto: REUTERS/Lee Jae-Won)

Reuters - O investidor japonês de crédito Credit Saison formalizou nesta quarta-feira um cheque de 100 milhões de dólares para ser aplicado no Brasil, parte de um aporte mais amplo na América Latina, que inclui uma injeção de capital de mesma magnitude no México.

A ideia, segundo Kosuke Mori, presidente-executivo do Saison International, braço internacional do Credit Saison, é trabalhar com fintechs, intermediários financeiros e outras empresas locais para fornecer empréstimos a pessoas físicas e pequenas e médias empresas.

No Brasil, o grupo japonês já atua com a startup de comércio exterior Vixtra, que oferece crédito a importadores e realizou este ano uma captação de 150 milhões de reais via fundo de investimento em direitos creditórios (Fidc), tendo o Credit Saison como um dos investidores.

"Queremos criar uma carteira diversificada", afirmou Mori.

A atratividade do Brasil para investimentos se dá, segundo ele, ao tamanho e à robustez do ecossistema de fintechs no país, além de um Banco Central que considerou "claro e forte" do ponto de vista regulatório e "amigável" a grupos estrangeiros.

O executivo acrescentou que não há um cronograma específico para o investimento dos 100 milhões de dólares no país, mas que a companhia pretende expandir no mesmo ritmo observado em outros mercados onde a empresa atua.

"Nos próximos, digamos, três a cinco anos, gostaríamos de aumentar esses 100 milhões para 300 milhões, 500 milhões", disse Mori.

"Foi o que aconteceu em outros mercados, como a Índia, por exemplo. Há cinco anos, entramos exatamente no mesmo modelo de negócio, trabalhando com fintechs, crescendo com fintechs. E hoje, cinco anos depois, nós somos (uma operação) multibilionária na verdade, não apenas de 500 milhões."

Além da Índia, o Credit Saison também possui atuação em outros países emergentes como Indonésia, Vietnã e Tailândia.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Polícia Federal abre inquérito contra MBL por crime contra a honra de Lula após disparos de fake news

 

Grupo foge das intimações e não apaga fake news disparada contra presidente

Lula em entrevista a O Tempo (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A pedido do então titular da pasta da Justiça Flávio Dino, feito em 2023, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar o MBL (Movimento Brasil Livre) por suposto crime contra a honra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em publicação na rede social X (antigo Twitter), após o grupo de extrema-direita  disparar uma grave fake news citando o governo federal. 

A publicação do MBL dizia que "Lula aprova aborto e mudança de sexo".

Trata-se de uma informação falsa. O governo Lula não ampliou as situações em que o aborto é permitido no Brasil nem o "legalizou". O aborto é crime previsto no Brasil desde o Código Penal de 1940. Desde então, essa mesma lei prevê duas exceções nas quais a interrupção da gravidez pode ocorrer:

De acordo com jornal Folha de S.Paulo, o delegado Rafael Grummt identificou preliminarmente o crime de difamação. Em outubro, o delegado Cicero Strano Moraes instaurou o inquérito. Em junho, a PF solicitou uma busca pela localização Renan Santos, lider do grupo, e enviou uma nova intimação, com pedido para que se apresente a uma unidade do órgão em setembro, o que não ocorreu.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Nada, além de pesquisas duvidosas, indica uma vitória da oposição na Venezuela

 


O chavismo continua forte e organizado, apesar de suas contradições e dissidências

Maduro em campanha (Foto: Presidência venezuelana )

Por Eduardo Vasco - Dez candidatos, apoiados por 38 partidos, participam das eleições presidenciais deste ano na Venezuela. É consenso, no entanto, que a disputa se centra em apenas dois: o presidente Nicolás Maduro e o principal bloco opositor, a Plataforma de Unidade Democrática (PUD), cujo candidato é Edmundo González Urrutia.

Todas as pesquisas de intenção de voto colocam esses dois candidatos na ponta da disputa. Mas a oposição radical, agrupada na PUD, e a imprensa internacional, só levam em consideração as pesquisas que indicam a vitória de González Urrutia. 

Alguns exemplos são o instituto Delphos, que afirma que o opositor tem 59,1% das intenções de voto, contra 24,6% de Maduro; Consultores 21, que dá entre 55% e 60% de preferência para Urrutia e de 25% a 28% para Maduro; Hercon Consultores, que sugere que 68,4% votarão em Urrutia e somente 27,3% votarão em Maduro; e ORC Consultores, que indica um apoio de 59,6% dos eleitores para Urrutia e apenas de 12,5% para Maduro.

Embora se diga que esses são os institutos mais confiáveis, “esquece-se” que são dirigidos por pessoas com posições políticas acentuadamente antichavistas, como Saúl Cabrera, da Consultores 21, Oswaldo Ramírez, da ORC Consultores, Luis Vicente León, da Datanálisis, além de Benigno Alarcón, diretor do Centro de Estudos Políticos da UCAB. Eles vêm dando declarações públicas endossando o resultado questionável de suas pesquisas, ou seja, que González Urrutia é franco favorito contra Nicolás Maduro, e que só maquinações políticas com o uso do aparato do Estado podem dar uma vitória ao atual presidente.

“As pesquisas estão sendo sistematicamente usadas como arma de propaganda eleitoral para gerar um clima de opinião sobre o possível resultado da eleição”, disse à agência americana Voz da América (fundada pela CIA) o sociólogo Juan Manuel Trak. Ele tem toda a razão.

Os resultados das pesquisas acima diferem em muito dos publicados por outros institutos, que não são noticiados pelos meios de comunicação internacionais. O instituto Hinterlaces, que é tachado de chavista pela oposição e pelos jornais, mas que vem acertando praticamente todas as suas previsões nos últimos anos, aponta que Maduro tem 54,2% das intenções de voto, contra 24,1% de Urrutia. Ele é seguido por outros institutos: o Data Viva prevê 55,2% dos votos para Maduro e 20,9% para Urrutia; a Paramétrica indica 51,74% para Maduro e 29,06% para Urrutia; e a International Consulting Services colheu 71,6% de intenções de votos para o atual presidente e 23,9% para seu principal desafiador.

É claro que Trak também considera que as pesquisas que indicam uma vitória de Maduro também são enviesadas. Isso é bem provável. Mas elas estão muito mais próximas da realidade do que as duvidosas pesquisas que favorecem a oposição. Se todos votarem, só os 4,2 milhões de membros do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) que ratificaram a candidatura de Maduro em março já representariam 19,6% dos 21,4 milhões de venezuelanos aptos a votar nestas eleições.
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Após os anos de intensa crise política, econômica e social causada pela morte de Hugo Chávez, a queda nos preços do petróleo e a guerra econômica patrocinada pelos Estados Unidos, a economia da Venezuela começou a se recuperar.

estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) publicado em abril informou de um crescimento de 2,6% do PIB da Venezuela em 2023 e estimou que em 2024 o crescimento será de 4,2%. A inflação no primeiro semestre deste ano foi de 8,9% e em junho ela caiu para 1% segundo o Banco Central da Venezuela – o menor índice mensal em 12 anos e o melhor da era Maduro. Segundo o Observatório Venezuelano de Finanças, desvinculado do governo, a inflação em junho foi de 2,4%. No mês anterior – maio –, a inflação de 1,5% foi a menor desde 2004.

Os próprios empresários deram uma trégua ao governo, que fez acordos com o setor privado para resgatar a economia, diversificar a produção e investir nas exportações. A Fedecámaras, famosa por liderar as sucessivas tentativas golpistas entre 2002 e 2004, não embarcou publicamente no discurso terrorista da PUD e os empresários não estão coagindo (ao menos de maneira enfática) seus funcionários a votarem na oposição, como fizeram anteriormente. O governo dos Estados Unidos voltou a dialogar com Caracas, o que sugere um relaxamento na pressão externa – o que pode mudar, caso Donald Trump seja eleito.

China e Rússia estão muito envolvidas com o governo venezuelano e isso é um importante pilar de sustentação de Maduro, cujo governo vem colhendo bons frutos dessa aliança – e dos acordos com outros países, como Índia, Turquia e Irã. Ao contrário da última crise, em 2019, os dois principais vizinhos (Brasil e Colômbia) hoje são governados por presidentes aliados de Maduro, o que dificulta a desestabilização do país nas fronteiras e o suporte a grupos radicais da oposição autoexilada.

Um indício da recuperação e estabilização na Venezuela é o fato de que o país saiu das manchetes do noticiário internacional nos últimos anos. Os grandes veículos de comunicação internacionais são nitidamente antichavistas e aproveitam qualquer evento minimamente negativo para realizar uma ampla campanha de propaganda contra o governo. Isso não tem sido possível nos anos mais recentes.

Motivo importante é que a oposição não se recuperou da derrota de 2019 com o fracasso de Juan Guaidó e não conseguiu se reunificar de maneira efetiva. Não há mais grandes manifestações antigovernamentais, até porque a direita não encontrou mais nenhuma oportunidade de sair às ruas e colocar o governo sob pressão. A ala radical da oposição, entretanto, continua com o mesmo discurso irrealista de 20 anos atrás (acusando o governo de ser uma ditadura, de reprimir e censurar e de cometer fraude eleitoral). As propostas de González Urrutia para privatizar as terras, indústrias, saúde e educação são altamente impopulares, o que o afasta das grandes massas da população. O próprio Urrutia era um político totalmente desconhecido três meses atrás e não passa de um boneco manipulado por María Corina Machado, histórica líder opositora fabricada nos laboratórios da CIA e escandalosamente financiada pelo governo dos EUA.

Por sua vez, o chavismo continua forte e organizado, apesar de suas contradições e dissidências, como a do Partido Comunista. Além da presidência da República, governa 19 dos 23 estados, 213 das 335 prefeituras, tem 222 de 277 deputados na Assembleia Nacional, a maioria em 20 das 23 assembleias legislativas estaduais e em 224 dos 335 conselhos municipais.

O poder judiciário e demais instituições públicas nacionais, bem como o alto escalão da Força Armada Nacional Bolivariana e das polícias são, em geral, legalistas.

Contudo, apesar de um cenário real favorável para a 31ª vitória eleitoral em 25 anos de chavismo no próximo domingo (28), ela provavelmente não será tão fácil como indicam as pesquisas que o beneficiam. A situação econômica não está tão ruim como antes e o país está relativamente pacificado, mas o povo continua vivendo em uma situação social instável. Embora provavelmente vença as eleições, o seu resultado deverá indicar que as tentativas de conciliar com a oposição, com a burguesia venezuelana e com o imperialismo americano não estão trazendo grandes ganhos políticos para o chavismo diante de sua base social, especialmente a juventude.

Por outro lado, a oposição radical dá a vitória como favas contadas, utilizando as pesquisas que lhe favorecem e negando a realidade. A imprensa internacional compra esse discurso. Essa é uma campanha que vende uma ilusão de forma proposital e certamente a direita utilizará essas pesquisas e a cobertura enviesada da imprensa como “prova” de que houve fraude, caso o resultado das urnas seja contrário a essas previsões, e, aproveitando esse clima, volte ao seu repertório tradicional de não reconhecer a vitória do chavismo.

O governo dos EUA, diferentemente de todas as eleições anteriores, decidiu ser mais cauteloso e não emitir declarações em apoio à oposição. Porém, uma vitória de Maduro que seja rotulada como fraudulenta pela oposição e pela imprensa internacional pode levar a uma mudança de postura dos EUA em relação ao apoio público à desestabilização. Afinal, um governo moribundo e em transição, como é o de Joe Biden, é imprevisível.

Fonte: Brasil 247

Coprodução entre Brasil e França, novo filme de Walter Salles é selecionado para o Festival de Veneza

 

Filme é estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello e se passa no início dos anos 1970, quando o Brasil vivia uma realidade de ditadura militar

(Foto: Divulgação)

Renan Tolentino, RFI - O novo filme do cineasta brasileiro Walter Salles foi selecionado para concorrer ao Leão de Ouro no 81° Festival de Cinema de Veneza, na Itália. Coprodução entre Brasil e França, “Ainda estou aqui” é estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, e conta com participação especial de Fernanda Montenegro

Esta é a terceira vez que o cineasta brasileiro participa do festival, que acontece entre 28 de agosto e 7 de setembro. Ele também participou em 2001 com o longa “Abril Despedaçado” e em 2009 recebeu o prêmio Robert Bresson, “pelo conjunto da sua obra”.

“Estamos felizes de ir a Veneza com um filme tão pessoal”, comemora Salles.

Inspirado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, que conta a história de sua própria família na obra, “Ainda Estou Aqui” se passa no início dos anos 1970, quando o Brasil vivia uma realidade de ditadura militar.

“O livro de Marcelo me marcou profundamente, e nos convida a olhar essa história do ponto de vista de sua mãe, Eunice. No centro desse relato há uma mulher que teve que se reinventar e romper com os laços patriarcais das famílias brasileiras. Eunice, em sua contenção, traça uma forma de resistência incomum", explica o cineasta em comunicado.

Partilhando o amor pela música, a família Paiva enfrenta um ato de violência que muda sua história para sempre. Dessa forma, a família é “obrigada a se reinventar e traçar um novo destino para si e seus filhos”.

"O livro e o filme podem ser vistos como um relato sobre a reconstrução de uma memória individual conduzida por essa mulher, que se sobrepõe à busca pela reconstrução da memória de um país, o Brasil. Essa sobreposição entre o pessoal e o coletivo é uma das razões pelas quais quis fazer este filme. A busca da família Paiva se confunde com a luta pela redemocratização do Brasil”, indica Walter Salles.

“Ainda estou aqui” concorre ao Leão de Ouro ao lado de outros filmes, como “The Room Next Door”, de Pedro Almodóvar, “Coringa: Delírio a Dois”, de Todd Phillips, e “Youth” (Homecoming), de Wang Bing.

Fonte: Brasil 247 com RFI

Governo lança programa Voa Brasil com passagens aéreas a R$ 200 para aposentados

 

Iniciativa, que mudanças no escopo, começa a valer nesta quarta-feira visando estimular o turismo entre aposentados do INSS

Avião da Gol (Foto: Divulgação (Gol Linhas Aéreas / Redes Sociais))

O governo federal lança nesta quarta-feira (24), o programa Voa Brasil, prometendo passagens aéreas de até R$ 200 por trecho para aposentados do INSS. A medida, que visa incentivar o turismo e o consumo entre essa parcela da população, chega com ajustes no projeto inicial. Nesta nova configuração, apenas aposentados que não compraram passagens aéreas no último ano poderão participar do programa.

O Voa Brasil, uma promessa desde o início do atual governo, teve seu alcance reduzido, excluindo, por ora, pensionistas e estudantes. Segundo fontes ligadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o plano é ampliar o público-alvo após a consolidação do programa.

Diferente do esperado, o governo não subsidiará as passagens, contando com uma parceria com as companhias aéreas que disponibilizarão até três milhões de bilhetes para aposentados nos próximos 12 meses. Os detalhes do programa, incluindo a plataforma para consulta e compra das passagens, serão divulgados em breve. Para utilizar o benefício, os aposentados precisarão ter contas Ouro ou Prata no cadastro do Gov.br. 

Candidatura de Kamala Harris resgata apoio do eleitorado negro ao Partido Democrata

 

Grupo estava desiludido com a situação econômica do país e era visado pela campanha de Donald Trump

Kamala Harris (Foto: Reuters/Nathan Howard)

Grande parte do eleitorado negro dos Estados Unidos tende a declarar apoio à candidatura da vice-presidente Kamala Harris na disputa presidencial contra Donald Trump, informa O Globo. Esse eleitorado é um dos mais visados pelo Partido Republicano e é considerado crucial nas eleições, já que os afro-americanos deram a vitória para Joe Biden em 2020, mas estavam desiludidos com a situação econômica do país.

Apesar de Donald Trump ter afirmado em público que seria mais fácil derrotar Kamala do que Biden, demonstrações de apoio à primeira mulher negra a ocupar a vice-presidência dos EUA acenderam um alerta na campanha republicana. No domingo (21), uma reunião online da rede Win With The Black Women reuniu 44 mil pessoas e arrecadou mais de US$1,5 milhão para a campanha democrata. No dia seguinte, a Win With The Black Men arrecadou US$1,3 milhão.

No entanto, o apoio á candidatura de Kamala Harris não é unanimidade entre os movimentos negros estadunidenses. O Black Lives Matter pede que o novo candidato seja escolhido em uma votação primária. “Após as primárias, em que milhões de eleitores negros participaram, depois de um desempenho ruim no debate, as elites do Partido Democrata e os doadores bilionários intimidaram Joe Biden a sair da disputa. Agora, as elites do Partido Democrata e os doadores bilionários estão tentando manipular os eleitores negros ungindo Kamala Harris e um vice-presidente desconhecido como a nova chapa democrata sem uma votação primária do público”, afirma o grupo.

O Black Lives Matter também ressaltou que, apesar de uma possível vitória de Harris ser histórica, o processo deve estar alinhado com os valores democráticos. “Não temos ideia de qual é a posição de Kamala Harris em relação às questões, agora que ela assumiu o lugar de Joe Biden, e não temos ideia do histórico de seu possível vice-presidente porque ainda nem sabemos quem é”, observa a organização.

O eleitorado negro dos EUA foi estimado pelo Pew Research Center em 34,4 milhões de pessoas, ou 14% do total no país, que tem maior peso justamente em alguns dos estados cruciais para se alcançar a maioria no Colégio Eleitoral, entre eles Geórgia (33% do total), Carolina do Norte (23%) e Michigan (14%).

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo